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Prof Ms Flávio Maia

Ementa
1. Introdução e Planejamento;
2. Malha logística e mapeamento dos processos, logísticos; Estudo de caso
(Postos de Combustíveis);
3. Indicadores de desempenho logísticos de distribuição e transporte;
4. Fundamentos do transporte – O sistema de transporte;
5. Decisões e seleção de transporte – Transporte Rodoviário de Carga (TRC);
6. TI e gerenciamento de riscos aplicados ao TRC;
7. Operadores logísticos;
8. Logística e comércio eletrônico – Teoria geral de sistemas;
9. Logística – Um exemplo online; e
10. Logística Reversa – Logística empresarial
Objetivo
Desenvolver as competências de mercado necessárias na área da
logística de transporte acerca do planejamento, distribuição, estratégia,
malha logística, gerenciamento da cadeia de suprimentos, centros de
distribuição, sistemas de distribuição, modalidades de transporte,
operadores logísticos, terceirização, seguros e distribuição globalizada
na área específica de sistemas de transporte, bem como a importância
da sustentabilidade do sistema logístico integrado.
Avaliação
Será feita de forma continuada, observando a participação do aluno em
sala de aula mediante critérios avaliativos estabelecidos pelo professor,
bem como seu comprometimento acerca das atividades acadêmicas e a
sua pontualidade e assiduidade.
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Avaliações de 0 a 8

• Totalizando 10
Aula 1
Formar a base conceitual no que diz respeito a transportes e manter um primeiro contato com alguns termos

específicos da área.

Conceitos Básicos de Transportes


Transporte é o deslocamento de bens e de pessoas no espaço
geográfico, ou seja, de um local para outro. Em sentido econômico,
mais amplo, é a interligação entre produtores e consumidores,
essencial para a exploração ou o desenvolvimento dos recursos
econômicos em escala nacional ou internacional.
Nos primórdios
A humanidade todos os pesos eram
transportados pelo próprio homem, de acordo
com sua limitada capacidade física. Após ter
começado a permutar mercadorias (escambo),
alguns animais foram domesticados e
utilizados para ampliar a capacidade de
transporte. Com o advento da agricultura, as
mercadorias disponíveis para serem trocadas
se diversificavam cada vez mais. Impulsionado
pela necessidade, o ser humano inventou a
roda e começou a construir veículos que,
puxados por animais domésticos, multiplicava
a capacidade da carga transportada de uma
única vez.
Cont...
Ao longo do tempo, em decorrência de maiores dificuldades na
negociação das trocas, inúmeros materiais então disponíveis foram
utilizados como referencial de valor (dinheiro), gerando crescentes
demandas por transporte e impondo ao ser humano que aprendesse a
construir e aperfeiçoar veículos de diferentes velocidades e
capacidades de carga.
Os povos ribeirinhos e litorâneos lidavam com outro tipo de problema,
ou seja, a transposição das águas. Para isso aprenderam a construir
jangadas, barcos de papiro, juncos e outras embarcações rudimentares,
movidas pela força dos braços (remo) ou impulsionadas pelo vento
(vela), para o transporte de pessoas e cargas.
Durante a Primeira Revolução Industrial, a invenção da máquina a
vapor e a substituição da madeira pelo aço possibilitaram a construção
de embarcações cada vez maiores, barateando os custos de transporte
sobre as águas. No início do século XX, após a consolidação das
máquinas voadoras mais pesadas que o ar, o homem passou a
transportar mercadorias também via aérea, sempre que a
imperiosidade de rapidez no transporte privilegiava a relação custo x
benefício, em especial no caso de mercadorias facilmente perecíveis.
Atualmente, o estudo do
transporte de cargas tomou o
cunho sistêmico de especialização
científica, buscando-se entender e
analisar todas as variáveis
envolvidas para melhor atender às
complexas necessidades
decorrentes das transações
comerciais locais, regionais e
internacionais.
Modos ou modais de transporte

RODOVIÁRIO – a carga é transportada pelas rodovias em caminhões, carretas, etc.;



FERROVIÁRIO – a carga é transportada pelas ferrovias, em vagões fechados, plataformas, etc.;

FLUVIAL/LACUSTRE (Hidroviário) – a carga é transportada em embarcações, através de rios, lagos
ou lagoas;

MARÍTIMO – a carga é transportada em embarcações pelos mares e oceanos;

AQUAVIÁRIO – abrange em uma só definição os modais, marítimo e hidroviário.

AÉREO – a carga é transportada em aviões, através do espaço aéreo;

DUTOVIÁRIO – sempre na forma de granéis sólidos, líquidos ou
gasosos, a carga é transportada através de dutos.
As principais variáveis de decisão quanto à seleção dos modais de
transporte nas transferências compreendem:
• Disponibilidade e frequência do transporte;
• Confiabilidade do tempo e de trânsito;
• Valor do frete;
• Índice de faltas e/ou avarias (taxa de sinistralidade);
• Nível de serviços prestados
Formas de transporte
As formas de transporte dizem respeito À sua contratação. Apesar do
Decreto 80.145/77 ter sido revogado, o seu artigo 14 apresenta
definições sobre as formas com que os vários modos de transporte se
relacionam que, pela força da ideia que expressam, podem e devem ser
consideradas válidas. São elas:
UNIMODAL – quando a unidade de carga é transportada diretamente,
utilizando um único veículo, em uma única modalidade de transporte e
com apenas um contrato de transporte. É a forma mais simples de
transporte; SUCESSIVO – Quando, para alcançar seu destino final, a
unidade de carga necessita ser transportada por um ou mais veículos
da mesma modalidade de transporte, abrangidos por um ou mais
contratos de transporte;
SEGMENTADO – quando se utilizam de veículos diferentes, de uma ou
mais modalidades de transporte, em vários estágios, sendo todos os
serviços contratados separadamente a diferentes transportadores, que
terão a seu cargo a condução da unidade de carga do ponto de
expedição até o destino final. Qualquer atraso pode significar a perda
do transporte nos demais modais, gerando frete morto (pagar por ter
reservado o espaço, mesmo sem realizar o transporte). A imputação de
responsabilidades por perdas ou avarias é muito complexa e as
indenizações por lucros cessantes, flutuação de preços, etc. são
praticamente impossíveis.
MULTIMODAL – quando a unidade de carga é transportada em todo o
percurso utilizando duas ou mais modalidades de transporte,
abrangidas por um único contrato de transporte. A prévia coleta e
movimentação de mercadorias para unitização, bem como eventuais
operações depois de sua entrega no local de destino estabelecido no
contrato de transporte, não caracterizam o transporte multimodal,
nem dele fazem parte.
Terminologia utilizada em transportes

• EMBARCADOR OU EXPEDIDOR – Pessoa física ou jurídica que celebra o


contrato de transporte com o transportador, não necessariamente o
proprietário da mercadoria.
• CONSIGNATÁRIO – Pessoa física ou jurídica legitimamente autorizada para
receber a mercadoria no local contratualmente acordado para sua entrega.
• VOLUME INDIVISÍVEL – Volume unitário contendo mercadorias, indivisível
durante o processo de transferência e movimentação, ao longo do seu
percurso e em todas as modalidades de transporte utilizadas.
• CARGA FRACIONADA – Volumes de carga solta, constituídos por sacos,
fardos, tambores, barris, engradados, etc.
• CARGA UNITIZADA – Lote formado por diversos pequenos volumes
de carga fracionada, acondicionados em uma única unidade de carga.
• PALLET (ou PALETE) – Estrado com entradas para os garfos de
empilhadeiras, feito em madeira ou materiais sintéticos, sobre cuja
superfície pode agrupar e fixar as mercadorias com fitas de poliéster,
nylon ou outros meios, constituindo uma unidade de carga.
• PRÉ-LINGADO – Rede especial, resistente, manufaturada com fios de
poliéster, nylon ou similar, adequada para unitizar mercadorias
ensacadas, empacotadas ou acondicionadas de outras formas
(marino slings).
CONTÊINER – Caixa de aço ou outro material resistente; destinada a acondicionar mercadorias
para transporte com segurança, inviolabilidade e rapidez, atendendo igualmente a todas as
condições previstas pela legislação nacional e Convenções
Internacionais ratificadas no Brasil. Para todos os fins e efeitos legais, o contêiner não se
constitui em embalagem e sim acessório do veículo transportador.
Dentre outros, o contêiner deve preencher os seguintes requisitos:
• Ter caráter permanente e ser resistente o suficiente para suportar o seu uso repetido;
• Ser projetado de forma a possibilitar a sua movimentação nos diversos modais de transporte;
• Possuir dispositivos que facilitem a sua transferência de um veículo para outro, em uma ou
mais modalidades de transporte;
• Ser projetado de modo a permitir o fácil enchimento ou esvaziamento (ova e desova);
• Ser facilmente acessível à inspeção aduaneira, sem nenhuma possibilidade de ocultar
mercadorias.
• HOUSE TO HOUSE (Door to Door) – A expressão diz respeito ao
alcance do transporte. Significa que a mercadoria será recebida pelo
seu transportador no seu local de origem ou onde melhor convier ao
interesse do embarcador e liberada no destino final onde o
consignatário o desejar. O Porta a Porta é a mais perfeita expressão
do transporte multimodal, pois o transportador mantém a custódia
da mercadoria ao longo de todo o seu percurso.
• PIER TO PIER – A expressão Porto a Porto significa que antes do
transportador principal (maior percurso) receber a mercadoria, já
houve um transporte anterior, a expensas do embarcador e que, após
a mercadoria ser liberada no destino acordado, provavelmente haverá
um transporte adicional, antes de ser finalmente recebida pelo
consignatário.
• PIER TO HOUSE – O termo Porto, na origem, identifica que já houve
um transporte antes do transportador principal receber a mercadoria
e que este, após recebê-la entregará no seu destino final, conforme
indica a expressão Porta no destino.
• HOUSE TO PIER – Situação inversa a anterior. O termo Porta, na
origem, indica que o transportador principal irá buscar a mercadoria
no seu local de origem e que, após sua entrega no local acordado,
provavelmente haverá um transporte adicional antes de ser recebida
pelo consignatário.
• CONTRATO DE TRANSPORTE – Documento que expressa à relação
ente o transportador e o usuário. Juntamente com a apólice de
seguro e o contrato de compra e venda, todos inter-relacionados,
regulam os direitos e deveres entre as partes envolvidas, definindo
quem é o dono da mercadoria, quem é o transportador, a modalidade
e o valor do frete, os locais de origem e entrega da mercadoria, além
das mútuas e respectivas responsabilidades.
• CONHECIMENTO DE TRANSPORTE (Bill of Lading) – É a prova da
existência do contrato de transporte, no qual se discrimina e
disciplina as cláusulas que regerão este transporte. Serve como prova
de entrega da mercadoria e, em seu original, é um título de
propriedade negociável, com força de escritura pública (Código
Comercial Brasileiro art. 587).
• SEGURO-CARGA – A mercadoria ao ser transportada, por qualquer dos modos e
formas existentes, corre riscos, devendo ser segurada porta a porta pelo
interessado: embarcador, exportador, destinatário ou importador. Nos termos da
apólice, este seguro garantirá a indenização ao segurado por eventuais perdas ou
danos sofridos pela mercadoria. Como sub-rogada, a seguradora poderá cobrar o
prejuízo ao responsável pela falta ou avaria. O seguro-carga diz respeito somente
à carga e não ao veículo transportador, onde quer que esteja, em qualquer dos
modos ou formas de transporte.
• SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL – Quando um transportador aceita
receber uma mercadoria para efetuar um transporte, estará submetido às
obrigações estabelecidas no contrato e na lei. No caso de deixar de satisfazer
alguma dessas obrigações, poderá sofrer sanções ou reparos pecuniários.
Entretanto, o transportador pode (e deve) contratar seguro contra alguns desses
riscos. Em outras palavras, o seguro de responsabilidade civil transfere para a
seguradora a responsabilidade do transportador por ter perdido ou avariado a
mercadoria transportada.
• SEGURO-CASCO – O seguro-casco cobre apenas o equipamento que efetua o
transporte. Sua indenização diz respeito aos prejuízos que este possa sofrer,
independentemente de estar transportando carga. É parecido com o seguro do
automóvel e não guarda nenhuma relação com a carga.
Obrigado até a próxima aula !

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