Você está na página 1de 3

Em MAIS, Buttel ressalta uma inflexão importante nas problematizações

sociológicas sobre o meio ambiente com as publicações de As consequências da


modernidade (1990) de Giddens e Sociedade de risco (1986) de Beck – a questão se
desloca de uma preocupação marginalizada de um ramo específico da sociologia para o
centro do diagnóstico da emergência de uma segunda modernidade, agora reflexiva.
Assim, embora seja uma confusão comum sobre a sociologia de Beck, não se trata de
uma análise sobre o fato de que a vida cotidiana nas sociedades contemporâneas ter se
tornado mais perigosa. O conceito de risco, na verdade, não se restringe à emergência e
multiplicação de ameaças objetivas, mas se volta sobretudo aos processos e mecanismos
de percepção, decodificação e prevenção contra riscos bem como à própria natureza
desses últimos. Assim, enquanto a primeira modernidade – a industrial – desenvolvera
instituições, práticas, ciências e tecnologias para lidar com catástrofes naturais, escassez
material e enfermidades; os riscos da segunda modernidade advém da própria
industrialização, dos estados nacionais, da ciência e tecnologia modernas – a poluição do
ar e a contaminação da água, o uso massivo de agrotóxicos, a irradiação nuclear, o poderio
de destruição dos complexos industrial-militares das nações, etc. Ainda que as
possibilidades de reação ao risco sejam desigualmente distribuídas, as fronteiras entre as
classes sociais ou entre os estados nacionais não são capazes de contê-lo – a miséria podia
ser segregada, mas não os perigos da era nuclear. Em virtude de sua manifestação um
tanto etérea e/ou latente – as nuvens radioativas de Chernobyl são o evento síntese desse
novo tempo –, os riscos demandam uma tradução cognitiva e a construção social de sua
existência enquanto tal por meio de conhecimentos especializados capazes de reconstruir
os nexos entre suas causas e consequência.
Em MAIS, Buttel ressalta uma inflexão importante nas problematizações
sociológicas sobre o meio ambiente com as publicações de As consequências da
modernidade (1990) de Giddens e Sociedade de risco (1986) de Beck – a questão se
desloca de uma preocupação marginalizada de um ramo específico da sociologia para o
centro do diagnóstico da emergência de uma segunda modernidade, agora reflexiva.
Assim, embora seja uma confusão comum sobre a sociologia de Beck, não se trata de
uma análise sobre o fato de que a vida cotidiana nas sociedades contemporâneas ter se
tornado mais perigosa. O conceito de risco, na verdade, não se restringe à emergência e
multiplicação de ameaças objetivas, mas se volta sobretudo aos processos e mecanismos
de percepção, decodificação e prevenção contra riscos bem como à própria natureza
desses últimos. Assim, enquanto a primeira modernidade – a industrial – desenvolvera
instituições, práticas, ciências e tecnologias para lidar com catástrofes naturais, escassez
material e enfermidades; os riscos da segunda modernidade advém da própria
industrialização, dos estados nacionais, da ciência e tecnologia modernas – a poluição do
ar e a contaminação da água, o uso massivo de agrotóxicos, a irradiação nuclear, o poderio
de destruição dos complexos industrial-militares das nações, etc. Ainda que as
possibilidades de reação ao risco sejam desigualmente distribuídas, as fronteiras entre as
classes sociais ou entre os estados nacionais não são capazes de contê-lo – a miséria podia
ser segregada, mas não os perigos da era nuclear. Em virtude de sua manifestação um
tanto etérea e/ou latente – as nuvens radioativas de Chernobyl são o evento síntese desse
novo tempo –, os riscos demandam uma tradução cognitiva e a construção social de sua
existência enquanto tal por meio de conhecimentos especializados capazes de reconstruir
os nexos entre suas causas e consequência.
Em MAIS, Buttel ressalta uma inflexão importante nas problematizações
sociológicas sobre o meio ambiente com as publicações de As consequências da
modernidade (1990) de Giddens e Sociedade de risco (1986) de Beck – a questão se
desloca de uma preocupação marginalizada de um ramo específico da sociologia para o
centro do diagnóstico da emergência de uma segunda modernidade, agora reflexiva.
Assim, embora seja uma confusão comum sobre a sociologia de Beck, não se trata de
uma análise sobre o fato de que a vida cotidiana nas sociedades contemporâneas ter se
tornado mais perigosa. O conceito de risco, na verdade, não se restringe à emergência e
multiplicação de ameaças objetivas, mas se volta sobretudo aos processos e mecanismos
de percepção, decodificação e prevenção contra riscos bem como à própria natureza
desses últimos. Assim, enquanto a primeira modernidade – a industrial – desenvolvera
instituições, práticas, ciências e tecnologias para lidar com catástrofes naturais, escassez
material e enfermidades; os riscos da segunda modernidade advém da própria
industrialização, dos estados nacionais, da ciência e tecnologia modernas – a poluição do
ar e a contaminação da água, o uso massivo de agrotóxicos, a irradiação nuclear, o poderio
de destruição dos complexos industrial-militares das nações, etc. Ainda que as
possibilidades de reação ao risco sejam desigualmente distribuídas, as fronteiras entre as
classes sociais ou entre os estados nacionais não são capazes de contê-lo – a miséria podia
ser segregada, mas não os perigos da era nuclear. Em virtude de sua manifestação um
tanto etérea e/ou latente – as nuvens radioativas de Chernobyl são o evento síntese desse
novo tempo –, os riscos demandam uma tradução cognitiva e a construção social de sua
existência enquanto tal por meio de conhecimentos especializados capazes de reconstruir
os nexos entre suas causas e consequência.

Você também pode gostar