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Assentamentos informais na concepção de alguns autores

Assentamentos informais é todo o aglomerado humano que não possui as seguintes


condições: acesso a água potável, acesso ao serviço de saneamento, segurança, habitação
segura e durável e espaço suficiente para viver. PNUMA (2007:32)

Assentamento Informal - refere – se a ocupação acelerada do solo urbano, somada a


políticas não eficazes, proporciona uma morfologia que tende a dificultar a implementação de
redes de estrutura urbana, dificultando o acesso ao fornecimento de água potável, colecta e
destinação final de afluentes líquidos, drenagem urbana e colecta de resíduos urbanos”.
KAUFFMANN e PIENTEL da SILVA (2003)

Assentamento Informal - é toda a parte negligenciada da cidade onde a habitação e serviços


básicos são aparentemente pobre. Estas áreas variam entre o núcleo habitacional surgindo de
forma desordenada em algumas partes da cidade e bairros pobres, sendo que surgem de uma
forma espontânea em terreno público, de domínio não definido ou mesmo alheio, localizado
em áreas sem urbanização ou melhoramento. (CITIES ALLIANCES, 2002, citado por
MICOA 2012) .

Em suma, assentamentos informais são zonas em constante crescimento, que não oferecem
aos seus residentes condições de vida minimamente aceitáveis apesar de existir neles aspectos
bastantes atractivos, sobretudo no que diz respeito a sua localização favorável em relação aos
centros de emprego e de serviço.

Feita análise das abordagens que estes autores colocam pode-se notar que centram as suas
ideias na questão da ocupação e organização da população num determinado espaço
geográfico bem como na forma em que a mesma, usa os recursos neles existentes e
consideram assentamentos informal a todo aglomerado humano, que é feita de forma
acelerada sem observância dos princípios do ordenamento territorial.

Características dos assentamentos informais

MICOA (2010:4), Santos 2009 e MENDES 2011 avançam como características dos
assentamentos informais as seguintes:

 Ocupação desordenada e espontânea do espaço físico;


 Ocupação física sem espaço habitacional definido e suficiente;
 Sem habitação segura e durável;
 Deficientes vias de acesso;
 Ocupação de lugares inadequados com risco de inundações e enxurradas,
 Baixo nível de Integração Social que retira a qualidade de cidadania a população
destas zonas;
 Inexistência de espaços públicos organizados e insuficientes serviços sociais: escolas
Serviços Médicos mercados comércio organizado administração pública, polícia,
equipamentos de lazer edifícios religiosos adequados e dignificados equipamentos
desportivos e culturais, bancos etc.;
 Falta de segurança em relação à ocupação do talhão;
 Ignorância dos direitos legais e dos mecanismos aos quais apelar para a defesa dos
direitos próprios;
 Inacessibilidade ao crédito distância (psicológica e física) as autoridades municipais;
 Falta de um espírito comunal e de motivação para iniciativas associativas;
 Acesso insuficiente ao saneamento básico;
 Acesso insuficiente à água potável;
 Falta de cuidados básicos de saúde;
 Elevada taxa de pobreza e desemprego.

A mesma fonte refere que todos os aspectos acima mencionados existem em todos os
assentamentos informais e com o mesmo grau de incidência, mas estes são problemas que
devem ser considerados ao conceber uma estratégia de intervenção para o melhoramento dos
problemas de assentamentos informais.

Assentamentos rurais

O termo assentamento rural para Bergamasco et.al. (1997, p.11), no contexto da reforma
agrária brasileira, diz respeito a um espaço preciso em que a população será instalada, por um
longo período. “É uma transformação num referido espaço físico, contendo assim, o aspecto
de um território realmente habitado e trabalhado por um grupo cujo objectivo é a exploração
deste espaço”. No Brasil a definição de assentamento rural “esteve atrelada a uma actuação
estatal direccionada ao controle e à delimitação do novo ‘espaço’ criado, e, por outro lado, às
características dos processos de luta e conquista de terra, encaminhados pelos trabalhadores
rurais” (LEITE, 2005,p.43). Para esse autor a definição do estado está relacionada como uma
colonização dirigida e regularização fundiária e para os agricultores a definição está mais
fortemente ligada a uma reforma agrária.

Seguindo uma definição sobre assentamento rural, Zimmermann (1994, p.205) destaca que
“O assentamento é estudado enquanto um espaço de relações sociais onde as características
heterogéneas individuais, homogeneizadas no processo de luta pela terra, ressurgem em bases
novas”.

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