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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

GRUPO DE PESQUISA: SEMINÁRIO TEMÁTICO

PESQUISAS NARRATIVAS: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E


ESPISTEMOLÓGICOS

Resenha do texto:

Diálogos cruzados sobre pesquisa


(auto)biográfica: análise
compreensiva-interpretativa e
política de sentido

Elizeu Clementino de Souza

PROF.ª DRª ECLEIDE CUNICO FURLANETTO


PROF.ª DRª MARIA DA CONCEIÇÃO PASSEGI

DOUTORANDA: IVANICE NOGUEIRA DE CARVALHO GONÇALVES


Elizeu apresenta no texto Diálogos cruzados sobre pesquisa (auto)biográfica:
análise compreensiva-interpretativa e política de sentido, importantes questões que
precisam e merecem ser discutidas com muita honestidade. Como a p olaridades e
discussões empreendidas sobre o lugar que ocupa o biográfico na esfera entre
público e privado, respeito ao biografado e o trabalho de construção das
biografias.
O autor traz um percurso histórico sobre o avanço das pesquisas com
narrativas a partir dos anos 20 para os dias atuais. Segundo Elizeu, houve
avanço na perspectiva da pesquisa, do ponto de vista da pesquisa acadêmica
tradicional e no Brasil, o debate no momento se vincula a questões jurídicas do
que o enfrentamento na sociedade contemporânea.
Ele coloca como centro das questões a censura sobre a vida por meio
das discussões sobre as biografias e suas interdições, com base em um
estatuto jurídico e legal, que implica na “castração” das representações sobre a
vida e em suas múltiplas complexidades.
Ampliando as reflexões sobre pesquisa (auto)biográfica e narrativas de
formação no campo educacional, é destaque para os modos como se
constroem as redes de pesquisas e práticas de formação, e as formas de
sistematizar questões sobre análise compreensiva-interpretativa de narrativas,
adotando como referências as questões teórico-metodológicas no campo da
pesquisa (auto)biográfica.
Os diálogos cruzados, a análise compreensiva-interpretativa e política de
sentido são amplamente debatidos e Elizeu afirma que as narrativas
(auto)biográficas configuram-se como corpus de pesquisa recolhidos de forma
oral e/ou escritas, e como corpus de análise construídas e recolhidas em
processos de pesquisa e/ou práticas de investigação e/ou formação centradas
nas trajetórias, percursos e experiencias humanas, marcadas pela história e
subjetividade das narrativas.
A análise compreensiva-interpretativa das narrativas se estrutura em três
tempos, sendo a pré análise e leitura cruzada para construção do perfil dos
participantes da pesquisa; a leitura temática ou unidades de análise temática e
descritiva para construção do perfil biográfico dos participantes; e por fim,
análise interpretativa-compreensiva dos processos e corpus das narrativas.
Esses três tempos evidenciam as relações entre os objetos e/ou práticas
de formação numa perspectiva colaborativa de seus objetivos e do processo de
investigação-formação, para apreender regularidades e irregularidades de um
conjunto de narrativas orais ou escritas, que partem sempre da singularidade
das histórias e das experiências contidas nas narrativas individuais e coletivas
dos participantes da pesquisa e/ou formação.
Para compreendermos as narrativas de formação no cotidiano escolar,
homofobia e trabalho docente, Elizeu sistematiza aspectos relacionados às
narrativas sobre trabalho docente, cotidiano escolar e homofobia, a partir de
narrativas construídas por professores e professoras.
Como vivemos numa sociedade marcada pela pluralidade de imagens e
de diferenças socioculturais, a referência - Projeto Direitos Humanos e
diversidade afetivo-sexual na escola: homofobia, trabalho docente e cotidiano
escolar, se deu a partir de ações que fortaleceram práticas autônomas, no que
tange às Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB) e os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), adequando-os às condições locais
no contexto das reformas atuais da Educação Básica.
À escola, no entanto, cabe o papel de desenvolver seu Projeto Político
Pedagógico com ênfase na diversidade e singularidade das relações que os
indivíduos estabelecem consigo próprios e com os outros. Nesse sentido, as
políticas de formação de professores poderão contribuir para a superação de
práticas normalizadoras no cotidiano escolar.

A iniciativa da proposta teve como ponto central a discussão e


planejamento de Seminário de Formação sobre direitos humanos e diversidade
sexual na escola. O projeto partiu das experiências, lembranças/memórias de
formação dos professores e suas implicações com a diversidade e suas
múltiplas expressões no cotidiano social-escolar. E Elizeu nos propõe
questionamentos de como desenvolvemos nossas práticas, tendo em vista a
assunção das identidades e o respeito às diferenças? Como podemos viver os
projetos de igualdade e respeito à diversidade, tão presente e marcadas na
sociedade brasileira? De que maneira a escola pode tornar-se um território
favorável à aprendizagem do convívio com a diferença?
O autor também afirma a sua compreensão de educação como um
processo de autotransformação do sujeito que envolve e provoca
aprendizagens em diferentes domínios da existência, evidencia-se o processo
que acontece em cada sujeito, traduzindo-se na dinâmica que estrutura ou é
estruturada por cada um no seu modo de ser, estar, sentir, refletir e agir.

Também esclarece que a educação e a formação não se dão por


transmissão e aquisição de saberes, na transferência de competências
técnicas e profissionais e tampouco na assertiva das potencialidades
individuais. Ele acredita na perspectiva epistemológica da formação
experiencial, por entender o processo de formação centrado na pessoa e na
globalidade da vida.

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