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As Viagens iniciáticas

INTRODUÇÃO

Todos nós guardamos o momento da nossa iniciação como um momento único. Foi o
nosso primeiro contato pessoal e espiritual com a Ordem, onde fomos submetidos às
viagens iniciáticas, a da Terra, do Ar, da Água e do Fogo. Cada uma com a sua
simbologia, seguindo caminhos e significados diferentes, e representam níveis através
dos quais é obrigado a passar para que, ao final, o candidato possa receber a Luz de
verdade, após ser bem guiado e conduzido.

DESENVOLVIMENTO

A Terra

O candidato, após ser vendado percebe que está se desligando da luz física do mundo
profano e se encaminhando a Verdadeira Luz, aquela que lhe ajudará a desvendar os
augustos mistérios. O irmão terrível nos prepara e somos encaminhados a câmara de
reflexão, para fazermos nosso testamento, como um encarcerado numa masmorra e
cercado de emblemas da mortalidade e de frases alusivas, onde ficamos nem nus, nem
vestidos e nos é recolhido tudo quanto seja de metal ou represente valor. Em seguida
nos ajudam a ficar de camisa, com o peito e o braço esquerdos desnudos, e com a
perna da calça do lado direito acima do joelho, com o pé direito descalço. Somos
colocados em posição de meditação, onde aguardamos pensativos sobre toda a
jornada antes desse momento. Conduzidos à porta do Templo, ao chegar no átrio, e
apresentado como temerários forçando a porta do templo, que caminhando nas
trevas e despojado de todas as vaidades, desejava receber a Luz. Foi quando pela
primeira vez, fui identificado como sendo uma pessoa livre e de bons constumes, e que
meu coração era sensível ao bem, repondendo o nome, profissão, endereço e
nacionalidade.

Ao entrar no templo, ouço a leitura da Declaração de Princípios da Maçonaria


Universal, tendo responsabilidades e deveres para com a Sociedade e para com a
Humanidade e necessidade de progredir, sendo-nos exigido o cumprimento dos
deveres e enormes sacrifícios.

Fiz um Juramento de Honra, prestado sobre a Taça Sagrada junto ao Altar e após
provar a bebida doce e depois a amarga, fui retirado carregado do Oriente.
A Primeira Viagem – O Ar

A primeira viagem, talvez seja a mais difícil de ser realizada. Um caminho repleto de
obstáculos, ruídos e som de trovões, ventania, lugares para pular e outros para abaixar
a cabeça, seguindo com confiança na escuridão, sabendo que estava guiado por um
irmão, de forma segura me fazendo ultrapassar todos os medos e obstáculos,
reconhecendo nesse momento que vendado, não chegaría a lugar algum, sem a
assistência de um braço protetor.

Está feita a primeira viagem, representada pelo segundo elemento, o ar.


“O Ar é o símbolo da vitalidade ou da vida, é um emblema natural e próprio da vida
humana com as suas correntes, agitações, e estagnações, o seu cansaço e energias, as
suas tempestades e calmarias e suas perturbações e equilíbrios elétricos. ”
Finalmente assim como depois do temporal vem a calmaria, o crescimento é sujeito as
variações, que apesar das dificuldades, é necessário coragem e perceverança para
vencer as paixões, submeter às vontades e fazer progressos na Maçonaria.
Representando o progresso de um povo. O progresso da vida em geral.

A Segunda Viagem - A água

O início da segunda viagem é representado pelo estalido de metais, que dão a ideia de
um combate de espadas batidas umas contra as outras, significando as nossas lutas
pessoais contra as forças malignas, o egoísmo, as paixões, ignorância e superstição.
Novamente sendo guiado dessa vez em um terreno sem obstáculos cuidadosamente,
paro e me perguntam novamente por que devo ser concebido maçom, e meu
condutor responde: por ser livre e de bons constumes. Pedem que então que eu seja
purificado pela água, como nos batismos da Judéia, de São João, nosso padroeiro.

Está feita a terceira viagem, após ter as mãos lavadas na água, que representa o
oeceano, que banha as praias, continentes e ilhas, representando o povo, cujo serviço
dedicam-se os verdadeiros Maçons. As suas correntes são como as da opinião popular,
de que as nações são parte. Assim como o marinheiro se lança aos riscos dos
naufrágios, e de ser tragado pelas ondas, assim também o patriota, que quer servir ao
povo, deve arriscar-se a tornar-se lhe odioso e a ser esmagado pela sua fúria cega.
A Terceira Viagem – O Fogo

Na terceira viagem não temos obstáculos, somos guiados com calma, fazendo-nos
subir e descer degraus, após uma pausa, estando em condições de receber a luz,
passamos pela purificação das chamas, assim como nas iniciações egípcias, onde era
feito uma caminhada sobre o braseiro, no interior das pirâmides, passamos as mãos
sobre chamas para sentir o seu calor, porém sem ferir.

Conclusão:

Após passar pela terceira e última viagem, sendo purificado pela água e pelo fogo,
estamos simbolicamente limpos de quaisquer nódoa do vício.
Nos é lembrado que devemos dedicar parte do nosso trabalho maçônico em socorrer
os necessitados, as viúvas e os órfãos, e de todo coração, cumprindo não só um dever
maçônico, como também uma das finalidades desta loja. Prometendo praticar a
solidariedade humana, sempre que possível, amparando a todos, sem ostentação, sem
vaidade, sem orgulho, coma verdadeira humildade maçônica, guardando desde ato,
profundo segredo.

Referências

1. "https://www.brasilmacom.com.br/a-grande-viagem-e-os-4-elementos".
2. "https://focoartereal.blogspot.com/2019/11/maconaria-um-mar-revolto.html".
3. Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçon – Rito Escocês Antigo e Aceito (2009)

São Luís, 30 de março de 2023 (E.V.)

Marcos Ferreira Gomes da Silva


Ap...M...
CIM 329810

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