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de todos os outros povos.

Tudo isso fará com-preender o que é o


judeu, e cada judeu de per si sentir-se-á honrado de sua condição
de pertencer ao povo de Deus.

O autor não se preocupa com divagações ou conceitos filosóficos —


como Philon, judeu alexandrino, que afirmava que a maior perfeição
que se atinge é o êxtase do profeta, no qual a luz da consciência
individual se manifesta submersa "na consciência divina". Sendo o
êxtase um elemento novo no desenvolvimento da psique humana,
Abraão de Almeida, como crente em nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo, entende mais que Philon qual o verdadeiro êxtase
que envolve aqueles que recebem a promessa do Pai.

Abraão de Almeida, portanto, não discute dogmas, mas procura


mostrar, e o faz com rara facilidade, o papel que a nação judaica
desempenha no contexto de todos os acontecimentos que envolvem
a Igreja do Senhor Jesus Cristo — a coluna e firmeza da verdade.

Israel, Gogue e o anticristo expõe como o povo judeu surgiu na


esteira do século, integrando-os e inteirando-os como guardador
dos oráculos divinos, e como esse povo pôde vencer todas as
vicissitudes — suportando sofrimentos, angústias, desterros e
extermínios inexoráveis. Esclarece ainda pontos escatológicos
obscuros para muitos leitores, mesmo os mais cultos.

A nação israelita será envolvida nos últimos acontecimentos. Gogue


e o anticristo desempenharão seus papéis, porém serão derrotados,
e Israel alcançará o desideratum determinado por seu Deus — o
glorioso Deus de Abraão, Isaque e Jacó; o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, o Deus de toda a graça; o Deus que é o
criador do Universo, que é a causa intrínseca e eficiente de todas as
coisas criadas, visíveis e invisíveis.

Como dissemos, Abraão pesquisou e analisou. História não se


forrageia. Cita-se. Ninguém pode ser açoitado pelo fato de se
fundamentar exclusivamente em fatos históricos, pois todos os
conhecedores de história, ou historiadores, dependem de
informações das fontes históricas, e justamente neste particular
consiste o peso e o valor deste livro.

Além da parte estritamente espiritual — que é a principal — esta


obra é um excelente repositório histórico, onde Israel é apresentado
no lugar de destaque que a história lhe conferiu e onde a figura
vértice de todos os acontecimentos humanos — nosso
Senhor Jesus Cristo — permanece cintilante no brilho que ilumina o
coração daqueles que crêem no seu nome.

Israel, Gogue e o anticristo deve ser lido por todas as pessoas


de bom gosto e, especialmente, pelo povo de Deus, que encontrará,
sem dúvida, motivação maior para a sua vida espiritual,
conseguindo ao mesmo tempo conhecer tantos fatos sobre a vida
desse povo sofrido mas vencedor, que é a nação israelita, a qual na
verdade é amada pelos cristãos verdadeiros — os evangélicos. São
estes os que oram pelo povo israelita e o defendem, sabendo que o
cumprimento das profecias relativas à posição da Igreja no mundo
está intimamente relacionado com o que suceder a Israel, o povo de
Deus.

Poderiamos dizer muito mais sobre este livro, porém julgamos


desnecessário, porque a própria obra fala melhor.

João Pereira de Andrade e Silva [De saudosa memória]

Prefácio 2

Ao assumir a diretoria executiva da Casa Publicadora das


Assembléias de Deus, tracei como uma das minhas principais metas
a edição de livros, por acreditar no papel preponderante da boa
literatura para a formação intelectual e edificação cristã da Igreja. Na

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