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RECIFE
2021
LEVI, PRIMO. Os afogados e os sobreviventes: os delitos, os castigos, as penas, as
impunidades. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
CAPÍTULO 3, COMENTÁRIO: Nesse capítulo o autor reflete, mais uma vez, agora
de forma mais abrangente, sobre a vergonha, pois já o tinha feito aqui e ali em outras partes
da obra. Em especial me peguei pensando na sua reflexão acerca do suicídio. Albert Camus
em "O mito de Sísifo" abre a obra dizendo que só há um indagamento filosófico realmente
sério: o suicídio. Gosto da frase de Camus, e carrego comigo parte de sua reflexão filosófica,
e ela é passível de relação com o que diz Levi. Levi diz que no lager há pouco espaço para o
suicídio, pois ele é algo do homem, mas o homem no lager é um animal.
Se como Camus diz, o suicídio é um indagamento filosófico, logo é algo que foge aos
animais, logo foge aos homens do lager. Isso é interessante de se pensar. O sofrimento lá era
tamanho e o tempo para refletir tão pouco que a ocorrência do suicídio era pequena, como não
era a ocorrência disso no pós-libertação. Me faz lembrar da música "Enemies" da rapper
brasileira Cristal, que afirma ver inimigos no espelho, ou seja, você vê você, um inimigo de si
mesmo. Os pensamentos também são seus inimigos. Livre estavam daquele sofrimento físico,
mas do psicológico jamais. As memórias sempre estariam ali, e de volta a vida "normal"
sobraria tempo para pensar em tudo vivido, logo o suicídio seria algo muito mais desejoso.
Também é interessante pensar, como ele diz, que as "melhores" pessoas morreram no
lager. Sempre pensamos que todos dentro dos campos, os oprimidos, são "santos", como ele
argumenta no capítulo anterior, mas ser um "santo" lá dentro, significa morrer. Se você quer
sobreviver você deve ser cruel, egoísta, e isto também é parte do sentimento que carregam as
pessoas que habitaram o "campo cinzento", criação macabra dos lager, uma ordem tão
demoníaca que deve-se viver como um bicho se quiser sobreviver.
CAPÍTULO 4, RESUMO: Nesse capítulo o autor reflete, mais uma vez, agora de
forma mais abrangente, sobre a vergonha, pois já o tinha feito aqui e ali em outras partes da
obra. Em especial me peguei pensando na sua reflexão acerca do suicídio. Albert Camus em
"O mito de Sísifo" abre a obra dizendo que só há um indagamento filosófico realmente sério:
o suicídio. Gosto da frase de Camus, e carrego comigo parte de sua reflexão filosófica, e ela é
passível de relação com o que diz Levi. Levi diz que no lager há pouco espaço para o suicídio,
pois ele é algo do homem, mas o homem no lager é um animal.
Se como Camus diz, o suicídio é um indagamento filosófico, logo é algo que foge aos
animais, logo foge aos homens do lager. Isso é interessante de se pensar. O sofrimento lá era
tamanho e o tempo para refletir tão pouco que a ocorrência do suicídio era pequena, como não
era a ocorrência disso no pós-libertação. Me faz lembrar da música "Enemies" da rapper
brasileira Cristal, que afirma ver inimigos no espelho, ou seja, você vê você, um inimigo de si
mesmo. Os pensamentos também são seus inimigos. Livre estavam daquele sofrimento físico,
mas do psicológico jamais. As memórias sempre estariam ali, e de volta a vida "normal"
sobraria tempo para pensar em tudo vivido, logo o suicídio seria algo muito mais desejoso.
Também é interessante pensar, como ele diz, que as "melhores" pessoas morreram no
lager. Sempre pensamos que todos dentro dos campos, os oprimidos, são "santos", como ele
argumenta no capítulo anterior, mas ser um "santo" lá dentro, significa morrer. Se você quer
sobreviver você deve ser cruel, egoísta, e isto também é parte do sentimento que carregam as
pessoas que habitaram o "campo cinzento", criação macabra dos lager, uma ordem tão
demoníaca que deve-se viver como um bicho se quiser sobreviver.