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Economia
cafeeira
O problema do café no Brasil:
tendência ao desequilíbrio
externo
A libertação trouxe consigo novos problemas de
financiamento […] significou não somente a perda do
braço escravo, mas também a necessidade de realização
de enormes investimentos […] também uma grande
necessidade de capital de movimento para pagamento de
salários.
Defim Netto
Com mão de obra escravizada: não havia tendência ao desequilíbrio externo
Celso Furtado
renda de exportações
cafeicultores assalariados
consumo
...
Fatores do setor de subsistência passam para o mercado → aumento da produtividade
econômica → aumento da produtividade do conjunto da economia
Obs.: expansão só é possível porque não há pressão por aumento de salário real
nem pelo preço real da terra
Lucros: retidos pelo empresários e de natureza monetária (maiores lucros decorrentes das
flutuações dos preços do café e não do aumento da produtividade)
15
10
Ciclos
Aumento de demanda, 5
escassez de oferta =
aumento de preços
0
1851
1853
1855
1857
1859
1861
1863
1865
1867
1869
1871
1873
1875
1877
1879
1881
1883
1885
1887
1889
1891
1893
1895
1897
1899
1901
1903
1905
Aumento na oferta,
quebra na demanda =
queda nos preços
defasagem entre o impulso de exportações e Taxa de câmbio
importações (pence/mil-réis)
30,000
25,000
20,000
Problema: tendência ao desequilíbrio externo
15,000
10,000
1870.01
1871.08
1873.03
1874.10
1876.05
1877.12
1879.07
1881.02
1882.09
1884.04
1885.11
1887.06
1889.01
1890.08
1892.03
1893.10
1895.05
1896.12
1898.07
1900.02
1901.09
1903.04
1904.11
1906.06
1908.01
1909.08
Fonte: ipeadata
Anexo – síntese das contas do balanço de pagamentos
“Socialização da perdas”
20000
Produção brasileira
de café 15000
5000
0
“clima de crise”, mas diagnóstico de superprodução só aparece em 1906
↓
Grande queda dos preços externos
Pressupostos:
• “monopólio” do Brasil no mercado mundial de café
• possibilidade que o café estocado pudesse ser colocado no mercado em um momento futuro
O Convênio dava realmente a impressão de um passe de
mágica, pois permitia resolver o problema sem custo
aparente para o País: realizava-se um empréstimo externo,
comprava-se café, os preços subiriam e, com uma taxa de
exportação e com a venda posterior dos cafés retirados do
mercado, o empréstimo seria resgatado.
Defim Netto
crise estrutural;
resultante de uma superprodução;
agravada pela não existência de alternativas de investimentos.
“esquema” inconsistente:
mecanismos eram eficientes no curto prazo para proteger a cafeicultura, mas tinham efeitos negativos
a longo prazo (queda de preço)
crise de superprodução tendia a se tornar estrutural, pois estímulos artificias levavam ao aumento da
produção:
com a manutenção do preços o café tinha vantagem relativa com relação a outros produtos +
disponibilidade de recursos produtivos (terra, mão de obra) → ampliação da plantação
20000
Produção e exportação
15000
anual de café
(1000 sacas de 60kg)
10000
Fonte: Bacha e Greenhill (1992)
5000
0
1900
1901
1902
1903
1904
1905
1906
1907
1908
1909
1910
1911
1912
1913
1914
1915
1916
1917
1918
1919
1920
1921
1922
1923
1924
1925
PRODUÇÃO EXPORTAÇÃO
Continuação dos programas de valorização do café:
Bons lucros + “problema nacional”
Epitácio Pessoa
Mercado Cafeeiro
Sem Defesa Defesa
intervenção esporádica permanente
governamental
Intervenções: Instituto de
1906 Defesa do Café
Até 1906 1917 de São Paulo a
1921 partir de 1924
15000
Segunda metade da década
de 1920: produção duplicada 10000
e exportações estabilizadas =
grande crise de 5000
superprodução
0
1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929
1927 – 1929: maiores inversões em estoques (entrada de capitais privados estrangeiros no país)