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sexta-feira, 10 de Dezembro de 2004 I SÉRIE - Número 48

,
BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

2.° SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Artigo 1. São introduzidos. o n.· 38 do artigo 9 e a alínea k)
do n.· 1 do artigo 11 e alterados, os n." 1 e 2 do artigo 9-A.
a alínea a) e o item iv) da alínea b) do R.' 1, ambos do artigo 11,
AVISO o item v) da alínea b) do n," 1 do artigo 18 e o n.· 8 do artigo 20.
todos do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado,
A matéria a publicar no «Boletim da República»
aprovado pelo Decreto n.· 51198, de 29 de Setembro, passando
deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, .a ter a seguinte redacção:
uma por cada assunto, donde conste, além das indi-
cações necessárias para esse efeito, o averbamento "Artigo 9
seguinte. assinado e autenticado: Para publicação no (TrIIR.ml." de bene e prealaçOea de •••••lçoa '.enla)
«Boletim da República.»
Estão isentas do imposto:
1 .
SUMÁRIO 2 .
Conselho de Ministros: 3 .
Decreto R.· 5512004: 4 .
Introduz o n.· 38 do artigo 9 e a alínea k) do n.· 1 do artigo 11 ~ .
e altera. o n.· 1 e o n.· 2 do artigo g A. a alínea a) e o
e

6 .
item iv) da a1lneab) do n.· 1. ambos do artigo 11. o item v) da
alínea b) do n.· 1 do artigo la e o n.· 8 do artigo 20, lodos do 7 .
Cõdigo do Imposto sobre o ValorAcrescentado. aprovado pelo 8 .
Decreto n.· 51198. de 29 de Setembro.
9 .
Decreto R.· 5&12004: 10 .
Aprova o Regulamento da Lei das Instituições de Crédito e II , .
Sociedades Financeiras e revoga os Decretos n.· 45194. de
12 de Outubro e n.· 1112001.de 20 de Março. 12......•.................................................................
13............................................•...........................
Oecr8lo n.' 5712004:
14 .
Aprova o Regulamento das Microfinanças. e revoga O
Decreto n.· 47198. de 22 de Setembro. 15 .
16 .
Conselho Nacional da Função Pública:
17............................................•...........................
ResoIUVIo R.· 11I2OO4: 18 .
Cria funções de direcção, chefia e confiança a vigorar nas autar-
quias locais e aprova os respectivos qualificadores profissionais. 19 .
•••••••••••••••••••••••••••••••• 20 .
21. .
CONSELHO DE MINISTROS
22 .

Decreto n.o 5512004 23 .


del0.de Dezembro
24 .
25 .
Havendo necessidade de introduzir alterações em algumas
26 ....................................................•...................
disposições do Código do Imposto Sobre o Valor Acrescen-
tado, aprovado pelo Decreto n," 51198. de 29 de Setembro, o Con- 27 .
selho de Ministros, no uso das competências atribuldas pelo 28 .
R.' 1 da artigo 72 da Lei n.· 15nOO2, de 26 de Junho. decreta: 29 .
528 (54) I SÉRiE - NÚMERO 48

ARTIGO \ \2 ARTIGO 117


·raxa. d. câmbio. coml•• õ" Requlsltol
1. As taxas de câmbio praticadas pelas casas de câmbio Para além dos requisitos exigíveis à generalidade das
devem ser afixadas em lugar visível ao público e obedecerão sociedades financeiras, as sociedades emitentes ou gestoras
ao que a cada momento for determinado pelas normas emi- de cartões' de crédito devem ainda:
tidas pelo Banco de Moçambique. a) Adoptar a forma de sociedades anónima;
2. As casas de câmbio poderão cobrar comissões sobre as b) Ter o capital obrigatoriamente representado por acções
operações efectuadas como remuneração da prestação de ser- nominativas ou ao' portador registadas.
viços ao público, devendo estar patente ao público a respectiva
tabela de comissões. ARTIGO 118

ARTIGO It3 Condições Oerals de utilização


Letreiro I. As entidades emitentes de cartões de crédito devem,
É obrigatória a fixação de letreiro com a denominação elaborar as respectivas condições gerais de utilização de
social da instituição autorizada, seguida da designação CASA acordo com as normas e princípios de- direito aplicáveis,
DE CÂMBIO, em 'língua portuguesa. tendo em atenção. as normas e instruções emitidas pelo
Banco de Moçambique .
. SECÇÃO VI!
2. Das condições gerais de utilização devem constar os
Casas de desconto
direitos e obrigações das entidades emitentes e dos titulares
ARTIGO 114 de cartões, designadamente a discriminação de todos os encar-
Operações permitidas gos a suportar por estes últimos.
No exercício do seu objecto, estabelecido na alínea d) do ARTIGO 119
n." 2 do artigo 2 da Lei das Instituições de Crédito e Socie- Competinolas do Banco de Moçambique
dades Financeiras, as casas de desconto apenas poderão
realizar as seguintes actividades e
operações: Compete ao Banco de Moçambique:

a) Desconto de títulos cambiários, nomeadamente letras a) Definir as condições para a emissão e a utilização
e lívranças; dos cartões de crédito, e de outros meios de paga,
mento previstos no artigo II 6 deste Regulamento;
b) Desconto de obrigações emitidas por empresas à luz
da Lei Comercial; b) Ordenai a suspensão de cartões de crédito e de outros
c) Desconto e operações análogas relativas a títulos, em meios de pagamento cujos critérios de utilização
geral, e outros instrumentos equiparados ou com- violem as condições definidas pelo Banco de Mo-
plementares que a lei lhes não proíba: çambique referidas na alínea anterior e outras em
vigor, ou conduzam a um desequilíbrio das pres-
d) Prestação de serviços acessórios ou complementares
tações atentatório da boa-fé.
às operações referidas nas alíneas anteriores, que
a lei lhes não proíba. ARTIGO 120

ARTIGO 115 Entidades emitentes


Operações vedadas Para além das sociedades emitentes ou gestoras de-cartões
Salvo quando devida e. previamente autorizado pelo Banco de crédito apenas podem emitir ou gerir cartões de crédito os
de Moçambique está vedado às casas de desconto proceder bancos e as instituições de crédito para o efeito especialmente
ao desconto de títulos de dívida pública e
de títulos da auto- autorizadas pejo Banco de Moçambique.
ridade monetária.
SECÇÃO VIII
SocIedades Gestoras ou emitentes de cartões de crédito
ARTIGO 110 Decreto n,o 57/2004
Operações permitidas
de 10 de Dezembro
I. No exercício do seu objecto estabelecido na alínea x)
As alterações operadas na Lei n." 15199, de 1 de Novembro
do n." 2 do artigo 2 da Lei das' Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras as sociedades emitentes ou gestoras - Lei das Instituições. de Crédito e Sociedades Financeiras-
de cartões de crédito podem apenas efectuar as seguintes pela Lei n," 912004, de 21 de Julho, nomeadamente através
operações ou prestar os seguintes serviços: da criação dos microbaricos e da definição de microfinanças,
suscitam O estabelecimento de um quadro regulador geral
a) Emitir ou gerir cartões de crédito; das rnicrofinanças que considere não só os rnicrobancos,
b) Gerir outros meios de pagamento, electrónicos ou mas igualmente os outros operadores de micro finanças, com
não, nomeadamente cartões de débito; excepção dos bancos.
c) Prestar quaisquer serviços relativos a sistemas bancá- Nestes termos, o Conselho de Ministros, no uso das com-
rios de pagamentos nacionais' e internacionais; petências atribuídas pelas disposições conjugadas da alínea j)
d) Prestar serviços relativos a sistemas electrónicos de do artigo 3,da alínea b) do n." 4 do artigo 7 e do artigo 118,
pagamento e de gestão de informação de dados todos da Lei das Instituições de Crédito e Sociedades Finan-
relativos à actividade bancária; ceiras, actualizada nos termos acima referidos, decreta:
e) Realizar actividades complementares às operações e Artigo 1. É aprovado o Regulamento das' Microfinanças,
serviços referidos nas alíneas anteriores. em anexo ao presente Decreto e que dele é parte integrante.
2. Para efeitos do presente Diploma, não se consideram Art. 2. Os operadores de microfinanças abrangidos pelo
cartões de' crédito os cartões emitidos para pagamento de
Regulamento anexo e que se encontrem a. operar, deverão
bens ou serviços fornecidos pela empresa emitente.
adequar-se às suas disposições até 30 de Junho de 2005.
/0 DE DEZEMBRO DE 2004
528-(55)
Art. 3.É revogado o Decreto n." 47/98, de 22 de Setembro, g) Depósito - contrato pelo qual uma entidade recebe fundos
e a demais legislação que o contrarie, passando as entidades de outra, ficando com O direito de deles dispor para
a ele sujeitas a regular-se nos termos do Regulamento anexo os seus negócios e assumindo a responsabilidade de
ao presente Decreto, restituir outro tanto, com ou sem juros. no prazo
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 27 de Outubro convencionado ou a pedido do depositante;
de 2004. h) Intermediários de captação de depósitos - as entidades
Publique-se. registadas nos termos deste Regulamento para o
exercício de funções de intermediação na captação
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
de depósitos;
i) Microbancos - instituições de crédito que têm por objecto
principal o exercício da actividade bancária restrita,
operando nomeadamente em microfinanças, nos
termos definidos na legislação aplicável;

Regulamento das Microfinanças j) Monitorização - mero acompanhamento, pelo Banco


de Moçambique ou por outra entidade agindo em
seu nome, da prestação de serviços financeiros por
CAPÍTULO I operadores habilitados, que não sejam instituições
Disposições gerais de crédito nem sociedades financeiras, focalizado
na recepção de informação de carácter geral e perio-
SECÇÃO I dicidade normalmente dilatada sobre os serviços
Objecto, definições, âmbito e categorias financeiros por eles prestados, nomeadamente para
fins estatísticos. tendo em vista o seguimento da
ARTIGO I actividade financeira por eles desenvolvida;
Objecto e definições k) Operações de reduzida e média dimensão - serviços
financeiros prestados por um operader de micro-
1. O presente Regulamento estabelece o regime jurídico das
finanças nos termos previstos neste Regulamento e
micro finanças e respectivos operadores, excluindo os Bancos
cujo valor, individualmente considerado, não ultra-
que operem neste sector, salvas as excepções legalmente
estabelecidas. passe o limite fixado pelo Banco de Moçambique;
I) Organizações de poupança e empréstimo. - organiza-
2. Para efeitos do número anterior entende-se por micro-
finanças a actividade que consiste na prestação de serviços ções, registadas nos termos deste Regulamento como
financeiros essencialmente em operações de reduzida e média operadores de microfinanças, cuja natureza e forma,
dimensão. admitida na lei, pressuponha a existência de membros
e o carácter associativo e ou cooperativo entre os
3. A dimensão das operações realizadas pelos operadores
mesmos, nomeadamente as organizações com base
de microfinanças previstos neste Regulamento deverá respeitar na comunidade;
o preconizado no número anterior. nos termos que vierem a ser
estabelecidos pelo Banco de Moçambique para cada categoria m) Operadores de microcrédito - as entidades registadas
ou tipo de operador. nos termos deste Regulamento apenas para o exer-
cício, de forma habitual e profissional, de funções
4. Para efeitos deste Regulamento entende-se por:
de crédito, as quais não poderão ser sociedades
a) Crédito - acto pelo qual uma entidade, agindo a título comerciais:
oneroso. coloca ou promete colocar fundos à
n) Supervisão prudencial - a que se centra na fiscalização
disposição de uma outra entidade contra a promessa
e acompanhamento, pelo Banco de Moçambique
de esta lhos restituir na data de vencimento. ou contrai.
ou por outra entidade agindo em seu nome, do
no interesse da mesma, uma obrigação por assinatura;
cumprimento de normas de natureza prudencial,
b) Caixa económica - microbanco que se caracteriza pelo nomeadamente sobre rãcío de solvabilidade, reser-
facto de ser participado por lima instituição sem fins vas obrigatórias e limites de risca, entre outros
lucrativos, de fins sociais ou de solidariedade social, rácios e limites prudenciais, tendo em vista, especi-
que com e.e mantenha uma relação de domínio; ficamente, quer a protecção do sistema financeiro
c) Caixa, de Poupança Postal - microbanco que se como um todo, quer a segurança dos fundos do pú-
caracteriza pelo facto de ser participado por uma blico depositados em cada instituição em particular.
empresa de prestação de serviços postais ou similares,
5. Para efeitos da alínea g) do número anterior, não se consi-
que com ele mantenha uma relação de domínio, e que dera recepção de depósitos:
usa a sua rede de infra-estruturas e serviços para o
exercício da actividade; a) A guarda de valores;

d) Caixa Financeira Rural - micro banco que se caracte- b) Os adiantamentos efectuados pelo mutuário como forma
riza pelo enfoque da sua actividade no meio rural; de comparticipação no crédito;
e) Caixa Geral de Poupança e Crédito - microbanco não c) Os pagamentos do crédito pelo mutuário, antes da data
sujeito a qualquer das condicionantes dos demais de vencimento. a título de amortização;
tipos de microbanco, referidas nas alíneas b), c) ti) A entrega de valores monetários pelo mutuário, em
e ti) deste número; garantia do crédito a conceder.
f) Cooperativas de crédito - instituições de crédito cons- 6. Para efeitos das alíneas b) e c) do n" 4 deste artigo, quanto
tituídas sob a forma de sociedades cooperativas. à relação de domínio. aplicar-se-ã o disposto na alínea I) do n," 2
cuja actividade é desenvolvida a serviço exclusivo do artigo 2 da Lei das Instituições de Crédito e Sociedades
dos seus sócios; Financeiras, sobre relação de domínio.

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528-(56) I SltRIE - NÚMERO 48

ARTIGO 2 SUBSECÇÃO 1\

Âmbito de ~pllcação e categorias de operadores Regime de autorizações e ~e registo dos rnlcrobancos


e das cooperativas de crédito
O presente Regulamento abrange as seguintes categorias de
operadores de micro finanças: ARTIGO 8
a) Categoria A: Operudores de microfinanças que rece- Autorização de constituição
bem depósitos do público;
A constituição de microbancos e de cooperativas de cré-
b)' Categoria B: Operadores de rnicrofinançus que rece- dito depende de autorização a conceder, pelo Governador do
bem depósitos apenas dos seus membros; Banco de Moçambique,
c) Categoria C: Operadores de microfinanças que apenas
ARTIGO 9
concedem crédito;
Instrução do pedido
<I) Categoria D: Operadores de microfinanças que inter-
medeiam a captação de depósitos. I. O pedido, dirigido ao Governador, deve ser apresen-
tado no Banco de Moçambique e instruído com os seguintes
ARTIGO 3
elementos:
Categoria A
a) Caracterização do tipo de instituição a constituir e
São operadores de microfinanças da categoria A, os mi- exposição fundamentada sobre a adequação da
crobancos, instituições de crédito previstas na alínea j) do estrutura accionista à sua estabilidade;
artigo 3 da Lei das Instituições de Crédito e das Sociedades b) Projecto de estatutos;
Financeiras e definidas nos termos da alínea j) do n." 2 do
artigo 2 da mesma Lei e bem ainda na alínea ii
do n." 4 do
c) Programa
estrutura
de actividades, implantação geográfica,
orgânica, e meios humanos, técnicos e
artigo 1 deste-Regulamento,
materiais a serem utilizados;
ARTIGO 4
d) Contas previsionais para cada um dos três primeiros
Categoria B anos de actividade;
São operadores de microfinanças da categoria B: e) Identificação dos sócios ou accionistas fundadores,
a) As cooperativas de crédito, instituições de crédito com especificação do capital por cada um subscrito,
previstas na alfnea c) do artigo 3 da Lei das Institui- devendo juntar declaração de que os fundos a
ções de Crédito e Sociedades Financeiras, e como afectar e mobilizar não são de proveniência ilícita
tal defimdas na alínea j) do n." 2 do artigo 2 da ou criminosa e declaração emitida pela autoridade
mesma Lei,' bem ainda na alfnea j) do n." 4 do competente, ou na sua impossibilidade, compro-
artigo 1 deste Regulamento, misso de honra, em como não verifica nenhuma
das circunstâncias referidas nas a!fneas a) a d) do
b) As organizações de poupança e empréstimo, como
n.· 4 do artigo 19 da Lei das Instituições de Crédito
tal definidas na alínea l) do n.· 4 do artigo I
e Sociedades Financeiras, bem ainda, 'tratando-se
deste Regulamento,
de pessoa singular, certificado de registo criminal
ARÚG05 válido:
Categoria C j) Declaração de compromisso de que no acto da cons-
tituição, e como sua condição, se demonstrará
São operadores de microfinanças da categoria C os opera-
estar depositado numa instituição de crédito a
dores de microcrédiso, como tal definidos na alínea m) do
operar no país o montante do capital social exigido
n.· 4 do artigo 1 deste Regulamento.
por lei,
ARTIGO 6 2. Devem ainda ser apresentadas as seguintes informações
Categoria O relativas a accionistas fundadores que sejam pessoas colec-
tivas detentoras de participações qualificadas na instituição a
São operadores de microfinanças da categoria D os inter-
constituir:
mediários de captação de depósitos, como tal definidos na
alínea Iz)do n." 4 do artigo 1 desteRegulamento. a) Estatutos e relação dos membros do órgão de admi-
nistração;
SECÇ~O II
Autorização e registo b) Balanço e demonstração de resultados dos últimos
três unos;
suusncçxo I
Autortzaçao e/Oli registo dos operadores de rmcroünançaa c) Relação dos sócios da pessoa colectiva participante
que nesta Sejam detentores de participações qua-
Al{T1GO 7
lificadas;
R.glm. aplicável
ti) Relação das sociedades em cujo capital a pessoa
I. Em tudo o que não estiver expressamente regulado na colectiva participante detenha participações quali-
subsecção seguinte relativamente aos procedimentos de auto- ficadas, bem como exposição ilustrativa da estru-
rização e registo dos microbancos e das cooperativas de cré- tura do grupo a que pertença.
dito, observar-sé-à O previsto na-Lei das Instituições de Crédito
3. O Banco de Moçambique pode solicitar aos requerentes
e Sociedades Financeiras para a generalidade das espécies,
informações complementar.es e levar a cabo as averigua-
2, Os demais operadores de microfinanças regidos por este ções que considere necessárias, nomeadamente quanto à
Regulamento carecem apenas de registo ou inscrição. nos origem e proveniência dos fundos a alocar à instituição a
termos do disposto no artigo 24 do presente Diploma. constituir, .entre outras.
10 DE DEZEMBRO DE 2004
528 (57)

ARTIGO 10
5. O depósitó prévio referido nos números anteriores rever-
Decisão terá a favor do Estado quando se verifiquem as situações
L A decisão sobre o pedido deve ser tomada no prazo de seguintes:
noventa dias a contar da recepção do pedido ou, se for o a) Se a autorização caducar por falta de observância do
caso, das informações complementares e deverá ser notificada, prazo fixado para a constituição da instituição;
por escrito. aos requerentes.
b) Se, antes da constituição da instituição, a autorização
2. O pedido será indeferido sempre que: for revogada pelo facto previsto na alínea a) do
a) Não estiver instruído com todas as informações e n." 1 do artigo 17 da Lei das Instituições de Cré-
documentos exigidos; dito e Sociedades Financeiras.
b) A sua instrução enfermar de inexactidões e falsidades;
ARTtGO t2
c) A instituição não obedecer aos requisitos dos n.~ 1
FormaNdades do pedido
e 2 do artigo 11 da Lei das Instituições de Cré-
dito e Sociedades Financeiras, salvas as excepções 1. Os pedidos de autorização de constituição devem ser
legalmente estabelecidas; instruídos em duplicado.
d) A instituição não dispuser de meios técnicos e recur- 2. Todos os documentos destinados a instruir o pedido
sos financeiros suficientes para o tipo e volume devem. quando redigidos numa língua estrangeira. ser acom-
das operações que pretenda realizar; panhados da respectiva tradução oficial na língua portuguesa.
e) O Banco de Moçambique não considerar demonstrado
ARTIGO 13
que todos os detentores de participações qualifi-
cadas satisfazem os requisitos estabelecidos no Nomeação de um representante
artigo 65-A da Lei das Instituições de Crédito e
Os- requerentes deverão designar uma pessoa, singular ou
Sociedades Financeiras;
colectiva, concedendo-lhe plenos poderes para os representar
j) A adequada supervisão da instituição a constituir seja perante as entidades encarregadas da apreciação do pedido,
inviabilizada por uma relação de proximidade entre
devendo tal pessoa ter, pelo menos, um domicílio em Meçam.
a instituição e outras pessoas, ou pelas disposições
bique, para efeitos de notificação e envio de correspondência.
legais ou regulamentares de um país terceiro a
que esteja sujeita alguma das referidas pessoas ou ARTIGO 14
ainda por dificuldades inerentes à aplicação de Apreciação pelo Banco de Moçambique
tais disposições;
I. Recebido o pedido, devidamente instruído, a decisão do
g) Houver fundadas dúvidas e ou razoáveis suspeitas
relativas à idoneidade, experiência ou competência Governador do Banco de Moçambique deve ser tomada no
prazo de noventa dias.
dos requerentes, ou quanto à licitude da origem e
proveniência dos fundos a alocar à actividade. 2. Em caso de instrução deficiente do pedido, que se
3. Em caso de indeferimento o Banco de Moçambique, se traduza na falta de certos elementos necessários, o Banco de
entender necessãno para reserva da confi dencialídade das Moçambique notificará os requerentes dando-lhes prazo razoá-
fontes e do sigilo, poderá abster-se de comunicar especifi- vel para suprir- a deficiência, interrompendo-se, consequen-
cadamente as causas da recusa, bastando, se for caso disso. temente, a contagem do prazo referido no número anterior.
a invocação genérica dos preceitos legais aplicáveis. ARTIGO 15
4. Não obstante o preenchimento dos requisitos formais, Vistoria
o pedido de autorização poderá ainda ser indeferido se a
análise da situação específica do mercado onde se pretende A acti vidade sô poderá iniciar-se depois de vistoriada pelo
implantar a entidade a constituir desaconselhar o surgimento Banco de Moçarnbique a adequação das instalações onde
de mais um operador da espécie requerida. funcionará a instituição à actividade que a mesma se propõe
5. Constitui factor positivo de ponderação a existência de desenvolver.
experiência adequada por parte dos requerentes e/ou dos ARTIGO 16
titulares de órgãos sociais.
Alterações sujeitas a autorização
ARTfGO tt
Depósito prévio 1. ~stão sujeitas a autorização as seguintes alterações aos
estatutos:
1. Juntamente com o pedido de constituição de microbanco
a) Firma ou denominação;
ou cooperativa de crédito os requerentes deverão efectuar,
no Banco de Moçambique, um depósito prévio indisponível b) Objecto;
correspondente a 5% do capital social, devendo o respectivo c) Local da sede;
comprovati vo ser junto ao processo.
á) Capital social, quando se trate de redução;
2. o depósito prévio referido no número anterior poderá
e) Criação de categorias de acções ou alteração das
ser substituído por uma garantia bancária aceite pelo Banco
de Moçambique. categorias existentes;
j) Estrutura da administração ou da fiscalização;
3. Em caso de indeferimento do pedido, o Banco de Mo-
çambique devolverá aos requerentes o valor depositado ou g) Limitação dos poderes dos órgãos de administração
libertará a garantia que tiver sido prestada. ou de fiscalização.
4. Se o pedido for autorizado, o valor do depósito prévio 2. Os pedidos de alteração serão efectuados mediante
será disponibilizado aos requerentes, após a constituição da requerimento a ser entregue no Banco de Moçambique, acom-
instituição, podendo, contudo, ser considerado para efeitos panhado de minuta contendo as disposições estatutárias que
de realização do capital social da mesma. se pretende alterar.
528 (58) ISÉRIE - NÚMERO 48

3. A decisão deverá ser tomada no prazo de 30 dias a c) Data da autorização para a constituição como insti-
contar da' data da recepção do pedido. tuição de Crédito ou sociedade financeira;
4. A, alterações do objecto que impliquem mudança do d) Data de constituição;
tipo de instituição de crédito ou sociedade financeira são e) Lugar da sede;
equiparadas, no que diz respeito à autorização. ao regime da j) Capital subscrito;
fusão, cisão e dissolução, g) Capital realizado;
AR1IGO 17 II) Identificação dos accionistas ou sócios detentores de
Abertura de agências participações qualificadas;
i} Identificação dos membros dos órgãos sociais. e outros
1. A abertura de agências carece de autorização do Banco equiparados nos termos legalmente estabelecidos:
de Moçambique.
j) Delegação de poderes de gestão;
2. Para efeitos da autorização referida no número anterior. k) Data do início da actividade;
dever-se-a ter cm conta a definição constante da alínea a)
/.)Lugar e data de criação de filiais. sucursais e agências
do n." 2 do artigo 2 da Lei das Instituições de Crédito -e
e o seu encerramento, se for caso disso;
Sociedades Financeiras. não se considerando no' entanto como
11/) Identificação dos gerentes das sucursais estabelecidas
agências os locais onde se efectuem operações apenas com
a intervenção de meios automáticos. no estrangeiro:
II) Acordos parnssociaís;
3. Nos pedidos de autorização devem ser indicados os
seguintes elementos: o) Alterações que se veri fiquem nos elementos cons-
tantes das allneas anteriores.
a) Local onde se pretende instalar a agência;
AlniG020
b) Tipo de operações a serem realizadas;
Registo dos membros dos órgãos sociais ou equiparados
c)·Número de trabalhadores a afectar;
(f) Outras informações que os requerentes julguem J. O registo dos membros dos órgãos sociais das coope-
necessárias para a apreciação do contributo da rativas e dos microbuncos, 'ou outros equiparados, deverá
ser solicitado, mediante requerimento da instituição Oll dos
agência para o desenvolvimento económico do
interessados, juntando-se os elementos informativos fixados
local onde serã instalada.
pelo Banco de Moçambique. nos termos da lei.
4. Os pedidos deverão ser ainda acompanhados de decla-
2. Para prevenir a designação elou contratação de indiví-
ração subscrita por. pelo menos, dois elementos do respectivo
duos que não reúnam os requisitos legalmente estabelecidos.
órgão de administração. atestando que a instituição respeita
o req uerimento referido no número anterior deveni ser sub-
todas as regras prudenciais que lhe são aplicáveis, ou, se não metido previamente ã efectiva designação e/ou contratação.
for esse o caso, indicando, as situações de incumprimento
existentes. 3. Quando não seja recusado, o registo efectuado nos
termos du 11.° 2, considerar-se-d provisório até à comunica-
ART'GO 18 ção, pela instituição ou interessado em causa. da confirmação
Requisitos para autorl~ção de abertura de agência da designação elou contratação.
4. Em CllSO de recondução. será esta averbada no registo.
I. Na apreciação dos pedidos de autorização de abertura a requerimento da instituição ou dos interessados:
de agência. ter-se-a em conta:
5, A falta de idoneidade ou experiência dos membros dos
a) A capacidade e solvabilidade do requerente; órgãos sociais é fundamento de recusa de registo.
b) O interesse da agência para a economia do local 6. A recusa de registo com fundamento no disposto no
onde vai ser instalada; número anterior será comunicada à instituição requerente, a
c) O número e fi natureza das instituições de crédito e qual tomará as medidas adequadas para que aqueles cessem
sociedades financeiras já estabelecidas no local. imediatamente funções.
2. São condições para que seja dada a autorização; i A recusa de registo atingirá apenas as pessoas fi quem
não tenham sido reconhecidas as referidas qualidades, fi
a) Que os fundos próprios da instituição em causa
menos que tal circunstância respeite a maioria dos membros
sejam adequados à garantia das operações a efec-
do órgão em causa, ou que deixem de mostrar-se preenchidas,
tuar pela agência;
por outro modo, as exigências legais ou estututãrias pura o
b) Que a instituição possa. com a criação da agência, normal funcionamento do órgão, caso cm que o Banco de
continuar a respeitar todas as regras prudcnciais a Moçambique fixará um
prazo para que seja alterada a SU.I
que se encontra sujeita. nomeadamente os nicios composição.
de solvabilidade e imobilizado. 8. A falta de- registo não determina a invalidade dos actos
ARTJ(lQ 19 praticados. pelai pessoa em causa no exercício das suas
funções.
Pedido de reglslo especial
ARTIGO 21
1. O registo especial referido no artigo 40 da Lei das
Instituições de Crédito c Sociedades Financeiras, deverá ser F~ct08 supervententes
requerido ao Governador do Banco de Moçambique. acorri- J. Os microbancos e as cooperativas de. crédito deverão
panbado por todos elementos que fundamentem os factos a comunicar ao Banco de Moçambique. logo que deles tenham
registar e abrangerá os seguintes elementos: conhecimento, os factos referidos no n." 4 do artigo 19 da
a) Firma 0\1 denominação; Lei das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras. que
sejam supervenientes ao registo da designação e que digam
b) Objecto;
respeito a qualquer dos membros dos seus órgãos sociais.
---------------.- .
/0 DE DEZEMBRO DE 2004

2. Consideram-se supervenientes, tanto os factos ocorridos 5. As alterações aos elementos de registo ou inscrição
após a efectuação do registo. como os factos ven ficados deverão ser objecto de novo registo ou inscrição no prazo
anteriormente a este. mas de que as instituições só tenham de noventa dias da sua ocorrência
tido conhecimento posteriormente ao mesmo.
SECÇAO 111
3. O dever estabelecido no n." '\ considera-se suprido se
a comunicação for feita. pelas próprias pessoas a quem O~ Supervisào e rnonitorlzação
factos respeitarem.
ARTIGO 25
ARTIGO 22
Supervisão
Cancelamento do registo

I. O registo será cancelado quando se verifique que foi 1. Os microbancos e as cooperativas de crédito estão sujei-
obtido por meio de falsas declarações ou outros expedientes tas a supervisão prudencial, como tal definida na alínea II)
ilícitos. sem prejuízo das sanções penais aplicáveis. do 0.° 4 do artigo 1 deste Regulamento.
2. No caso do registo dos membros dos órgãos sociais, 2. Quando a dimensão, localização ou outros elementos
poderá ser cancelado o registo se, posteriormente. se concluir relativos às cooperativas de crédito não o justifiquem, o
não estarem satisfeitos' os requisitos de idoneidade e expe- Banco de Moçambique poderá dispensá-Ias de supervisão
riência profissional exigidos para o exercício do cargo. prudencial, passando sobre as mesmas a efectuar-se apenas
3. É aplicável ao cancelamento do registo dos membros monitorização, nos termos do artigo seguinte.
dos órgãos sociais o disposto nos n.'" 6 a 8 do artigo 20 ARTIGO 26
do presente Regulamento.'
Monitorização
ARTIGO 23
Os demais operadores de microfinanças, não abrangidos
Prazos, informações complementares e certidões
pelo artigo anterior, sujeitam-se; ri. monitorização, como tal
1. O prazo para requerer qualquer registo é de noventa dias definida na alínea j) do n." 4 do artigo 1 deste Regulamento.
a contar da data em que os factos a registar tiverem ocorrido.
ARTiGO 27
2. O prazo para o registo começa a contar da data da sua
constituição definitiva ou. tratando-se de entidades com sede, Supervisão e monitorização por entidades mandatadas
no estrangeiro. da data da obtenção da autorização para o seu pelo Banco de Moçambique
estabelecimento em Moçambique.
As competências de supervisão e monitorização dos opera-
3. Do registo serão passadas certidões ao respectivo reque- dores de microfinanças previstas neste Regulamento, incluindo
rente e a outras pessoas que demonstrem interesse legítimo. vistorias e outras acções similares. poderão ser exercidas por
Sl:I3SECÇÀO 111
outras entidades mandatadas pelo Banca de Moçambique, e
agindo em seu nome, nos termos do n." 5 do artigo 55 da Lei
Regime de registo ou inscrição dos demais operadores
de microfinanças
das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.
SECÇÀO IV
24
ARTIGO
Registo ou inscrição de operadores de microfinanças Competências do Banco de Moçambique
que não sejam instituições de crédito e sanções

L O registo ou inscrição dos operadores de rnicrofinanças ARTIGO 28


referidos no n." 2 do artigo? deste Regulamento é feito junto
Competências do Banco de Moçambique
do Banco de Moçambique, mediante preenchimento do formu-
lário em anexo ao presente Regulamento e que dele é parte Sem prejuízo de outras competências conferidas por este
integrante, Regulamento. ou por outra legislação aplicável. nomeadamente
2. O Banco de Moçambique comunicará a decisão no a sua Lei orgânica e a Lei das Instituições de Crédito e
prazo de trinta dias, após a recepção do pedido devidamente Sociedades Financeiras, o Banco de Moçambique fixará
instruído. igualmente:
3. O pedido de registo poderá ser recusado com os seguintes a) Os capitais mínimos para constituição elou os fundos
fundamentos: mínimos a afectar à actividade requerida;
a) Se tiver sido deficientemente instruído, estando em b) Os limites de crédito e/ou depósito;
falta documentos ou informações necessárias;
c) O regime de taxas de juró;
b) Se enfermar de falsidades;
d),As comunicações obrigatórias e a sua periodicidade;
c) Se o requerente não dispuser dos fundos mínimos
fixados nos termos deste Regulamento; e) Outros elementos não referidos nas alíneas anteriores.
ti) Se houver outras situações graves não referidas nas que não sejam da competência de outra autoridade
alíneas anteriores, nomeadamente a existência de ou órgão. e que se enquadrem nas suas atribui-
fundadas dúvidas e ou razoáveis suspeitas relati- ções, conforme estabelecido na sua Lei orgânica
vas à idoneidade, experiência ou competência dos ou na, Lei das Instituições de Crédito e Sociedades
requerentes, ou quanto ii licitude da origem e Financeiras.
proveniência dos fundos a afectar à actividade.
ARTIGO 29
4. Em caso de deferimento do pedido, o Banco de Moçam-
Sanções
bique procederá ao averbamento do respectivo registo ou
inscrição, extraindo para o requerente uma certidão do mesmo, A violação das normas do presente Regulamento é passível
a qual deverá ser afixada em lugar visível do público. no de sanções nos termos previstos na Lei das Instituições de
local do exercício da actividade. Crédito e Sociedades Financeiras.
528 (60) I SÉRIE'- NÚMERO 48'

ssccxo v 2. Cumpre aos micro bancos assegurar a observância rigo-


Transformação de operadores de microfinanças rosa do estabelecido neste artigo, cabendo-lhes demonstrã-Io
ARTIG03()
e evidenciã-lo de forma permanente perante o Banco de
Moçambique, nos termos que este vier a definir.
Fusllo, cisão, dleaoluçõo e transformaçõo
ARTIGO 34
I. A fusão, cisão e dissolução. de operadores de micro-
finanças prevista" neste Regulamento elou respectivas activi- Operações permltldes aos mlcrobancos
dades rnicroflnancelras, bem assim a sua transformação em 1. Sem prejuízo das condicionantes impostas pelo artigo 35
operador de uma categoria ou tipo para outro, deve ser reque- deste Regulamento, os' microbancos poderão realizar as
rida ao Banco de Moçambique e deverá observar o seguinte: seguintes operações:
a) Aos mierobancos e às cooperativas de crédito, apll- a) Concessão de crédito;
car-se-ã o regime das instituições de crédito e
sociedades financeiras; b) Captação de depósitos do p<iblico;

b) No tocante aos demais operadores elou respectivas c) Outras operações' e serviços. estritamente necessários
actividades, o requerimento será deferido se esti- à adequada execução das operações indicadas nas
verem preenchidos os requisitos de registo esta-
alíneas a) e b) deste número.
belecidos no artigo 24 deste- Regulamento e for 2. O início da prestação <los serviços referidos na alínea b)
demonstrada a viabilidade da transformação, do número anterior está sujeito a comunicação prévia ao
2. O Banco de Moçambique poderá, sem necessidade de Banco de Moçambique, com antecedência de 90 dias, podendo
qualquer requerimento do operador nesse sentido, recomendar este opor-se dentro deste prazo se a organização e desempenho
ou determinar a transformação de um operador em função da <lo rnícrobanco requerente não indiciar uma gestão prudente
dimensão da sua actividade ou do seu desempenho. e criteriosa dos fundos do público.

secçao vi 3. Mediante pedido devidamente fundamentado ao Banco


de Moçambique os rnicrobancos poderão ainda ser autorizados
Liquidação
a prestar outros serviços financeiros complementares que a
ARTIGO 31 lei lhes não proíba quando, tendo condições financeiras e
Regime de Llquldeçlio aplicável aos operadores técnicas para os prestar' com qualidade e segurança, os
de mlcrollnanças mesmos se revistam de relevante utilidade e necessidade
para o público.
O processo de dissolução e liquidação dos operadores de
microfinanças regidos pelo presente Regulamento, obedecerá ARTIGO 35
ao regime de liquidação estabelecido na legislação aplicável
Condicionantes ii reallzaçilo de operações
à natureza e características da entidade em causa.
1. Os microbancos dos tipos Caixa Económica, Caixa de
CAPiTULOU Poupança Postal e Caixa Financeira Rural, poderão realizar
Dos operadores de mlcroflnanças lotai ou parcialmente as operações referidas no artigo anterior,
com as seguintes condicionantes:
SEcÇÁO!
Mlcrobancos a) A Caixa Económica, para além dos depósitos à ordem,
. só poderá contratar depósitos a prazo até I ano;
ARTIGO 32
b) A Caixa de Poupança Postal, não poderá exercer a
TIpos de mlcrobanco e direito subsidiário função de concessão de crédito, apenas lhe sendo
I. Os microbancos admitem os Seguintes tipos. os quais permitido aplicar as poupanças mobilizadas em
são definidos no n.· 4 do artigo 1 do presente Regulamento: investimentos em títulos e depósitos a. prazo
a) Caixa Económica; noutras instituições e operações similares, nos ter-
mos que o Banco de Moçambique vier a fixar;
b) Caixa de Poupança Postal;
c)'A Caixa Financeira Rural, deverá focalizar peta menos
c) Caixa Financeira Rural;
cinquenta por cento da sua actividade no meio
á) Caixa Geral de Poupança e Crédito. rural, nos termos em que o Banco de Moçambique
2. Os rnicrobancos deverão usar na sua designação social vier a definir.
a expressão "Microbanco", na forma completa ou abreviada 2. Os microbancos do tipo Caixa Geral de Poupança de
(Mcb). Crédito não estão sujeitos a qualquer das çondicionantes refe-
3. Relativamente às situações não especialmente previstas ridas no número anterior, podendo realizar todas as operações
para os mícrobancos neste Regulamento ou noutros que em previstas no artigo 34, nos termos nele estabelecidos.
sua execução venham a ser. estabelecidos, vigorará. com as
SECÇÃO li
necessárias adaptações e salvaguardada, as devidas propor-
ções, a legislação aplicável às demais instituições de crédito, Cooperativas de crédito
nomeadamente as que recebem depósitos.
SU,BSECÇAo I
AJ<nG033
Disposições geral:
Caracterização dos micro bancos
ARTIGO 36
1. O somatório de todas as operações de reduzida e
média dimensão referidas na alínea k) do n.· 4 do artigo 1, Regime lurfdlco
não poderá ser inferior a oitenta por cento do valor da tota- Para além das disposições <Ia Lei <Ias Instituições de
lidade dos serviços financeiros prestados pelo microbanco. Crédito e Sociedades Financeiras e das regras previstas neste
10 DE DEZEMBRO DE 2004 528-(61)

Regulamento, as cooperativas de crédito regem-se pelas nor- ARTlG042


mas reguladoras da actividade das sociedades cooperativas Elemento de IIgaçlio
em geral, podendo-se-lhes aplicar as normas específicas de
outros operadores financeiros, quando atendendo à sua natu- Os associados de uma mesma cooperativa devem possuir
reza, estrutura, função ou dimensão, a analogia das situações um elo de ligação entre si, baseado numa relação preexistente
o recomende ou exista comando legal que o determine. que poderá resultar, nomeadamente; de um dos seguintes factos:
a) Possuírem a mesma profissão ou ocupação, serem
ARTIGO37
empregados de uma mesma entidade ou dedica-
Caraelerístleas das cooperativas de erédlto rem-se a um mesmo negócio ou ramo de actividade;
São elementos característicos das cooperativas de crédito: b) Serem membros de uma mesma associação ou organí-
a) A variabilidade do capital social; zação, de carácter social, religiosa, sindical ou outro;
b) A não limitação do número de associados; c) Residirem na mesma área territorial, rural ou urbana.

é) A adesão livre e voluntária dos seus membros; ARTlG043

á) O facto de cada sócio possuir apenas um voto, indepen-


Aquisição da qualidade de associado
dentemente do número de acções detidas; Para efeitos do presente Regulamento, só serão considerados
el A proibição do voto por. procuração, para além dos como tendo adquirido a qualidade de associados os que
limites fixados na lei; .tiverern realizado integralmente o capital por eles inicialmente
subscrito.
j) O facto de os associados possuírem entre si um
elemento de ligação, baseado numa relação pre- AR,IGo44
existente e que é definida nos termos do artigo 42 Composição dos 6rgãos sociais
do presente Regulamento.
Os órgãos de administração e fiscalização de uma coopera-
ARTlG038 tiva de crédito devem ser constituídos por um número mínimo
de três membros cada um.
Forma de consUlulÇio
ARTlG045
As cooperativas de crédito devem constituir-se sob a forma
Incompatlbllldades
de sociedades cooperativas de responsabilidade limitada. sendo
O seu capital representado por acções. Não podem fazer pane dos órgãos de administração e
fiscalização de uma cooperativa de crédito os associados que
ARTlG039 se encontrem, ou nos últimos vinte e quatro meses tenham
Denomlnaçlo estado, em mora para com a cooperativa por fIm período
superior a sessenta dias, seguidos ou interpolados.
As instituições constituídas à luz das disposições da pre-
sente secção devem, obrigatoriamente, usar na sua denomi- ARTlGo46
nação a expressão «cooperativa .de crédito», ficando vedado Duraçlo do mandato e remunera~o
a todas as outras pessoas singulares ou colectivas o uso de
1. O mandato dos titulares dos órgãos sociais tem a duração
tal expressão na sua firma ou denominação. máxima de três anos, sendo sempre permitida a reeleição.
SUBSECÇÃO II 2. O exercício dos cargos dos membros dos órgãos de
administração e fiscalização será remunerado de acordo com
Funcionamento das cooperativas de crédito
o que for definido pela assembleia geral.
ARTlGo40 ARTlG047
Aumento do capital social Coneesslo de crédito

L O capital das cooperativas de crédito pode aumentar, 1. As cooperativas de crédito podem realizar operações de
mediante: concessão de crédito, nos termos definidos pela alínea b)
do artigo 4 da ~i das Instituições de Crédito e Sociedades
a) Admissão de novos associados; Financeiras, delas podendo beneficiar apenas os seus associados.
b) Aumento da participação de um associado, por sua 2. O disposto no número anterior -não impede que as
iniciativa; cooperativas de crédito concedam crédito aos seus trabalha-
c) Chamadas de-capital, de acordo com deliberação da dores no âmbito da política social.
assembleia geral; 3. As decisões sobre concessão de crédito devem ser toma-
á) Incorporação de reservas disponíveis para o efeito. das pelo órgão de administração, podendo tal competência
ser delegada, desde que fique assegurado que a decisão será
2. O valor referente aos aumentos de capital efectuados
tomada colegial mente.
nos termos da alínea c) do número anterior deve ser realizado
no prazo de cento e oitenta dias. ARTlG048
Obtençlio de recursos
ARTlG041
Para além dos demais meios de financiamento permitidos
Reduçlo do capital social
às sociedades cooperativas em geral, as cooperativas de cré-
O capital social das cooperativas só pode ser reduzido por dito podem ainda:
amortização dos títulos de capital dos associados exonera- a) Receber depósitos dos seus associados;
dos a seu pedido, excluídos ou falecidos, desde que tal não b) Ter acesso a outros meios de financiamento que lhes
comprometa a observância dos normativos prudenciais pela sejam especialmente autorizados pelo Banco de
instituição em causa. Moçambique.
528-(62) I SÉRIE - NOMERO 48

ARTIGO 49 ARTIGOSS
Outrasoperações SI.lem. centr.1 de crédllo cooperátlvo
Às cooperativas de crédito é permitido prestar, ao público, J. As uniões ou federações de cooperativas de crédito
serviços de pagamentos, aluguer de cofres e guarda de valo- podem igualmente criar sistemas centrais de crédito, sob a
res, bem ainda outros serviços similares desde que previa- forma de sociedades cooperativas de responsabilidade limitada,
mente autorizados pelo Banco de Moçambique. com os seguintes propósitos:
ARTIGOSO a) Facilitar' a gestão da liquidez das cooperativas suas
Apllc.çOes IIn.nc.lr •• associadas, assegurando o funcionamento de sis-
temas de financiamento recíproco;
As cooperativas de crédito podem constituir depósitos em b) Agir como intermediário entre as cooperativas de
instituições de crédito e adquirir títulos de dívida pública ou crédito e .as possíveis fontes de financiamento;
da autoridade monetária, nas condições que vierem a ser
estabelecidas pelo Banco de Moçambique, e ainda deter c) Providenciar sistemas de pagamento e correspon-
participações financeiras: dentes 'serviços para os seus membros;
ti) Levar a cabo outros serviços em benefício dos seus
a) Nos sistemas centrais de crédito cooperativo;
membros.
b) Quando adquiridas para obter ou assegurar o reem-
bolso, de créditos próprios, devendo nesses casos 2. Os sistemas, centrais só poderão fornecer serviços às
ser alienadas no prazo máximo de dois' anos; suas cooperativas associadas, não podendo estender os seus
serviços aos associados destas.
c) Quando especialmente autorizadas pelo Banco de
Moçambique. 3. Os sistemas centrais poderão realizar, com o público,
operações de recepção de depõsítos e concessão de crédito,
ARTIGoS1 bem como a prática de outras operações especificamente
Re.erv •• autorizadas, nas condições e nos limites fixados pelo Banco
de Moçambique.
Sem prejuízo de outras que forem previstas nos estatutos
ou que a assembleia geral delibere criar, as cooperativas de ARTIGoS6
crédito deverão constituir as seguintes reservas: Unlll", tlder"9õsl I Ilslem •• csntralludos
à) Reserva legal, destinada a cobrir eventuais perdas;
de outro. operadoras
b) Reserva para mutualismo, destinada a custear acções J. Para melhorar as condições do 'exercício da actividade
de entreajuda e auxílio mútuo de que careçam os autorizada elou registada nos termos deste Regulamento, os
seus associados ou empregados. demais operadóres de microfinanças também se podem orga-
nizar em Uniões e Federações, bem ainda desenvolver siste-
ARTIGoS2 mas centralizados nos termos previstos, com as devidas
Apllcaçlo d. reeultado. adaptações, para as cooperativas de crédito.
Os resultados obtidos pelas cooperativas de crédito, após 2. Para efeitos do número anterior, os sistemas centrais de
cobertura de eventuais perdas de exercícios anteriores terão crédito poderão adoptar qualquer das formas de constituição
as seguintes aplicações: colectiva admitidas por lei, incluindo a de sociedade comer,
cial, podendo admitir sócios e investidores para além dos
a) 20%, no mínimo, dos lucros líquidos anuais será
operadores de microfinanças regulados neste diploma.
alocado à reserva prevista na alínea a) 'do artigo
anterior; sscçxo JlJ
b) Até 5% dos lucros líquidos anuais será alocado à Outros operadores de mJcroflnanças
reserva prevista na alínea b) do artigo anterior;
ARTIGOS?
c) O excedente poderá, ser distribuído pelos associados.
Org.nlz.çõee,d. POuponçoe empréstimo
ARTIGoS3
1. As organizações de poupança e empréstimo referidas na
Fuelo d. cooperatlv•• de crédllo alínea b) do artigo 4 deste Regulamento também poderão mobi-
É permitida u fusão de uma ou mais cooperativas de cré- lizar poupanças, exclusivamente dos seus membros, desde que
dito desde que tal fusão não resulte na violação do disposto observem os seguintes requisitos:
no artigo 42 do presente Regulamento. a) Se.registem no Banco de Moçambique nos termos do
ARTIG0-54 artigo 24 do presente Regulamento;
Unlõe•• feder.çõ" b) O número máximo de membros depositantes não seja
superior a duzentos;
J. Para melhorar as condições de exercício da sua activi-
c) O montante mãxímo de 'depósito por membro deposi-
dade e garantir a sua representati vidade, as cooperati vas de
crédito podem agrupar-se em uniões, as quais por sua vez tante não ultrapasse 10 milhões de meticais.
podem agrupar- se em federações. 2. O regime de comunicações obrigatórias dos operadores
2. A constituição de uniões e federações de cooperativas de previstos neste artigo será definido pelo Banco de Moçam-
crédito está sujeita a registo especial no Banco de Moçambique. bique, nos termos do artigo 28 deste Regulamento,
3. As uniões e federações terão por função aconselhar e 3. Os operadores previstos neste artigo poderão exercer
assistir as cooperativas suas filiadas, providenciando progra- funções de crédito, nos termos previstos nos artigos 5 e 58
mas e serviços, para estas melhor servirem os seus membros, deste Regulamento para os operadores de mícrocrédito, su~ei-
que poderio incluir as áreas de educação e formação, con- tando-se a utilização dos fundos recebidos em dep6sito dos
sultoria em gestão, contabilidade e auditoria, gestão do risco seus membros em operações de crédito nos termos e limites
e outras. definidos pelo Banco de Moçambique.
/O DE DEZEMBRO DE 2004 528-(63)

4. Os elementos constantes das alíneas h) e c) do n." I poderão registar-se para exercer funções. de intermediação de
deste artigo poderão ser alterados pelo Banco de Moçambique, captação de depósitos por conta de uma entidade habilitada
através de aviso. a captar depósitos, nos termos e limites estabelecidos pelo
ARTIGO 58 Banco de Moçambique.
Operadores de microcrédllo
2. Ainda que os intermediários de captação de depósitos
Os operadores de microcrédito referidos no artigo 5 deste
venham a registar-se igualmente como operadores de micro-
regulamento apenas poderão realizar operações. de concessão
crédito, está-lhes vedado o exercício de funções de crédito
de crédito, e dentro dos termos e limites fixados pelo Banco
de Moçambique. com utilização desses fundos.
ARTIGO 59 3. O registo deste operador só será efectuado, entre outros
Intennedlárlos de captação de depósItos elementos exigíveis nos termos deste Regulamento, mediante
1. Os intermediários de captação de depósitos, operadores prova de acordo entre o requerente e uma instituição de
de microfinanças referidos no artigo 6 deste Regulamento, crédito autorizada a captar depósitos.

ANEXO A QUE ALUDE O N.• 1 DO ARTIGO 24

Pedido de registo ou inscrição de operadores de microfinanças


que não sejam instituições de crédito ou socíedades fínanceíras

I -Identificação dos requerentes


A - Tratando-se de pessoas singulares

1. Nome .
2. Data de Nascimento de de .
3. Nacionalidade .
4. Residência _ .
5. Dados profissionais .

B - Tratando-se de pessoas colectivas

1. Denominação .
2. Data de reconhecimento/autorização pelo Governo ...................•..................................................................................
3. País de origem : .
4. Endereço da sede/representação em Moçambique .
5. Identificação pessoal e profissional do(s) gerente(s) ou responsável (is) pelo exercício das funções
de crédito .

II - Descrição do projecto

'1. Indicação do grupo alvo e do local onde a actividade será exercida .


2. Programa de actividades com especificação dos recursos financeiros e dos meios técnicos a utilizar
na actividade devendo juntar, se necessário para melhor descrição do projecto.. mapas ou outros
anexos : : .

11I- Nome e localização daIs) Institulção(ões) de crédito cinde tem conta


........................................................................................................................................................................................................................
...... , .., , ' .
................................................................................. , .

IV - Documentos a Juntar ao presente formulário


a) Declarações, com assinatura reconhecida em Notário, de que os fundos a aplicar na actividade de con-
cessão de crédito não são' de' proveniência ilícita;
b) Provadocumental da titularidade dos fundos mínimos exigidos para o exercício da actividade;
c) Estatutos. quando se trate de pessoas colectivas;
d) Certificado de registo. criminal dos próprios. quando se trate de pessoas singulares, ou dos responsáveis
. pelo exercício das funções de crédito, no caso de pessoas colectivas. devendo ser igualmente junto
o certificado de registo criminal do país de origem, quando as pessoas em causa sejam estrangeiras.

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