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Parecer Técnico - Científico sobre o uso do

Sumatriptano na prevenção da enxaqueca crônica.

Vitória de Santo Antão


2023
SUMÁRIO

1. CONDIÇÃO DE SAÚDE OU DOENÇA………………………..……3


2. TECNOLOGIA…………………………………………………...…….9
3. ANÁLISE DA EVIDÊNCIA…………………………………….…….14
4. RESULTADOS……………………………………………….……….15
5. REFERÊNCIAS……………………………………………….………20

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1. CONDIÇÃO DE SAÚDE OU DOENÇA

1.1 - Aspectos clínicos e epidemiológicos da doença

A enxaqueca representa um complexo sintomatológico caracterizado por crises


repetidas com manifestações prodrômicas, fenômenos de disfunção neurológica, transitória
(aura) e cefaléia (geralmente, de caráter pulsátil, com alterações neurovegetativas, fotofobia,
fonofobia, osmofobia). Qualquer uma dessas manifestações pode faltar, inclusive a cefaléia.
Destaca-se a possibilidade de lesões intracranianas simularem crises de enxaqueca.
Afirmando que, embora os critérios operacionais da classificação da International Headache
Society tenham sido importantes no diagnóstico das cefaléias, não permitem uma inequívoca
discriminação entre cefaléias primárias e secundárias. Segundo a opinião dos autores, seria
interessante uma investigação em pacientes com enxaqueca, nas seguintes eventualidades:(1)

• associação entre manifestações enxaquecosas e hemiparesias transitórias;


• início tardio dos sintomas;
• mudança das características da dor e dos sintomas acompanhantes.

As situações agudas, nas quais o diagnóstico de enxaqueca pode ser feito, são discriminadas a
seguir:

a) Aura enxaquecosa, sem cefaléia : nesta situação, episódio isquêmico, transitório é uma
consideração diagnóstica; geralmente, a aura enxaquecosa é mais prolongada, e as
manifestações são mais estereotipadas, existindo progressão das manifestações, não
respeitando território arterial; eventualmente, o diagnóstico diferencial pode ser difícil;

b) Estado enxaquecoso: crise de enxaqueca, durante mais de setenta e duas horas, entremeada
com eventuais períodos de acalmia, inferiores a quatro horas.

c) Infarto enxaquecoso: neste caso, os sintomas neurológicos da aura não desaparecem em


uma semana ou pode ser diagnosticado por tomografia cerebral um infarto isquêmico.

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d) Crise epiléptica desencadeada por enxaqueca: podem ocorrer, durante
as crises, epilepsias parciais, que provavelmente estão relacionadas com o
mecanismo de hipoperfusão cortical, desenvolvido na fase da aura
migranosa.

e) Enxaqueca crônica: caracteriza-se pela evolução da enxaqueca e cefaléia diárias ou quase


diárias.

A enxaqueca crônica (EC) é definida como enxaqueca que ocorre em 15 ou mais dias
do mês por mais de três meses, com os sintomas de enxaqueca em pelo menos 8 dias/mês e
pelo menos 5 episódios preenchendo os critérios da enxaqueca sem aura (cefaleia com
duração entre 4 a 72 horas) localização unilateral, pulsátil, intensidade da dor moderada ou
severa, agravamento ou afastamento da atividade física de rotina, podendo ser acompanhada
de náuseas ou vômitos, fotofobia ou fonofobia e a cefaleia não ser atribuída a outra desordem
(com exames que descartaram outras possibilidades para a dor - tomografia computadorizada
de crânio ou ressonância nuclear magnética). Pacientes com enxaqueca de frequência
intermediária (seis a nove dias por mês) têm alto risco de progredir para a enxaqueca crônica.

Os distúrbios relacionados à cefaleia estão entre os mais comuns do sistema nervoso.


Globalmente estima-se que a prevalência entre adultos de cefaleia recorrente é de 50%. De
metade a até três quartos dos adultos entre 18 a 65 anos no mundo tiveram pelo menos um
episódio de cefaléia no último ano. E 30% ou mais dessas pessoas relataram ter enxaqueca. A
Organização Mundial de Saúde classifica a enxaqueca como uma das 20 principais causas de
perda de anos de vida saudável por ano no mundo. A enxaqueca, isoladamente, é responsável
por cerca de 400.000 dias de trabalho perdidos por ano, por um milhão de habitantes, nos
países desenvolvidos. No Brasil, a prevalência anual da enxaqueca é de 15.8%, acometendo
cerca de 22% das mulheres e 9% dos homens, com pico de prevalência entre 30 e 50 anos. A
enxaqueca sem aura (75% dos casos) é mais frequente que com aura (25% dos casos).

Há fatores que contribuem para o desenvolvimento de EC, sendo importante


reconhecê-los dado poderem ser alvos terapêuticos. São classificados em fatores não
modificáveis e modificáveis. Entre os primeiros encontram-se: idade, gênero feminino, nível

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educacional baixo, condição socioeconômica desfavorável e predisposição genética.
Consideram-se fatores de risco modificáveis, ineficácia do tratamento sintomático, obesidade,
depressão, ansiedade, acontecimentos relevantes da vida, abuso de cafeína, perturbações
craniomandibulares e perturbações do sono(2).

1.2 - Tratamento recomendado

É aconselhável que o Succinato de Sumatriptana seja administrado, após o início de


uma cefaleia tipo enxaqueca, tão logo seja possível. É igualmente efetivo quando
administrado em qualquer fase das crises. A dose recomendada para adultos é de um único
comprimido de 50 mg por via oral. Alguns pacientes podem necessitar de uma dose de 100
mg. Se um paciente não responde à primeira dose, não se deve considerar a utilização de uma
segunda dose para a mesma crise. Succinato de Sumatriptana pode ser tomado em crises
subsequentes. Se o paciente respondeu à primeira dose, mas os sintomas retornaram, uma
segunda dose pode ser administrada, desde que haja um intervalo mínimo de duas horas entre
as doses e não exceda 200 mg em 24 horas.

1.3 - Ficha Técnica do medicamento

FICHA TÉCNICA

Nome do medicamento: Sumatriptano

Cada comprimido contém succinato de sumatriptano, equivalente a 50 mg de


Composição qualitativa e sumatriptano.
quantitativa: Excipientes com efeito conhecido: Cada comprimido contém 199 mg de lactose.

Comprimido.
Comprimido Rosa, formato oval, biconvexo, ranhurado em um dos lados.
Forma farmacêutica: A pontuação não deve ser usada para quebrar o comprimido.

Dados clínicos

Indicações terapêuticas: Tratamento agudo de crises de enxaqueca, com ou sem aura.

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Os comprimidos de sumatriptano só devem ser usados ​quando houver um

Advertências e precauções especiais diagnóstico claro de enxaqueca.


de uso:
O sumatriptano não é indicado para uso no tratamento de enxaquecas
hemiplégicas, basilares ou oftalmoplégicas.

Antes do tratamento de dores de cabeça em pacientes não previamente


diagnosticados como enxaquecosos e em pacientes com enxaqueca que
apresentam sintomas atípicos, deve-se tomar cuidado para excluir outras
condições neurológicas potencialmente graves.

Deve-se notar que pacientes com enxaqueca podem apresentar


risco aumentado de certos eventos cerebrovasculares (por exemplo, AVC, AIT).

Após a administração, o sumatriptano pode estar associado a sintomas


transitórios, incluindo dor e aperto no peito, que podem ser graves e estender-se
até à garganta.

O sumatriptano não deve ser administrado a doentes com factores de risco para
doença cardíaca isquémica, incluindo diabéticos, fumadores inveterados ou que
utilizem terapêuticas de substituição de nicotina, sem avaliação cardiovascular
prévia. Atenção especial deve ser dada às mulheres na pós-menopausa e aos
homens com mais de 40 anos de idade que apresentam esses fatores de
risco. Contudo, estes rastreios podem não identificar todos os pacientes com
doença cardíaca e, em casos raros, ocorreram sintomas cardíacos graves em
pacientes que não tinham tido doença cardiovascular anteriormente.

Síndrome da serotonina

A síndrome da serotonina (uma condição potencialmente fatal) (incluindo


alteração do estado mental, instabilidade do sistema nervoso autônomo e
distúrbios neuromusculares) foi relatada após tratamento concomitante com
buprenorfina, triptanos e inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS)
ou inibidores. recaptação de norepinefrina (SNRI). Se o tratamento
concomitante com sumatriptano e um ISRS ou um IRSN for clinicamente
justificado, aconselha-se a observação adequada do doente, especialmente
durante o início do tratamento, em aumentos de dose ou em caso de adição de
outra medicação serotoninérgica.

Propriedades farmacológicas:

Grupo farmacoterapêutico: Analgésicos: preparações anti enxaquecas; agonistas

Propriedades Farmacodinâmicas: seletivos da serotonina (5HT 1 ).

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Código ATC: N02CC01.

O sumatriptano é um agonista específico e seletivo do receptor vascular


5-hidroxitriptamina, sem nenhum efeito em outros subtipos de receptores
5HT. Este tipo de receptores é encontrado principalmente nos vasos sanguíneos
cranianos. Em animais, o sumatriptano causa vasoconstrição seletiva na
circulação arterial carótida que fornece sangue aos tecidos extracranianos e
intracranianos, como as meninges. A dilatação destes vasos é considerada o
mecanismo subjacente da enxaqueca em humanos. Os resultados de estudos em
animais mostram que o sumatriptano também inibe a atividade do nervo
trigêmeo. Ambas as ações (vasoconstrição craniana e inibição da atividade do
nervo trigêmeo) podem explicar o efeito inibitório do sumatriptano na
enxaqueca em humanos.

A resposta clínica começa cerca de 30 minutos após uma dose oral de 100 mg.

O sumatriptano é eficaz no tratamento agudo das crises de enxaqueca que


ocorrem durante a menstruação nas mulheres, ou seja, no período de 3 dias
antes a 5 dias após o início da menstruação.

Vários estudos controlados por placebo avaliaram a segurança e eficácia do


sumatriptano oral em aproximadamente 800 crianças e adolescentes de 10 a 17
anos com enxaqueca. Estes estudos não conseguiram demonstrar diferenças
relevantes no alívio da dor de cabeça após 2 horas entre as doses de placebo e
sumatriptano. O perfil de reações adversas do sumatriptano oral em
adolescentes de 10 a 17 anos foi semelhante ao observado em estudos realizados
na população adulta.

Após administração oral, o sumatriptano é rapidamente absorvido e 70% da

Propriedades farmacocinéticas: concentração máxima é atingida após 45 minutos. A concentração plasmática


máxima média após uma dose de 100 mg é de 54 ng/ml. A biodisponibilidade
média absoluta após administração oral é de 14%, parcialmente devido ao
metabolismo pré-sistêmico e parcialmente devido à absorção incompleta. A
meia-vida de eliminação é de aproximadamente 2 horas.

A ligação às proteínas plasmáticas é baixa (14 - 21%) e o volume médio de


distribuição é de 170 litros. A depuração total média é de aproximadamente
1160 ml/min e a depuração renal média é de aproximadamente 260 ml/min. A
depuração não renal é de aproximadamente 80% do total, portanto o
sumatriptano é eliminado principalmente pelo metabolismo. Em pacientes com
insuficiência hepática, a depuração pré-sistêmica após administração oral é
reduzida, resultando em aumento dos níveis plasmáticos de sumatriptano. O
principal metabólito, o análogo de ácido indolacético do sumatriptano, é
excretado principalmente na urina como ácido livre e glicuronídeo

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conjugado. Falta atividade 5HT 1 ou 5HT 2 conhecido. Nenhum metabólito
menor foi identificado. As crises de enxaqueca não parecem ter um efeito
significativo na farmacocinética do sumatriptano administrado por via oral.

Estudos experimentais de toxicidade aguda e crônica não demonstraram efeitos

Dados de segurança pré-clínica: tóxicos na faixa de doses terapêuticas em humanos.

Num estudo de fertilidade em ratos, foi observada uma redução no sucesso da


inseminação em exposições que excederam suficientemente a exposição
humana máxima. A embrioletalidade foi observada em coelhos, sem defeitos
teratogênicos marcantes. O significado dessas descobertas para os humanos é
desconhecido.

O sumatriptano não apresentou atividade genotóxica e carcinogênica em


sistemas in vitro e em estudos com animais.

Lista de excipientes:

Dados farmacêuticos: Lactose monohidratada


Celulose microcristalina
Croscarmelose sódica
Estearato de magnésio
Óxido de ferro vermelho (E172)

Incompatibilidades:
Não se aplica.

Período de validade:
4 anos

Precauções especiais de armazenamento:


Não são necessárias condições especiais de armazenamento.

Natureza e conteúdo do recipiente:


Blister de OPA/Al/PVC/alumínio. Tamanho da embalagem: 1, 2, 4, 6 e 12
comprimidos.

Apenas determinados tamanhos de embalagens podem ser comercializados.

Precauções especiais para descarte e outro manuseio:


Nada especial.

Aristo Pharma Iberia, SL

Titular da autorização de
introdução no mercado: C/ Solana, 26

8
28850, Torrejón de Ardoz

Madri. Espanha

SUMATRIPTAN UR 50 mg comprimidos EFG - 68658

Números de autorização de
comercialização no mercado:

2. TECNOLOGIA

2.1 - Forma de Administração

Os comprimidos de sumatriptano não devem ser usados ​profilaticamente.

O sumatriptano é recomendado como monoterapia para o tratamento agudo da enxaqueca e


não deve ser administrado concomitantemente com ergotamina ou derivados da ergotamina.

As seguintes doses recomendadas não devem ser excedidas:

Adultos:
A dose recomendada para adultos é um comprimido único de 50 mg. Alguns
pacientes podem necessitar de 100 mg. Embora a dose oral recomendada de sumatriptano
seja de 50 mg, deve-se levar em consideração que a gravidade das crises de enxaqueca varia
entre e entre pacientes. Doses de 25 mg ou 100 mg demonstraram ser mais eficazes que o
placebo em ensaios clínicos, mas 25mg são significativas e estatisticamente menos eficazes
que 50 mg e 100 mg.

Se o paciente não responder à primeira dose de sumatriptano, não deve ser tomada
uma segunda dose para o mesmo ataque. Nestes casos, a crise pode ser tratada com
paracetamol, ácido acetilsalicílico ou antiinflamatórios não esteroides. Os comprimidos
revestidos por película de sumatriptano podem ser tomados em crises subsequentes. Se o
paciente tiver respondido à primeira dose, mas os sintomas recorrerem, uma segunda dose

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poderá ser administrada nas próximas 24 horas, desde que haja um intervalo mínimo de 2
horas entre as duas doses . Não devem ser tomados mais de 300 mg num período de 24 horas.

Os comprimidos devem ser engolidos inteiros com água.

População pediátrica:

A eficácia e segurança dos comprimidos revestidos por película de sumatriptano em


crianças menores de 10 anos não foram estabelecidas. Não há dados clínicos disponíveis
nesta faixa etária.

A eficácia e segurança dos comprimidos revestidos por película de sumatriptano em


crianças e adolescentes com idades entre os 10 e os 17 anos não puderam ser demonstradas
em ensaios clínicos realizados neste grupo populacional. Portanto, não é recomendada a
utilização de comprimidos revestidos por película de sumatriptano em crianças e adolescentes
com idades entre os 10 e os 17 anos.

Pacientes idosos (acima de 65 anos):


A experiência com o uso de comprimidos de sumatriptano em pacientes com mais de
65 anos de idade é limitada. A farmacocinética não difere significativamente de uma
população mais jovem, mas até que mais dados clínicos estejam disponíveis, o uso de
sumatriptano não é recomendado em pacientes com mais de 65 anos de idade.

Insuficiência hepática:

Doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado: Devem ser consideradas


doses baixas de 25-50 mg para doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado.

2.2 - Apresentações disponíveis

O succinato de sumatriptana é encontrado em algumas formas de apresentação, sendo


elas descritas abaixo:

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Comprimidos: O sumatriptano é frequentemente comercializado na forma de comprimidos.
Estes comprimidos podem variar em dosagem, sendo comuns apresentações de 25 mg, 50 mg
e 100 mg. A forma oral é uma das maneiras mais convenientes de administrar o medicamento
e é geralmente tomada com água.

Spray Nasal: Além dos comprimidos, o sumatriptano também está disponível na forma de
spray nasal. Esta apresentação é preferida por pacientes que têm dificuldade em engolir
comprimidos ou que experimentam náuseas durante uma crise de enxaqueca. O spray nasal
permite uma absorção mais rápida do medicamento através das membranas mucosas nasais.

Injeções Subcutâneas: Para casos mais graves ou quando a rapidez na ação é crucial, o
sumatriptano está disponível em forma de injeções subcutâneas. Essas injeções são
administradas sob a pele e tendem a proporcionar um alívio mais rápido dos sintomas em
comparação com as formas orais.

Comprimidos dissolvíveis: Comprimidos de sumatriptano que se dissolvem na boca também


estão disponíveis no mercado. Essa forma de apresentação pode ser conveniente para
pacientes que não têm acesso à água no momento da necessidade, além de proporcionar uma
absorção rápida do medicamento.

Formas genéricas: Além das apresentações de marca, o sumatriptano também está


disponível na forma genérica, que é igualmente eficaz e geralmente mais acessível
economicamente.
É importante destacar que a escolha da apresentação do sumatriptano depende das
necessidades individuais do paciente, da gravidade da enxaqueca e das preferências pessoais.
A dose e a forma de administração devem ser determinadas por um profissional de saúde com
base na avaliação clínica do paciente.

2.3 - Contraindicações

Succinato de Sumatriptana é contraindicado em indivíduos com conhecida


hipersensibilidade à sumatriptana ou a qualquer componente da fórmula.

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Não podendo ser utilizada em pacientes que tiveram infarto do miocárdio, doença cardíaca
isquêmica (DCI), angina de Prinzmetal/vasoespasmo coronariano, doença vascular periférica
ou em pacientes que apresentem sinais ou sintomas compatíveis com DCI.
Sumatriptana é contraindicada para pacientes com histórico de acidente vascular
cerebral (AVC), de ataque isquêmico transitório (AIT) ou de migrânea do tipo basilar e
migrânea hemiplégica, uma vez que esses pacientes têm um maior risco de AVC, doença
isquêmica intestinal, pacientes com hipertensão descompensada. O uso concomitante de
Succinato de Sumatriptana com outros medicamentos à base de triptanas ou agonistas do
receptor 5-HT1 também é contraindicado.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes que tiveram infarto do
miocárdio, doença cardíaca isquêmica (DCI), angina de Prinzmetal/vasoespasmo
coronariano, doença vascular periférica ou que apresentem sinais ou sintomas compatíveis
com DCI, é contraindicado para uso por pacientes com histórico de acidente vascular cerebral
(AVC), de ataque isquêmico transitório (AIT) ou de migrânea do tipo basilar e migrânea
hemiplégica, é contraindicado para uso por pacientes com doença isquêmica intestinal, para
uso por pacientes com hipertensão descompensada e para uso por pacientes com insuficiência
hepática grave.

2.4 - Eventos Adversos

O sumatriptano embora seja eficaz no tratamento das enxaquecas, não está isento de
eventos adversos que devem ser considerados na avaliação do seu perfil de segurança. Entre
esses efeitos, pode-se destacar a sensação de queimação ou ardência que é relatada pelos
pacientes no uso do medicamento na forma subcutânea ou nas narinas, em casos do uso do
spray nasal. Alguns pacientes podem ter tontura ou sonolência e por isso é indicado que após
a administração da medicação sejam evitadas atividades como dirigir, até que se saiba como o
medicamento afeta o paciente individualmente. Também são eventos adversos, náuseas e
vômitos, formigamento ou dormência nas mãos e nos pés leves e temporários, em caso de
reações alérgicas como inchaços do rosto, lábios, língua ou dificuldade para respirar deve-se
procurar atendimento médico rapidamente. Outros eventos adversos podem incluir aumento
da frequência cardíaca e pressão arterial, fraqueza muscular e palpitações.

2.5 - Custo Anual do Tratamento

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O custo individual do tratamento com sumatriptano corresponde a aproximadamente
350 reais por ano. O custo anual do tratamento com sumatriptano pode variar muito
dependendo de vários fatores, incluindo dosagem, frequência de uso, marca específica do
medicamento, região e sistema de saúde.O sumatriptano é frequentemente prescrito para
tratar enxaquecas e dores de cabeça intensas e está disponível em diversas formas, incluindo
comprimidos, injeções e spray nasal. Nesse contexto, diversos estudos apontam diferentes
valores para o tratamento da enxaqueca com o sumatriptano, Piccinni e colaboradores (2021)
relatam que prevalência de pacientes tratados com o sumatriptano aumenta de acordo com o
passar dos anos, e que a adesão ao tratamento tem um custo médio/anual para cada paciente
variando entre 2.267 e 2.956 euros (Piccinni et al. 2021).

2.6 - Necessidade de uso de outras tecnologias de diagnóstico ou terapêutica, no caso da


incorporação da tecnologia em questão.

Pode ser necessário o uso de outras tecnologias no contexto do tratamento de


enxaquecas, de diagnóstico ou terapêutica para uma abordagem mais completa e eficaz, que
podem incluir um diagnóstico preciso, para saber qual origem da enxaqueca, assim como o
monitoramento dos sintomas e o uso de terapias complementares, além do sumatriptano,
como terapia cognitivo-comportamental, para modular o estresse e possíveis gatilhos que vai
causar uma tensão muscular. Compreender a eficácia, as vantagens e os riscos potenciais
pode ajudar os profissionais a abordar essas modalidades com seus pacientes. Existem várias
abordagens de tratamento complementares e integrativas que podem ser úteis para quem sofre
de enxaqueca. Como as práticas mente-corpo de meditação consciente, meditação, ioga e tai
chi.

3. ANÁLISE DA EVIDÊNCIA

3.1 - Pergunta Estruturada

A revisão sistemática foi baseada em uma pergunta estruturada, explícita, que


especificou os comparadores e os desfechos a serem avaliados. A pergunta norteadora
realizada foi: Em pacientes adultos com enxaqueca, qual é a eficácia do succinato de
sumatriptano nas doses de 25 mg, 50 mg ou 100 mg, em comprimidos, para o alívio imediato

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da dor de cabeça e outros sintomas associados à enxaqueca, em comparação com a não
utilização do medicamento?

Tabela 1. Pergunta estruturada para elaboração do relatório

População Pacientes adultos que sofrem de enxaqueca, com ou sem aura

Intervenção O uso do sumatriptano na forma de comprimidos de 25 mg, 50 mg ou


100 mg, para o tratamento e alívio imediato das crises de enxaqueca.

Comparação Não utilização do medicamento

Desfecho Os resultados esperados incluem a redução da dor de cabeça, o alívio


de outros sintomas das crises de enxaqueca, como náuseas e vômitos

Tipo de estudo Revisão integrativa de literatura

3.2 - Busca por evidências

Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura. O período estabelecido para


o levantamento bibliográfico foi de 2018 a 2023, nas bases de dados bibliográficos da
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), o Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE/PubMed) e a Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS). Para realizar a busca na base de dados, foram utilizados os seguintes
descritores: “transtorno de enxaqueca” E “Sumatriptano”, “migraine” AND “Sumatriptano”,
"migraine disorder" AND "migraine" AND "sumatriptan", selecionados de acordo com o
padrão dos Descritores em Ciência da Saúde edição 2018 (DECs/Bireme). Na base da
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), os descritores foram: “transtorno de enxaqueca” E
“Sumatriptano”, “migraine” AND “Sumatriptano”, "migraine disorder" AND "migraine"
AND "sumatriptan", para a base MEDLINE/PUBMED, "migraine disorder" AND
"migraine" AND "sumatriptan" e para a base Web of Science, “transtorno de enxaqueca” E
“Sumatriptano”, “migraine” AND “Sumatriptano”, "migraine disorder" AND "migraine"
AND "sumatriptan", porém não foram encontrados artigos de acordo com estes descritores.
Inicialmente, após a aplicação dos descritores utilizados, combinados entre si, em busca
integrada nos campos: título, resumo e assunto, foram obtidos 38 documentos. Em seguida
foram aplicados critérios de inclusão, nos quais foram observados os seguintes itens: (I)

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pesquisas originais que discorrem acerca do medicamento,(II) eficácia e (III) estudos
randomizados; (IV) estudos publicados em até 5 anos; (V) escritos em inglês, espanhol ou
português. Do total de documentos analisados por meio da realização da leitura do título,
resumo, período de publicação e objetivo proposto, foram selecionados cinco estudos
(Figura). Todos os estudos selecionados foram analisados na íntegra, por cinco revisores. Foi
coletado os dados de interesse em formulários predefinidos, com a inclusão de campos para
anotação das variáveis de desfecho em saúde, fontes de dados dos desfechos, variáveis
independentes avaliadas e associadas positivamente aos desfechos, ano de publicação dos
estudos, período de ocorrência dos desfechos avaliados e origem dos dados.

4. Resultados

4.1 - Resultados da análise das evidências

Na figura 1 está sintetizado o resultado da busca. Foram recuperados um total de 38 artigos e


utilizados para análise 5 publicações sendo: 5 ensaios clínicos controlados, sendo um deles 1
revisão sistemática com metanálise também.

Figura 1: Fluxograma de descrição da busca de dados e seleção das publicações analisadas.

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Fonte: Elaboração própria.

A leitura dos artigos e a extração dos dados e das informações foram realizadas de maneira
integrada entre os revisores. Divergências foram identificadas e sanadas entre os revisores,
sem a necessidade de ampliar o número de pares para a revisão. A ferramenta PRISMA
(Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses) foi utilizada como
orientação na seleção dos artigos da revisão integrativa.

Autor/ Ano Objetivo Método Conclusão

Abdelmonem, Muitos medicamentos são prescritos no Pesquisamos bancos de dados Uma dose de 10 mg de metoclopramida IV foi eficaz
Hanaa; 2023 alívio de crises agudas de enxaqueca. online como PubMed, no alívio das crises de enxaqueca com efeitos
Nosso objetivo é comparar a Cochrane Library, Scopus e colaterais mínimos. Comparado a outros
metoclopramida com outros medicamentos Web of Science até junho de medicamentos ativos, ele só mostrou um efeito menos
antienxaqueca. 2022 por ECRs que significativo em comparação com o granisetron em
comprassem metoclopramida relação à mudança de dor de cabeça, enquanto mostrou
isoladamente com placebo ou efeitos significativamente maiores apenas com placebo
medicamentos ativos. Os tanto nas necessidades de medicação de resgate quanto
principais resultados foram a na ausência de sintomas de dor de cabeça e valproato
alteração média na pontuação apenas na necessidade de medicação de resgate. Além
da dor de cabeça e o alívio disso, diminuiu significativamente os escores de dor
completo da dor de cabeça. Os de cabeça mais do que o placebo e o sumatriptano. No
desfechos secundários foram a entanto, mais estudos são necessários para apoiar
necessidade de medicamentos nossos resultados.

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de resgate, efeitos colaterais,
náuseas e taxa de recorrência.
Revisamos qualitativamente os
resultados. Em seguida,
realizamos as meta-análises de
rede (NMAs) quando possível,
que foram feitas pelo método
Frequentist usando o software
online MetaInsight.

de Boer, Irene; Durante muitos anos, os triptanos foram a Pesquisamos palavras-chave no


et.al. 2023 base do tratamento da enxaqueca aguda. Pubmed, resumimos a literatura Análises post-hoc não relataram diferenças na eficácia
No entanto, o tratamento com triptanos e fornecemos uma revisão de gepants/ditans entre respondedores e não
nem sempre pode ser iniciado devido a abrangente sobre o lugar da respondedores aos triptanos, mas a pesquisa é
contraindicações (observadas em próxima geração de dificultada pela falta de consenso sobre a definição de
aproximadamente um quinto dos doentes) tratamentos específicos para não responder. Devido à sobreposição (parcial) dos
ou resposta inadequada (observada em enxaqueca aguda entre os mecanismos de ação, permanece desconhecido se a
aproximadamente um terço dos doentes). triptanos terapia combinada com lasmiditano, gepants e
Novas terapias agudas, incluindo agonistas triptanos terá valor agregado em relação à
do receptor de 5-hidroxitriptamina monoterapia. Estudos pré-clínicos e análises post-hoc
(5-HT)1F, também conhecidos como indicam cautelosamente que estes novos
ditans (lasmiditan) e antagonistas de medicamentos são seguros para pacientes com fatores
moléculas pequenas do receptor peptídeo de risco cardiovascular. No entanto, são necessários
relacionado ao gene da calcitonina, estudos de longo prazo para comprovar a segurança
também conhecidos como gepants cardiovascular. O risco de desenvolver cefaleia por uso
(rimegepant e ubrogepant), podem ser uma excessivo de medicamentos pode diferir entre
alternativa eficaz. triptanos, ditans e gepants, mas são necessários mais
estudos para confirmar esta diferença. Ensaios clínicos
randomizados e controlados de terapias agudas e
combinações de terapias são necessários para
determinar seu lugar no tratamento da enxaqueca entre
as terapias estabelecidas.

Peng, Kuan-Po; O mecanismo exato e o local de ação dos Quarenta participantes Nossos dados sugerem que o sumatriptano reduz a
et.al. 2022 triptanos no aborto das crises de saudáveis foram inscritos neste sensibilização central (hiperalgesia secundária) sem
enxaqueca permanecem em debate. Nossa estudo duplo-cego, modular a sensibilização periférica (hiperalgesia
hipótese é que a eficácia clínica dos randomizado e controlado por primária) em um modelo de dor humana de
triptanos reside no aborto da sensibilização placebo. O efeito do sensibilização induzida por capsaicina. Além disso,
central e nos concentramos na questão de sumatriptano (n = 20) versus apesar da administração sistêmica de sumatriptano, os
por que os triptanos são específicos para placebo (n = 20) foi efeitos moduladores são específicos do trigêmeo,
dor de cabeça, que são altamente eficazes investigado em um dermátomo ecoando o efeito clínico dos triptanos nas dores de
na enxaqueca e cefaleia em salvas e trigêmeo (V1) versus um cabeça do aborto, mas não na dor extracefálica.
ineficazes na dor extracefálica. dermátomo extra cefálico
(antebraço) usando um modelo

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de sensibilização tópica à
capsaicina. A hiperalgesia
primária e secundária induzida
pela capsaicina foi avaliada por
meio de testes sensoriais
quantitativos.

Wienholtz,Nita Tem como objetivo determinar se o Um total de 37 pacientes com Estes resultados sugerem que o sumatriptano previne a
Katarina Frifelt; tratamento precoce com sumatriptano enxaqueca sem aura foram enxaqueca induzida por PACAP38 pela modulação da
et.al. 2021 pode prevenir ataques de enxaqueca incluídos entre julho de 2018 e transmissão nociceptiva dentro do sistema
induzidos por PACAP38. dezembro de 2019. Todos os trigeminovascular.
pacientes receberam uma
infusão intravenosa de 10
picomoles/kg/min de
PACAP38 durante 20 minutos,
seguida por uma infusão
intravenosa de 4 mg de
sumatriptano ou placebo
durante 10 minutos. em dois
dias de estudo num estudo
cruzado, aleatorizado, em dupla
ocultação, controlado por
placebo.

Zhang, Han; A enxaqueca menstrual é um subtipo de Pesquisamos sistematicamente Pesquisamos sistematicamente bancos de dados,
et.al. 2023 enxaqueca que normalmente é mais bancos de dados, incluindo incluindo PubMed, EMBASE e Cochrane, e incluímos
incapacitante, mais duradouro e mais PubMed, EMBASE e todos os ensaios clínicos randomizados elegíveis no
difícil de tratar. O objetivo desta Cochrane, e incluímos todos os estudo. Realizamos a análise estatística utilizando o
meta-análise de rede (NMA) é comparar a ensaios clínicos randomizados Stata versão 14.0, baseado no framework frequentista.
eficácia relativa dos tratamentos para elegíveis no estudo. Utilizamos a ferramenta Cochrane Risk of Bias para
enxaqueca menstrual. Realizamos a análise estatística ensaios randomizados versão 2 (RoB2) para avaliar o
utilizando o Stata versão 14.0, risco de viés dos estudos incluídos.
baseado no framework
frequentista. Utilizamos a
ferramenta Cochrane Risk of
Bias para ensaios
randomizados versão 2 (RoB2)
para avaliar o risco de viés dos
estudos incluídos.

18
4.2 - Interpretação dos resultados

- Quanto à eficácia:

As evidências encontradas sugerem que não houve diferenças significativas na


eficácia do tratamento profilático contra EC para utilização do Sumatriptano.

- Quanto à segurança:

Todos os estudos analisados demonstraram que um maior número de sujeitos


descontinuou o tratamento com topiramato devido a ocorrência de eventos adversos
quando comparado com ao sumatriptano. No entanto, o Sumatriptano obteve uma
presença maior de náusea e vômitos como evento adverso quando comparada com
a outros medicamentos como o topiramato.

Dentro dos estudos avaliados foram mencionadas ocorrências de eventos adversos


de menor incidência para os tratamentos avaliados.

19
5. REFERÊNCIAS

1. Rabello GD. Aspectos clínicos e terapêuticos das cefaléias agudas. Medicina


(Ribeirão Preto) [Internet]. 30 de dezembro de 1997 [citado 27 de setembro de
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Mohammad Al-Mahdi; Hannibal, Jens; Egeberg, Alexander; Thyssen, Jacob P;

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9. FICHA TÉCNICA SUMATRIPTAN UR 50 mg COMPRIMIDOS EFG. Disponível
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