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Poços de Caldas
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – CAMPUS POÇOS DE CALDAS
INSTITUTO DE CIÊNCIA DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA DE MINAS
Poços de Caldas
2020
AGRADECIMENTOS
RESUMO
°C – Grau Celsius
µm – Micrômetros
Al – Alumínio
ANM – Agência Nacional de Mineração
Ca – Cálcio
CBA – Companhia Brasileira de Alumínio
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
cm – Centímetros
DERA – Agência de Recursos Minerais da Alemanha
DRX – Difração de Raio-X
ETR – Elementos de Terras Raras
F – Flúor
Fe – Ferro
FOB – Free on Board
FRX – Fluorescência de Raio-X
g – Grama
Hf – Háfnio
kg – Quilogramas
km – Quilômetros
kt – Quilotonelada.
m – Metros.
MAPC – Maciço Alcalino de Poços de Caldas.
MEV – Microscópio Eletrônica de Varredura.
MG – Minas Gerais.
Mn – Manganês.
Mo – Molibdênio.
Na – Sódio.
NE – Nordeste.
NW – Noroeste.
O – Oxigênio.
PA – Pará.
PCZ – Pré-concentrado de zircão.
SE – Sudeste.
SW – Sudoeste
t – Tonelada
Th – Tório
Ti – Titânio
U – Urânio
US$ - Dólar americano
Y – Ítrio
Zr – Zircônio
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2. OBJETIVOS....................................................................................................... 13
2.1. OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 13
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 13
3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 14
4. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 15
4.1. MACIÇO ALCALINO DE POÇOS DE CALDAS ........................................... 15
4.2. CALDASITO ................................................................................................. 18
4.2.1. ESTUDOS RECENTES...................................................................... 20
4.3. ZIRCÔNIO .................................................................................................... 23
4.3.1. RESERVAS, PRODUÇÃO E MERCADO INTERNO ......................... 23
4.3.2. APLICAÇÕES E USOS ..................................................................... 27
4.4. ATRIÇÃO ..................................................................................................... 30
5. METODOLOGIA ................................................................................................ 35
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 37
6.1. MEV ............................................................................................................. 37
6.2. ANÁLISE QUÍMICA ...................................................................................... 40
6.3. DRX.............................................................................................................. 41
6.4. ATRIÇÃO E ANÁLISE GRANULOQUÍMICA ................................................ 42
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 50
8. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 51
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 52
APÊNDICE A – RESULTADOS DA ANÁLISE QUÍMICA TOTAL ........................... 59
APÊNDICE B – RESULTADOS DO DRX ................................................................. 62
APÊNDICE C – RESULTADOS DA GRANULOQUÍMICA ....................................... 65
11
1. INTRODUÇÃO
Alvo de diversos estudos desde o final do século XIX com as descobertas de suas
características alcalina pelos estudos de Derby, o Maciço Alcalino de Poços de Caldas
é um grande marco geológico e econômico para o país. Situado na região sul de Minas
Gerais e fazendo divisa com o estado de São Paulo, o MAPC, forma como é
abreviado, possui dimensões de aproximadamente 35km de diâmetro com uma área
subcircular com cerca de 800km², moldado por um relevo de vales e morros. Devido
ao contexto de sua gênese e por processos pós-genéticos, como as alterações
hidrotermais, a região possui uma assembleia mineralógica bastante diversificada,
constituída de minerais ricos em elementos como Zr, Ti, ETR, Y, Th e U, trazendo a
grande importância que o local tem até mesmo em contexto global (ELLERT, 1959;
GARDA, 1990; ALVES, 2003).
Denominada por Derby como caldasito, essa rocha é de ocorrência exclusiva do
Brasil, sendo chamada também de zirkita. É comumente encontrada como uma rocha
dura e compacta, com cores que variam do cinza ao marrom-avermelhado, a
depender do grau de intemperismo. Sua constituição é principalmente de zirconita
(ZrSiO4), silicato de zircônio, e badeleíta (ZrO2), óxido de zircônio. O caldasito ainda
possuí outros minerais em menores quantidades em sua constituição, como os
portadores de urânio, háfnio, alumínio e ferro (BROWN, 1972; GARDA, 1990).
O zircônio é elemento de grande importância econômica, sendo utilizado em vários
segmentos da indústria, com sua maior contribuição na indústria de cerâmicos
(ELSNER, 2013). Em contraponto a essa demanda da produção, as reservas de
zircônio vêm tendo uma tendência de queda nos últimos anos, tanto no Brasil quanto
em escala mundial. Isso se dá justamente pela falta das descobertas de novas jazidas
aliado com o esgotamento das minas já existente (MONTEIRO, 2019). Assim, nasce
a necessidade de aproveitar novas fontes dos elementos, tal como o caldasito.
O uso direto do zircônio do caldasito em algumas aplicações tornam-se inviável
devido a presença de elementos contaminantes, como é o caso do ferro para a
indústria cerâmica e refratária, já que afeta diretamente a qualidade do produto final
ao alterar propriedades microestruturais do material. Com isso, precisa-se submeter
o minério a etapas de beneficiamentos no intuito de diminuir a concentração das
impurezas. Com esse mesmo intuito, Pires (2017) submeteu o caldasito à separação
magnética através de um separador do tipo carrossel, visando os minerais magnéticos
12
portadores de ferro que poderiam estar contido no minério. Apesar de uma certa
diminuição no teor do ferro após o processo, os valores continuavam altos para o uso
integral do minério nos segmentos industriais apontados anteriormente. Dessa forma,
o presente trabalho propõe uma nova técnica para beneficiamento para o caldasito,
através do processo de atrição. Tal processo, também conhecida como escrubagem,
visa desagregar partículas não consolidadas num processo de baixa-média energia,
sendo amplamente utilizado em argilominerais, precipitações salinas e grãos
fracamente cimentados (COSTA, 2010).
13
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Avaliar a eficiência do ensaio de atrição como método de remoção do ferro
contaminante do caldasito encontrado no Maciço Alcalino de Poços de Caldas.
3. JUSTIFICATIVA
Na década de 70, Brown (1972) em seu estudo já estimava que as reservas de
zircônio potencialmente exploráveis no Maciço Alcalino de Poços de Caldas eram em
torno de 200 kt. Admitindo a veracidade desses valores e os alinhando com os dados
mais recentes sobre as reservas nacionais de zircônio fornecidos pela ANM, na casa
de 2.139 kt em 2016 (MONTEIRO, 2019), fica notável a importância das reservas
zirconíferas do MAPC.
Indo além das fronteiras, uma nítida tendencia de queda nas reservas de zircônio
mundial leva a mesma percepção da criticidade em estar aproveitando as reservas do
MAPC, no intuito de dar sobre fôlego à indústria do zircônio. Esta que se diversifica
num gama de segmentos que vão da esmaltes cerâmicos à base de zircônio até a
ligas metálicas de supercondutores (ELSNER, 2013).
Trabalhos recentes atestam o que já estudos mais antigos como o de Brown (1972)
discutiam: o alto teor do zircônio presente no caldasito. Custódio (2017) em seu estudo
para avaliar a possibilidade de substituir a mulita-zirconita pelo zircônio do caldasito,
realizou análises químicas que mostraram um teor variando de 65,17% à 70,39% de
ZrO2, variando conforme o local onde foi coletado o material. Entretanto, nesse mesmo
estudo, como em diversos outros, é visto uma porcentagem consideravelmente
problemática de ferro para a aplicação do zircônio, variando de 3,6% a 7,15% de
Fe2O3 no mesmo estudo citado previamente.
Assim, ao fazer a junção dos fatores de diminuição das reservas de zircônio num
panorama mundial, a demanda industrial pelo elemento e a existência de reservas
potenciais no MAPC, mas que possui contaminantes, surge a necessidade de realizar
pesquisas que abordam métodos que possam viabilizar o uso do minério e a agregar
valor econômico ao mesmo, tal como feito por Pires (2017) ao submeter o minério à
ensaios de separação magnética por separador de carrossel e este vigente trabalho,
que visa aplicar um método diferente para o mesmo fim.
15
4. REVISÃO DA LITERATURA
4.1. MACIÇO ALCALINO DE POÇOS DE CALDAS
Geograficamente falando, o Maciço Alcalino de Poços de Caldas, comumente
abreviado como MAPC, encontra-se na divisa dos estados de Minas Gerais e São
Paulo. Do ponto de vista geológico simplificado, o MAPC situa-se nos limites da bacia
sedimentar do Paraná e dos contrafortes da serra da Mantiqueira, como descrito por
Ellert (1959). Por fim, tratando-se de definições geomorfológicas, o MAPC pode ser
localizado dentro da área chamada Província do Planalto Atlântico (DORANTI, C.; et
al, 2008).
4.2. CALDASITO
O termo caldasito foi usado pela primeira vez por Derby (1887), em seu estudo
anteriormente citado, ao falar sobre os cristais de zircônio encontrados na região de
Parreiras, levando-o a suspeitar que poderia ser encontrado ali algum tipo de zircônio-
19
possui elevada pureza, variando o teor entre 96% e 98,5%. É cristalizado no sistema
monoclínico e encontrado com hábito tabular ou em agrupamentos botroidais, uma
característica bastante marcante. Sua cor também varia de acordo com os
contaminantes e oxidação do mineral, variando de transparente a amarelo, verde,
bege, marrom-avermelhado, marrom e preto. O brilho do mineral também varia de
gorduroso a vítreo (BERTOLINO, 2008; ANTHONY et al, 2001; FRANCO, 1945).
Tolbert (1966) definiu em seu estudo os tipos de depósitos nos quais o caldasito
são encontrados, sendo eles depósitos em veios e lenticulares, eluvionares e
aluvionares. Constatou-se também a presença do caldasito na forma de pequenas
massas de 1 a 4 cm disseminados em rochas alcalinas.
Como resultado da deposição dos minerais que formam o caldasito em falhas
e fraturas, originam-se os depósitos em veios e lentes, também chamado de venulares
em algumas bibliografias. Em geral, possuem espessuras bastante variadas, saindo
de 1 cm indo além de 1 m (GARDA, 1990; BROWN, 1972). A exemplo, a área do
Morro do Serrote é uma das regiões que possuem esse tipo de depósito. Garda (1990)
ainda cita que no Serrote houve uma exploração em um veio de 30 cm de espessura
no qual o material retirado atingiu 85% de ZrO2.
Os depósitos eluvionares de caldasito são o resultado do intemperismo dos
veios e lentes aflorantes, assim são comumente encontrados ao longo das encostas
de morros. Uma de suas principais características é que são encontrados junto de
limonita, lateríta ferromanganesífera e bauxita em forma de fragmentos angulares,
seixos e blocos de caldasito. Esses depósitos tem espessura média de 0,5 m com
teor de ZrO2 variando entre 65% e 80% (GARDA, 1990; BROWN, 1972).
Quanto aos depósitos aluvionares, estes ocorrem no curso de margens d’água.
As favas de badeleíta são predominantes nesse tipo de depósito, formado por seixos
de aspectos rolados e com estrutura fibroradiadas. Da mesma forma que o anterior,
esses depósitos são formados pela degradação dos veios de caldasito, que neste
caso, tem como principal agente o arraste do material argiloso por fluxos fluviais e
pequenos cursos d’água permanente ou torrenciais. Os teores de ZrO 2 neste caso
atingem a marca de 95% (GARDA, 1990; BROWN, 1972).
neste tópico serão abordados alguns trabalhos recentes desenvolvido também por
estudantes da UNIFAL-MG, tendo como foco os resultados obtidos do caldasito da
região do Serrote, o mesmo a ser estudado neste trabalho.
Pereira (2015) elaborou um estudo sobre a caracterização tecnológica do
caldasito, recolhendo amostras de quatro pontos diferentes no MAPC: CNEN,
Curimbaba, CBA (Serrote) e Taquari. Tais amostras foram submetidas a diversos
ensaios como análise visual, análise granulométrica, separação por líquidos densos,
separação magnética, dentre outros. O resultado da separação magnética, Figura 4,
indicava que o ferro poderia estar na porção magnética em forma de magnetita,
entretanto, a mesma não foi encontrada em seu ensaio de DRX.
A redução do teor de ferro na amostra foi de 75%, saindo de 3,6% para 0,9%
de óxido de ferro. Além disso, é notado uma constante redução no teor do ferro em
cada produto do ciclo, ou seja, com o aumento da amperagem. Dessa forma, a autora
conclui que o método é eficiente para estar removendo o ferro contaminante do
caldasito.
4.3. ZIRCÔNIO
4.3.1. RESERVAS, PRODUÇÃO E MERCADO INTERNO
Na data de confecção deste trabalho, os dados mais recentes fornecidos pela
USGS, preparados por Sangine (2020) tendo como base o ano de 2019, mostram que
no cenário global do zircônio a Austrália é o país que possui as maiores reservas do
minério, chegando à 67,3% das reservas mundiais. Outras participações significantes
são da África do Sul e de Moçambique, sendo responsáveis por 10,4% e 2,9%,
respectivamente, das reservas mundiais. Com os dados preparados por Bedinger
(2018), tendo como ano-base 2017, a Índia também aparece como um dos principais
detentores das reservas mundiais de zircônio com 3.400 kt, representando 4,6% do
total de 74.000 kt daquele ano. É nítida a tendência de diminuição das reservas
mundiais de zircônio. Comparando os dados dos últimos cinco anos, explicitados na
Tabela 2, têm-se uma queda de aproximadamente 15.000 kt nas reservas, indicando
que a produção do minério está maior que a descoberta de novas jazidas.
24
2015 (%) 2016 (%) 2017 (%) 2018 (%) 2019 (%)
Estados Unidos 500 0,6 500 0,7 500 0,7 500 0,7 500 0,8
Austrália 51.000 65,6 48.000 64,4 47.000 63,2 42.000 57,5 42.000 67,3
China 500 0,6 500 0,7 500 0,7 500 0,7 500 0,8
Quênia ... .. ... .. ... .. 3.600 4,9 120 0,2
Moçambique 1.100 1,4 920 1,2 1.800 2,4 1.800 2,5 1.800 2,9
África do Sul 14.000 18,0 14.000 18,8 14.000 18,8 14.000 19,2 6.500 10,4
India 3.400 4,4 3.400 4,6 3.400 4,6 ... .. ... ..
Outros Países 7.200 9,3 7.200 9,7 7.200 9,7 10.600 14,5 11.000 17,6
Total 77.700 100,0 74.520 100,0 74.400 100,0 73.000 100,0 62.420 100,0
2015 (%) 2016 (%) 2017 (%) 2018 (%) 2019 (%)
China 140 9,2 140 9,6 140 9,0 150 9,8 80 5,6
Índia 40 2,6 40 2,7 ... .. ... .. ... ..
Indonésia 110 7,2 110 7,6 110 7,1 100 6,5 ... ..
Quênia ... .. ... .. 44 2,8 45 2,9 50 3,5
Moçambique 52 3,4 55 3,8 74 4,8 80 5,2 50 3,5
Senegal 45 3,0 50 3,4 82 5,3 80 5,2 70 4,9
Outros Países 105 6,9 110 7,6 138 8,9 125 8,2 170 11,8
Total 1519 100,0 1455 100,0 1550 100,0 1530 100,0 1440 100,0
2.500
2.402
2.400
2.319
2.300
2.200
2.100
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
Outros
7,2%
Refratários
10,7%
Fundição
13,7%
Cerâmica
54,7%
Químicos
13,8%
As aplicações descritas acima, como algumas outras, podem ser vistas de forma
sintetizadas na Figura 8, que as demonstras através de um fluxograma estrutural do
processo de obtenção das mesmas.
PROCESSAMENTO
MOAGEM PARA MICRONIZAÇÃO PROCESSAMENTO
QUÍMICO &
PÓ DE ZIRCÔNIO PARA OPACIFICANTE QUÍMICO
REMOÇÃO DE Hf
DECOMPOSIÇÃO
QUÍMICA OU
TÉRMICA
ALUMINA- PROCESSO DE
FUSÃO PARA ZIRCÔNICA-SILICA REDUÇÃO KROLL
FRITA (AZS)
ZIRCÔNIA
(ZrO2)
ESTABILIZAÇÃO
(ZrO2)
ZIRCÔNIA TOTAL
OU PARCIALMENTE
ESTABILIZADA
4.4. ATRIÇÃO
Taggart (1945, apud MOREIRA, 2018) define a operação de atrição, também
denominada de escrubagem, como a desagregação de partículas não consolidadas
31
5. METODOLOGIA
Para realizar o estudo, delimitou-se como área a região do Serrote. A escolha foi
feita em virtude da facilidade em acessar o local, além de ter sido uma área já
minerada nos anos 60 e que, comprovado através de trabalhos anteriores, possui um
elevado teor de zircônio. No local, foi retirado cerca de 30kg de minério de bruto de
caldasito e levado para ser submetido a rota de processamento e análise escolhida,
esquematizada na Figura 11.
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A estruturação dos resultados começa pelos adquiridos dos ensaios de
caracterização do minério, seguido então pelos resultados da atrição e suas
subsequentes análises.
6.1. MEV
As imagens obtidas através do MEV trouxeram resultados que ajudaram a
compreender melhor a estrutura dos grãos de caldasito, principalmente quanto a
relação entre a badeleíta e o zircão, mostrada na Figura 12.
38
Figura 14 - Interface entre o zircão (Zr) e a badeleíta (Bd) vista por MEV.
Fonte: Autor.
40
ICP95A
Ce Co Cs Cu Dy Er Eu Ga Gd Hf
638,2 1,2 <0,05 10 201,65 212,05 26,04 <0,1 93,28 >500
Ho La Lu Mo Nb Nd Ni Pr Rb Sm
54,11 146,3 46,09 6 >1000 0,2 94 42,82 1,2 59,1
Sn Ta Tb Th Tl Tm U W Y Yb
10 7,72 23,4 2454,8 <0,5 39,4 2609,65 20,9 1591,42 299,2
Tabela 8 - Resultados da análise química por fusão com tetraborato de lítio e quantificação por FRX.
6.3. DRX
Os principais picos apontados no difratograma, visto na Figura 15Figura 15 -
Difratograma do caldasito amostrado., correspondem ao zircão, picos vermelhos, e a
badeleíta, picos verdes, os dois principais constituintes do caldasito.
42
Outros dois minerais também tiveram picos relevantes, sendo eles identificados
como a gibbisita e a anatase, óxidos de alumínio e titânio, respectivamente. Atenta-se
ao fato de que não foram identificados picos relacionados à alguma fase mineral
ferrífera, indicando que esse elemento está associado a outros minerais, como
mencionado anteriormente. Os resultados completos do DRX podem ser consultados
no Apêndice B.
Retido Passante
Abertura (µm) Retido (g) Retido (%)
Acumulado (g) Acumulado (%)
180 18,38 4,41 18,38 95,59
Fonte: Autor.
Retido Passante
Abertura (µm) Retido (g) Retido (%)
Acumulado (g) Acumulado (%)
180 14,75 3,82% 14,75 96,18%
100%
Sem Atrição
90% Com Atrição
80%
Passante Acumulado
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
38 53 75 90 125 180
Malha (µm)
Teor em 180 µm
Óxido Rocha Total
Com Atrição Sem Atrição
Teor em 125 µm
Óxido Rocha Total
Com Atrição Sem Atrição
Teor em 90 µm
Óxido Rocha Total
Com Atrição Sem Atrição
Teor em 75 µm
Óxido Rocha Total
Com Atrição Sem Atrição
Fonte: Autor.
Teor em 53 µm
Óxido Rocha Total
Com Atrição Sem Atrição
Teor em 38 µm
Óxido Rocha Total
Com Atrição Sem Atrição
Tabela 17 - Comparação dos resultados da análise granuloquímica nas frações menores que 38 µm.
50,00%
40,00%
30,00%
Variação do Teor
20,00%
10,00%
0,00%
180 125 90 75 53 38 Fundo
-10,00%
Faixa Granulométrica
Al Fe Zr
Figura 17 – Gráfico da taxa de variação do teor dos óxidos de alumínio, ferro e zircônio após a atrição
por faixa granulométrica estudada.
Fonte: Autor.
argilominerais e, sendo assim, se comportaria como tal, podendo ser removido através
da atrição. Um outro caso seria quanto as variáveis utilizadas na atrição. A montagem
do ensaio pode ser feita em diversas maneiras, variando desde o equipamento até
parâmetros operacionais. Logo, como foi trabalhado com apenas um cenário, não se
pode descartar que outros resultados poderiam ter sido alcançado ao estar alterando
alguns desses parâmetros, como, por exemplo, realizar o processo em um tambor
desagregador ao invés de uma célula de atrição. Essa variação teria uma
característica mais energética, subtendendo-se uma maior desagregação dos
minerais.
50
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da atrição mostraram que o método, da forma que foi conduzido,
não foi suficientemente eficaz para o propósito determinado. Ou seja, a redução do
teor de ferro no caldasito não foi a esperada e desejada, não enquadrando para o seu
uso industrial. Apesar disso, foi possível notar uma pequena variação nos teores, o
que ajuda reforçar que a atrição não é totalmente descartável, podendo ser trabalhado
em outras composições de parâmetros de processo à fim de obter possíveis novos
resultados e compará-los. Em detrimento a isto, não é possível traçar uma rota de
beneficiamento para o minério, como foi proposto.
Em contraponto, os ensaios de caracterização realizados trouxeram resultados
positivos com alguns pontos de interesse. A granuloquímica do caldasito mostrou que
o minério é heterogêneo em suas frações, ou seja, mantém um teor parecido para a
maioria dos óxidos mais importantes em todas suas faixas granulométricas. A análise
química total trouxe mais uma gama enorme de elementos que podem ser
encontrados no caldasito, que, mesmo sendo de valores na casa do ppm, mostram a
complexidade do minério. Por fim, as imagens em seções produzidas pelo MEV
evidenciam muito bem como a badeleíta está relacionada com o zircão, se
comportando como uma camada superficial de cristais fibrorradiados, como descrito
na literatura.
51
REFERÊNCIAS
TAGGART, A.F. Handbook of mineral dressing. New York, USA: John Wiley &
Sons, 1945. v.1, p.10-01 a 10-16.
Tabela 21 - Resultados completos do FRX do caldasito após a atrição na porção abaixo de 38 µm.
Fonte: Autor.
66
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
67
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
68
Tabela 26 – Resultados completos do FRX do caldasito após a atrição na granulometria de 125 µm.
Fonte: Autor.
Tabela 27 – Resultados completos do FRX do caldasito após a atrição na granulometria de 180 µm.
Fonte: Autor.
69
Tabela 28 - Resultados completos do FRX do caldasito antes da atrição na porção abaixo de 38 µm.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
70
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
71
Fonte: Autor.
Tabela 33 – Resultados completos do FRX do caldasito antes da atrição na granulometria de 125 µm.
Fonte: Autor.
72
Tabela 34 – Resultados completos do FRX do caldasito antes da atrição na granulometria de 180 µm.
Fonte: Autor.