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A minha melhor amiga, Anne Frank

No filme é retratado a amizade entre as adolescentes judias Anne Frank e Hannah


(personagem principal) na década de 1940, em plena 2ª Guerra Mundial. O antissemitismo
observado foi promovido pelo regime nazista liderado por Adolf Hitler que resultou na
discriminação, marginalização e perseguição dos judeus em toda a Europa.
Tal como todos os judeus, Anne Frank e Hannah tinham de utilizar, sempre, a
“Estrela de David” como identificação judia, embora, ainda, pudessem circular nas ruas com
certa liberdade. Aqui apercebemo-nos do grande controlo que os soldados alemães
começavam a ter já em Amesterdão ( Países Baixos).
As amigas estavam a viver o auge da adolescência quando o nazismo invadiu o
país, daí observarmos grande ingenuidade perante certas situações, como por exemplo, o
facto de desobedecerem a ordens do pai de Anne quando as perseguições dos alemães
tornaram-se mais acentuadas sobre os judeus. Logo em seguida, é nos mostrado o
contraste perante essa ingenuidade com a vida no campo de concentração. Aí é notório a
grande diferença entre a vida antes do nazismo e da vida no campo sobre comando nazi.A
falta de condições, o medo e a instabilidade a que foram expostas contrasta com a vida
leve, inocente e alegre que viviam.
Ao contrário do esperado, “ A minha melhor amiga Anne Frank” não retrata
diretamente a vida de Anne Frank, que é o que se costuma ver, mas sim de Hanneli, o que
torna tudo mais interessante, até porque nos dá uma perspetiva diferente do que realmente
aconteceu.
A certa altura estas amigas acabam por se separar (Anne esconde-se no anexo e
Hanneli é levada para o campo de concentração de Bergen-Belsen). Apesar de todas as
dificuldades passadas, Hanneli sempre se questionou e procurou Anne, a sua grande
amiga.
Acho que foi um filme bem conseguido desde os cenários, vestuário até às orações e
costumes religiosos judaicos que as vítimas tinham. Aqui conseguimos perceber a
importância da religião na vida de cada um que estava submisso aquela crueldade! Mesmo
sendo perseguidos e maltratados injustamente, devido à religião que seguiam, nunca
deixaram de ter fé na mesma!
Todos os cenários baseados no verídico acontecimento do Holocausto, mais
concretamente na vida de Hanneli durante o tempo que esteve no campo de concentração,
deixaram-me e deixam com emoções diversificadas. Desde a perda da sua mãe grávida
devido à impossibilidade de recorrer a uma parteira, ao afastamento forçado entre o pai e as
irmãs, até à responsabilidade e “figura maternal” que a personagem principal foi
forçada a adotar devido à sua irmã ser muito mais nova que ela. Hanneli teve que lídar com
tudo isto num curto período de tempo e ainda suportar tudo o que se vivia dentro daquele
campo!
A tristeza junto com um sentimento de revolta e raiva acabaram por dominar o meu
estado de espírito, visto que tudo o que aconteceu dentro dos campos foram, apenas,
atrocidades injustificáveis que deixaram traumas às vítimas que de lá sobreviveram ou
enquanto lá estavam.
O visionamento deste filme trouxe-me outra perspetiva do “habitual” e, ainda, uma
realidade mais próxima há minha atual fase de vida, a adolescência, o que me fez refletir em
dobro. As duas amigas no final conseguiram reencontrar-se em condições mais frágeis e
mostraram-nos que a amizade pode, e, prevaleceu perante todo o horror a que o mundo se
sujeitava!

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