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SINOPSE E DETALHES

Não recomendado para menores de 14 anos

Após o Partido Nazista tornar oficial a perseguição ao povo judeu na Alemanha, muitos deles precisam se tornar praticamente invisíveis, entre
eles a jovem órfã Hanni Lévy (Alice Dwyer); o habilidoso falsificador Cioma Schönhaus (Max Mauff); o apaixonado adolescente Eugen Friede
(Aaron Altaras); e Ruth Arndt (Ruby O. Fee), que perde o contato com a família passando-se por viúva e trabalhando para um oficial alemão.

Título original The Invisibles / Distribuidor Mares Filmes / Ano de produção 2017 / Tipo de filme longa-metragem

Crítica | Os Invisíveis: Um quase documentário narrado por


judeus sobreviventes do Nazismo
Por Rafaela Gomes 

Publicado em 05/10/2018 às 11:20

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https://cinepop.com.br/critica-os-invisiveis-um-quase-documentario-narrado-por-judeus-sobreviventes-do-nazismo-190330

O assunto não é novo. O Nazismo e seus atributos fazem parte da nossa construção social há décadas a fio. Desde os tempos de escola esse
sistema de governo tem feito parte de discussões profundas, conversas corriqueiras, provas e estudos complexos. Com uma história que fala
por si só, a temática já se materializou em roteiros, documentários, minisséries e está arraigada à construção das sociedades modernas e
contemporâneas. E o longa alemão Os Invisíveis toma para si justamente esse conto de outrora. Como sendo do berço das raízes de uma das
atrocidades mais históricas, o diretor Claus Räfle chama para si a responsabilidade de recontar essa dolorosa jornada, a partir das memórias
de dois homens e mulheres que foram capazes de desaparecer em meio a uma caçada mortal a judeus. Essa é a história real de quatro
sobreviventes, por suas próprias vozes.
Narrado por Hanni Lévy (Alice Dwyer), Cioma Schönhaus (Max Mauff), Eugen Friede (Aaron Altaras) e Ruth Arndt (Ruby O. Fee), quatro
histórias distintas se colidem em uma única premissa: permanecer invisível em meio a Alemanha nazista. Com experiências que vão além de
qualquer elaborado roteiro sobre o período, cada qual faz uma breve viagem no tempo, remontando a dura tarefa de manter-se vivo em uma
época intransigente e intolerante - para dizer o mínimo. Como uma espécie de conversa ao pé da cadeira de balanço da vovó, ouvimos os
relatos soberbos dos sobreviventes, à medida que uma narrativa fictícia reconstrói cada um dos capítulos vividos. Mesclando os gêneros
documental e dramático, Os Invisíveis faz o mesmo que o extasiante American Animals e adapta o jargão cinematográfico, “baseado em fatos
reais”, para algo mais autêntico, palpável e fiel.

Com uma direção simples e um roteiro centrado nas extraordinárias vivências reais dessas figuras, temos uma aula sobre o holocausto e o
Nazismo, a partir da perspectiva dos poucos que saíram - quase - ilesos desse período. Com um material fonte riquíssimo que dispensa a
famosa liberdade criativa da dramatização, o filme se sustenta essencialmente nos relatos e consegue se transformar em um drama
absolutamente didático e voraz para ser ensinado no âmbito escolar e acadêmico. Essa característica que beira o pedagógico faz do longa
uma experiência agradável para os que não gostam de documentários, mas comumente reclamam dos “furos” de roteiro daquelas produções
baseadas em fatos reais - que mais se apropriam da licença poética do que, verdadeiramente, dos eventos ocorridos.

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