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"Os Invisíveis": ficção e realidade juntos em um lado pouco lembrado do Holocausto

A temática do Nazismo é recorrente no cinema, mas jamais vai se esgotar, seja pela
necessidade de relembrar o passado para não repetir seus erros ou pela possibilidade de
abordar questões pouco exploradas, passados 70 anos do fim da guerra. E é pela segunda
opção que o longa alemão “Os Invisíveis” se destaca. O filme do diretor Claus Räfle retrata a
história ainda pouco contada de judeus que permaneceram na Alemanha após a oficialização
da caçada antissemita, pela ótica de quatro jovens judeus que sobreviveram com ajuda de
cidadãos alemães.

A narrativa alterna ficção e documentário, com relatos reais misturados à dramatização das
histórias. Nela conhecemos Hanni Lévy, que tingia os cabelos de loiro para parecer ariana e
circular sem ser notada; Cioma Schönhaus, que vivia da falsificação de passes para outros
fugitivos; o romântico Eugen Friede, que sobreviveu graças à rede de contatos criada por ele e
sua família; e Ruth Arndt, que finge ser viúva de guerra e chega a trabalhar cuidando da casa
de um militar do Reich. São histórias independentes, que não se entrecruzam em nenhum
momento, apesar de surgirem pontos de contato entre elas, como personagens e lugares em
comum.

Um dos méritos de Räfle é fazer com que as partes ficcionais não se tornem apenas ilustrações
das entrevistas com os personagens reais: ambas as linguagens são perfeitamente dosadas,
alternando-se ainda com imagens de arquivos da época. Os formatos complementam-se de
maneira harmoniosa, dando ao filme o tom certo de densidade e verossimilhança.

Talvez pelo foco na linguagem e no formato escolhidos, com relatos densos e sensíveis em
primeira pessoa aliados a boas interpretações nas cenas dramatizadas, não há um grande
empenho com o aspecto estético (o que fica nítido nas cenas de bombardeios e escombros,
que costumam receber maior cuidado em produções de guerra). No entanto, isso não
compromete a qualidade do filme, cujo impacto sobre o espectador reside na força e
veracidade das histórias contadas.

"Os Invisíveis": ficção e realidade em um lado pouco lembrado do Holocausto

O Nazismo é um tema recorrente no cinema, mas não está esgotado, seja pela necessidade de
relembrar o passado para não repetir seus erros ou pela possibilidade de abordar questões
pouco exploradas, passados 70 anos do fim da guerra. E é pela segunda opção que o longa
alemão “Os Invisíveis” se destaca. O filme do diretor Claus Räfle retrata a história ainda pouco
contada de judeus que permaneceram na Alemanha após a oficialização da caçada
antissemita, pela ótica de quatro jovens judeus que sobreviveram com ajuda de cidadãos
alemães.

A narrativa alterna ficção e documentário, com relatos reais misturados à dramatização das
histórias. Nela conhecemos Hanni, que tingia os cabelos de loiro para parecer ariana e circular
sem ser notada; Cioma, que vivia da falsificação de passes para outros fugitivos; o romântico
Eugen, que sobreviveu graças à rede de contatos criada por ele e sua família; e Ruth, que finge
ser viúva de guerra e chega a trabalhar cuidando da casa de um militar do Reich. São histórias
independentes, que não se entrecruzam em nenhum momento, apesar de surgirem pontos de
contato entre elas, como personagens e lugares em comum.

Um dos méritos de Räfle é fazer com que as partes ficcionais não se tornem apenas ilustrações
das entrevistas com os personagens reais: ambas as linguagens são perfeitamente dosadas,
alternando-se ainda com imagens de arquivos da época. Os formatos complementam-se de
maneira harmoniosa, dando ao filme o tom certo de densidade e verossimilhança.

Talvez pelo foco na linguagem e no formato escolhidos, com relatos densos e sensíveis em
primeira pessoa aliados a boas interpretações nas cenas dramatizadas, não há um grande
empenho com o aspecto estético (o que fica nítido nas cenas de bombardeios e escombros,
que costumam receber maior cuidado em produções de guerra). No entanto, isso não
compromete a qualidade do filme, cujo impacto reside na força das histórias.

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