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Atividade de nivelamento de Língua Portuguesa - Habilidades: EF09LP11 e EM13LP02B

(ESPM SP/2020/Janeiro)
Leia:
(…)Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por
efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.
Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a
demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é
que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias,
e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada
sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora,
tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (…)
Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho
Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.
(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)
No trecho: Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela…, o
termo em destaque pode ser substituído sem prejuízo semântico por:
a) porquanto (relação de causa).
b) entretanto (relação de oposição de ideias que se anulam).
c) à medida que (relação de proporcionalidade).
d) embora (relação de oposição de ideias que coexistem).
e) uma vez que (relação de causa).
(Fac. Medicina de Petrópolis RJ/2021)
A ciência e a tecnologia como estratégia de desenvolvimento
1 Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados
concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida apenas por essa
curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo
prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
2 Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que
os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é o
principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui, desde o domínio do fogo até a moderna
ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria
modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.

3 Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência enfrenta uma crise de legitimação social no mundo todo.
Existe uma descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo
orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos. Vários fenômenos sociais recentes, como o
movimento antivacinação ou mesmo a desconfiança sobre o aquecimento global, apesar de todas as evidências
científicas em contrário, são exemplos dessa descrença.
4 A relação entre ciência, tecnologia e sociedade é de extrema complexidade, sem dúvida alguma. Ela passa por
uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das
pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Como ampliar o acesso da população
aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e
tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Essas são questões cruciais
para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
Disponível em: <www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologiacomo-
estrategia-de-desenvolvimento>. Acesso em: 24 ago. 2020. Adaptado.
O trecho do texto “Existe uma descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico” (parágrafo 3)
estabelece, com a frase anterior, uma relação de
a) causalidade
b) finalidade
c) condição
d) contradição
e) concessão
(ENEM MEC/2015/2ª Aplicação)
Da timidez
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou
notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção?
Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja
apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só
alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele
acha que se sentir inferior é doença.
[…]
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido,
duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa
nos membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois
ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar
um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma
pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas
virarem pó.
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Entre as estratégias de progressão textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de elementos
conectores. Os elementos que evidenciam noções semelhantes estão destacados em:
a) “Se ficou notório por ser tímido” e “[…] então tem que se explicar”.
b) “[…] então tem que se explicar” e “[…] quando as estrelas virarem pó”.
c) “[…] ficou notório apesar de ser tímido […]” e “[…] mas isto não é vantagem […]”.
d) “[…] um estratagema para ser notado […]” e “Tão secreto que nem ele sabe”.
e) “[…] como no paradoxo psicanalítico […]” e “[…] porque só ele acha […]”.

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