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MECÂNICA

DOS
FLUIDOS
14/03/2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ENGENHARIA CIVIL E DE MINAS

MECÂNICA DOS FLUIDOS


Capítulo 01 - INTRODUÇÃO

Prof. Eliane Justino

INTRODUÇÃO
A mecânica dos fluidos é a parte da mecânica aplicada que se dedica à
análise do comportamento físico dos líquidos e gases tanto em equilíbrio
quanto em movimento.

Por que estudar mecânica dos fluidos?


O conhecimento e a compreensão dos princípios básicos e dos conceitos
da mecânica dos fluidos são essenciais para a análise de qualquer
sistema no qual um fluido é o meio operante.

Por exemplo:
• Estudos de modelos para determinar as forças aerodinâmicas atuando
sobre edifícios e estruturas e os campos de escoamento em torno
deles.
• Esforços sobre superfícies em planos e curvas. Barragens, túneis etc.
• Projeto de todos os tipos de máquinas de fluxo, incluindo bombas,
ventiladores, compressores, turbinas etc.

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DEFINIÇÃO DE UM FLUIDO
O que é um fluido?
Quais as diferenças entre um sólido e um fluido?
Um sólido é “duro” e não é fácil de deformá-lo enquanto um fluido é
“mole” e é muito fácil de deformá-lo.
ENGENHARIA
Estrutura molecular

Não são São comprimidos


comprimidos LÍQUIDO e deformados GASES
SÓLIDO

Moléculas pouco espaçadas e Espaçamento molecular é Espaçamento molecular


estão sujeitas a forças maior (liberdade de ainda maior (liberdade de
intermoleculares intensas e movimento) e as forças movimento) e as forças
coesivas. Não se deforma intermoleculares são fracas. intermoleculares são
facilmente. Facilmente deformados. desprezíveis.

Podemos distingui-los a partir do seu comportamento, ou seja, como eles se


deformam sob a ação de uma carga externa.
Um Fluido  é uma substância que se deforma continuamente sob a
aplicação de uma tensão de cisalhamento (tangencial), não importa quão
pequena ela seja. Pela definição os fluidos compreendem as fases líquidas e
gasosas (ou de vapor).

Um sólido  deforma-se quando uma tensão de cisalhamento lhe é aplicada,


mas sua deformação não aumenta continuamente (não escoa) com o tempo.

SÓLIDO F FLUIDO F
t1
t0 t2

T= F/A t2 > t1 >t0

Desde que o limite elástico do material sólido Enquanto a força de cisalhamento, F,


não seja excedido, a deformação é proporcional estiver aplicada na placa superior, a
à tensão de cisalhamento aplicada. deformação do elemento fluido aumenta
continuamente.

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DIMENSÕES, HOMOGENEIDADE DIMENSIONAL E UNIDADES


A mecânica dos fluidos envolve uma variedade de características que
devem ser descritas de modo qualitativo e quantitativo.
QUALITATIVO – Identificar a natureza, ou tipo, da característica (como
comprimento, tempo, tensão e velocidade).

QUANTITATIVO – Fornece uma medida numérica para a característica. Requer


um número e um padrão (metro ou polegada) para que as várias
quantidades possam ser comparadas.

A descrição qualitativa é convenientemente realizada quanto utiliza-se


certas quantidades primárias (como o comprimento, L, tempo, T, massa, M,
e temperatura, θ). Podem ser combinadas para formar quantidades
secundárias.

Velocidade = LT -1
Massa específica = ML-3
Área = L2

São necessárias apenas três dimensões básicas (L, T e M) para descrever


um grande número de problemas.

Pode-se utilizar outro conjunto de dimensões básicas compostos por L, T


e F.
Onde:
F é a dimensão da força.

Só é possível porque a 2ª Lei de Newton estabelece:


F = m.a = MLT -2 OU M=FL -1 T2

Ex.: Tensão

σ = FL-2  σ = (MLT-2) L-2  σ = FML-1 T-2

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Tabela 1 – Dimensões Associadas a algumas quantidades


físicas usuais

Sistema FLT Sistema MLT


Aceleração LT -2 LT -2
Ângulo F0 L0 T1 M0 L0 T1
Calor FL M L2 T -2
Energia FL M L2 T -2
Massa FL -1 T2 M
Massa específica FL -4 T2 ML -3
Módulo de Elasticidade F L -2 M L-1 T -2
Momento de uma força FL M L2 T -2
Peso específico F L -3 M L-2 T -2
Quantidade de movimento FT M LT -1
Tensão superficial F L -1 M T -2
Viscosidade cinemática L2 T -1 L2 T -1

SISTEMAS DE UNIDADES
Sistemas de unidades mais comuns na engenharia.
A – MLtT ou Sistema Internacional de Unidades (SI)
Mais de 30 países declaram como SI como o único sistema legalmente aceito.
• Variação do sistema Métrico Absoluto
• Massa – quilograma (kg) • Força (unidade secundária) – Newton (N)
• Comprimento – metro (m) A 2ª Lei de Newton
• Tempo – segundo (s)
• Temperatura – kelvin (K) 1 N = 1 kg . m/s2

No sistema Métrico Absoluto


• Massa – grama (g) • Força (unidade secundária) – dina (dina)
• Comprimento – centímetro (cm)
A 2ª Lei de Newton
• Tempo – segundo (s)
• Temperatura – kelvin (K) 1 dina = 1 g . cm/s2

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B – FLtT ou Sistema de Unidades Gravitacional Britânico


• Força – libra-força (lbf) • Massa (unidade secundária) – Slug
• Comprimento – pé (ft)
A 2ª Lei de Newton
• Tempo – segundo (s)
• Temperatura – Rankine (ºR) 1 slug = 1 lbf . s2 /ft

C – FMLtT ou Sistema de Unidades Inglês Técnico ou de Engenharia


• Força – libra-força (lbf) A 2ª Lei de Newton
• Massa – libra-massa (lbm)
• Comprimento – pé (ft) F = m.a
• Tempo – segundo (s) gc
• Temperatura – Rankine (ºR) gc – constante de proporcionalidade

1 lbf = 1 lbm x 32,2 ft/s2 


gc = 32,2 ft . Lbm
gc lbf. s2

MEDIDAS DE MASSA E DO PESO DOS FLUIDOS


1 - Massa Específica ou Densidade Absoluta
• Definição: como a massa de substância contida numa unidade de volume.
Fluido Massa específica [kg/m3]
• ρ = massa Água destilada a 4 °C 1000
Vol. Água do mar a 15 °C 1022 a 1030
AR à pressão atm. e a 0 °C 1,29
• Unidade (SI): kg/ m3 AR à pressão atm. e a 16 °C 1,22
Mercúrio 13590 a 13650
Tetracloreto de Carbono 1590 a 1594
Petróleo 880
Massa específica da água em
função da temperatura
Massa específica, kg/m3

1000
A massa específica dos líquidos é
990
pouco sensível as variações de
980 pressão e de temperatura, porém
970 nos gases é fortemente
influenciada tanto pela pressão
960
quanto pela temperatura
950
0 20 40 60 80 100
Temperatura, ºC

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2 - Peso Específico
• Definição: peso da substância contida em uma unidade de volume.

• γ = massa x aceleração da gravidade  γ = ρ .g


Vol.

• g – aceleração da gravidade local (padrão – g = 9,807 m/s2 )

•Unidade (SI): N/ m3

3 - Densidade
• Definição: razão entre a massa específica do fluido e a massa específica da
água numa certa temperatura.

• SG = ρ . = γ .
ρH2O 4 °C γa

• A temperatura especificada é de 4°C, nesta temperatura a massa específica


da água é igual a 1000 kg/m3 .

4 - LEI DOS GASES PERFEITOS


Os gases são muito mais compressíveis do que os líquidos. Sob certas
condições, a massa específica de um gás está relacionada com a pressão
e a temperatura através da equação de Clapeyron ou lei dos gases
perfeitos.

A lei dos gases ideais é a equação de estado do gás ideal, um gás


hipotético formado por partículas pontuais, sem atração nem repulsão
entre elas e cujos choques são perfeitamente elásticos (conservação do
momento e da energia cinética).

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4 - LEI DOS GASES PERFEITOS


p = n . R. T
p.v = n. R. T Reescrevendo a equação, tem-se:
v
Onde:
p – pressão absoluta (N/m2 = Pa)
v – volume (m3 ) ρ – massa específica
n – número de moles (N) p = ρ. R. T
R – constante específica do gás (m/K)
T – temperatura absoluta (K)

Por convenção internacional, a pressão padrão no nível do mar é 101,3 kPa ou


14,7 psi, para maioria dos problemas de mecânica dos fluidos.

 Da equação de estado gás ideal temos:

pV=nrT pV = nr
T
 Como r é constante, se a massa do gás for constante ( e
portanto o número de moles n for constante) pode-se dizer que:

pV = K, onde K é uma constante


T

Então para situações inicial e final:


pi Vi = pf Vf
Ti Tf

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5 - PRESSÃO RELATIVA E ABSOLUTA

APLICAÇÕES PRÁTICAS

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Exemplo 1.3 – pág. 12

Um tanque de ar comprimido apresenta volume igual a 2,38 x 10 -2 m3 . Determine


a massa específica e o peso do ar contido no tanque quando a pressão relativa do
ar no tanque for igual a 340 kPa. Admita que a temperatura do ar no tanque é igual
a 21 °C e que a pressão atmosférica vale 101,3 kPa (abs). R = 2,869 x 102 J/ kg.K

Solução: A massa específica do ar pode ser calculada com a lei dos gases perfeitos.

ρ= p .
R.T
Assim,
ρ= (340 + 101,3) x 103 . = 5,23 kg/m3
(2,869 x 102 ) (273,15 + 21)

Note que os valores utilizados para a pressão e para a temperatura são absolutos. O
peso, W, do ar contido no tanque é igual a:

W = ρ . g . (volume) = 5,23 x 9,8 x 2,38 x 10 -2 = 1,22 N

6 - VISCOSIDADE
A massa específica e o peso específico são propriedades que indicam o “peso” de
um fluido. Estas propriedades não são suficientes para caracterizar o
comportamento dos fluidos porque dois fluidos como, por exemplo, a água e o
óleo podem apresentar massas específicas aproximadamente iguais, mas se
comportam muito distintos quando escoam.

Assim, torna-se aparente que é necessário alguma propriedade adicional para


descrever a “fluidez” das substâncias.

A VISCOSIDADE é uma propriedade que descreve a “fluidez” das substâncias.

A capacidade de escoar continuamente quando submetida a uma tensão de


cisalhamento é o inverso de viscosidade.

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6 - VISCOSIDADE
 Consideremos um experimento hipotético:
 Deformação de material colocado entre duas placas paralelas, sendo que a placa
superior é submetida a uma tensão de cisalhamento.

 COMPORTAMENTO DE UM MATERIAL SÓLIDO LOCALIZADO ENTRE AS DUAS PLACAS

 Material sólido entre as placas (solidário a elas).

 Placa superior pode se movimentar, mas a placa inferior está imobilizada.

6 - VISCOSIDADE
 Aplicação da Força P indicada.

 A placa superior se deslocará de uma pequena distância δa.

 A linha vertical AB rotacionará em um pequeno ângulo, δβ, para a nova posição AB’.

 Ocorrerá uma tensão de cisalhamento, τ, na interface da placa superior-material.

 Para que haja equilíbrio, P deve ser igual a .A, onde A é a área efetiva da placa
superior .

 Se o material se comportar como um material elástico, a pequena deformação


angular δβ (conhecida por deformação de cisalhamento) é proporcional a tensão de
cisalhamento desenvolvida no material.

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6 - VISCOSIDADE
 COMPORTAMENTO DE UM FLUIDO LOCALIZADO ENTRE AS DUAS PLACAS..

 Quando a força P é aplicada na placa superior, esta se movimenta continuamente


com uma velocidade U.

6 - VISCOSIDADE
 Isto mostra coerência com a definição de fluido, ou seja, se uma Tensão de
Cisalhamento é aplicada num fluido, ele se deformará continuamente.

 O fluido em contato com a placa superior se move com a velocidade da placa, U, o


fluido em contato com a placa inferior apresenta velocidade nula e que o fluido
entre as duas placas move com a velocidade:

 Ou seja, a velocidade é função só de y.

 Existe gradiente de velocidade, du/dy, no escoamento entre as placas, ou seja, o


gradiente de velocidade é constante porque:

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6 - VISCOSIDADE
 Isto não é verdadeiro em situações mais complexas, porque a aderência dos fluidos
nas fronteiras sólidas tem sido observada experimentalmente e é um fato muito
importante na mecânica dos fluidos. Usualmente, esta aderência é referida como a
condição de não escorregamento.

 Todos os fluidos satisfazem a condição de não escorregamento.

 Num pequeno intervalo de tempo, δt, a linha vertical AB no fluido rotacionará um


ângulo δβ. Assim;

 Como δa = Uδt, segue que;

6 - VISCOSIDADE
 Observe que  é função da força P (que determina U) e do tempo. Considere a taxa
de variação  com o tempo e definamos a taxa de deformação por cisalhamento,
’, através da relação.

 No caso do escoamento entre as placas paralelas, a taxa de deformação por


cisalhamento, é igual a:

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6 - VISCOSIDADE
 Se variarmos as condições deste experimento, verifica-se que a tensão de
cisalhamento aumenta se aumentarmos o valor de P (lembrando que τ = P/A) e que
a taxa de deformação por cisalhamento aumenta proporcionalmente, ou seja:

 Este resultado indica que, para fluidos comuns (água, óleo, gasolina, ar), a tensão
de cisalhamento e a taxa de deformação por cisalhamento (gradiente de velocidade)
podem ser relacionadas como um equação do tipo:

 Onde a constante de proporcionalidade, µ, é denominada viscosidade dinâmica do


fluido.

6 - VISCOSIDADE
 O valor de viscosidade dinâmica varia de fluido para fluido e, para um fluido em
particular, esta viscosidade depende muito da temperatura.

 Os fluidos que apresentam relação linear entre tensão de cisalhamento e taxa de


deformação por cisalhamento (também conhecida como taxa de deformação
angular) são denominados fluidos NEWTONIANOS.

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6 – FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS


 FLUIDOS NÃO DILATANTES

 Curva acima da referente ao fluido Newtoniano, a viscosidade dinâmica aparente


diminui com o aumento da taxa de cisalhamento, ou seja, a viscosidade aparente se
torna menor quando maior for a tensão de cisalhamento imposta no fluido.

 Exemplo: A maioria dos polímeros, tal como, tinta látex não pinga do pincel porque a
tensão de cisalhamento é baixa e portanto a viscosidade aparente é alta,
entretanto, ela escoa suavemente na parede porque o movimento do pincel provoca
uma taxa de cisalhamento suficientemente alta na camada fina de tinta que recobre
a parede, assim como du/dy é grande, a viscosidade dinâmica se torna pequena.

6 – FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS


 FLUIDOS DO TIPO DILATANTE

 Curva abaixo da referente ao fluido Newtoniano, a viscosidade dinâmica aparente


aumenta com o aumento da taxa de cisalhamento.

 Exemplo: A mistura água-areia (areia movediça). Portanto, este é o motivo pelo qual
o esforço necessário para remover um objeto de uma areia movediça aumenta
brutamente com o aumento da velocidade de remoção.

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6 – FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS


 PLASTICO DE BINGHAM

 Este tipo de material não é um fluido nem um sólido, ele pode resistir a uma tensão
de cisalhamento finita sem se mover (assim, ele não é um fluido, e sim um sólido),
mas, uma vez excedida a tensão de escoamento, o material se comporta como um
fluido (assim, ele não é um sólido).

 Exemplos:

 Pasta de dente;

 Maionese.

6 – FLUIDOS NEWTONIANOS

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6 – FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS

6 - VISCOSIDADE
NOS LÍQUIDOS

 A viscosidade dinâmica é muito sensível as variações de temperatura. Por exemplo,


quando a temperatura da água varia de 15º C a 38º C, a massa específica diminui
menos que 1 %, mas a viscosidade decresce aproximadamente 40%.

NOS GASES

 A viscosidade dos gases cresce quando a temperatura do gás aumenta.

EM AMBOS

 A viscosidade dinâmica varia pouco com a pressão e o efeito da variação da pressão


sobre o valor da viscosidade normalmente é desprezado.

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6 - VISCOSIDADE
 Isto se deve à diferença que existe entre a estrutura molecular do líquido e dos
gases.

LÍQUIDOS

 Os espaçamento entre as moléculas do líquidos são pequenos, quando comparadas


com os dos gases, as forças coesivas entre as moléculas são fortes e a resistência
ao movimento relativo entre as camada contíguas de líquido estão relacionada as
forças intermoleculares.

 Quando a temperatura aumenta estas forças coesivas são reduzidas e isto provoca
mudança de resistência ao movimento.

 Como a viscosidade dinâmica é um índice desta resistência, verificamos uma


redução da viscosidade dinâmica com o aumento da temperatura.

6 - VISCOSIDADE
GASES

 As moléculas estão bem mais espaçadas que nos líquidos, as forças moleculares
são desprezíveis e a resistência ao movimento relativo é devida as trocas de
quantidade de movimento das moléculas de gás localizadas nas camadas
adjacentes.

 As moléculas de um gás podem ser transportadas pelo movimento aleatório de uma


região que apresenta velocidade baixa para outra que apresenta velocidades mais
altas (e vice versa).

 Esse movimento molecular proporciona uma troca efetiva de quantidade de


movimento que impõe uma resistência ao movimento relativo das camadas.

 Quando a temperatura do meio cresce, a atividade molecular aumenta (as


velocidades aleatórias aumentam) e nós detectamos um aumento na viscosidade
dinâmica do gás.

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6 - VISCOSIDADE
 A influência das variações de temperatura na viscosidade dinâmica pode ser estimada
com duas equações empíricas.

 A Equação de Sutherland, adequadas para os gases, pode ser expressa do seguinte


modo:

 Onde C e S são constante empírica e T é a temperatura absoluta.

 Para líquidos, a equação empírica que tem sido utilizada é a de Andrade:

 Onde D e B são constantes e T é a temperatura absoluta.

 Para determinar as constantes, deve se conhecer no mínimo duas viscosidades obtidas


de temperaturas diferentes.

6 - VISCOSIDADE
 É freqüente, nos problemas de mecânica dos fluidos, a viscosidade dinâmica
aparecer combinada com a massa específica do seguinte modo:

  - é chamado de viscosidade cinemática

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6 - VISCOSIDADE
 EXEMPLO 1.5 – pg 17
 A distribuição de velocidade do escoamento de um fluido Newtoniano num canal
formado por duas placas paralela e larga, é dada pela equação:

 Onde V é a velocidade média. O fluido apresenta viscosidade dinâmica igual a 1,9


N.s/m2. Admitindo que V = 0,6 m/s e h = 5 mm, determine: (a) a tensão de
cisalhamento na parede inferior do canal e (b) a tensão de cisalhamento que atua
no plano central do canal.

 SOLUÇÃO

 Sendo:

6 - VISCOSIDADE
 Se a distribuição de velocidade, u = u(y), é conhecida, a tensão de cisalhamento, em
qualquer plano, pode ser determinada com o gradiente de velocidade, du/dy. Para a
distribuição de velocidade fornecida.
du 3Vy
=−
dy h2
 O gradiente de velocidade na parede inferior do canal, y = -h, vale:

 e a tensão de cisalhamento vale:

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6 - VISCOSIDADE
 Esta tensão cria um arraste na parede. Como a distribuição de velocidade é
simétrica, a tensão de cisalhamento na parede superior apresenta o mesmo valor, e
sentido, da tensão na parede inferior.

 (b) No plano médio, y = 0, portanto, tem-se:

 Assim, a tensão de cisalhamento neste plano é nula, ou seja:

6 - VISCOSIDADE
 Analisando a equação:

 Nota-se que o gradiente de velocidade (e, portanto, a tensão de cisalhamento) varia


linearmente com y. No exemplo aqui mostrado, a tensão de cisalhamento varia de 0,
no plano central à 691 N/m2 nas paredes. Para um caso mais geral, a variação real
dependerá da natureza da distribuição de velocidade do escoamento.

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7 - COMPRESSIBILIDADE
7.1 – Módulo de Elasticidade Volumétrico (Coeficiente de Compressibilidade)

 A propriedade normalmente utilizada para caracterizar a compressibilidade de um


fluido é o Módulo de Elasticidade volumétrico, Ev, que é definido por:

 Onde dp é a variação diferencial de pressão necessária para provocar uma variação


diferencial de volume dV num volume V.

 O sinal negativo indica que um aumento na pressão resultará numa diminuição do


volume considerado.

7 - COMPRESSIBILIDADE
 Com o decréscimo de volume de uma dada massa, m=ρV, resultará num aumento
da massa específica, podemos reescrever:

 No sistema SI, a unidade N/m2 (Pa)

 Um fluido é relativamente incompressível, quando o valor do seu módulo de


elasticidade volumétrico é grande, ou seja, é necessária uma grande variação de
pressão para criar uma variação muito pequena no volume ocupado pelo fluido.

 O valor de Ev dos líquidos são grandes, com isto, os líquidos podem ser
considerados como incompressíveis na maioria dos problemas de engenharia.

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7 - COMPRESSIBILIDADE
7.2 – Compressão e Expansão de Gases

 Quando gases são comprimidos (ou expandidos) a relação entre a pressão e a


massa específica depende da natureza do processo.

 Se a compressão, ou expansão, ocorrem à temperatura constante (processo


isotérmico), fornece:

 Se a compressão ou expansão, ocorre sem atrito e calor não é transferido do gás


para o meio e vice versa (processo isoentrópico) tem-se:

7 - COMPRESSIBILIDADE
 Onde K é a razão entre o calor específico a pressão constante, cp, e o calor a
volume constante, cv, isto é:

 Os dois calores específicos estão relacionados com a constante do gás R.

 A pressão deve está expressa em valor absoluto.

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7 - COMPRESSIBILIDADE
 O módulo de elasticidade volumétrico pode ser facilmente obtido se tivermos uma
equação de estado explicita (que relaciona a pressão em função da massa
específica). Este Módulo pode ser determinado a partir do cálculo de dp/dρ.

 Exemplo: Considerando:

 E substituindo em:
(1)

 Assim para um processo isotérmico:

7 - COMPRESSIBILIDADE
p
= cons tan te

dp − pd
= 0 → dp − pd = 0
2
dp p
dp = pd → = ( 2)
d 
Substituin do (2) em (1)
p
Ev = x → Ev = p

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7 - COMPRESSIBILIDADE
 E isoentrópico:

p
= Cons tan te
k
dp K − kpd k −1
= 0 → dp K − kpd k −1 = 0
 k2

dp kp
dp K = kpd k −1 → = (3)
d k −1
k
Substituin do (2) em (1)
kp
Ev = x k → Ev = kp
 k

7 - COMPRESSIBILIDADE

 Observe que o módulo de elasticidade volumétrico varia diretamente com a pressão


nos dois casos.

 Considerando o ar a pressão atmosférica, p = 101.3 kPa (abs) e k = 1,4, portanto o


módulo de elasticidade volumétrica isoentrópico (compressibilidade isoentrópica) é
igual a 1,4 MPa (1,4 X 106 Pa). Comparando este valor com o módulo da água (2,15
X109 Pa)é 1500 vezes maior.

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7 - COMPRESSIBILIDADE
 EXEMLPO 1.6 – pg. 19

 Um metro cúbico de hélio a pressão absoluta de 101,3 kPa é comprimido


istoentropicamente até seu volume se tornar igual a metade do volume inicial. Qual
é o valor de pressão no estado final?

SOLUÇÃO:

Para uma compressão isoentrópica:

i – refere se ao estado inicial;


f – refere se ao estado final.

7 - COMPRESSIBILIDADE

 Como o volume final é igual a metade do inicial, a massa específica deve dobrar
porque a massa de gás é constante. Assim:

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7 - COMPRESSIBILIDADE
7.3 – Velocidade do Som

 Uma conseqüência importante da Compressibilidade do fluido é as perturbações


introduzidas num ponto do fluido que se propagam com uma velocidade finita.

 Exemplos; Fechamento de uma válvula em uma tubulação; Diafragma de alto


falante.

 A perturbação não é sentida imediatamente é necessário um tempo finito para que


o aumento de pressão seja sentido.

 A velocidade com que estas perturbações se propagam é denominada, velocidade


do som, c.

7 - COMPRESSIBILIDADE
 No estudo de escoamento compressível, mostra-se, que a velocidade do som está
relacionada com as variações de pressão e da massa específica do fluido através
da relação:

 Considerando que definição de módulo de elasticidade volumétrico, pode-se


reescrever a equação da velocidade do som:

 Como as perturbações de pressão são pequenas, o processo ou propagação das


perturbações pode ser modelado como isoentrópico, se o meio é um gás, tem-se:

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7 - COMPRESSIBILIDADE
 Se considerarmos que o fluido comporta como um gás perferito:

 EXEMPLO:

 Velocidade do ar a 20º C:
 K = 1,4; R=286,9 J/kg.K

 Velocidade da água a 20º C:


Ev = 2,19 GN/m2; ρ = 998 kg/m3

Ev 2,19 x10 9
c= = = 1481,35 m/s
 998

7 - COMPRESSIBILIDADE
 Note que: A velocidade do som na água é muito mais alta que a do ar (≈ 4,32 maior). Se
o fluido fosse realmente incompressível (Ev = ∞) a velocidade do som seria infinita.

 EXEMPLO 1.6 – pg 20

 Um avião a jato voa com velocidade de 890 km/h numa altitude de 10700 m (onde a
temperatura é igual a -55º C). Determine a razão entre a velocidade do avião, V, e a
velocidade do som, c, nesta altitude. Admita que, para o ar, K é igual a 1,40.

 SOLUÇÃO: A velocidade do som pode ser calculada com a Equação:

 Como a velocidade do avião é:

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7 - COMPRESSIBILIDADE

 A relação é:

 Esta razão é denominada número de Mach, Ma. Se Ma < 1,0, o avião está voando
numa velocidade subsônica e se Ma > 1, 0 o vôo é supersônico.

 O número de Mach é um parâmetro adimensional importante no estudo de


escoamentos com velocidades altas.

8 – PRESSÃO DE VAPOR
 Os líquidos evaporam se estes são colocados num recipiente aberto em contato
com a pressão atmosférica.

 O motivo se deve ao fato de algumas moléculas do líquido, localizadas perto da


superfície livre do fluido, apresentam quantidade de movimento suficiente para
superar as forças intermoleculares coesivas e escapam para a atmosfera.

 Se de um recipiente for retirado o ar acima do líquido contido neste, desenvolve-se


uma pressão na região acima do nível do líquido (esta pressão é devida ao vapor
formado, pelas moléculas, que escapam da superfície do líquido).

 Quando o equilíbrio é atingido, o número de moléculas que deixam a superfície é


igual ao número de moléculas que são absorvidas na superfície, o vapor é dito
saturado e a pressão que o vapor exerce na superfície da fase líquida é denominada
pressão de vapor.

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8 – PRESSÃO DE VAPOR
 A pressão de vapor depende da Temperatura.

 A formação de bolhas de vapor na massa fluida é iniciada quando a pressão


absoluta no fluido alcança a pressão de vapor (pressão de saturação). Este
fenômeno é denominado EBULIÇÃO.

 A EBULIÇÃO no escoamento inicia, quando a pressão, na região de baixa pressão


atingir a pressão de vapor.

 Este fenômeno pode ocorrer em escoamentos através das passagens estreitas


irregulares encontras em válvulas e bombas.

 As bolhas formadas podem ser transportadas para regiões onde a pressão é alta, o
que leva ao colapso das bolhas com intensidade suficiente para causar danos
estruturais.

 A formação e o subseqüente colapsos das bolhas de vapor no escoamento de um


fluido é denominada CAVITAÇÃO.

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 Forças Superficiais – Forças existentes na interface entre um líquido e um gás, ou
entre dois líquidos imiscíveis.

 Tais forças fazem com que a superfície do líquido se comporte como uma
membrana esticada sobre a massa fluida.

 O fenômeno superficiais são devido ao desbalanço das forças coesivas que atuam
nas moléculas de líquidos que estão próximas à superfície e no interior da massa
de fluido.

 As moléculas que estão no interior da massa de fluido estão envolvidas por outras
moléculas que se atraem mutuamente e igualmente.

 Já as moléculas posicionadas na região próximas a superfície estão sujeitas a


forças líquidas que apontam para interior e também por forças devido ao gás ou
líquidos imiscível a este, e estão acima do líquido em questão.

29
14/03/2012

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 A conseqüência física aparente deste desbalanceamento é a criação da membrana
hipotética.

 Considerando que a força de atuação molecular atua no plano da superfície e ao


longo de qualquer linha na superfície.

 A intensidade da atração molecular por unidade de comprimento ao longo de


qualquer linha na superfície é denominada TENSÃO SUPERFICIAL, .

 A tensão superficial depende da Temperatura e do Outro Fluido que está em contato


com o líquido.

 Unidade: N/m – SI.

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 Força que atuam na metade de uma gota de líquido.

 A pressão dentro de uma gota de fluido pode ser calculada utilizando o diagrama
de Corpo Livre.

 A força desenvolvida ao longo da borda devida a Tensão Superficial, é 2πRσ.

30
14/03/2012

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 Esta força precisa ser balanceada pela diferença de pressão ∆p (entre a pressão
interna, pi, e a externa pe) que atua sobre a área πR2, assim:

Isto significa que a pressão interna da gota é maior do que a pressão no meio
que envolve a gota.

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 Um dos fenômenos associados com a Tensão Superficial é a subida (ou queda) de
um líquido num tubo capilar.

 Se um tubo com diâmetro pequeno e aberto é inserido na água, o nível da água no


tubo subirá acima do nível do reservatório.

 Para o caso ilustrado, a atração (adesão) entre as moléculas da parede do tubo e as


do líquidos é forte o suficiente para vencer a atração mútua (coesão) das moléculas
do fluido, com isto o fluido “sobe” no capilar e o líquido molha a superfície sólida.

31
14/03/2012

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 A altura da coluna de líquido h é função dos valores da tensão superficial, , do raio
do tubo, R, do peso específico do líquido, , do ângulo entre o fluido e o material do
tubo, .

 Analisando o diagrama de corpo livre.

Conclui-se que a força vertical provocada pela tensão superficial é igual a 2Rcos,
que o peso da coluna é R2h e que estas duas forças precisam estar equilibradas.

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 Portanto:

 Assim, a altura é dada pela relação;

 O ângulo de contato é função da combinação líquido-material da superfície.

 Exemplo: Tem-se: θ = 0o para água em contato com o vidro limpo


θ = 130º para o mercúrio em contato com o vidro limpo.

32
14/03/2012

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 OBS: A altura da coluna é inversamente proporcional ao raio do tubo. Assim, a
ascensão do líquido no tubo, pela ação da força capilar, fica mais pronunciada
quando menor for o diâmetro do tubo.

 Se a adesão da molécula a superfície sólida é fraca, quando comparada a coesão


entre moléculas, o líquido não molhará a superfície.

 Nesta condição, o nível do líquido do tubo imerso num banho será mais baixo que o
nível .
 Note que o ângulo de contanto é maior que 90o para os líquidos que não molham a
superfície (θ ≈ 130º para o mercúrio em contanto com o vidro limpo)

9 – TENSÃO SUPERFICIAL
 EXEMPLO 1.8 – pag. 23

 A pressão pode ser determinada medindo-se a altura da coluna de líquido num tubo
vertical. Qual é o diâmetro de um tubo limpo de vidro necessário para que o
movimento de água promovido pela ação capilar (e que se opõe ao movimento
provocado pela pressão no tubo) seja menor do que 1,0 mm? Admita que a
temperatura é uniforme e igual a 20º C.

 SOLUÇÃO:
Tomando a Equação:

Isolando o raio, R:

33
14/03/2012

9 – TENSÃO SUPERFICIAL

 Para a água a 20º C (Tabelado) σ = 0,0728 N/m e γ = 9,789 KN/m3, com θ = 0o.

 cos 0o = 1

 Assim o diâmetro – D = 2 R - D = 0,0298 m.

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1
 EXERCÍCIO O1 – Um tanque de óleo pesa 35 kg e tem volume é igual a
0,040 m3. (a) Determine sua massa específica, densidade e peso
específico quando encontra na superfície da Terra (g= 9,81 m/s2). (b) Qual
seriam a sua massa e seu peso específico se o tanque estivesse localizado
na superfície da Lua (onde a aceleração da gravidade é 1/6 do valor
encontrado na superfície da Terra).

 EXERCÍCIO 1.57 – pág.30


Um pistão, com diâmetro e comprimento respectivamente igual a 139,2
mm e 241,3 mm escorrega dentro de um tubo vertical com velocidade U. A
superfície interna do tubo esta lubrificada e a espessura do filme do óleo é
igual a 0,05 mm. Sabendo que a massa do pistão e a viscosidade do óleo
são iguais a 0,227 kg e 0,77 N.s/m2, estime a velocidade do pistão. Admita
que o perfil de velocidade no filme de óleo é linear e que a g = 9,81 m/s2.

34
14/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1
 EXERCÍCIO 03 - O espaço entre duas placas paralelas está preenchido com um óleo
que apresenta viscosidade dinâmica igual a 4,56 x 10-2 N.s/m2. A placa inferior é
imóvel e a superior está submetida a uma força P. Se a distância entre as duas
placas é 2,5 mm, qual deve ser o valor de P para que a velocidade da placa
superior seja igual a 0,9 m/s? Admita que a área efetiva da placa superior seja igual
a 0,13 m2 e que o perfil de velocidade é linear.

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1
 EXERCÍCIO 1.50 – pág. 29
Determine a constante C e S da Equação de Sutherland: para o ar dada por:

C.T 3 / 2
µ=
T +S
 Utilizando os valores de viscosidade do ar fornecidos pela Tabela de Propriedade do
ar em função da variação de temperatura, para as temperaturas 0, 20, 40, 60, 80 e
100º C.
T 
(oC) N.s/m2
0 1,7x10-5
20 1,80x10-5
40 1,90x10-5
60 1,96x10-5
80 2,08x10-5
100 2,17x10-5

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14/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1
SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 1.50 – pág. 29

T3/ 2  1  S
=  T +
µ C C
T T3/2  T3/2/
0 0 1,7x10-5 0,00
20 89,44 1,80x10-5 4,07x106
40 242,98 1,90x10-5 1,58X107
60 464,76 1,96x10-5 2.33x107
80 715,54 2,08x10-5 3,44x107
100 1000 2,17x10-5 4,61x107

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1
 Construindo a curva T3/2/µ em função de T. Os valores de C e S podem ser
determinados a partir da inclinação e do ponto de interseção desta curva.

(T3/2/) x Temperatura
50000000
y = 466129x - 3E+06
R² = 0,9879
40000000

30000000
T3/2 / 

20000000

10000000

0
0 20 40 60 80 100 120

-10000000
Temperatura oC

36
14/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1
 Outro modo de solução apresentado por um aluno, seria a montagem de um
sistema:

 Ou seja, pega se dois pontos conhecido:

T = 20º C µ = 1,80 X 10-5

T = 60º C µ = 1,96 X 10-5

C.203 / 2
1,80 x10 −5 = → 1,80 x10 −5 x (20 + S ) = C.203 / 2
20 + S
e
C.603 / 2
1,96 x10 −5 = → 1,96 x10 −5 x (60 + S ) = C.603 / 2
60 + S

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1

1,80 x10 −5 S - C.203 / 2 = 1,80 x10 −5 x 20



1,96 x10 −5 S − C.603 / 2 = 1,96 x10 −5 x 60

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14/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1
 EXERCÍCIO 1.76 – pág. 32
O número de Mash definido como a razão entre a velocidade local de
escoamento e velocidade do som (Ma = V/c), é um estudo importante nos
escoamentos compressíveis. Admita que a velocidade de disparo de um
projétil é 1287 km/h. Considerando que a pressão atmosférica é a padrão
e que a temperatura no local do disparo é 10º C. Determine o número de
Mach referente ao escoamento em torno do projétil, sabendo que é um
escoamento isoentrópico. Que tipo de velocidade se trata?

 Tabelado para o ar a 10º C:


 K = 1,4; R=286,9 J/kg.K

EXERCÍCIOS DO CAPITULO O1
 EXERCÍCIO 1.87 – pág. 33
Um tubo de vidro, aberto a atmosfera e com 3 mm de diâmetro é inserido
num banho de mercúrio a 20º C. Qual será a altura que o mercúrio ficará no
tubo?

Massa Viscosidade Tensão Pressão de Compressibi


Temperatura
específica dinâmica Superficial vapor lidade
(oC)
(kg/m3) (N.s/m2) (N/m) (N/m2) (N/m2)

Mercúrio 20 13600 1,57x10-3 4,66x10-1 1,60x10-1 2,85x1010

  = 130º

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19/03/2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ENGENHARIA CIVIL E DE MINAS

MECÂNICA DOS FLUIDOS


Capítulo 02 – ESTÁTICA DOS
FLUIDOS - 1ª PARTE

Prof. Eliane Justino

2 – ESTÁTICA DOS FLUIDOS


 Classe dos problemas da Mecânica dos Fluidos onde o fluido está em repouso ou
num tipo de movimento que não obriga as partículas de fluidos adjacentes a
apresentar movimento relativo.

 As tensões de cisalhamento nas superfícies das partículas dos fluidos são nulas;

 As únicas forças que atuam nestas superfícies são as provocadas pela pressão.

1
19/03/2012

2.1 – PRESSÃO NUM PONTO


 O termo pressão indica a força normal por unidade de área que atua sobre um
ponto do fluido num dado plano.

 Para entendermos a Estática dos Fluidos é preciso responder a duas questões:

 QUESTÃO 01 – Como varia a pressão num ponto com a direção?

 Ou seja a pressão varia com a orientação do plano que passa pelo ponto?

 Para entendermos consideremos o diagrama de corpo livre de uma figura


construída removendo-se arbitrariamente um pequeno elemento de fluido com
forma de uma cunha triangular, de um meio fluido.

2.1 – PRESSÃO NUM PONTO


 Força em um elemento fluido arbitrário:

2
19/03/2012

2 – PRESSÃO NUM PONTO


 Tensões de Cisalhamento são nulas, pois não há deslocamento entre os fluidos
adjacentes;

 As forças de superfícies que atuam na cunha são devidas as Pressões que o fluido
adjacentes fazem sobre o ponto considerado;

 A força de corpo considerada é a força devido o Peso do ponto considerado.

 Para simplificação, as forças na direção x não estão mostrada e o eixo z é tomado


como o eixo vertical, onde o Peso atua no sentido negativo deste eixo.

 Apesar de estarmos interessados, principalmente, na situação onde o fluido está


em repouso, faremos uma Análise Geral e admitiremos que o elemento de fluido
apresenta um Movimento Acelerado.

2.1 – PRESSÃO NUM PONTO


 A hipótese de Tensões de Cisalhamento ser nula será adequada enquanto o
movimento do elemento do fluido for igual aquele de um Corpo Rígido, ou seja, os
elementos adjacentes não apresentarem Movimento Relativo.

 Pela Segunda Lei de Newton, as equações do movimento na direção y e z são:

xyz
∑F y = p yxz − psxssen = 
2
ay

xyz xyz
∑ Fz = pzxy − psxs cos  −  2 =  2 az
 ps; py e px – são as pressões médias na superfícies da cunha.
 γ é o peso específico do fluido;
 ρ é a massa específica do fluido;
 ay e az são as acelerações nas direções y e z, respectivamente.

3
19/03/2012

2.1 – PRESSÃO NUM PONTO


 Analisando a geometria da Figura.

y = s.cos e z = s . sen

2.1 – PRESSÃO NUM PONTO


 As Equações do movimento podem ser reescrita do seguinte modo:
y
p y − p s = a y
2
z
p z − p s = ( a z +  )
2
 Como estamos interessados no que acontece num ponto, é interessante
analisarmos o caso limite onde δx, δy e δz tendem a zero, mas mantendo o ângulo 
constante. Assim;

py = ps e pz = ps

4
19/03/2012

2.1 – PRESSÃO NUM PONTO


 Então px = py = pz, com θ arbitrário.

 CONCLUSÃO:

 A pressão num ponto de um líquido em repouso ou movimento onde as tensões de


cisalhamento é nula, é independente da direção.

 Este Resultado importante é conhecido como Lei de Pascal (Blaser Pascal,


matemático francês que contribuiu significativamente no campo hidrostática 1623 –
1662).

2.2 – EQUAÇÃO BÁSICA DO CAMPO DE PRESSÃO


 QUESTÃO 02 – Como varia, ponto a ponto a pressão numa certa quantidade de
fluido que não apresenta tensões de cisalhamento?
 Considere um pequeno elemento de fluido:

5
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2.2 – EQUAÇÃO BÁSICA DO CAMPO DE PRESSÃO


 Existe dois tipos de forças que atuam no elemento de fluido: as superficiais, devida
a pressão e a de campo, neste caso, é igual o peso do elemento.

 A Pressão no centro geométrico do elemento é designada por p.

 As pressões médias na várias faces do elemento é expressa em função de p e de


suas derivadas.

 Na verdade é utilizada uma Expansão em Série de Taylor, baseada no centro do


elemento.

 As forças superficiais na direção x não são considerada para melhor visualização da


figura.

2.2 – EQUAÇÃO BÁSICA DO CAMPO DE PRESSÃO


 A Força Resultante na direção y é dada por:

 ou

 De modo análogo, as forças resultantes na direção x e z são dadas por:

6
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2.2 – EQUAÇÃO BÁSICA DO CAMPO DE PRESSÃO


 A forma vetorial da força superficial resultante que atua no elemento é;

Ou

 Onde i, j e k são vetores unitários do sistema de coordenadas.

 O grupo entre parêntese representa a forma vetorial do Gradiente de Pressão e


pode ser escrito como:

2.2 – EQUAÇÃO BÁSICA DO CAMPO DE PRESSÃO

 Onde

 Onde o Símbolo ∇ representa o operador gradiente. Assim:

7
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2.2 – EQUAÇÃO BÁSICA DO CAMPO DE PRESSÃO


 Como o eixo z é vertical, o peso do elemento de fluido é dado por:

 O sinal negativo indica que a força devida ao peso aponta para baixo (sentido
negativo do eixo z)

 A Segunda Lei de Newton, aplicada ao elemento de fluido, pode ser escrita da


seguinte forma:

F = ma

 Onde ΣδF representa a força resultante que atua no elemento;


 a é aceleração do elemento; e
 δma é a massa do elemento fluido, que pode ser escrito como . x . y .z, assim:

2.2 – EQUAÇÃO BÁSICA DO CAMPO DE PRESSÃO

ou

Dividindo por x . y .z, obtém-se


Esta é a Equação Geral do
Movimento válida para casos onde
as Tensões de Cisalhamento no
fluido são nulas.

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2.3 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO EM REPOUSO

 Em Fluido em repouso tem-se:

 Aceleração nula (a = 0);

 Assim

 Os componentes da Equação anterior são;

2.3 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO EM REPOUSO

 SIGNIFICADO:

 Isto mostra que a pressão não é função de x e y, isto é, não há variação no valor da
pressão quando mudamos de um ponto para outro situada no mesmo plano
horizontal (qualquer plano paralelo ao plano x-y)

 Então p é apenas função de z.

 Reescrevendo como uma Equação Diferencial ordinária, tem-se:

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2.3 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO EM REPOUSO

 Esta Equação é fundamental para o Cálculo da distribuição de pressão no caso


onde o fluido está em repouso. É utilizada para determinar como a pressão varia
com a elevação.

 Indica o gradiente de pressão na direção vertical é negativo, ou seja, a pressão


descrece quando nos movemos para cima num fluido em repouso.

 Como não há restrições em relação ao peso específico, a equação é válida para os


casos onde o fluido apresenta γ constante (por exemplo os líquidos ) e também para
os casos onde o peso específico varia (por exemplo, o ar e outros gases).

 Portanto, é necessário especificar como o peso específico varia com z para que seja
possível integrar a Equação Resultante para Fluidos Estáticos.

2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 A variação do peso específico de um fluido é provocada pelas variações de sua


massa específica e da aceleração da gravidade.

 =.g

 Como as variações de g na maioria dos problemas das aplicações da engenharia


são desprezíveis, temos somente que analisar as possíveis variações da massa
específica.

 Nos líquidos as variações da massa específica pode ser desprezada, mesmo


quando as distâncias verticais envolvidas sejam significativas.

 Sendo o peso específico constante, pode se integrar diretamente a Equação de


variação de pressão, isto é:

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2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 Notação para a
variação de
pressão num fluido
em repouso e com
superfície livre

2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

Onde p1 e p2 são pressões nos planos com cota z1 e z2, respectivamente

Onde h é igual a distância z2 – z1 (profundidade medida a partir do plano que


apresenta p2)

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2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 A pressão num fluido incompressível em repouso varia linearmente com a


profundidade, que é denominada PRESSÃO HIDROSTÁTICA.

 A pressão precisa aumentar com a profundidade para que exista equilíbrio.

 A diferença entre as pressões de dois pontos é especificada pela distância, h, ou


seja:

 h é denominada “carga” e é interpretada como:


 A altura da coluna de fluido com o peso específico  necessária para provocar uma
diferença de pressão p1 - p2.

2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 Exemplo:

 Para provocar a diferença de pressão de ∆p = 69 kPa.

 Para água - γ = 9,8 kN/m3 - h = 7.09 m de coluna de H2O

 Para mercúrio - γ = 133,41 kN/m3 - h = 5,19 mm Hg = 0,519 mHg.

 Sempre existe uma superfície livre quando se trabalha com líquido, e é conveniente
utilizar o valor da pressão nesta superfície como referência.

 Assim, a pressão de referência, p0, é a pressão que atua na superfície livre,


normalmente é igual a pressão atmosférica.

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2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 Se p2 = pO, tem-se que a pressão em qualquer profundidade, h, medida a partir da


superfície livre é dada por:

 p = .h + p0

 A distribuição de pressão num fluido homogêneo incompressível e em repouso é


função apenas da profundidade (em relação a algum plano de referência) e não é
influenciada pelo tamanho ou forma do tanque ou recipiente ou tanque que contém
o fluido.

2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 Equilíbrio de um fluido num recipiente de forma arbitrária.

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2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 A pressão é a mesma em todos os pontos da linha AB, mesmo que , a forma do


recipiente seja um tanto irregular.

 O valor real da pressão ao longo de AB depende apenas da profundidade h, da


pressão na superfície livre, pO, e do peso específico do fluido contido no recipeinte.

 EXEMPLO 2.1 – pág. 30

 A Figura abaixo mostra o efeito da infiltração de água num tanque subterrâneo de


gasolina. Se a densidade da gasolina é 0,68, determine a pressão na interface
gasolina-água e no fundo do tanque.

2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 SOLUÇÃO:

 A distância de pressão será hidrostática porque os dois fluidos estão em repouso.


 Assim, a variação de pressão pode ser calculada com a Equação.

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2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 p = p0 + γ.h

 Se p0 corresponde a pressão na superfície livre da gasolina, a pressão na interface


é:

 Se estivermos interessados na pressão relativa temos que p0 = 0 é:

 Aplicando a mesma relação para determinar a pressão no fundo do tanque tem-se:

2.3.1 –FLUIDO INCOMPRESSÍVEL

 Para transformar os resultados obtidos em pressões absolutas basta adicionar o


valor da pressão atmosférica local aos resultados.

15
19/03/2012

2.3.2 –FLUIDO COMPRESSÍVEL

 Fluidos Compressível são aqueles em que as massas específicas variam de modo


significativo com as alterações de pressão e temperatura.

 Deve-se considerar a possibilidade da variação do peso específico do fluido antes


de integrar a pressão em relação ao eixo vertical.

 O peso específico dos gases comuns são pequenos em relação aos líquidos.

 Para 15º C ao nível do mar.

  ar= 1,2 x 101 N/m3.


  água= 9,8 x 103 N/m3.

2.3.2 –FLUIDO COMPRESSÍVEL

 O gradiente de pressão na direção vertical é pequeno porque o peso específico dos


gases é normalmente baixo.

 Em tanques e tubulações que apresentam dimensões moderadas, pode-se


desprezar o efeito de variação de elevação sobre a pressão do gás.

 Para os caso onde a variação de altura é grande, da ordem de milhares de metros,


deve-se considerar a variação do peso específico do fluido nos cálculos das
variações de pressão.

 Considerando um gás perfeito.

 p=.R.T (1)

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2.3.2 –FLUIDO COMPRESSÍVEL


p
ρ= (2)
RT
dp
= −γ (3)
dz
dp
= −ρ.g (4)
dz

 Substituindo (2) em (4), tem-se:


dp p.g
=−
dz RT

 Separando as vaiáveis:

2.3.2 –FLUIDO COMPRESSÍVEL

 Onde g e R foram mantidos constante no intervalo de integração.

 Com isto é necessário especificar como a temperatura varia com a a elevação.

 Admitindo que a temperatura é constante e igual a T0 no intervalo de integração (de


z1 a z2), tem-se:

 Esta equação fornece a relação entre a pressão e a altura numa camada isotérmica
de um gás perfeito.

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19/03/2012

2.3.2 –FLUIDO COMPRESSÍVEL


 EXEMPLO 4.2 – pag. 41
 O Empire State Building de Nova York, uma das construções mais altas do mundo,
apresenta altura aproximadamente de 381 m. Estime a relação entre as pressões
no topo e na base do edifício. Admita que a Temperatura é uniforme e igual a 15º C.
Compare este resultado com aquele que é obtido modelando o ar como
incompressível e com peso específico igual a 12,01 N/m3 (valor padrão americano
de 1 atm).

 SOLUÇÃO

 Modelando o ar como um fluido compressível:

2.3.2 –FLUIDO COMPRESSÍVEL

 Modelando o ar como incompressível:

 A análise utilizando tanto o modelo de fluido compressível como de fluido


incompressível fornecem resultados praticamente igual porque a diferença de
pressão entre o topo e a base do edifício é pequena, isto é, a variação da massa
específica do fluido também pequena.

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2.4 –ATMOSFERA PADRÃO

 Foi desenvolvida para ser utilizada no projeto de aviões e espaçonaves e também


para comparar o comportamento destes equipamento numa condição padrão.

 É uma representação ideal da atmosfera terrestre e foi avaliada numa latitude


média e numa condição ambiental anual média.

 São apresentadas em Tabela as propriedades importantes da atmosfera padrão


relativas ao nível do mar.

 Também é ilustrado em Gráfico o perfil de temperatura adotado na atmosfera


padrão.

2.4 –ATMOSFERA PADRÃO

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19/03/2012

2.4 –ATMOSFERA PADRÃO

Variação da
Temperatura com a
altitude na atmosfera
Padrão Americana

 Nota-se que a temperatura decresce com a altitude na região próxima da Terra,


Troposfera, fica aproximadamente constante na Estratosfera e aumenta na próxima
camada.

2.4 –ATMOSFERA PADRÃO

 EXEMPLO: Na troposfera (a região que se estende até a altura aproximadamente


igual a 11 km), a distribuição de Temperatura é dado por:

 T = Ta - β z (1)

 Onde Ta – temperatura ao nível do mar (z = 0)


 β - a taxa de decaimento da temperatura. Nesta região, β é igual a 0,00650
K/m.

 Aplicando (1) em:

(2)

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19/03/2012

2.4 –ATMOSFERA PADRÃO


z2
1
∫ (T
z1 a − z )
dz (3)

Sendo u = Ta − z (4)
1
du = 0 − dz → dz = − du (5)

Substituindo (4) e (5) em (3) :
1 1 
z2 z2
1 1 1
∫z u  −  du → −  ∫ u du → −  ln u
z1
(6)
1

Substituindo (4) em (6)

ln(Ta − z ) (7)
1

2.4 –ATMOSFERA PADRÃO

Substituindo (7) em (2), tem - se :

ln(Ta − z )
p g
ln 2 =
p1 R
Aplicando propriedade exponencial :
p2
g / R
e p1
= e(Ta − z ) ou seja :

p 2 = p1 (Ta − z )
g
R

Rearranjando os termos :
g g
 T z  R  z  R
p 2 = p1  a −  → Obtém − se : p 2 = pa 1 − 
 Ta Ta   Ta 

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2.4 –ATMOSFERA PADRÃO

 Onde pa é pressão absoluta em z = 0. Com pa, Ta e g são obtidos da Tabela de


Propriedades da Atmosfera Padrão Americano no Nível do Mar e Com R = 286,9
J/kg .K, a variação de pressão na Troposfera pode ser determinada com a Equação
anterior. O cálculo mostra que a temperatura e a pressão na interface Troposfera-
Estratosfera são iguais a -55,6º C e 23 kPa.

 É importante ressaltar que os jatos comerciais modernos voam nesta região.

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO

 Vários dispositivos e técnicas foram desenvolvidos e são utilizados para medição da


pressão.

 A pressão num ponto do Sistema Fluido pode ser designada em termo – Absoluto e
Relativos.

 Pressões Absolutas – São medidas em relação ao vácuo perfeito (pressão absoluta


nula).

 Pressão Relativa – É medida em relação a pressão atmosférica local.

 Pressão Relativa Nula – Corresponde a uma pressão igual a pressão atmosférica


local.

22
19/03/2012

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO

 Pressões Relativas Negativas – Conhecida como Vácuo, são as Pressões menores


do que a pressão atmosférica local.

 Pressões Absolutas são sempre positivas, mas as pressões relativas podem ser
tanto positivas (pressão maior do que a atmosférica local), quanto
negativa(pressões menores do que a pressão atmosférica local).

 EXEMPLO – A pressão de 70 kPa (abs) pode ser expressa como -31,33 kPa (relativa)
se a pressão atmosférica local é de 101,33 kPa.

 Pabs = Prelativa + P atm


 Prelativa = Pabs – Patm
 P relativa = 70 – 101,33
 P relativa = -31,33 kPa
 Vácuo de 31,33 kPa

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO

 Representação gráfica das Pressões Relativa e Absolutas.

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19/03/2012

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO

 Unidade e Referência utilizados na Medição de Pressão.

 P = F/A = Força/Área

 Unidades Usuais para Pressão.

 No SI – N/m2 = Pa

 Pela altura de uma coluna de líquido (em metros, milímetros, etc) e pela
especificação do líquido da coluna (água, mercúrio, etc)

 EXEMPLO: A pressão atmosférica padrão pode ser expressa com 760 mmHg (abs).
Graça a relação de que P = γh, ou seja, h =P/γ

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO

 A medição da pressão atmosférica é normalmente realizada com o barômetro de


Mercúrio.

Barômetro de Mercúrio Simples

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19/03/2012

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO


 Constituído por:

 Um tubo de vidro com uma extremidade fechada e outra aberta imersa em um


recipiente que contém mercúrio.

 Inicialmente, o tubo estava repleto com mercúrio e então foi virado de ponta a
cabeça (com a extremidade aberta lacrada) e inserido no recipiente de Mercúrio.

 O equilíbrio da coluna de mercúrio ocorre quando o peso da coluna mais a força


provocada pela pressão de vapor (que se desenvolve no espaço acima da coluna) é
igual a força devida a pressão atmosférica.

 Assim:

 patm = .h + pvapor

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO

 A contribuição da pressão de vapor, na maioria dos casos, pode ser desprezada


porque é muito pequena, a pressão de vapor do mercúrio a 20º C é igual a 0,16 Pa
(abs)

 Portanto:

 patm = γ.h

 É comum expressar patm em função da altura de uma coluna de mercúrio.

 patm padrão = 101,33 kPa = 0,76 mHg = 10,36 mH2O.

 Barômetro foi atribuído a Evangelista Torricelli.

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19/03/2012

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO

 EXEMPLO 2.3 – pg. 44.

 A água de um lago localizado numa região montanhosa apresenta temperatura


média iguala 10º C e a profundidade máxima do lago é 40 m. Se a pressão
barométrica local é igual a 598 mmHg determine a pressão absoluta na região mais
profunda do lago.

 SOLUÇÃO:

 A pressão na água, em qualquer profundidade h, é dada pela equação:

 p = p0 + γh

 Onde p0 é a pressão na superfície do lago.

2.5 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO

 Como estamos interessados na pressão absoluta, p0 será a pressão barométrica


local. Portanto:

 p0= γHg .h = (133 kN/m3) (0,598 m) = 79,5 kN/m2.

 O peso específico da água a 10º C pode ser obtida em Tabela de Propriedades do


Fluido (γHg =9,804 kN/m3).

 Assim:

 P = 79,5 + (9,804 kN/m3) x 40 = 472 kPa (abs)

26
19/03/2012

2.6 – MANOMETRIA

 Técnicas utilizadas na medição de pressão que envolve o uso de colunas de líquidos


verticais ou inclinados.

 Os dispositivos para a medida de pressão baseados nestas técnicas são


denominados MANÔMETROS.

Exemplo: Barômetro de Mercúrio.

Tipos Usuais de Manômetros:

 Tubo Piezométrico;
 Manômetro em U;
 Tubo Inclinado.

2.6.1 – TUBO PIEZOMÉTRICO

 É o mais simples manômetro que existe, consiste em um tubo vertical aberto no


topo, e conectado ao recipiente no qual desejamos conhecer a pressão.

Tubo Piezométrico

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19/03/2012

2.6.1 – TUBO PIEZOMÉTRICO

 Como a coluna líquida está em equilíbrio a pressão pode ser expressa por:

 p = p0 + γh

 Esta equação fornece o valor da pressão gerada por qualquer coluna de fluido
homogêneo em função da pressão de referência, p0, e da distância vertical entre os
planos que apresentam p e p0.

 Lembre-se que:

Pressão Caminhamento na Coluna de Fluido considerando a superfície


livre como referência.

Pressão Caminhamento na Coluna de Fluido considerando a superfície


livre como referência.

2.6.1 – TUBO PIEZOMÉTRICO

 No tubo piezométrico esquematizado, tem-se:

 pA = γ1 h1

 p0 foi igualada a zero (o tubo é aberto no topo) e


isto implica que estamos lidando com a pressões
relativas.

 pA = p1 - apresentam a mesma elevação.

 RESTRIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO PIEZÔMETRO

1) Só é adequado nos casos onde a pressão no


recipiente é maior do que a pressão atmosférica,
visto que, se não ocorreria sucção de ar para o
interior do recipiente.

28
19/03/2012

2.6.1 – MANÔMETRO COM TUBO EM U

2) A pressão no reservatório não pode ser muito grande (para que a altura da coluna
seja razoável).

3) Só é possível utilizar este dispositivo se o fluido do recipiente for um líquido.

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U

Manômetro com Tubo


em U Simples

29
19/03/2012

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U

 Para determinar a pressão pA em função das alturas das várias colunas, aplica-se:

 pA = p0 +γ.h

 Nos vários trechos preenchidos com o mesmo fluido.

 A pressão no ponto A e no ponto (1) são iguais.

 pA = p1

 A pressão no ponto (2) é igual a:

 p2 = p1 + γ1.h1

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U

 A pressão no ponto (2) é igual a pressão no ponto (3), porque as elevações são
iguais.

 p2 = p3

 Note que não se pode saltar diretamente do ponto (1) para o ponto de mesma
elevação no outro tubo porque existem dois fluidos diferentes na região limitada
pelos planos horizontais que passam por estes pontos.

 Como conhecemos a pressão no ponto (3), vamos nos mover para a superfície livre
da coluna onde a pressão relativa é nula.

 Quando nos movemos verticalmente para cima a pressão decresce de um valor


γ2.h2.

30
19/03/2012

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U

 Estes vários passos podem ser resumidos por:

 pA + γ1.h1 - γ2.h2 = 0

ou seja:

 pA = γ2.h2 - γ1.h1

 VANTAGENS DO MANÔMETRO COM O TUBO EM U:

 É que o fluido manométrico pode ser diferente do fluido contido no recipiente onde
a pressão deve ser determinada.

 EXEMPLO: O fluido do recipiente do manômetro em tubo em U simples pode ser


tanto um gás como um líquido.

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U

 Se o recipiente contém um gás, a contribuição da coluna de gás, γ1.h1,


normalmente é desprezada de modo que:

 pA ≈ p2

 pA = γ2.h2

 A altura da coluna (carga), h2, é determinada unicamente pelo peso específico do


fluido manométrico (γ2) para uma dada pressão. Isto permite utilizar um fluido
manométrico pesado, tal como o mercúrio, para obter uma coluna com altura
razoável quando a pressão pA é alta.

 Por outro lado, pode-se utilizar um fluido mais leve, tal com a água, para obter uma
coluna de líquido com uma altura adequada se a pressão pA é baixa.

31
19/03/2012

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U


 EXEMPLO 2.4 – pag. 46
 Um tanque fechado esboçado na Figura abaixo, contém ar comprimido e um óleo
que apresenta densidade 0,9. O fluido manométrico utilizado no manômetro em U
conectado ao tanque é mercúrio (densidade igual a 13,6). Se h1 = 914 mm, h2 =
152 mm e h3 = 229 mm, determine a leitura no manômetro localizado no topo do
tanque.

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U

 SOLUÇÃO:

 Seguindo o procedimento geral utilizado nesta seção, nós iniciaremos a análise na


interface ar-óleo localizada no tanque e prosseguiremos até a interface fluido
manométrico-ar atmosférico onde a pressão relativa é nula. A pressão no ponto (1)
é:

 Esta pressão é igual a pressão no ponto (2) porque os dois pontos apresentam a
mesma elevação e estão localizados num trecho de tubo ocupada pelo mesmo
fluido homogêneo e que esta em equilíbrio.

 A pressão no ponto (2) é igual a pressão na interface fluido manométrico-ar


atmosférico somada àquela provocada pela coluna com altura h3.

32
19/03/2012

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U


 Se nós admitirmos que a pressão relativa é nula nesta interface (note que estamos
trabalhando com pressões relativas).

 ou

 Aplicando os valores fornecidos no enunciado do exemplo.

2.6.2 – MANÔMETRO COM TUBO EM U

 Como o peso específico do ar é muito menor que o peso específico do óleo, a


pressão medida no manômetro localizado no topo do tanque é muito próxima da
pressão na interface ar comprimido-óleo. Deste modo:

33
19/03/2012

2.6.2.1– MANÔMETRO COM TUBO EM U PARA MEDIR


DIFERENÇA DE PRESSÃO

 Muito utilizado para medir diferença de pressão em sistema de fluidos.

 Considere o manômetro conectado entre os recipientes A e B.

Manômetro diferencial em U

2.6.2.1– MANÔMETRO COM TUBO EM U PARA MEDIR


DIFERENÇA DE PRESSÃO
 A diferença de pressão entre A e B, utilizando o procedimento de Manômetro com
Tubo em U:

 pA = p1
 p2 = pA + γ1.h1 = p3
 p4 = p3 - γ2.h2
 p5 = p4 - γ3.h3 = pB

 Resumindo:

 pA + γ1.h1 - γ2.h2 - γ3.h3 = pB

 E a diferença de pressão é dada por:

 pA – pB = γ2.h2 + γ3.h3 - γ1.h1

34
19/03/2012

2.6.2.1– MANÔMETRO COM TUBO EM U PARA MEDIR


DIFERENÇA DE PRESSÃO

 Geralmente os efeitos da Tensão Superficial nas várias interfaces do fluido


manométrico não são considerados.

 Os efeitos de capilaridade se cancelam, pois se admite que as tensões superficiais


e os diâmetros dos tubos de cada menisco são iguais.

 No manômetro em Tubo U Simples que possui diâmetro grande (em torno de 12


mm, ou maiores), o efeito do bombeamento capilar pode ser considerado
desprezível.

2.6.2.1– MANÔMETRO COM TUBO EM U PARA MEDIR


DIFERENÇA DE PRESSÃO

 EXEMPLO 2.5 – pg. 48

 A Figura abaixo mostra o esboço de um dispositivo utilizado para medir a vazão em


volume em tubos, Q, o bocal convergente cria uma queda de pressão pA – pB no
escoamento que está relacionada com a vazão em volume através da equação Q =
K(pA – pB) ½ (onde K é uma constante que é função das dimensões do bocal e do
tubo). A queda de pressão normalmente é medida com um manômetro diferencial
em U do tipo ilustrado na Figura. (a) Determine uma equação para pA – pB em
função do peso específico do fluido que escoa, γ1, do peso específico do fluido
manométrico, γ2, e das várias alturas indicadas na figura. (b) Determine a queda de
pressão se γ1 = 9,80 kN/m3, γ2 = 15,6 kN/m3, h1 = 1,0 m e h2 = 0,5m.

35
19/03/2012

2.6.2.1– MANÔMETRO COM TUBO EM U PARA MEDIR


DIFERENÇA DE PRESSÃO

2.6.2.1– MANÔMETRO COM TUBO EM U PARA MEDIR


DIFERENÇA DE PRESSÃO

 SOLUÇÃO:

 (a) apesar do fluido no tubo esta escoando, o que está contido no manômetro está
em repouso e, assim as variações de pressão nos tubos do manômetro são
hisdrostáticas.

 Deste modo, a pressão no ponto (1) é igual a pressão no ponto A menos a pressão
correspondente a coluna de fluido com altura h1 (γ1 .h1).

 A pressão no ponto (2) é igual aquela no ponto (1) e também é igual aquela no
ponto (3).

 Já a pressão no ponto (4) é igual no ponto (3) menos a pressão correspondente a


coluna de fluido manométrico com a altura h2 (γ2 .h2).

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19/03/2012

2.6.2.1– MANÔMETRO COM TUBO EM U PARA MEDIR


DIFERENÇA DE PRESSÃO

 A pressão no ponto (5) é igual a pressão no ponto (4).

 E a pressão no ponto B é igual a pressão no ponto (4) mais a pressão


correspondente a coluna de fluido com altura (h1 + h2).

 Note que apenas uma altura de coluna de fluido manométrico (h2) é importante
neste manômetro, ou seja, este dispositivo pode ser instalado com h1 igual a 0,5 ou
5,0 m acima do tubo e a leitura do manômetro (o valor h2) continuaria a mesma.

 Observe também que é possível obter valores relativamente grandes de leitura


diferencial, h2, mesmo quando a diferença de pressões é baixa pois basta utilizar
fluidos que apresentem pesos específicos próximos.

2.6.2.1– MANÔMETRO COM TUBO EM U PARA MEDIR


DIFERENÇA DE PRESSÃO

 (b) O valor da queda de pressão para os valores fornecidos é:

37
19/03/2012

2.6.3– MANÔMETRO COM TUBO INCLINADO

 Freqüentemente utilizado para medir pequenas variações de pressão.

 Uma perna do manômetro é inclinada, formando um ângulo θ com o plano


horizontal e a leitura diferencial l2 é medida ao longo do tubo inclinado, nesta
condição a diferença de pressão pA – pB é dado por:

2.6.3– MANÔMETRO COM TUBO INCLINADO

 pA + γ1.h1 - γ2 .l2.senθ - γ3.h3 = pB

 pA –pB = γ2 .l2.senθ + γ3.h3 - γ1.h1

 Note que a distância vertical entre os pontos (1) e (2) é l2senθ. Assim, para o ângulo
relativamente pequeno, a leitura diferencial ao longo do tubo inclinado pode ser
feita mesmo que a diferença de pressão seja pequena.

 O manômetro de tubo inclinado é sempre utilizado para medir pequenas diferenças


de pressão em um sistema que contém gás.

 Neste caso;

 pA – pB = γ2 .l2.senθ

 ou

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19/03/2012

2.6.3– MANÔMETRO COM TUBO INCLINADO

 Porque as contribuições das colunas de gases podem ser desprezadas.

 A Equação acima mostra que para uma dada diferença de pressão, a leitura
diferencial l2 do manômetro de tubo inclinado é 1/semθ vezes maior que àquela do
manômetro com tubo em U.

 EXERCÍCIO 2.32 – 76

 O Manômetro inclinado da Figura abaixo indica que a pressão no ponto A é de 0,6


psi. O fluido que escoa nos tubos A e B é igual e o fluido manométrico apresenta
densidade 2,6. Qual é a pressão no tubo B que corresponde a condição mostrada
na Figura a seguir. Sendo 1 psi = 7x103 Pa e γH20 = 9980 N/m3.

2.6.3– MANÔMETRO COM TUBO INCLINADO

 SOLUÇÃO:
 pA = 0,6 psi = 0,6 x 7x 103 = Pa = 4200 Pa

 pA + 0,076 x γH2O – 0,203 x sen 30º x SG x γH2O - 0,076 x γH2O = pB

 pB = 4200 + 0,O76 x 9980 – 0,203 x sem 30º x 2,6 x 9980 – 0,076 x 9980 =

 pB = 1 566,28 Pa

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19/03/2012

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE MANÔMETROS COM COLUNA DE LÍQUIDO

 Inadequado para medir pressões muito altas ou que variam rapidamente com o
tempo;

 Envolve a medição do comprimento de uma ou mais colunas de líquidos;

 Consome um tempo significativo;

 Os dispositivos mecânicos e elétricos de medição da pressão é baseado no princípio


de que todas as estruturas elásticas deformam quando submetidas a uma pressão
diferencial e que esta deformação pode ser relacionada com o valor da pressão
imposta no elemento.

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
 O dispositivo mais comum deste tipo é o MANÔMETRO DE BOURDON.

(a) Manômetro de Bourdon para várias faixas de pressão.

(b) Correspondentes do manômetro de Bourdon – Esquerda: Tubo de Bourdon com


formato “C” – Direita: Tubo de Bourdon “mola de torção” utilizado para medir
pressões altas.

40
19/03/2012

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
 MANÔMETRO DE BOURDON.

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
 Constituído por:

 Elemento essencial é o tubo elástico curvado, conhecido por tubo de Bourdon que
está conectado à fonte de pressão.

 Mecanismo de Funcionamento:

 O tubo curvado tende a ficar reto quando a pressão no tubo (interna) aumenta, a
deformação apesar de pequena, pode ser transformada num movimente de um
ponteiro localizado num mostrador.

 A pressão indicada no manômetro de Bourdon é relativa, pois o movimento do


ponteiro está relacionada com a diferença entre pressão interna do tubo e a do
meio externo (pressão atmosférica).

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19/03/2012

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
 Deve ser calibrado em psi ou em Pascal.

 A leitura nula indica que a pressão medida é igual a pressão atmosférica.

 Mede pressões negativas (vácuo) e positiva.

BARÔMETRO ANAERÓIDE

 Utilizado para medir pressões atmosférica.

 Como a pressão atmosférica é especificada como uma pressão absoluta, o medidor


de Bourdon não é indicado para este tipo de medição

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
 Constituição e Funcionamento

 Um elemento elástico localizado num recipiente evacuado de modo que a pressão


interna no elemento é praticamente nula.

 Quando a pressão atmosférica muda, o elemento deflete e altera a posição de


elemento indicador (por exemplo, um ponteiro).

 O indicador pode ser calibrado para fornecer a pressão atmosférica diretamente em


milímetros de mercúrio.

42
19/03/2012

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
DISPOSITIVOS QUE CONVERTE O SINAL DE PRESSÃO NUMA SAÍDA ELÉTRICA

 Monitoramento Contínuo da Pressão num Processo Químico

 Indicado para medir a pressão com um dispositivo que converta o sinal de pressão
numa saída elétrica.

 Este tipo de dispositivo é denominado TRANSDUTOR DE PRESSÃO.

 Um tipo destes dispositivos é o Tubo de Bourdon conectado a um transformador


linear diferencial variável. O núcleo do transformador é conectado a extremidade
livre do tubo de Bourdon.

 Assim a deformação neste tubo, provocada pela pressão move a bobina e então
obtém-se uma tensão entre os terminais de saída do transformador.

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO

Transdutor de
pressão que combina
um transformador
linear diferencial
variável com um tubo
de Bourdon

43
19/03/2012

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
 A relação entre a tensão de saída e a pressão é linear e os valores da tensão podem
ser armazenados num oscilógrafo ou digitalizado para armazenamento e
processamento em um computador.

 DESVANTAGENS:

 Desvantagem do transdutor de pressão que utiliza o tubo de Bourdon como sensor


elástico é que a sua utilização está limitada as aplicações onde a pressão é estável
ou que não apresente variações bruscas ao longo do tempo, devido ao fato de que a
inércia é relativamente grande no tubo de Bourdon.

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
TRANSDUTOR DE PRESSÃO QUE UTILIZA UM DIAFRAGMA FINO E ELÁSTICO COMO
ELEMENTO SENSOR

 Funcionamento:

 Quando a pressão varia, o diafragma deflete e esta deflexão é convertida num sinal
elétrico.

 Um modo de realizar esta conversão é instalar um extensômetro na superfície do


diafragma que não está em contato com o fluido ou elemento solidário ao
diafragma.

 Os tradutores muito sensíveis são utilizados para medir com boa precisão, pressões
pequenas ou grandes , e tanto pressões estáticas quanto variáveis.

44
19/03/2012

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO

(a) Dois tipos de transdutores de pressão com extensômetro (Spectramed P10EZ E


P23XL) utilizado para medir pressões fisiológicas. Os domos de plástico são
preenchidos com um fluido conectados a o vasos sanguíneos através de uma
agulha ou catéter.

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO

(b) Diafragma do transdutor P23XL com domo removido. A deflexão do diafragma,


provocada pelo diferencial de pressão, é medida com um extensômetro conectado
ao eixo de silício.

45
19/03/2012

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO
 EXEMPLO: utilizado para medir pressões sanguíneas arteriais, que são pequenas e
variam periodicamente com uma frequência próxima a 1 HZ), o transdutor é
normalmente conectado a artéria por meio de um tubo de diâmetro pequeno
(cateter) e que está preenchido com um líquido fisiológico.

 Os transdutores com extensômetros podem ser projetados para apresentarem boa


resposta em frequência de até 10 kHZ, mas o seu comportamento deteriora nas
frequências mais altas porque o diafragma precisa ser mais rígidos para alcançar
uma resposta em frequência mais alta.

 Uma alternativa para medir pressão em frequências mais altas é utilizar um cristal
piezoelétrico como elemento elástico e sensor, porque quando aplicamos uma
pressão num cristal piezoelétrico, este deforma-se e como resultado, uma tensão
elétrica, diretamente relacionada com a pressão aplicada é desenvolvida.

2.7 – DISPOSITIVOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS PARA A


MEDIÇÃO DA PRESSÃO

 Pode ser utilizado para medir tanto pressões muito altas (até 6900 bar) quanto
baixa e também nos casos onde as taxas de variação da pressão é alta.

1 bar = 105 Pa

46
19/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPITULO 02 – 1ª PARTE


 EXERCÍCIO 2.29 – pag. 76 - O pistão mostrado na Figura abaixo apresenta peso
desprezível e área de seção transversal igual a 0,28 m2. O pistão está em contato
com óleo (SG=0,90) e o cilindro esta conectado a um tanque pressurizado, que
armazena ar, óleo e água. Observe que a Força P atua sobre o pistão para que haja
equilíbrio. (a) Calcule o valor de P. (b) determine a pressão no fundo do tanque em
metro de coluna d’água. Sendo ρH2O = 1000 kg/m3 e γ H2O = 9810 N/m3.

EXERCÍCIOS DO CAPITULO 02 – 1ª PARTE


 EXERCÍCIO 2.5 – pag. 73 – Os manômetro do tipo Bourdon são muito utilizados nas
medições de pressão. O manômetro conectado ao tanque mostrado na Figura
abaixo indica que a pressão é igual a 34,5 kPa. Determine a pressão absoluta no ar
contido no tanque sabendo que a pressão atmosférica local é igual a 101,3 kPa.
Sendo γH2O = 9980 N/m3.

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19/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPITULO 02 – 1ª PARTE


 EXERCÍCIO 2.26 – pág. 75 – Considerando o arranjo mostrado na Figura abaixo.
Sabendo que a diferença entre as pressões em B e A é igual a 20 kPa, determine o
peso específico do fluido manométrico. Sendo γ H2O = 9980 N/m3 , ρH2O = 998 N/m3
e g = 10 m/s2.

EXERCÍCIOS DO CAPITULO 02 – 1ª PARTE

 EXERCÍCIO 2.45 – pag. 79– Determine a nova leitura diferencial no manômetro de


mercúrio mostrado na figura abaixo se a pressão no tubo A for diminuída de 10 kPa
e a pressão no tubo B permanecer constante. O fluido contido no tubo A apresenta
densidade igual a 0,9 e o contido no tubo B é água. Sendo γ H2O = 9980 N/m3 .

48
19/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPITULO 02 – 1ª PARTE

 Quando pA diminui a coluna da esquerda move uma distância, a, para cima, e a


coluna da direita move a mesma distância, a, para baixo, como mostra a figura
abaiixo.

EXERCÍCIOS DO CAPITULO 02 – 1ª PARTE


 EXERCÍCIO 2.43 – pag. 78 - Determine a relação entre as áreas A1/A2 das pernas
do manômetros mostrado na Figura abaixo se uma mudança na pressão no tubo B
de 3,5 kPa provoca uma alteração de 25,4 mm no nível do mercúrio na perna direita
do manômetro. A pressão no tubo A é constante.1111

49
19/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPITULO 02 – 1ª PARTE

50
26/03/2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ENGENHARIA CIVIL E DE MINAS

MECÂNICA DOS FLUIDOS


Capítulo 02 - ESTÁTICA DOS
FLUIDOS– 2ª PARTE

Profa. Eliane Justino

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA

 Existem forças nas superfícies dos corpos que estão submersos nos fluidos.

 O fluido exerce uma força perpendicular nas superfícies submersas quando está em
repouso, devido a ausência de tensões de cisalhamento, e a pressão varia
linearmente com a profundidade se o fluido for incompressível.

p =  .h
Superfície livre
O módulo da força resultante sobre a
p = patm superfície inferior do tanque do líquido é:

Peso Específico = γ ∑ FV = FR
h FR FR = p. A
Onde:
p = pressão da superfície inferior
p = patm
A = área desta superfície

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26/03/2012

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


 Se a pressão atmosférica atuar na superfície livre do fluido e na superfície
inferior do tanque a força resultante na superfície inferior é devido somente ao
líquido contido no tanque, porque as pressão atmosférica se anulam, já que são
iguais mais sentidos inversos.

 A força resultante atua no centróide da área da superfície inferior porque a


pressão é constante e está distribuída uniformemente nesta superfície.

GENERALIZANDO

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


SUPERFÍCIE PLANA SUBMERSA E INCLINADA
 A força hidrostática aplicada em uma superfície plana e inclinada e com
formato aleatório.
Vamos determinar a direção, sentido,
módulo e ponto de aplicação.

Admitindo, por enquanto, que a superfície


livre do fluido está em contato com a
atmosfera.

O plano coincide com a superfície que está


sendo analisada intercepta a superfície livre
do líquido em O e seja θ o ângulo entre os
dois planos.

O sistema de coordenadas x-y é definido


de modo que o O está na origem do sistema
de coordenadas e y pertence ao plano
coincidente com a superfície que está sendo
ansalisada.

A superfície que estamos analisando pode


apresentar uma forma qualquer.

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26/03/2012

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


A força que atua em dA (área diferencial
localizada a uma profundidade h) é:

dF =  .h.dA
e é perpendicular à superfície.

O módulo da força resultante na


superfície é determinado somando-se
todas as forças diferenciais que atuam na
superfície que é:

Onde: h = y.sen

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


Se γ e θ são constante, logo:

FR =  .sen ∫ ydA
A

∫ ydA
A
É o momento de primeira ordem (momento de primeira ordem
da área) em relação ao eixo X. Portanto, pode escrever:

A
∫ ydA = y . Ac
Onde:
yc – coordenada y do centróide medido a partir do eixo X que passa através de O.

Portanto: FR =  . A. yc sen FR =  .hc . A

hc – distância vertical entre a superfície livre do fluido e o centróide da área.

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2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


 Isto significa que o módulo da força resultante é igual à pressão no centróide
multiplicada pela área total da superfície submersa.

 Como todas forças diferenciais que compõem Fr são perpendiculares a


superfície, a resultante destas forças também será perpendicular a superfície.

 Apesar de nossa intuição sugerir que a linha de ação da força resultante


deveria passar através do centróide da área este não é o caso.

 A coordenada yr da força resultante pode ser determinada pela soma dos


momentos em torno do eixo X, ou seja, o momento da força resultante precisa
ser igual aos momentos das forças devidas a pressão, ou seja,

FR . y R = ∫ ydF = ∫  .sen . y 2 dA
A A
Como:

FR =  . A. yc .sen yR =
∫ A
y 2 dA
yc . A

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


∫A
y 2 dA É o momento de segunda ordem (momento de segunda ordem
da área ou momento de inércia da área), Ix, em relação ao eixo
formado pela interseção do plano que contém a superfície e a
superfície livre (eixo X), obtem-se:
Ix
yR =
yc . A
 Se utilizarmos o teorema dos eixos paralelos, Ix pode ser expresso por:

I x = I xc + A. yc2
Onde , Ixc é o momento de segunda ordem em relação ao eixo que passa no
centróide e é paralelo ao eixo X, obtem-se:

I xc O que mostra que a força resultante não passa


yR = + yc através da centróide, mas sempre atua abaixo
yc . A dele, porque Ixc/yc.A > 0

 No livro pg. 54 mostra as propriedades geométricas de algumas figuras.

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2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA

Propriedades
Geométricas de
Algumas Figuras

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


 A coordenada Xr do ponto de aplicação da força resultante pode ser
determinada de forma análoga, ou seja, somando-se os momentos em relação
ao eixo y. Desta modo:
FR .xR = ∫  .sen .xydA
A

Para
FR =  . A. yc .sen xR =
∫A
xydA
=
I xy
y c .A yc . A
Onde , Ixy é o produto de inércia em relação aos eixos x e y, utilizando
novamente o teorema dos eixos paralelos, escreve-se:

I xyc
Ixyc é o produto de inércia em relação ao
xR = + xc sistema de coordenadas ortogonal que
yc . A passa através do centróide da área e criado
por uma translação do sistema de
coordenadas x-y.

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26/03/2012

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


 Se a área submersa é simétrica em relação ao eixo que passa pelo centróide e
paralelo a um dos eixos (x ou y), a força resultante precisa atuar ao longo da
linha X = Xc, porque Ixyc é nulo, neste caso.

 O ponto de aplicação da força resultante é denominado de centro de pressão.

 Um aumento de yc provoca uma aproximação do centro de pressão para o


centróide da área.

Como hc
yc =
sen

A distância yc cresce se o hc aumentar ou, se para uma dada profundidade, a


área for rotacionada de modo que o ângulo θ diminua.

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


EXEMPLO 2.6 – pág. 55
A Figura abaixo mostra o esboço de uma comporta circular inclinada que está
localizada num grande reservatório de água (γ = 9,8 kN/m3 ). A comporta está
montada num eixo que corre ao longo do diâmetro horizontal da comporta. Se o eixo
está localizado a 10m da superfície livre, determine: (a) o módulo e o ponto de
aplicação da força resultante na comporta, e (b) o momento que deve ser aplicando no
eixo para abrir a comporta.

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26/03/2012

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


Solução:
(a) Para determinar a força resultante, FR =  .hc . A

Como a distância vertical entre o centróide e a superfície livre da água é de


10 m, temos:

( )
FR = 9,8 x103 x(10 )x(4 ) = 1,23 x10 6 N = 1,23MN

Localizar o ponto de aplicação da força resultante (centro de pressão):

I xc I xyc
yR = + yc xR = + xc
yc . A yc . A
Para o sistema de coordenadas mostrado, Xr = 0 porque a superfície da
comporta é simétrica e o centro de pressão precisa estar localizado ao longo
da linha A-A.

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


Solução:
O momento de inércia em relação ao eixo que passa no centróide e é paralelo ao
eixo X, é: 4
R
I xc =
4
E que yc está mostrado na figura, assim:

I
y R = xc + yc =
( 4)(. 2) + 10 2

yc . A (10 sen60°)(. 4 ) sen60°


y R = 0,0866 + 11,55 = 11,6m
A distância entre o eixo da comporta e o centro de pressão (ao longo da
comporta) é:
y R − yc = 0,0866m
RESUMINDO

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2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA


Solução:
A força que atua sobre a comporta apresenta módulo igual a 1,23 MN, atua num
ponto localizado a 0,0866 m abaixo da linha do eixo e que é pertencente a linha A –
A. Lembre que a força é perpendicular a superfície da comporta.

(b) O diagrama de corpo livre mostrado na figura pode ser utilizado para determinar
o momento necessário para abrir a comporta. Observe que W é o peso da comporta,
Ox e Oy são as reações horizontal e vertical do eixo na comporta. A somatória dos
momentos em torno do eixo da comporta é nulo,

∑M c =0
e nos fornece,

( )
M = FR ( y R − yc ) = 1,23x106 (0,0866) = 1,07 x105 N .m

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA

EXEMPLO 2.7 – pág. 56


A Figura abaixo mostra o esboço de um
aquário de água salgada (γ = 10,0
kN/m3) que apresenta profundidade
igual a 3,0 m. O reforço triangular
mostrado na Figura deve ser instalado
no aquário devido a um problema que
surgiu num dos seus cantos inferiores.
Determine o módulo e a localização do
ponto de aplicação da força resultante
neste reforço triangular.

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26/03/2012

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA

 SOLUÇÃO:
 As várias distâncias necessárias para resolver este problema estão mostrado na
Figura b. Como a superfície em que estamos interessados está na vertical, temos
que yc = hc = 2,7 m.

 Portanto:

FR = γh c A = (10x103 )(2,7)(0,9 x 0,9 / 2) = 1,094x10 4 N

 Note que esta força não é função do comprimento do tanque. A coordenada do


centro de pressão (CP) pode ser determinada pela expressão:

I xc
yR = + yc
y c .A

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA

(0,9)(0,9)3
I xc = = 1,823x10 − 2 m 4
36
 De modo que;

1,823 x10 −2
yR = + 2,7 = 2,717 m
(2,7)(0,9 x0,9 / 2)
 De modo análogo

I xyc
xR = + xc
yc . A

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26/03/2012

2.8 – FORÇA HIDROSTÁTICA NUMA SUPERFÍCIE PLANA

(0,9)(0,9) 2
I xyc = (0.9) = 9,113 x10 −3 m 4
72
9,113x10 −3
xR = + 0 = 8,3x10 −3 m
(2,7)(0,9 x 0,9 / 2)

 Conclui-se que o centro de pressão está localizado a 8,3 mm a direita e a 17 mm


abaixo do centróide do reforço.

 Note que este ponto pertence a linha mediana mostrada na Figura, isto ocorre
porque a área total pode ser substituída por um número grande de pequenas tiras
com área δa e, como discutido anteriormente, a resultante da forças de pressão
atua no centro de cada uma das tiras. Logo, a resultante destas forças paralelas
precisa estar localizada na linha mediana.

2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


 Interpretação gráfica da força desenvolvida por um fluido numa superfície
plana.

 Consideremos a distribuição de pressão ao longo da parede vertical de um


tanque com largura b e que contenha um líquido que apresenta peso específico
γ.
A pressão varia linearmente com a profundidade.

A pressão relativa é nula na superfície livre do


líquido, igual a γh na superfície inferior do líquido e
que a pressão média ocorre num plano com
profundidade h/2.

Assim a força resultante que atua na área


retangular (A = b.h) é:

h
FR = Pmed A =    A
2

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2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


 Esta distribuição de pressão é adequada para toda a superfície vertical então
podemos representar tridimensionalmente a distribuição de pressão do
seguinte modo:

A base deste “volume” no espaço pressão – área é


a superfície plana que estamos analisando e a altura
de cada ponto é dada pela pressão.

Este “volume” é denominado prisma de pressão e é


claro que o módulo da força resultante que atua na
superfície vertical é igual ao volume deste prisma.

Assim, a força resultante para o prisma é:

FR = volume =
1
(h )(bh ) =   h  A
2 2
Onde bh é a área da superfície retangular vertical.

2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


 A linha de ação da força resultante precisa passar pelo centróide do prisma de
pressões.

 O centróide está localizado no eixo vertical de simetria da superfície vertical e


dista h/3 da base, porque o centróide de um triângulo está localizado a h/3 de
sua base.

 O resultado é consistente com:

I xc I xyc
yR = + yc xR = + xc
yc . A yc . A

CONSIDERANDO QUE A SUPERFÍCIE PLANA ESTÁ


TOTALMENTE SUBMERSA.

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2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


 Neste caso a seção transversal do prisma das pressões é um trapézio.

 O módulo da força resultante que atua sobre a


superfície; também é igual ao volume do prisma
das pressões e sua linha de ação passa pelo
centróide do volume.

 O módulo da força resultante pode ser obtido


decompondo o prisma das pressões em duas
partes (ABDE e BCD). De modo que:

FR = F1 + F2

 A localização da linha de ação de Fr pode ser determinada a partir da


soma de seus momentos em relação a algum eixo conveniente.

2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


 Por exemplo, se utilizarmos o eixo que passa através de A, tem-se:

FR . y A = F1. y1 + F2 . y2
SUPERFÍCIE PLANA INCLINADA SUBMERSA
 Geralmente a seção transversal, sobre a
superfície do prisma, é um trapézio.

 Apesar de ser conveniente medir as


distância ao longo da superfície
inclinada, a pressão que atua na
superfície é função da distância vertical
entre o ponto que está sendo analisado e
a superfície livre do fluido.

 Prisma de pressões é utilizado para determinar a força em superfícies planas


submersa retangular, porque o volume e o centróide do prisma podem ser
determinado facilmente.

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26/03/2012

2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


 Quando a superfície não é retangular a determinação do volume e a localização
do centróide pode ser realizado através de integração.

EFEITO DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA NA SUPERFÍCIE SUBMERSA

 Não considerando pressão atmosférica medindo pressão relativa.

Se incluirmos a pressão atmosférica, a nova


distribuição de pressão, será:

2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


 A resultante da força que atua no lado da parede em contato com o fluido é
uma superposição da resultante da distribuição de pressão hidrostática com a
da pressão atmosférica (Patm . A, onde A é a área da superfície).

 Se consideramos a pressão atmosférica no


lado da superfície que está em contato com
o fluido, também deve-se considerar no
outro lado, admitindo que o outro lado da
superfície também esteja exposta a
atmosfera.

 A pressão atmosférica produz na superfície


que não está em contato com o fluido uma
força de mesmo módulo e direção de força
resultante devida a pressão atmosférica no
lado que está em contato com o fluido e que
os sentidos destas forças são opostas.

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2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


 Assim conclui-se que a força resultante com que os fluidos atua na superfície é
devida apenas a pressão relativa.

 Se a pressão na superfície do líquido for diferente da atmosférica, como o que


ocorre num tanque fechado e pressurizado, a força resultante que atua numa
área submersa A será igual a superposição da força devida a distribuição
hidrostática com a Ps.A,

Onde: Ps é a pressão relativa na superfície do líquido, admitindo que o outro lado


da superfície está exposto a atmosfera.

2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


EXEMPLO 2.8 – pág. 60
A figura abaixo mostra o esboço de um tanque pressurizado que contém óleo
(densidade = SG = 0,9). A placa de inspeção instalada no tanque é quadrada e
apresenta largura igual a 0,6 m. Qual é o módulo, e a localização da linha de
ação da força resultante que atua na placa quando a pressão relativa no topo
do tanque é igual a 50 kPa. Admita que o tanque está exposto a atmosfera.

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26/03/2012

2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


Solução:
A figura mostra a distribuição de pressão na superfície da placa. A pressão num
dado ponto da placa é composta por uma parcela devido a pressão do ar
comprimido na superfície do óleo, ps, e outra devida a presença do óleo (que varia
linearmente com a profundidade). Nós vamos considerar que a força resultante na
placa com área A é composta pelas forças F1 e F2.

Assim,

( )
F1 = ( ps + h1 )A = 50 x103 + 0,9 x9,81x103 x 2 (0,36 ) = 24,4 x103 N
e
h −h 
(
F2 =   2 1  A = 0,9 x9,81x103 . )
 0,6 
(0,36) = 0,95 x10 N
3

 2   2 
O módulo da força resultante, Fr, é :

FR = F1 + F2 = 25,4 x103 N = 25,4kN

2.9 – PRISMA DAS PRESSÕES


Solução:
A localização vertical do ponto de aplicação de Fr pode ser obtida somando os
momentos em relação ao eixo que passa através do ponto O. Assim,

FR yo = F1 (0,3) + F2 (0,2 )
ou

yo =
(24,4 x10 )(0,3) + (0,95 x10 )(0,2) = 0,296m
3 3

(25,4 x10 )
3

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2.10 – FORÇA EM SUPERFÍCIES CURVAS


 Tipos de superfície que não são planas: superfícies de barragens, Tubulações e
Tanques.

 É possível determinar a força resultante em qualquer superfície por integração,


mas este procedimento é trabalhoso e não é possível formular equações
simples e gerais.

Por isso, como alternativa, considera-se o equilíbrio de


um volume de fluidos delimitado pela superfície curva
considerada e por suas projeções vertical e horizontal.

Para determinar a força resultante que atua sobre esta


seção que apresenta comprimento unitário na direção
perpendicular ao plano do papel.

Primeiro isola-se o volume de fluido que é delimitado


pela superfície curva considerada, neste caso a BC o
plano horizontal AB e o plano vertical AC.

2.10 – FORÇA EM SUPERFÍCIES CURVAS


 O diagrama de corpo livre deste volume é apresentado por:

Os módulos e as pressões dos pontos de aplicação


de F1 e F2 podem ser determinados utilizando as
relações aplicáveis a superfícies planas.

O peso do fluido contido no volume, W, é igual ao


peso específico do fluido multiplicado pelo volume e o
ponto de aplicação desta forma coincide com o centro
de gravidade da massa de fluido contido no volume.

As forças FH e FV representam as componentes da


força que o tanque exerce no fluido.

Para que o sistema de forças esteja equilibrado os módulos das componente FH


e FV devem:

FH = F2
Colineares
FV = F1 + W

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2.10 – FORÇA EM SUPERFÍCIES CURVAS


 Como três forças atuam na massa de fluidos (F2, a resultante de F1 com W e a
força que o tanque exerce sobre o fluido), estas precisam formar um sistema de
forças concorrentes.

 Isto é uma decorrência do seguinte princípio da estática: Quando um corpo é


mantido em equilíbrio por três forças não paralelas, estas precisam ser
concorrentes (suas linhas de ação se interceptam num só ponto) e coplanares,
assim:
FH = F2
FV = F1 + W
 E o módulo da força resultante é obtido pela equação:

FR = (F H )2 + (FV )2
 A linha de ação da FR passa pelo ponto O e o ponto de aplicação pode ser
localizado somando-se os momentos em relação a um eixo apropriado.

2.10 – FORÇA EM SUPERFÍCIES CURVAS


 Assim, o módulo da força que atua na superfície curva BC pode ser calculada
com as informações do diagrama de corpo livre.

 EXEMPLO 2.9 – pg. 62

A figura abaixo mostra o esboço de um conduto utilizado na drenagem de um


tanque e que está parcialmente cheio de água. Sabendo que a distância entre os
pontos A e C é igual ao raio do conduto, determine o módulo, a direção e o sentido
da força que atua sobre a seção curva BC (devida a presença da água). Admita que
esta seção apresenta comprimento igual a 1m.

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2.10 – FORÇA EM SUPERFÍCIES CURVAS


Solução  A Figura b mostra o volume de fluido
delimitado pela seção curva BC, pelo
plano horizontal AB e pelo plano vertical
AC. Este volume apresenta comprimento
igual a 1m. As forças que atuam no
volume são a força horizontal F1, que age
na superfície vertical AC, o peso, W, da
água contida no volume e as
componentes horizontal e vertical da força
que a superfície do conduto exerce sobre
o volume (FH e FV)

(
F1 = hc A = 9,8 x103  )
 0,9 
(0,9 x1) = 3,97 x10 N
3

 2 
E a linha de ação desta força horizontal está situada a 0,3m acima de C. O módulo
do peso, W, é:
  .0,9 2 
(
W =  .vol = 9,8 x103  ) x1 = 6,24 x103 N
 4 

2.10 – FORÇA EM SUPERFÍCIES CURVAS


Solução
 E seu ponto de aplicação coincide com o centro de gravidade da massa de fluido,
de acordo com as propriedades geométricas da figura, e este ponto está localizado
a 0,382 m da linha vertical AC (figura c). As condições para equilíbrio são:

FH = F1 = 3,97 x103 N
FV = W = 6,24 x103 N
E o módulo da força resultante é:

FR = (FH )2 + (FV )2 = (3,97 x10 ) + (6,24 x10 )


3 2 3 2
= 7,40 x103 N

 O módulo da força com que a água age sobre o trecho de conduto é igual ao
calculado mas o sentido desta força é oposto mostrado na figura b.
 A figura c mostra a representação correta da força resultante sobre o trecho do
conduto. Note que a linha de ação da força passa pelo ponto O e apresenta a
inclinação mostrada na figura.

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2.10 – FORÇA EM SUPERFÍCIES CURVAS


Solução
 Este resultado mostra que a linha de ação da força resultante passa pelo centro do
conduto.

 A mesma abordagem geral pode ser utilizada para determinar a força gerada em
superfícies curvas de tanques fechados e pressurizados.

 Note que o peso do gás normalmente é desprezível em relação as forças


desenvolvidas pela pressão na avaliação das forças em superfícies de tanques
dedicados a estocagem de gases.

 Nestes casos, as forças que atuam nas projeções horizontal e vertical da superfície
curva em que estamos interessados (tais como F1 e F2) podem ser calculadas
como o produto da pressão interna pela área projetada apropriada.

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 2.52 – pág. 80
 A Figura abaixo mostra o corte transversal de uma comporta que apresenta massa
igual 363 kg. Observe que a comporta é articulada e que esta imobilizada por um
cabo. O comprimento e a largura da placa são respectivamente iguais a 1,2 e 2,4 m.
Sabendo que o atrito na articulação é desprezível. Determine a tensão no cabo.
Sendo γH2O = 9980 N/m3.

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26/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 2.63 – pág. 81
 A comporta quadrada (1,83 m x 1,83 m) mostrada na figura abaixo pode girar
livremente em torno do vínculo indicado. Normalmente é necessário aplicar uma
força P na comporta para que ela fique imobilizada. Admitindo que o atrito no
vínculo é nulo, determine a altura da superfície livre da água, h, na qual o módulo
da Força P seja nulo. Sendo γH2O = 9980 N/m3.

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 2,70 – pág. 83
 Uma comporta, com 3 m de comprimento, está localizada na parede lateral de um
tanque (veja a Figura abaixo). Determine os módulos da componentes horizontal e
vertical da força com que a água atua sobre a comporta. A linha de força passa
através do ponto A? Justifique a sua resposta. Sendo γH2O = 9980 N/m3.

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 2,75 – pág. 83
 O dique mostrado na figura abaixo é construído com concreto (γconcreto = 23,6
kN/m3) e é utilizado para reter um braço de mar que apresenta profundidade igual a
7,3 m. Determine o momento da força com fluido (por unidade de comprimento) que
atua na superfície molhada do dique em relação ao eixo horizontal que passa pelo
ponto A. Sendo γH2O = 10.000 N/m3.

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 2,75 – pág. 83

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 2,75 – pág. 83

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

 Empuxo: força resultante gerada pelo fluido e que atua nos corpos. É uma força
líquida vertical, com sentido para cima, e é resultado do gradiente de pressão (a
pressão aumenta com a profundidade).

 Para sua determinação vamos considerar um corpo com a forma arbitrária:

 O volume do corpo arbitrário é V


e está imerso em fluido.

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

 Envolvendo o corpo com um paralelepípedo e analisando seu diagrama de corpo


livre com o corpo removido do paralelepípedo.
 F1, F2, F3 e F4 – são as forças
exercidas nas superfícies planas do
paralelepípedo.

 Para simplificar as forças na direção X


não estão representadas.

 W é peso do fluido contido no


paralelepípedo (relativo a área
rachurada).

 FB é a força que o corpo exerce


sobre o fluido

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

Analisando as condições de Equilíbrio:

 Direção Horizontal: F3 = F4 (1)

 Direção Vertical: FB = F2 − F1 − W (2)

 Se o peso específico do fluido é constante: F2 − F1 =  (h2 − h1 )A(3)

Onde: A é a área das superfícies horizontais dos paralelepípedo.

 Substituindo (3) em (2): FB =  (h2 − h1 )A −  [(h2 − h1 )A − V ] (4)

 Simplificando: FB = V (5) Onde: γ é o peso específico do fluido e


V é o volume do corpo

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

A força de empuxo apresenta módulo igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo,
sua direção é vertical e seu sentido é para cima, isto é conhecido como PRINCÍPIO
DE ARQUIMEDES.

 A localização da linha de ação da força de Empuxo pode ser determinada


somando-se os momentos das forças mostradas no diagrama de corpos livres em
relação a um eixo conveniente.

 Exemplo: Somando os momentos em relação ao eixo perpendicular ao plano da


figura em que passa pelo ponto D, tem-se:

FB yc = F2 y1 − F1 y1 − Wy2 (6)

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

 Substituindo as forças, Eq. (3) e (5) e a contribuição do peso:


Vyc = VT y1 − (VT − V ) y2 (7)

Onde: VT é o volume total definido por (h2 – h1).A

 O lado direito da Eq. (7) é o primeiro momento do volume deslocado V em


relação ao plano x-z de modo que yc é igual a coordenada y do centróide do
Volume V.

 O mesmo procedimento é utilizado para encontrar a coordenada x, onde


demonstra que esta coincide com a centróide xc.

 Assim conclui-se que o ponto de aplicação da força de empuxo coincide com o


centróide do volume deslocado. O ponto de aplicação da força de empuxo é
denominada centro de empuxo.

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

 Estes resultados também são aplicados aos corpos que flutuam, se o peso
específico do fluido localizado acima da superfície livre do líquido é muito pequeno
em relação ao do líquido onde o corpo flutua. Normalmente esta condição é
satisfeita porque o fluido acima da superfície livre usualmente é o ar.

 Como consideramos que o fluido


apresenta peso específico constante, se
o corpo está imerso num fluido que
apresenta variação de γ, tal como num
fluido estratificado em camadas, o
módulo da força de empuxo continua
igual ao peso do fluido deslocado.

 Entretanto, o ponto de aplicação da força


não coincide com o centróide do volume
deslocado, mas sim com o centro de
gravidade do volume descolado

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES
 EXEMPLO 2.10 – pág. 65
 A figura abaixo mostra o esboço de uma bóia, com diâmetro e peso igual a 1,5m e
8,5kN, que está presa ao fundo do mar por um cabo. Normalmente, a bóia flutua
na superfície do mar mas, em certas ocasiões, o nível do mar sobe e a bóia fica
completamente submersa. Determine a força que tensiona o cabo na condição
mostrada na figura.
Solução
 Nós primeiramente vamos construir o diagrama de corpo
livre para a bóia.

 FB é a força de empuxo que atua


sobre a bóia;
 W é o peso da bóia;

 T é força que tensiona o cabo.

Equilíbrio: T = FB − W

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES
Solução
 Sabe-se que: FB = V

 O peso específico da água do mar é 10,1 kN/m3 e V = (π d3)/6. Substituindo,

   3
( )
FB = 10,1x103  .(1,5)  = 1,785 x10 4 N
 6  
 Assim, a força que tensiona o cabo é:

T = 1,785 x10 4 − 8,50 x103 = 9,35 x103 N = 9,35kN

 Note que nós trocamos o efeito da forças de pressão hidrostática no corpo pela
força do empuxo.

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.1 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES
Solução
 A figura abaixo mostra um outro diagrama de corpo livre que também está
correto, mas que apresenta uma distribuição das forças devidas a pressão.
Lembre que o efeito líquido das forças de pressão na superfície da bóia é igual
a força FB (a força de empuxo).

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 2.84 – pág. 84

 O Lago formado pela construção da barragem de Tucuruí cobriu uma vasta região
onde existiam muitas árvores nobres. Infelizmente, não houve tempo disponível
para remover todas estas árvores antes do início da formação do lago. Foi detectado
que os corpos de muitas árvores ainda estavam muito bem conservadas após de 15
anos da formação do lago e algumas pessoas iniciaram a operação de remoção
destas árvores. O primeiro passo utilizado no processo de remoção consiste em fixá-
las ao fundo com âncoras e cabos. O Segundo passo consiste em cortar os troncos
na altura das raízes. A ancoragem é necessária para evitar que as árvores cheguem
na superfície livre do lago com uma velocidade alta. Admita que uma árvore grande
(altura = 30 m) possa ser modelada como um tronco de cone de cone com diâmetro
inferior e superior iguais a 2,4 e 0,6 m, respectivamente. Determine o módulo da
componente vertical da força resultante que os cabos devem resistir quando a
árvore é cortada e ainda está completamente submersa. Admita densidade da
madeira igual a 0,6 e γH2O = 10000 N/m3

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 5
 (a) Considere o material cilíndrico poroso (material não maciço, ou seja, possui vazios
em sua composição) mostrado na Figura abaixo, este tem densidade igual a 0,60
quando seus poros não estão preenchidos com fluido líquido, 1,0 m de diâmetro e
0,80 m de comprimento, este cilindro estaria estável a que altura, h, se fosse imerso
em um fluido com densidade igual a 1,05? Considere g = 9,81 m/s2 e ρH204oC=1000
kg/m3. b) E se após certo tempo o fluido subir nos poros por capilaridade e preencher
os vazios dos poros do material num valor que chega até 0,30 do volume deste, qual
seria a nova altura de equilíbrio, h, sendo que não haverá alteração de volume do
material? Considere g = 9,81 m/s2 e ρH204oC=1000 kg/m3.

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


CONDIÇÕES PARA UM CORPO FLUTUAR EM UM LÍQUIDO

 Se um corpo está totalmente mergulhado em um


líquido, e em uma posição de equilíbrio (estático), seu
peso é igual ao empuxo que ele está recebendo (E=P).
Neste caso, será nula a resultante destas forças e
corpo ficará em repouso na posição em que foi
abandonado. É isto que acontece com um submarino
submerso, em repouso, a uma certa profundidade.

 O valor do empuxo é menor que o peso do corpo (E<P).


Neste caso, a resultante destas forças estará dirigida
para baixo e o corpo afundará, até atingir o fundo do
recipiente. É isto que acontece quando, por exemplo,
abandonarmos uma pedra dentro d’água.

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


 O valor do empuxo é maior do que o peso do corpo
(E>P). Neste caso, a resultante destas forças estará
dirigida para cima e o corpo sobe verticalmente no
interior do líquido. É isto o que acontece quando, por
exemplo, abandonarmos uma bloco de madeira no
interior de um líquido. O bloco de madeira ira submergir
até que a resultante das forças se iguale, ou seja (E=P),
assim, nesta posição é que o corpo flutuará, em
equilíbrio.

 Destas considerações podemos concluir que, quando


um navio está flutuando, em equilíbrio, na água, ele
esta recebendo um empuxo cujo o valor é igual ao seu
próprio peso, isto é, o peso do navio está sendo
equilibrado pelo empuxo que ele recebe da água.

Devemos perceber que o volume imerso no fluido não é o volume total do corpo.

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


 CENTRÓIDE – é o ponto no interior de uma forma geométrica que define seu centro
geométrico.

 CENTRO DE MASSA - é o ponto onde pode ser pensado que toda a massa do corpo
está concentrada para o cálculo de vários efeitos. O centro de massa não precisa
coincidir com o centro geométrico ou o centro de gravidade. O centro de massa
nem ao menos precisa estar dentro do corpo. Para n partículas, cada uma com
posição ri e massa mi, o centro de massa é dado por:
1
R= ∑ m i ri
M
 CENTRO DE GRAVIDADE – é o ponto onde pode ser considerada a aplicação da
força de gravidade de todo o corpo. O significado a palavra baricentro é de origem
grega (BARI = peso)e designa o centro dos pesos. No caso da força de gravidade
resultar de um campo de gravidade uniforme, o centro de gravidade é coincidente
com o centro de massa. Esta é a aproximação natural no estudo da física de
objetos de pequenas dimensões sujeitos ao campo gravidade terrestre.

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.2 – ESTABILIDADE
 Um corpo está numa posição de equilíbrio estável se, quando perturbado,
retorna a posição de equilíbrio original.

 O corpo está em posição de equilíbrio instável se ele se move para uma nova
posição de equilíbrio após ser perturbado, mesmo que a perturbação seja
bastante pequena.

 A importância de se analisar o equilíbrio dos corpos submersos e flutuantes é


que o centro de empuxo e de gravidade necessariamente não são coincidentes,
assim uma pequena rotação pode resultar num momento de restituição ou
emborcamento.

 Exemplo:

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.2 – ESTABILIDADE
 Exemplo:
 Corpo totalmente submerso.

 O centro de gravidade está localizado


abaixo do centro de empuxo, uma rotação a
partir do ponto de equilíbrio criará um
momento de restituição formado pelo peso
(W) e pela força de empuxo (FB).

 Note que o binário provocará uma rotação


no corpo para a sua posição original. Assim
o equilíbrio é estável.

 Isso sempre acontece se o centro de gravidade estiver localizado abaixo do


centro de empuxo, mas se o centro de gravidade estiver acima do centro de
empuxo?

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.2 – ESTABILIDADE
 Exemplo:
 Centro de gravidade estiver acima do
centro de empuxo:

 O binário formado pelo peso e pela força


de empuxo causará o emborcamento
(tombamento) do corpo e ele se
movimentará para uma nova posição de
equilíbrio.

 Assim o corpo está numa posição de


equilíbrio instável.

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.2 – ESTABILIDADE
Considerando um corpo que flutua num fluido em repouso

 O problema é mais complicado porque a localização do centro de empuxo (que


coincide com o centróide do volume deslocado) pode mudar quando o corpo
rotaciona.

 Consideremos uma barcaça com calado pequeno.

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.2 – ESTABILIDADE
 A barcaça pode estar em uma posição estável mesmo que o centro de
gravidade esteja acima do centróide, porque a força de empuxo, FB, na posição
perturbada (relativa ao novo volume deslocado) combina com o peso para
formar um binário de restituição (que levará o corpo para a posição de equilíbrio
original).

 .

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2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.2 – ESTABILIDADE

 Entretanto se impusermos uma pequena rotação num corpo esbelto que flutua,
como mostra a fig. a seguir, a força de empuxo e o peso podem formar um
binário de emborcação.

2.11 – EMPUXO, FLUTUAÇÃO E ESTABILIDADE


2.11.2 – ESTABILIDADE
 A análise da estabilidade dos corpos submersos e flutuantes pode ser
dificultada tanto pela geometria quando pela distribuição de peso no corpo
analisado.

 As vezes, também, é necessário considerar outros tipos de forças externa que


atuam no corpo que está sendo analisado (tais como a induzida pelas rajadas
de vento ou correntes no fluido).

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2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
 Equação Geral do Movimento: − ∇p − kˆ = a(1)

 Desenvolvida para fluidos que estão em repouso ou num movimento que não
apresenta tensões de cisalhamento.

 Admitindo um sistema de coordenadas cartezianas, com o eixo z apontando


para cima (o sentido da gravidade é negativo).

 Desmembrando a Eq. (1):

∂P ∂P ∂P
− = a x − = a y − =  + a z (2)
∂x ∂y ∂z

 O movimento do fluido que não apresenta tensão de cisalhamento é aquele


onde a massa de fluido é submetida a um movimento de corpo rígido.

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
 Exemplo: Se um recipiente de fluido acelera ao longo de uma trajetória retilínea,
o fluido se moverá como uma massa rígida (depois que o movimento transitório
inicial tiver desaparecido) e cada partícula apresentará a mesma aceleração.
Como não existe deformação neste tipo de movimento, as tensões de
cisalhamento serão nulas e a Eq. (1) é adequada para descrever o movimento.

 Da mesma maneira, se o fluido contido num tanque rotaciona em torno de um


eixo fixo, o fluido simplesmente rotacionará com o tanque como um corpo rígido
e, de novo, a Eq. (1) pode ser utilizada para determinar a distribuição de
pressões no fluido.

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2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.1 – MOVIMENTO LINEAR
 Considerando o movimento retilíneo e uniformemente acelerado de um
recipiente aberto que contém um líquido.

Figura – Aceleração linear de


uma massa de líquido com
superfície livre.

 Como ax = 0 , tem-se que o gradiente de pressão na direção x (dp/dx) é nulo.


∂P
= 0 (3)
∂x

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.1 – MOVIMENTO LINEAR
 Os gradientes de pressão nas direções y e z são:
∂P ∂P
= −  .a y (4) = −  .( g + a z ) (5)
∂y ∂z
 A variação de pressão entre dois pontos próximos, localizados em (y, z) e (y + dy,
z + dz) pode ser expressão por:
∂P ∂P
dp = dy + dz (6)
∂y ∂z
 Substituindo (4) em (5) em (6)

dp = − a y dy −  (g + a z )dz (7)

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2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.1 – MOVIMENTO LINEAR
 Como dp = 0 ao longo de uma linha de pressão constante. Assim, a inclinação
destas linhas é dada por:
dz ay
=− (8)
dy g + az
 A pressão ao longo da superfície livre, é constante, assim, a superfície livre da
massa de fluido será inclinada se ay ≠ 0. Note que, neste caso, todas as linhas
de pressão constante serão paralelas a superfície livre.

 No caso especial onde ay = 0 e az ≠ 0 que corresponde a uma massa de fluido


acelerado na direção vertical, a superfície do fluido será horizontal. Entretanto,
tem-se que a distribuição de pressão não será a hidrostática, mas fornecida
pela equação:

= −  (g + az )
dp
dz

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.1 – MOVIMENTO LINEAR
 Se a massa específica for constante, a pressão variará linearmente com a
profundidade.

 Exemplo: A pressão no fundo de um tanque que contém um líquido e que está


apoiado no chão de um elevador com movimento acelerado para cima é maior
que aquela medida quando o tanque está em repouso (ou em movimento com
velocidade constante)

 Se uma massa de fluido está em queda livre (az = -g), o gradiente de pressão
nas três direções é nula.

 Assim, se a pressão no ambiente onde está localizada esta massa de fluido é


zero, a pressão no fluido também será nula.

 A pressão interna nua gota de suco de laranja localizada num veículo espacial
em órbita (uma forma de queda livre) é zero e a única força que mantém o
líquido coeso é a tensão superficial.

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26/03/2012

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.1 – MOVIMENTO LINEAR
 EXEMPLO 2.11 – pág. 68
 A figura abaixo mostra a seção transversal retangular do tanque de combustível
instalado num veículo experimental. O tanque é ventilado (a superfície livre do
líquido está em contato com a atmosfera) e contém um transdutor de pressão
(veja a figura). Durante o teste do veículo, o tanque é submetido a uma
aceleração linear constante em ay. (a) Determine uma expressão que relacione
ay e a pressão medida no transdutor para um combustível que apresenta
densidade (SG) igual a 0,65. (b) Qual é o valor máximo da aceleração ay para
que o transdutor fique acima do nível do líquido?

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.1 – MOVIMENTO LINEAR
Solução
 (a) Se a aceleração é horizontal e constante, o fluido se movimentará como um
corpo rígido e a inclinação da superfície livre do fluido pode ser determinada
como Eq. (8).
dz ay
=−
dy g + az
 Lembrando que az = 0, temos:

dz ay
− =−
0,230 g
 A mudança de profundidade do líquido no lado direito do tanque, z1, provocada
por uma aceleração ay, pode ser determinada pela equação.

z ay  ay 
− =− ou dz = (0,230 ) 
0,230 g  g 

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2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.1 – MOVIMENTO LINEAR
Solução
 Como az é nula, a pressão ao longo da parede varia hidrostaticamente (veja a
Eq. (5). Então, a pressão no transdutor é dada pela relação p = γ.h onde h é a
distância vertical entre o transdutor e a superfície livre do líquido. Deste modo,

  a y 
( )
p = (0,65) 9,81x103 0,15 − (0,23) 
  g 
 ay 
p = 9,565 x10 2 − 2,200 x10 2  
 g 
 Observe que esta equação só é válida para z1 < 0,15m e que a pressão é dada
em Pa.

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.1 – MOVIMENTO LINEAR
Solução
 (b) O valor da aceleração ay para que o nível do líquido atinja o transdutor pode
ser calculado com a equação

 ay 
0,15 = (0,230)  ou a y = 0,652 g
 g 

 Se o valor da aceleração da gravidade é o padrão, temos:

a y = 0,652 x9,81 = 6,40m / s 2

 Note que, neste exemplo, a pressão nos planos horizontais não é constante. Isto
ocorre porque dp/dy = -ρ .ay ≠ 0. Por exemplo, a pressão no ponto (1) é
diferente daquela no ponto (2).

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26/03/2012

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE

 EXERCÍCIO 2,94– pág. 86

 Um tanque retangular e aberto (largura e comprimento respectivamente iguais a 1 e


2 m) contém gasolina. A superfície livre do fluido se encontra a 1 m do fundo do
tanque. Qual deve ser a aceleração imposta ao tanque para que a gasolina vaze
sabendo que a altura do tanque é igual a 1,5 m, sendo o peso específico da
gasolina a 7910 N/m3.

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.2 – ROTAÇÃO DE CORPO RÍGIDO
 Após o período transitório inicial, o fluido contido num tanque que gira com uma
velocidade angular, ω, constante em torno do eixo, também rotacionará como
um corpo rígido em torno do mesmo eixo.

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26/03/2012

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.2 – ROTAÇÃO DE CORPO RÍGIDO
 O módulo da aceleração de uma partícula localizada, a uma distância r do eixo
de rotação é igual a:

ar =  2 .r A direção desta aceleração é radial e que é dirigido para o eixo


de rotação.

 Como as trajetórias das partículas de fluido são circulares, é conveniente utilizar


o sistema de coordenadas cilíndricas polar r, θ e z.

 O gradiente de pressão neste sistema de coordenadas é expresso por:

∂p 1 ∂p ∂p
∇p = eˆr + eˆ + eˆz
∂r r ∂ ∂z
 Então, para este sistema de coordenadas:

ar = − 2 .reˆr a = 0 az = 0

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.2 – ROTAÇÃO DE CORPO RÍGIDO
 Como: − ∇p − kˆ = a
∂p ∂p ∂p
= r 2 =0 = −
∂r ∂ ∂z

 A pressão é função das variáveis r e z quando o fluido executa um movimento


de rotação de corpo rígido.

 Portanto, o diferencial de pressão é dado por:


∂p ∂p
dp = dr + dz  dp =  2 rdr − dz
∂r ∂z
 Ao longo de uma superfície com pressão constante tal como a superfície livre,
dp = 0.

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26/03/2012

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.2 – ROTAÇÃO DE CORPO RÍGIDO

 Se aplicarmos dp =  2 rdr − dznesta superfície e utilizarmos γ = ρg, tem-


se:
 2 rdr = dz = gdz
dz  2 r  2 r
= =
dr g g

 Assim, a equação para as superfícies que apresentam pressão constante é:

 2r
z= + cte
2g

 Esta equação revela que as superfícies com pressão constante são parabólicas.

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.2 – ROTAÇÃO DE CORPO RÍGIDO

 A integração da equação:

dp =  2 rdr − dz
 Fornece:

∫ dp =  ∫ rdr −  ∫ dz
2

Ou
 2 r 2
p= − z + cte
2
 A constante de integração pode ser determinada em função da pressão em
algumas posição arbitrária (por exemplo r0, z0).

 Este resultado mostra que a pressão varia com a distância em relação ao eixo
de rotação, mas para um dado raio, a pressão, varia hidrostaticamente na
direção vertical.

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 40
26/03/2012

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.2 – ROTAÇÃO DE CORPO RÍGIDO
 Exemplo 2.12 – pag. 72 - Foi sugerido que a velocidade angular de um corpo
rígido, como um eixo, pode ser medida conectando-se um cilindro aberto e que
contém um líquido ao corpo (do modo mostrado na figura) e medindo-se, com
um sensor de distância, a depressão H – h0 provocada pela rotação do fluido.
Qual é a relação entre a mudança do nível do líquido e a velocidade angular do
corpo?

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.2 – ROTAÇÃO DE CORPO RÍGIDO

Solução: A altura h da superfície livre para r = 0 pode ser determinada pela


equação:
 2r
z= + cte
2g

Assim,
 2r
h= + h0
2g

O volume de fluido no tanque, Vi, é constante e igual a:

Vi = R 2 H

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 41
26/03/2012

2.12 – VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUIDO COM MOVIMENTO


DE CORPO RÍGIDO
2.12.2 – ROTAÇÃO DE CORPO RÍGIDO

Solução:
O volume de fluido contido no tanque, quando este está com movimento de
rotação, pode ser calculado com a ajuda do elemento diferencial. A casca cilíndrica
é tomada em algum raio arbitrário r e seu volume é:

dV = 2rhdr

 O volume total é dado por:


R
  2r 2   2 R 4
V = 2 ∫ r  + h0 dr = + R 2 h0
0  
2 g 4 g
 Como o volume de fluido no tanque é constante (admitindo que não haja
transbordamento), temos.
 2 R 4  2R2
R 2 H = + R 2 h0 ou H − h0 =
4g 4g

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 – 2ª PARTE


 EXERCÍCIO 2,100 – pág. 86

 O tubo U da figura abaixo está parcialmente preenchido com mercúrio e pode girar
em torno do eixo a – a. Quando o tubo está em repouso as alturas das colunas de
mercúrio são iguais a 150 mm. Qual deve ser a velocidade angular do tubo para que
a diferença entre as alturas das colunas se tone igual a 75 mm.

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 42
30/03/2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ENGENHARIA CIVIL E DE MINAS

MECÂNICA DOS FLUIDOS


Capítulo 02 – REVISÃO - INÉRCIA

Profa. Eliane Justino

INÉRCIA

 É uma propriedade física da matéria, e segundo a relatividade


(princípio que afirma que o movimento, ou pelo menos o movimento
retilíneo uniforme, tem algum significado quando comparado com
algum outro ponto de referência), também da energia.

 Considere um corpo não submetido à ação de forças ou submetido a


um conjunto de forças de resultante nula, nesta condição esse corpo
não sofre variação de velocidade.

 Isto é, se está parado, permanece parado, e se está e movimento,


permanece em movimento e a sua velocidade se mantêm constante.

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 1
30/03/2011

INÉRCIA

 Tal princípio formulado pela primeira vez por Gallileu e, posteriormente,


confirmada por Newton.

 É conhecido como Primeiro Princípio da Dinâmica (1ª Lei de Newton)


ou Princípio da Inércia.

 Varia de corpo para corpo e depende da massa dos corpos.

 Corpo com massa elevada, maior inércia.

 Corpo com massa pequena, menor inércia.

MOMENTO DE INÉRCIA

 Mede a distribuição da massa de um corpo em torno de um eixo de


rotação.

 Quanto maior for o momento de inércia de um corpo, mais difícil será


fazê-lo girar.

 Contribui mais para a elevação do momento de inércia a porção da


massa que está afastada do eixo de giro.

 Um eixo girante fino e comprido, com a mesma massa de um disco que


gira em relação ao seu centro, terá um momento de inércia menor que
este.

 Unidade: SI – kg.m2

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 2
30/03/2011

MOMENTO DE INÉRCIA

 Esta resistência à mudança em sua velocidade angular é


conhecida como Momento de Inércia do respectivo corpo.

 O módulo de velocidade de uma partícula em um corpo rígido rodando


em torno de um eixo fixo é:

 v=r.ω (1)

 Onde r é a distância ao eixo de rotação e ω é a velocidade angular.

 A Energia Cinética de uma partícula de massa m é:

1 2 (2)
Ec = mv
2

MOMENTO DE INÉRCIA

 Substituindo a Eq. (1) na Eq. (2) tem-se que:

Ec =
1
2
1
2
( )
m(rω )2 → mr 2 ω 2 (3)

 Assim para um corpo rígido, a energia cinética rotacional será a soma


das energias cinéticas de todas as partículas que constituem o corpo:
1  n 

Ecr = ω 2  mi ri 2  (4)
2  i 

 Onde o termo entre parênteses se refere ao modo como a massa se
distribui em torno do eixo de rotação, e é um valor constante para uma
dada geometria e eixo de rotação.

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 3
30/03/2011

MOMENTO DE INÉRCIA

 O termo entre parêntese que aparece na Eq. 4 é chamado de Momento


de Inércia do corpo, e é representado pela letra I, portanto:
n

I = mi ri 2 (5)
i

1 2
Ecr = Iω (6)
2
 Se o corpo rígido for constituído por um elevado número de partículas
adjacentes, este cálculo é feito através de uma integral em ordem de
massa.

I = ∫ r 2 dm

MOMENTO DE INÉRCIA DE ÁREA


 O Momento de Inércia de área ou Momento de Segunda Ordem de
Área é uma propriedade de uma seção plana de um corpo, que tem
relação coma resistência à deformação.

 Seja uma superfície genérica de área A e um sistema de coordenadas


ortogonal x y.

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 4
30/03/2011

MOMENTO DE INÉRCIA DE ÁREA


 Considerando que o Momento de Inércia deste corpo é dado por:

I = r 2 dm (7)

 Sendo este corpo homogêneo, tem-se:


dm = ρdV (8)

 E de espessura constante, portanto:


dm = ρedA (9)

 Substituindo a Eq, (9) em (7)

(
I = ρe ∫ r 2 dA ) (10)

MOMENTO DE INÉRCIA DE ÁREA


 O termo entre parêntese é conhecido como Momento de Inércia de
Área ou Momento de Segunda Ordem de Área, representada
geralmente pela letra J. portanto:

J = ∫ r 2 dA

 Os Momentos de Inércia de Área em relação a cada eixo são dados


por:

J x = ∫ y 2 dA

J y = ∫ x 2 dA

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 5
30/03/2011

TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS


 Se conhecermos o momento de inércia de um corpo em relação a um
eixo qualquer que passe por seu centro de massa, podemos inferir o
momento de inércia desse corpo em relação a qualquer eixo paralelo ao
primeiro eixo considerado.

 Se a distância entre os dois eixos for H , a massa do corpo for M e ICM


for o seu momento de inércia em relação a um eixo que passa pelo
centro de massa, teremos o momento de inércia I mencionado:

I = I CM + MH 2 (11)

 Para demonstrar essa equação vamos considerar um corpo de formato


qualquer.

TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS

 O momento de inércia em relação ao eixo perpendicular ao papel, que


cruza com a origem do referencial (xy) e que passa pelo centro de
massa é ICM.

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 6
30/03/2011

TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS

I CM = ∫ R 2 dm (12)

 Onde dm é um elemento de massa (representado pelo pequeno círculo)


localizado pelo vetor posição R.

R 2 = iˆx 2 + ˆjy 2 (13)

H 2 = aˆx 2 + bˆy 2 (14)

 E:

r 2 = iˆ( x − a )2 + ˆj ( y − b )2 (15)

TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS


 Para calcular o outro momento de inércia vamos considerar um
segundo referencial (x'y') e um segundo eixo que passe pela origem
desse referencial e seja perpendicular ao papel.

 O momento de inércia em relação a esse segundo eixo é:

[ ] [( )( ) ]
I = ∫ r 2 dm = ∫ ( x − a )2 + ( y − b )2 dm = ∫ x 2 + y 2 + a 2 + b 2 − 2(ax + by ) dm
(16)
 Mas:

∫ (x )
+ y 2 dm = ∫ R 2 dm =I CM
2
(17)

∫ (a )
+ b 2 dm = ∫ H 2 dm =MH 2
2
(18)

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 7
30/03/2011

TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS

∫ 2axdm = 2a ∫ xdm =2aX CM M = 0 (19)

∫ 2bydm = 2b ∫ ydm =2bYCM M = 0 (20)

 Onde nas duas últimas equações utilizamos a premissa inicial que o


centro de massa seria escolhido como origem do referencial, e desse
modo XCM = YCM = 0 .

 Coletando os resultados das Eqs. 17, 18, 19 e 20 e substituindo na Eq.


(16), tem-se:

I = I CM + MH 2 (21)

TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS


 A Eq. 21 é o teorema dos eixos paralelos para o Momento de Inércia.

 Se considerarmos este teorema para o Momento de Segunda Ordem da


área, tem-se;

J = J CM + AH 2 (22)

Eliane Justino - Curso de Engenharia


Civil - UFG/Catalão 8
13/05/2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ENGENHARIA CIVIL E DE MINAS

CAPÍTULO 3 – DINÂMICA DOS


FLUIDOS ELEMENTAR – EQUAÇÃO
DE BERNOULLI – 1ª PARTE

Prof. Eliane Justino

INTRODUÇÃO
Dinâmica dos Fluidos – Movimento típico dos fluidos
A Dinâmica dos Fluido estuda o comportamento dos fluidos em
movimento e as causas que provoca este movimento.
movimento.

Para entender os fenômenos associados aos movimentos dos fluidos é


necessário considerar as Leis fundamentais que modelam o movimento
das partículas fluidas.

Conceito Importante:
Importante: força e aceleração, Segunda Lei de Newton (F=m.a
a)
o momento da partícula fluida ( de um modo ideal).

Com isso se obtém a famosa Equação de Bernoulli que será aplicada a


vários escoamentos.

1
13/05/2012

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


É usual identificarmos uma aceleração ou desaceleração, quando uma
partícula fluida escoa de um local para outro. De acordo com a Segunda lei
de Newton, a força líquida que atua na partícula fluido que estamos
considerando precisa ser igual ao produto de sua massa e a aceleração
que esta força provoca neste elemento.

Consideramos apenas os escoamentos em que a viscosidade é nula


(invíscidos)
invíscidos), assim o único mecanismo de transferência de calor presente
no escoamento invíscidos é a radiação térmica. térmica (radiação
eletromagnética emitida por um corpo em equilíbrio térmico causada
pela temperatura do mesmo)

Os fluidos invíscidos na realidade não existem,


existem mas como as outras forças
presentes no escoamento, tais como as provocadas pela aceleração da gravidade
ou pelas diferenças de pressão são superiores a força de cisalhamento, esta
pode ser desprezada.
desprezada.

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


Admitindo que o movimento do fluido é provocado pelas forças de
gravidade e de diferença de pressão. Aplicando a Segunda Lei de Newton à
partícula fluida, obtemos:

(Força Líquida na partícula devida a pressão) + (Força na partícula devida a gravidade


= (massa da partícula) x (aceleração da partícula)

Para aplicar a Segunda Lei de Newton à partícula fluida (ou a qualquer


outro objeto) nós precisamos definir um sistema de coordenadas
apropriado para descrever o movimento.

O movimento da partícula fluida será tridimensional e transitório, portanto


é necessário três coordenadas espaciais e o tempo para descrever
adequadamente o movimento.

Tem-
Tem-se:
se:
(x, y, z) coordenadas cartesianas
(r, θ, z) coordenadas cilíndricas

2
13/05/2012

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


Normalmente o sistema de coordenadas mais apropriado para descrever
o fenômeno é definido pela geometria do problema que está sendo
considerado.

Neste capítulo consideraremos os escoamentos bidimensionais no plano


x – z, como mostra a figura abaixo.

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


Pode-se descrever o escoamento em
função das acelerações e velocidades das
partículas fluidas nas direções x e z.

As equações resultantes são normalmente


conhecidas como a forma bidimensional das
equações de Euler no sistema de
coordenadas cartesiano.

O movimento de cada partícula fluido é descrito em função do vetor


velocidade, V, que é definido como a taxa de variação temporal da
posição da partícula.

A velocidade da partícula é uma quantidade vetorial, pois apresenta


módulo, direção e sentido.

3
13/05/2012

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


Quando a partícula muda de posição, ela segue uma trajetória particular,
cujo o formato é definido pela velocidade da partícula.

A localização da partícula ao longo da trajetória é função do local


ocupado pela partícula no instante inicial e de sua velocidade ao longo da
trajetória.

Se o escoamento é Regime Permanente,


Permanente nada muda ao longo do tempo
em todo o campo de escoamento, todas as partículas que passam num
dado ponto.

Como no ponto (1), da Figura anterior, seguirão a mesma trajetória,


neste caso, a trajetória é uma linha fixa no plano x – z. As partículas
vizinhas que passam nas vizinhanças imediatas do ponto (1), seguem
outras trajetórias que podem apresentar formatos diferentes daquele
relativo as partículas que passam pelo ponto (1).

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


No regime de Escamento Permanente toda partícula fluida escoa ao
longo de sua trajetória e seu vetor velocidade é sempre tangente a
trajetória.

As linhas que são tangentes aos vetores velocidade no campo de


escoamento são chamadas de linhas de corrente.
corrente

4
13/05/2012

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


O movimento da partícula é descrito em função da distância, S = S (t)
medida ao longo da linha de corrente e a partir de uma origem
conveniente, e do raio de curvatura local da linha de corrente, R = R (S).
(S)

A distância ao longo da linha de corrente está relacionada com a


velocidade da partícula.

e o raio de curvatura está relacionado com o formato da linha de


corrente.

Adicionalmente:
coordenada ao longo da linha de corrente S
coordenada normal a linha de corrente n

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


Para aplicar a segunda lei de Newton à partícula que escoa numa linha
de corrente, nós precisamos descrever a aceleração da partícula em
função da coordenada ao longo da linha de corrente.

coordenada da aceleração ao longo da linha de corrente as


coordenada normal a linha de corrente an

as tem relação com V = V (s)

A aceleração ao longo da linha de corrente resulta da variação da


velocidade da partícula ao longo da linha de corrente.

5
13/05/2012

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


Exemplo:
Exemplo: A velocidade da partícula que passa pelo ponto (1) pode ser
igual a 30 m/s e igual a 15 m/s quando passa pelo ponto (2). Assim
utilizando a regra da cadeia para diferenciação, e lembrando que V = ds/
ds/dt
a componente da aceleração na coordenada s é dada por:

A componente normal da aceleração, a aceleração centrífuga, é dada em


função da velocidade da partícula e do raio de curvatura da trajetória.

Tanto V quanto R podem variar ao


longo da trajetória da partícula.

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


As componentes do vetor aceleração nas direções s e n, as e an, são
dadas por:

e (1)

Onde:
Onde:
R – raio de curvatura local da linha de corrente ;
S – distância medida ao longo da linha de corrente a partir de um ponto
inicial arbitrário.

6
13/05/2012

3.1 SEGUNDA LEI DE NEWTON


Para determinar as forças necessárias para produzir um dado
escoamento, considera-se o diagrama de corpo livre da partícula fluida.

Campo de
escoamento

A partícula que estamos interessados é removida do seu meio imediato e


as forças que atuam nas partículas são indicadas F1, F2 etc.
etc.

São desconsideradas a força de viscosidade e tensão superficial.

g é constante e atua na vertical, eixo z negativo, e θ ângulo formado


entre a linha de corrente e o plano horizontal.

3.2 F=M.A - AO LONGO DE UMA LINHA DE CORRENTE


Considere o diagrama de corpo livre.

7
13/05/2012

3.2 F=M.A - AO LONGO DE UMA LINHA DE CORRENTE


A dimensão da partícula da direção normal ao plano da figura é δy)

Vetor na direção ao longo da linha de corrente


Vetor na direção normal a linha de corrente

Considerando o Regime Permanente e aplicando a Segunda Lei de


Newton na direção ao longo da linha de corrente.

(2)

Note que:

Aceleração na Volume da
direção s partícula

3.2 F=M.A - AO LONGO DE UMA LINHA DE CORRENTE


A equação (2) é válida tanto para fluido compressível quanto
incompressível, pois ρ não precisa ser constante.

A força provocada pela aceleração da gravidade na partícula pode ser


escrita:
Onde:
Onde: γ = ρ.g

Assim a componente da força na direção da linha de corrente é dada


por:

Se o ponto que estamos analisando pertence a um trecho horizontal da


linha de corrente, temos θ = 0. Neste caso, não existe componente da força
peso na direção ao longo da linha de corrente, pois não existe contribuição
do campo gravitacional para aceleração da partícula nesta direção.
direção.

8
13/05/2012

3.2 F=M.A - AO LONGO DE UMA LINHA DE CORRENTE


Como a pressão não é constante num meio móvel

Em regime permanente, tem-se que:

Se a pressão no centro da partícula é representada por p, os valores


médios nas duas faces perpendiculares a linha de corrente são igual a:

Como a partícula é “pequena”, pode-se utilizar apenas o primeiro termo


da expansão de Taylor para calcular esta pequena variação de pressão, isto
é:

3.2 F=M.A - AO LONGO DE UMA LINHA DE CORRENTE


Assim, se δFps é a força líquida de pressão na partícula na direção da
linha de corrente, segue que:

Ou seja:

Note que o nível da pressão, não é importante


para determinar a força que acelera a partícula
fluida.
fluida.

O que produz uma força líquida sobre a partícula é o fato da pressão


não ser constante no campo de escoamento.
escoamento.

9
13/05/2012

3.2 F=M.A - AO LONGO DE UMA LINHA DE CORRENTE


O gradiente de pressão,

não é nulo é o responsável pela força líquida que atua na partícula.

As forças viscosas, representadas por , são nulas porque


utilizamos a hipótese de que o fluido é invíscido.

Assim, a força líquida que atua sobre a partícula fluida é dada por:

(3)

3.2 F=M.A - AO LONGO DE UMA LINHA DE CORRENTE


Combinando (2) e (3), tem-se a seguinte equação do movimento ao
longo da linha de corrente:
corrente

(4 )

A interpretação física da equação (4) é que a variação da velocidade


da partícula é provocada por uma combinação adequada do gradiente
de pressão com a componente do peso da partícula na direção da linha
da corrente.

As forças de pressão e peso não são necessariamente iguais num


fluido que escoa e o desbalanceamento destas forças provoca uma
aceleração,
aceleração assim, o movimento da partícula.

10
13/05/2012

EXEMPLO 3.1 - pag. 93


A figura (a) mostra algumas linhas de corrente do escoamento, em
regime permanente, de um fluido invíscido e incompressível em torno de
uma esfera de raio a. Nós sabemos, utilizando um tópico mais avançado
da mecânica dos fluidos, que a velocidade ao longo da linha de corrente
A – B é dada por:

Determine a variação de pressão


entre os pontos A (xa= - ∞ e Va = Vo)
e B (xb = - a e Vb = 0) da linha de
corrente mostrada na figura (a).

EXEMPLO 3.1 - pag. 93


A Equação (4) pode ser aplicada neste caso, porque o regime de
escoamento é permanente e o escoamento é invíscido.

θ = sem 0o = 0.
Adicionalmente, como a linha de corrente é horizontal, senθ

Portanto a Equação do movimento ao longo da linha de corrente fica


reduzida a:

Aplicando a Equação que descreve a velocidade ao longo da linha de


Corrente na Equação anterior , podemos obter o termo da aceleração, ou
seja;

11
13/05/2012

EXEMPLO 3.1 - pag. 93

foi trocado s por x porque as duas coordenadas são idênticas ao longo da linha de
corrente A – B.

Note que V(dV/ds) < 0 ao longo da linha de corrente.

Assim o fluido desacelera de Vo, ao longe da esfera, até a velocidade nula no “nariz”
da esfera (x = -a).

Portanto o gradiente de pressão ao longo da linha de corrente é:

EXEMPLO 3.1 - pag. 93


Esta variação está indicada na Figura abaixo:

Note que a pressão aumenta na direção do escoamento , pois dp/dx > 0 do ponto A
para o ponto B.

12
13/05/2012

EXEMPLO 3.1 - pag. 93


O gradiente de pressão máxima ocorre um pouco a frente da esfera (x = - 1,205 a).

Este gradiente de pressão é necessário para que o fluido escoe de A (Va=Vo) para B
(VB= 0)

EQUAÇÃO DE BERNOULLI
A Eq. (4) pode ser rearranjada do seguinte modo:

Note que ao longo de uma linha de corrente senθ


senθ =dz/
dz/ ds
Que VdV/ d(V²)/ ds e que o valor de n é constante
VdV/ds = ½ d(V
ao longo da linha de corrente (dn
dn = 0).

Como dp = (∂p/ ∂s) ds + (∂p/ ∂n) dn,


dn segue que, ao longo de uma linha
de corrente, ∂p/ ∂s = dp/
dp/ ds.
ds Aplicando estes resultados na Eq. (4) nós
obtemos a seguinte equação (que é válida ao longo de uma linha de
corrente):

Simplificando:
Ao longo da linha
(5)
de corrente

13
13/05/2012

EQUAÇÃO DE BERNOULLI
Integrando a Eq. (5) ao longo da linha de corrente, resulta:

Ao longo da linha
(6)
de corrente

Onde C é uma constante de integração que deve ser determinada pelas


condições existentes em algum ponto da linha de corrente.

Se a massa específica ρ não for constante é preciso saber como esta


varia com a pressão, isto não é fácil na maioria das vezes.
• Ex.: gás.
p = ρ. R. T
para saber como ρ varia com a pressão é preciso, também,
saber como T varia com a pressão.

Mas por enquanto será admitido ρ constante, fluido incompressível.


incompressível

EQUAÇÃO DE BERNOULLI
Com a hipótese adicional de que a massa específica é constante, válida
para o escoamento de líquido e, também, para os gases desde que a
velocidade não seja muito alta.
alta A eq. (6) se reduz (válida para
escoamento em regime permanente, incompressível e invíscido).

Constante ao longo da linha (7)


de corrente

A Eq.
Eq. (7) é conhecida como a Equação de Bernoulli.
Bernoulli.

14
13/05/2012

EQUAÇÃO DE BERNOULLI
Para que esta Equação de Bernoulli seja válida, tem-
tem-se:
se

• os efeitos viscosos foram desprezados;

• o escoamento ocorre em regime permanente;

• o escoamento é incompressível;

• a equação é aplicável ao longo da linha de corrente;

•A equação é válida tanto para escoamentos planos como


tridimensionais, desde que ela seja aplicada ao longo de uma linha
de corrente.

EXEMPLO 3.2 pag. 95


Considere o escoamento do ar em torno do ciclista que se move em ar
estagnado com a velocidade Vo (veja a figura). Determine a diferença
entre as pressões nos pontos (1) e (2), do escoamento.

Solução:
Solução: Sistema de Coordenadas fixo na bicicleta, o escoamento de ar
ocorre em regime permanente e com velocidade ao longe igual a V0.
Respeitando as condições, aplica-se Eq. de Bernoulli ao longo da linha
de corrente que passa pelos pontos (1) e (2).

15
13/05/2012

EXEMPLO 3.2 pag. 95


Tem-se:

Considerando que o ponto (1) está posicionado suficientemente longo


do ciclista de modo que V1=V0 e que o ponto (2) está na ponta do nariz
do ciclista.

Admitindo que z1=z2 e V2 = 0, nestas condições, a pressão em (2) é


maior que em (1), ou seja,

É interessante notar que não é necessário um conhecimento detalhado


da distribuição da velocidade do escoamento para calcular p2-p1 , mas
apenas as condições de contorno em (1) e (2).

EXEMPLO 3.2 pag. 95


É necessário conhecer como varia a velocidade ao longo da linha de corrente
para determinar a distribuição de pressão entre os pontos.

Nós podemos determinar o valor de V0 se nós medirmos a diferença de pressão


(p1 – p2).

Se o ciclista estiver acelerando ou desacelerando, o escoamento será transitório


(Vo ≠ constante) e a análise que nós realizamos seria incorreta porque a
equação (7) só é aplicável a escoamentos em regime permanente.
permanente.

A diferença entre as velocidades nos pontos do escoamento, V1 e V2, pode ser


sempre controlada por restrições geométricas apropriadas.
apropriadas.

16
13/05/2012

OBSERVAÇÕES
EXEMPLOS:
EXEMPLOS:
1. Os bocais das mangueiras de jardim são projetados para proporcionar uma
velocidade na seção de descarga do bocal maior que aquela na seção de
alimentação do bocal. Como mostra a equação de Bernoulli, a pressão no fluido
localizado na mangueira precisa ser maior do que aquela na seção de descarga do
bocal (se a altura média das seções é a mesma. Portanto é necessário uma
diminuição na pressão para que se obtenha um aumento de velocidade.

É a queda de pressão no bocal da mangueira que acelera o escoamento de água.

2. De modo análogo um aerofólio é projetado para que a velocidade média do


escoamento sobre a superfície superior seja maior que aquela do escoamento na
região inferior do aerofólio.

A Equação de Bernoulli mostra que a pressão média na superfície inferior do


aerofólio é maior do que na superior. O resultado desta diferença de pressão é uma
força líquida para cima e que é denominada sustentação

3.3 APLICAÇÃO DE F=M.A NA DIREÇÃO NORMAL


À LINHA DE CORRENTE
Aplicando a Segunda Lei de Newton na direção normal a linha de
corrente.

Muitos escoamentos apresentam linhas de corrente praticamente reta e


o escoamento pode ser considerado unidimensional, já que, as
variações dos parâmetros na direção perpendicular às linhas de
corrente podem ser desprezadas em relação as variações encontradas
ao longo da linha de corrente.

Só que há alguns escoamentos que é importante considerar os efeitos


normais, um exemplo, é a região de baixa pressão no centro de um
tornado (olho do tornado ) que pode ser explicada pela Segunda Lei de
Newton numa direção normal a linha de corrente do tornado.

Aplicando a Segunda Lei de Newton:

17
13/05/2012

3.3 APLICAÇÃO DE F=M.A NA DIREÇÃO NORMAL


À LINHA DE CORRENTE
Admitindo que o regime de escoamento é permanente e que a aceleração
normal é:

Onde: R – é o raio de curvatura local da linha de corrente.

Admitimos, também, que a únicas forças importantes são as devidas a


pressão e a gravidade.

A componente do peso (força gravitacional) na direção normal à linha de


corrente é:

Se a linha de corrente é vertical no ponto em que estamos interessados,


θ=90°
90° e não existe componente da força peso na direção normal ao
escoamento

3.3 APLICAÇÃO DE F=M.A NA DIREÇÃO NORMAL


À LINHA DE CORRENTE
Se a pressão no centro da partícula é p os valores nas faces superior e inferior
da partícula :
e

Como a partícula é “pequena”, pode-se utilizar apenas o primeiro termo da


expansão de Taylor para calcular esta pequena variação de pressão, isto é:

Sendo δFpn a força líquida devida a variação de pressão na direção normal à


trajetória, tem-se:

ou

18
13/05/2012

3.3 APLICAÇÃO DE F=M.A NA DIREÇÃO NORMAL


À LINHA DE CORRENTE
Assim, a força líquida que atua na direção normal a linha de corrente
mostrada na figura:

como:

E lembrando que ao longo da normal à linha de corrente cosθ


cosθ = dz/
dz/ dn,
dn a
Equação do movimento na direção normal à linha de corrente é expressa por:
por:

3.3 APLICAÇÃO DE F=M.A NA DIREÇÃO NORMAL


À LINHA DE CORRENTE
Note:
Note: A mudança na direção do escoamento de uma partícula fluida, isto é,
uma trajetória curva, R < ∞, é realizada pela combinação apropriada do
gradiente de pressão e da componente da força peso na direção normal da
linha de corrente.

Uma velocidade, ou massa específica, mais alta e um raio de curvatura da


linha de corrente mais baixo requer desbalanceamento maior para produzir
movimento.

Por exemplo, se desprezamos o efeito da gravidade (como normalmente é feito


nos escoamentos de gazes) ou se o escoamento ocorre num plano horizontal
(dz
dz/
dz/ dn = 0), a equação do movimento reduz a:

19
13/05/2012

3.3 APLICAÇÃO DE F=M.A NA DIREÇÃO NORMAL


À LINHA DE CORRENTE
Esta equação indica que a pressão aumenta com a distância para fora do
centro de curvatura (dpdp/ dn é negativo porque ρV2 /R é positivo)
dp/ positivo o sentido
positivo de n é para “dentro” da linha de corrente curvada.

Assim, a pressão fora de um tornado (pressão atmosférica típica) é maior que


aquela no centro do tornado. Esta diferença de pressão é necessária para
balancear a aceleração centrífuga associada com as linhas curvas do
escoamento.

EXEMPLO 3.3 – pag. 97


As Figuras abaixo mostram dois escoamentos com linhas de correntes circulares. A
distribuições de velocidade para estes escoamentos são:

V= C1 r - para o caso (a)


V=C2/r - para o caso (b)

Onde C1 e C2 são constantes.

20
13/05/2012

EXEMPLO 3.3 – pag. 97


Determine a distribuição de pressão, p=p(r), para cada caso sabendo que p=p0 em
r=r0.

SOLUÇÃO:
SOLUÇÃO:

Admitindo que o escoamento é invíscido, incompressível, ocorre em regime


permanente e que as linhas de corrente pertencem a um plano horizontal (dz/dn =
0).

Como as linhas de corrente são circulares, a coordenada n aponta num sentido


oposto ao da coordenada radial.

Assim, δ/δn = - δ/δr e o raio de curvatura é dado por R = r.

Nestas condições a Equação do movimento na direção normal a Linha de corrente


é:

EXEMPLO 3.3 – pag. 97

Aplicando a distribuição de velocidade do caso (a) na Equação acima, tem-se;

No caso (b)

A pressão aumento com o raio nos dois casos porque δp/δr > 0.

21
13/05/2012

EXEMPLO 3.3 – pag. 97


A integração destas Equações em relação a r e considerando p=p0 em r=r0 resulta
em:

para o caso (a)

para o caso (b)

As distribuições de pressão estão esboçadas na Figura a seguir;

EXEMPLO 3.3 – pag. 97

Distribuição de
Pressão
Considerando o Raio

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13/05/2012

EXEMPLO 3.3 – pag. 97

As distribuições de pressão necessárias para balancear as acelerações


centrífugas nos casos (a) e (b) não são iguais porque as distribuições de
velocidade são diferentes.

De fato, a pressão no caso (a) aumenta sem limite quando r → ∞ enquanto


que a pressão no caso (b) se aproxima de um valor finito quando r → ∞
(apesar dos formatos das linhas de corrente serem os mesmos nos dois
casos).

Fisicamente, o caso (a) representa uma aproximação de corpo rígido (pode


ser obtida numa caneca de água sobre uma mesa giratória) e o caso (b)
representa um vórtice livre que é uma aproximação de um tornado ou do
movimento da água na vizinhança do ralo de uma pia.

REARRANJO DA EQUAÇÃO DO MOVIMENTO AO


LONGO DA NORMAL A LINHA DE CORRENTE
Se multiplicarmos a Equação do movimento na direção normal a linha de
corrente

por dn e dividir pela massa específica, utilizarmos a relação ∂p/∂n = dp/dn, se


s é constante e integrarmos a Equação Resultante, tem-se:.

Precisa-se saber como varia a massa específica do fluido com a pressão e


como a velocidade do escoamento e o raio de curvatura variam com n para
integrarmos esta Equação.

Se o escoamento é incompressível, a massa específica é constante e o primeiro


termo da equação fica igual a p/ρ.

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13/05/2012

REARRANJO DA EQUAÇÃO DO MOVIMENTO AO


LONGO DA NORMAL A LINHA DE CORRENTE

É impossível integrar o segundo termo da última Equação sem o conhecimento das


relações V = V(s,n) e R = R(s,n).

Assim, a forma final da Segunda Lei de Newton aplicada na direção normal à Linha
de Corrente num escoamento invíscido, incompressível e em regime permanente é:

É importante lembrar que é preciso tomar muito cuidado na aplicação desta


Equação nos casos onde as hipóteses envolvidas na sua derivação forem violadas.

FORMA EQUIVALENTE DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI


Uma forma equivalente da Equação de Bernoulli é:

É obtida dividindo todos os termos pela pelo peso específico do fluido, γ.

Os termos apresentam dimensão de energia por peso (LF/F=L) ou comprimento


(metros) e representa um tipo de carga.

Z - é o termo de elevação, está relacionado com a energia potencial da partícula e


é chamado de carga de elevação.

é denominada de carga de pressão e representa o peso de uma coluna de


líquido necessária para produzir a pressão p.

24
13/05/2012

FORMA EQUIVALENTE DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI

é a carga de velocidade e representa a distância vertical necessária


para que o fluido acelere do repouso até a velocidade V numa queda
livre (desprezando o atrito).

A Equação de Bernoulli estabelece que a soma da carga de pressão, velocidade e


elevação é constante ao longo da Linha de Corrente.
Corrente.

3.4 – INTERPRETAÇÃO FÍSICA


A aplicação de F = m.a nas direções ao longo da Linha de Corrente e na direção
normal à Linha de Corrente resulta em:

Sobre as seguintes hipóteses:


Escoamento em Regime Permanente ;
Fluidos Invíscidos;
Fluidos Incompressíveis.

É necessário que exista um desbalanço de forças devidas ao campo de pressão e a


gravidade, para que haja movimentação do fluido.

25
13/05/2012

3.4 – INTERPRETAÇÃO FÍSICA


Existem 3 processos envolvidos no escoamento:

Massa multiplicada pela aceleração:

A pressão ( o termo p);

Peso ( o termo γz).

A Equação que descreve o movimento ao longo da uma Linha de Corrente (L.C),


resultante da integração da Equação do movimento, que representa o princípio do
Trabalho – Energia. Que é definido por

3.4 – INTERPRETAÇÃO FÍSICA


O trabalho realizado sobre uma partícula por todas as forças
que atuam na partícula é igual a variação de energia cinética
da partícula

A Equação de Bernoulli é a formulação matemática deste Princípio.

Quando uma partícula se move, tanto a força gravitacional quanto as forças


de pressão realizam trabalho sobre a partícula.

γz e p – são relacionados ao trabalho realizada pela força peso e força de


pressão.

relaciona-se a energia cinética da partícula.

26
13/05/2012

EXEMPLO 3.4 – pag. 100


Considere o escoamento de água mostrado na Figura abaixo. A força aplicada no
êmbolo da seringa produzirá uma pressão maior do que a atmosférica no ponto (1)
do escoamento. A água escoa pela agulha, ponto (2), com uma velocidade bastante
alta e atinge o ponto (3) no topo do jato. Discuta utilizando a equação de Bernoulli, a
distribuição de energia nos pontos (1), (2) e (3) do escoamento.

EXEMPLO 3.4 – pag. 100


SOLUÇÃO:
SOLUÇÃO:

Se as hipóteses (regime permanente, invíscido e escoamento incompressível)


utilizadas na s obtenção da Equação de Bernoulli são aproximadamente válidas, nós
podemos analisar o escoamento com esta equação.

De acordo com a Equação a soma dos três tipos de energia (cinética, potencial e
pressão) ou cargas (velocidade, elevação e pressão) precisam permanecer
constante.

A próxima tabela indica as grandezas relativas de cada uma destas energias nos
três pontos mostrados na Figura.

27
13/05/2012

EXEMPLO 3.4 – pag. 100

Observe que os valores associados aos diferentes tipos de energia variam


ao longo do escoamento da água. Um modo alternativo de analisar este
escoamento é o seguinte:

O gradiente de pressão entre (1) e (2) produz uma aceleração para ejetar
água pela agulha;

EXEMPLO 3.4 – pag. 100

A gravidade atua na partícula entre (2) e (3) e provoca a paralisação da


água no topo de vôo.

Se o efeito do atrito (viscoso) é importante nós detectaremos uma perda de


energia mecânica entre os pontos (1) e (3). Assim, para um dado p1, a água
não será capaz de alcançar a altura indicada na Figura.

Tal atrito pode surgir na agulha (veja o Cap. 8, escoamento em tubo) ou


entre o jato d’água e o ar ambiente (veja o Cap. 9, escoamento externo).

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13/05/2012

CONSIDERAÇÕES
É necessária uma força líquida para acelerar qualquer massa. A aceleração, num
escoamento em regime permanente, pode ser interpretada como o resultado de
dois efeitos distintos – da mudança de velocidade ao longo da linha de corrente e
da mudança de direção se a linha de corrente é retilínea.

A interpretação da Equação do movimento ao longo da Linha de Corrente leva em


consideração a variação de velocidade (variação de energia cinética) e resulta na
Equação de Bernoulli.

A interpretação da Equação do movimento na Direção normal à Linha de Corrente


leva em consideração a aceleração centrífuga (V2/R) e resulta em:

CONSIDERAÇÕES
É necessário existir uma força líquida, dirigida para o centro de curvatura, quando
uma partícula fluida se desloca ao longo de uma trajetória curva.

Sob estas condições, a Equação:

Esta Equação mostra que esta força pode ser tanto gravitacional ou devida a
pressão ou combinação de ambas.

Em muitas situações, as linhas de correntes são quase retilíneas (R = ∞).

Neste casos, os efeitos centrífugas são desprezíveis e a variação de pressão na


direção normal as linhas de correntes é a hidrostática (devida a gravidade) mesmo
que o fluido esteja em movimento.

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13/05/2012

EXEMPLO 3.5 – pag. 101


Considere o escoamento em regime permanente, incompressível e invíscido
mostrado na Figura abaixo. As linhas de correntes são retilíneas entre as seções A e
B e circulares entre as seções C e D. Descreva como varia a pressão entre os pontos
(1) e (2) e entre os pontos (3) e (4)

EXEMPLO 3.5 – pag. 101


SOLUÇÃO:
SOLUÇÃO:

Com as hipóteses fornecidas e o fato de que R = ∞ no trecho limitado por A e B, a


aplicação da Equação;

Resulta em:

A constante pode ser determinada a partir da avaliação de variáveis conhecidas em


duas posições. Utilizando p2 = 0 (pressão relativa), z1 = 0 e z2 = h2-1, tem-se:

30
13/05/2012

EXEMPLO 3.5 – pag. 101


Note que a variação de pressão na direção vertical é a mesma daquela onde o
fluido está imóvel porque o raio de curvatura da linha de corrente no trecho
analisado é infinito.

Entretanto, se aplicarmos a Equação;

Nos pontos (3) e (4), obtém-se (utilizando dn = -dz):

Como p4=0 e z4 - z3 = h4-3, obtém-se:

EXEMPLO 3.5 – pag. 101

Precisa-se conhecer com V e R variam com z para avaliar esta integral. Entretanto,
por inspeção, o valor da integral é positiva. Assim, a pressão em (3) é menor do que
o valor da pressão hidrostática, γh4-3.

Esta pressão mais baixa, provocada pela curvatura da linha de corrente, é


necessária para acelerar o fluido em torno da trajetória curva.

Note que não aplicamos a Equação de Bernoulli:

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13/05/2012

EXEMPLO 3.5 – pag. 101

Na direção normal as linhas de corrente de (1) para (2) ou de (3) para (4). Em vez
disto, utilizamos a Equação:

Isto se deve ao fato de que, os pontos pertencem a Linhas de corrente distintas, e


isso infringe uma das hipóteses da utilização da Equação de Bernoulli, de que esta
Equação só é aplicada a partículas fluidas que pertencem a mesma Linha de
Corrente.
Corrente.

Como será discutido na Seção 3.6, a aplicação da Equação de Bernoulli na direção


normal a linhas de corrente (em vez de ao longo delas) pode levar a sérios erros.

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
A Pressão de Estagnação e Dinâmica são conceitos que podem ser relacionados a
Equação de Bernoulli.
Bernoulli.

Estas Pressões surgem da conversão de Energia Cinética do Fluido em Pressão


quando o fluido é levado ao Repouso.
Repouso

Os termos da Equação de Bernoulli apresentam dimensões de força por unidade de


área.

O Primeiro Termo, p, é a pressões termodinâmicas no fluido que escoa.

Para medir a pressão termodinâmica, devemos nos mover solidariamente ao fluido,


fluido
ou seja, de um modo estático em relação ao fluido,
fluido por este motivo, esta pressão é
denominada Pressão Estática.
Estática

Um outro modo de medir a Pressão Estática é utilizando um Tubo Piezométrico


instalado numa superfície plana.,
plana do modo indicado no ponto (3) da Figura a seguir.

32
13/05/2012

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
Medição das pressões Estática e Dinâmica.

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
Como foi visto no Exemplo 3.5, a pressão no fluido em (1) é p1 = γ h3-1 + p3 (igual a
pressão se o fluido estivesse em repouso). Das considerações sobre manômetros
apresentados no Capítulo 02, nós sabemos que p3 = γ h4-3. Assim, como h3-1 + h4-3 =
h, segue que p1 = γh.

O Terceiro Termo da Equação de Bernoulli, γz, é denominado Pressão Hidrostática


pela relação óbvia com a variação de Pressão Hidrostática discutida no Capítulo 02.
Ele não é realmente uma pressão mas representa a mudança possível na pressão
devida a variação de energia potencial do fluido como resultado na alteração de
elevação.
elevação.

O Segundo termo da equação de Bernoulli, ρV2/2 é denominado Pressão Dinâmica.


Dinâmica

Sua interpretação pode ser vista na Figura a seguir.

33
13/05/2012

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
Medição das pressões Estática e Dinâmica.

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
Considerando a pressão na extremidade do pequeno tubo inserido no escoamento e
apontando para a montante do escoamento.

Após o término do movimento inicial transitório, o líquido preencherá o tudo até uma
altura H.

O fluido no tubo, incluindo aquele na ponta do tubo, (2) estará imóvel, ou seja, V2 =
0. Nestas condições o ponto (2) será denominado um Ponto de Estagnação.
Estagnação

Se aplicarmos a Equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2), utilizarmos V2 = 0 e


admitirmos que z1 = z2, é possível obter.

Assim, a pressão no Ponto de Estagnação é maior do que a Pressão estática , p1, de


ρv12/2, ou seja , o valor da pressão dinâmica.
dinâmica

34
13/05/2012

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL

É possível mostrar que só existe um Ponto de Estagnação em qualquer corpo móvel


colocado num escoamento de fluido.
fluido.

Alguns fluidos escoa “sobre” e algum “abaixo” do objeto. A linha divisória (ou
superfície para o escoamento bidimensionais) é denominada Linha de Corrente de
Estagnação e termina no ponto de Estagnação (Pressão máxima e velocidade nula).
nula)

Para objetos simétricos (tal como uma esfera) o Ponto de Estagnação está
localizado na frente do objeto,
objeto como mostrado na Figura abaixo.

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
Para objetos não simétricos tal como um avião, como mostrado na Figura abaixo, a
localização do Ponto de Estagnação não é óbvia.
óbvia.

Se os efeitos de elevação podem ser desprezados, a Pressão de Estagnação, p +


ρV2/2 é a máxima pressão que uma linha de corrente pode apresentar, isto é, toda
Energia Cinética do fluido é convertida num aumento de Pressão.

35
13/05/2012

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
A soma das Pressões Estática, Hidrostática e Dinâmica é denominada
Pressão Total, pT.

A Equação de Bernoulli estabelece que a Pressão Total permanece


constante ao longo da Linha de Corrente, ou seja:

Novamente, é preciso que se verifique as hipóteses utilizadas na derivação


desta Equação são respeitadas no escoamento que estamos considerando.

Os conhecimentos dos valores de Pressões Estática e Dinâmica no


escoamento nos permite calcular a velocidade local do escoamento e esta
é a base do funcionamento do tubo de Pitot Estático, mostrado na Figura a
seguir:

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL

A Figura acima mostra dois tubos concêntricos que estão conectados a dois
medidores de pressão (ou a um manômetro diferencial) de modo que os valores de
p3 e p4 (ou a diferença p3 – p4) pode ser determinada.

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13/05/2012

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
Note que o tubo central mede a Pressão de Estagnação (na sua extremidade
exposta ao escoamento) se a variação de elevação é desprezível.
desprezível

Onde p e V são a pressão e a velocidade a montante do ponto (2). O Tubo externo


contém diversos furos pequenos localizados a uma certa distância da ponta de
modo que, este medem a Pressão Estática.
Estática Se a diferença de elevação entre os
pontos (1) e (4) é desprezível.

Combinando as duas última equações, tem-se:

3.5 – PRESSÃO ESTÁTICA, DINÂMICA, DE


ESTAGNAÇÃO E TOTAL
Esta última Equação pode se arranjada da seguinte forma;

A forma dos tubos de Pitot Estático utilizado para medir velocidade em experimentos
varia consideravelmente. A Figura abaixo apresenta alguns tipos usuais de tubos de
Pitot Estático.

37
13/05/2012

EXEMPLO 3.6 – pag. 104

A Figura abaixo mostra um avião voando a 160 km/h numa altitude de 3000 m.
Admitindo que atmosfera seja a padrão, determine a pressão ao longe do aviação,
ponto (1), a pressão no ponto de estagnação no nariz do avião, ponto (2), e a
diferença de pressão indicada pelo tubo de Pitot que está instalado na fuselagem
do avião.

EXEMPLO 3.6 – pag. 104


SOLUÇÃO:
SOLUÇÃO:
Nós encontramos na Tab. C.1 os valores da pressão estática e da massa
específica do ar na altitude fornecida, ou seja:

p1 = 70,
70,.02 kPa e ρ = 0,9093 kg/m3

Nós vamos considerar que as variações de elevação são desprezíveis e que


o escoamento ocorre em regime permanente, é invíscido e incompressível.
Nestas condições, a aplicação da Equação de Bernoulli resulta em;

Como V1 = 160 km/h = 44,4 m/s e V2 = 0 ( porque o sistema de


coordenada está solidário ao avião), tem-se:

38
13/05/2012

EXEMPLO 3.6 – pag. 104

Em termos relativos, a pressão no ponto (2) é igual a 0,896 kPa e a


diferença de pressão indicada no tubo de Pitot é;

Nós admitimos que o escoamento é incompressível – a massa específica


permanece constante de (1) para (2). Entretanto como ρ = p/RT, uma
variação na pressão (ou temperatura) causará uma variação da massa
específica.

Para uma velocidade relativamente baixa, a relação entre a variação na


massa específica é desprezível. Entretanto, se a velocidade é alta, torna-se
necessário utilizar os conceitos de escoamento compressível para obter
resultados precisos.

CONSIDERAÇÕES
O Tubo de Pitot é um instrumento simples para medir a velocidade de escoamento.

Seu uso depende da habilidade de medir as pressões de Estagnação e Estática do


escoamento. É necessário tomar certos cuidados para obter estes valores
adequadamente.

Por exemplo, uma medição precisa da pressão requer que nenhuma energia
cinética do fluido seja convertida num aumento de pressão no ponto de medida.

Isto requer um furo bem usinado e sem a presença de imperfeições. Como indicado
nas Figuras a baixo, tais imperfeições podem provocar uma leitura incorreta da
pressão (o valor medido pode ser maior ou menor do que a pressão estática real)

39
13/05/2012

CONSIDERAÇÕES

A pressão varia ao longo da superfície do corpo imerso no escoamento desde a


Pressão de Estagnação (Ponto de Estagnação) até valores que podem ser menores
que a Pressão Estática ao longe do corpo (na linha de corrente livre).

Uma variação típica de pressão num tubo de Pitot está indicado na Figura abaixo.

Distribuição típica de
pressão ao longo de
um tubo de Pitot

CONSIDERAÇÕES

É importante que os furos utilizados para a medida de pressão estejam localizados


de modo a assegurar que a Pressão Medida é realmente igual a Pressão Estática
Real.

É sempre difícil alinhar o tubo de Pitot com a direção do escoamento.

Qualquer desalinhamento produz um escoamento não simétrico em torno do tubo


de Pitot e isto provocará erros.

Normalmente desalinhamento de 12 a 20º (dependendo do projeto do tubo de Pitot


que está sendo utilizado) provocam erros menores que 1% em relação a medida
obtida com um alinhamento perfeito.

É interessante ressaltar que, geralmente, é mais difícil medir a Pressão Estática do


que a Pressão de Estagnação.

40
13/05/2012

CONSIDERAÇÕES
Um dispositivo utilizado para determinar a direção do escoamento e sua velocidade
é o tubo de Pitot com três furos,
furos como mostrado na Figura abaixo.

Seção transversal de
um tubo de Pitot com
três furos (para a
determinação da
direção do
escoamento)

Os três furos são usinados num pequeno cilindro e são conectados a três
transdutores de pressão.

O cilindro é rotacionado até que a pressão nos dois furos laterais se tornem iguais e,
assim, indicando que o furo central aponta diretamente para a montante do
escoamento.

CONSIDERAÇÕES

O Furo Central mede a Pressão de Estagnação.


Estagnação

β = 29,
Os dois furos laterais estão localizados num ângulo específico (β 29,5º) de modo
que eles medem a Pressão Estática.
Estática

A velocidade de escoamento é obtida com V = [2(p2 – p1)/ρ]1/2.

A discussão anterior só é válida para escoamento incompressível.

Quando a velocidade é alta, os efeitos da compressibilidade do fluido se tornam


importante (a massa específica não permanece constante) e outros fenômenos
ocorrem.

Os conceitos de Pressão Estática, Dinâmica, Estagnação e Pressão Total são


importante e muito úteis na análise dos escoamento

41
13/05/2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ENGENHARIA CIVIL E DE MINAS

CAPÍTULO 3 – DINÂMICA DOS


FLUIDOS ELEMENTAR – EQUAÇÃO
DE BERNOULLI – 2ª PARTE

Prof. Eliane Justino

3.6 – EXEMPLOS DA APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO


DE BERNOULLI
Se o escoamento puder ser modelado como invíscido, incompressível e
se o regime for permanente, tem-se para a Equação de Bernoulli entre
dois pontos que pertencem a mesma linha de corrente, (1) e (2):

3.6.1 – JATO LIVRE

Descreve a descarga de líquidos para a atmosfera de um grande


reservatório.

Como mostrado na Figura a seguir.

1
13/05/2012

3.6.1– JATO LIVRE


Escoamento Vertical no Bocal de um Tanque

3.6.1– JATO LIVRE


Aplicando a Equação de Bernoulli entre (1) e (2):

Considerando que a referência está na saída do jato

O reservatório é de grande porte – V1 ≈ 0 – Conservação da Massa.

p1 = p2 = 0 – estão expostos à pressão atmosférica e consideraremos a


pressão relativa, sendo assim os valores de p1 e p2 são nulos.

Portanto:

2
13/05/2012

3.6.1– JATO LIVRE

Para se provar que p2 = 0, ou seja esta submetido a pressão atmosférica,


pode-se aplicar F = m.a na direção normal a linha de corrente entre os
pontos (2) e (4).

Se as linhas de correntes na seção de descarga do bocal são retilíneas (R


= ∞) segue que p2 = p4, analise a Equação abaixo.

Como (2) é um ponto arbitrário no plano de descarga do bocal, segue que a


pressão neste plano é igual a atmosférica.

3.6.1 – JATO LIVRE

Note que a pressão precisa ser constante na direção normal às linha de


corrente porque não existe componente da força peso ou uma
aceleração na direção horizontal.

O escoamento se comporta como um jato livre, com a pressão uniforme


e igual a atmosférica (p5 =0 ), a jusante do plano de descarga do bocal.

Aplicando a Equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (5),


considerando a referência no ponto (5), tem-se:

3
13/05/2012

3.6.1 – JATO LIVRE

H é a distância entre a seção de


descarga do bocal e ponto (5)

3.6.1 – JATO LIVRE

Considerando agora um jato horizontal

Escoamento Horizontal no
Bocal de um Tanque

4
13/05/2012

3.6.1 – JATO LIVRE


A velocidade na linha de centro do escoamento V2, será um pouco
maior que V1, e um pouco menor do que a do fundo, V3, devido a
diferença de elevação.

V1 < V2 < V3

A velocidade na linha de centro do escoamento representa bem a


velocidade média do escoamento se d << h.

Se o contorno do bocal não é suave, veja figura a seguir, o diâmetro do


jato, dj, será menor que o diâmetro do orifício, dh.

Este efeito, conhecido como vena contracta, é o resultado da


inabilidade do fluido de fazer uma curva de 90º.

3.6.1 – JATO LIVRE

Efeito da Vena Contracta num


Orifício com Borda pontuda

Como as linhas de corrente no plano de saída são curvas ( R < ∞), a


pressão não é constante entre as linhas de corrente. Note que é
necessário um gradiente infinito de pressão para que seja possível fazer
uma curva com raio nulo (R = 0).

5
13/05/2012

3.6.1 – JATO LIVRE

A pressão mais alta ocorre ao longo da linha de centro em (2) e a mais


baixa, p1 = p3 = 0, ocorre na periferia do jato.

Assim, as hipóteses de que a velocidade é uniforme, que as linhas de


correntes são retilíneas e que a pressão é constante na seção de descarga
não são válidas.

Entretanto, elas são no plano da vena contracta (seção a – a).

A hipótese de velocidade uniforme é válida nesta seção desde que dj << h.

O formato da vena contracta é função do tipo de geometria da seção de


descarga.

3.6.1 – JATO LIVRE


Algumas configurações
típicas estão
mostradas na Figura
ao lado juntamente
com os valores típicos
experimentais do
coeficiente de
contração, Cc.

Este coeficiente é
definido pela relação
Aj/Ah onde Aj é a área
da seção transversal
do jato na vena
contracta e Ah é a área
da seção de descarga
do tanque.

6
13/05/2012

3.6.1 – ESCOAMENTOS CONFINADOS


São caso de escoamentos em que a pressão não pode ser determinada
a priori, como acontece no caso de jato livre, visto que, a pressão em
que estes escoamentos estão submetidas é diferente da pressão
atmosférica.

EXEMPLO: Escoamento em bocais e nas tubulações que apresentam


diâmetro variáveis.

Onde a velocidade média do escoamento varia, porque a área de


escoamento não é constante.

Para solucionar este tipo de problema é utilizado o conceito de


Conservação da Massa (ou Equação da Continuidade) juntamente
com a equação de Bernoulli.

3.6.1 – ESCOAMENTOS CONFINADOS


Será utilizado uma Derivação a partir de argumento intuitivos para
obtenção da Equação da Conservação da Massa Simplificada:

Considere um escoamento de um fluido num volume fixo, tal como um


tanque, que apresenta apenas uma seção de alimentação e uma seção
de descarga, como mostrado na Figura abaixo:

7
13/05/2012

3.6.1 – ESCOAMENTOS CONFINADOS


Se o escoamento ocorre em regime permanente, de modo que não
existe acumulo de fluido no volume, a taxa com que o fluido escoa para
o volume precisa ser igual a taxa com que o fluido escoa do volume (de
outro modo a massa não seria conservada).

A vazão em massa na seção de descarga:

Onde Q é a vazão em volume (m3/s).

Se a área da seção de descarga é A e o fluido escoar na direção


normal ao plano da seção com velocidade média V, a quantidade de
fluido em volume que passa pela seção no intervalo de tempo δt é
expressa por:

3.6.1 – ESCOAMENTOS CONFINADOS

Ou seja, igual a área da seção de descarga multiplicada pela distância


percorrida pelo escoamento (Vδt).

Assim, sendo a vazão em volume dada por Q = A.V, tem se para vazão
em massa:

Para que a massa no volume considerado permaneça constante, a


vazão em massa na seção de alimentação deve ser igual àquela na
seção de descarga.

8
13/05/2012

3.6.1 – ESCOAMENTOS CONFINADOS

Se a seção de Alimentação for (1) e a de descarga (20, tem-se:

Assim, a conservação da massa exige que:

Se a massa específica do fluido permanecer constante, ρ1 = ρ2, a


Equação se torna;

3.6.1 – ESCOAMENTOS CONFINADOS

Por exemplo, se a área da seção de descarga é igual a metade da área


da seção de alimentação, segue que a velocidade media na seção de
descarga é igual ao dobro daquela na seção de alimentação.

EXEMPLO 3.7 – pág. 109

A Figura a seguir mostra um tanque (diâmetro D = 1,0 m) que é


alimentado com um escoamento de água proveniente de um tubo que
apresenta d, igual a 0,1m. Determine a vazão em volume Q, necessário
para que o nível da água (h) permaneça constante e igual a 2 m.

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13/05/2012

EXEMPLO 3.7 – pág. 109

EXEMPLO 3.7 – pág. 109

SOLUÇÃO

Se modelarmos o escoamento como invíscido, incompressível e em


regime permanente, a aplicação da Equação de Bernoulli entre os
pontos (1) e (2) resulta em:

(1)

Admitindo que p1 = p2 = 0, z1 = h e z2 = 0, tem-se

10
13/05/2012

EXEMPLO 3.7 – pág. 109

Note que o nível d’água pode permanecer constante (h = constante)


porque existe uma alimentação de água no tanque. Da Equação da
Conservação da massa, que é adequada para escoamento
incompressível, requer que Q1 = Q2, onde Q = A.V. Assim, A1.V1 = A2.V2,
ou:

(2)

Assim:

(3)

EXEMPLO 3.7 – pág. 109


Combinando as Equações (1) e (3), obtém-se

e:

Neste exemplo nós não desprezamos a energia cinética da água no


tanque (V1 ≠ 0). Se o diâmetro do tanque é grande em relação ao
diâmetro do jato (D >> d), A Eq. (3) indica que V1 << V2 e a hipótese de
V1 = 0 será adequado

11
13/05/2012

EXEMPLO 3.7 – pág. 109

O erro associado com esta hipótese pode ser visto a partir da relação
entre a vazão calculada admitindo que V1 ≠ 0, indicada por Q, e aquela
obtida admitindo que V1 = 0, denotada por Q0. Essa relação é dada por:

A Figura a seguir mostra o gráfico dessa relação funcional. Note que 1 <
Q / Q0 ≤ 1,01 se 0 < d / D < 0,4.

EXEMPLO 3.7 – pág. 109

Assim, o erro provocado pela hipótese de V1 = 0 é menor do que 1%


nesta faixa de relação de diâmetros.

12
13/05/2012

EXEMPLO 3.8 – pág. 110


A Figura abaixo mostra o esquema de uma mangueira de diâmetro D = 0,03 m
que é alimentada, em regime permanente, com ar proveniente de um tanque. O
fluido é descarregado no ambiente através de um bocal que apresenta seção de
descarga, d, igual a 0,01 m. Sabendo que a pressão no tanque é constante e
igual a 3,0 kPa (relativa) e que a atmosfera apresenta pressão e temperatura,
padrões, determine a vazão em massa e a pressão na mangueira.

EXEMPLO 3.8 – pág. 110


SOLUÇÃO:

Se nós admitirmos que o escoamento ocorre em regime permanente é


invíscido e incompressível, nós podemos aplicar a equação de Bernoulli
ao Longo da Linha de Corrente que passa por (1), (2) e (3). Assim:

(1)

Se nós admitirmos que z1 = z2 = z3 (a mangueira está na horizontal),


que V1 = 0 (o tanque é grande) e que p3 = 0 (jato livre), tem-se que:

13
13/05/2012

EXEMPLO 3.8 – pág. 110

A massa específica do ar no tanque pode ser obtida com a Lei do


Gases Perfeito (utilizando temperatura e pressão absolutas). Assim:

Assim, nós encontramos que:

EXEMPLO 3.8 – pág. 110

Note que o valor de V3 independe do formato do bocal e foi


determinado utilizando apenas o valor de p1 e as hipóteses envolvidas
na Equação de Bernoulli. A carga de pressão no tanque, p1/γ = (3000
Pa)/(9,8 m/s2) (1,26 kg/m3) = 243 m, é convertida em carga de
velocidade V32/2g = (69,0 m/s2)/ (2 x 9,8 m/s2) = 243 m.

Observe que, apesar de termos utilizado pressões relativas na


Equação de Bernoulli (p3 = 0), nós utilizamos a pressão absoluta
para calcular a massa específica do ar com a Lei dos Gases
Perfeitos.

A pressão na mangueira pode ser calculada utilizando a Eq. (1) e a


Equação da conservação de massa.

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13/05/2012

EXEMPLO 3.8 – pág. 110

Assim:

E da Eq. (1):

A pressão na mangueira é constante e igual a p2 se os efeitos viscosos


não forem significativos. O decréscimo na pressão de p1 a p2 acelera o
ar e aumenta sua energia cinética de zero no tanque até um valor
intermediário na mangueira e finalmente até um valor máximo na seção
de descarga.

EXEMPLO 3.8 – pág. 110


Como a velocidade do ar na seção de descarga do bocal é nove vezes
maior que na mangueira, a maior queda de pressão ocorre do bocal (p1
= 3 kPa, p2 = 2,96 kPa e p3 = 0).

Como a variação de pressão de (1) para (3) não é muito grande em


termos absoluto, (p1 – p3)/ p1 = 3,0/101 = 0,03, temos que a variação na
massa específica do ar não é significativa. (veja equação dos gases
perfeito).

Assim, a hipótese de escoamento incompressível é razoável para este


problema.

Se a pressão no tanque fosse consideravelmente maior ou se os efeitos


viscosos forem importantes, os resultados obtidos neste exercícios não
são adequados.

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13/05/2012

EXEMPLO 3.9 – pág. 112

Em muitos casos a combinação dos efeitos de energia cinética, pressão


e gravidade são importantes no escoamento. O Exemplo 3.9 ilustra uma
destas situações.

A Figura a seguir mostra o escoamento de água numa redução. A


pressão estática em (1) em (2) são medidas com um manômetro em U
invertido que utiliza óleo, densidade igual a SG, como fluido
manométrico. Nestas condições, determine a leitura no manômetro (h).

EXEMPLO 3.9 – pág. 112

16
13/05/2012

EXEMPLO 3.9 – pág. 112


SOLUÇÃO:

Se admitirmos que o regime de operação é o permanente e que o


escoamento é incompressível e invíscido, nós podemos escrever a
Equação de Bernoulli do seguinte modo:

A Equação da conservação da massa pode fornecer uma segunda


relação entre V1 e V2 se admitirmos que os perfis de velocidade são
uniformes nestas duas seções. Deste modo:

EXEMPLO 3.9 – pág. 112


Combinando as duas últimas Equações:

(1)

Esta diferença de pressão é medida pelo manômetro e pode ser


determinada com os conceitos desenvolvidos no Cap. 2. Assim:

Ou

(2)

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13/05/2012

EXEMPLO 3.9 – pág. 112


As Equações (1) e (2) podem ser combinadas para fornecer:

Mas como V2 = Q/A2.

A diferença de elevação z1 – z2 não aparece na equação porque o


termo de variação de elevação na Equação de Bernoulli é cancelado
pelo termo referente a variação de elevação na equação de manômetro.

EXEMPLO 3.9 – pág. 112


Entretanto, a diferença de pressão p1 – p2 é função do ângulo θ por
causa do termo z1 – z2 da Eq. (1).

Assim, para uma dada vazão em volume, a diferença de pressão p1 – p2


medida no manômetro variará com o θ mas a leitura do manômetro, h, é
independente deste ângulo.

Geralmente, um aumento de velocidade é acompanhado por uma


diminuição na pressão.

Por exemplo, a velocidade média do escoamento de ar na região


superior de uma asa de avião é maior do que a velocidade média do
escoamento na região inferior da asa. Assim, a força liquida a pressão
na região inferior da asa é maior do que aquela na região superior da
asa e isto gera a força de sustentação na asa.

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13/05/2012

CAVITAÇÃO
Se a diferença entre estas velocidades é alta, a diferença entre as
pressões também pode ser considerável, isto pode introduzir efeitos
compressíveis nos escoamentos de gases, e a cavitação nos
escoamento de líquidos.

A Cavitação ocorre quando a pressão no fluido é reduzida a pressão de


vapor e o líquido evapora.

Pressão de Vapor, pv, é a pressão em que as bolhas de vapor se


formam num líquido, ou seja, é a pressão em que o líquido muda de
fase.

Esta pressão depende do tipo de líquido e da temperatura.

CAVITAÇÃO
EXEMPLO: A água evapora a 100º C na atmosfera padrão, 1,013 bar, e
a 30º C quando a pressão no líquido é igual a 4,24 kPa (abs), ou seja:

pv = 4,24 kPa (abs) - a 30º C


pv = 101,3 kPa (abs) - a 100º C

É possível identificar a produção de Cavitação num escoamento de


líquido utilizando a Equação de Bernoulli.

EXEMPLO: Se a velocidade do fluido aumenta, por uma redução da


área disponível para o escoamento, a pressão diminuirá.

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13/05/2012

CAVITAÇÃO
Distribuição de Pressão e Cavitação Numa Tubulação com Diâmetro
Variável;

CAVITAÇÃO
Esta diminuição de pressão, necessária para acelerar o fluido na
restrição, pode ser grande o suficiente para que a pressão no líquido
atinja o valor da sua pressão de vapor.

EXEMPLO: Cavitação pode ser demonstrada numa mangueira de


jardim.

Se o bocal de borrifamento for estrangulado obtém-se uma restrição da


área de escoamento, de modo que a velocidade da água nesta restrição
poderá ser relativamente grande, se formos diminuindo a área de
escoamento, o som produzido pelo escoamento de água mudará, um
ruído bem definido é produzido a partir de um certo estrangulamento,
este som é provocado pela Cavitação.

20
13/05/2012

CAVITAÇÃO
A Ebulição ocorre na Cavitação (apesar da temperatura ser baixa) e,
assim, temos a formação de bolhas de vapor nas zonas de baixa
pressão.

Quando o fluido escoa para uma região que apresenta pressão mais
alta (baixa velocidade), as bolhas colapsam.

Este processo pode produzir efeitos dinâmicos (implosões) que causam


transientes de pressão na vizinhança das bolhas. Acredita-se que
pressões tão altas quanto 690 MPa ocorrem neste processo.

Se as bolhas colapsam próximas de uma fronteira física elas podem,


depois de um certo tempo, danificar a superfície na área de cavitação.

CAVITAÇÃO
A Figura abaixo mostra a cavitação nas pontas de uma hélice. Neste
caso, a alta rotação da hélice produz uma zona de baixa pressão na
periferia da hélice. Obviamente, é necessário projetar e utilizar
adequadamente os equipamentos para eliminar os danos que podem
ser produzidos pela cavitação.

21
13/05/2012

EXEMPLO 3.10 – pag. 114


A Figura a seguir mostra um modo de retirar água a 20º C de um grande
tanque. Sabendo que o diâmetro da mangueira é constante, determine
a máxima elevação da mangueira, H, para que não ocorra Cavitação
no escoamento de água na mangueira. Admita que a seção de
descarga da mangueira está localizada a 1,5 m abaixo da superfície
inferior do tanque e que a pressão atmosférica é igual a 1,13 bar.

EXEMPLO 3.10 – pag. 114


SOLUÇÃO:
Nós podemos aplicar a Equação de Bernoulli ao longo da linha de
Corrente que passa por (1), (2) e (3) se o escoamento ocorre em regime
permanente, é incompressível e invíscido. Nestas condições:

(1)

Nós vamos utilizar o fundo do tanque como referência. Assim, z1 = 4,5


m, z2 = H e z3 = -1,5 m. Nós também vamos admitir que V1 = 0 (tanque
grande), p1 = 0 (tanque aberto), p3 = 0 (jato livre).

A Equação da continuidade estabelece que A2V2 = A3V3. Como o


diâmetro da mangueira é constante, temos que V2 = V3. Assim a
velocidade do fluido na mangueira pode ser determinada com a Eq. (1),
ou seja;

22
13/05/2012

EXEMPLO 3.10 – pag. 114


(2)

A utilização da Eq (1) entre os pontos (1) e (2) fornece a pressão na


elevação máxima da mangueira, p2.

A Tab. B.1 do Apêndice mostra que a pressão de vapor da água a 20º C


é igual a 2,338 kPa (abs). Assim, a pressão mínima na deve ser igual a
2,338 kPa (abs) para que ocorra cavitação incipiente no escoamento.

A análise da Figura deste Exercício e da Eq. (2) mostra que a pressão


mínima do escoamento na mangueira ocorre no ponto de elevação
máxima.

EXEMPLO 3.10 – pag. 114


Como nós utilizamos pressões relativas na Eq. 1 nós precisamos
converter a pressão no ponto (2) em pressão relativa, ou seja, p2 =
2,338 – 101,3 = - 99 kPa. Aplicando este valor na Eq. (2), temos:

Note que ocorrerá a formação de bolhas em (2) se o valor de H for


maior do que o calculado e, nesta condição, o escoamento no sifão
cessará.

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13/05/2012

EXEMPLO 3.10 – pag. 114


Poderíamos ter trabalhado com pressões absolutas (p2 = 2,338 kPa e p1
= 101,3 kPa) em todo o problema e é claro que obteríamos o mesmo
resultado. Quando mais baixa a seção de descarga da mangueira maior
a vazão e menor o valor permissível de H.

Nós também poderíamos ter utilizado a Equação de Bernoulli entre os


pontos (2) e (3) com V2 = V3 e obteríamos o mesmo valor de H. Neste
caso não seria necessário determinar V2 como a aplicação da equação
de Bernoulli entre os pontos (1) e (3)..

Os resultados obtidos neste Exemplo são independentes do diâmetro e


do comprimento da mangueira (desde que os efeitos viscosos não
sejam importantes). Observe que ainda é necessário realizar um projeto
mecânico da mangueira (ou tubulação) para assegurar que ela não
colapse devido a diferença entre pressão atmosférica e a pressão no
escoamento.

3.6.3 – MEDIÇÃO DE VAZÃO


Muitos dispositivos foram desenvolvidos a partir da Equação de
Bernoulli, para medir velocidade de escoamento e vazões em massa,
um exemplo disto é o Tubo de Pitot.

Há também os dispositivos utilizados, na medição de vazões em


volume em tubos, condutos e canais abertos.

Considerando medidores de vazão “ideais”, ou seja, aqueles onde os


efeitos viscosos e de compressibilidade não são levados em
consideração. O objetivo disto é entender o princípio básico de
operação destes medidores de vazão.

Um modo eficiente de medir a vazão em volume em tubos é instalar


algum tipo de restrição no tubo e medir a diferença entre as pressões
na região de baixa velocidade e alta pressão (1) e a de alta velocidade
e baixa pressão (2).

24
13/05/2012

3.6.3 – MEDIÇÃO DE VAZÃO


A Figura abaixo mostra três tipos de comuns de medidores de vazão:

3.6.3 – MEDIÇÃO DE VAZÃO


A operação de cada um é baseada no mesmo princípio – um aumento
de velocidade provoca uma diminuição na pressão.

A diferença entre eles é uma questão de custo, precisão e como sua


condição ideal de funcionamento se aproxima da operação ideal.

Admitindo que o escoamento entre os pontos (1) e (2) é incompressível,


invíscido e horizontal (z1 = z2). Se o regime de escoamento é
permanente, a Equação de Bernoulli fica restrita a:

(1)

25
13/05/2012

3.6.3 – MEDIÇÃO DE VAZÃO


Note que o efeito da inclinação do escoamento pode ser
incorporado na Equação incluindo a mudança de elevação z1 – z2
na Equação de Bernoulli.

Admitindo que os perfis de velocidade são uniforme em (1) e (2), a


Equação de Conservação da massa, pode ser rescrita como:

(2)

Combinando as Equações (1) e (2), tem-se a seguinte expressão para a


vazão em volume teórica:

3.6.3 – MEDIÇÃO DE VAZÃO


Assim para uma dada geometria do escoamento (A1 e A2) a vazão em
volume pode ser determinada se a diferença de pressão p1 – p2 for
medida.

A vazão real, Qreal, será menor que o resultado teórico porque


existe várias diferenças entre o mundo real e aquele modificado
pelas hipóteses utilizadas na obtenção da Equação para a vazão
em volume real, estas diferenças dependem da geometria dos
medidores e podem ser menor do que 1% ou tão grande quanto
40%.

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13/05/2012

EXEMPLO 3.11 – pág. 116


Querosene (densidade = SG = 0,85) escoa no medidor Venturi
mostrado na Figura abaixo e a vazão em volume varia de 0,005 a 0,050
m3/s. Determine a faixa de variação da diferença de pressão medida
nestes escoamento (p1 – p2).

EXEMPLO 3.11 – pág. 116


SOLUÇÃO:

Admitindo que o escoamento é invíscido, incompressível e que o regime


é permanente, a relação entre a variação de pressão e a vazão pode
ser calculada com a Equação:

Tem-se:

27
13/05/2012

EXEMPLO 3.11 – pág. 116


A massa específica do querosene é igual a:

A diferença de pressão correspondente a vazão mínima é:

Já a diferença de pressão correspondente a vazão máxima é:

EXEMPLO 3.11 – pág. 116


Assim:

Estes valores representam as diferenças de pressão que seriam


encontradas em escoamentos incompressíveis, invíscidos e em regime
permanente.

Os resultados ideais apresentados são independentes da geometria do


medidor de vazão – um orifício, bocal ou medidor Venturi.

A Equação:

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13/05/2012

EXEMPLO 3.11 – pág. 116


Mostra que a vazão em volume varia com a raiz quadrada da diferença
de pressão.

Assim, como indicam os resultados do Exemplo 3.11, um aumento de


10 vezes na vazão em volume provoca um aumento de 100 vezes na
diferença de pressão

Esta relação não linear pode causar dificuldade nas medição de vazão
se a faixa de variação for muito larga.

Tais medições podem requere transdutores de pressão com uma faixa


muito ampla de operação.

Um modo alternativo para escapar deste problema é a utilização de dois


manômetros em paralelo – um dedicado a medir as baixas vazões e
outro dedicado a faixa com vazões mais altas.

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS

Outros medidores de vazão, baseados na Equação de Bernoulli, são


utilizados para medir vazão em canais abertos tais como as calhas e
canais de irrigação.

Dois destes dispositivos de medida, a comporta deslizantes e o


vertedouro de soleira delgada, serão analisados sob a hipótese de que
o escoamento é invíscido, incompressível e que o regime é o
permanente.

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13/05/2012

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS - COMPORTAS
A comporta mostrada na Figura abaixo é muito utilizada para controlar
e medir vazão em canais abertos.

Comporta
Deslizante

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS - COMPORTAS
A vazão em volume, Q, é função da profundidade de escoamento de
água a montante da comporta, z1, da largura da comporta, b e da sua
abertura, a.

Aplicando a Equação de Bernoulli e a Equação da Conservação de


Massa (Continuidade) entre os pontos (1) e (2) pode oferecer uma boa
aproximação da vazão real neste dispositivo,

Admitindo que os perfis de velocidade são suficientemente uniformes a


montante e a jusante da comporta.

Aplicando a Equações de Bernoulli e da Continuidade entre (1) e (2)


que estão localizados na superfície livre do escoamento tem-se

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13/05/2012

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS - COMPORTAS

Como os dois pontos são superficiais, tem-se que p1 = p2 = 0.


Combinando as Equações, resulta:

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS - COMPORTAS
No caso limite onde z1 >> z2, esta Equação fica reduzida a:

Neste caso limite a energia cinética do fluido a montante da


comporta é desprezível e a velocidade do fluido a jusante da
comporta é igual a de uma queda livre com uma altura igual (z1 –
z2) ≈ z1.

O mesmo resultado pode ser obtido a partir da Equação de Bernoulli


entre os pontos (3) e (4) e utilizando p3 = γZ1 e p4 = γz2 porque as linhas
de correntes nestas sessões são retas.

Nesta formulação, em vez de temos as contribuições da energia


potencial em (1) e (2) encontra-se as contribuições da pressão em (3) e
(4).

31
13/05/2012

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS - COMPORTAS
Como o fluido não pode fazer uma curva de 90º e, também encontra-se
uma vena contracta que induz um coeficiente de contração, Cc = Z2/a
menor que 1.

O valor típico de Cc é aproximadamente igual a 0,61 para 0 < a/z1 <


0,20.

Mas o valor do coeficiente de contração cresce rapidamente quando a


relação a/z1 aumenta.

EXEMPLO 3.12 – pág. 118

A água escoa sob a comporta deslizante mostrada na Figura abaixo.


Estime o valor da vazão em volume de água na comporta por unidade
de comprimento de canal.

32
13/05/2012

EXEMPLO 3.12 – pág. 118

SOLUÇÃO:

Nós vamos admitir que o escoamento é incompressível, invíscido e que


o regime de escoamento é o permanente. Assim, nós podemos aplicar a
Equação:

Obtém-se, Q/b, ou seja vazão em volume por unidade de comprimento


do canal, dada por:

EXEMPLO 3.12 – pág. 118

Neste caso nós temos que z1 = 5,0 m e a = 0,8 m. Como a/z1 = 0,16 <
0,20, vamos admitir que Cc o coeficiente de contração, é igual a 0,61.
Assim, z2 = Cc .a = 0,61 x 0,8 = 0,488 m e a vazão por unidade de
comprimento do canal é:

Se nós considerarmos que z1 >> z2 e desprezarmos a energia cinética


do fluido a montante da comporta, encontramos:

33
13/05/2012

EXEMPLO 3.12 – pág. 118

Neste caso, a diferença entre as vazões calculadas dos dois modos não
é muito significativa porque a relação entre as profundidades é
razoavelmente grande (z1/z2= 5,0/0,488 = 10,2).

Este resultado mostra que muitas vezes é razoável desprezar a


energia cinética do escoamento a montante da comporta em
relação àquela a jusante da comporta.

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS – VERTEDOR0
Um outro dispositivo utilizado para medir a vazão em canais abertos é o
vertedoro.

A Figura abaixo mostra um vertedoro retangular de soleira delgada


típico.

34
13/05/2012

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS – VERTEDOR0
Neste tipo de dispositivo a vazão de líquido sobre o vertedoro é função
da altura do vertedoro, Pw, da largura do canal, b e da carga d’água
acima do topo do vertedoro, H.

A aplicação da Equação de Bernoulli pode fornecer um resultado


aproximado para a vazão nestas situações, mesmo sabendo que o
escoamento real no vertedoro é muito complexo.

Os campos de pressão e gravitacional provocam a aceleração do fluido


entre os pontos (1) e (2) do escoamento, ou seja, a velocidade varia de
V1 para V2.

No ponto (1) a pressão é p1 = γ h, enquanto que no ponto (2) a pressão


é praticamente igual a atmosférica p2 = 0.

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS – VERTEDOR0
Na região localizada acima do topo do vertedoro (seção a – a) a
pressão varia do valor atmosférico na superfície superior até o valor
máximo na seção e de novo para o valor atmosférico na superfície
inferior.

Tal distribuição de pressão combinada com as linhas de corrente curvas


produz um perfil de velocidade não uniforme na seção a – a.

A distribuição de velocidade nesta seção só pode ser determinada


experimentalmente ou utilizando recursos teóricos avançados..

Analisando o problema de um modo mais simples, admitindo que o


escoamento no vertedoro é similar ao escoamento num orifício com
linhas de correntes livres.

35
13/05/2012

MEDIDORES DE VAZÕES EM VOLUME EM CANAIS


ABERTOS – VERTEDOR0
Se a hipótese for válida, pode-se esperar que a velocidade média sobre
o vertedoro é proporcional a (2.g.H)1/2 e que a área de escoamento para
o vertedoro é proporcional a H. b. Assim:

Onde C1 é uma constante que precisa ser determinada.

C1 – geralmente é determinada por via experimental.

EXEMPLO 3.13 – pag. 120


Água escoa sobre um vertedor triangular como mostrado na Figura
abaixo. Determine a dependência funcional entre a vazão em volume,
Q, e a profundidade H utilizando um procedimento baseado na Equação
de Bernoulli. Se a vazão em volume é Q0, quando H = H0, estime qual é
a vazão quando a profundidade aumenta para H = 3 H0.

36
13/05/2012

EXEMPLO 3.13 – pag. 120

SOLUÇÃO:

Se admitirmos que o escoamento é invíscido, incompressível e que


ocorre em regime permanente nós podemos utilizar a equação:

Com esta, estima-se a velocidade média do escoamento sobre a


comporta triangular.

Deste modo nós obtemos que a velocidade média é proporcional a


(2gH)1/2.

Também vamos admitir que a área de escoamento, para uma


profundidade H, é H(H.tan(θ/2).

EXEMPLO 3.13 – pag. 120


A combinação destas hipótese resulta em:

Onde C2 é uma constante que precisa ser determinada


experimentalmente.

Se triplicarmos a profundidade (de H0 para 3H0), a relação entre as


vazões é dada por:

Note que a vazão em volume é proporcional a H5/2 no vertedoro


triangular enquanto que no retangular é proporcional a H3/2.

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13/05/2012

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Exercício 3.2 – pág 130 – Modificado.

A água escoa em regime permanente no


bocal mostrado na Figura abaixo. O eixo de
simetria do bocal está na vertical e a
distribuição de velocidade neste eixo é
dada por V = 10 (1+ z) k m/s. Admitindo que
os efeitos viscosos são desprezíveis.
Determine (a) o gradiente de pressão
necessário para produzir este escoamento
(em função de z). (b) se a pressão na seção
(1) é de 340 kPa, determine a pressão na
seção (2) (I) integrando o gradiente de
pressão obtido na parte (a) e (II) aplicando
a Equação de Bernoulli, ρH20 = 998 kg/m3.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
EXERCÍCIO 02 - A água escoa sobre um vertedoro triangular como mostrado
na figura abaixo. Determine qual é a vazão que passa neste vertedoro,
sabendo que a altura de lâmina d’água acima deste é de 2,0 m e que o
ângulo de abertura, θ = 30º. Considere o coeficiente de contração do
vertedoro igual a 0,50.

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13/05/2012

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
EXERCÍCIO 03 - E se o vertedoro fosse trapezoidal, como mostrado na
Figura abaixo, com l = 1,5 m e fosse mantido mesmo valor de lâmina
d’água do exercício anterior, H = 2,0 m. Considere o coeficiente de
contração do vertedoro igual a 0,72.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
EXERCÍCIO 04 - A água escoa sobre uma comporta deslizante como
mostrada na Figura abaixo. Estime o valor de vazão em volume de água na
comporta.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ENGENHARIA CIVIL E DE MINAS

CAPÍTULO 3 – DINÂMICA DOS


FLUIDOS ELEMENTAR – EQUAÇÃO
DE BERNOULLI – 3ª PARTE

Prof. Eliane Justino

3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTAL) E A


LINHA PIEZOMÉTRICA
A equação de Bernoulli é a Equação de Conservação da Energia
Mecânica.

Também mostra qual é a partição desta energia nos escoamentos


invíscidos , incompressíveis e em regime permanente e estabelece que
a soma das várias energias do fluido permanece constante no
escoamento de uma seção para outra.

Uma interpretação útil da Equação de Bernoulli pode ser obtido através


da utilização dos conceitos da Linha Piezométrica e da Linha de
Energia.

Estes conceitos nos permitem realizar uma interpretação


geométrica do escoamento e podem ser utilizados para propiciar
um melhor entendimento dos escoamentos.

1
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3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTAL) E A


LINHA PIEZOMÉTRICA
A energia total permanece constante ao longo da linha de corrente nos
escoamento incompressíveis, invíscidos e que ocorre em regime
permanente.

O conceito de carga foi introduzido dividindo os termos da Equação de


Bernoulli pelo peso específico do fluido, γ = ρ.g, ou seja:

H – é uma constante denominada Carga Total.

A linha de energia representa a carga total disponível no fluido, como


mostra a Figura a seguir

3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTALA) E


A LINHA PIEZOMÉTRICA
Representação da Linha de Energia e da Linha Piezométrica.

2
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3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTALA) E


A LINHA PIEZOMÉTRICA
Como mostra na Figura anterior, a elevação da Linha de energia pode
ser obtida a partir da pressão de estagnação medida com um tubo de
Pitot, pois esta fornece uma medida da carga (ou energia) total do
escoamento.

A pressão estática, medida pelos tubos piezométricos, por outro lado,


mede a soma das carga de pressão e de elevação, p/γ + z, e esta soma
é denominada Carga Piezométrica.

O lugar geométrico das elevações obtidas com um tubo de Pitot num


escoamento é denominado Linha de Energia.

A linha formada pela série de medições piezométricas num escoamento


é denominada Linha Piezométrica.

3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTALA) E


A LINHA PIEZOMÉTRICA
Note que, a linha de energia será horizontal se o escoamento não
violar as hipóteses utilizadas na obtenção da Equação de Bernoulli.

Se a velocidade do fluido aumenta ao longo da Linha de Corrente a


Linha Piezométrica não será horizontal.

Se os efeitos viscosos forem importantes (como nos escoamentos em


tubos) a carga total não permanece constante devido as perdas de
energia mecânica ao longo da Linha de Corrente, o que significa que a
Linha de Energia não é mais horizontal.

A Figura a seguir mostra a Linha de Energia e Piezométrica relativa ao


escoamento de um grande tanque.

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3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTALA) E


A LINHA PIEZOMÉTRICA
As Linhas de Energia e piezométrica no Escoamento Efluente de um
Grande Tanque:

3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTALA) E


A LINHA PIEZOMÉTRICA
A Linha de energia é horizontal e passa pela superfície livre do líquido
do tanque, porque a velocidade e a pressão relativa na superfície livre
do tanque são nulas.

A linha Piezométrica dista V2 / 2g da Linha de Energia, assim uma


mudança na velocidade do fluido provocada por uma variação no
diâmetro da tubulação, resulta numa mudança da altura da Linha
Piezométrica.

A Carga de pressão é nula na seção de descarga da tubulação e, deste


modo, a altura da tubulação coincide com a linha piezométrica.

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3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTALA) E


A LINHA PIEZOMÉTRICA
A Figura abaixo mostra que a distância entre a tubulação e a Linha
Piezométrica indica qual é a pressão no escoamento.

3.7 – A LINHA DE ENERGIA (OU DE CARGA TOTALA) E


A LINHA PIEZOMÉTRICA
Se o trecho de tubulação se encontra abaixo da linha piezométrica a
pressão no escoamento é positiva (acima da atmosférica).

Se o trecho de tubulação está acima da linha piezométrica a pressão


negativa (abaixo da atmosférica)

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EXEMPLO 3.14 – pág. 122


A Figura abaixo mostra água sendo retirado de um tanque através de
uma mangueira que apresenta diâmetro constante. Um pequeno furo é
encontrado no ponto (1) da mangueira. Nós identificaremos um
vazamento de água ou sucção de ar para mangueira no furo?

EXEMPLO 3.14 – pág. 122

SOLUÇÃO:

Se a pressão no ponto (1) for menor do que a atmosférica nós


detectaremos sucção de ar para o escoamento de água e se a pressão
em (1) for maior do que a atmosférica nós identificaremos um
vazamento de água da mangueira.

Nós podemos determinar o valor da pressão neste ponto se utilizarmos


as linhas de energia e piezométrica.

Primeiramente nós vamos admitir que o escoamento ocorre em regime


permanente, é incompressível e invíscido. Nestas condições a carga
total é constante, ou seja, a linha de energia é horizontal.

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EXEMPLO 3.14 – pág. 122


A Equação da continuidade (A.V = constante) estabelece que a
velocidade do escoamento na mangueira é constante porque o diâmetro
da mangueira não varia.

Assim, a linha piezométrica está localizada a V2/2g abaixo da linha de


energia (veja a Figura do Exercício).

Como a pressão na seção de descarga da mangueira é igual a


atmosférica, segue que a linha piezométrica apresenta a mesma altura
da seção de carga da mangueira.

O Fluido contido na mangueira está acima da linha piezométrica e,


assim, a pressão em toda a mangueira é menor do que a pressão
atmosférica.

Isto mostra que terá sucção de ar para escoamento de água através do


furo localizado no ponto (1).

EXEMPLO 3.14 – pág. 122

Note que efeitos viscosos podem tornar esta análise mais complexa, já
que adotar a linha de energia como horizontal incorreto.

Entretanto, se a velocidade do escoamento não for alta, se o diâmetro


da mangueira não for muito pequeno e seu comprimento não for longo,
o escoamento pode ser modelado como não viscoso e os resultados
desta análise são muito próximo dos experimentais.

Será necessário realizar uma análise mais detalhada deste escoamento


se qualquer uma das hipóteses utilizadas for relaxada.

Se a válvula localizada na seção de descarga da mangueira for


fechada, de modo que a vazão em volume se torna nula, a linha
piezométrica coincidirá com a linha de energia (V2/2g = 0 ) em toda a
mangueira) e a pressão no ponto (1) será maior que a atmosférica.

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EXEMPLO 3.14 – pág. 122

Neste caso, nós identificaremos um vazamento de água pelo furo


localizado no ponto (1).

A discussão anterior sobre a linha de energia e piezométrica é


restrita a escoamento invíscidos, incompressível e que ocorrem
em regime permanente e outra restrição é que não existem
“fontes” ou “sorvedouros” de energia no escoamento, ou seja, o
escoamento não é afetado por bombas ou turbinas.

3.8 – RESTRIÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO DA


EQUAÇÃO DE BERNOULLI
Vamos considerar as conseqüências da utilização incorreta da Equação
de Bernoulli.

3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

A utilização da Equação de Bernoulli pra análise de escoamento de


gases, pode levar a sérios erros.

Se a massa específica permanecer constante tem se que a diferença


entre pressão de estagnação e a pressão estática é igual a ρV2/2.

Se a pressão dinâmica não é alta, quando comparada com a pressão


estática, a variação da massa específica entre dois pontos do
escoamento não é muito grande e o fluido pode ser considerado
incompressível.

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3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

Entretanto, como a pressão dinâmica varia com V2, o erro associado


com a hipótese de incompressibilidade do fluido aumenta com o
quadrado da velocidade do escoamento.

Tendo:

Integrando adequadamente: e levando em consideração a variação

da massa específica do fluido.

Tomando um escoamento isotérmico de um gás perfeito:

3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

Assim, se o escoamento ocorre em regime permanente, é isotérmico e


invíscido, a Equação se torna:

Onde se tem ρ = p/RT. O termo de pressão é facilmente integrável e a


constante de integração avaliada se z1, p1 e V1 são conhecidos em
algum ponto da linha de corrente. Assim:

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3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

Na situação limite em que p1/p2 = 1 + ((p1 – p2)/p2) = 1 + ε com ε << 1,


a Equação se reduz a Equação de Bernoulli Padrão.

Isto pode ser mostrado utilizando a aproximação ln(1 + ε ) = ε , quando


ε é pequeno.

A utilização da Equação é muito restrita porque os efeitos viscosos são


importante na maioria dos escoamentos.

O escoamento compressível mais usual é o isoentrópico (entropia


constante) de um gás perfeito, estes escoamentos são adiabáticos
reversíveis, sem a presença de atrito e transferência de calor e são
boas aproximações em muitas situações.

3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE


Como já vimos no Capítulo 01, a massa específica e a pressão estão
relacionados por:

Onde ´k é a relação entre os calores específico e C é constante nos


escoamentos isoentrópicos de Gases Perfeitos.

Assim, pode ser avaliado do seguinte modo;

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3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE


O termo de pressão pode ser integrado entre os pontos (1) e (2) da
linha de corrente e a constante C avaliada em um dos pontos C+1/k =
p11/k/ρ1 ou C+1/k = p21/k/ρ2 para fornecer:

Assim tem-se:

3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

A Equação pra fluidos compressíveis isoentrópicos e a Equação de


Bernoulli fornecem os mesmos resultados quando aplicada a
escoamentos com velocidade baixa.

A Equação para fluido compressível isoentrópico pode ser escrita de


forma adimensional:

COMPRESSÍVEL

Onde (1) denota as condições a montante e (2) as condições de


estagnação. Foi admitido que z1 = z2 e Ma = V1/C1 é o número de Mach
a montante, sendo a velocidade do som, C1 = (kRT1)1/2.

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3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

A comparação entre estes resultados compressível e incompressível é


mais facilmente visualizada se escrever o resultado incompressível em
função da relação entre as pressões e o número de Mach.

Dividindo todos os termos da Equação de Bernoulli:

Por p1 e utilizando a Equação dos gases perfeitos, p1 = ρRT1, para


obter:

3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

Como , pode-se reescrever:

INCOMPRESSÍVEL

A Figura a seguir mostra a relação de pressão em função do número de


Mach para escoamentos isoentrópicos compressível e incompressível:

12
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3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

Observe que no limite onde as velocidades são baixas, Ma → 0, os


resultados obtidos com as duas Equações são iguais.

3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE


Isto pode ser visto escrevendo:

E utilizando a expressão binomial:

Onde n = k/(k-1), para reescrever a equação do fluido compressível:

COMPRESSÍVEL

13
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3.8.1 – EFEITOS DA COMPRESSIBILIDADE

Se o número de Mach é muito menor do que 1, os resultados obtidos


nesta última equação (compressível) são equivalente ao obtido na
Equação Incompressível. A diferença máxima entre os resultados
compressível e incompressível é menor do que aproximadamente 2%
para o número de Mach menores do que 0,3.

Assim, um escoamento de gás perfeito pode ser considerado


incompressível desde que o número de Mach seja menor do que 0,3.

Para T1 = 15º C, C1 = (kRT)1/2 = 332 m/s, V1 = C1 . Ma = 0,3 x 332 =


99,5 m/s ainda pode ser considerado incompressível.

EXEMPLO 3.15 – pág. 125

Um Boeing 777 voa, com Ma = 0,82, numa altitude de 10000 m.


Admitindo que a atmosfera se comporta como a padrão, determine a
pressão de estagnação no bordo de ataque de suas asas modelando o
escoamento como incompressível e, também como compressível.

SOLUÇÃO;
Nós podemos encontrar as propriedades da atmosfera padrão na Tab.
C.1. Assim, p1 = 26,5 kPa (abs), T1 = - 49,9ºC = 223,3 K, ρ = 0,414
kg/m3 e k = 1,4. Se nós modelarmos ρ escoamento como
incompressível. A Eq. para fluidos incompressíveis, fornece:

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EXEMPLO 3.15 – pág. 125


De outro modo se admitirmos o escoamento isoentrópcio e
compressível, tem-se:

Note que os efeitos de compressibilidade são importantes quando o


número de Mach é igual a 0,82.

A pressão (e como uma primeira aproximação a sustentação e o arrasto


no avião é aproximadamente 14,7/12/5 = 1,18 vezes maior no caso
compressível do que no incompressível. Isto pode ser muito
significativo.

Para número de Mach maiores do que 1 (escoamento supersônico), as


diferenças entre os resultados compressíveis e incompressíveis não
são apenas quantitativas mas também qualitativas.

3.8.2 – EFEITOS TRANSITÓRIOS

Numa das hipóteses adotada para a derivação da Equação de Bernoulli


é de que o escoamento ocorre em regime permanente.

Portanto a velocidade em uma linha de corrente V = V(s), porém em


regime transitório V = V(s,t), portanto é necessário levar em
consideração, a derivada temporal da velocidade, para obter a
aceleração ao longo da linha de corrente.

Assim, tem-se:

Em vez de;

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3.8.2 – EFEITOS TRANSITÓRIOS

A inclinação do temo transitório na Equação do Movimento não permite


que esta possa ser integrada facilmente e por isso é necessário
induzirmos outras hipóteses adicionais.

Se integrarmos a Equação do Movimento incluindo o termo transitório


tem-se:

Esta Equação pode ser facilmente integrada entre os pontos (1) e (2) do
escoamento se o mesmo for incompressível:

3.8.2 – EFEITOS TRANSITÓRIOS

Esta equação é a Equação de Bernoulli pra Escoamento Invíscidos,


Incompressíveis e em Regime Transitório.

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EXEMPLO 3.16 – pág. 126


Um escoamento simples aonde os efeitos transitórios são dominante é
aquele da oscilação de uma coluna de líquido no tudo em U (veja a
figura abaixo). Quando a coluna é liberada de uma posição de não
equilíbrio, ela oscilará numa freqüência definida. Determine esta
freqüência admitindo que os efeitos viscosos não são importantes.

EXEMPLO 3.16 – pág. 126


SOLUÇÃO:

A freqüência da oscilação pode ser calculada pela equação:

(1)

Admita que os pontos (1) e (2) estão localizados nas interfaces ar-água
das duas colunas do tubo e que z = 0 corresponde a posição de
equilíbrio das interfaces.

Assim, p1 = p2 = 0 e se z1 = z temos que z2 = - z. Note que z é uma


função do tempo, z = z(t).

Para um tubo em U com diâmetro constante, a velocidade do fluido no


tubo é constante V1 = V2 = V em qualquer instante e a integral que
representa o efeito transitório da Equação anterior pode ser escrita
como:

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EXEMPLO 3.16 – pág. 126

(2)

Onde l é o comprimento total da coluna e líquido (veja a figura deste


exemplo). Assim, a Equação (1) pode ser transformada em:

Como V = dz/dt e γ = ρ.g, esta equação pode ser escrita como uma
equação diferencial de segunda ordem ( igual àquela que descreve os
movimentos harmônicos simples da mecânica), ou seja:

EXEMPLO 3.16 – pág. 126

Cuja solução é z(t) = C1 sen ((2g / l)1/2 t) + C2 cos ((2g / l)1/2 t).

Os valores das constantes C1 e C2 dependem do estado inicial


(velocidade e posição) do líquido no instante t = 0. Assim, o líquido
oscila no tubo com uma freqüência ω = (2 g / l)1/2.

Observe que esta freqüência é função do comprimento da coluna e da


aceleração da gravidade (de modo similar as oscilações em um
pêndulo).

O período desta oscilação ( o tempo necessário para completar uma


oscilação é) t0 = 2π (l / 2g)1/2.

Nós podemos retirar o caráter transitório de alguns escoamentos com a


adoção de um sistema de coordenada adequado. Como será mostrado
no exemplo a seguir.

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EXEMPLO 3.17 – pág. 127


A Figura abaixo mostra um submarino navegando numa profundidade
de 50 m e com velocidade, V0 igual a 5,0 m/s. considerando que a
densidade (SG) da água do mar é 1,03, determine a pressão de
estagnação no ponto (2).

EXEMPLO 3.17 – pág. 127

SOLUÇÃO:

O escoamento em torno do submarino é transitório para um sistema de


coordenada solidário ao fundo do oceano. Por exemplo, a velocidade no
ponto (1) é nula se o submarino está em sua posição inicial mas no
instante em que o nariz do submarino, no ponto (2), alcança o ponto (1)
a velocidade se torna igual a V1 = - V0 i. Assim, ∂V1 / ∂ t ≠ 0 e o
escoamento é transitório.

Se aplicarmos a Equação de Bernoulli para escoamento em regime


permanente entre os pontos (1) e (2) nós obteríamos “p1 = p2 + ρV2/ 2”.

Este resultado está errado porque a pressão estática é sempre menor


do que a pressão de estagnação. Note que este resultado absurdo é
uma decorrência da aplicação inadequada da Equação de Bernoulli.

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EXEMPLO 3.17 – pág. 127

Nós podemos analisar o escoamento em regime transitório (o que está


fora do escopo deste texto) ou redefinir o sistema de coordenadas para
que o escoamento perca seu caráter transitório.

Se tomarmos um sistema de coordenada solidário ao submarino, o


escoamento em torno do submarino ocorre em regime permanente.
Aplicando a Equação de Bernoulli, temos:

Note que este resultado é similar aquele do Exemplo 3.2.

Se o submarino estivesse acelerado, ∂V0 / ∂t ≠ 0, o escoamento seria


transitório nos dois sistemas de coordenadas apresentados e nós
seríamos obrigados a utilizar a forma da equação de Bernoulli
adequada a escoamento transitórios.

EXEMPLO 3.17 – pág. 127

Alguns escoamentos transitórios podem ser modelados como “quase


permanentes” e resolvidos utilizando a equação de Bernoulli referente a
escoamentos em regime permanente.

Nestes casos, os efeitos transitórios “não são muito grandes” e os


resultados para regime permanente podem ser aplicados em cada
instante do tempo como se o regime do escoamento fosse permanente.

O esvaziamento de um tanque que contém um líquido é um exemplo


deste tipo de escoamento.

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3.8.5 – EFEITOS ROTACIONAIS

Outra restrição da utilização da Equação de Bernoulli é que esta só


pode ser aplicada ao longo de uma linha de corrente.

A aplicação da Equação de Bernoulli entre linhas de correntes pode


levar a erros consideráveis, dependendo das condições do escoamento
que está sendo analisada.

Porque a constante de Bernoulli varia de uma linha de corrente para


outra.

Entretanto sob certas restrições, estas constantes são iguais em todo o


escoamento.

O Exemplo a seguir ilustra este fato.

EXEMPLO 3.18 – pág. 128


Considere o escoamento uniforme no canal mostrado na Figura abaixo.
Discuta a utilização da Equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2),
(3) e (4) e os pontos (4) e (5). Admita que o líquido contido no tubo
piezométrico está imóvel.

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EXEMPLO 3.18 – pág. 128

SOLUÇÃO:

Se o escoamento é invíscido, incompressível e ocorre em regime


permanente, a aplicação da Equação de Bernoulli entre os pontos (1) e
(2), fornece:

Como V1 = V2 = V0 e z1 = z2 = 0 segue que p1 = p2 = p0 e a constante da


Equação de Bernoulli para esta linha de corrente, C12 é dado por:

EXEMPLO 3.18 – pág. 128

Analisando a linha de corrente que passa por (3) e (4) nós notamos que
V3 = V4 = V0 e z3 = z4 = h.

Como foi mostrado no Exemplo 3.5, a aplicação de F = m.a na direção


normal à linha de corrente, fornece que p3 = p1 - γh porque as linhas de
corrente são retilíneas e horizontais.

Estes fatos combinados com a Equação de Bernoulli aplicada entre os


pontos (3) e (4) mostram que p3 = p4 e que a constante de Bernoulli ao
longo desta linha de corrente é igual àquela da linha de corrente entre
os pontos (1) e (2). Ou seja, C34 = C12, ou:

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EXEMPLO 3.18 – pág. 128

Argumentos similares podem ser utilizadas para mostrar que a


constante de Bernoulli é a mesma para qualquer linha de corrente do
escoamento mostrado na Figura deste Exemplo. Assim:

No Exemplo 3.5 nós mostramos que p4 = p5 + γH = γH . Se nós


aplicarmos a Equação de Bernoulli entre os pontos (4) e (5) nós
obteríamos o resultado “H = p4 / γH + V42 / 2g” que é incorreto pois o
resultado correto é H = p4 / γ.

A solução deste exemplo mostra que nós podemos aplicar a Equação


de Bernoulli na direção normal a linhas de correntes (1) – (2) e (3) – (4)
(i.e. C12 = C34) mas não entre as linhas de correntes (por exemplo, entre
os pontos (4) para (5)).

EXEMPLO 3.18 – pág. 128


A razão para isto é que o escoamento é rotacional. Como o perfil de
velocidade do escoamento no canal é uniforme as partículas de fluido
não giram ou “rodam” quando elas se movem e por isso o escoamento
é denominado irrotacional.

Entretanto como podemos ver na Figura abaixo;

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EXEMPLO 3.18 – pág. 128

Existe uma região muito fina entre os pontos (4) e (5) em que as
partículas de fluido interagem e isto as faz girar. Isto produz o
escoamento rotacional. Uma análise mais complexa mostra que a
Equação de Bernoulli não pode ser aplicada entre as linhas de corrente
se o escoamento é rotacional.

Foi mostrado neste exemplo que é válido aplicar a Equação de


Bernoulli entre linhas de corrente se o escoamento for irrotacional
(i.e. as partículas de fluido não giram durante seu movimento) e
que a aplicação desta Equação está restrita a linha de corrente se
o escoamento não for rotacional.

A distinção entre escoamento irrotacionais e rotacionais as vezes é sutil


e estes tópicos serão analisados novamente no Cap. 6.

3.8.4 – OUTRAS RESTRIÇÕES

Para aplicar a Equação de Bernoulli, o escoamento deve ser invíscido.

Porque na ausência de efeitos viscosos, o sistema fluido considerado


conservativo (a energia mecânica total do sistema permanece
constante. Se isso não ocorre o sistema não é conservativo e ocorre
perda de energia mecânica.

Outras restrição é que entre dois pontos da mesma linha de corrente


não pode existir dispositivos mecânicos, tipo bombas ou turbinas.

Bombas – Fontes de Energia.


Turbinas – Sumidouros de Energia.

Portanto, quando há presença de um destes dispositivos a Equação de


Bernoulli deve ser alterada.

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