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05/09/2023, 13:15 Ead.

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FENÔMENOS DE TRANSPORTE
CONCEITOS BÁSICOS
Autor: Me. Rafaela Guimarães
Revisor: Mario Henrique Bueno

INICIAR

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introdução
Introdução
Nesta unidade, será feito um estudo inicial das características e propriedades
dos fluidos, para que possamos compreender as principais diferenças entre o
comportamento de líquidos e gases, e definiremos importantes conceitos
como massa específica e densidade, por exemplo. Após isso, iniciaremos o
estudo da estática dos fluidos, também chamada de hidrostática, o ramo dos
fenômenos de transporte que estuda os fluidos em repouso. Esse campo da
engenharia é muito utilizado no transporte de grandes cargas, como no caso
dos elevadores hidráulicos, em que precisamos mover um peso do ponto A
para o ponto B. Depois serão estudados os conceitos de tensão superficial e
tangencial e do comportamento de fluidos submetidos a essas forças.
Também iniciaremos o estudo da pressão que nos acompanhará em todo o
estudo de fenômenos de transporte, porque fluidos produzem pressão na
tubulação ou sofrem uma pressão para produzir o resultado que queremos.
Finalmente, introduziremos o conceito de pressão nos fluidos homogêneos e
heterogêneos e abordaremos a equação fundamental da estática dos fluidos.
Essa equação, como o próprio nome nos diz, será muito utilizada nesta
disciplina. Portanto, ao término desta unidade, o aluno será capaz de
entender os conceitos introdutórios de fenômenos de transporte de maneira
clara e precisa. Bons estudos.

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Conceitos Básicos

Os gregos já acreditavam que tudo flui na natureza, ou seja, tudo se


movimenta. Essa teoria, chamada de panta rei, que pode ser traduzida por
“tudo flui”, equivale ao que hoje chamamos de fenômenos de transporte ou o
estudo dos fluidos em movimento. Atualmente, uma das definições mais
comuns sobre fenômenos de transporte é “o estudo de fatos da natureza que
podem ser explicados cientificamente, nos quais um fluido é transportado”, e
fluido é “uma substância que não tem forma própria, assume o formato do
recipiente”, sendo caracterizado por um líquido ou um gás (BRUNETTI, 2008,
p. 1). Sendo assim, um fluido tende a escoar quando manipulado ou a vazar
quando não contido, como no caso dos gases.

Diante disso, essa área da engenharia está presente em uma ampla gama de
aplicações que variam, desde o corpo humano, no qual as veias e artérias
transportam nosso sangue com os nutrientes que necessitamos; no projeto
de carros e espaçonaves, desde o transporte do combustível para o motor até
como podemos vencer o atrito do ar; e até no mais básico dos itens que
utilizamos para viver – a água, que é levada até nossa casa, por meio de um
intrincado sistema de bombas e tubulações.

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Os problemas causados devido aos fenômenos de transporte também serão


nosso objeto de estudo. Dentre eles, destacamos a cavitação e o golpe de
aríete ou até mesmo uma explosão em uma área classificada devido à
presença de gás natural, por exemplo, em um projeto fora das normas
técnicas.

Atualmente, temos áreas inovadoras em que as pesquisas se desenvolvem


muito rapidamente, como a biomecânica (corações e válvulas artificiais e
outros órgãos como o fígado) e o estudo de equipamentos para esportes
amadores e de alto rendimento, além do estudo de fluidos inteligentes, como
alguns que são utilizados na suspensão dos carros ou para ministrar doses
precisas de remédios dentro do nosso corpo.

Dimensões e Sistemas de Unidades


Em fenômenos de transporte, temos muitas características que devem ser
utilizadas na compreensão de como um fluido se comporta em um
escoamento. Essas características possuem uma simbologia específica que as
representa e várias unidades que podem ser usadas para descrever sua
medida. Isso já era feito na física, por exemplo, com o comprimento, cuja
representação L podia ser feita em m, cm, mm e até mesmo polegadas.
Agora, temos de fazer o mesmo para os conceitos relacionados a fluidos,
como pressão, viscosidade etc.

Essas unidades se dividem em primárias, como o comprimento, tempo, massa


e temperatura, e secundárias, como a velocidade, vazão, aceleração, área etc.
Podemos escrever as unidades utilizando alguns sistemas de unidades
diferentes. Os mais utilizados são o:

SI: Sistema Internacional de Unidades, ele é utilizado no nosso país,


no qual comprimento é dado em m, o tempo em s, a massa é em kg,
a temperatura é em Kelvin e as unidades de força são 1 N = (1 kg) .
(
1 m

s
2
) .

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SBG: Sistema Britânico Gravitacional, em que o comprimento é dado


em pés (ft), a unidade de tempo é o segundo (s), a unidade de força é
a libra força (lbf) e a unidade de temperatura é o Fahrenheit (ºF).

A Tabela 1.1, a seguir, apresenta alguns fatores de conversão do Sistema


Britânico de Unidade para o SI:

Para converter Multiplique


Para
de por

Aceleração ft/s2 m/s2 3,048 x 10-1

Área ft2 m2 9,290 x 10-2

Comprimento ft m 3,048 x 10-1

Força lbf N 4,448

Pressão lbf/ft2 (psf) N/m2 47,88

Tabela 1.1 - Fatores de conversão dos Sistemas Britânicos de Unidades para o SI


Fonte: Munson, Young e Okiishi (2004, p. 6-7).

Propriedade dos Fluidos


Utilizamos no estudo de fenômenos de transporte leis fundamentais que
relacionam as diversas grandezas da física com as propriedades dos fluidos.
Os fluidos apresentam características diferentes dos sólidos, e as
características dos líquidos podem diferir também das dos gases. Por
exemplo, o petróleo cru vai escoar bem mais lentamente em uma tubulação
do que se essa tubulação transportasse água. Agora, vamos começar a
estudar essas características.

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Massa Específica (ρ)


A massa específica de um fluido representada pelo símbolo ρ (lemos rô) é a
massa do fluido por unidade de volume, e a equação é dada por:

ρ= m

V
(Equação 1.1)

Em que sua unidade no SI (Sistema Internacional) é kg/m³.

A massa específica (ρ) dos líquidos é pouco sensível às variações de


temperatura e pressão, enquanto a massa específica (ρ) dos gases é bastante
influenciada tanto pela pressão quanto pela temperatura.

Peso Específico (γ )
O peso específico de um fluido representado pelo símbolo γ (lemos gama) é o
peso do fluido contido em uma unidade de volume, e a equação é dada por:

γ = G

V
(Equação 1.2)

Onde G é o peso.

Como G = m . g, a relação entre peso e massa específica é deduzida de:

= = = ρ. g (Equação 1.3)
G m . g
γ ⇒ γ
V V

Em que a unidade no SI (Sistema Internacional) é N/m³. Por exemplo, o peso


específico da água a 15,6 ºC, considerando g = 9,807 m/s² é igual a 9,8 kN/m³
(MUNSON; YOUNG; OKIISHI, 2004, p. 11).

Muitas vezes, é dado o peso relativo para líquidos, simbolizado por γr e


definido por:

= (Equação 1.4)
γ
γr
γ
água

Densidade

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A densidade de um fluido, representada por SG (do inglês specific gravity, ou


gravidade específica), é definida como a razão entre a massa específica do
fluido e a massa da água a 4 ºC, adotada porque nessa temperatura ρ = 1.000
kg/m³.

SG = . (Equação 1.5)
ρ

ρ
água

Muitos problemas fornecem o SG de um fluido e não sua massa específica.


Assim, para um fluido com SG = 0,8, sua massa específica será igual a ρ = ρ
água
. SG = 1.000 x 0,8 = 800 kg/m³.

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Massa
Peso Específico Peso Relativo
Líquido Específica ( ρ -
( γ - N/m3) (γr)
kg/m3)

Água 1.000 10.000 1

Água do mar 1.025 10.250 1,025

Benzeno 879 8.790 0,879

Gasolina 720 7.200 0,720

Mercúrio 13.600 136.000 13,6

Óleo
880 8.800 0,880
lubrificante

Petróleo bruto 850 8.500 0,850

Querosene 820 8.200 0,820

Etanol 789 7.890 0,789

Acetona 791 7.910 0,791

Tabela 1.2 - Tabela de propriedades dos fluidos


Fonte: Hibbeler (2016, p. 759).

Na Tabela 1.2, temos a massa específica, o peso específico e o peso relativo


para diferentes tipos de fluidos.

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praticar
Vamos Praticar
Um reservatório está cheio de óleo para alimentar o sistema pneumático de uma
indústria, cuja densidade é ρ = 850 kg/m³. Se o volume do reservatório é V = 2 m³,
podemos determinar a quantidade de massa m nesse reservatório. A quantidade de
massa m nesse reservatório será um número entre:

ÇENGEL, Y.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e


aplicações. Tradução de K. A. Roque e M. M. Fecchio. Revisão técnica F.
Saltara, J. L. Baliño e K. P. Burr. Consultoria Técnica H. M. Castro. São
Paulo: McGraw-Hill, 2007. p. 18.
a) 0 e 500 kg.
b) 501 e 1.000 kg.
c) 1.001 e 1.500 kg.
d) 1.501 e 2.000 kg.
Feedback: alternativa correta, pois a relação entre massa, densidade e
volume é dada por m = ρ V. Logo, a m = 850 ( .2 m³ = 1.700 kg. A
kg

3
)
m

quantidade de massa que o reservatório pode armazenar será 1.700 kg.


e) 2.001 e 2.500 kg.

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Propriedades dos
Fluidos

Já conhecemos as propriedades que indicam o peso do fluido, como a massa


específica e a densidade. Essas propriedades não são suficientes para
caracterizarmos o comportamento dos fluidos porque, por exemplo, a água e
o óleo podem apresentar massas específicas aproximadamente iguais e
apresentarem comportamento muito diferente quando escoam. Para isso,
precisamos estudar as características de fluidez dos fluidos.

Viscosidade (μ)
Quando aplicamos uma força de cisalhamento a um fluido, representado pela
força P, na Figura 1.1, esse fluido irá se movimentar de maneira contínua com
uma velocidade U, ou seja, o líquido irá se mover com uma velocidade que
será função somente de u representada pelo gradiente de velocidade na
Figura 1.1:

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Figura 1.1 - Comportamento de um fluido localizado entre duas placas


Fonte: Munson; Young e Okiishi (2004. p. 13).

Em um pequeno intervalo de tempo, δt, uma linha vertical AB no fluido


rotaciona um ângulo δβ que será calculado pela equação:

tan δβ = δβ = δa

b
(Equação 1.6)

Como δa = U δt, temos que

δβ = U δt

b
(Equação 1.7)

Podemos observar que, como δβ é função da força P e do tempo, essa taxa de


variação com o tempo é definida como deformação de cisalhamento e
representada pelo símbolo τ .

Na maioria dos fluidos, a tensão de cisalhamento é proporcional ao


coeficiente de velocidade, representada por U na Figura 1.1, de onde temos a
lei de Newton da viscosidade dada por

τ α
du

dy
(Equação 1.8)

Em que α é um símbolo de proporcionalidade. Os fluidos que apresentam a


tensão de cisalhamento proporcional ao coeficiente de velocidade são
chamados de fluidos newtonianos, por obedecerem à lei descoberta por

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Newton. Esses fluidos apresentam uma relação linear, ou seja, a relação entre
a tensão de cisalhamento e o coeficiente de velocidade é representada por
uma reta. Esse coeficiente de proporcionalidade ficou conhecido como
viscosidade, representado pelo símbolo μ (lemos mi). A unidade da
viscosidade no SI é N.s/m².

A viscosidade, representada pelo símbolo μ (lemos mi), é a propriedade que


indica se o fluido tem uma maior ou menor dificuldade de escoar, e ela varia,
por exemplo, com a pressão e a temperatura.

Alguns exemplos de fluidos newtonianos são a água, o ar, os óleos etc. Já o


sangue, as pastas de dentes, as tintas etc. não são classificados como fluidos
newtonianos por apresentarem uma relação não linear, por exemplo, nos
polímeros a viscosidade diminui enquanto a tensão de cisalhamento
aumenta.

Ainda temos que, nos líquidos, a viscosidade diminui com o aumento da


temperatura, enquanto, nos gases, a viscosidade aumenta com o aumento da
temperatura.

Nesse contexto, a viscosidade dinâmica pode ser considerada como uma


medida da resistência do fluido de se movimentar, correspondendo ao atrito
interno gerado nos fluidos – devido às interações moleculares –, que, em
geral, é uma função da temperatura.

Viscosidade Cinemática (υ)


A viscosidade cinemática representada pelo símbolo υ(upsilon) é o quociente
entre a viscosidade dinâmica e a massa específica, e pode ser expressa por:

= (Equação 1.9)
μ
υ
ρ

A unidade da viscosidade cinemática no SI é dada por m²/s . Além disso,


destacamos que o nome cinemática vem das unidades comprimento e tempo,
duas das grandezas fundamentais da cinemática.

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Tensões Sofridas por um Fluido


Durante o escoamento, um fluido pode sofrer uma pressão de vapor e uma
tensão superficial. Essas tensões são importantes para explicarmos os
diferentes comportamentos de um líquido e um gás quando estão
submetidos a um deslocamento.

Pressão de Vapor
A água e a gasolina evaporam quando colocados em um ambiente ao ar livre.
Essa evaporação ocorre porque algumas moléculas do líquido, localizadas
perto da superfície livre do fluido, apresentam quantidade de movimento
suficiente para superar as forças intermoleculares coesivas (forças que fazem
com que essas moléculas se mantenham unidas) e escapem para a
atmosfera.

Para projetarmos tubulações de uma maneira técnica e economicamente


eficaz, temos de conhecer a pressão de vapor de um líquido, ou seja, qual o
valor da mínima pressão que podemos ter na nossa tubulação antes que um
líquido comece a evaporar. É claro que nunca impediremos essa evaporação
totalmente, mas precisamos reduzi-la para evitar desperdícios.

Durante essa evaporação, aparecem bolhas de ar que se rompem quando


entram em contato com uma tubulação metálica onde a pressão é maior.
Esse efeito maléfico ao sistema pode atingir também bombas e turbinas
hidráulicas. Ele é chamado de cavitação e pode causar grandes transtornos no
funcionamento de um sistema hidráulico. A pá de uma turbina submetida à
cavitação pode perder eficiência devido à redução da sua superfície de
contato com o fluido, porque esse fenômeno vai desgastando o metal, sendo
que o material danificado deve ser reposto por meio de uma manutenção.

Tensão Superficial
Entre um líquido e um gás, conforme está mostrado na Figura 1.2, ou entre
líquidos que não se misturam, aparece como que uma membrana na
superfície de contato, chamada tensão superficial.

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Figura 1.2 - Forças que atuam na metade de uma gota de um líquido


Fonte: Munson, Young e Okiishi (2004. p. 21).

Por isso, são formadas gotas em uma superfície gordurosa, como ocorre
quando a nossa pele é oleosa, por exemplo. Esse fenômeno ocorre porque
um líquido é submetido a uma força diferente na superfície e no fundo do
recipiente que o contém. Essa tensão é importante quando formos calcular
como a água vai escoar no interior do solo em períodos chuvosos, por
exemplo.

praticar
Vamos Praticar
A viscosidade cinemática de um óleo é 0,028 m²/s, e a massa específica é 850 kg/m³.
A viscosidade dinâmica no Sistema Internacional de Unidades (SI) será um número
compreendido entre:

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BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. rev. São Paulo, Pearson


Prentice Hall, 2008. p. 11.
a) 0 e 10 m²/s.
b) 11 e 20 m²/s.
c) 21 e 30 m²/s.
Feedback: alternativa correta, pois a relação entre essas grandezas é dada
por ν = . Então, μ = ν . ρ . Substituindo os valores, teremos μ = 0,028(
μ m
2

)
ρ s

x 850 = 23,8 m²/s.


kg
( 3
)
m

d) 31 e 40 m²/s.
e) Entre 41 e 50 m²/s.

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Estática dos
Fluidos

O ramo da mecânica dos fluidos que trata dos corpos em repouso é


denominado estática, sendo que a dinâmica estuda os corpos em movimento.
Na estática, a tensão, representada pela letra 𝜎 (lemos sigma), é definida
como força por unidade de área, e pode ser dividida em dois tipos de tensão
(normal e tangencial), conforme apresentado na Figura 1.3:

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Figura 1.3 - Decomposição de uma força em suas componentes


Fonte: Fox et al. (2010, p. 27).

Tensão Normal
A tensão normal pode ser expressa por:

𝜎= Fn
(N/m2 = Pa) (Equação 1.10)
A

Em que a unidade é dada em N/m2, que equivale à unidade Pascal. Quando


essa tensão é aplicada em um fluido em repouso, a tensão normal também
pode ser denominada por pressão.

F = P (unidade Pascal) (Equação 1.11)


n

Tensão Tangencial
A força tangencial é também chamada tensão de cisalhamento 𝜏(lemos tau), e
é dada por

τ= Ft

A
(N/m2 = Pa) (Equação 1.12)

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Os princípios da estática dos fluidos são utilizados no cálculo de forças sobre


objetos submersos, como na análise da estabilidade de embarcações, no
projeto de submarinos, na medição de pressão etc.

Com a definição da tensão de cisalhamento, podemos redefinir o fluido “como


uma substância que não pode sustentar uma tensão de cisalhamento quando
em repouso” (FOX et al., 2010, p. 27).

Para estudarmos os fenômenos de transportes, precisamos, na maioria das


vezes, definir um volume no espaço por meio do qual o fluido escoa, e para
fazer isso utilizamos o conceito de volume de controle. Desse modo, podemos
estudar as turbinas, os compressores, as tubulações, os bocais etc. que
constituem um sistema de transporte do fluido. Um volume de controle é um
volume arbitrário no espaço através do qual o fluido escoa, e sua fronteira
geométrica é denominada de superfície de controle, podendo ser real (no
caso de tubulações) ou imaginária (como em rios). Já um sistema de controle
pode ser aberto ou fechado.

Na Figura 1.4, temos um exemplo de um sistema de tubulação que apresenta


exemplos físicos (como as tubulações e derivações) e exemplos imaginários
(as entradas e saídas do fluido).

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Figura 1.4 - Exemplo de um sistema de tubulação para transporte de um


fluido
Fonte: visivasnc / 123RF.

As cores das tubulações nos processos industriais nos indicam o fluido que
estão transportando. As mais comuns são:

Vermelho – sistema de combate a incêndio.


Amarelo – gases não liquefeitos (como o gás natural).
Azul segurança – sistema de ar comprimido.
Branco – tubulação de vapor (normalmente com temperaturas na
faixa de 200 ºC).
Laranja – ácido (como a soda cáustica, usada para limpeza química).

Além disso, é importante destacar que, nos edifícios, as tubulações em verde


e em vermelho representam, respectivamente, os sistemas de abastecimento
de água e os sistemas de combate a incêndio, as em amarelo, o sistema de
gás, e as em cor-de-alumínio, o sistema de gás liquefeito.

Fluido Ideal
Um fluido ideal é utilizado para simular um escoamento sem perdas por
atrito, um escoamento com viscosidade zero. Esse fluido é utilizado para

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entendermos a equação de Bernoulli, que trata da conservação de energia em


um escoamento fluido.

Fluido ou Escoamento
Incompressível
Dizemos que um fluido é incompressível quando “seu volume não varia ao
modificarmos a pressão sobre ele”, ou seja, sua massa específica não varia
com a pressão” (BRUNETTI, 2008, p. 10).

Sendo assim, esse comportamento pode ser aplicado para líquidos e gases no
estudo da ventilação.

praticar
Vamos Praticar
Uma pressão de 88 Pa deve ser aplicada à válvula de uma comporta, conforme a
figura a seguir, para que ela permaneça na posição fechada. A força normal
exercida por essa pressão está situada no intervalo entre:

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Fonte: Braga Filho (2012, p. 47).

Assinale a alternativa correta:

a) 0 e 10 kN.
Feedback: alternativa correta, pois precisamos calcular a tensão normal que
é dada pela fórmula σ = . E, para realizar esse cálculo, temos de obter a
Fn

A
2
2

área da válvula, dada por: A = π . Então, agora


D 0,8 2
= π = 0, 503m
4 4

podemos substituir a área na expressão


88 =
Fn

A
=
Fn

0,503 m
2
= 88x0, 503m
2
= 44, 26N . Logo a F é igual a
n

0, 4426kN .
b) 11 e 20 kN.
c) 21 e 30 kN.
d) 31 e 40 kN.
e) 41 e 50 kN.

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Equação
Fundamental da
Estática dos
Fluidos

A pressão é uma força exercida sobre uma unidade de área que pode realizar
um trabalho no transporte de cargas pesadas, como no caso dos elevadores
hidráulicos.

Pressão
A pressão nada mais é do que a tensão normal dividida pela área de aplicação
dessa força. Matematicamente, temos:

p= Fn

A
(N/cm2) (Equação 1.13)

Devemos ter em mente que pressão e força são conceitos diferentes. Por
exemplo, podemos ter uma força de 1 N aplicada em uma área de 10 ou 5
cm². A força será a mesma, mas a pressão, não. As pressões serão iguais a 0,1

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e 0,2 N/cm², respectivamente, ou seja, quanto maior a área em que a força é


exercida, menor é a pressão.

Teorema de Stevin ou Equação


Fundamental da Estática dos Fluidos
A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao
produto do peso específico do fluido pela diferença de cotas dos dois pontos.
Esse teorema é a explicação para o aumento de pressão conforme
mergulhamos. A pressão na superfície, ao nível do mar, é menor do que a
uma profundidade de 20 m, por exemplo. Matematicamente, essa lei pode
ser escrita como:
dP

dz
= - ρ g (Equação 1.14)

Essa equação também é conhecida como a equação fundamental da


estática dos fluidos.

Podemos realizar um experimento simples para demonstrar o teorema de


Stevin. Para isso, basta fazermos perfurações perto da tampa e embaixo,
perto do fundo, em uma garrafa de refrigerante cheia de água, que está
ilustrada na Figura 1.5, para constatarmos que os furos inferiores escoam a
água com jatos mais potentes do que os furos superiores.

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Figura 1.5 - Demonstração da diferença de pressão entre dois pontos em uma


garrafa de refrigerante cheia de água
Fonte: Kirill Cherezov / 123RF.

Devemos ressaltar que a diferença de pressão entre dois pontos quaisquer é


igual ao produto do peso específico do fluido, multiplicado pela diferença de
cotas entre esses pontos, não importando:

a distância entre esses pontos;


o formato do recipiente.

Lei de Pascal
A pressão aplicada em um ponto de um fluido em repouso é transmitida
integralmente a todos os pontos do fluido. Se a pressão aplicada é distribuída
integralmente em todos os pontos do fluido, podemos amplificar ou reduzir a
força aplicada, diminuindo ou aumentando a área de aplicação dessa força,
respectivamente. Portanto, esse é o princípio do elevador hidráulico, que está
ilustrado na Figura 1.6:

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Figura 1.6 - Ilustração da lei de Pascal


Fonte: udaix / 123RF.

Pressão em um Ponto
Utilizamos a pressão para indicar a força normal atuando sobre um ponto por
unidade de área atuando sobre um fluido em um dado plano. Considerando o
diagrama de corpo livre mostrado na Figura 1.7, construímos essa figura
removendo um pequeno elemento do fluido, com a forma de uma cunha
triangular. Para facilitar a visualização, não mostramos as forças na direção x
e o eixo z foi referenciado como vertical (por causa da atuação do peso).
Analisaremos primeiro o fluido em movimento acelerado para chegarmos à
sua análise em repouso.

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Figura 1.7 - Forças em um elemento de fluido arbitrário


Fonte: Munson, Young e Okiishi (2004. p. 35).

As equações do movimento (2ª Lei de Newton) nas direções y e z serão dadas


por:

(Equação
δxδyδz
∑ Fy = py δxδz − ps δxδs senθ = ρ ay
2

1.15)
δxδyδz δxδyδz
∑ Fz = pz δxδy − ps δxδs cosθ − γ = ρ az
2 2

(Equação 1.16)

= pz δxδz - ps δxδs cos θ - γ =ρ az (Equação 1.16)


δx δy δz δx δy δz
∑ Fz
2 2

onde:

a pressão p , p e p são as pressões médias nas superfícies da


s y z

cunha;
γ e ρsão o peso específico e a massa específica do fluido;

a e a representam as acelerações.
y z

A pressão necessita ser multiplicada por uma área para obtermos a força
gerada por ela. Ao analisarmos a geometria da cunha, constatamos que:

Podemos estender este raciocínio para a equação (1.15), onde:

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δxδyδz
∑ Fy = py δxδz– ps δxδs senθ = ρ ay
2

Como δz = δs senθ
δxδyδz
py δxδz– ps δxδs = ρ ay
2

Cancelando δxδz e sabendo que δz

2
→ 0

py = ps

Para a equação (1.16) temos que


δxδyδz
∑ Fy = pz δxδy– ps δxδs cosθ − γ
2

Como δy = δscosθ e γ = ρ az

Então ∑ F .
δxδyδz
y = pz δxδy– ps δxδy − ρ az
2

Então
δxδyδz
pz δxδy– ps δxδy − ρ az =
2

δxδyδz
p z dx dy − p s dx dy = ρ az
2

Cancelando dx dy
δz
P z − p s = ρ az
2

E como δz

2
→ 0

pz − ps = 0

Logo p z
= ps

Ou seja, como δy = δs cosθ e δz = δs senθ (Equação 1.17)

Então, podemos escrever as equações do movimento como sendo:

(Equação 1.18)
δy
py − ps = ρay
2

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pz − ps = (ρaz + γ)
δz

2
(Equação 1.19)

Para um ponto, vamos analisar o limite onde x, y e z tendem a zero e vamos


manter constante. Logo,

py = ps epz = ps (Equação 1.20)

Então, p = p = p . Podemos concluir que a pressão em um ponto de um


s y z

fluido em repouso, ou em um movimento no qual as tensões de cisalhamento


não existem, é independente da direção, ou seja, essa é a demonstração do
teorema de Pascal.

Equação Básica do Campo de


Pressão
Consideremos um elemento do fluido como o mostrado na Figura 1.8. Nesse
elemento, atuam dois tipos de forças: as superficiais devidas à pressão, e as
de campo que, nesse caso, é igual ao peso do elemento. Se chamarmos a
pressão no centro geométrico por p, as pressões médias nas várias faces do
elemento podem ser expressas em função de p e de suas derivadas
(conforme está retratado na Figura 1.8). A força resultante na direção y é dada
por:

Fy = (p x δz - (p x δz (Equação 1.21)
dp δy dp δy
δ − )δ + )δ
dy 2 dy 2

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Figura 1.8 - Forças superficiais e de campo atuando num elemento de fluido


Fonte: Munson, Young e Okiishi (2004, p. 36).

Reescrevendo a Equação 1.21, temos que:

δFy = - δx δy δz (Equação 1.22)


dp

dy

Da mesma forma, as forças resultantes nas direções x e z serão obtidas das


equações:

δFx = - δx δy δz e δFz = - δx δy δz (Equação 1.23)


dp dp

dx dz

A força vetorial da força superficial resultante que atua no elemento é:

δFs = δFx ^i + δFy ^j + δFz k


^
(Equação 1.24)

Reescrevendo novamente, temos que:

δFs = - ( x δy δz (Equação 1.25)


dp dp dp
ˆ ^ ^
i + j + k) δ
dx dy dz

onde iˆ, ˆ
j e ˆ
k são vetores unitários do sistema de coordenadas da Figura
1.89.

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O grupo entre parênteses da Equação 1.25 representa a forma vetorial do


gradiente de pressão e pode ser reescrito como:

= ᐁp (Equação 1.26)
dp dp dp
ˆ ^ ^
i + j + k
dx dy dz

sendo que:
d( ) d( ) d( )
ᐁ( )= dx
ˆ
i +
dy
^
j +
dz
^
k (Equação 1.27)

e o símbolo ᐁ representa o operador gradiente. Assim, a força superficial por


unidade de volume pode ser expressa por

= - ᐁp (Equação 1.28)
δFs

δx δy δz

Como o eixo z é vertical, o peso do elemento de fluido que estamos


analisando é dado por

- δW k
^
= - γ δx δy δz k
^
(Equação 1.29)

O sinal negativo indica que a força devida ao peso aponta para baixo (sentido
negativo do eixo z).

Agora, vamos aplicar a 2ª Lei de Newton no fluido:

∑ δF = δm a (Equação 1.30)

onde ∑ δF representa a força resultante que atua no elemento, a é a


aceleração do elemento e δm é a massa do elemento (que pode ser escrita
como ργδx δy δz). Desse modo, a Equação 1.30 resulta em:

∑ δF = δFs - δW k
^
= δm a (Equação 1.31)

ou

- ᐁp δx δy δz - γ δx δy δz k
^ = ρ δx δy δz a (Equação 1.32)

Dividindo a Equação 1.21 por δx δy δz, obtemos:

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- ᐁp - γk
^
= ρa (Equação 1.33)

A Equação 1.33 é chamada equação geral do movimento. Ela é válida para


os casos em que as tensões de cisalhamento no fluido são nulas. Ela será
muito utilizada para calcularmos a pressão nos fluidos em movimento.

Sistema
típico de
abastecimento
de água de
uma
cidade
Geralmente o sistema de
abastecimento de uma cidade capta a
água de um rio, riacho ou córrego
perto da cidade onde é realizado o
tratamento desta água dentro dos
padrões estabelecidos por normas,
como o valor do flúor que deve ser
injetado na água para que a mesma
possa ser então distribuída.

Variação da Pressão em um Fluido


em Repouso
Quando um fluido está em repouso, a aceleração é nula (a = 0 m/s²). O
gradiente de pressão se reduz a

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- ᐁp - γk
^
= 0 (Equação 1.34)

Os componentes da Equação 1.34 são:

=0 =0 = - γ (Equação 1.35)
dp dp dp

dx dy dz

Essas equações mostram que a pressão não é função de x ou de y. Assim, não


detectamos qualquer variação no valor da pressão quando mudamos de um
ponto para outro situado no mesmo plano horizontal. Logo, a equação de p
se torna:

(Equação 1.36)
dp
= −γ
dz

A Equação 1.36 é de fundamental importância para o cálculo da distribuição


de pressão nos casos em que o fluido está em repouso e pode ser utilizada
para determinar como a pressão varia com a elevação. Essa equação indica
que o gradiente de pressão na direção vertical é negativo, ou seja, a pressão
decresce quando nos movemos para cima em um fluido em repouso. Essa
equação é uma comprovação do teorema de Stevin.

Fluido Incompressível
A variação do peso específico de um fluido é provocada pelas variações de
sua massa específica e da aceleração da gravidade. Isso ocorre porque γ é
igual ao produto da massa específica do fluido pela aceleração da gravidade (
γ = ρ g, peso específico N/m³). Como a variação de g não será considerada

neste estudo, vamos analisar somente as variações de ρ (massa específica,


kg/m³). A variação de massa específica dos líquidos normalmente pode ser
desprezada. Nos casos em que a hipótese de peso específico é constante, a
Equação 1.36 pode ser integrada diretamente, resultando em:
p z2
2

∫ dp = −γ ∫ dz (Equação 1.37)
p z1
1

onde p1 e p2 são as pressões nos planos com cota z1 e z2, conforme é


mostrado na Figura 1.9:

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Figura 1.9 - Variação de pressão em um fluido em repouso e superfície livre


Fonte: Munson, Young e Okiishi (2004, p. 38).

A Equação 1.37 pode ser reescrita como:

p1 − p2 = γ(z2 − z1 ) = γh

(Equação 1.38)

onde h é igual a distância z2 - z1 (profundidade medida a partir do plano que


apresenta p2). A Equação 1.38 mostra que a pressão em um fluido
incompressível em repouso varia linearmente com a profundidade. Essa
distribuição de pressão é chamada de pressão hidrostática. Essa equação
também comprova o teorema de Stevin.

Da Equação 1.38 temos que a diferença de pressão entre dois pontos pode
ser especificada pela distância h, ou seja:

(Equação 1.39)
p − p
1 2
h =
γ

Sendo que h é chamada de carga e é interpretada como a altura da coluna de


fluido com peso específico γ necessário para provocar uma diferença de
pressão p1 - p2. A pressão p é utilizada para nos referirmos à pressão
0

atmosférica e, muitas vezes, é representada por uma superfície livre.

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A distribuição de pressão em um fluido homogêneo, incompressível e em


repouso é função apenas da profundidade (em relação a um plano de
referência), e ela não é influenciada pelo tamanho ou forma do tanque ou
recipiente que contém o fluido. Pela aplicação da Equação 1.39, temos que a
pressão será a mesma em todos os pontos da linha AB da Figura 1.10. O valor
real da pressão ao longo da linha AB depende apenas da profundidade, h, da
pressão na superfície livre, p e do peso específico do fluido contido no
0

reservatório.

Figura 1.10 - Variação de pressão em um fluido em repouso e superfície livre


Fonte: Munson, Young e Okiishi (2004, p. 39)

O fato de a pressão ser constante em um plano com mesma elevação é


fundamental para a operação de dispositivos hidráulicos, como macacos,
prensas, controles de aviões e de máquinas pesadas.

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reflita
Reflita
Os fenômenos de transporte são
fundamentais no nosso dia a dia.
Graças a eles, temos água nas nossas
casas. Com as mudanças climáticas,
está ficando cada vez mais difícil o
abastecimento de água nas grandes
cidades. Com o aquecimento global,
esse fenômeno pode se agravar,
demandando projetos cada vez com
menores perdas e mais eficientes.
Será que no futuro um país poderá
desperdiçar água com vazamentos em
suas tubulações como ocorre com
30% da água tratada no Brasil?

Fonte: Cirilo (2015).

Fluido Compressível
Os gases, como o oxigênio e o nitrogênio, são modelados como fluidos
compressíveis porque suas massas específicas variam de modo significativo
com as alterações de temperatura e pressão. Por isso, temos de considerar a
possibilidade da variação do peso específico do fluido antes de integrarmos a
Equação 1.31. Na maioria das vezes, essa aproximação não precisa ser feita
porque o gradiente de pressão do ar é muito pequeno quando comparado
com o dos líquidos. Só a título de ilustração, o peso específico do ar ao nível

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do mar a 15 ºC é 1,2 x 10¹ N/m³, enquanto que o da água, nas mesmas


condições, é de 9,8 x 10³ N/m³.

Se tivermos de considerar a variação do peso específico devido a uma grande


diferença de altura, da ordem de milhares de metros, devemos considerar a
variação do peso específico do fluido nos cálculos das variações de pressão
por meio da fórmula:

p = ρ R T (Equação 1.40)

onde R é a constante do gás e T é a temperatura absoluta (em Kelvin).

Combinando as Equações 1.40 com a Equação 1.37, temos que

=- (Equação 1.41)
dp g p

dz R T

Separando as variáveis, ficamos com

= ln =- (Equação 1.42)
p p g z2 dz
2 1
∫ dp ∫
p p R z1 T
1 2

onde g e R foram admitidos constantes no intervalo de integração.

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saiba
mais
Saiba mais
O artigo sobre “Abordagem didática e prática
da ação do vento em edificações”,
apresentado na ConstruMetal de 2016, trata
de uma forma simples e precisa sobre os
cuidados que devemos tomar nos projetos
de grandes edifícios, devido à pressão que a
força do vento exerce nos andares
superiores.

ACESSAR

Também podemos utilizar a expressão


g (z2 − z1 )
p2 = p1 exp [− R T0
] (Equação 1.43)

A Equação 1.43 fornece a relação entre a pressão e a altura numa camada


isotérmica de um gás perfeito. Para tubulações de gases, como a de gás
natural, esse efeito não precisa ser considerado, porque as distâncias verticais
envolvidas no projeto são pequenas.

praticar
V P ti
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Vamos Praticar
A figura a seguir apresenta esquematicamente uma prensa hidráulica, em que os
dois êmbolos têm, respectivamente, as áreas A1 = 10 cm² e A2 = 100 cm².

BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. rev. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2008.

Figura 1.11 - Esquema de uma prensa hidráulica


Fonte: Brunetti (2008, p. 22).

Considerando que uma força de 200 N seja aplicada no êmbolo (1), assinale a
alternativa que indica qual será a força transmitida ao (2).

a) Entre 0 e 500 N.
b) Entre 501 e 1.000 N.
c) Entre 1.001 e 1.500 N.
d) Entre 1.501 e 2.000 N.
Feedback: alternativa correta, pois a pressão transmitida pelo êmbolo (1)
será P1 = . A pressão P1 será transmitida totalmente ao êmbolo (2). Logo,
P1

A1

P2 A2 = P1 A1 = F2. Então, P1 = 200

10
= 20 N/cm². Portanto, F2 = 20 x 100 =

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2.000 N. Esse princípio também é utilizado em servomecanismos, dispositivos


de controle de freios etc.
e) Entre 2.001 e 2.500 N.

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indicações
Material
Complementar

FILME

Horizonte profundo (Deepwater horizon)


Ano: 2016
Comentário: essa é a história da plataforma de
extração de petróleo no Golfo do México que, por
vários motivos, explodiu e foi responsável pelo maior
desastre ambiental daquela região. A reconstrução da
plataforma, a tubulação de extração do petróleo e a
pressão com que o acidente ocorre são aspectos
imperdíveis.

TRAILER

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LIVRO

Mecânica dos fluidos: fundamentos e


aplicações
Yunus A. Çengel e John M. Cimbala
Editora: McGraw-Hill
Comentário: o livro indicado traz muitas aplicações
novas para a área de mecânica dos fluidos. Cada
capítulo apresenta um estudo de caso relacionado a
uma preocupação ambiental como a geração de
energia eólica, os transplantes de órgãos e a
aerodinâmica dos carros.

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conclusão
Conclusão
Chegamos ao final do estudo dos conceitos fundamentais para o
entendimento dos fenômenos de transporte. Nesta unidade, estudamos as
propriedades dos fluidos, como a massa específica e, inclusive, os vários
sistemas de unidades que podemos utilizar.

Depois iniciamos o estudo da estática dos fluidos, em que aprendemos que


fluidos são líquidos e gases e que a estática é a parte da ciência que estuda os
líquidos em repouso.

Vimos, também, que a viscosidade é uma propriedade fundamental dos


fluidos. Cada fluido tem uma determinada viscosidade que apresenta
importância fundamental no projeto de tubulações e de equipamentos como
os elevadores hidráulicos.

Também estudamos o conceito de pressão e a variação da pressão com a


posição em líquidos homogêneo e heterogêneo.

E, finalmente, aprendemos a equação fundamental da estática dos fluidos,


com um exemplo ilustrativo.

referências
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Referências
Bibliográficas
BRAGA FILHO, W. Fenômenos de transporte para engenharia. 2. ed. São
Paulo: LTC, 2012.

BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. rev. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2008.

CIRILO, J. A. Crise hídrica: desafios e Superação. Revista USP, São Paulo, n.


106, p. 45-58, jul./ago./set. 2015. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/110102/108685/. Acesso
em: 20 dez. 2019.

ÇENGEL, Y.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações.


Tradução de K. A. Roque e M. M. Fecchio. Revisão técnica F. Saltara, J. L. Baliño
e K. P. Burr. Consultoria Técnica H. M. Castro. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.

FOX. R. W. et al. Introdução à mecânica dos fluidos. 8. ed. Tradução e


revisão técnica R. N. Koury. São Paulo: LTC, 2010.

HIBBELER, R. C. Mecânica dos fluidos. Tradução de D. Vieira. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2016.

MUNSON, B. R.; YOUNG, D. F.; OKIISHI, T. H. Fundamentos da mecânica dos


fluidos. Tradução da quarta edição americana de Euryale de Jesus Zerbini.
São Paulo: Edgard Blucher, 2004.

NASCIMENTO, B. M.; MORATTI, D. G.; OLIVEIRA JR., J. L.; SCOTÁ, N. M.,


BROETTO, R. B.; SAGRILO, R. G.; FERREIRA, W. G. Abordagem didática e prática
da ação do vento em edificações. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO DA
CONSTRUÇÃO METÁLICA, 7., 2016, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: ABCEM,
2016. Disponível em:

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=NV4apfsSq05K5Yqz2uaciw%3d%3d&l=jTwMVZTcxCYRXetOM1yKyw%3d%3d&cd=UPYsZ… 43/44
05/09/2023, 13:15 Ead.br

https://www.abcem.org.br/construmetal/downloads/Anais-do-7-
Construmetal2016-EBook.pdf. Acesso em: 23 dez. 2019.

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