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FENÔMENOS DE TRANSPORTE

Professor SABOIA
CONCEITOS BÁSICOS EM FENÔMENOS DE
TRANSPORTE
A disciplina Fenômenos de Transporte busca as explicações de como
determinadas grandezas são transferidas de um ponto a outro, bem como se
dispersam em um determinado meio, seja natural ou antrópico.

TRATA-SE DE FENÔMENOS DE TRANSFERÊNCIA DE:

 Transporte da quantidade de movimento;


 Transporte de energia térmica;
 Transporte de massa.
FENÔMENOS DE TRANSPORTE NA ENGENHARIA

Engenharia Civil e Arquitetura:


base para hidráulica e hidrologia e conforto térmico;

Engenharia Sanitária e Engenharia Ambiental:


ferramenta para estudo de difusão de poluente no ar, na água e no solo;

Engenharia de Energia, Elétrica e Eletrônica:


dissipadores de potência em geradores ou transformadores de energia elétrica e na otimização de gastos de energia
em computadores e equipamentos de comunicação.

Engenharia Química:
operações unitárias;

Engenharia Mecânica:
processos de usinagem, tratamento térmico, cálculo de maquinas hidráulicas, maquinas térmicas, desenvolvimento de
aerodinâmica;

Engenharia de Produção:
otimização de processos produtivos e de transporte de fluidos, troca de calor em tubulações e estudo de vida útil dos
materiais.
ASSUNTOS RELACIONADOS AOS FENÔMENOS
DE TRANSPORTE
 Conservação de massa;
 2ª Lei de Newton;
 Conservação da quantidade de movimento;
 1ª e 2ª Leis da Termodinâmica.
FENÔMENOS DE TRANSFERÊNCIA

O que é necessário para que ocorra ou exista um processo de transferência?


Um fenômeno que desequilibre um sistema que inicialmente está em equilíbrio e cria Uma força motriz
(diferença entre duas grandezas, entre dois meios, dentro do sistema).

O que caracteriza um Processo de Transferência?


A tendência ao equilíbrio, condição que não ocorre nenhuma variação.

Quais são os fatores comuns a todos os processos de transferência?


O movimento no sentido do equilíbrio e o transporte de alguma quantidade.
Transporte da quantidade de movimento
Transporte de energia térmica
Transporte de massa
Quais as diferenças fundamentais entre
fluido e sólido?

• Fluido é mole e
deformável

• Sólido é duro e muito


pouco deformável
Passando para uma linguagem
científica:
• A diferença fundamental entre sólido e fluido está relacionada
com a estrutura molecular:

• Sólido: as moléculas sofrem forte força de atração (estão muito


próximas umas das outras) e é isto que garante que o sólido tem um
formato próprio;

• Fluido: apresenta as moléculas com um certo grau de liberdade de


movimento (força de atração pequena) e não apresentam um formato
próprio.
Fluidos:Líquidos e Gases

Líquidos:
- Assumem a forma dos recipientes
que os contém;
- Apresentam um volume próprio
(constante);
- Podem apresentar uma superfície
livre;
Fluidos:Líquidos e Gases
Gases e vapores:
-apresentam forças de atração
intermoleculares desprezíveis;
-não apresentam nem um formato
próprio e nem um volume próprio;
-ocupam todo o volume do
recipiente que os contém.
Teoria Cinética Molecular

“Qualquer substância pode apresentar-se


sob qualquer dos três estados físicos
fundamentais, dependendo das condições
ambientais em que se encontrarem”
Estados Físicos da Matéria
Fluidos

De uma maneira geral, o fluido é caracterizado pela relativa mobilidade de


suas moléculas que, além de apresentarem os movimentos de rotação e
vibração, possuem movimento de translação e portanto não apresentam
uma posição média fixa no corpo do fluido.
Fluidos x Sólidos
A principal distinção entre sólido e fluido, é pelo comportamento que
apresentam em face às forças externas.

Por exemplo, se uma força de


compressão fosse usada para distinguir
um sólido de um fluido,
este último seria inicialmente
comprimido, e a partir de um certo
ponto ele se comportaria
exatamente como se fosse um sólido,
isto é, seria incompressível.
Fatores importantes na diferenciação
entre sólido e fluido
O fluido não resiste a esforços
tangenciais por menores que
estes sejam, o que implica que se
deformam continuamente.

F
Fatores importantes na diferenciação
entre sólido e fluido
Já os sólidos, ao serem
solicitados por
esforços, podem
resistir, deformar-se e
ou até mesmo cisalhar.
Fluidos x Sólidos

Os sólidos resistem às forças de cisalhamento até o seu limite elástico ser


alcançado (este valor é denominado tensão crítica de cisalhamento), a
partir da qual experimentam uma deformação irreversível, enquanto que os
fluidos são imediatamente deformados irreversivelmente, mesmo para
pequenos valores da tensão de cisalhamento.
Fluidos: outra definição

Um fluido pode ser definido como uma substância que


muda continuamente de forma enquanto existir uma
tensão de cisalhamento, ainda que seja pequena.
Propriedades dos fluidos
•Massa específica - 
massa m
 
volume V
- É a razão entre a massa do fluido e o volume que
contém essa massa (pode ser denominada de
densidade absoluta)
Sistema SI............................Kg/m3
Massas específicas de alguns fluidos

Fluido  (Kg/m3)
Água destilada a 4 oC 1000
Água do mar a 15 oC 1022 a 1030
Ar atmosférico à pressão atmosférica e 1,29
0 oC
Ar atmosférico à pressão atmosférica e 1,22
15,6 oC
Mercúrio 13590 a 13650
Petróleo 880
Propriedades dos fluidos
• Peso específico - 

peso W
G
 
volume V
- É a razão entre o peso de um dado fluido e o volume que o
contém;
- O peso específico de uma substância é o seu peso por unidade de
volume;
Sistema SI............................N/m3
Propriedades dos fluidos
• Relação entre peso específico e massa
específica

mg
G
W
    g
V V
Propriedades dos fluidos
• Volume Específico - Vs

Vs= 1/ =V/m


- É definido como o volume ocupado pela unidade de massa de
uma substância, ou seja, é o inverso da massa específica

Sistema SI............................m3/Kg
Propriedades dos fluidos
• Densidade Relativa - δ (ou Densidade)

δ= 
o

É a relação entre a massa específica de uma substância


e a de outra tomada como referência
Propriedades dos fluidos
•Densidade Relativa - δ (ou Densidade)

Para os líquidos a referência adotada é a água a 4oC

Sistema SI.....................ρ0 = 1000kg/m3


Propriedades dos fluidos
•Densidade Relativa - δ (ou Densidade)

Para os gases a referência é o ar atmosférico a 0oC

Sistema SI................. ρ0 = 1,29 kg/m3


ANÁLISE DIMENSIONAL E SEMELHANÇA

1 – Introdução;

2 – Teorema dos Pi de Buckingham;

3 – Determinação dos grupos Pi;

4 – Grupos adimensionais na mecânica dos fluidos;

5 – Semelhança de escoamentos e estudos de modelos;

6 – Equações diferenciais na forma adimensional.


7.1 – Introdução
Problema típico em mecânica dos fluidos :
Diminuir arrasto aerodinâmico em veículos

Soluções Protótipos em
Analíticas escala 1:1
Equações Métodos
Fundamentais Experimentais
Soluções Testes em
Numéricas modelos
GRANDEZA, DIMENSÕES E UNIDADES
DIMENSÕES E UNIDADES
Grandezas físicas Primárias no Sistema Internacional (SI) e Sistema Inglês (BSS)

Dimensões Primárias SI BSS Fator de Conversão

Massa (M) Kilograma (kg) Slug 1 slug= 4,5939 kg

Comprimento (L) Metro (m) Pé (ft) 1 ft = 0,3048 m

Tempo (T) Segundo (s) Segundo (s) 1s=1s

Temperatura (Q) Kelvin (K) Rankine (R) 1 K = 1,8 R

1 lbf = 4,448 N 1 Btu = 1055 J

1 lbf/pol² (ou psi) = 6895 Pa 1 kcal = 4,1868 Kj

1 pol = 0,0254 m 1 kW = 3413 Btu/h

1 H.P. = 746 W = 2545 Btu/h 1 litro (l) = 0,001 m³

1 kcal/h = 1,163 W 1 TR = 3517 W (tonelada de refrigeração)

1 atm = 14,7 lbf/pol2 (ou psi) 12000 Btu/h = 1 TR = 3,517kW

1 W x 0,853 = kcal/h 1Lbm = 0,4535 Kg


Exemplo:

Converta as seguintes unidades no SI:

a) 467 slug/min;
b) 3670 lbf/pol2;
c ) 8,0 x 10-6 ft/s.
Parâmetros
adimensionais F
V
F  VD 
 f  
V D
2 2
  

Sistema M,L,t 
M0L0 t 0  f M0L0 t 0 
[]  f []
(massa, comprimento e tempo)

 ML    M  L  
 t 2    3   L  
  L  t   VD VD VD
f    Re
 M  L  2
2  M   (  / ) 
 L3   t 2 L   Lt  
   
Número de Reynolds
(parâmetro adimensional)
TEOREMA DOS PI’s
Um procedimento bastante difundido para obtenção dos adimensionais é aquele que se baseia
no teorema de Vashy-Buckingham-Riabouchinsky, em homenagem aos seus primeiros autores.
Basicamente, esse teorema descreve o procedimento para a obtenção de adimensionais
denominados pela letra grega Pi.
Por esse motivo, esse teorema se popularizou com o nome de teorema Pi de Buckingham.

Buckingham desenvolveu a seguinte teoria: “ a única maneira de grandezas se relacionarem


em um fenômeno físico é por meio de relações de proporcionalidade entre potências das
grandezas que intervém no fenômeno”.

Princípio da Homogeneidade dimensional


Se uma equação expressa verdadeiramente uma relação correta entre variáveis num processo físico, ela
será dimensionalmentehomogênea 9
TEOREMA DOS PI’s
Homogeneidade Dimensional: Toda equação que envolve variáveis físicas deve ter a mesma
unidade de medida em ambos os lados do sinal de igualdade. Ex: W = p ∆V → N.m = (N/m2) .
m3 → N.m = N.m. Ou,
simbolicamente, F.L = (F.L-2).L3 → F.L = F.L

A análise dimensional só tem sentido quando o número de variáveis adimensionais necessárias


para descrever o fenômeno físico for menor que o número de variáveis físicas dimensionais
envolvidas no fenômeno.

As medidas compostas vêm da combinação das grandezas M, L e T. Por exemplo a velocidade:

Bridgman (físico) propõe que qualquer quantidade física x* pode ser expressa como um produto
das dimensões primárias que ela envolve (M, L, T, q, C) as duas últimas referem-se a temperatura
e carga elétrica.
TEOREMA DOS PI DE BUCKINGHAM

Considerando um problema no qual um parâmetro é dependente de n-1 parâmetros independentes,


pode-se escrever a função :

q1  f (q2 , q3 , q4 ,..., qn ) F  f ( V,D, , )


Matematicamente, expressa-se a relação acima de forma equivalente :

g(q1, q2 , q3 , q4 ,..., qn )  0 g(F, V,D, , )  0

O teorema dos PI de Buckingham:


Dada uma relação entre n parâmetros do tipo g(q1, q2 , q3 , q4 ,..., qn )  0 , então os n parâmetros
poderão ser agrupados em (n-m) razões independentes adimensionais, os parâmetros P , que podem ser
expressos por uma função :

F  VD 
G(P1, P2,..., Pnm )  0  f    0
V D
2 2
  
Análise Dimensional
F  VD 
g(F, V,D, , )  0  f    0
V D
2 2
  

g(q1, q2 , q3 , q4 , q5 )  0 G(P1, P2 )  0

Resultados experimentais
TEOREMA DOS PI DE BUCKINGHAM
Exemplo - Força de arrasto sobre esfera lisa
Determinação dos grupos Pi
Exemplo - Força de arrasto sobre esfera lisa
Passo 1 - Liste os parâmetros dimensionais
envolvidos no estudo
F, V,D, ,  n5
Passo 2 – Selecione um conjunto de M,L, t m3
dimensões primárias (M,L,t ou F,L,t)
Passo 3 – Liste as dimensões primárias F V D  
de todos os parâmetros dimensionais :
ML L M M
L
t2 t L3 Lt
Passo 4 – Selecione da lista um número de parâmetros
dimensionais (que irão se repetir nos adimensionais) V D 
igual ao número de dimensões primárias (os L M
parâmetros selecionados devem possuir todas as L
dimensões primárias : t L3

Passo 5 – Estabeleça equações P1  V aDbc F  M0L0 t 0


adimensionais, combinando os
parâmetros selecionados, com cada
um dos outros parâmetros : P 2  V dDef   M0L0 t 0
a c
L  b M 
P1    L   3 
ML
 M0 0 0
Lt
t L 
2
t
d f
  e  M
P 2    L   3 
L M
 M L t
0 0 0

t L   Lt 

P1  Mc 1 Lab3c 1 t a2  M0L0 t 0


P 2  Mf 1 Lde3 f 1 t d1  M0L0 t 0
c 1 0 a  b  3c  1  0 a2  0
f 1 0 d  e  3f  1  0  d 1 0
c  1 a  2  2  b  3  1  0  b  2
f  1 d  1  1  e  3  1  0  e  1
F
2 2 1
P1  V D  F  V D  F 
a b c

V 2D2
1 1 1  1
P2  V D    V D   
d e f

VD Re
Exemplo - Queda de pressão no escoamento em um tubo

Passo 1 - Liste os parâmetros


dimensionais envolvidos no estudo p,L, V,D, , , e n7

Passo 2 – Selecione um conjunto de M,L, t m3


dimensões primárias (M,L,t ou F,L,t)
Passo 3 – Liste as dimensões p L V D   e
primárias de todos os parâmetros
dimensionais :
M L M M
2
L L 3
L
tL t L Lt
Passo 4 – Selecione da lista um número de parâmetros V D 
dimensionais (que irão se repetir nos adimensionais)
igual ao número de dimensões primárias (os L M
parâmetros selecionados devem possuir todas as L
dimensões primárias :
t L3
P1  V aDbc p  M0L0 t 0
Passo 5 – Estabeleça equações
adimensionais, combinando os P 2  V dDef L  M0L0 t 0
parâmetros selecionados, com cada
um dos outros parâmetros : P 3  V gDhi   M0L0 t 0
P 4  V jDk l e  M0L0 t 0
Grupos adimensionais na mecânica dos fluidos

Forças de inércia =  V 2L2


du V 2
Forças viscosas = A   A   L  VL
dy L
Forças de pressão = (p)A  (p)L2

Forças de gravidade = mg  gL3

Forças de tensão superficial = L

Forças de compressibilidade = Ev A  EvL2


Número de Reynolds :
Forças de inércia V 2L2 VL VL
    Re
Forças viscosas VL  
Número de Euler :
Forças de pressão ( p)L2 p
 
Forças de inércia V L2 2 1 V 2
2

p  pv
Índice de cavitação: Ca 
1 V 2
2
V
Número de Froude : Fr 
gL

Forças de inércia V 2L2 V 2


   Fr 2
Forças gravitacionais gL3 gL

V
Número de Mach : M  Ma 
c
Forças de inércia V 2L2 V2 V2
    M2
Forças de compressibilidade E v L2 E v /  c 2
EXEMPLO
A pressão efetiva p, num ponto genérico de um líquido em repouso, é função da massa
específica, da aceleração da gravidade g e da profundidade do ponto h em relação à
superfície livre do líquido. Determinar a equação de pressões.
EXEMPLO
Determinar uma expressão para o período de oscilação de um pêndulo simples, de comprimento L,
que oscila com amplitude reduzida devido unicamente à ação da gravidade.
7.5 – Semelhança de escoamentos e estudos de
modelos
Semelhança de escoamentos:

1 - Semelhança geométrica
Escala entre
modelo e
protótipo

2 - Semelhança dinâmica
Parâmetros adimensionais iguais
entre modelo e protótipo
 VL   VL 
Re M  Re P     
  M   P
Túnel de vento

Tanque de simulação marítima


 VL   VL 
ReM  ReP     Túnel de vento
  M   P Velocidade do protótipo = 100 km/h

Escala entre modelo


e protótipo = 1-10

VMLM VPLP
Re M  Re P 
 

VMLM  VPLP L M VP

L P VM
1 VP VM  10 VP

10 VM
VM  10x100  1.000 [km / h]
7.6 – Equações diferenciais na forma adimensional

Conservação da massa (bidimensional):


u v
 0
x y
Navier- Stokes bidimensional (Conservação da Quant. de Movimento):

 u u  p   2u  2u 
 u  v   gx    2  2 
 x y  x  x y 
 v v  p   2v  2v 
 u  v   gy    2  2 
 x y  y  x y 
Parâmetros adimensionais :
x y u v p
x  y  u  v  p 
L L V V V2
x  xL y  yL u  uV v  vV p  pV2
Substituindo nas equações fundamentais:
uV vV
 0
xL yL
Conservação da massa (adimensional):

u v
 0
x y
Conservação da Quant. de Movimento (adimensional)

u u gxL p    2u  2u 


u  v  2    2  
2 
x y V x VL  x y 

v v gyL p    2 v  2 v 


u  v  2    2  
2 
x y V y VL  x y 
PROPRIEDADE DOS FLUÍDOS
• Esforços de Superfície
Define-se tensão de cisalhamento como sendo o
quociente entre o módulo da componente tangencial
da força e a área sobre a qual está aplicada.
FLUÍDO ESTÁTICO
Classificação dos Fluidos
• Newtoniano – Apresentam taxas de deformação proporcionais às
tensões de cisalhamento. Ex.: gases e líquidos simples (água,
gasolinas)

• Não Newtoniano – não apresentam taxas de deformação


proporcionais às tensões de cisalhamento.

• Compressível – não apresenta resistência à redução de seu volume.

• Incompressível – apresenta resistência à redução de volume próprio.


Princípio da aderência completa
“Partículas fluidas em contato com superfícies sólidas
adquirem a mesma velocidade dos pontos da superfície sólida
com as quais estabelecem contato”

F
v
v = constante

V=0
ENTENDENDO OS CONCEITOS
Transmite ao fluido
uma tensão
tangencial
F

Aplaca
Força que
movimenta
a placa

62
ENTENDENDO OS CONCEITOS

dv
O fluido resiste à
tensão
 v 
dy
63
Lei de Newton da viscosidade (1687):

A constante de proporcionalidade da lei de Newton


da viscosidade é a viscosidade dinâmica, ou
simplesmente viscosidade - 

dv
  
dy
Obs: A equação (I) relaciona a tensão de cisalhamento com a taxa de deformação, conhecida como "Lei
de Newton da Viscosidade", sendo "µ" a viscosidade absoluta.

O sinal negativo ATRITO


(exercido pela parede
sólida sobre o fluido e em
sentido contrário ao
escoamento).
Validade da Lei de Newton da Viscosidade:
 Fluido newtoniano;
 Distância entre as placas muito pequena;
 Utilizado para pequenas deformações.
• Viscosidade: pode-se dizer que a viscosidade corresponde ao atrito interno nos fluidos devido,
basicamente, às interações intermoleculares, sendo, em geral, função da temperatura.
Influência da Pressão e Temperatura

a) Pressão:

Pressões moderadas (até 10 atm) independe da pressão Altas pressões, os


gases e a maioria dos líquidos variam, porém não existem leis bem definidas.

b) Temperatura:

Nos gases, aumentando-se a temperatura, aumenta a viscosidade, devido à


transferência de quantidade de movimento entre as moléculas.

Nos líquidos, aumentando-se a temperatura, diminui a viscosidade, devido


diminuírem as forças de coesão entre as moléculas.
Influência da Pressão e Temperatura
Se o perfil de velocidade é linear, então  vx = a.y + b
condições de contorno:

1ª: y = 0  vx = V  b = V

2ª: y = Y  vx = 0  0 = a.Y + V  a = - V/Y


Propriedades Físicas dos Fluidos
Densidade: A densidade também é conhecida como Densidade Relativa:
massa específica e como densidade absoluta.
ρ= m d 
V 0
Onde:
Onde:
Massa (kg)
ρ é a densidade do fluido (kg/m3)
Volume (m3) ρ0 é densidade do fluido de referência, geralmente a água(kg/m3)

• Peso Específico:
γ= m.g
V

Onde:
Peso (N)
Volume (m3)
Exemplo 1:
• Um reservatório graduado contém 500 ml de um líquido que pesa 6
N. Determine o peso específico, a massa específica e a densidade do
líquido.
Exemplo 2:

Um líquido tem viscosidade igual a 0,04 N.S/m² e massa específica


igual a 915kg/m3. Calcule:
a. O seu peso específico (R = 8967 N/m3)
b. A sua densidade (0,915 g/m3)
c. Sua viscosidade cinemática (R = 0,0000437 m2/S)
Exemplo 3
Exemplo 4:

A massa específica de um combustível leve é 805 kg/m3. Determinar


o peso específico e a densidade deste combustível. (considerar g =
9,81 m/s2).
REOLOGIA DE FLUIDOS
Definição: É a ciência que estuda a deformação e o fluxo de matérias, tais como: sangue,
suspensões, tintas, vernizes, etc. Estas substâncias fluem, porém não obedecem a Lei de
Newton da viscosidade, sendo estas substâncias ditas FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS.

Reologia  é o estudo do escoamento e deformação da matéria, ou seja, é o estudo do


comportamento de fluidez.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO COMPORTAMENTO REOLÓGICO DE FLUIDOS

 Determinar a funcionalidade das matérias primas (desenvolvimento de produtos)

 Controle de qualidade (produto final e intermediário)

 Vida de prateleira

 Avaliação de textura (análise sensorial)

 Projetos de engenharia (agitadores, extrusoras, bombas, trocadores de calor, homogeneizadores)


Classificação dos fluidos segundo comportamento reológico
DIAGRAMA REOLÓGICO OU REOGRAMA
FLUÍDO NEWTONIANO

Curva (1) → Representa um fluido Newtoniano, onde a


tangente do ângulo "" é igual a :

Ex: Substâncias de baixo peso molecular (álcool, água e


todos os gases), óleos lubrificantes e óleos comestíveis.

Curva (5) → Representa um fluido ideal ou perfeito, ou seja,


sem atrito, visto que a tangente é nula.
Curva (3) →

modelo de Ostwald-de-Walle
ou lei da potência para n > 1
Curva (3) →

modelo de Ostwald-de-Walle
ou lei da potência para n < 1
Curva (2) →
cosméticos, diversos alimentos, nano-compósitos, tintas, pastas de cimento,
adesivos, graxas, lamas naturais, fluidos de perfuração, petróleos, géis
diversos, e pastas de mineração, de carvão e metálicas
FLUÍDOS VISCOELÁSTICOS

Viscoelásticos  é um material que exibe características


de sólido elástico e de líquido viscoso. Podendo-se dizer
que amostras viscoelásticas apresentam inicialmente
comportamento sólido e posteriormente líquido.

OBS: A complexidade desse tipo de comportamento não


tem permitido elaborar considerações físicas que conduzam
a modelos matemáticos de aplicabilidade geral.
EQUAÇÃO DA CONSERVAÇÃO DE MASSA OU DA CONTINUIDADE
CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE DE MOVIMENTO LINEAR
CASOS PARTICULARES
Exercícios
1 - Um fluido desce por uma parede vertical com uma vazão mássica de 100 g/s. Qual a espessura da película,
se a largura da mesma é de 0,15 m.
Dados:

Viscosidade do fluído µf = 4,3 x 10-2 kg/m.s

Massa específica = 0,86 g/cm3

2 – Em uma parede inclinada de 30°, conforme a figura, desce uma película de óleo ( µf = 0,2 x 10-2 kg/m.s) e
= 0,86 g/cm3. A espessura da película é de 2 mm. Determine; O perfil de velocidade e a velocidade média
do fluido, sabendo que a largura da parede é igual a 0,5 m, o regime é permanente e o fluído é incompressível.
3 – Um fluido Newtoniano, incompressível, com viscosidade dinâmica µf constante escoa através de um
tubo inclinado, conforme a figura abaixo. As pressões no tubo em z = 0 e z = L são P0 e PL
respectivamente. Determine:

4 - Um fluido Newtoniano escoa em regime laminar no ânulo de dois tubos concêntricos. Determine o perfil
de velocidade na região anular. “KR” é o raio do tubo interno (menor) e “R” é o raio do tubo Externo (maior).
5 – Encontre uma expressão para a velocidade máxima do fluido Newtoniano escoando através da fenda,
conforme esquematizado abaixo. Considere µ e  constantes, no estado estacionário.

6 - Ache o perfil de velocidade para o fluxo laminar tangencial de um fluido incompressível escoando no
espaço compreendido entre dois cilindros verticais coaxiais, quando o cilindro exterior gira com velocidade
angular .
Uma guia fluida, mostrada na figura abaixo, transmite um torque T em condições de escoamento em que
w1 e w2 são constantes. Deduza uma expressão para a diferença (w1 – w2) em função de T, d, h e µ. Se
o diâmetro dos discos coaxiais for iguais a 60,96 cm e a distância que os separa h = 0,127 cm e
desprezando os efeitos laterais, calculara a viscosidade do óleo lubrificante em centipoise sabendo-se que
para o disco girar com 5 rps, o sistema necessita de um torque de 11,686 N.m. Supor a distribuição de
velocidade linear.
Um cilindro de 100 mm de diâmetro gira concentricamente dentro de um cilindro de 103 mm
de diâmetro que também gira a uma velocidade menor que a do cilindro interno. Determine
a viscosidade do fluido que enche os espaços entre os cilindros, sabendo-se que é
necessário um torque de 1,0 N.m para manter o cilindro interno e externo com velocidades
angulares constantes de 60 rpm e 30 rpm respectivamente, e que ambos os cilindros têm
300 mm de comprimento.
• Conservação de Massa (Continuidade)
• Equação da Conservação da Energia
• Equação de Bernoulli
• Exercícios.
EQUAÇÃO DA CONSERVAÇÃO DE MASSA OU DA CONTINUIDADE
A Equação da Conservação da Massa
A equação da conservação da massa é representada por:

Ela estabelece que a variação temporal da massa por unidade de volume, (kg/s.m3), dentro do volume de
controle infinitezimal é igual a variação espacial do fluxo de massa por unidade de tempo, (kg/s.m3), que
cruza a superfície de controle. Aplicando-se a propriedade distributiva na equação, tem-se que:

ou

A variação da densidade seguindo a trajetória de uma partícula de fluido é igual ao produto da densidade
pelo divergente do campo de velocidade. Isto implica em dizer que para um fluido com densidade
constante a equação da conservação da massa se reduz para:

ou
Equação da Continuidade
• É a equação que mostra a conservação da massa de
líquido no conduto, ao longo de todo o escoamento;
• Pela condição de escoamento em regime permanente,
podemos afirmar que entre as seções (1) e (2), não
ocorre nem acúmulo, nem falta de massa:

m1 = m2 = m = cte
Equação da Continuidade

ρ = Δm/V Δm=ρ.V
V = A.Δl
Qm= Δm/Δt = ρ.V/ Δt = ρ. A.Δl /Δt = ρ.A.v
Equação da Continuidade

• Dadas duas seções do escoamento:


Equação da Continuidade

ρAv = constante
Se ρ é constante (não há variação de massa):
A1V1= A2V2
Equação da Continuidade

A equação da continuidade estabelece que:

• o volume total de um fluido incompressível (fluido que mantém


constante a densidade apesar das variações na pressão e na
temperatura) que entra em um tubo será igual aquele que está saindo
do tubo;

• a vazão medida num ponto ao longo do tubo será igual a vazão num
outro ponto ao longo do tubo, apesar da área da seção transversal do
tubo em cada ponto ser diferente.

Q = A1 v1 = A2 v2 = constante
Equação da Continuidade

Isto equivale a dizer que:

• No escoamento de fluidos incompressíveis em regime permanente, a


vazão em volume, ou simplesmente a vazão, que passa através de
qualquer seção do tubo de corrente é constante.

•De forma genérica:

Q = A1 v1 = A2 v2 = constante
Q=A.V,
onde: V=velocidade média
Problema Resolvido 1
Uma mangueira de diâmetro de 2 cm é usada para
encher um balde de 20 litros.
a)Se leva 1 minuto para encher o balde. Qual é a
velocidade com que a água passa pela mangueira?

b)Um brincalhão aperta a saída da mangueira até ela


ficar com um diâmetro de 5 mm, e acerta o vizinho
com água. Qual é a velocidade com que a água sai da
mangueira?
Problema Resolvido 1
Solução:
a) A área da seção transversal da mangueira será dada por
A1 = πr2 = π(2 cm /2)2 = π cm2.
Para encontrar a velocidade, v 1 , usamos

Taxa de escoamento (vazão)=


A1v1 = 20 L / min = 20 x 103 cm3 / 60s
v1= (20 x 103 cm3 / 60 s) / (π cm2) = 106,1 cm/s.

b) A taxa de escoamento ( A1v1 ) da água que se aproxima da


abertura da mangueira deve ser igual a taxa de escoamento que
deixa a mangueira ( A2v2 ). Isto resulta em:
v2= A1v1 / A2 = (π. 106,1) / (π. (0,5/2)2) = 1698 cm/s.
Problema Resolvido 2
Num sistema de drenagem, um tubo de 25 cm de
diâmetro interno drena para outro tubo
conectada de 22 cm de diâmetro interno.
Se a velocidade da água através do tubo maior é 5
cm/s, determine a velocidade média no tubo
menor.
Problema Resolvido 2
SOLUÇÃO
Usando a equação da continuidade, temos
A1 v1 = A2 v2
π(12,5 cm)2 (5 cm/s) = π(11,0 cm)2 (v2)
Resolvendo para v2:
v2 = 6,42 cm/s.
Problema Resolvido 3
Assumindo o fluxo de um fluido incompressível
como o sangue, se a velocidade medida num
ponto dentro de um vaso sanguíneo é 40 cm/s,
qual é a velocidade num segundo ponto que tem
um terço do raio original?
Problema Resolvido 3
Este problema pode ser resolvido usando a equação da continuidade:
ρ1A1v1= ρ2A2v2 onde:
ρ é a densidade do sangue
A é a área da seção transversal
v é a velocidade
e os subscritos 1 e 2 referem-se às localizações dentro do vaso.
Desde que o fluxo sangüíneo é incompressível, temos
 ρ1= ρ2
 v1 = 40 cm/s
 A1=πr12
 A2 = πr22 r2=r1/3, A2= π(r1/3)2 = (π r12)/9 ou A2=A1/9
 A1/A2 = 9

Resolvendo:
v2 = (A1v1)/A2 = 9 v1 = 9 x 40 cm/s = 360 cm/s
Problema Exercícios
1 - Seja Vz = Vz (z, t), o único componente de um escoamento unidirecional e
transiente, o qual o fluído escoa ao longo de um conduto. A massa específica varia de
acordo com  = 0 [ (1 + cos wt) ]n, onde w e n são constantes. Determine a expressão
para Vz se, em z = 0, Vz = V0 .

2 - Com base na equação da continuidade:

a) Verifique se o campo de velocidade V (x, y, z) = (3x + cosy)i + (2 senx – 3y)j – (2)k


representa um escoamento incompressível em regime permanente.

b) O escoamento de um grande fluído incompressível e regime permanente em


coordenadas retangulares é dado pelos componentes de velocidades Vx = - x2 z e Vz
= z2 x3, onde Vy é desconhecido. Encontre Vy, sabendo-se que em Vy = V0 , y = 0.
Problema Exercícios
3 - Em um escoamento unidimensional e transiente para um fluído incompressível, a
velocidade varia de acordo com Vx = V0 - w sen wt x, onde w é uma constante:
(2 – cos wt)
Determine a expressão para a massa específica (t), se, em t = 0, (t) = 0 .

4-
4
Equação de Bernoulli
para fluidos ideais
O que são “Fluidos Ideais”?
 Por definição:

“Escoamento ideal ou escoamento sem atrito, é


aquele no qual não existem tensões de
cisalhamento atuando no movimento do fluido”.
O que são “Fluidos Ideais”?
 De acordo com a lei de Newton, para um fluido em movimento esta condição
é obtida
- Quando a viscosidade do fluido é nula (ou desprezível):

µ=0
ou
-Quando os componentes da velocidade do escoamento não mais exibem variações
de grandeza na direção perpendicular ao componente da velocidade considerada:

dv x
=0
dy
Condições Ideais de Escoamento

Um fluido que quando em escoamento satisfaz


as condições acima, é chamado de fluido ideal.
Equação de Bernoulli

•A equação de Bernoulli é um caso


particular da equação da energia
aplicada ao escoamento, onde
adotam-se as seguintes hipóteses:
Equação de Bernoulli
 Escoamento em regime permanente
 Escoamento incompressível
 Escoamento de um fluido considerado ideal, ou seja, aquele onde
a viscosidade é considerada nula, ou aquele que não apresenta
dissipação de energia ao longo do escoamento
 Escoamento apresentando distribuição uniforme das
propriedades nas seções
 Escoamento sem presença de máquina hidráulica, ou seja, sem a
presença de um dispositivo que forneça, ou retira energia do
fluido
 Escoamento sem troca de calor
Equação de Bernoulli

• A energia presente em um fluido em escoamento sem


troca de calor pode ser separada em três parcelas:

• Energia de pressão (piezocarga);


• Energia cinética (taquicarga);
• Energia de posição (hipsocarga);
Equação de Bernoulli
 A equação pode ser escrita em termos de
cotas:

H 1  H 2  H L  H eixo

Energia Energia Energia Energia


em 1 em 2 Perdida por fornecida (+) ou
atrito e calor retirada (-) por
um eixo

Equação de Bernoulli modificada


Equação de Bernoulli
 Consideramos um trecho sem derivações, de uma
instalação hidráulica::

PHR - plano horizontal de


referência;
Zi - cota da seção i, tomando-se
como base o eixo do conduto em
relação ao PHR;
Vi - velocidade média do
escoamento na seção i;
pi - pressão estática na seção i.
Equação de Bernoulli

 Pela condição do escoamento em regime


permamente, pode-se afirmar que entre as seções (1)
e (2) não ocorre, nem acúmulo, nem falta de massa,
ou seja:

A mesma massa m que atravessa a seção (1),


atravessa a seção (2).
Equação de Bernoulli
 Considerando as seguintes suposições:
 Escoamento permanente e laminar;
 Não há perdas por atrito;
 Não há eixo realizando ou fornecendo trabalho;
 Não há transformação de calor;
 A energia interna é constante em dois pontos.

2 2
p1 V p2 V
  z1 
1
  z2  const
2
 1 2g  2 2g
Equação de Bernoulli
“A energia ao longo de um tubo de corrente é constante”
É importante saber que:

z  c arg a potencial ou cota geométrica


p
 c arg a de pressão ou piezocarga

2
v
 c arg a cinética ou taquicarga
2g
Velocidade média em Coordenadas Cartesianas Velocidade média em Coordenadas Cilíndricas

𝐴
‫׭‬0 𝑣𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦
<V(z)> média = 𝐴
‫׭‬0 𝑑𝑥 𝑑𝑦
Instrumentos de referência – Diferença de pressão I. B. de Paula

- Manômetro é utilizado para medir diferença de pressão com base na


relação entre pressão e altura de carga hidrostática equivalente de um
fluido.

- Existem diferentes variações de projeto deste equipamento, permitindo


medições na faixa de 0.001mm até vários metros de altura de fluido
manométrico.

175
MANÔMETROS TRANSDUTORES
Instrumentos de referência – Diferença de pressão I. B. de Paula

- Manômetro de tubo em U consiste em um tubo transparente, dobrado em


U, cheio com um fluido indicador de massa específica ρm.

PA PB
-As pressões PA e PB, aplicadas nas superfícies livres
do líquido, causam um deslocamento da coluna de
líquido de acordo com a diferença entre PA e PB.
ρ
H
-Utilizando conceitos de hidrostática, podemos
facilmente modelar esse equipamento.

-No ponto 0) P0  PA  gH  m gh


h
ρm -No ponto 1) P1  PB  gH  gh
-Como a pressão nos pontos 1 e 2 são iguais, pode-se
0 1
igualar as equações.
PA  gH  m gh  PB  gH  gh
PB  PA  m   gh
Instrumentos de referência – Diferença de pressão

- Manômetro de tubo em U consiste em um tubo transparente, dobrado em


U, cheio com um fluido indicador de massa específica ρm.

PA PB

PB  PA  m   gh
ρ
H
-A sensibilidade do equipamento é dada por:

K  1/m   
eq.
inicial -Logo, para maximizar a sensibilidade do equipamento
ρm h deve-se escolher um fluido manométrico que minimize
a diferença de massas específicas, e que não seja
solvente do fluido de trabalho
0 1
Instrumentos de referência – Diferença de pressão

Manômetro de tubo em U.

- Algumas correções podem ser aplicadas às leituras dos manômetros. A


variação da massa específica dos fluidos com a temperatura é uma delas.

- Efeitos de capilaridade podem ser corrigidos, mas normalmente o uso de


tubos com diâmetros suficientemente grandes é suficiente para desprezar
esses efeitos.

- Cuidado especial deve ser tomado com a utilização de misturas de fluidos.

- A evaporação diferenciada dos componentes da mistura pode alterar sua


massa específica. Na verdade deve-se evitar misturas de fluidos nas
medidas onde se espera maior exatidão.
Instrumentos de referência – Diferença de pressão

- Manômetro de tubo em U inclinado O manômetro de tubo em U inclinado


opera de acordo com o mesmo princípio que se aplica ao manômetro em U
normal. Porém, com maior sensibilidade, pela inclinação de um dos ramos
do tubo, que produz um deslocamento maior para um dado valor da coluna
vertical de fluido.

-sensibilidade do manômetro aumenta conforme


diminui o ângulo θ.

-A distância vertical h entre o nível de líquido nos


dois ramos do manômetro é obtida do seguinte
equacionamento:
L PA  gH  gh  PB  gH  mgL sen 

P  m   gL sen( )


Experimento de Reynolds
• Ler o texto indicado e
descrever com suas
palavras o experimento
de Reynolds

• Entender o Número de
Reynolds
TABELA DE RUGOSIDADE RELATIVA
1 - De uma pequena barragem, parte uma canalização de 250 mm de diâmetro com poucos
metros de extensão, havendo depois uma redução para 125 mm. Do tubo de 125 mm a água
passa para a atmosfera sob a forma de jato. A vazão foi medida, encontrando-se 105
litros/segundos. Considere as perdas desprezíveis. Calcular:

a) A pressão da seção inicial da tubulação de 250 mm;


b) A altura da água H na barragem;
c) A potência bruta do jato m CV.
2 - Um reservatório de grande seção transversal é dotado de um tubo horizontal
de saída, que contém um líquido perfeito. Determinar a velocidade do jato,
quando a superfície livre está situada na cota de 4 metros em relação ao eixo do
tubo e o número de Reynolds no local = 0,05 metros sabendo-se que  = 1 x 10-
5 m2/s.
3 - A água escoa na tubulação da figura abaixo cálculo o diâmetro d, para que
as leituras manométricas sejam as mesmas.
4 - Com o tubo de Pitot, mede-se a velocidade da água no centro de um
conduto com 25 cm de diâmetro. A diferença de carga é de h = 0,1 m. Devido
ao grande diâmetro supõe-se que a velocidade média da água neste tubo,
corresponde a 2/3 da velocidade no seu centro. Calcular a vazão em
litros/segundos (l/s).
5 - Um tubo de Pitot estático, conforme figura abaixo, é usado com um manômetro
de mercúrio, densidade relativa igual a 13,6 para medir a vazão de um fluido
incompressível não viscoso com massa específica relativa igual a 1 ( = 1), em
regime permanente, numa tubulação de 8 cm de diâmetro. Qual é a vazão do
fluido escoando pelo duto?
Em que “” é a rugosidade
interna da tubulação
Perda de Carga

• Chama-se esta energia dissipada pelo


fluido de PERDA DE CARGA (hp), que tem
dimensão linear, e representa a energia
perdida pelo líquido por unidade de
peso, entre dois pontos do escoamento.
Perda de Carga

• A perda de carga é uma função complexa de diversos


elementos tais como:

• Rugosidade do conduto;
• Viscosidade e densidade do líquido;
• Velocidade de escoamento;
• Grau de turbulência do movimento;
• Comprimento percorrido.
Perda de Carga

• Com o objetivo de possibilitar a obtenção de


expressões matemáticas que permitam prever as
perdas de carga nos condutos, elas são classificadas
em:

• Contínuas, distribuídas ou por atrito

• Localizadas
Perda de Carga Distribuída

• Ocorrem em trechos retilíneos dos condutos;

• A pressão total imposta pela parede dos


dutos diminui gradativamente ao longo do
comprimento;

• Permanece constante a geometria de suas


áreas molhadas;

• Essa perda é considerável se tivermos


trechos relativamente compridos dos dutos.
Perda de Carga Localizada

• Ocorrem em trechos singulares dos condutos tais


como: junções, derivações, curvas, válvulas,
entradas, saídas, etc;

• As diversas peças necessárias para a montagem da


tubulação e para o controle do fluxo do escoamento,
provocam uma variação brusca da velocidade (em
módulo ou direção), intensificando a perda de
energia;
Equação de Bernoulli
para fluidos reais
 Para fluidos reais tem-se:
2 2
p1
v p2 v
z1    z2  
1
H
+ cte 2
 2g  2g
 Quando a equação de Bernoulli é aplicada a dois
pontos de um conduto com velocidade constante e
mesma cota, tem-se a perda de carga dada por:

p1 – p2
H
• E HT é um termo relativo a perda de carga devida ao consumo de
energia de uma turbina.
Fórmula universal da Perda de Carga distribuída
• A fórmula de Darcy-Weissbach, permite calcular a perda de carga ao longo
de um determinado comprimento do condutor, quando é conhecido o
parâmetro f, denominado “coeficiente de atrito”:

L
H

Onde:
L = LAtrito + LLocalizada
Fórmula universal da Perda de Carga distribuída

• Darcy-Weissbach: L
H
• O coeficiente de atrito, pode ser determinado utilizando-se
o diagrama de Moody, partindo-se da relação entre:
• Rugosidade e Diâmetro do tubo (ε/D)
• Número de Reynolds (Re)
• O número de Reynolds é um parâmetro adimensional que
relaciona forças viscosas com as forças de inércia, e é
dado por:

Re= ρ = massa específica;


ρvD v = velocidade;
D = diâmetro;
μ = viscosidade dinâmica
Diagrama de Moody
Fórmula universal da Perda de Carga distribuída

• Para a região de números de Reynolds inferiores a 2000 (regime


laminar) o comportamento do fator de atrito pode ser obtido
analiticamente por intermédio da equação de Hagen-Poiseuille
conduzindo à função:

f = 64/Re

Métodos para a determinar perdas de cargas localizadas

• Método do Coeficiente de Resistência

• Método do Comprimento Equivalente


Cálculo das Perdas de Carga localizadas
(Método do Coeficiente de resistência)
• As perdas de carga localizadas podem ser expressas em termos de
energia cinética (v2/2g) do escoamento. Assim a expressão geral:

H
hp = k v2/2g
Onde:
v=velocidade média do conduto em que se encontra inserida a
singularidade em questão;
k=coeficiente cujo valor pode ser determinado experimentalmente

A perda de carga total será:


HTotal = Hf (Darcy) + HL (Coeficiente de Resistência)
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
B) CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA PELO MÉTODO
DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES

A técnica consiste em adicionar ao comprimento real (L), dos tubos


retos de seção circular constante, comprimentos de tubos com o mesmo
diâmetro ao conduto, capazes de provocar a mesma perda de energia gerada
pelo acessório.

Este comprimento equivalente pode ser obtido por 2 modos:

 Tabelas de Comprimentos Equivalentes


 Tabelas de L/D
O método de comprimento equivalente ( O método L e / D ) permite ao usuário descrever a perda
de pressão através de um cotovelo ou acessório como um comprimento de tubo reto .

O método L e / D simplesmente aumenta o fator multiplicador na equação de Darcy-


Weisbach (ou seja, L / D ) por um comprimento de tubo reto (ou seja, L e ), o que daria origem a uma
perda de pressão equivalente às perdas na acessórios, daí o nome “comprimento equivalente”. O
fator multiplicador torna-se, portanto, ƒ (L + L e ) / D e a equação para o cálculo da perda de pressão
do sistema é, portanto:

Onde:

L = LAtrito + LLocalizada

Deste modo tem-se:

𝐿 +𝐿 𝑣 2
∆𝐻𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 𝑓∗ 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 𝐿𝑜𝑐𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎
𝐷 2𝑔
B) CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA PELO MÉTODO
DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES

Impondo a igualdade entre as equações de perda de carga


localizada e de perda contínua, tem-se:

V2 Le V 2
hL  K  hd  f
2g D 2g

Em que Le é chamado de comprimento equivalente,


correspondente a cada singularidade.
B) CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA PELO MÉTODO
DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES

Da equação anterior pode-se facilmente obter uma expressão


para a determinação do comprimento equivalente, como:

Le K

D f
B) CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA PELO MÉTODO
DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES

Le K

D f

Portanto, o método dos comprimentos equivalentes consiste


em substituir, para simples efeito de cálculo, cada acessório da instalação
por comprimentos de tubos retilíneos, de igual diâmetro, nos quais a
perda de carga seja igual à provocada pelo acessório, quando a vazão em
ambos é a mesma.
B) CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA PELO MÉTODO
DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES

Assim, cada comprimento equivalente é adicionado ao


comprimento real da tubulação, a fim de simplificar o cálculo,
transformando o problema em um problema simples perda distribuída.

Deve-se observar pela equação Le/D = K/f que o comprimento


equivalente é uma função do coeficiente de atrito f, e este não é fixo para
uma determinada perda e diâmetro, mas depende do número de Reynolds
e do coeficiente de rugosidade do conduto.
B) CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA PELO MÉTODO
DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES

IMPORTÂNCIA RELATIVA DAS PERDAS LOCALIZADAS


Cuidados no caso de velocidades muito elevadas  É importante
assinalar que, no caso de tubulações funcionando com velocidades
elevadas, as perdas de carga localizadas passam a ter valores que chegam
a ultrapassar os valores das perdas ao longo das linhas.
Experiência
 Regime permanente;

 Cilindro isolado e submetido a ∇T como apresentado na Fig. 2.1

 Mede-se a taxa de transferência de calor na direção


Escrevendo a expressão para o limite
quando
- normal à área de temperatura constante
(superfície isotérmica)
- fluxo conforme a 2a Lei:

- Geralizando-se a Lei de Fourier:


• Onde:
Dado: K (tijolo refratário) = 1,7 w/mK
1) q = K (A/L) (Tint - Text)

100 = 0,15 (1/0,01) ( Tint - 75 )

Tint = 75 + ( 100 . 0,01 / 0,15 )

Tint = 81,67 °C

2)

q = K (A/L) (Tint - Text)

q = 1,7 (0,5 . 1,2/0,15) ( 1400 - 1150 )

q = 1.700 W
q = 2  40 . 43 ( 115 - 90 ) / ln (0,05/0,03)

q = 528.722 kW
45,13 = 2 .  . 1 . (130 – T2) / [(ln(6/4))/ 17]
q = 2 .  . 1 . (130 – 25) / [(ln(6/4))/ 17] + [(ln(10/6))/0,035]
T2 = 130 - 45,13 . [(ln(6/4))/ 17] / 2 .  . 1
q = 45, 13 W/m
T2 = 129.83 °C
Item A:

Item B:

qconv = har A (Ts - Tar)

q = har ( D L/L) (Ts - Tar)

q = 15 ( . 0,07) (200 – 25)

qconv = 577, 27 W/m

q =   A [ (473)4 - (293,15)4 ]

q = 0,8   0,07 [ (473)4 - (293,15)4 ]

qrad =
9 Balanço de Energia em Superfícies

𝐸˙𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 − 𝐸˙𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 0

𝑞𝑐" 𝑜𝑛 − 𝑞𝑐𝑜𝑛
" − 𝑞𝑟" 𝑎 = 0
Uma barra longa feita de material condutor com diâmetro D
e resistênc ia elétrica por unidade de comprimento 𝑹𝒆′
encontra-se em equilíbrio térmico com o ar ambiente e sua
vizinhança. Essa condição de equilíbrio é perturbada
quando uma corrente elétrica I passa através da barra.
11
Desenvolva uma equação que poderia ser utilizada para calcular
a variação da temperatura da barra em função do tempo durante
a passagem da corrente.
Balanço de Energia

𝐸˙𝑔 − 𝐸˙𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝐸˙𝑠𝑡

𝐸˙𝑔 = 𝐼 2 𝑅𝑒′
𝐿
𝐸˙𝑠𝑎í𝑑𝑎 = ℎ 𝜋𝐷𝐿 𝑇 − 𝑇∞ + 𝜀 𝜋𝐷𝐿 𝑇 4 − 𝑇𝑣𝑖
4

˙ 𝑑𝑇
𝐸𝑠𝑡 = 𝜌𝑐∀
𝑑𝑡
Balanço de Energia

𝐸˙𝑔 − 𝐸˙𝑠𝑎í𝑑𝑎 =
𝐸˙𝑠𝑡
4
𝐼 2 𝑅𝑒′ 𝐿- ℎ 𝜋𝐷𝐿 𝑇 − 𝑇∞ + 𝜀 𝜋𝐷𝐿 𝑇 4 − 𝑇𝑣𝑖 = 𝜌𝑐∀ 𝑑𝑇
𝑑t

4
𝑑𝑇 𝐼 2 𝑅𝑒′ 𝐿- ℎ 𝜋𝐷𝐿 𝑇 − 𝑇∞ + 𝜀 𝜋𝐷𝐿 𝑇 4 − 𝑇𝑣𝑖
=
𝑑𝑡 𝜌𝑐 𝜋𝐷2 /4
Os gases quentes de combustão em um forno são separados do
14
ar ambiente e de sua vizinhança, que estão a 25°C, por uma
parede de tijolos de 0,15m de espessura. O tijolo tem uma
condutividade térmica de 1,2W/mK e uma emissividade
superficial de 0,8.
Em
15 condições de regime permanente, a temperatura da superfície
externa é medida e o valor obtido é igual a 100°C. Se o
coeficiente convectivo é igual a 20W/m2K, qual a temperatura da
superfície interna do tijolo?
Balanço de Energia

𝐸˙𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 − 𝐸˙𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 0

𝑞𝑐" 𝑜𝑛 − 𝑞" − 𝑞" =0


𝑐𝑜𝑛𝑣 𝑟𝑎𝑑

𝑇1 − 𝑇2 = ℎ 𝑇 − 𝑇 + 𝜀𝜎 𝑇 4 − 𝑇 4 = 0
𝑘 2 ∞
2 𝑣𝑖𝑧
𝐿
𝑇1 = 625𝐾 = 352°𝐶
RESUMO DA LEI DE FOURIER
- Generalização de observações experimentais;

- Define a propriedade Condutibilidade Térmica;


- Expressão vetorial: o fluxo de calor é normal à
superfície isotérmica e no sentido de T decrescente;

- Aplica-se a todos os estados da matéria.


Propriedades Térmicas da Matéria
2.1.1 Propriedades Térmicas da Matéria
2.1.2 Equação da Difusão de Calor
Objetivos:
 Quantificar o fenômeno da T.C.;

 Distribuição de temperatura no corpo;


 Considerações do material: resistência;
durabilidade, processos, etc.
Hipóteses:
- meio homogêneo;
- só transferência de energia por calor;

Figura 2.3: Volume de Controle em Coordenadas Cartesianas


Em notação simbólica:

• em palavras: A taxa (III) de variação temporal da energia interna


dentro do V.C. é igual à taxa líquida (I) de condução de calor para o
V.C. mais a taxa volumétrica de geração (II) de energia interna no
V.C.
CASOS PARTICULARES:
2.1.3 Cilindro

Figura 2.4: Volume de Controle diferencial


para coordenadas cilíndricas
Vetor Fluxo de Calor (Lei de Fourier)

Aplicando o Operador Divergente

Equação Geral em Coordenadas Cilíndricas


Condições de Contorno
- Temperatura na superfície constante

- Fluxo térmico na superfície constante

a) Fluxo térmico finito


2.2 Condições de Contorno
b) Superfície isolada ou adiabática

- Condição de convecção na superfície


Dados: A massa específica e o calor específico do alumínio são
iguais a 2700 kg/m3 e 900 J/(kg.K), respectivamente.
Taxa Líquida de calor que Entra = Taxa Líquida de calor que Sai

720 A = h A (Ts - 20) +   A [ (Ts)4 - (293,15)4 ]

720 = 20 (Ts - 20) + 0,25 . 5,67 x 10-8 . ((Ts)4 - (293,15)4)


1,42 x 10-8 . (Ts)4 + 20 Ts - 1224,7 = 0

Ts = 61,22502 °C

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