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A toda minha família especialmente a minha mãe que mesmo diante de várias
dificuldades sempre tentou prestar o seu máximo apoio.
I
Talvéz não tenha conseguido
fazer o melhor, mas lutei para
que o melhor fosse feito. Não
sou o que deveria ser, mas
graças a Deus não sou o que era
antes.
“Marthin Luther King”
II
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus que me deu vida até chegar a este momento tão
especial da minha vida.
Ao Prof. Dr. Eng. António Cumbane, meu supervisor, que sempre se disponibilizou
para prestar sugestões e críticas para a materialização deste trabalho.
A minha familia mãe, tios, tias, primas, primos pelo apoio moral e financeiro que
sempre souberam dar nos momentos que tanto precisava.
III
DECLARAÇÃO SOB COMPROMISSO DE HONRA
Eu, Acácio Carlos Tinga, declaro por minha honra que este trabalho é de minha inteira
autoria e foi realizado com base na bibliografia apresentada.
________________________________________________
IV
RESUMO
V
Comparando a mesa vibratória e a espiral concentradora para mesmos caudais de
alimentação viu-se que a mesa vibratória tem bons resultados em termos de
recuperação e rendimento em relação a espiral concentradora, embora a espiral apartir
de 1.0TPH apresente níveis de Al2O3 (o objectivo principal do WZC é a remoção deste
contaminante) inferiores aos da mesa, a recuperação de ZrO2 continua baixa.
Com base nessas análises chega-se a conclusão de não ser viável a substituição das
mesas vibratórias pelas espirais concentradoras no subcircuito intermédio do zircão,
pois isto implicaria redução na recuperação e rendimento global do circuito húmido do
zircão.
VI
ABSTRACT
This study aims to evaluate the replacement possibility of the shaking tables by spirals
concentrators at the middling scavenger circuit inside the wet zircon circuit on the
mineral separation plant at the Kenmare Moma mining and processing (Mauritius) Lda.
The wet zircon circuit main purpose is zircon first preparation done by removing the
contaminants TiO2 at the up-current classifier and other contaminants mainly the Al2O3
on a bank of spirals concentrators and shaking tables the SiO2 also is removed
enriching the Zircon for the final concentration in dry zircon circuit.
The study was done based on the recovery analysis of the valuable mineral ZrO 2 and
the contaminants Al2O3, SiO2 and TiO2 and also the gravity separation devices yield. To
achieve this aim an in-out balance around these devices was done to measure what
comes in and what goes out (feed, middlings and tails). The test was performed varying
the feed rate and maintaining constant the others operation variables and for each feed
rate was taken samples to measure the feed and products quality.
The feed and products quality determination was done based on the X-ray fluorescence
and was the sieving used to determine the particles size distribution and the results
revealed that the feed is composed mainly by coarse and intermediate (non coarse
neither fine) particles of ZrO2 and intermediate particles of contaminants Al2O3, SiO2
and TiO2. The slurry and solids specific gravity was 1.12 and 4.45 and the designed
process densities for this circuit are 1.13 and 4.45 respectively and also a cut point of
165μm meaning that there is a probability of 50% that particles with this diameter or
close to this will report to either concentrate or rejects.
The optimum point for the shaking table was 0.5TPH with 94% of ZrO2 recovery and
87% of the device yield, 0.85TPH was the optimum point for the spiral concentrator with
59% of ZrO2 recovery and 58% of the device yield, additionally the shaking table
showed better results in the range of 0.5TPH to 1.0TPH and the spiral from 0.8 to
1.30TPH.
Comparing both devices in the same feed rate range it seen that the shaking table has
better results than spiral concentrator although from 1.0TPH forward the spiral has
lower levels of Al2O3 in the concentrate stream (the main purpose is to remove widely
this contaminant) than in the shaking table one but the ZrO2 remain lower in the spiral.
VII
The main conclusion is that, considering these parameters (recovery and yield) the
shaking table is irreplaceable in place of spiral concentrators in the middling scavenger
circuit, the replacement would result in losses in the overall wet zircon circuit recovery
and yield.
Key words: Spiral concentrator, shaking table, zircon, mineral, separation, slurry,
density and particles.
VIII
ÍNDICE DE CONTEÚDOS
DEDICATÓRIA ................................................................................................................ I
AGRADECIMENTOS .................................................................................................... III
RESUMO ....................................................................................................................... V
ABSTRACT .................................................................................................................. VII
CAPÍTULO I: NOTAS INTRODUTÓRIAS ................................................ 1
1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
1.2. OBJECTIVOS ................................................................................................... 3
1.2.1. Geral ........................................................................................................... 3
1.2.2. Especifícos ................................................................................................. 3
1.3. METODOLOGIA ............................................................................................... 4
1.3.1. Pesquisa bibliográfica ................................................................................. 4
1.3.2. Parte experimental ..................................................................................... 4
1.3.3. Apresentação e tratamento de Dados ........................................................ 4
1.3.4. Elaboração do relatório final de estágio...................................................... 4
CAPÍTULO II : REVISÃO DA LITERATURA............................................. 5
2.1. MINERAIS PESADOS ....................................................................................... 5
2.1.1. Minerais de interesse commercial .............................................................. 6
2.1.2. Zircão.......................................................................................................... 7
2.2. BENEFICIAMENTO DE MINERAIS........................................................................... 11
2.2.1. Princípios de beneficiamento de minerais ................................................ 11
2.2.2. Propriedades físicas usadas no beneficiamento de minerais ................... 12
2.2.3. Separação gravítica .................................................................................. 13
CAPÍTULO III : TRABALHO PRÁCTICO ................................................ 34
3.1. KENMARE MOMA MINING AND PROCESSING (MAURITIUS) LDA ............. 34
3.1.1. Exploração mineira ................................................................................... 34
3.1.2. Processamento Mineral ............................................................................ 35
3.2. PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................ 39
3.2.1. Materiais e equipamentos......................................................................... 39
3.2.2. Procedimentos experimentais .................................................................. 39
3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 42
3.3.1. Caracterização da alimentação ................................................................ 42
3.3.2. Caracterização dos produtos .................................................................... 46
IX
3.3.3. Análise e descussão dos resultados ........................................................ 49
CAPÍTULO IV : NOTAS CONCLUSIVAS ................................................ 52
4.1. CONCLUSÕES ............................................................................................... 52
4.2. RECOMENDAÇÕES ....................................................................................... 54
4.3. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 55
ANEXOS ................................................................................................. 58
X
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS
MP Minerais pesados
XI
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2. 7: (A) Mistura binária homogênea; (B) Mistura binária estratificada .............. 20
Figura 2. 8: Forças agindo sobre uma partícula na conecentração em camada fina ... 25
XII
ÍNDICE DE TABELAS
XIII
ÍNDICE DE GRÁFICOS
XIV
ÍNDICE DE ANEXOS
Tabela A-8: XRF das Fracções e DTP para alimentação da espiral concentradora ..... vii
Tabela A-9: XRF das Fracções e DTP para alimentação da mesa vibratória .............. viii
Tabela A-10: Média da XRF das Fracções e DTP para alimentação ........................... viii
XV
CAPÍTULO I: NOTAS INTRODUTÓRIAS
1.1. INTRODUÇÃO
A Kenmare Resources plc é uma empresa Mineira Irlandesa com sede em Dublin. A
principal actividade desta empresa está na mina de Minerais de Titânio no distrito de
Moma localizado a norte da costa este de Moçambique. O distrito de Moma está
localizado na parte sul da província de Nampula, confinado a norte com o distrito de
Mogovolas, a sul com o Oceano Índico, a este com os distritos de Pebane e Gilé na
Zambézia. As areias pesadas representam o minério com peso económico mais
significativo e com larga perspectiva de desenvolvimento. As mesmas localizam-se na
zona de Topuito no Posto administrativo de Larde, onde são exploradas pela empresa
Kenmare (empresa concessionária), (Ministério da administração Estatal “perfil do
distrito de Moma”, 2013).
A Mina contém depósitos de minerais pesados (MP) onde estão inclusos os minerais
de titânio ilmenite e rutilo, bem como o mineral do silicato de zircónio, o zircão.
O zircão (ZrSiO4) é um mineral não magnético e não condutor com densidade de 4.68
g/cm3, na sua forma pura consiste de 67.22% e 32.78% (W/W) de ZrO 2 (Óxido de
zircónio) e SiO2 (Sílica) respectivamente (Elsner, 2010).
Algumas das mais comuns aplicações dos minerais de zircão são: fundição, cerâmica,
tijolos refractários e nas indústrias de zircónio (Pirkle e Podmeyer, 1993).
1
O subcircuito intermédio do circuito húmido de zircão é muito importante na produção
do zircão porque é neste onde se recupera a maior parte do mineral valioso pesado
(MPV) que foi perdido no circuito do underflow que não foi rejeitado, bem como uma
parte do concentrado dos subcircuitos dos rejeitos que é recirculada para este
subcircuito. O subcircuito intermédio é constituído pelas espirais limpadoras SP0304
até SP0306 que fazem limpeza do produto intermédio das espirais de debastamento
(rougher) e pelas mesas vibratórias HT3906, 08, 09,11 e HT0307 até HT0310, onde as
mesas apresentam-se num estado de obsolência e a sua manutenção não é eficiente
também acaretam custos elevados à empresa para que elas operem optimamente
além do facto deste circuito ser um dos que apresenta as maiores perdas na
recuperação do mineral de interesse em comparação com os outros circuitos da planta
se separação do mineral (MSP).
2
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Geral
O trabalho tem como objectivo geral analisar a possibilidade de substituição das mesas
vibratórias por espirais concentradoras na separação de zircão no WZC
especificamente no SCI da MSP, Kenmare Moma Processing (Mauritius) Lda.
1.2.2. Específícos
3
1.3. METODOLOGIA
Um dos primeiros passos antes da elaboração do relatório bem como a realização das
experiências para atingir os objectivos traçados foi a pesquisa bibliográfica para a
familiarização com o tema, funcionamento dos diversos equipamentos de separação
gravítica, seus parâmetros de qualidade bem como dos parâmetros operacionais.
4
CAPÍTULO II : REVISÃO DA LITERATURA
Segundo Luz et al. (2004) mineral é todo corpo inorgânico de composição química e de
propriedades físicas bem definidas encontrado na crosta terrestre. Minério é toda rocha
constituída de um mineral ou agregado de minerais contendo um ou mais minerais
valiosos possíveis de serem aproveitados economicamente. O mineral ou conjunto de
minerais não aproveitados de um minério é denominado ganga.
5
Minerais pesados são grãos de minerais provenientes de rochas ígneas e
metamórficas cuja densidade é superior a 2.9g/cm3, isto é, superior à do quartzo
(2,65g/cm3) e à dos feldspatos (2,56 a 2,76g/cm3), (Dias, 2004).
Elsner (2010) no seu livro “Heavy minerals of economic importance” acrescenta que
teoricamente minerais pesados são aqueles cuja densidade é maior que a do quartzo
(a maior rocha que forma os minerais no solo), mas na práctica são minerais pesados
aqueles que são mais densos que os fluídos de separação em meio denso como é o
caso de Bromofórmio (2.84-2.89g/cm3) e Tetrabromometano (2.94g/cm3).
Segundo Jones apud Iluka (Sd.) em Mineral sands: An overview of the industry os
principais minerais valiosos incluem: ilmenite (FeTiO3), leucoxênio (FeTiO3TiO2), rutilo
(TiO2), zircão (ZrSiO4), monazite (Ce,La,Th,Nd,Y)PO4. Actualmente embora monazite
não tem sido regularmente vendido como um produto, geralmente é armazenado ou é
enviado para as aberturas resultantes da exploração de minerais. Pequenas
quantidades de garnet e estaurolite são vendidas para usos especializados. Variações
economicamente exploradas dos minerais de titânio ocorrem entre os últimos membros
do ilmenite e rutilo incluindo o pseudorutilo e leucoxênio, bem como os minerais
polimorfos do TiO2 a anátase e brookite este último de ocorrência rara.
Na tabela 2.1 estão listados os minerais pesados mais importantes bem como as suas
propriedades físicas e fórmulas.
6
Tabela 2. 1: Propriedades físico-químicas de Minerais pesados comuns
Susceptibilidade Condutividade
Mineral Valioso SG Fórmula química
magnética eléctrica
Fonte: Jones apud Iluka (2008); Outotec “Physical characteristics of select minerals & materials”
2.1.2. Zircão
2.1.2.1. Historial
Segundo Pirkle e Podmeyer (1993) em “Zircon origin and uses”, o zircónio elementar
não existe na natureza, existindo apenas combinado com sódio, cálcio, ferro, silício,
titânio, tório e oxigénio para formar diferentes minerais de zircónio. Dos minerais de
zircão, baddeleyite (ZrO2) e zircão (ZrSiO4) são explorados a escala industrial, os
outros minerais de zircão são raros e ainda não foram encontrados depósitos
suficientemente adequados para a exploração.
O zircão segundo Iluka’s Jacinth-Ambrosia Project apud Jones (s.d.) “Mineral sands-an
overview of industry” é um dos maiores produtos das indústrias mineiras aparecendo
como um subproduto da produção dos minerais de titânio. Em muitos projectos o
zircão é somente um subproduto minoritário e raramente pode ser considerado como
sendo um produto principal.
O zircão (ZrSiO4) é um mineral não magnético e não condutor com densidade de 4.68
g/cm3, que na sua forma pura consiste de 67.22% e 32.78% (w/w) de ZrO2 (Óxido de
7
zircónio) e SiO2 (sílica) respectivamente Elsner (2010) e segundo Pirkle e Podmeyer
(1993) em “Zircon: origin and uses” o zircão ainda pode conter partículas de háfnio (Hf)
tipicamente de até 1% (w/w).
2.1.2.2. Propriedades
Pirkle e Podmeyer (1993) em “Zircon: origin and uses” dizem que as diferentes
aplicações do zircão enfatizam as diferentes propriedades físicas das matérias-primas.
A combinação das propriedades desejadas demanda um alto conteúdo de ZrO2 e
baixo teor de Al2O3, TiO2, Fe2O3 e sílica onde o alto conteúdo de ZrO2 implica desejo
de um produto que contenha alta percentagem de zircão, o baixo teor de TiO2 implica
restrição de quantidades de ilmenite, leucoxênio e rutilo que o produto possa conter. O
baixo teor de Al2O3 significa que os minerais de alumínio como a cianite, silimanite e
coríndon devem ser minimizados e quanto à baixa percentagem de Fe2O3 restringe os
contaminantes que o ferro pode conter como ilmenite e magnetite, enquanto que a
sílica requerida limita o conteúdo de quartzo que pode conter.
1
Medida de quantidade de radiação de certo material por unidade de massa, ou seja, actividade
especifica equivalente a 1 pCi = 0.037 desintegrações por segundo.
8
Figura 2. 1: Ilustração de zircão
2.1.2.3. Aplicações
9
Tabela 2. 2: Campo de aplicação do zircão e suas características principais
Excelente superficie de
vazamento; resiste à
penetrção de matais;
resiste à reação com
Moldes de area, Machos e muitas ligas metálicas;
Fundição moldes para arrefecimento reduzindo auxílio de
de metais. ligantes; Alta
conducitvidade térmica;
baixo coeficiente de
expansão e alta densidade
bulk.
Reduz corosão; Aumenta o
temo de vida de colheres
de fundição; resiste a
reação com metais
fundidos e escória;
Excelentes propriedades
Tijolo de concha, Bocal
refractométricas para ligas
Refractometria com preenchimento de
a altas temperaturas;
Conchas, Almofariz e
Desgaste reduzido devido
revestimentos.
a baixa expansão térmica;
tempo de vida longo;
Densidade bulk elevada;
Alta conductividade
térmica.
Vidros, Artigos sanitários,
Melhora a opacidade;
tijoleiras de parede, Louça,
aumenta a resistência do
Cerâmica porcelanas eléctricas,
vidro; permite controlo da
tijolos de vidro, obras de
textura do vidro.
arte industriais.
10
2.2. BENEFICIAMENTO DE MINERAIS
11
2.2.2. Propriedades físicas usadas no beneficiamento de minerais
12
método é muitas vezes usado para separar minerais pesados encontrados na praia
ou correntes de pláceres.
13
diferença criará uma força significativa de estratificação e o leio será estratificado em
grau significante. Um indicador geralmente usado para prever a facilidade cujos
minerais de densidades diferentes podem ser separados por processos gravíticos é
chamado de taxa de concentração ou critério de concentração (CC).
Segundo Luz et al., (2010), o critério de concentração foi originalmente sugerido por
Taggart, com base em experiência industrial aplicado à separação de dois minerais em
água e pode ser determinado pela seguinte equação:
h f
CC (2.1)
l f
Onde:
CC Significado
>2.5 Separação eficiente até 74μm
2.5-1.75 Separação eficiente até 147μm
Separação possível até 1.4mm, porém
1.75-1.50
difícil
1.70-1.20 Separação possível até 6 mm, porém difícil
Fonte: Luz et al. (2010)
14
2.2.3.1.1. Aceleração diferencial
Segundo LUZ et al., (2010) na maioria dos concentradores gravíticos uma partícula
sofre a interferência das paredes do concentrador ou de outras partículas e portanto
pode mover-se apenas por tempo e distância curtos antes que pare ou seja desviada
por uma superfície ou por outra partícula. Assim as partículas estão sujeitas a seguidas
acelerações (e desacelerações) e em algumas condições esses períodos de
aceleração podem ocupar uma proporção significante do período de movimento das
partículas.
dv
ma m mg m ' g R (2.2)
dt
Onde:
m= massa do mineral;
a = é a aceleração;
R = é a resistência do fluido ao movimento da partícula.
g= aceleração gravidade;
m' = é a massa do fluido deslocado.
15
dv
1 g (2.3)
dt d P
m
d 1
R f 1 2 (2.4)
d 2 1 1
Onde:
16
m= coeficiente que varia de 0,5 para partículas pequenas (< 0,1 mm) obedecendo à lei
de Stokes até 1 para partículas grossas (> 2 mm) no domímio da lei de Newton.
m
d 2 p
Rh 1 (2.5)
d 2 1 p
Onde:
Rh= razão de sedimentação retardada;
ρp= densidade da polpa.
17
Figura 2. 4: Representação esquemática do mecanismo de Consolidação intersticial
Segundo Viana Jr., et al. (1980) apud Costa (2002) os principais equipamentos
baseados neste mecanismo são as espirais concentradoras, mesas vibratórias e
“vanners”.
18
2.2.3.1.5. Ação de Forças de Cisalhamento
FB K1rp
2
(2.6)
Onde:
FB=força de Bagnold;
K1=constante de proporcionalidade;
rp=raio da particula.
19
Figura 2. 6: Representação esquemática do mecanismo da acção de forças de cisalhamento
G1 G2 h
1
E1 (2.7)
2
20
Onde:
h1= altura total do leito constituido de particulas de peso G1;
h2= altura total do leito constituido de particulas de peso G2.
E E1 E2
1
2
G2 h1 G1h2 (2. 9)
Esta diferença de energia potencial entre dois estados fornece a energia disponível
para estratificação de uma mistura binária. Esta diferença é sempre positiva e resulta
no rebaixamento do centro de gravidade do sistema. Esta variação positiva mostra que
o sitema de uma mistura binária homogênea é instável e que tende a buscar um
estado mais estável, ou seja, com menor energia potencial. A estratificação está por
isso relacionada a uma redução de energia, sendo esta a causa física para que o
processo ocorra (Burt, 1984 apud Costa, 2002).
21
2.2.3.2. Equipamentos de separação gravítica
A alimentação para os Jigues, Cones e Espirais deve se possível ser classificada antes
da separação e cada fracção deve ser tratada separadamente. Em muitos casos seja
como for, a remoção dos materiais grossos por peneiramento em paralelo com a
remoção dos lodos é adequada. Processos que utilizam separação em filmes móveis,
como é o caso de mesas vibratórias e quadros inclinados devem sempre ser
precedidos por uma boa classificação hidráulica em multi-hidroclassificares.
22
Embora muitos transportes de polpa sejam conseguidos pelo uso de bombas
centrífugas e conductas tubulares, quando possível devem ser feitos pelo fluxo por
gravidade.
Calha simples;
Calha estrangulada;
Concentrador Reichert;
23
Mesa plana;
Jigue;
Mesa vibratória;
Espiral Concentrador;
Hidrociclone;
24
isso as partículas de maior densidade sofrem miores forças de resistência à fricção e
movem-se para baixo tão lentamente.
Quando estas quatro (4) forças estão em equilibrio, as partículas movem-se para baixo
sobre a superficie a velocidade constante que depende do tamanho e da densidade da
partícula. As partículas grossas leves têm altas velocidades enquanto as finas pesadas
têm velocidades baixas.
Onde:
Fg força de gravidade;
Fb força de impulsão;
Fd força de arraste devido ao movimento da camada fina que causa o
movimento para baixo da suerfície;
Ft força de fricção que cria resistência ao movimento da partícula para baixo da
superficie. Se a partícula for cúbica de lado l, então:
25
Ft l 3 g ( s f ) cos (2.10)
Onde:
ϕ = coeficiente de fricção dinâmico;
26
Figura 2. 10: Representação esquemática da espiral concentradora
27
Quando a espiral é alimentada, a velocidade da polpa varia de zero na superfície do
canal até um valor máximo na interface com o ar, devido ao escoamento laminar.
Ocorre também uma estratificação no plano vertical, usualmente creditada à
combinação de sedimentação retardada e consolidação intersticial, sendo também
provável que haja a ação de esforços cisalhantes. O resultado final é que no plano
vertical os minerais pesados estratificam-se na superfície do canal com baixa
velocidade e os minerais leves tendem a estratificar-se na parte superior do fluxo nas
regiões de maiores velocidades. A trajetória helicoidal causa também uma gradiente
radial de velocidade no plano horizontal que tem um efeito menor na trajetória dos
minerais pesados e substancial na dos minerais leves. Estes devido à força centrífuga
tendem a uma trajetória mais externa (Luz et al., 2004).
As espirais são feitas com ângulos de diversas inclinações. Baixos ângulos são
usados, por exemplo, para separação de minerais pesados silicosos e os ângulos
largos são usados para separar minerais pesados de suas gangas, por exemplo, zircão
(SG=4.7) da cianite e estaurolite (SG=3.6). Podem-se conseguir capacidades de 1 a 3
TPH para espirais de ângulos reduzidos e cerca do dobro desta para ângulos largos
(Wills e Napier-Munn, 2006).
A altura da espiral é geralmente de cinco (5) a três (3) voltas para estágios de
debastamento e três (3) voltas para alguns estágios de limpeza. Dado que a
eficiência/rendimento é muito sensível ao sistema de distribuição da polpa empregue
onde baixa uniformidade na alimentação resulta num substancial abaixamento no
rendimento de operação e pode conduzir a grandes perdas na recuperação, isto
influencia muito nas espirais para tratamento de carvão (Holland-Batt, 1993 apud Wills
e Napier-Munn, 2006).
28
2.2.3.2.3. Mesas vibratórias
Segundo Woollacott e Eric (1994), o mais importante separador gravítico que aplica
concentração em camada fina como mecanismo primário de separação é a mesa
vibratória e segundo Wills e Napier-Munn (2006) este fluxo em camada fina separa
efectivamente partículas grossas leves de partículas minimamente densas. A mesa
vibratória segundo estes autores é talvés o mais eficiente concentrador gravítico
aplicado na metalurgia sendo usado para tratar pequenas e mais difíceis correntes e
produz concentrado final dos produtos das outras formas de sistemas graviticos.
Woollacott e Eric (1994) dizem que a mesa vibratória consiste de um deque plano
essencialmente rectangular inclinado na horizontal através da sua largura, Figura 2.11.
A água de lavagem é adicionada continuamente para fluir em camada fina sobre a
inclinação da mesa. A vibração da mesa ao longo do seu comprimento perpendicular
ao fluxo da água é aplicada por um dispositivo mecâmico ou electro-mecânico.
29
Figura 2. 11: Vista de cima mesa vibratória
Segundo Wills e Napier-Munn (2006), quando uma camada de água flue sobre uma
superficie plana e inclinada, a água próxima à superficie é retardada pela fricção da
água absorvida na superficie, a velocidade aumenta ao longo da superficie da água.
Se as partículas do mineral são introduzidas no filme, partículas finas não se moverão
tão rapidamente do que as grossas, desde então elas ficarão submersas na porção
lenta do filme. Partículas mais densas mover-se-ão mais lentamente do que as
partículas leves e sendo assim um deslocamento lateral do material será produzido.
30
Figura 2. 13: Acção do fluxo de filme de água sobre particulas minerais
31
Figura 2. 15: Estratificação vertical entre os ressaltos
Wills e Napier-Munn (2006) dizem que concentração final tem lugar na região sem
ressaltos no fim do deque onde o leito de partículas nesta zona é geralmente de uma
ou duas partículas de profundidade.
32
A capacidade das mesas varia consoante o tamanho das partículas na alimentação e
o critério de concentração. As mesas podem processar acima de 2TPH de partículas
de 1.5mm e talvés 1TPH de material fino. Para uma margem de 100 a 150μm a
capacidade da mesa deve ser baixa na ordem de 0.5 até 1TPH. No processamento de
carvão onde se processam material acima de 15mm, capacidades maiores são
comuns. As mesas podem processar com uma boa eficiência material de até 5mm a
12.5TPH por cada deque, enquanto tonelagens acima de 15TPH por deque são
incomuns quando o maior tamanho de partículas na alimentação é de 15mm (Terry,
1974 apud Wills e Napier-Munn, 2006).
33
CAPÍTULO III : TRABALHO PRÁCTICO
Este capítulo começa por apresentar uma descrição sumária dos processos de
exploração mineira e do processamento dos minerais e depois apresenta-se os
procedimentos experimentais e seus resultados bem como a análise e discussão dos
dos mesmos.
Na mina a dragagem tem lugar em dois lagos artificiais através de três dragadoras que
alimentam duas plantas separadas de concentração húmida (“WCP A” e “WCP B”).
Antes do processo de exploração iniciar a área de dragagem deve ser preparada,
limpando a vegetação e removendo a camada superior do solo.
34
O primeiro estágio de processamento consiste em rejeitar o material grosso através de
trommel2 no caso de WCP A e peneira vibratória no caso de WCP B. O material fino na
WCP A passa por um silo como alimentação da planta enquanto que para WCP B
passa pelo processo de remoção de lodos antes de entrar no silo. A alimentação de
ambas plantas passa por vários estágios de separação gravítica em espirais
concentradoras que separam minerais pesados da silica e argila dos rejeitos.
35
alimentação directa do circuito de separação gravítica sem passar de processos de
secagem. A fracção magnética é secada e processada em separadores magnéticos e
eletrostáticos nas duas plantas de ilmenite para a produção dos produtos finais de
ilmenite. A fração não magnética que sai do WHIMS passa pelo circuito de separação
gravítica a húmido para remover silica e ganga remanescentes. Separadores
eletrostáticos e magnéticos são depois usados para separar mineral no circuito seco
de separação não magnética (DNMC) para separar o condutor (rutilo) de não condutor
(zircão).
O material condutor passa directamente para o circuito do rutilo (RC) para remoção
dos contamninantes remanescentes, e o não condutor do DNMC passa por
separadores gravíticos no circuito de separação húmida do zircão (WZC).
Legenda:
36
N/C= não condutor
Este circuito utiliza separadores gravíticos para remover partículas não valiosas leves,
esses equipamentos são: classificador contracorrente (UCC), concentradores em
espiral, mesas vibratórias juntamente com hidrociclones para alcançar a objectivo, e
também usava a quando da sua projeção um concentrador jigue,. Estes equipamentos,
juntamente com bombas centrífugas, reservatórios constituem partes issenciais do
processo.
37
Figura 3. 2: Fluxograma de processos do circuito húmido do zircão (simplificado)
Legenda:
38
3.2. PARTE EXPERIMENTAL
39
2. Com um calico bag colecta-se certa quantidade da alimentação cronometrando
o tempo de colecta pesa-se posteriorimente a amostra e faz-se o cálculo do
caudal mássico na base seca (vide equação 11 anexos) podendo regular a
abertura da válvula ou fechar a alimentação das outras mesas vibratórias para
conseguir o caudal desejado;
5. Concluida a medição dos caudais mássicos dos produtos para certo caudal de
alimentação ajusta-se um novo caudal e repetem-se os passos 2, 3 e 4 sem
esquecer-se de tirar uma amostra para cada corrente a cada caudal de
alimentação.
40
b) Determinação dos conteúdos das amostras colectadas
41
3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DTP Alimentação
45%
Distribuição de particulas (%)
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
100 150 200 250 300
Diâmetro das perticulas (μm )
ZrO2 TiO2 Al2O3 SiO2
O gráfico 3.1 e tabela 3.1 representam a distribuição da média dos tamanhos das
partículas na alimentação dos dois equipamentos. O material é composto
maioritariamente por partículas intermédias (mistas) dos contaminantes TiO2 61%,
Al2O3 68% e SiO2 43% e uma mistura de partículas de ZrO2 intermédias e grossas
onde pode-se notar ainda que as curvas da sílica e do dióxido de zircónio são quase
coincidentes o que dá entender que a maioria da sílica presente na alimentação é a
42
silica combinada, isto é, a sílica que forma o zircão sendo assim a sua análise no
desempenho dos equipamentos é indiferente.
O gráfico 3.2 mostra como está distribuida a sílica, isto é, silvre e combinada no zircão.
Distribuição de partículas (%)
95.0
75.0
55.0
35.0
15.0
-0.4 -1.1 1.7 1.0 0.5 -1.4
-5.0
250 212 180 150 125 106
Diâmetro das partículas (µm)
O gráfico 3.2 mostra a distribuição da sílica no zircão, isto é, sílica livre e combinada,
onde a silica livre predomina no intervalo de tamanhos de [125-190[µm, mas
correspondendo a uma pequena parcela da sílica total. Nos intervalos das partículas
finas e grossas é quase inexistente como pode ser visto no gráfico 3.2 que atinge
valores negativos de composição.
43
O gráfico 3.3 mostra o diâmetro critico ou diâmetro de corte que representa o diâmetro
no qual as partículas apresentam comportamentos imprevisíveis em termos da
corrente onde poderão reportar na separação em quaisquer configurações dos
equipamentos.
Tamanho de corte
100.0
90.0
Massa cumulativa (%)
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
D50=165μm
0.0
50 100 150 200 250 300 350
Diâmetro das particulas (μm)
O gráfico 3.3 mostra que partículas com diâmetro inferior ou aproximadamente igual a
165μm (diâmetro de corte ou diâmetro crítico) têm a probabilidade de 50% de serem
recolhidos nas correntes do concentrado assim como dos rejeitos e segundo as
observações e análises anteriores partículas próximas ao D50 constituem parte
integrante das partículas mistas, onde estas apresentam um comportamento
imprevisível.
44
A tabela 3.2 apresenta os resultados da determinação das propriedades físicas da
alimentação, neste caso, a densidade específica para a polpa e sólidos na polpa
determinadas pelo método volumétrico.
SG pm SG pp 1.12 1.13
E SGp 100% E SGp 100% 3.6%
SG PP 1.13
SG SG
sm sp 4.45 4.3
E 100% E SGs 100% 0.8%
SGs SG 4.3
sp
Onde:
A tabela 3.2 mostra que os valores obtidos de densidades espeíficas são de 1.12 para
a polpa e 4.45 para os sólidos com diferença percentual de 3.6 e 0.8 respectivamente
em relação as densidades do projecto.
45
3.3.2. Caracterização dos produtos
O gráfico 3.4 mostra o comportamento da recuperação das espécies SiO 2, Al2O3, TiO2
e ZrO2 bem como o rendimento dos dois equipamentos em estudo na corrente do
concentrado em função da variação da taxa alimentação dos equipamentos.
Corrente do concentrado
100%
90%
80%
70%
Recuperação
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50
Alimentação (TPH)
ZrO2MV TiO2MV Al2O3MV SiO2MV ZrO2SP
TiO2SP Al2O3SP SiO2SP Rend.SP Rend.MV
Legenda:
46
O gráfico 3.4 mostra que a cerca de 0.5TPH a recuperação dos contaminantes
Al2O3 e TiO2 para o concentrado é a mais baixa a se conseguir na mesa
vibratória e na mesma margem de alimentação a recuperação de ZrO2 é a mais
alta cerca de 94%, bem como o rendimento da mesa vibratória é
consideravelmente alto atingindo 87% neste ponto, sendo este classificado
como ponto óptimo de operação para este equipamento. Para taxa de
alimentação na ordem de 0.5TPH até cerca de 1.0TPH a mesa vibratória
apresenta bons resultados e acima de 1.0TPH não se recupera mais o zircão
apenas ocorre aumento do nível de contaminates e abaixo desta o nível destes
é alto e consequentimente a recuperação é a mais baixa atingida bem como o
rendimento.
Olhando ainda para o gráfico 3.4 para o caso da espiral concentradora, o seu
ponto óptimo de operação é atingido a cerca de 0.85TPH, onde a recuperação
dos contaminantes é baixa, embora a do producto desejado ZrO2 não seja a
mais alta atingida onde esta é atingida a cerca de 1.21TPH mas o nível de
contaminantes é alto, logo este não pode ser considerado como sendo ponto
óptimo. O rendimento deste equipamento no seu ponto óptimo de operação é
cerca de 58%, com uma recuperação de 59% de ZrO2 a 0.85TPH e a taxas de
alimentação na ordem de 0.8TPH até 1.30TPH a espiral concentradora
apresenta bons resultados, sendo que para valores acima destes o nível de
contaminates aumenta e abaixo destes o nível de contaminates é baixo mas a
recuperação do mineral de interece ZrO2 é baixo bem como rendimento do
equipamento.
47
O gráfico 3.5 mostra o comportamento da recuperação das espécies SiO 2, Al2O3, TiO2
e ZrO2 bem como o rendimento dos dois equipamentos em estudo na corrente dos
rejeitos em função da variação da taxa alimentação dos equipamentos.
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0.20 0.70 1.20 1.70 2.20
Alimentação (TPH)
ZrO2SP ZrO2MV TiO2SP TiO2MV Al2O3SP
Al2O3MV SiO2SP SiO2MV Rend.SP Rend.MV
O gráfico 3.5 mostra o comportamento dos diversos minerais no rejeito mostrando que
para o ponto óptimo da espiral (0.85TPH) e da mesa vibratória (0.5TPH) a recuperação
do mineral de interesse ZrO2 é baixa nesta corrente, 6% para a mesa vibratória e 41%
para a espiral concentradora nos seus pontos óptimos de operação.
48
3.3.3. Análise e discussão dos resultados
Caracterização da alimentação
49
Análise dos produtos obtidos
Os resultados apresentados nos gráficos 3.4 e 3.5 mostram que mesa vibratória não
apresenta bons resultados em termos de recuperação e rendimento com o aumento
das taxas de alimentação do que a espiral concentradora, facto que pode ser explicado
pelo facto de que neste processo de incrimento das taxas de alimentação com a
constância principalmente das váriáveis, água de lavagem e o movimento oscilatório
da mesa, os mecanismos (consolidação intersticial, acção das forças de cisalhamento
e sedimentação retardada) são influenciadas negativamente para a mesa vibratória
sendo que:
Consolidação intersticial
Devido a caudais cada vez maiores a mesa fica sobrecarregada e a distância entre as
partículas fica cada vez menor criando obstrução dos espaços que poderiam ser
ocupadas pelas partículas após a colisão entre elas tornando deste modo, a
estratificação mais fraca. Enquanto que para a espiral concentradora dado que a
estratificação ou separação é devido apenas ao fluxo da polpa (diferentemente da
mesa vibratória que é devido à combinação do movimento cíclico do deque da mesa e
do fluxo da polpa sobre a superficie inclinada) onde são necessários maiores taxas de
alimentação para promover esforços de cisalhamento suficientes para a separação do
mineral.
50
Sedimentação retardada
A comparação dos dois equipamentos nos gráficos 3.4 e 3.5 mostrou que para mesma
margem de alimentação a mesa vibratória apresenta melhores resultados em termos
de recuperação do zircão e rendimento em relação a espiral concentradora. Estes
resultados podem estar ligados ao facto de o desenho de espirais ser para estágios
primários (maiores caudais de alimentação) e as mesas vibratórias para estágios de
limpeza e para processamento de material de difícil processamento (materiais
intermédios, isto é, nem grossos nem finos) que é o caso da alimentação estudada
composta maioritariamente por material misto (intermédio) cerca de 41% ZrO2, 61%
TiO2, 68% Al2O3 e 43% SiO2.
Pode-se notar também que para a faixa granulométrica da alimentação a cerca 75μm
até um pouco acima de 300μm composta por partículas mistas na sua maioria a mesa
vibratória apresenta resultados satisfatórios em relação a espiral concentradora facto
que pode ser explicado pelo tempo de residência do material na mesa vibratória que é
maior que no concentrador em espiral o que perminte maior tempo de contacto entre o
filme de água e as partículas sendo assim devidamente estratificadas e separadas
permitindo recuperação do zircão pesado contido nas particulas mistas e rejeitando as
particulas leves dos contaminantes.
51
CAPÍTULO IV : NOTAS CONCLUSIVAS
4.1. CONCLUSÕES
52
A mesa vibratória comparativamente a espiral concentradora consegue obter bons
resultados no tratamento de materiais mistos, ou seja, de granulometria intermédia
para tamanhos de 0 até cerca de 300µm.
53
4.2. RECOMENDAÇÕES
54
4.3. BIBLIOGRAFIA
10. FERNANDO, E.B.C. Avaliação da acumulação dos elementos Ca, Fe, K, Mg,
Na e Zn na cama de frango durante a reutilização. 2011. 71f. Monografia
(Licenciatura em Química), Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, 2011.
55
11. JANE, R.B. Análise quantitativa da ilmenite extraída em Moma-Nampula em
termos de teores de TiO2, Fe2O3, Th, U e Cr2O3. 2014. 62f. Monografia
(Licenciatura em Química), Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, 2014.
15. LUZ, A.B.da et al.. Tratamento de Minérios. 4.ed. Rio de Janeiro: CETEM-
MCT, 2004.
16. LUZ, A.B.da et al.. Tratamento de Minérios. 5.ed. Rio de Janeiro: CETEM-
MCT, 2010.
56
23. WILLS, B.A; NAPIER-MUNN, T. Mineral Processing Technology-An
introduction to the practical Aspects of Ore Treatment and Mineral
Recovery. 7.ed. Elsevier Science & Technology Books: Outubro, 2006.
24. WOOLLACOTT, L.C; ERIC, R.H. Mineral Extraction-An Overview. The South
African Institute of Mining and Metallurgy. Johannesburg, 1994. Monograph
series M8.
57
ANEXOS
58
ANEXO 1: Balanços mássicos na mesa vibratória e espiral concentradora
Tabela A-1: Resultados dos balanços mássicos, cálculos de rendimento e recuperação para a Espiral concentradora
SPIRAL
Qualidade (%)
Corrente Rendimento
Teste Conc Rejeito
#
Alimentação Conc. Rejeito
Conc. Rejeito ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th
(tph) (tph) (tph)
1 0.50 0.26 0.24 52% 48% 60.4 8.2 0.21 2.03 28.1 1094 57.7 7.7 0.25 3.36 29.7 790
2 0.83 0.48 0.35 58% 42% 60.5 6.2 0.18 1.43 30.0 1135 57.8 7.2 0.24 3.57 29.8 773
3 1.21 0.79 0.42 65% 35% 60.6 7.1 0.18 1.28 29.2 1194 58.8 7.7 0.23 2.67 29.1 911
4 1.93 1.25 0.68 65% 35% 55.7 3.8 0.30 7.51 31.2 675 54.8 3.6 0.35 8.57 30.6 597
Recuperação (%)
Corrente Rendimento
Teste Conc Rejeito
#
Alimentação Conc. Rejeito
Conc. Rejeito ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th
(tph) (tph) (tph)
1 0.50 0.26 0.24 52% 48% 53% 54% 48% 40% 51% 60% 47% 46% 52% 60% 49% 40%
2 0.83 0.48 0.35 58% 42% 59% 54% 50% 35% 58% 67% 41% 46% 50% 65% 42% 33%
3 1.21 0.79 0.42 65% 35% 66% 64% 60% 47% 65% 71% 34% 36% 40% 53% 35% 29%
4 1.93 1.25 0.68 65% 35% 65% 66% 62% 62% 65% 68% 35% 34% 38% 38% 35% 32%
i
Tabela A-2: Resultados dos balanços mássicos, cálculos de rendimento e recuperação para a Mesa vibratória
MESA VIBRATÓRIA
Qualidade (%)
Corrente Rendimento
Teste Conc Rejeito
# Alimentação Conc. Rejeito
Conc. Rejeito ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th
(tph) (tph) (tph)
1 0.25 0.18 0.07 72% 28% 59.3 3.2 0.23 5.05 30.9 756 55.4 3.3 0.29 6.78 30.9 621
2 0.46 0.40 0.06 87% 13% 64.3 0.7 0.12 1.74 31.4 486 26.7 21.3 1.20 32.50 15.4 2364
3 0.91 0.77 0.14 85% 15% 63.0 0.6 0.16 3.44 31.9 488 20.6 3.4 1.12 33.29 37.1 547
4 1.39 1.09 0.30 78% 22% 59.0 4.8 0.23 3.99 30.5 805 13.6 0.9 0.13 4.25 10.0 179
Recuperação
Corrente Rendimento
Teste Conc Rejeito
# Alimentação Conc. Rejeito
Conc. Rejeito ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th
(tph) (tph) (tph)
1 0.25 0.18 0.07 72% 28% 73% 71% 67% 66% 72% 76% 27% 29% 33% 34% 28% 24%
2 0.46 0.40 0.06 87% 13% 94% 18% 40% 27% 93% 59% 6% 82% 60% 73% 7% 41%
3 0.91 0.77 0.14 85% 15% 94% 49% 45% 36% 93% 83% 6% 51% 55% 64% 7% 17%
4 1.39 1.09 0.30 78% 22% 94% 95% 86% 77% 92% 94% 6% 5% 14% 23% 8% 6%
ii
m
m 0.85 (A1)
t
mS
(A2)
mE
X iS
R (A3)
X iE
Onde:
Ƞ = Rendimento
ṁ = Caudal mássico
R = Recuperação
iii
ANEXO 2: Distribuição granulométrica das partícluas
Tabela A-3: Massa cumulativa do material retido no ensaio de peneiramento da amostra da alimentação
da Espiral concentradora
Tabela A-4: Massa cumulativa do material retido no ensaio de peneiramento da amostra da alimentação
da Mesa vibratória
iv
Tabela A-5: Massa cumulativa média do material retido no ensaio de peneiramento da amostra da
alimentação média dos dois equipamentos em estudo
Dimenções
do Mesa vibratória Espiral concentradora
Recipiente
D Massa ρ Massa H ρ
P (m) (m) (kg) H(m) V(m3) (kg/m3) SG (kg) (m) V (m3) (kg/m3) SG
11.58 0.15 0.01039 1114.23 1.11 8.68 0.11 0.00778 1116.05 1.12
8.54 0.11 0.00765 1116.83 1.12 9.34 0.12 0.00826 1130.86 1.13
0.93 0.30
10.12 0.13 0.00922 1097.29 1.11 9.65 0.12 0.00840 1149.24 1.15
Média 1109.45 1.11 Média 1132.05 1.13
Resumo
Densidade específica (SG)
Mesa 1.11 Média SGp SGs SGH2O %sol
Spiral 1.13 1.12 1.12 4.45 0.99 0.15
Medir o volume;
Pesar a polpa;
P 2 r (A4)
Onde:
1.2. Densidade
m
(A5)
V
Onde:
m= massa da polpa
V=volume da polpa
Dado que não se dispunha de um recipiente arrefido para medição directa do volume
coletado num certo intervalo de tempo, usou-se um balde de 20 litros de capacidade e
com ajuda de uma fita métrica determinou-se a altura ocupada pela polpa e com a
seguinte equação determinava-se o volume:
D 2
V H (A6)
4
%Sol p H 2O
s (A7)
p %Sol 1 H O 2
vi
ANEXO 4: Resultados da XRF para as fracções da DTP e amostras originais
XRF Fracções
ZrO2 TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 U+Th
Amostra
% % % % % ppm
SPA+/-250 64.1 1.121 0.129 1.413 30.5 630
SPA +180 59.2 3.42 0.254 4.696 30.2 720
SPA+ 150 56.9 7.264 0.299 5.282 28.5 840
SPA+ 125 57.3 8.95 0.275 4.135 28 926
SPA+106 59.1 7.041 0.211 2.173 29.4 978
SPA+90 63.2 4.194 0.146 0.868 29.1 1060
HT0310A+250 63.6 2.232 0.119 1.44 31.3 634
HT0310A+212 63.5 1.977 0.187 2.607 28.5 632
HT0310A+180 54.8 3.638 0.375 8.914 30 650
HT0310A+150 54 5.792 0.37 8.503 29.3 760
HT0310A+125 57.7 7.223 0.249 3.987 29.3 907
HT0310A+/-106 62.5 3.965 0.144 0.825 30.5 1205
Tabela A-8: XRF das Fracções e DTP para alimentação da espiral concentradora
vii
Tabela A-9: XRF das Fracções e DTP para alimentação da mesa vibratória
Distribuição da Silica
Zircão
Abertura
(ZrSiO4) SiO2 Livre SiO2 Combinada
μm % % %
250 95.2 -0.4 31.4
212 91.9 -1.1 30.3
180 83.5 1.7 27.5
150 83.5 1.0 27.6
125 87.4 0.5 28.8
106 93.9 -1.4 31.0
Média 88.6 0.26 29.2
viii
ANEXO 5: Descrição dos equipamentos de separação
Equipamentos Características
Tipo: HG10S
Alimentação: Entrada simples
Três voltas
ix