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TEORIA DOS FLORAIS

AULA 1
Profª Benilda Luiza de Carvalho Klingelfus

CONVERSA INICIAL

Nesta aula, apresentaremos a biografia do Dr. Edward Bach, sua história de vida,
estudos e pesquisas, a fim de conhecermos os fundamentos de seu trabalho para a criação
dos 38 florais e da terapia com florais.

TEMA 1 – BIOGRAFIA DO DR. EDWARD BACH

De origem britânica, Edward Bach nasceu em 24 de setembro de 1886 em

Birmingham. Desde criança, demonstrava interesse pela natureza, animais e o cuidado com
as pessoas. Aos 16 anos, chegou a trabalhar com seu pai, mas sua vocação era cuidar das
pessoas, iniciando a faculdade de medicina aos 20 anos. Logo que se formou, começou a
trabalhar no Pronto Socorro de Londres, Casualty House Surgeon. Nesta fase, dedicou-se

aos cuidados com os soldados, feridos da Primeira Guerra Mundial e passou a se interessar
pela relação entre as reações emocionais de seus pacientes e a cura. Ele observava a forma

como cada paciente reagia, como lidavam com seus conflitos e como ocorria a sua

recuperação (Bear; Bellucco, 2005, p. 13-14).

Desde os tempos da faculdade, Bach dedicava-se a observar os pacientes


hospitalizados, ouvia seus relatos, identificava características específicas de seu

comportamento e as relacionava às doenças e ao restabelecimento (Howard, 2018, p.10).

Bach especializou-se em bacteriologia e imunologia na Immunity School em Londres e


passou a pesquisar bactérias presentes no intestino humano, com o objetivo de buscar a

cura de doenças crônicas como o câncer (Barnard, 2018, p. 20).

Em seu trabalho conhecido como Toxemia Intestinal, de 1924, Bach desenvolveu 7


tipos de vacinas, obtendo resultados muito positivos no tratamento de diversas doenças
crônicas, que mais tarde passaram a ser conhecidas como “as vacinas de Bach” e depois,

pela influência da homeopatia, “os nosódios de Bach” (Howard, 2018, p.12).

Ainda jovem, Bach foi diagnosticado com câncer, passou por um procedimento

cirúrgico e recebeu o prognóstico de que teria 3 meses de vida. Inconformado com essa
notícia, saiu do hospital e passou dias trabalhando integralmente às suas pesquisas, pois
tinha um propósito e não queria deixá-lo por terminar. Após alguns meses, estava bem de
saúde e viveu mais 19 anos, em busca de seu propósito (Machado,1990, p.10-11).

Durante 15 anos, o Dr. Edward Bach trabalhou no hospital homeopático London


Homeopatic Hospital, no qual iniciou no setor de patologia, mas logo teve contato com

Organon de Hahnemann (médico criador de Homeopatia, 1755-1843) e percebeu que se


tratava da medicina que buscava. Assim, tornou-se médico homeopata e passou a fazer
pesquisas de acordo com sua filosofia e os princípios da homeopatia. Bach tornou-se um
médico respeitado pela classe médica e em vários artigos ressaltou sua preocupação com

um tratamento mais humano, com a observação voltada para o doente e não para a
doença, assim como era o pensamento de Hahnemann. Descontente com a medicina

tradicional, resolveu dedicar-se às suas pesquisas, em busca de uma forma de tratar seus

pacientes. Em 1930, Bach desenvolveu seus primeiros medicamentos florais, nesta fase
produzidos pelo método da homeopatia, pois ainda tinha muita influência dessa área

médica (Barnard, 2018, p. 20-24).

Entre 1930 e 1936, pesquisou e desenvolveu os 38 florais, denominados “florais de

Bach”, e escreveu suas pesquisas e trabalhos, os quais fundamentam sua filosofia e lhe
deram embasamento científico. Estes trabalhos foram divulgados após a sua morte, por
membros de sua equipe. Dr. Bach faleceu de câncer aos 50 anos em 27 de novembro de

1936 (Howard, 2018. p. 9-15).

1.1 ESTUDOS DE IMUNOLOGIA E BACTERIOLOGIA

Em 1919, Bach iniciou seus trabalhos como bacteriologista e dedicou-se à pesquisa e

ao desenvolvimento de vacinas. Passou a estudar bactérias presentes no intestino humano,


mas ao contrário dos pesquisadores da época, voltou-se para os bacilos, não relacionados

às doenças crônicas. Sabia-se que eram habitantes normais da flora, porém em


desequilíbrio seriam os agentes patogênicos. Suas pesquisas lhe permitiram compreender
e identificar os agentes causadores de várias doenças da época e como tratá-las. As

bactérias isoladas eram inoculadas nos pacientes na forma de vacinas com o objetivo de
provocar a reação e cura do doente (Barnard, 2018, p. 20).

Nesse período, Bach teve a oportunidade de observar as pessoas, o que o levou a


perceber que pacientes com a mesma doença apresentavam diferenças significativas
quanto à melhora e cura. Influenciado pelos princípios da psicologia que crescia na Europa,

passou a analisar o comportamento emocional dos doentes, concluindo que este seria
determinante no prognóstico. O medo seria o maior problema para a recuperação de seus
pacientes, fato este que iria de encontro aos princípios da homeopatia, que trata o

paciente levando em conta seu estado emocional (Barnard, 2018, p. 20).

1.2 A TOXEMIA INTESTINAL E AS VACINAS DE BACH

Em 1924, Bach publicou no The British Homeopatic Journal seu trabalho sobre vacinas,

denominado Toxemia intestinal. Nele, o médico descreveu sua pesquisa com os bacilos e

os resultados obtidos com as vacinas. A toxemia intestinal consiste no estudo do


desenvolvimento de bactérias intestinas, que causam severa toxicidade no organismo

humano, resultando em doenças crônicas. Muitos estudos eram realizados na época, já


havia vacinas, mas, segundo Bach, eram administradas de forma errônea e seus resultados
eram insatisfatórios, pois buscava-se apenas a limpeza do intestino, mas a utilização

inadequada das vacinas causava ineficácia e a desistência do tratamento. Bach ressalta que
a toxemia intestinal era causada por dois fatores: as bactérias patogênicas causadoras de

infecções e que estas se desenvolveriam pelo segundo fator, a alimentação inadequada

(Bach, 2018f, p. 253-254).

Ainda como médico alopata, Bach identificou os bacilos tipo Gran negativos, bactérias
tóxicas que se proliferam no intestino, devido à má alimentação e causadores da toxemia

intestinal. Ele propôs um novo tratamento, orientando que o primeiro passo seria a
alimentação baseada em alimentos crus, carne de aves e peixes, e as vacinas para obter a
limpeza intestinal (Bach, 2018f, p. 257-258).

Em outro estudo, Bach (2018h, p. 269) ressaltou ainda a importância da forma de

medicação, isto é, propôs uma metodologia nova para a frequência da administração das
vacinas. Nessa oportunidade, o Dr. Edward Bach apresentou diversos cases de sucesso com
suas vacinas em pacientes acometidos de carcinomas, como de vesícula e colo de útero,
nos quais obteve êxito. Ele concluiu que o seu objetivo principal não seria a cura do câncer,

mas sim a prevenção por meio de uma alimentação saudável (Bach, 2018f p. 259-262).

A vacinas de Bach nesse período eram preparadas na forma líquida e administradas

por injeção subcutânea.

O trabalho Toxemia intestinal e sua relação com o câncer, de 1924, garantiu a Bach
grande reconhecimento profissional (Bach, 2018e. p. 17-18).

TEMA 2 – FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DOS ESTUDOS DE


BACH

Como já mencionado, Bach trabalhou no corpo clínico do London Homeopatic


Hospital inicialmente no setor de bacteriologia e depois como médico homeopata, após

estudar o Organon de Hahnemann e perceber que se tratava de uma forma médica que ia
de encontro aos seus anseios. Organon de Hahnemann relacionava toda a doutrina médica

do fundador da homeopatia Samuel Hahnemann (Rabanes, 2005, p. 21). O médico


observou que as vacinas apresentam grande relação com os métodos de preparo da

homeopatia, chegando a questionar se não seriam idênticas (Bach, 2018a, p. 277-278).

No entanto, é importante ressaltar que Bach pesquisou detalhadamente a origem dos

medicamentos desenvolvidos na homeopatia, e esse fato influenciou diretamente suas


pesquisas futuras, até chegar nos florais atualmente utilizados. Suas observações são as

seguintes (Bach, 2018a, p. 278-283):

1. Origem do medicamento. Os medicamentos homeopáticos produzidos a


partir de venenos de animais e insetos, de sucos vegetais e substâncias inorgânicas e
seus sais apresentariam alguma semelhança com a composição das toxinas

produzidas pelas bactérias utilizadas em vacinas.

2. A dose. Assim como as doses homeopáticas, as vacinas são preparadas pelo

método de diluição, causando efeito benéfico.

3. Semelhantes. Assim como na homeopatia, as vacinas apresentam resultados


efetivos, quando preparadas pelo princípio da semelhança. Os germes precisam ser

idênticos ao organismo causador da doença.

4. Métodos de uso. As vacinas deveriam ser administradas em doses, e as regras

da homeopatia apresentavam os melhores resultados.

5. Tipos de remédios. As vacinas são classificadas de acordo com dois estágios

da doença:

agudas – vacinas preparadas pelo organismo causador da doença, como o


agente causador da pneumonia;

crônicas – preparadas com as bactérias presentes no intestino. Segundo Bach,


de acordo com os sintomas do paciente e seu estado emocional, seria possível
identificar qual seria a vacina. Por exemplo, paciente acometido por medo, seria

um típico bacilo do grupo Proteus.

Aqui encontramos o início de seus insights para a terapia floral.

2.1 OS NOSÓDIOS DE BACH

Influenciado pela homeopatia, Bach mudou a forma de preparar suas vacinas e passou

a produzi-las pelo método de trituração, descrito por Hahnemann, e administradas na

forma de comprimidos (Barnard, 2018, p. 20). O médico desenvolveu então as sete vacinas
bacterianas, ou nosódios de Bach (Howard, 2018 p. 12):

Os nosódios são preparações homeopáticas de materiais orgânicos derivados de

produtos inativos de doenças, culturas de microrganismos (bactérias, vírus e fungos,


por exemplo) ou parasitas, material infectado ou com alterações patológicas ou

produtos de decomposição animal ou humana, feitos seguros através do

procedimento farmacotécnico homeopático. (Arora, Arora, 2015, s.p.)

As bactérias foram então selecionadas e posteriormente classificadas em 5 nosódios

intestinais, de acordo com a indicação terapêutica:

1. Desinteria – causadora de doenças cardiovasculares e pessoas que se


machucam facilmente;

2. Proteus – artrite reumatoide e pessoas teimosas e difíceis de tratar;

3. Gaertner – doenças glandulares e pessoas estáticas;

4. Mutabile – sintomas que mudam de lugar, como as dores físicas;

5. Morgan – dor de cabeça e enxaqueca, mas os pacientes são muito cuidadosos

consigo mesmos para alcançar a cura, por isso apresentam resultados mais rápidos
(Bach, 2018g, p. 226).
À medida que observava seus pacientes, verificava qual tratamento seria mais eficaz

para um ou outro tipo de personalidade. Incansável, Bach dedicava horas do seu trabalho
no leito dos pacientes, conversando, buscando compreender suas emoções e sentimentos

e suas reações frente à vida e à doença. Ele. percebeu que isso influenciava na recuperação

do doente e passou a estudar melhor seu comportamento, concluindo que a doença e a

cura estavam relacionadas aos conflitos internos das pessoas (Bear; Belluco, 2005, p. 13-
14).

A partir desses resultados, Bach passou a prescrever o nosódio de acordo com as


reações dos pacientes, importando-se menos com a doença. Bach já estudava um método
de tratar seus pacientes de forma natural e tinha em mente um princípio claro: “Trate o

paciente, não a doença” (Howard, 2018, p. 13). Assim, Bach confirmou o que já vinha
pesquisando desde tempos da faculdade: “todos os pacientes, sofrendo das mesmas
dificuldades emocionais, necessitavam do mesmo nosódio, independentemente da doença
física” (Howard, 2018, p. 12). Assim começou sua busca para o entendimento dos conflitos

entre o corpo-alma (eu superior) e a mente (pensamentos e emoções).

TEMA 3 – RELAÇÃO ENTRE AS VACINAS E OS REMÉDIOS


HOMEOPÁTICOS

Como vimos, Bach ingressou no London Homeopatic Hospital como bacteriologista,

desenvolveu suas vacinas e logo passou a estudar a homeopatia, desenvolvendo os sete

nosódios. Em seus estudos observou vários aspectos da homeopatia que viriam mais tarde
influenciar na sua busca por uma forma nova de tratar as pessoas. Observou que as

vacinas teriam maior sucesso quanto aos tratamentos, caso seguissem a metodologia

preconizada por Hahnemann (Barnard, 2018h, p. 269-270).

Bach estava decidido de que a medicina teria que mudar de rumo e, fundamentado na
homeopatia, não se conformava em tratar o paciente por meio de um diagnóstico baseado

somente na doença física. Desejava conhecer o doente e suas emoções, as quais


certamente afetariam a saúde e, mais que isso, definiriam o poder da cura (Barnard, 2018,

p. 25).

Apesar de realizar vários estudos científicos e apresentá-los à sociedade médica, Bach

não recebeu apoio de seus colegas alopatas e, em 1929, decepcionado, abandonou a


medicina para estudar seus florais. Segundo Barnard (2018, p. 29), três foram as razões que

levaram Bach a abandonar a alopatia e estudar os florais: “Primeiro, sua insatisfação com a
medicina ortodoxa era cada vez maior; segundo, ele estava intelectualmente convencido

da validade da homeopatia; terceiro, estava seguindo as percepções internas que


emergiam do seu desenvolvimento espiritual”.

3.1 OS 5 REMÉDIOS HOMEOPÁTICOS

A partir de 1930, Bach passou a pesquisar e desenvolver novos medicamentos


homeopáticos, os quais deveriam ser obtidos das plantas e ressaltar a matéria médica da
natureza. Segundo ele (2018b, p. 215),

Há muito a se aprender com a coleta e preparação das plantas; muitos aspectos

requerem bastante consideração; afinal, deseja-se obter o resultado máximo, e não o


médio: o habitat natural, a idade, a condição e a característica particular da planta; as

influências planetárias; a hora do dia; e por fim, mas não menos importante, a atitude

mental do médico, que deve ser de devoção sincera ao trabalho pelo bem da
humanidade.

Nesse sentido, Bach começava a desenhar o perfil de seus florais, mas ainda

trabalhava dentro dos conceitos da homeopatia. Desenvolveu cinco medicamentos a partir


de partes das plantas, utilizando a metodologia de trituração e diluição descrita por

Hahnemann; porém já nestas pesquisas classificava seus medicamentos de acordo com o


perfil emocional dos pacientes, como se vê no Quadro 1 a seguir.

Quadro 1 – Relação entre a planta e o perfil físico e emocional


Parte usada Físico Emocional

Impatiens Flores Nevralgia Depressão e temores


roylei

Mimulus Flores Taquicardia Depressão, medos desconhecidos, fraqueza,


luteus cansaço.

Clematis --------------- Ficam doentes Calmos, tranquilos, preferem a solidão e não


vitalba facilmente tem vontade de fazer nada. Perderam a

vontade de viver.

Cupressus Vasos vermelhos Secreções de garganta,

das pontas das nariz, resfriados


folhas crônicos

Cotyledon ------------------- epilepsia Recupera o pensamento.


umbilicis

Fonte: Bach, 2018b, p. 215-218.

3.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE DOENÇA E CURA

Bach fundamenta-se no princípio de que o ser humano é formado por dois aspectos,
o físico e o espiritual (a alma ou o eu superior). A doença tem origem no desequilíbrio,
quando, como seres humanos, não seguimos nossa alma. Somos tomados por sentimentos

como ódio, medo e orgulho, os quais são falhas que precisam ser corrigidas para
alcançarmos a evolução, nossa missão na terra. São essas falhas que devem ser observadas

pelo médico para o benefício do tratamento. A doença física é o sinal de que estamos no

caminho errado, mas não quer dizer que devemos ficar doentes para descobrir o caminho.
A doença pode ser evitada, e a ação do médico consiste em auxiliar o paciente a manter o

seu equilíbrio, corpo e alma (Bach, 2018c, p. 199-203).

Nesse ponto é importante ressaltar que, apesar de médico homeopata, Bach

discordou do princípio de Hahnemann quando descreveu a lei dos semelhantes:


“semelhante cura semelhante”, pois para ele isto é limitante à cura da doença, devolvendo
ao doente a saúde, no seu ponto inicial. No entanto, para Bach, além da saúde devíamos

corrigir nossas falhas, restaurando nossas virtudes. Foi a partir daí, então, que o médico
começa a buscar um caminho além da homeopatia (Bear, Bellucco, 2005, p.17).

Observamos que, para Bach, seu papel era encontrar a verdadeira causa da doença do
paciente e prescrever medicamentos que permitissem a autocura, devendo possuir

vibração positiva (Bach, 2018c, p. 202). Neste sentido, os remédios deveriam ser originários
de fontes naturais, porém com energia superior aos utilizados pela homeopatia, pois

utilizar partes de insetos e plantas venenosas, como na homeopatia, ia contra seus


princípios.

Bach (2018c, p. 202) apresentou um trabalho sobre doença e cura, no qual faz uma
série de comparações com os medicamentos homeopáticos, explicando por que buscava

novas fontes para suas formulações, tais como:

1. Animais – partes ou secreções de animais representam crueldade, como o

medicamento homeopático Appis melifica, que utiliza abelhas vivas.

2. Reino vegetal – representa a fonte ideal para os remédios, porém são


classificados em 4 grupos:

variedades primitivas – cactos, algas-marinhas, cipó-chumbo;


plantas venenosas – meimendro, beladona, orquídeas;

vegetais utilizados como alimentos;

flores – este grupo está acima das vibrações humanas, são elementos da
natureza com o poder de curar e elevar nossas vibrações.

Para o êxito do tratamento, Bach (2018c p. 203) propõe ainda que seriam sete os

pontos nos quais o paciente poderia apresentar a falha:

1. poder;

2. conhecimento intelectual;
3. amor;

4. equilíbrio;

5. serviço;

6. sabedoria;

7. perfeição espiritual.

Bach também explica que as falhas são a origem das doenças, por causarem o
desequilíbrio com o nosso eu maior, e elas podem causar a doença em uma pessoa e outra
não, pois depende da evolução da alma de cada um. Nesse ponto, podemos entender que

esses itens são nossas virtudes de acordo com cada indivíduo, os quais podem se tornar
uma falha e desenvolver uma doença (Bach, 2018c, p. 203 -205).

Em busca desse propósito, Bach relacionou os sete grupos com as possíveis falhas do
ser humano, como mostra o Quadro 2 a seguir.

Quadro 2 – Os sete princípios e os erros correspondentes

Poder Tirano Autocrata Sensacionalista

Intelecto Mago Destruidor Sátiro

Amor Inquisidor Ódio Furioso

Equilíbrio Absorto Indeciso Histérico

Serviço Hipócrita Egoísta Galanteador

Sabedoria Agnóstico Inseguro Palhaço

Perfeição espiritual Exacerbado Puritano Monge

Fonte: Bach, 2018c.


Mais do que saber qual a doença física dos pacientes, para Bach o importante é
identificar a que tipo pertence a pessoa e em qual grau se identifica, pois pode ser muito

sutil, mas é importante para obter êxito no tratamento. Muitas vezes a percepção da

personalidade não é simples. Além disso, o que diferencia sua terapia da homeopatia é a

dose, pois relata que as flores não representam perigo à saúde e por este motivo não
causam qualquer efeito adverso (Bach, 2018c, p. 204-206).

TEMA 4 – OS PRIMEIROS FLORAIS

Com a evolução de suas pesquisas, como verificamos, Bach pretendia utilizar as flores
para desenvolver seus medicamentos. Resolveu então passar um tempo em sua terra natal,
ao sul do País de Gales, local onde poderia observar a natureza e realizar suas pesquisas.
Seu objetivo era encontrar as plantas que lhe guiariam para a nova medicina. Nessa fase,

como vimos, Bach já vinha descrevendo e observando o comportamento das pessoas, mas
queria encontrá-las na natureza, e, como bom pesquisador e seguidor de Hahnemann,
começou por ele mesmo, entendendo que não estava fora de apesentar as falhas
pertinentes ao ser humano (Barnard, 2018b, p. 20).

A fim de compreender melhor sobre si, pediu a dois médicos amigos seus que o
descrevessem, os quais salientaram sua inteligência e coragem, além de seu sentimento

altruísta. Bach foi descrito ainda como uma pessoa explosiva em alguns momentos, mas
estes que logo passavam. Bach não guardava sentimentos como mágoa e rancor (Barnard,

2018, p. 34).

Ao compreender sua personalidade, passou a pesquisar no campo uma planta com

seu perfil. Nesse período realizou estudos de um verdadeiro botânico; passava horas
observando todos os detalhes da origem, hábitos e formação das flores que encontrava, e,

dessa maneira, encontrou o seu primeiro floral, Impatiens glandulífera, ou Impatiens

rylei (Barnard, 2018, p. 34).


4.1 IMPATIENS GLANDULÍFERA

Crédito: Victoria Tucholka/Shutterstock.

Também chamada de bálsamo do Himalaia, Impatiens é uma planta anual, podendo


chegar a 2 metros de altura, e que se desenvolve facilmente nos locais úmidos à beira dos
rios. É descrita em algumas literaturas como praga, pois toma conta do terreno em que se

instala e é de crescimento rápido. Sua característica mais marcante é que, ao mínimo


toque, joga suas sementes longe, de forma explosiva. É uma planta que domina o seu
espaço, causando inclusive revolta em algumas pessoas, querendo eliminá-las. Ela ainda
possui uma flor, que remete delicadeza e compaixão.

No aspecto físico, Bach associou Impatiens à dor aguda, nevrálgica. Como era

acometido de câncer, relacionou esta dor às doenças malignas. Complementou que


Impatiens é o remédio das pessoas irritadas e também das pessoas que sentem dor aguda,

pois a dor estava associada à tensão, e com o passar dos anos, por meio de sua

experiência com os pacientes, foi descrevendo outras características desta planta


relacionadas ao físico, o que veremos mais à frente. O paciente tratado com Impatiens

recupera a tranquilidade e redução da tensão, senão a total descontração (Barnard, 2018,

p. 34-41).

4.2 MIMULUS E CLEMATIS


Com o mesmo empenho e quase na mesma época, e ainda utilizando a técnica de
trituração homeopática, Bach desenvolveu Mimulus e Clematis para pessoas que não

apresentavam vontade de viver, sofriam de muito sono e pele pálida, o oposto de

Impatiens (Barnard, 2018, p. 35-51).

Clematis é exatamente assim, sem cor, aparentando uma barba de velho, com flores

brancas. O médico associou esta planta à doença do sono, conhecida na época como
Encephalitis Lethargicam. Apesar de não ter cura, Bach encontrou resultados muito
positivos com esse tratamento. Bach complementa ainda que este é um remédio para o
estado de inconsciência, recuperando a realidade física do paciente (Barnard, 2018, p. 35-
51).

Crédito: Victoria Tucholka/Shutterstock.

O terceiro floral, Mimulus, foi encontrado por Bach em locais úmidos e à beira de

riachos, em água clara e límpida, sendo esta uma característica determinante para sua
indicação, pois a planta não se desenvolve em águas poluídas. Bach a relacionou com a

personalidade de quem procura a calma, gosta de estar sozinha, é sensível e perseverante.


Também trata-se de uma flor resistente e positiva (Barnard, 2018, p. 47- 60).
Crédito: Sundry Photography/Shutterstock.

Esses florais foram preparados pelas técnicas da homeopatia e prescritos por Bach, em
Londres. A partir de seus estudos, Bach passou a prescrever estes florais aos seus pacientes

e também solicitava a seus colegas médicos que fizessem o mesmo, observando resultados
muito positivos com seus florais.

TEMA 5 – OS ONZE REMÉDIOS

Como vimos até aqui, para Bach, a doença física não era o mais importante para o
tratamento de seus pacientes; era preciso observar suas falhas e entender o erro
fundamental de cada pessoa a fim de obter resultados no tratamento. Relata que muitas
vezes esta prática tornava-se difícil, devido ao estado emocional de cada paciente.

Ressalta-se aqui a importância do estudo aprofundado desta terapia e da capacidade

de escuta ativa, que deve ser pertinente ao terapeuta floral para alcançar seu objetivo com
seus pacientes.

Bach desenvolveu os onze florais pelo método de trituração e diluição. Realizou vários

ensaios, juntamente com o Dr. F. J. Wheeler, que o apoiou, tanto financeiramente como em

seus resultados clínicos (Bach, 2018c, p. 205-206).

No Quadro 3, relacionamos os onze florais de Bach correspondentes às falhas e


algumas doenças físicas.
Quadro 3 – Relação entre falhas e doenças

Planta Falha Emocional Virtude

Chicory (Chichorium intybus) Egoísta Comedimento Amor

Mimulus (Mimulus luteus) Desvitalizado Medo Simpatia

Agrimony (Agrimonia eupatoria) Inquisidor Inquietação Paz

Scleranthus (Scleranthus annuus) Indeciso Indecisão Firmeza

Absorto Indiferença Gentileza


Clematis (Clematis vitalba)

Centaury (Erythrea centauriun) Autocrata Fraqueza Força

Gentian (Gentiana amarela) Dúvida Compreensão

Vervain (Verbena officinalis) Idealista Entusiasmo em excesso Tolerância

Cerato (Ceratostigma willmottiana) Tolo Ignorância Sabedoria

Impatiens (Impatiens roylei) Exacerbado Impaciência Perdão

Rock Rose (Helianthemum vulgare) Terror Coragem

Water Violet (Hottonia palustres) Tristeza Alegria

Fonte: Bach, 2018d.

NA PRÁTICA

Conhecer a vida de Bach nos faz compreender a importância de seus estudos, toda

sua fundamentação para a recuperação do equilíbrio emocional e como é possível nos dias
de hoje contarmos com a terapia floral.

Observe as falhas descritas por Edward Bach ao desenvolver seus primeiros florais.

Você acredita que, nos dias de hoje, encontramos as mesmas queixas entre as pessoas?
FINALIZANDO

Edward Bach dedicou sua vida em busca de uma metodologia de tratamento

humanizada, tendo como principal objetivo a prevenção das doenças e a preocupação

com o paciente, desde uma alimentação saudável aos tratamentos naturais. Comprovou

em seus ensaios que o paciente sofre de doenças físicas devido ao conflito existente entre
o corpo, mente e alma.

REFERÊNCIAS

ARORA, S.; ARORA, B. Uso de nosódios na prática clínica: resultados de uma enquete.

Rev. Homeopatia, São Paulo, 78(1/2), 2015. 14-19.

BACH, E. Os Remédios Florais do Dr. Bach. São Paulo: Pensamento, 1997.

BACH, E. A relação entre a terapia com vacinas e a homeopatia. In: BARNARD, J. (Org.).

Coletânea dos Escritos de Edward Bach. São Paulo: Blosson, 2018a, p. 276-285.

BACH, E. Alguns novos remédios e novos usos. In: BARNARD, J. (Org.). Coletânea dos
Escritos de Edward Bach. São Paulo: Blosson, 2018b, p. 215-218.

BACH, E. Algumas considerações fundamentais sobre doença & cura. In: BARNARD, J.
(Org.). Coletânea dos Escritos de Edward Bach. São Paulo: Blosson, 2018c, p. 199-214.

BACH, E. Liberte-se. In: BARNARD, J. (Org.). Coletânea dos Escritos de Edward Bach.

São Paulo: Blosson, 2018d, p.113-134.

BACH, E. Palestra de Wallingford, 24 de setembro de 1936. In: BARNARD, J. (Org.)

Coletânea dos Escritos de Edward Bach. São Paulo: Blosson, 2018e, p. 15-24.

BACH, E. Toxemia Intestinal e sua relação com o Câncer. In: BARNARD, J. (Org.)
Coletânea dos Escritos de Edward Bach. São Paulo: Blosson, 2018f, p. 253-262.
BACH, E. Um método eficaz de preparação de vacinas para administração oral. In:

BARNARD, J. (Org.) Coletânea dos Escritos de Edward Bach. São Paulo: Blosson, 2018g, p.
219-226.

BACH, E. Uma comparação clínica entre as ações das vacinas e os remédios


homeopáticos. In: BARNARD, J. (Org.). Coletânea dos Escritos de Edward Bach. São Paulo:

Blosson, 2018h, p. 269-275.

BARNARD, J. Remédios Florais de Bach: Forma e Função. São Paulo: Blossom, 2018.

BEAR, J.; BELLUCCO, W. Florais de Bach: o livro das fórmulas. 6. ed. São Paulo:
Pensamento, 2005.

RABANES, O. Hahnemann, sua vida e sua obra. In: CARNILLOT, P. (Org.). Tratado de

homeopatia. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 21-33.

HOWARD, J. Os remédios florais do Dr. Bach passo a passo. São Paulo: Pensamento,

2018.

MACHADO, E. C. Prefácio. In: BACH, E. Os remédios florais do Dr. Bach. São Paulo:
Pensamento,1997.
Aula 2

Teoria dos Florais Conversa Inicial

1 2
35 35

Profª Benilda Luiza Klingelfus

1 2

Objetivos

Observar a ideia principal e filosofia de vida


dele
Esta aula se fundamenta nos princípios de
saúde e doença escritos por Bach, em seu Identificar as influências filosóficas e
livro Cura-te a Ti Mesmo científicas nas quais Bach se fundamentou
para desenvolver os florais
3 4
35 35

Compreender o conceito de saúde-doença


descritos por Bach

3 4

As principais causas das doenças

As doenças são causadas pelo desequilíbrio


Cura-Te a Ti Mesmo entre a mente e a alma, e se expressam no
físico
5 6 Desequilíbrio
35 35

Orgulho, crueldade, ódio, egoísmo,


ignorância e ambição

5 6

1
Relação entre falhas e a busca por virtudes
Ignorância
Orgulho
Visão e audição
Rigidez no corpo
Absorver o conhecimento
Altruísmo
Ódio
Crueldade
Descontrole mental
7 8
35 35

Dor
Compaixão
Reconhecer nossa fragilidade

7 8

Egoísmo Autocuidado
Neurose
Neurastenia O autocuidado começa em nossa mente, por
Ambição meio da compreensão das nossas falhas
Doente se torna escravo do corpo Silêncio e meditação
9
Ajuda ao próximo 10 Desenvolvimento da virtude contrária
35 35

Instabilidade Alimentação saudável


Movimentos e coordenação motora Compreensão da unidade
Autodeterminação

9 10

Paracelso, Culpeper e Hahnemann

Bach encontrou em grandes pesquisadores as


Em busca de uma nova respostas que buscava em suas pesquisas
filosofia de vida para o desenvolvimento dos florais
Seus primeiros florais fundamentaram-se
11 12
35 35
nos estudos de botânica de Culpeper e
Paracelso, e foram preparados de acordo
com a metodologia de Hahnemann

11 12

2
As plantas medicinais

As flores selecionadas por Bach apresentam


características particulares em relação aos
medicamentos utilizados na homeopatia e Métodos e obtenção dos florais
fitoterapia:
13
35 Não atuam sobre o sintoma físico 14
35

São preparadas pela simplicidade


Sua ação vibracional desperta virtudes

13 14

Método solar Figura 1 – Orvalho da manhã

Consiste no método mais importante de


obtenção das essências florais
15
35
As essências florais obtidas carregam 16
35

em si a energia vibracional da flor

Athapet Piruksa/Shutterstock

15 16

As flores são coletadas nas primeiras horas Figura 2 - Método solar


da manhã, após terem recebido no mínimo
duas horas de sol
Então as flores são acondicionadas em um
recipiente de vidro com água, obtida da
fonte, e deixadas sob ação solar por um
período de 2 a 7 horas, até que comecem a
17
35 murchar 18
35

A solução (essência floral) é acondicionada


em frasco âmbar, com conhaque como
conservante – Brandy (1:1)
CoralAntlerCreative/Shutterstock

17 18

3
Método da fervura
O processo de seleção e coleta da planta é o
mesmo empregado no método solar
O método da fervura foi utilizado por Bach,
provavelmente, por dois motivos: As plantas são acondicionadas em um
recipiente de ágata, que é levado à fervura
Porque utilizou flores e partes de plantas
por 30 minutos
19 que eram difíceis de serem extraídas 20

E finalmente são acondicionadas em frasco


35 35

A época de sua obtenção não permitia


âmbar com Brandy 1:1 (conhaque)
muitos dias ensolarados

19 20

A essência floral obtida chama-se “solução


mãe”
As plantas medicinais
Para o preparo das embalagens de uso
21
comercial, esta “solução mãe” é novamente 22
35
diluída e acondicionada em frascos de 10 ml 35

21 22

Os doze curadores Relação entre os doze curadores e


a personalidade
Floral Personalidade

Agrimony (Agrimonya eupatoria) Inquieto, ansioso, atormentado


São os primeiros florais desenvolvidos por
Centaury (Erythrea centaurium) Pálido, sem forças
Bach, ainda sob influência da homeopatia,
Cerato (Ceratostigma willmattiana) Faz coisas tolas
quando objetivava tratar seus pacientes
Chicory (Chicorium intybus) Autopiedade
observando sua personalidade e buscando as
23 24
35 35

Clematis (Clematis vitalba) Sonolento, cansado, pálido


virtudes
Gentian (Gentiana amarela) Medo, insegurança

Impatiens (Impaiens royeli) Impaciência


Fonte: Bach, 2018a

23 24

4
Relação entre os doze curadores e Os quatro auxiliares
a personalidade

Floral Personalidade À medida que tratava seus doentes, Bach


Mimulus (Mimulus luteus) Medo observou que nem todos correspondiam
rapidamente ao estado emocional
Rock rose (Helianthemum vulgare) Desespero
relacionado
25
Scleranthus (Scleranthus annus) Parece que tudo está errado 26
35 35
Nesse sentido, desenvolveu os quatro
Water violet (Hottonia palustris) Exageradamente calmo auxiliares que deveriam atuar nas doenças
Fonte: Bach, 2018a crônicas

25 26

Relação entre os doze curadores e Os doze curadores e os sete auxiliares


a personalidade
Em 1934, Bach apresentou uma nova
Floral Personalidade
classificação de seus florais, agora com os
Gorse (Ulex europeus)
Sujeito desesperançado, que aceita a
doença, perdeu o desejo de lutar contra a
sete auxiliares
doença, já sofreu demais
Observando a característica física do
Tem excesso de preocupação com os outros
Heather (Calluna vulgaris) e sente-se frustrado quando eles não aceitam paciente
27 seu cuidado 28
35 35

Oak (Quecus penduculata)


Não se conforma com a doença, apresenta- Pálido – Olive, Gorse, Oak
se irritado

Rock water Exageradamente calmo Corado – Vine, Heather ou Rock water


Fonte: Bach, 2018c

Caso difícil – Wild oat

27 28

Os sete perfis emocionais

Rock rose, Mimulus, Cherry Plum, Aspen,


Medo
Red Chestnut
Falta de interesse quanto às Clematis, Honeysuckle, Wild rose, Olive,
circunstâncias atuais White Chestnut, Mustar, Chestnut Bud
Evolução do remédios de Bach
Solidão Water violet, Impatiens, Heather
Excesso de sensibilidade a
Agrimony, Centaury, Walnut, Holy
29 30
influências alheias
35 35
Larch, Pine, Elm, Sweet Chestnut, Star of
Desânimo e desespero
Bethlehen, Willow, Oak, Crab Apple
Preocupação em excesso com o
Chicory, Vervain, Vine, Beech, Rock water
bem-estar dos outros
Fonte: Howard, 2018

29 30

5
O medo

Bach identificou que o medo seria o grande


causador das doenças e descreveu florais
especificamente para tratá-lo:
Na Prática
Rock rose – Terror pânico

31
Mimulus – Medos comuns 32
35 35

Aspen – Medos inexplicáveis


Cherry plum – Medo de cometer uma loucura
Red Chestnut – Medo por entes queridos

31 32

Observe
Os estudos de Bach são importantes para que o
terapeuta floral compreenda que a saúde está
em desenvolver as virtudes em detrimento das
nossas falhas. Não é tão simples identificar um Finalizando
floral, compreender a emoção das pessoas e
33
prescrever, portanto, é importante nós mesmos 34
35
praticarmos a meditação, escutarmos nosso “Eu 35

interior” e cuidarmos da alimentação, pois a


saúde envolve o ser como um todo
Pratique

33 34

Autocuidado

Bach buscou em sua trajetória de vida um


método eficaz para cuidar da saúde
Em Cura-Te a Ti Mesmo, ressalta a
importância de prestarmos atenção em nosso
35 “Eu interior” 36
35 35

Nessa aula foi possível compreender também


como as essências florais atuam em nosso
organismos, despertando virtudes

35 36

6
Profª Benilda Luiza de Carvalho Klingelfus

CONVERSA INICIAL

Agora que já estudamos a filosofia do médico inglês Edward Bach e seus princípios,
abordaremos os fundamentos da terapia floral, com o objetivo de compreender como
atuam os florais e a melhor forma de utilizá-los. Você também conhecerá a legislação e o
mercado de trabalho para o terapeuta floral e poderá verificar estudos de casos referentes

à ação dos florais.

TEMA 1 – FUNDAMENTOS DA TERAPIA FLORAL

Os florais são medicamentos que desempenham a função de despertar nossas


virtudes, nos permitindo atingir um novo estado de existência. Os medicamentos naturais e
a cura pelas plantas eram formas de tratamento da saúde desde a Antiguidade. As plantas

medicinais constituem práticas simples utilizadas pelas famílias que possuíam como hábito
cultivar ervas e preparar medicamentos caseiros. Esse era o maior objetivo de Bach,

promover uma prática de cuidar acessível a todos, mesmo pessoas leigas.

As principais características dos florais de Bach (2018a, p. 16) são:

1. Em primeiro lugar, Bach escolheu as flores e algumas árvores como fonte de

seus remédios, nenhuma com princípios tóxicos ou venenosos, por isso não
apresentam efeitos colaterais.
2. Bach reuniu suas formulações em 38 remédios, sendo possível encontrá-los

com mais facilidade.

3. A seleção do medicamento se fundamenta num princípio simples, sendo


acessível a qualquer pessoa.

4. O tratamento, conforme seu ensaio, apresenta resultados muito promissores


em relação à cura e ao autocuidado.

1.1 O QUE É A TERAPIA FLORAL

A terapia floral consiste na utilização das essências florais para a recuperação da saúde

e bem-estar. De acordo com a portaria n. 702/2018 do Ministério da Saúde (2018), a


terapia de florais é uma prática complementar e não medicamentosa que, por meio dos
vários sistemas de essências florais, modifica certos estados vibratórios auxiliando a
equilibrar e harmonizar o indivíduo.

A terapia floral apresenta grande importância como prática complementar à saúde,

podendo ser utilizada juntamente com outras práticas integrativas, como aromaterapia,
quiropraxia e homeopatia (Bear; Belluco, 2005, p. 19). Trata-se de uma forma de tratamento
indicada a pessoas de qualquer idade, desde a gestação, o bebê, o recém-nascido, crianças

e adolescentes, adultos até a senescência, como estudaremos mais à frente.

A prática terapêutica consiste na escuta e observação do indivíduo, com o objetivo de


restaurar o equilíbrio corpo-mente-alma. Para Bach, a doença não deveria ser levada em

consideração; o objetivo seria tratar o emocional do paciente, o qual é o agente causador


da doença física.

1.2 O QUE SÃO AS ESSÊNCIAS FLORAIS

Como descrito na Portaria n. 702/2018 do Ministério da Saúde (2018), as essências

florais são extratos líquidos naturais, inodoros e altamente diluídos de flores que se
destinam ao equilíbrio dos problemas emocionais, operando em níveis sutis e

harmonizando a pessoa internamente e no meio em que vive. São preparadas utilizando-


se de flores silvestres no auge da floração, nas primeiras horas da manhã, quando as flores

ainda se encontram úmidas pelo orvalho, obtidas por meio da colheita de flores extraídas

de lugares da natureza que se encontram intactos. A essência floral que se origina da

planta em floração atua nos arquétipos da alma humana, estimulando transformação


positiva na forma de pensamento e propiciando o desenvolvimento interior, equilíbrio

emocional que conduz a novos comportamentos. Não é fitoterápico, não é fragrância, não

é homeopatia e não é droga.

1.3 COMO ATUAM AS ESSÊNCIAS FLORAIS

As essências florais atuam liberando sua energia vibracional, sendo obtidas por meio
da transferência do corpo de luz da flor para a água no momento de seu preparo, pela
ação da luz solar. Segundo Scheffer (2010, p. 17), as essências florais são obtidas de plantas

com potencial energético, com um comprimento de onda de energia correspondente às


virtudes de nossa alma. Cada uma das 38 essências florais reflete uma personalidade
estudada por Bach e tem a capacidade de restaurar nosso equilíbrio emocional. São

essências com potencial vibracional que, em nosso interior, vêm restabelecer a harmonia
da alma e saúde. O floral atua como catalisador, proporcionando a reação de equilíbrio

entre a alma e a mente, recuperando a vida e a harmonia.

As pessoas são muito diferentes umas das outras, cada uma com sua personalidade.

Mesmo sendo da mesma família, cada ser tem seu propósito, desejos, sonhos e modo de
reagir em relação às interferências da vida, em qualquer tipo de doença. No entanto, nada

disso está relacionado com o corpo, e sim com nossa mente. Segundo Bach, a doença se
manifesta no corpo em último estágio, sendo a mente o ponto que requer cuidado. Se

observarmos nossas emoções, antes mesmo que uma doença se manifeste, já percebemos

alguma mudança em nosso comportamento, como irritação, ansiedade, desejo de ficar só,
e este é o momento de tratar o paciente – afinal, Bach sempre escreveu sobre a

importância de trabalharmos a prevenção da doença.

Ainda em relação à doença, pessoas efetivamente doentes, com algo crônico ou

agudo, também demonstram suas doenças de vários modos. O importante é observar qual
aspecto de sua personalidade está sendo afetado e, à medida que os estados de

desequilíbrio emocional como depressão e medo vão sendo tratados, o estado de saúde
volta ao equilíbrio. Há ainda outro grupo de pessoas, aquelas que acreditam que estão

doentes. Geralmente sofrem de dor de cabeça, resfriados recorrentes, insônia, dores


crônicas e outros sintomas. Essas pessoas passam a vida em sofrimento, muitas vezes
desistem de encontrar a saúde (Bach, 2018a, p. 20-21).

Baseado nestes aspectos, Bach desenvolveu os 38 florais e selecionou as 7

personalidades, as quais, apesar de não conotarem doença, são características que causam
a doença. Nesse contexto, concluímos que as essências florais atuam no estado emocional
de cada pessoa, de forma a encontrar o ponto de ação. Seu efeito é vibracional, isto é,
coloca em movimento uma ação dentro do nosso eu que irá restaurar a alegria de viver.

Imagine uma pessoa que normalmente é equilibrada, alegre, inteligente, decidida, que
tudo faz e resolve, porém tende a ser impaciente. Quando em desequilíbrio, explode por

pequenas coisas. Sua reação explosiva e seu comportamento violento são o desequilíbrio,
e Impatiens irá restaurar seu estado emocional. O positivo para Impatiens corresponde à

paciência (Ruiz, 2017, p. 47).

As essências florais não apresentam efeitos adversos e não causam dependência.

1.4 CONSERVAÇÃO DOS FLORAIS

Desde o preparo da solução-mãe, a essência floral deve ser armazenada em frasco


âmbar e protegida da luz. Também se deve evitar o contato com aparelhos eletrônicos. A
falta deste cuidado pode acarretar danos ao medicamento e perda de sua ação energética

(Barnard, 2018, p. 73).

Figura 1 – Frasco âmbar para proteção da essência floral

Crédito: Coralantlercreative/Shutterstock.

1.5. ADMINISTRAÇÃO DO FLORAL

Os florais são fracionados da solução-mãe e conservados em frascos de 10mL e âmbar


para proteger da luz. Para o preparo dos medicamentos, são tradicionalmente utilizadas 2

gotas de cada floral, em um frasco de 30mL com 30% de Brandy (conhaque) e água
deionizada, pois a água destilada não é adequada (água morta). Originalmente, Bach

orientou que a administração do floral poderia ser quantas vezes forem necessárias, mas a
dose usual é de 4 gotas, 4 vezes ao dia, tomando-se o cuidado para não tocar o conta-

gotas da língua. O floral pode ainda ser utilizado na mamadeira dos bebês (Scheffer, 2010,

p. 204-205).

1.6. OUTRAS FORMAS DE UTILIZAÇÃO DOS FLORAIS

Os florais podem também ser administrados na forma de cremes, pomadas e

compressas (6 gotas do floral em meio litro de água) nos casos de problemas de pele. Para

os bebês, podemos utilizar o floral na água do banho, aproximadamente 5 gotas na


banheira. E ainda em spray, para uso oral ou para harmonizar o ambiente (Scheffer, 2010,

p. 205).

TEMA 2 – PRINCÍPIOS DA PRESCRIÇÃO DOS FLORAIS

A máxima de Bach sempre foi no sentido de tratar o paciente, não importando seu

estágio da doença. Ao cuidar de seu estado emocional, com certeza a saúde física será a
consequência (Bach, 2018a). Bach não se fixava nas dores físicas do paciente, mas

observava os conflitos e as dores da alma.

Segundo Scheffer (2010, p. 30-33), o primeiro passo consiste em diagnosticar o


paciente observando os dez princípios básicos:

1. O terapeuta deve voltar-se para dentro de si, em contato com o eu superior.

2. Observar com atenção e sensibilidade as emoções da pessoa. O diagnóstico


deve vir do coração.

3. Estabelecer comunicação entre seu eu superior e o da outra pessoa.

4. Para estabelecer um vínculo de confiança, tratar o outro como “ser humano


semelhante”, e não apenas um caso.

5. Deixar a pessoa falar e participar do momento da consulta com tranquilidade;

tornar-se o veículo para encontrar o seu floral.

6. Não correr o risco de realizar julgamentos e pensar estar sempre certo.

7. Lembrar da máxima de Bach “cura-te a ti mesmo”. Esse objetivo deve ser


explicado à pessoa, para que compreenda que a cura depende dela.

8. Para o sucesso do tratamento, a pessoa precisa conhecer os princípios da

filosofia de Bach, como atuam os florais.


9. Ao explicar para a outra pessoa como o floral atuará em seu organismo, deve-

se focar nas virtudes alcançadas, sem acentuar o negativo.

10. Ambos você e a outra pessoa deverão ter a consciência de que o tratamento

e a cura estão no eu superior de cada um.

2.1 COMO SELECIONAR O FLORAL?

Primeiramente, por meio da escuta ativa e consciente dos 10 princípios básicos, é

necessário conhecer a essência floral e suas características específicas (Scheffer, 2010, p.


34-35). O primeiro ponto para o diagnóstico assertivo é identificar o princípio que será a
característica positiva da flor. Em seguida, o sintoma-chave da pessoa, que deve ser
identificado pelo terapeuta floral por meio de suas observações; o causador do estado de

doença ou falha; e, por fim, a transformação potencial posterior, isto é, a virtude


encontrada. A seguir podemos observar alguns exemplos:

1. Agrimony (Agrimônia eupátrida)

Princípio: Alegria, enfrentamento.

Sintomas-chave: Mascarar sentimentos. Tudo deu errado, mas continua dizendo que
está tudo bem. Foge da solidão para não lembrar ou vivenciar seus problemas. A bebida e

droga podem tornar-se seus companheiros.

No estado positivo: Agrimony, desenvolve a capacidade de enfrentamento,

reconhecer seus problemas e recuperar sua alegria.

Transformação potencial posterior: Objetividade, otimismo, consciência (Scheffer,

2010, p. 36-40).

Figura 2 – Agrimony
Crédito: Tamotsu Ito/Shutterstock.

2. Holly (Ilhes aquifolium)

Princípio: Amor divino.

Sintoma-chave: Ciúme, ódio, inveja.

Estado positivo: Harmonia interior, amor

Transformação potencial posterior: Harmonia interior, compreensão (idem, p. 97-


100).

Figura 3 – Holly

Crédito: NnattalliShutterstock.

3. Olive (Olea europea)

Princípio: Paz e equilíbrio.

Sintoma-chave: Estresse, cansaço.


Estado positivo: Humildade,

Transformação potencial posterior: Força e vitalidade (idem, p. 131).

Figura 4 – Olive

Crédito: Roxana Bashyrova/Shutterstock.

Mais à frente, quando estudarmos técnicas de atendimento, poderemos verificar com


mais detalhes esse procedimento.

TEMA 3 – PRÁTICAS INTEGRATIVAS NO BRASIL

A partir da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde (URSS, 1978)

que resultou na declaração de Alma Ata e a 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), no


Brasil iniciou-se a implantação do Sistema Único de Saúde e cresceu o movimento em

direção a um novo processo para o cuidado da saúde. Isso desencadeou a busca de novas

práticas para o bem-estar de uma forma geral à população (Brasil, 2015, p.10).

3.1 POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E


COMPLEMENTARES NO SUS

A partir de 2003, com o desenvolvimento de uma política que normatiza as práticas

integrativas e complementares, associações nacionais referentes às práticas integrativas,


como homeopatia e antroposofia, reuniram-se em conjunto com órgãos como a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária e passaram a desenvolver um trabalho que culminou na


Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC). Esta

foi publicada pelo Ministério da Saúde pela Portaria GM/MS n. 971, de 3 de maio de 2006

(Brasil, 2015, p. 12).

No primeiro momento, foram autorizadas seis modalidades de práticas integrativas:


acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, crenoterapia e medicina

antroposófica (Brasil, 2005, p.28-56). Em 21 de março de 2018, o Ministério da Saúde, por


meio da Portaria n. 702, incorporou 14 novas práticas na Política Nacional de Práticas
Integrativas, desta vez incluindo a terapia floral (Ministério da Saúde, 2018).

3.2 TERAPIA FLORAL NO BRASIL

A terapia floral chegou ao Brasil no final dos anos 1980, quando algumas pessoas
passaram a importar esse novo medicamento por inciativa própria. Essa forma de tratar a
saúde começou a ser prescrita por médicos e adquirida em farmácias de manipulação,

inicialmente no Rio de Janeiro e São Paulo, mas logo se expandiu por todo o país.
Atualmente os florais são obtidos por meio do Bach Centre com o Original Bach Flower
Remedies e o Healing Herb de Julian Barnard. A partir dos anos 2000, houve um

crescimento muito grande em relação às pessoas interessadas em trabalhar com essa


terapia, assim como livros traduzidos, pois até então só contávamos com literaturas

internacionais (Bellucco, 2005, p. 9-12).

Em 1990, o livro Cura-te a ti mesmo foi traduzido para o português e surgiu a Floral
Importadora e Distribuidora no Brasil. Nesse ano também algumas entidades se reuniram e

realizaram o primeiro encontro no Brasil sobre terapia floral. No entanto, em 1998, o

Conselho Federal de Medicina proibiu a prescrição de florais, e a Agência Nacional de


Vigilância Sanitária interditou a manipulação dos florais nas farmácias. Foi criada em São

Paulo a PRODEVA – Associação de Produtores, Importadores e Distribuidores de Florais,


que juntamente com outras entidades interessadas formalizaram a entrega de um

documento para a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informando que o


floral não se tratava de medicamento, não estando, portanto, sob o controle daquele

órgão (Chammas, 2016 p. 3-10).

De acordo com o Ofício MS/SVS/GABIN n. 479/98, de 23 de outubro de 1998, as

essências florais não constituem matéria submetida ao regime de vigilância sanitária, a teor
da Lei 6.360, de 23/9/1976 e seus regulamentos, não se tratando de medicamentos, drogas

ou insumos farmacêuticos. Tal fato não exime, no entanto, a responsabilidade das


empresas pela produção e comercialização dessas substâncias de estar dentro dos padrões
de qualidade adequados ao consumo da população. Nesse sentido, na comercialização e

venda, não podem ser apresentadas indicações terapêuticas com finalidades preventivas
ou curativas, induzindo o consumidor a erro ou confusão (ANVISA, 2015, p. 88). De acordo
com o COFID (2015. p. 88) – Coordenação de Fitoterápicos, Dinamizados e Notificados –,
os florais não se enquadram como drogas, insumos farmacêuticos ou medicamentos.

3.3 PRIMEIROS REGISTROS DA PROFISSÃO

Em 2006, a profissão de terapeuta floral foi incluída no CONCLA – Comissão Nacional


de Classificação do IBGE – e no CNAE – Classificação Nacional de Atividades de Práticas

Integrativas e Complementares em Saúde Humana. De acordo com o IBGE (2020), o


registro no CONCLA é descrito como:

Seção: Q – Saúde Humana e Serviços Sociais;

Divisão: 86 – Atividades de Atenção à Saúde Humana.


Grupo: 86.9 – Atividades de Atenção à Saúde Humana não especificadas

anteriormente.

Classe: 86.90-9 – Atividades de atenção à Saúde humana não especificadas


anteriormente.
Subclasse: 8690-9/01 – Atividades de práticas integrativas e complementares
em saúde humana.

TEMA 4 – LEGISLAÇÃO

Em São Paulo, a terapia floral foi aprovada pela prefeitura por meio da Lei
Municipal n. 13.717, de 08 de janeiro de 2004, que dispõe sobre a implantação das
terapias naturais na Secretaria Municipal de Saúde e dá outras providências (São Paulo,

2007). No Rio de Janeiro, a Lei n. 5471, de 10 de junho de 2009, estabelece no âmbito do


estado do Rio de Janeiro a criação do Programa de Terapia Natural (Rio de Janeiro, 2009).
A Lei n. 5617, de 16 de agosto de 2013, institui o Programa de Terapia Floral como prática
integrativa e complementar ao bem-estar à saúde no âmbito municipal do Rio de Janeiro,
tendo como objetivo a implantação da terapia floral junto às unidades de saúde, escolas

municipais, centros de educação infantil e creches do município (Rio de Janeiro, 2013). Já


na Portaria n. 702/2018, de 22 de março de 2018, o Ministério da Saúde consolida as
práticas integrativas e complementares, inclusive a terapia floral.

Considerando o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde das práticas

integrativas e complementares à saúde, os conselhos federais de classes profissionais das


áreas da saúde publicaram resoluções, prevendo a autorização para o profissional atuar

com as PICS.

TEMA 5 – A TERAPIA FLORAL NO CONTEXTO DA


PROMOÇÃO DA SAÚDE

A promoção da saúde consiste em um conjunto de atividades com a finalidade de

reunir recursos, habilidades e competências para garantir a saúde comunitária. Como se


sabe, a promoção da saúde originou-se a partir da I Conferência Internacional sobre

Promoção da Saúde, no Canadá, do qual originou-se a carta de Otawa em 1986. Todo esse
movimento, seguido da constituição e criação do Sistema Único de Saúde (SUS), culminou

na busca de atividades que garantissem a saúde de forma integral e igualitária. Nesse


processo, as práticas complementares ganharam reconhecimento, e os profissionais de

saúde passaram a empregar concomitantemente seus saberes à terapia integrativa,

proporcionado grande adesão de usuários do Sistema Único de Saúde. Obteve-se

resultados benéficos quanto ao bem-estar psicossocial dos beneficiários, os quais


apresentam variados problemas sociais e emocionais, que acarretam doenças físicas e

excesso de atendimentos hospitalares e medicações (Tesser, 2009,p. 1732).

Nesse contexto, podemos relacionar diversas áreas nas quais o terapeuta floral
atualmente está habilitado a atuar (Chammas, 2016):

1. Farmácia – por meio da atenção farmacêutica o profissional está habilitado a

realizar consultas e orientar o paciente à utilização dos florais.

2. Creches, orfanatos e escolas – desenvolve-se projetos sociais para maior

socialização de crianças e adolescentes, melhorando o aprendizado.

3. Ambiente de trabalho – o profissional terapeuta floral pode desempenhar


importante trabalho em relação ao desenvolvimento da síndrome Burnout e

transtornos comportamentais relacionados ao ambiente de trabalho.

4. Hospitais – SUS – atendimento aos pacientes e profissionais de saúde.

5. Veterinária – a terapia floral apresenta excelentes resultados nos tratamentos

dos pets, pois atua no relacionamento com a família, na chegada do bebê, na ocasião

de mudança da família e outros aspectos.

6. Jardinagem – os florais melhoram o crescimento da planta.

5.1 ESSÊNCIAS FLORAIS E ANSIEDADE


Estudo de caso: Ensaio clínico randomizado, duplo cego, com funcionários do Centro
de Aperfeiçoamento em Ciências da Saúde da Fundação Zerbini (CeFACS) no período de

maio a junho de 2010. Avaliados inicialmente pelo método IDATE estado, no qual foram

classificados com ansiedade moderada 34 voluntários e 30 permaneceram no estudo.

97,1% eram mulheres com idade entre 25 a 60 anos. O grupo de voluntário foi dividido.
Um dos grupos, denominado controle, ingeriu placebo, e o outro grupo foi tratado com os
seguintes florais de Bach – Impatiens, White Chestnut, Cherry Plum e Beech. Após dois

meses, foram observados os seguintes resultados, avaliados estatisticamente pelo teste-t


observando uma diferença significativa 9p=0,001:

80% apresentaram melhora em seu estado emocional, superando momentos de

estresse;
60% apresentaram redução dos estados de irritação e impaciência;
40% melhoraram o sono;
26,6% apresentaram redução das dores de cabeça e 20% das dores musculares.

Conclui-se que a utilização dos florais resultou em redução significativa da ansiedade

e males causados (Salles; Silva, 2012 p. 238-242).

NA PRÁTICA

A escuta ativa e a interação com o paciente representam o ponto mais importante

para o sucesso da terapia floral. Experimente conversar com seus amigos e familiares por
meio de uma escuta ativa, de modo que possa compreendê-los de forma mais assertiva.

FINALIZANDO

A profissão do terapeuta floral ainda é muito jovem no Brasil, porém é reconhecida

pela OMS como prática integrativa complementar, e um grande número de profissionais


hoje são habilitados a atuar como terapeuta floral.
REFERÊNCIAS

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consolidado de Respostas aos

Questionamentos pela COFID em 2014. Brasília, 23 de janeiro de 2015. p.88. Disponível

em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/351410/Consolidado+de+respostas+aos+q

uestionamentos+recebidos+pela+COFID+em+2014/c2fca221-55dc-4257-a3fc-
02391573b89c>. Acesso em: 9 dez. 2020.

BACH, E. Palestra de Wallingford, 24 de setembro de 1936. In: BARNARD, J.(Org.).


Coletânea dos Escritos de Edward Bach. São Paulo: Blossom, 2018a, p. 15-24.

BARNARD, J. Remédios florais de Bach: forma e função. São Paulo: Blossom, 2018.

BEAR, J.; BELLUCCO, W. Florais de Bach: o livro das fórmulas. 6. ed. São Paulo:
Pensamento, 2005.

BELLUCCO, W. Introdução. In: BEAR, J.; BELLUCCO, W. Florais de Bach: o livro das
fórmulas. 6. ed. São Paulo: Pensamento, 2005.

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Profª Benilda Luiza de Carvalho Klingelfus

CONVERSA INICIAL

Como observamos nas aulas anteriores, o desejo do médico inglês Edward Bach
(2018a, 2018b, 2018c, 2018d, 2018e, 2018f, 2018g, 2020) sempre foi obter uma forma de
tratamento simples, da natureza, que permitisse acesso a todas as pessoas. Bach refugiou-
se no interior da Inglaterra, próximo aos campos, onde pôde observar e estudar as plantas.

Durante seis anos, pesquisou flores e desenvolveu os 38 florais de Bach. Nesta aula, você
irá reconhecer os 38 florais de acordo com os grupos idealizados por ele, assim como
compreender e interpretar as personalidades do ser humano, suas dores e como
desenvolver o processo de seu autoconhecimento.

TEMA 1 – OS 12 CURADORES

Em Cura-te a ti mesmo, Bach descreve que a cura está no conceito da unidade:


somente com a compreensão de que somos uma só pessoa e de que o bem deve ser para

todos encontraremos a harmonia e a saúde. Estamos aqui com nossas vidas, trabalhando

em prol de uma missão, um objetivo maior, e a doença física é o indicador de quando


desviamos dos desígnios da alma. Qualquer sintoma físico ou emocional deverá ser

observado com atenção, sem julgamentos, porém recebendo cuidados para o seu retorno

ao equilíbrio. Nesse contexto, observamos que os remédios florais representam a


ferramenta para despertar a harmonia ou o equilíbrio entre mente, alma, corpo (Sheffer,

2010, p. 9-11).
As pessoas apresentam diferentes personalidades. Se fôssemos todos iguais em

nossas essências, seria fácil dar um nome à doença e um medicamento único para todos.
Mas não é isso o que acontece. Por esse motivo, Bach (2018a, 2018b, 2018c, 2018d, 2018e,

2018f, 2018g, 2020) sempre priorizou o paciente, o doente e não a doença. Cada ser
apresenta comportamentos distintos, no decorrer dos dias, perante a vida e de acordo com

seus princípios, ambições, desejos e relacionamentos. Nesse sentido, é a mente que sofre e
apresenta os primeiros sintomas da doença e é aí que precisamos prestar mais atenção ao

sentido da prevenção da doença. Por que esperar a doença física? Se tratarmos o paciente

em seu estado emocional, a doença poderá não se manifestar ou nem será percebida. A
prevenção é o remédio (Bach, 2018g, p. 17-19).

1.1 OS 12 PRIMEIROS

Como diz Bach (2018b, p. 124): “As plantas curadoras são aquelas que receberam o
poder de nos ajudar a preservar nossa personalidade”. Após sete anos de muitas pesquisas

na área de botânica, filosofia e homeopatia, Bach concluiu seu trabalho, com o


desenvolvimento dos 38 florais, que foi uma construção gradativa e resultou na subdivisão
desses florais em três categorias diferentes. Inicialmente, o médico desejava tratar seus

pacientes, observando os sintomas ou os perfis desses pacientes como médico


homeopata. Os primeiros florais foram então denominados os 12 curadores. Bach, porém,

observou que alguns pacientes necessitariam de mais de um floral e esse grupo iria tratar

estados emocionais crônicos, no que vieram a ser chamados de os 7 auxiliares. E, por fim,
percebendo que haveria necessidade de complementar o tratamento com essências que

viriam a restabelecer o eu interior de cada pessoa, pesquisou mais 19 florais e plantas,


denominados os 19 complementares (Barnard, 2018, p. 17).

Como vimos nas aulas anteriores, os florais atuam de forma vibracional e são

preparados com base em plantas que não apresentam substâncias tóxicas e, nesse sentido,

não apresentam efeitos adversos, quando não encontram a correspondência vibracional


em nosso organismo. As flores e partes das plantas utilizadas na composição dos florais
não causam efeitos nocivos aos organismos. Quando corretamente indicados e utilizados,

mostram resultados muito eficazes. Em Os doze curadores, Bach identificou 12 estados


emocionais ou aspectos mentais – para os quais encontrou flores correspondentes –, cuja

correspondência passamos a descrever a seguir (Bach, 2018c, p. 107-112):

Rock Rose: estados de desespero, terror, depressão, medo demasiado de um grande

perigo.
Mimulus: medo específico de alguma coisa bem definida.

Agrimony: inquietude, ansiedade demasiada.


Scleranthus: estado de quando a pessoa sabe o que tem que fazer, mas não
consegue decidir seu rumo e fica andando de um lado para o outro.

Clematis: desinteresse, sonolência, apatia, falta de alegria de viver.


Chicory: autopiedade e estado de quem sofre porque parece não ser amado.
Cerato: estado de quem procura fazer tudo que os outros falam, não decide por si
só, fazendo papel de tolo.

Gentian: depressão, negatividade, estado em que parece que tudo está dando
errado e a pessoa perde sua força e desejo de lutar.
Vervain: situação de pessoas difíceis de lidar, que acham que sabem de tudo, de
temperamento forte.

Impatiens: impaciência, pouca ou nenhuma tolerância com as pessoas ao redor.


Centaury: cansaço excessivo, fraqueza física aparente.

Water Violet: calma excessiva, num estado em que o indivíduo não pede ajuda

quando dela precisa, tentando resolver seus problemas sozinho.

Muitos casos podem ser resolvidos com apenas um floral específico, mas em outros
pode-se utilizar até seis diferentes essências, a fim de se restabelecer o emocional e a

saúde de uma pessoa (Bach, 2018a, p. 107-112).

A seguir apresentamos alguns relatos de casos observados pelo médico inglês (Bach,
2018a, p. 109):
Caso 1: paciente, sexo masculino, com 35 anos. Queixa principal: reumatismo crônico.

Além disso, apresentava articulações inchadas, dor, angústia, ansiedade. Sua


situação era grave. Foi tratado inicialmente com Agrimony, administrado de hora em

hora, por 20 horas seguidas, após as quais já demonstrava uma melhora, com

redução da dor e do inchaço. A seguir o homem foi tratado com Mimulus, pois

apresentava medo de que a dor voltasse e, 24 horas após o início do tratamento, o


paciente já estava se sentindo melhor. Então, para que ele recuperasse sua coragem

para retomar a vida, foi-lhe administrado Gentian e o paciente conseguiu então sair

de casa.
Caso 2: mulher, 18 anos de idade. Após seis meses de uma cirurgia para remover
cistos da tireoide, estes estavam voltando e, para não esperar e fazer nova cirurgia,
ela foi tratada com Clematis, administrando o floral três vezes ao dia, durante uma

semana. Houve completa absorção dos cistos, sem recorrência. Essa paciente só
utilizou Clematis, sem necessidade de outro floral. Devemos observar que nem
sempre há necessidade de utilização de seis florais como preconizado por Bach.

Bach revisou seus estudos várias vezes: dos 12 curadores iniciais, alguns foram
excluídos, pois, ao tratar seus pacientes, o médico observou que esses excluídos tratavam
somente o aspecto físico, caso, por exemplo, da utilização de Cupressus (Thuya

occidentalis), mais específica para tosse com secreções, e Cotyledon, planta inicialmente
utilizada por Bach para epilepsia e alguns efeitos causados pelo brometo, como perda da

vontade de viver, que porém não se tratava de um tratamento adequado aos estados de

personalidade e sim cuidaria de aspectos físicos. Em sua segunda revisão, Bach retirou
essas plantas de seu repertório. Com isso, observamos que Bach nunca parou de estudar e

pesquisar os florais e os seus resultados em seus pacientes para, de forma assertiva,

recuperar o equilíbrio do corpo com a alma (Barnard, 2018, p. 92-93).

Em Cromer, na costa leste da Inglaterra, no período de agosto a setembro de 1930,


Bach identificou e definiu alguns de seus florais, como Agrimony, uma planta que se

desenvolve à beira da estrada, onde certamente terá contato com as pessoas, como em
trilhas. Mas, cada planta cresce separadamente e solitária, parece que intercalada com

outras flores pelo campo, não fica agrupada com as flores e sua família. Bach identificou
existirem pessoas inquietas, como que atormentadas, buscando paz em uma vida isolada,

mas que se utilizam de brincadeiras e atividades falsas, para não demonstrarem seu

verdadeiro estado, para fugirem de sua própria vida, podendo até mesmo lançarem mão

de bebidas alcoólicas ou drogas, um meio de sair da realidade, e identificou a paz com a


virtude alcançada com o floral Agrimony.

Chicory foi identificado para ser empregado em uma pessoa que deseja todos ao seu
redor sob controle, de forma egoísta, possessiva, mal-humorada, chegando a ser cruel.
Mas Chicory tem a função de restabelecer o altruísmo. A planta Chichorium intybus se

desenvolve em diferentes lugares, é uma planta que se adapta de diferentes formas,


buscando um solo rico ou em solo pobre se desenvolve de forma altiva. Em solo calcário e
com potencial hidrogeniônico (pH) neutro ou alcalino, desenvolve flores azuis e, em locais
mais ácidos, suas flores podem ficar róseas, assim como as flores da personalidade a quem

se ministra Chicory, que pode transitar em suas atitudes, sendo amigável com uns e cruel
com outros (Barnard, 2018, p. 98-111).

Figura 1 – Chichorium intybus

Crédito: GeniusKp/Shutterstock.

Vervain é recomendado para quem está sempre insatisfeito com o mundo a sua volta.
A flor de que se origina o floral pode se desenvolver em qualquer lugar, mais comumente
em terrenos como beira da estrada ou em uma trilha. Ela foi identificada por Bach como

uma planta que tem sua origem em vários lugares, como em estoques de madeira ou
pneus de carro, indo para vários lugares. Por isso foi apelidada de planta viajante, com

personalidade para novos começos. Essa flor começa com caule simples, mas de suas axilas

nascem novos brotos, formando-se uma planta volumosa ou espaçosa. E corresponde a

atender ao perfil de uma pessoa com opinião, com perfil de líder, porém inflexível, que
precisa aprender a ser tolerante (Barnard, 2018, p. 98-111).

Os 12 curadores são prescritos a fim de orientar o paciente a retornar ao equilíbrio do


seu estado emocional. A cada um dos florais corresponde uma personalidade e um tipo
positivo e um negativo de sensação, como se pode observar no Quadro 1.

Quadro 1 – Relação dos 12 curadores relacionados a devidas falhas e virtudes

Floral Falha Qualidade ou virtude

Agrimony Tormento Quietude

Scleranthus Indecisão Estabilidade

Vervain Entusiasmo Tolerância

Clematis Indiferença Bondade

Chicory Congestão Amor

Gentian Falta de ânimo Compreensão

Water Violet Tristeza Alegria

Centaury Fraqueza Poder

Impatiens Dor Saber perdoar

Cerato Tolice Sabedoria

Rock Rose Terror Coragem

Mimulus Medo Compaixão


Fonte: Elaborado com base em Bach, 2018c, p. 105.

As crianças, animais e plantas são mais facilmente identificadas com as características

dos 12 curadores. Com o decorrer da vida, as pessoas são acometidas de muitas

influências externas, traumas, mágoas e sentimentos que mascaram a sua verdadeira


personalidade. Por esse motivo, o tratamento com florais deve ser gradativo, em que se

retiram certas camadas gradativamente, até o verdadeiro autoconhecimento (Barnard,


2018, p. 299).

Qualquer que seja a doença, a terapia floral possui 12 personalidades


correspondentes, com o objetivo de devolver ao paciente a saúde física e mental (Bach,
2018d, p. 86). Como descreve Barnard (2018, p. 300), os 12 curadores agem na camada
mais externa, mais visível da situação, como Holly com relação à raiva, Wild Rose com a

apatia e Willow, em face do ressentimento.

TEMA 2 – OS SETE AUXILIARES

Após diversos experimentos e relatos de casos, observou-se que os 12 curadores não

atendiam a todas as emoções dos pacientes, pois alguns destes apresentavam um certo
conformismo e já não lutavam mais pela saúde, convivendo com uma doença crônica.

Dessa forma, se torna mais difícil tratar a raiz da desarmonia e/ou doença física e, para
esses casos, Bach, até 1933, desenvolveu quatro auxiliares, com a função de restaurar o

desejo de viver novamente, levando o paciente ao estágio em que os 12 curadores serão


mais eficazes. Como exemplos, Bach observou pessoas com mau humor constante,

conformadas com um sintoma muito antigo desde a infância e incapazes de perceber que

não são o seu eu maior ou próprio de sua alma. Os quatro auxiliares têm a função de
recuperar o estado emocional do paciente ao nível de ação com os 12 curadores (Bach,

2018d, p. 93-94).
Em 1934 o médico inglês completou, com mais três auxiliares, os sete auxiliares, uma

forma de complementar os primeiros e tirar os pacientes do sofrimento e do medo de


nunca se curar (Bach, 2018f, p. 77-81). Até 1933 Bach desenvolvera quatro auxiliares (Bach,

2018d, p. 93-97):

Gorse: para pessoas que perderam as esperanças, já não lutam mais pela sua saúde.

Oak: ao contrário de Gorse, é ministrado a um paciente que luta pela sua melhora,
mas que está desanimado consigo mesmo por estar doente.

Heather: para pessoas que sofrem mesmo sem uma doença, para quem tudo é
exageradamente mal recebido.
Rock Water: para pacientes rígidos demais, com os outros e consigo mesmos, e que

por isso se tornam infelizes. Esses indivíduos são capazes de fazer tudo se acreditam
que é bom; mas, se acham que é ruim, o abandonam facilmente, em qualquer
situação.

Em 1934, Bach publicou seu artigo “Os doze remédios curadores e os sete auxiliares”,
com mais três auxiliares além dos quatro antes descritos (Bach, 2018f, p. 75-80):

Olive: para pacientes profundamente exaustos, em virtude de uma doença antiga, já


cansados de uma vida longa de doença e com muita tristeza.

Vine: para pessoas que acreditam que sabem tudo e não precisam de ajuda, que
querem que todos lhes obedeçam da forma que entendem ser correta, que são

muito críticas e exigentes.

Wild Oat: floral que deve ser utilizado em qualquer um dos casos anteriores, quando
há necessidade de complementar o tratamento para observar a melhora, quando o

tratamento parece não estar correspondendo.

3.1 WILD OAT

Bach desenvolveu o floral Wild Oat com o objetivo de atuar como guia, quando
nenhum outro floral se encaixa na personalidade observada. Seria um floral para todas as
personalidades. Esse é o guia, para direcionar qual caminho será tomado com o paciente

que, no momento, não se encaixa na descrição de uma outra personalidade. O floral se


origina de uma planta bastante comum na Inglaterra, um capim, como vulgarmente é

chamado, uma planta simples, flexível, que luta pelo seu espaço entre frondosas árvores.

Wild Oat é recomendado a quem não sabe o caminho que deve seguir, que busca seu

lugar ao sol, para uma personalidade de alguém que deseja fazer alguma coisa, mas não
consegue identificar seu propósito, para pessoas que não conseguem definir que direção

tomar. Seria, assim, um floral para todos, pois todos temos que encontrar um propósito,
um caminho na vida (Barnard, 2018, p. 189-193).

Como exemplifica Barnard (2018, p. 300), com os sete auxiliares permite-se à pessoa

conciliar-se com a vida, certamente um hábito ou um comportamento que não pertence à


personalidade, não faz parte das virtudes do ser humano: Vine, controlador; Wild Oat,
disperso.

Figura 2 – O capim do floral Wild Oat

Crédito: Gabriele Maltinti/Shutterstock.

3.2 ROCK WATER

Rock Water está no grupo dos florais, porém, não advém de uma planta e sim da água

obtida de uma fonte, em um local sem a intervenção humana, tratando-se de uma água
com o poder de cura. A água é coletada próxima à nascente do local escolhido por Bach

em um recipiente de vidro e exposta à luz solar, durante três horas, da mesma forma que é
feito com as flores para obtenção dos florais. A personalidade a quem se ministra Rock

Water é crítica, severa, deseja liderar qualquer assunto e acaba com isso causando

problemas a si e a todos. É a rigidez da pedra em redor da fonte, que contrasta com o

movimento suave da água (Barnard, 2018, p. 169).

Barnard (2018, p. 177) descreve Rock Water como um dos florais mais importantes de

Bach, que fornece grande paz e compreensão, realização de ser e não de fazer, de sermos
nós mesmos em reflexo das grandes coisas. Um pensamento ligado ao uso de Rock Water
é que deveríamos ser, pois, um reflexo de grandes coisas, entendendo-se por grande

tudo aquilo que carregamos por propósito de vida. Rock Water mostra aonde podemos
chegar, no caminho da vida.

Figura 3 – A água de Rock Water

Crédito: Willi Wenzlaff/Shutterstock.

TEMA 3 – OS 19 COMPLEMENTARES

Em 1934, Bach foi morar em Oxfordshire, em Sotwell, no Vale do Tâmisa, onde viveu

até o fim de sua vida. Seu objetivo era descansar, pois acreditava que já havia desenvolvido
os florais de que precisava para cuidar de seus pacientes. Porém, em março de 1935, em
face de uma dor de cabeça, encontrou em Cherry Plum o conforto. As dores que sentia

eram de enlouquecer e perder o controle (Barnard, 2008, p. 195-196). Bach (citado por
Barnard, 2008, p. 195-196) escreveu a respeito: “Medo de que a mente esteja tensa, de

perder a razão, de fazer coisas terríveis e desagradáveis, coisas não desejadas, mas mesmo

assim surge o impulso para cometê-las”. Cherry Plum recupera a sanidade mental, a

confiança e o controle dos que se tornaram desesperados. A flor que dá origem ao floral é
a primeira a surgir na primavera, trazendo consigo o significado de recomeço (Barnard,

2018, p. 195-196).

Nos meses seguintes à doença, Bach acabou trabalhando intensamente e desenvolveu


os chamados 19 complementares, os quais são indicados para estados mais específicos e

pontuais, como pessoas com acontecimentos que causam traumas (Howard, 2018, p. 14-
47), a saber:

Aspen: para medos de causa desconhecida.


Beech: para pessoas muito severas em relação às outras.
Cherry Plum: para medo desesperado de perder o controle.

Chestnut Bud: para pessoas com dificuldade de aprender com as lições da vida.
Crab Apple: para desgosto ou aversão a si próprio(a).

Elm: para pessoas que se sentem sobrecarregadas.


Holly: para pessoas muito ciumentas, invejosas, que chegam a apresentar ódio em

decorrência de ciúme ou inveja.


Honeysuckle: para pessoas que se mostram presas ao passado.

Hornbean: para quem sente cansaço, porém não físico e sim mental.

Larch: para pessoas inseguras, que não acreditam em si mesmas.


Mustard: para pessoas mergulhadas na infelicidade.

Pine: para sentimento de culpa carregado por muitos anos.

Red Chestnut: para quem tem preocupação excessiva com os outros e medo de que
algo aconteça aos seus entes queridos.
Star of Bethlehem: para quando uma pessoa sofre algum trauma, um susto, em uma
situação inesperada.

Sweet Chestnut: para angústia, sensação de escuridão sem solução.

Walnut: para pessoas que não conseguem ficar bem após uma mudança.

White Chestnut: para quando o paciente relata que está com pensamentos
repetitivos e indesejáveis.
Wild Rose: para personalidade desmotivada, sem rumo, perdida, sem saber o que

fazer.
Willow: para uma personalidade que vive com sentimento de injustiça para consigo
mesma.

Dessa forma, podemos analisar os 38 florais como pertencentes a um sistema: 12:7:19


– os 12 curadores, os 7 auxiliares e os 19 complementares. E, para melhor orientar a sua
utilização, é importante classificá-los da seguinte forma:

Os 12 curadores: correspondem à restituição da natureza de cada um, da personalidade


com a qual o ser humano nasce.

Os 7 auxiliares: lidam com situações crônicas que se desenvolveram ao longo da vida e


interferem na análise da personalidade.

Os 19 complementares: trabalham com o presente, o estado emocional proveniente de

uma situação de pânico, susto, trauma etc.

Por esse motivo, temos, na Figura 4, a imagem de uma cebola, analogia criada por
Bach, observando que os 12 curadores estão no núcleo, os 7 auxiliares são as camadas

próximas ao núcleo e os 19 complementares estão nas camadas externas da cebola

tomada em analogia. Portanto, ao se observar e escutar um paciente, é necessária essa


visão para que o floral seja utilizado de forma assertiva (Barnard, 2018, p. 299).

Figura 4 – Cebola
Crédito: Yeti Studio/Shutterstock.

TEMA 4 – OS SETE GRUPOS E BACH

Por fim, Edward Bach estabeleceu os sete grupos de personalidade a serem atendidos
pelos florais, por observar que, entre os 38 florais, alguns correspondiam a uma mesma
personalidade, porém reagindo de forma diferente. Com a classificação em grupos, sua

orientação quanto ao uso seria realizada de forma mais assertiva. Os sete grupos foram
assim classificados: para o medo; para a incerteza; para a falta de interesse no presente;
para a solidão; para os excessivamente sensíveis a influências e ideias; para o desespero; e,
finalmente, para aqueles que despendem um cuidado excessivo com o bem-estar dos

outros (Barnard, 2018, p. 296-297).

Para melhor compreensão dos grupos e suas aplicações, relacionamos os florais a seus

respectivos grupos, no Quadro 2.

Quadro 2 – Os sete grupos florais

Para os que sentem medo

Rock Rose Pavor

Mimulus Medo específico

Cherry Plum Medo de esgotamento mental

Aspem Medo indefinido


Red Chestnut Medo por outras pessoas

Para aqueles que sofrem de indecisão

Cerato Insegurança

Scleranthus Indecisão

Gentian Desencorajamento fácil

Gorse Desesperança

Hornbeam Dificuldade na execução de tarefas

Wild Oat Indeterminação do que se quer fazer de fato

Para o desinteresse

Clematis Para pessoas sonhadoras

Honeysuckle Para pessoas que vivem no passado

Olive Esgotamento

White Chestnut Pensamentos indesejáveis

Mustard Tristeza

Chestnut Bud Demora maior para aprender lições

Wild Rose Para pessoas que apenas passam pela vida

Para os que sentem solidão

Water Violet Para pessoas que gostam de ficar sozinhas

Impatiens Para os que preferem fazer as coisas sozinhos

Heather Para os que procuram companhia para dividir suas dores

Para os sensíveis às influências externas

Agrimony Para pessoas que não gostam de brigas e discussões

Centaury Para pessoas tranquilas, amáveis


Walnut Para os que ficam tentados a abandonar seus objetivos

Holly Ciúme, inveja, vingança

Para o desalento ou o desespero

Larch Sentimento de fracasso

Pine Sentimento de culpa

Elm Falta de forças

Sweet Chestnut Angústia

Star of Bethlehem Grande infelicidade

Willow Amargura, sentimento de injustiça

Oak Para os que lutam incansavelmente

Crab Apple Sentimento de impureza

Para a preocupação excessiva com o bem-estar dos outros

Chicory Excesso de preocupação com os outros

Vervain Para os que desejam convencer os outros de suas ideias

Vine Para pessoas muito seguras de si

Beech Para quem, mesmo tudo parecendo errado quer mostrar que está tudo bem

Rock Water Excesso de rigor para consigo mesmo(a)

Fonte: Elaborado com base em Bach, 2018e, p. 61-74.

TEMA 5 – O FLORAL EMERGENCIAL

O Rescue é uma composição de cinco essências florais, utilizada para pessoas em

estado de muita tensão. Bach utilizou esse floral a primeira vez quando houve um
naufrágio próximo à sua residência e ele observou um marinheiro inconsciente, ao qual
aplicou Rescue – o marinheiro rapidamente se recuperou. As cinco essências florais que
compõem Rescue são (Bear; Belucco, 2005, p. 169-172):

1. Rock Rose: para pânico e terror;

2. Impatiens: para dor intensa;

3. Clematis: para ativação da consciência;

4. Cherry Plum: para perda do controle;

5. Star of Bethlehem – para choque ou trauma.

O Rescue é o floral indicado quando há uma situação aguda, intensa, como no caso
em que é preciso prestar um atendimento rápido após pânico, choque emocional,

desmaio. Se o caso for grave, obviamente o paciente deverá ser orientado a um


atendimento hospitalar, mas o Rescue tem a função de tirar a pessoa do estado agudo,
podendo ela, também, após sua melhora, ser orientada quanto aos florais indicados para
um tratamento mais prolongado. São os cinco florais, em conjunto, que permitem ao

paciente suportar uma situação de crise (Howard, 2018, p. 45-46).

Outras indicações para o Rescue são, conforme Bear e Bellucco (2005, p. 169):

enxaqueca;

queimaduras;
picadas de insetos;

ferimentos;

traumas físicos;
síndrome do pânico;

recuperação de plantas;

cuidado com animais de estimação.


Como descrito, Rescue é um floral emergencial e, por esse motivo, deve ser
administrado como um tratamento de urgência, para estabilizar o paciente.

O preparo de Rescue é um pouco diferente dos outros: são utilizadas 4 gotas do


frasco de estoque, para 30 mL de solução. A posologia depende do caso, podendo ele ser
administrado até mesmo de 15 em 15 minutos, de acordo com o estado do paciente

(Scheffer, 2010, p. 205).

NA PRÁTICA

Sabemos que existe uma analogia entre as camadas que desenvolvemos durante a
vida e uma cebola. A nossa parte mais interna corresponde à nossa verdadeira

personalidade. Ao nosso núcleo corresponde o uso de um floral pertencente ao primeiro


grupo de florais, o dos 12 curadores. Em seguida, teremos os 7 auxiliares, que se
identificam com uma ação que está ali em nosso ser de forma crônica, mas não nos
pertence. E, por fim, para trabalhar a nossa camada mais externa, corresponde um ou mais

dos 19 complementares. Experimente observar a si próprio(a); comece por seus


sentimentos mais externos, em busca do seu autoconhecimento.

Para melhor compreensão dos 12 curadores, pesquise e leia A história dos viajantes, de

1934 – uma personificação dos remédios florais de Bach passeando por uma floresta.

FINALIZANDO

Os 12 curadores, os 7 auxiliares e os 19 complementares constituem os remédios

florais de Edward Bach (2018a, 2018b, 2018c, 2018d, 2018e, 2018f, 2018f, 2018g, 2020), que
os estudou e definiu durante toda a sua vida, em busca de um tratamento simples, mas

capaz de restabelecer a saúde de todos os seres, sem se especificar o nome da doença ou

o órgão acometido pela doença. Os 12 curadores correspondem aos cuidados com os


tipos de alma; os 7 auxiliares servem às situações crônicas, que muitas vezes nem
percebemos e com que passamos a conviver como se fossem estados normais; e os 19

complementares são indicados para os estados emocionais e mentais que se desenvolvem


devido a um ou mais fatos específicos e são capazes de gerar um trauma.

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_____. Os doze curadores. In: BARNARD, J. (Org.). Coletânea dos escritos de Edward
Bach. Tradução: Juliana Bertolozzi de Oliveira Freitas. São Paulo: Editora Blosson, 2018c.
p.101-105.

_____. Os doze curadores e os sete auxiliares. In: BARNARD, J. (Org.). Coletânea dos

escritos de Edward Bach. Tradução: Juliana Bertolozzi de Oliveira Freitas. São Paulo:
Editora Blosson, 2018d. p. 85-98.

_____. Os doze curadores e outros remédios. In: BARNARD, J. (Org.). Coletânea dos

escritos de Edward Bach. Tradução: Juliana Bertolozzi de Oliveira Freitas. São Paulo:
Editora Blosson, 2018e. p. 61-74.

_____. Os doze remédios curadores e os sete auxiliares. In: BARNARD, J. (Org.).

Coletânea dos escritos de Edward Bach. Tradução: Juliana Bertolozzi de Oliveira Freitas.

São Paulo: Editora Blosson, 2018f. p. 75-84.

_____. Palestra de Wallingford, 24 de setembro de 1936. In: BARNARD, J. (Org.).


Coletânea dos escritos de Edward Bach. Tradução: Juliana Bertolozzi de Oliveira Freitas.
São Paulo: Editora Blosson, 2018g. p. 15-24.

BARNARD, J. Remédios florais de Bach: forma e função. Tradução: Laura Cardellini e

Marcela Marx. São Paulo: Editora Blossom, 2018.

BEAR, J.; BELLUCCO, W. Florais de Bach: o livro das fórmulas. 6. ed. São Paulo:

Pensamento, 2005.

HOWARD, J. Os remédios florais do Dr. Bach passo a passo. Tradução: Alípio Correia

de Franca Neto. 15. impr. São Paulo: Editora Pensamento, 2018.

SCHEFFER, M. Teoria floral do Dr. Bach. São Paulo: Ed. Pensamento, 2010.
Profª Benilda Luiza de Carvalho Klingelfus

CONVERSA INICIAL

Como estudamos nas aulas anteriores, o médico inglês Edward Bach iniciou os
estudos sobre os florais em 1930 e desenvolveu 38 essências florais com o objetivo de
promover a saúde e o equilíbrio emocional. A partir de 1936, a sua terapia foi ganhando
espaço, vindo a se desenvolver no Brasil no final dos anos 1980. Atualmente, as essências

florais apresentam reconhecimento no mundo todo e contam com diversos sistemas,


desenvolvidos em vários países, inclusive no Brasil.

Nesta aula, iremos conhecer os principais grupos de florais, identificar os seus países
de origem, seus idealizadores e as principais essências de cada grupo, assim como
compreender a importância do diagnóstico para uma prescrição assertiva dos florais.

TEMA 1 – FLORAIS NACIONAIS

Seguindo os preceitos de Bach, os florais são obtidos no ambiente nativo e


preparados por ação solar, seguida por sua diluição e conservação com conhaque. Os

florais atuam nos campos energéticos dos seres vivos, recuperando o seu bem-estar

mental, emocional e físico. A terapia floral promove uma interação dinâmica entre o eu
interior e o exterior, o pessoal e o social, permite o desenvolvimento da coragem e a

transformação interior (Barnard, 2018, p. 33-88).

A partir dos anos 1970, pesquisadores influenciados pelos estudos de Edward Bach
passaram a identificar na natureza novos sistemas florais e hoje contamos com vários
sistemas internacionais e também nacionais, obtidos da mata brasileira, os quais

passaremos a estudar.

1.1 FLORAIS DE SAINT GERMAIN

Neide Margonari (2016), artista plástica, arquiteta, profissional reconhecida em suas

áreas de atuação, relata, em seu livro Florais de Saint Germain: os doze raios divinos, que,
em 1990, recebeu um chamado espiritual, quando então mudou sua filosofia de vida,

adquirindo novos hábitos, como a prática da meditação, a alimentação vegetariana e a


vida no celibato. Após três a quatro anos dessa transformação, ela teria tido sua primeira
sintonização com a natureza (Margonari, 2016, p. 15-16).

O seu primeiro floral criado foi Unitatum, indicado para os desamparados,

despertando claridade e beleza (Margonari, 2016, p. 159).

Os florais de Saint Germain são obtidos de plantas pertencentes ao grupo das

gramíneas, muito utilizadas para alimentação dos seres vivos, que pertencem por sua vez
ao grupo dos cereais, alimentos básicos. Os florais de Saint German estão ligados ao
mundo espiritual, a um propósito de elevação da consciência em direção à luz, e possuem

dez gramíneas em sua composição: Panicum, Capim Seda, Capim Luz, Cidreira, Erbum,
Focum, Purpureum, Sorgo, Bambusa e Aveia Selvagem. São florais que sustentam o

propósito de elevação da consciência planetária (Souto, 2019, p. 25-26).

Os florais de Saint Germain são obtidos também de flores nativas da mata atlântica

brasileira, no litoral de São Paulo, sendo que o sistema conta com 89 essências, incluindo
com duas preparadas em Portugal e na França, e diversas fórmulas compostas.

Em sua totalidade, o Sistema Florais de Saint Germain caracteriza-se por promover:

Transmutação – isto é, a transformação, com elevação de consciência, de estados


mentais e/ou emocionais negativos. Limpeza de padrões cármicos – liberação de

circunstâncias que aprisionam o ser. Proteção e desenvolvimento espiritual. Além


disto, a rápida repercussão de seus efeitos a nível físico surpreende aqueles que

recorrem a este sistema. (Souto, 2019)

1.2 FLORAIS DE MINAS

Este grupo de florais – conhecido como florais de Minas – é pesquisado em Itaúna,

Minas Gerais, por Breno Marques da Silva e Ednamara Batista Vasconcelos desde o final
dos anos 1980, com análise profunda das propriedades das plantas. Os estudos envolvem

física quântica, filosofia e botânica. O sistema é composto por 18 essências florais e conta

ainda com os fi-florais e as fi-essências obtidas de processo de cocção – a partícula fi é


uma letra do alfabeto grego e caracteriza potência quântica (Albuquerque, 2016, p. 7-9).

São três os níveis de ação curativa do sistema florais de Minas (Santos, 2018, p. 422):

1. Essências florais:

nível vibracional: hipersutil;

foco de atuação: corpo espiritual, corpo mental e emocional;

ressonância: todos os corpos do indivíduo.

2. Fitoessências:

nível vibracional: hipersutil e etérico comportamental;

foco de ação: corpo mental e emocional;

ressonância: todos os corpos do indivíduo, porém com maior ênfase no aspecto

comportamental.

3. Fitoflorais líquidos:

nível vibracional: hipersutil, etérico comportamental e etérico orgânico;

foco de ação: corpo etérico e sistemas orgânicos;


ressonância: corpo físico e com alguma possibilidade de etérico

comportamental.

Os florais de Minas contam ainda com algumas fórmulas compostas (Santos, 2018, p.

453-456):

Buquê de Cinco Flores: primeiro socorro psíquico.


Buquê de Nove Flores: primeiro socorro psíquico em que ocorra desmaio.

Buquê de Lactentes: harmonização de recém-nascidos e lactentes.

Buquê da Transformação: para pessoas aprisionadas em padrões de comportamento


e que não conseguem realizar uma transformação.
Calmim: para estados de tensão, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, ruminação,
excesso de preocupações.

Feminalis: para transições psíquicas da mulher na menopausa e menstruação.


Opulência: contra avareza.
Aprendizado: auxílio diante de uma dificuldade de aprendizado.
Exame: para os que estão estudando e fazendo provas e concursos.

Adolescente: para os distúrbios que acontecem na adolescência, como desobediência


e tendência ao vício.

1.3 FLORAIS FILHAS DE GAIA

O grupo de florais Filhas de Gaia foi desenvolvido a partir de 1988 por Maria Grillo. O
sistema possui 120 essências florais e 30 fórmulas, as quais são produzidas em santuários

ecológicos do Brasil, tais como Parque Estadual da Ilha do Cardoso (SP), Parque Estadual
da Serra do Mar (SP), Parque Nacional da Serra do Cipó (MG), Parque Nacional da Chapada

do Veadeiros (GO), Parque Nacional da Serra da Canastra (MG), entre outros. Entre os

florais Filhas de Gaia, citamos o Girassol (obtido de Helianthus annus), que apresenta
excelente resultado, equilibrando o eu maior, tratando o ego, a arrogância e a prepotência

(Albuquerque, 2016, p. 8-9).


1.4 FLORAIS ARARÊTAMA

Desenvolvido nos anos 1990 por Sandra Epstein, o nome desse grupo de florais,

Ararêtama, em tupi-guarani significa lugar onde se origina a luz. São denominados também

florais da Mata Atlântica. Sandra Epstein é formada em educação artística e desenvolveu os


florais nas cidades de Ubatuba e Cunha. Algumas essências desses florais são obtidas de

cipós. O sistema possui 35 essências florais e ambientais e alguns compostos, entre os


quais destacamos o Paixão, composto por três plantas: tauá, caju e kundalini. Kundalini

(Vriesea platynema) é uma bromeliácea indicada para pessoas que são inseguras e estão
sempre querendo agradar aos outros e cuja essência permite obter segurança e coragem
(Albuquerque, 2016, p. 8-10).

TEMA 2 – FLORAIS INTERNACIONAIS

Após a morte do médico Edward Bach, novos sistemas florais foram desenvolvidos, em
diversos países, inclusive no Brasil, como observamos anteriormente. Neste tema iremos

abordar alguns dos sistemas florais internacionais.

2.1 FLORAIS DA AUSTRÁLIA

O sistema de florais da Austrália foi desenvolvido por Ian White, praticante de


atividades naturais que teve uma visão, fazendo uma concentração, quando estava doente,

após uma viagem para a Índia, sendo o floral Waratah (obtido de Telopea speciosissima),
que se tornou símbolo dos florais da Austrália, essa visão. A planta que dá origem ao floral

é formada por pequenas flores vermelhas e atinge até 4 m de altura. O floral fornece

coragem e força, para o enfrentamento de crises, a pessoas que estão em desespero. Ele
apresenta um resultado rápido e deve ser utilizado por um curto período de tempo. Os

florais da Austrália são compostos por 69 essências florais obtidas na Austrália e contam

com um composto emergencial, indicado para medo, estresse e pânico (Albuquerque,


2016, p. 3-6).
2.2 FLORAIS DA CALIFÓRNIA

O sistema de florais da Califórnia foi desenvolvido por Ricardo Katz e Patrícia Kaminski.

Ricardo é físico e mestre em psicologia e, com interesse pelas plantas e pela fitoterapia,

estudou profundamente os florais de Bach e, juntamente com Patrícia, desenvolveram os


florais da Califórnia. No final da década de 1970 eles iniciaram seus trabalhos na Flower

Essence Society – FES (Sociedade de Essências Florais), um centro de pesquisas onde se


realizam estudos, se avaliam ensaios clínicos e se realizam trabalhos sociais. Os florais da

Califórnia são produzidos em um santuário ecológico localizado na cidade de Nevada,


Califórnia (Albuquerque, 2016, p. 4).

Os florais da Califórnia são estudados e avaliados pela FES desde 1979, da mesma
forma que os de Bach, por intermédio de aprofundado estudo de botânica. Incialmente, o

grupo contava com 24 essências e, após aprovação de alguns ensaios clínicos, foram-lhe
adicionadas outras essências, completando um kit com 72 essências florais. Esse conjunto
foi divulgado, juntamente com as essências florais de Bach, em 1986 e, em 1987, foram-lhe
adicionadas mais 11 essências e, gradativamente, outras mais, frutos de pesquisas e

ensaios clínicos. Atualmente, o grupo conta com 103 essências (Albuquerque, 2016, p. 3).

As essências desse sistema são incluídas no repertório após pesquisas e uma revisão

de seus resultados, com o objetivo de proporcionar novas opções de tratamento às


necessidades humanas, reduzindo o sofrimento e restabelecendo a saúde. O trabalho da

FES consiste em buscar novas essências à medida que surgem novas necessidades das
pessoas, podendo ser uma essência específica ou uma indicação mais ampla, para atingir

grupos de pessoas. O desenvolvimento desses florais se inicia com um estudo


aprofundado de botânica e ensaios clínicos. Destacamos, entre os florais da Califória, o

floral Yarrow (obtido de Achillea millefolium). O milefólio floresce em áreas abertas e

ensolaradas, com um aroma muito forte, chegando a alcançar 30 cm de altura. As suas


flores brancas formam um conjunto com aspecto de guarda-chuva, que permanece florido

durante todo o verão e o outono, secando com o início do inverno. Além do milefólio-
branco, esse grupo conta com o milefólio-rosa (Pink Yarrow) e o milefólio-dourado

(Golden Yarrow). Essa planta é tradicionalmente conhecida desde o século XVII, com
estudos de Culpeper, que também influenciou Bach. Também conhecida pelos nomes de

sobrancelha-de-vênus e erva-militar, suas qualidades são associadas à sensibilidade,

intuição e compaixão e apresenta característica protetora. Com base nisso, a essência

Yarrow é indicada para perfis que sofrem influências externas, sendo indicada também para
os próprios terapeutas, que podem se envolver com as emoções dos seus pacientes

(Kaminski; Katz, 1997, p. 23-49). “Arrow – qualidades positivas: radiância interior e vigor da

aura; percepção consciente plena de compaixão” (Kaminski; Katz, 1997, p. 357).

O Yarrow em fórmula especial foi pesquisado e desenvolvido em 1986, por ocasião do

acidente de Chernobyl, para auxiliar as vítimas das ações químicas do ambiente.

Seguem descrições de duas das fórmulas de Yarrow, segundo Kaminski e Katz (1997,
p. 73-74):

1. Yarrow (obtido de Achillea millefolium, milefólio-branco):

qualidade positiva: percepção consciente plena de compaixão;


desequilíbrio tratado: perda fácil de energia, com absorção das energias

negativas externas;
essência floral indicada para os seguintes fatores: desvitalização,

dificuldades no aprendizado, distúrbios alimentares, estresse, para proteção e


melhoria da sensibilidade; indicada ainda para terapeutas.

2. Yarrow em fórmula especial (obtida de Achillea millefolium, Arnica montana ou

Arnica mollis e Echinacea purpurea, numa base de água marinha salgada com as

tinturas vegetais dessas plantas):

qualidade positiva: aumento da integridade do corpo etérico e das forças


vitais formativas;
desequilíbrios tratados: distúrbios da energia vital, efeitos residuais e

ambientes tóxicos;
essência floral indicada para os seguintes fatores: desvitalização, estresse,

meio ambiente, gravidez, negativismo. Esse composto floral tem grande

importância nos dias de hoje, pois, além de seu propósito inicial de tratar

pessoas que sofreram radiação, atua como escudo para indivíduos que estão
passando por radioterapia, proporcionando-lhes proteção e revitalização da

alma.

Além desses florais, destacamos California Wild Rose, utilizado em casos de depressão
e que está entre os florais fundamentais para as pessoas que precisam assumir suas

responsabilidades. Ele trata a apatia, a incapacidade de se desenvolver, revela a vontade de


viver (muitas pessoas têm medo da vida, evitam tomar o ritmo da vida por medo da dor do
desafio). Essa essência pode ser aplicada na adolescência ou no início da vida adulta,
promovendo o encontro do indivíduo com seu propósito. Ela estimula a energia amorosa

do coração, dá entusiasmo para a vida terrena e para os relacionamentos (Kaminski; Katz,


1997 p. 286).

Figura 1 – A planta da qual se obtém California Wild Rose

Crédito: AlessandraRC/Shutterstock.
2.3 FLORAIS DO ALASKA

A história dos florais do Alaska é interessante. O grupo foi desenvolvido por Steve

Johnson, um bombeiro florestal que passou a trabalhar no Alaska, residindo em um vilarejo

no Lago Minchumina, onde passou a pesquisar e desenvolver florais e, em 1994, fundou o


Alaskan Flower Essence Project, para coordenar e trabalhar com as plantas da região. Esse

sistema conta com 72 essências florais, 48 essências minerais e 12 essências ambientais,


utilizadas para limpeza energética de ambientes e obtidas de plantas em lugares como

Alaska, Polo Norte, Inglaterra, Groenlândia e Canadá. As essências minerais atuam no


campo da energia e são obtidas de plantas de algumas regiões do Alaska, entre essas
essências podemos citar a Brazilian Quartz, para pessoas esgotadas, com baixa energia

(física, mental, emocional e espiritual), que estimula a cura em todos os níveis, limpa e
energiza a vibração natural da Terra. O sistema possui um composto emergencial chamado
Soul Support, que estabiliza o indivíduo em momentos de emergência, estresse e trauma,
restaurando o seu equilíbrio em todos os níveis. O composto contém nove essências:

Cattail Pollen, Chalice Well, Cotton Grass, Fireweed, Labrador Tea, Malachite, River Beauty,
Ruby e White Fireweed (Albuquerque, 2016, p. 5-7).

2.4 FLORAIS DO DESERTO

Cynthia Athina Kemp Schrer criou o grupo de florais obtidos do Deserto de Sonora,

em Tucson, Arizona, Estados Unidos. Cynthia cresceu cuidando de plantas e, com 21 anos,
foi morar na Grécia, onde também teve contato com as flores. Após conhecer os florais de

Bach, sentiu inspiração para pesquisar as flores de Tucson, sua terra natal. O sistema possui

65 essências florais e alguns compostos. A primeira essência do grupo chama-se Squaro,


obtida de um cacto ereto que chega a 16 m de altura e que precisa de 50 anos para atingir

de 3 m a 4 m de altura. A fórmula emergencial desse grupo é denominada Crisis, voltada

para a importância de se dar foco ao presente e aliviar o estresse físico e composta das
seguintes essências: Ale, Cliff Fendlerbush, Desert Holly, Klein’s Pencil Cholla Cactus e

Purple Aster (Albuquerque, 2016, p. 10-12).


2.5 FLORAIS DO PACÍFICO

Sabina Pettit e Fiona Macleod criaram o grupo de florais do Pacífico em 1985. Em

Vancouver, no Canadá, Sabina pesquisou e desenvolveu seu primeiro floral, obtido de uma

planta chamada medronheiros (Arbustus), que possui uma casca vermelha e atua como
tônico, promovendo a sabedoria. Sabina também desenvolveu uma essência com uma

bolacha de praia com água do mar, ao sol sob uma pirâmide, depois denominada Sand
Dollar. Essa essência foi utilizada para tratar uma amiga de Sabina, acometida de câncer.

Desenvolveram-se nesse grupo essências marítimas que atuam em momentos de grandes


mudanças. A essência Sea Horse, por exemplo, é feita com cavalos-marinhos das Filipinas.
O grupo possui 48 essências florais que são preparadas com água da fonte, como

preconizado por Bach, 24 essências marinhas preparadas com água marinha e 60 essências
de gemas e cristais. Esse grupo possui ainda um composto denominado Balancer, obtido
de três flores e indicado para os casos de estresse e traumas físicos e emocionais
(Albuquerque, 2016, p. 4-6).

TEMA 3 – O QUE SÃO AS ESSÊNCIAS FLORAIS?

As essências florais são compostos de extratos de flores e plantas silvestres obtidos

por infusão solar. Seu preparo exige muitos cuidados, como um local adequado para
obtenção do extrato e preparo da essência, energia solar presente durante a extração,

assim como com a água, que deve ser da fonte, portanto uma água pura. Em sua

composição contamos com os quatro elementos da natureza: o ar, a água, a terra (em sua
raiz) e o fogo (sol) na flor, a parte mais elevada da planta. Assim como Bach, os

pesquisadores que desenvolveram novos sistemas florais também se aplicaram em um


aprofundado estudo botânico. Apesar de muitas vezes serem denominadas como

remédios, os florais não atuam como os medicamentos, pois não possuem em sua

formulação componentes químicos, por isso também não causam efeitos colaterais. Os
florais exercem ação por sua energia vital, assim como os medicamentos homeopáticos,
que, preparados por diluição, possuem uma ação vibracional. Cada gota de essência floral

contém o arquétipo da flor da qual a essência é obtida, transmitindo a mensagem etérica


dessa essência. Sua ação está em estimular campos energéticos em nosso organismo, os

quais influenciam o equilíbrio físico e mental, resultando no equilíbrio entre corpo, mente e

alma (Kaminski; Katz, 1997, p. 3-4).

3.1 A TERAPIA FLORAL

A terapia floral consiste na aplicação das essências, por meio da estimulação


vibracional, para despertar em nós a saúde. A palavra terapia, em sua raiz grega therapeía,
significa de serviço e se relaciona com o verbo therapeuein, cuidar de. Nesse contexto,

consiste no ato ou serviço de cuidar de alguém, proporcionando-lhe saúde e bem-estar, e


dar atenção aos seres vivos por intermédio da força da natureza (Kaminski; Katz, 1997, p.
3).

3.2 SAÚDE

Como descreve a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde consiste no estado


de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas à ausência de doenças ou

enfermidades. Ter saúde é a capacidade de participar plenamente em todos os aspectos da


vida. Para se desfrutar de saúde total, é importante se estar por inteiro na vida, isto é, com

envolvimento completo no trabalho, na família, na sociedade. Enfim, em bem-estar com


todos os aspectos da vida. Mas, isso não quer dizer que a vida deve ser perfeita; trata-se

de ter compreensão e uma boa forma de agir em relação aos fatos da vida; consiste no

autoconhecimento e na compreensão de nós mesmos. A doença em si é o guia de que


algo está errado, de que há aspectos que devemos trabalhar e, com isso, buscarmos esse

autoconhecimento e essa compreensão (Kaminski; Katz, 1997, p. 5-6).

Estar com saúde envolve estar bem consigo mesmo(a) e não existe uma receita pronta
para isso. Cada ser experimenta a vida e a vive de uma forma única. Ter saúde é ter
liberdade interior. A verdadeira saúde é fruto do autoconhecimento e do amor que
desenvolvemos por nós mesmos.

TEMA 4 – COMO TRABALHAR COM AS ESSÊNCIAS FLORAIS?

Como vimos, são vários os sistemas florais e é muito comum nos perguntarmos: como
trabalhar com tantas opções? Como definir o grupo floral? Em primeiro lugar, são
necessários autoconhecimento e estudo dos grupos florais para se garantir a confiança no

trabalho e assim se alcançar o resultado almejado (Kaminski; Katz, 1997, p. 59).

4.1 ESCUTA ATIVA E DIÁLOGO

Os florais não exercem sua ação da mesma forma que os medicamentos; sua atividade

em nosso organismo ocorre por uma ação vibracional, que promove uma mudança
interna.

As essências estimulam um diálogo interior com aspectos ocultos do nosso Eu,


despertando profundos arquétipos psicológicos e dando-nos acesso às suas

mensagens. Como resultado dessa “conversa” com nossa alma, ocorrem profundas
mudanças emocionais e mentais que poderão produzir também alterações fisiológicas.

Mas essas mudanças não são impostas do exterior; elas ocorrem dentro de nós

mesmos, através da nossa própria experiência e esforço. (Kaminski; Katz, 1997, p. 23)

De forma natural, a ação das essências promove, de forma mais rápida, uma

transformação interior, resgatando qualidades e virtudes, inatas em nosso ser, que, no


decorrer da vida, tornam-se adormecidas. Dessa forma, a seleção da essência floral exige

um trabalho de integração entre o ouvinte, isto é, o receptor da informação, e o emissor,


que descreve suas emoções, dores e sentimentos.

Prescrever a essência floral não é uma tarefa simples, como observamos, dado que são

vários os grupos de florais. Embora sejam desenvolvidos, em sua maioria, pela

metodologia de Bach e atuem de forma vibracional, cada tipo de essência floral apresenta
uma conotação diferenciada. Nesse sentido, recomendamos que o terapeuta floral se

aprofunde em seus estudos. Além desse conhecimento, é importante também a busca pelo
autoconhecimento, pois é necessário estarem claros para o terapeuta seus valores, sua

conduta, seu propósito (Kaminski; Katz, 1997, p. 59).

Vários autores recomendam que seja realizado, pelo terapeuta, um pequeno

questionário para ser respondido pelo paciente, que muitas vezes apresenta dificuldade
para falar de si. Nesse caso, é necessário cada um preparar esse questionário de acordo

com a sua melhor forma de trabalhar, para que seu atendimento seja assertivo.

O termo diagnóstico se origina do grego e significa algo que se permite distinguir.


Quando falamos em diagnóstico, consideramos o conjunto de sinais e argumentos
interiores que nos servem para precisar o fenômeno investigado. O diagnóstico nos remete

ao processo de identificação da doença. Nesse processo de tratamento, isso significa


contar com a compreensão de suas bases específicas, uma correta organização da
observação, para poder se identificar como é o paciente, seus sentimentos e emoções. Para
ele obter sucesso no diagnóstico, alguns pontos devem ser observados pelo terapeuta: ter

compreensão e um método de observação eficaz, conhecimento dos florais e um paciente


disposto a curar-se (Falcoff, 2002, p. 121-123).

Nesse contexto, é importante ressaltar que o sucesso do tratamento não está somente
nas mãos do terapeuta, mas sim no comprometimento, para consigo mesmo, por parte do

paciente.

TEMA 5 – ORIENTAÇÕES PRÁTICAS

Na primeira consulta, é necessário orientar o paciente quanto ao processo de

tratamento com os florais, pois sua ação é gradativa. Muitas pessoas sentem-se diferentes
nas primeiras semanas de tratamento; outras, muitas vezes ao término de um mês, não se

percebem mudadas e a conversa com o terapeuta faz toda a diferença, assim como o
retorno. A escuta ativa é fundamental, tanto para o acolhimento como para a percepção e
o registro de palavras-chave do paciente, que, muitas vezes, fala sem nem mesmo

perceber que esse é o seu principal ponto. A orientação quanto às essências adequadas

deve ser realizada com muita calma e de acordo com o momento do paciente, a cada

consulta – muitas vezes, a orientação pode se repetir, noutras vezes pode ser totalmente
modificada. Importante ainda é ressaltar que o sucesso da prescrição depende dele, do
paciente, de seus objetivos, da clareza e sinceridade quanto aos seus sentimentos, por isso

é fundamental que haja confiança do paciente em seu terapeuta (Kaminski; Katz, 1997, p.
77-80).

5.1 INDICAÇÕES BÁSICAS QUANTO À FORMA DE ADMINISTRAÇÃO


DOS FLORAIS

Os florais são produzidos e armazenados na sua forma concentrada, no frasco de


estoque. Com esse frasco é possível utilizar os florais de várias maneiras (Scheffer, 2010, p.

204-207), como em:

uso concentrado: as essências podem ser tomadas diretamente do frasco de estoque,


utilizando-se quatro gotas, diretamente, de forma sublingual;

formulação: normalmente composta por seis a sete florais e preparada com duas
gotas de cada essência em um frasco de 30 mL contendo água e conservante – desse

preparado pode-se administrar quatro gotas diretamente de modo sublingual ou


quatro gotas em um copo com água ou, ainda, adicionar oito gotas em um frasco

com 250 mL a 300 mL de água e tomar aos goles;

spray ou nebulizador: a essência é preparada adicionando-se quatro gotas de cada


floral indicado e acondicionado em frasco spray com veículo hidroalcoólico e

pulverizado em volta do corpo ou no ambiente – esse preparado é ideal para o

tratamento de bebês;
banho: colocar dez gotas da formulação na água da banheira – é uma outra forma

ideal para uso em bebês;


uso tópico: adicione entre seis e dez gotas do concentrado de cada essência

selecionada para cada 30 g de creme, óleo ou loção;


preparado sem álcool: algumas pessoas apresentam sensibilidade ao conservante

alcoólico utilizado como padrão nas preparações dos florais, como pessoas com

dependência química, gestantes e bebês; nesse caso, recomenda-se utilizar vinagre

de maçã 30%, glicerina vegetal 30%; florais que serão utilizados em até no máximo
sete dias podem ser preparados em água e armazenados na geladeira.

5.2 FREQUÊNCIA DE USO

Como vimos, os florais são essências vibracionais. Nesse sentido, a sua frequência de

uso deve ser mantida constante. Normalmente, são indicadas quatro gotas quatro vezes ao
dia; porém, se houver necessidade, a dosagem pode ser aumentada, em casos
emergenciais ou em situações agudas. Contudo, caso seja observada alguma ação reativa
do floral, a posologia pode ser reduzida, por isso é importante orientar o paciente a

sempre entrar em contato caso haja alguma dúvida quanto à dosagem ou reação
observada (Scheffer, 2018, p. 205-207).

NA PRÁTICA

Nesta aula, observamos alguns sistemas florais nacionais e internacionais. Entre os

grupos de florais estudados, qual poderia, nesse momento de sua vida, representar as suas
emoções? Qual essência você utilizaria em um momento de pânico?

FINALIZANDO

Nesta aula, você conheceu os sistemas florais nacionais e internacionais, suas

características e métodos de obtenção. Nesse contexto, observamos que o terapeuta floral


deve se aprofundar e ter um conhecimento pleno da terapia floral, para que, no momento
da consulta, possa, por meio de sua escuta ativa e sensibilidade, compreender os objetivos
e propósitos dos seus pacientes, para alcançar um tratamento assertivo.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, L. Apresentação dos sistemas florais nacionais e internacionais. In:


CHAMMAS, L. et al. Formação Blosson em terapia floral avançado, florais da Califórnia
e Saint Germain. São Paulo: Blosson Educação em Terapia Floral, 2016.

BARNARD, J. Remédios florais de Bach: forma e função. Tradução: Laura Cardellini e


Marcela Marx. São Paulo: Editora Blossom, 2018.

FALCOFF, S. Volver a Bach: guía de diagnóstico y tratamiento floral. 1. ed. Buenos


Aires: Galerna, 2002.

KAMINSKI, P.; KATZ, R. Repertório das essências florais: um guia abrangente das
essências florais norte-americanas e inglesas para o bem-estar emocional e espiritual.

Tradução de Melania Scoss e Merle Scoss. São Paulo: Triom, 1997.

MARGONARI, N. Florais de Saint Germain: os doze raios divinos. São Paulo: Saint
Germain, 2016.

SANTOS, M. C. N. G. Tratado de medicina floral. 3. ed. São Paulo: Madras, 2018.

SCHEFFER, M. Teoria floral do Dr. Bach. São Paulo: Ed. Pensamento, 2010.

SOUTO, R. Experiência com os florais de Saint Germain na educação. 1. ed. São


Paulo: Florais de Saint Germain, 2019.
Profª Benilda Luiza de Carvalho Klingelfus

CONVERSA INICIAL

Nesta aula, iremos abordar os principais pontos de atuação do terapeuta floral, com

o objetivo de reconhecer a importância da terapia floral nos cuidados do paciente


terminal; reconhecer metodologia e florais apropriados para crianças, animais e plantas;

e, por fim, identificar a importância da terapia floral nas fases da vida, do nascimento à

senescência. Para concluir o curso, teremos a oportunidade de verificar a necessidade de


se criar grupos e realizar pesquisa científica sobre terapia floral.

TEMA 1 – FLORAIS EM CUIDADOS PALIATIVOS

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2012, citada por Brasil, 2013, p.
111):

Cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe

multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus

familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do

sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor

e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais

Esse tipo de cuidado deve ser oferecido o quanto antes, quando nos deparamos

com uma doença em um estágio em que não será possível a cura, com o objetivo de

oferecer qualidade de vida não só ao paciente como também à sua família. O cuidado
paliativo tem por objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida a todos os

envolvidos, controlando suas dores, proporcionando a desospitalização, assim como


evitando exames em excesso, terapias desnecessárias (Brasil, 2013, p. 111).

Os cuidados paliativos podem ser empregados mesmo durante outros tratamentos,

quando são aplicados medicamentos. A família deve receber esse tratamento


também, desde a fase do prognóstico e também durante o luto, de forma que

todos os envolvidos possam aceitar os fatos e apoiar o doente, mesmo no sentido


da escolha do melhor tratamento no momento, promovendo, dessa maneira, o

alívio da dor, do estresse e o amparo a todos.

1.1 COMO ABORDAR O PACIENTE

O momento da abordagem do paciente deve ser observado com princípios éticos e

feito com comunicação assertiva, respeito, atenção e empatia para com a pessoa. Deve-
se perceber as dores do paciente e seus familiares, promovendo solidariedade,

respeitando crenças e a compreensão de cada um dos indivíduos. Além disso, o médico

irá propor todos os exames e orientações devidas quanto aos medicamentos

apropriados, o que irá proporcionar maior segurança para o paciente e familiares,

quando em sua casa, para que haja um maior conforte no núcleo familiar (Brasil, 2013, p.
114).

1.2 CUIDADO PALIATIVO DOMICILIAR

A atenção domiciliar tem como premissa a humanização e a integralidade da

atenção. Muitas vezes, o cuidado paliativo nos remete ao paciente oncológico e, nesse

caso, um acompanhamento multidisciplinar poderá se iniciar desde o momento do

diagnóstico e durante os tratamentos de quimioterapia, radioterapia e cirurgia,

utilizados de forma combinada ou isolada, processo esse para o qual o profissional deve
estar preparado técnica e emocionalmente. Essa forma de tratamento apresenta

algumas vantagens, principalmente para o paciente, que, no conforto de sua família,


pode realizar atividades domésticas, manter atividades saudáveis, como hobbies, uma
alimentação saudável; e para os familiares, por estarem próximos ao seu ente querido; e
ainda no âmbito hospitalar, pois reduz atividades e procedimentos desnecessários

(Brasil, 2013, p. 118).

1.3 TERAPIA COM FLORAIS

Bear e Bellucco (2005) descrevem de forma muito assertiva alguns florais de Bach e
suas indicações, caso a caso:

Star of Bethlehem: consolo e esperança de que a passagem será suave;


Cherry Plum: manutenção do equilíbrio mental e físico;

Rock Rose: para momentos de pânico e histeria;

Impatiens: auxílio na dor e resignação;


Clematis: manutenção da consciência, do foco, da concentração;

Agrimony: para o paciente que deseja fugir da sua realidade e carrega consigo o
grande peso da dor, sofre sozinho;

Holly: para sentimentos de raiva e revolta por toda a situação que as pessoas estão

vivendo;

Willow: libertação do paciente e dos familiares do ressentimento ou vitimismo e


para aceitação da situação;

Crab Apple: para diversos sentimentos que podem surgir na situação, como de

inferioridade, vergonha, mal-estar, impureza;

Pine: para o paciente que se sente um fardo na vida das outras pessoas;

Wild Rose: para redução da apatia e do desejo de que tudo termine;

Walnut: promoção da proteção para adaptação ao momento, à doença, à casa, ao


hospital, para lidar com o medo;

Water Violet: para quando o paciente deseja se isolar e não aceita auxílio dos

outros;
Mimulus: ajuda para o paciente não temer a morte e sentir compaixão divina.

Entre os florais da Austrália podemos citar (Kaminski; Katz, 1997, p. 112):

Forget-me-not: para restauro da paz em relação à morte do familiar;


Love-Lies-Bleeding: para aceitação do dor e de sofrimentos profundos.

TEMA 2 – FLORAIS PARA O CUIDADO DAS CRIANÇAS

Nesta aula iremos abordar com mais detalhes o cuidado das crianças com a terapia

floral. Durante a gestação, a mãe passa por diversos momentos, como ansiedade,
alegria, euforia, mas também insônia e dores no corpo, e a terapia floral, sim, acolhe

mãe e bebê, nesse momento novo para os pais, especialmente para a mãe, que leva em

seu ventre uma nova vida, e para o bebê, que está em formação. Após o nascimento,
permanecem as transformações: agora é preciso o bebê adaptar-se ao novo momento

familiar e o bebê necessita de todo cuidado. Ele vai aprender a mamar, apresentará
momentos de cólica, choro noturno... Tudo isso faz parte de uma nova vida. De acordo

com a filosofia espiritual, os bebês ainda estão muito ligados ao plano espiritual e o

tratamento com florais auxilia nessa sua adaptação ao mundo (Souto, 2019, p. 44).

2.1 CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO

O nascimento e os primeiros meses do bebê estão totalmente conectados com as

emoções da mãe, pois nessas fases o bebê depende totalmente dela, como para

amamentação, conforto e cuidados e em todos os outros instantes. E a mãe deve estar

preparada emocionalmente para essa ocasião. Já podemos citar, como indicação para a

mãe, o floral Elm, que promove a autoconfiança na mãe que se sente insegura quanto a
dar conta de cuidar do bebê e ter leite para o seu sustento. Gentiam é o floral que

resgata a fé e auxilia a mãe no momento de pós-parto, que pode causar muita tristeza

ou depressão e o sentimento de rejeição do filho. Gorse é o floral indicado para todos


da família, pois devolve a paz de espírito ao pai que se sente inseguro e não sabe muitas

vezes como ajudar, ao irmãozinho mais velho que não entende o que está acontecendo
e por que as atenções estão todas voltadas para o bebê e mesmo para os pets, que se
sentem perdidos e sentem ciúmes. Oak é para a exaustão, pois as noites mal dormidas e
o excesso de atenção dada ao bebê podem deixar a mãe extremamente cansada
(Giarelli, 2016, p. 4-8).

Os bebês são muito dependentes, principalmente da mãe, e, segundo Souto (2019),

ainda permanecem muito ligados ao plano espiritual e, nesse ponto, os florais de Saint

Germain auxiliam na sua adaptação à vida terrena, pois nessa fase os bebês podem
sofrer de insônia, com pesadelos, acordarem assustados etc. Nesse contexto, Souto

(2019) recomenda os seguintes florais:

Abricó (de Mimusops coriacea): evita a desconexão com a nova vida.

Rosa Rosa (de Rosa grandiflora): auxilia os bebês a entrarem em sintonia e


despertarem para a vida.

Ameixa (de Eriobotrya japonica): importante para os primeiros instantes de vida do

bebê, remove resíduos tóxicos em campos sutis do bebê.

Gracilis (de Hypoxis decumbens): harmoniza o momento do parto, que pode ter
sido traumático ou ter ocorrido um nascimento prematuro e a necessidade de se

separar a mãe do bebê.

Uniitatu (de Rhaphidophra ou Monstera decursiva): é utilizado para os casos de

rejeição, que pode se dar por vários motivos, como o sexo do bebê, uma gestação

inesperada etc.

2.2 CUIDADOS COM AS CRIANÇAS

O trabalho de cuidado com as crianças exige muita observação e prudência por

parte do terapeuta, pois a criança foi indicada à terapia provavelmente por uma
ponderação dos adultos de que algum fator emocional daquela se encontra alterado. O
atendimento das crianças em si já se inicia de forma diferenciada, pois normalmente é o
seu responsável que irá descrever suas emoções. O terapeuta deverá observar também a

criança, seu comportamento e atitudes. A prática terapêutica deverá ser preparada de


acordo com a idade da criança, podendo-se utilizar brinquedos ou realizar brincadeiras
que permitirão observar as ações da criança. Entre os florais de Bach, recomenda-se

(Leite, 2016, p. 6-8):

Walnut: para mudanças na vida da criança, como seu ingresso em uma escolinha;

Chicory: para desapego, por exemplo, em relação à chegada de um(a)


irmãozinho(a);

Clematis: para melhora da concentração da criança, que ainda se distrai porque


deseja brincar;

Holly: contra ciúmes;

Mimulus: contra o medo de alguma coisa, por exemplo do escuro;


Rescue Remedy: para crianças que apresentam terror noturno.

O terapeuta floral deve estar atento ainda aos problemas relativos à relação familiar,

como (Leite, 2016, p. 9-11):

pais superprotetores: Chicory e Red Chestnut – para os pais aliviarem seu excesso

de proteção e permitirem que a criança tenha suas experiências no sentido de


decidir alguma coisa, desenvolver atividades com outras crianças, enfim, se tornem

crianças independentes e seguras;

pais autoritários: Vevain – para fortalecer o crescimento saudável da criança;

pais submissos: Centaury – para quando os pais se mostram permissivos;

pais ausentes: Water Violet – quando os pais trabalham fora, e a criança sente-se

abandonada;
pais impacientes e intolerantes: Impatiens – para quando os pais manifestam

intolerância e impaciência em todos os sentidos, ao educar a criança, ao lhe


ensinar atividades escolares, brincadeiras, sempre com excesso de críticas.

A prática com cartões oferece uma alternativa muito interessante no trabalho

presencial com as crianças. O processo consiste em escolher cartas de forma intuitiva,


segundo a imagem que atrai a criança, fazendo com que ela exponha, dessa forma, suas

emoções. A técnica consiste em distribuir os cartões com as imagens das 38 essências


de Bach, e solicita-se à criança que ela escolha 3 imagens de que mais gosta e, em
seguida, 3 em que o sentimento lhe é inverso. Após a escolha, o terapeuta analisa as

informações descritas no verso das cartas, obtendo informações muito relevantes a


respeito do estado emocional do seu paciente (Barnard, 2016, p. 12-14).

Crédito: Adriaticfoto/Shutterstock.

Santos (2018) apresenta uma seleção de florais de Bach, Minas, Saint Germain e

Austrália, especificamente para crianças e bebês, entre os quais destacamos:

a. Bach:

recém-nascidos – Star of Betthlehen e Walnut;

bebês muito sensíveis a mudanças de ambiente: Walnut;

criança que chora muito e pede atenção o tempo todo: Chicory (para a

criança e para a mãe).


b. Minas:

início da dentição – Buquê da Transformação, Millefolium, Matricaria,

Impatiens ou somente Buque da Transformação e Matricaria.

c. Saint Germain:

dificuldade de adaptação da alma ao ambiente encarnatório – Focum e


Abricó.

d. Austrália:

bebê cujo parto foi difícil – Wild Potato Bush;

criança adotiva – Tall Yellow Top.

Observamos, neste tema, que o universo das crianças é muito extenso, exigindo

muito cuidado no seu tratamento, pois existe um processo de adaptação ao mundo, à


vida, à família que as recebe. A forma lúdica de abordá-las permite-nos entrar em seu

mundo, possibilita maior abertura para a comunicação e o entendimento acerca de suas

emoções. Além do relato dos seus pais e/ou responsáveis, a criança precisa ser ouvida e,
com isso, a seleção dos florais se tornará mais assertiva para se alcançar o verdadeiro
apoio de que a criança ou o bebê necessita.

TEMA 3 – FLORAIS DE ACORDO COM CERTAS FASES DA


VIDA

A terapia floral tem como objetivo principal a prevenção das doenças e a promoção

da saúde. Segundo seu idealizador, o médico inglês Edward Bach, o princípio desse

processo está no autoconhecimento, no descobrir-se e compreender as próprias

emoções, sentimentos e propósitos de vida. As essências florais nos dão uma energia

vital, que nos permite vibrar em nosso interior, valorizar nossas virtudes, que podem
estar adormecidas, no decorrer da vida. Nesse sentido, a idade não é fator decisivo para

quando começar ou terminar um tratamento, pois estamos em constante evolução, dos


primeiros segundos de vida ao nosso último suspiro. Nesse contexto, é de suma
importância o terapeuta floral estar preparado para o cuidado de seus pacientes,
amigos, enfim, de todos que o procuram, com muito carinho e percepção de que cada
indivíduo é único, cada momento na vida é especial e que a maior alegria que há é fazer

o bem.

3.1 GRAVIDEZ

O planejamento da gravidez é o primeiro passo para que essa notícia chegue aos

pais e lhes proporcione alegria e muito amor, evitando a rejeição do bebê que virá. Na

fase da gravidez, ambos, pai e mãe, passam por muitos momentos emocionais, várias
reflexões sobra a maternidade, a paternidade, principalmente se se tratar de um

primeiro filho. Nesse contexto, as essências florais irão promover o equilíbrio emocional

do casal (Pinto et al., 2019, p. 22).

3.2 INÍCIO DA VIDA DO BEBÊ

Ressaltamos a importância do cuidado com o recém-nascido, que precisa ser

alimentado e, principalmente amado, para se desenvolver com saúde em todos os


aspectos, tanto física como emocionalmente. E, em se tratando de amor, é necessário

observar que o amor liberta, expande. Nesse sentido, a mãe deve tomar cuidado com a

superproteção do bebê, pois esse comportamento poderá tornar o bebê ou a criança

dependente, insegura, o que poderá lhe causar dificuldades durante a vida adulta (Pinto

et. al., 2019, p. 65-67).

3.3 INFÂNCIA
Além do que já apresentamos, devemos observar cuidadosamente cada fase da vida
da criança. Com o seu crescimento, a criança irá desenvolver sua própria consciência,
forma de se expressar, exercitando, algumas vezes, o seu poder.

A maior manifestação do poder pessoal e autoestima é aprender a lidar com o

próprio egoísmo, desenvolver a confiança em si mesmo e a integridade diante dos


outros. Pais educadores são os agentes que transmitem à criança a noção de lei como
necessidade imperativa ou regras de conduta. (Pinto et al., 2019, p. 127)

3.4 ADOLESCÊNCIA

A adolescência trata-se de uma fase complexa, pela qual todos terão que passar,

mudando da fase de criança para se tornar jovem e adulto. É um momento de

descobertas e de desenvolvimento, no qual o autoconhecimento do jovem requer apoio


da família e, muitas vezes, do profissional terapeuta, a fim de obter equilíbrio emocional

e fortalecimento do jovem, para que essa fase seja menos traumática possível e a fase
adulta seja saudável. São vários estados emocionais vivenciados pelo adolescente, como

medo, angústia, insegurança, despertar dos relacionamentos afetivos, sociais e


espirituais. Nesse contexto, é necessário atenção: o terapeuta deve proporcionar ao

adolescente o devido acolhimento, sabendo ouvi-lo e respeitando seus valores (Pinto,


2016, p. 1-4).

Holly ajudará o adolescente a equilibrar emoções como raiva, ódio, inveja, ciúmes,
abrindo seu coração à generosidade e compaixão. Nos casos de profundo rancor,

mágoa, ressentimento em relação ao mundo ou alguém específico, a essência floral que

o auxiliará é a Willow. O floral Beech, por sua vez, será indicado quando o adolescente

for altamente crítico, intolerante, racista e só achar correto e bonito o que está dentro

do seu padrão, do seu critério pessoal, procurando imperfeições em tudo e em todos.

(Pinto, 2016, p. 5)
3.5 FASE ADULTA

É na fase adulta que o ser se depara com desafios e conquistas. Também é nessa
fase que ocorre o despertar de virtudes para uma vida adulta com decisões assertivas e

relacionamentos equilibrados. As essências florais atuam positivamente nos estados


emocionais do adulto e são capazes de harmonizar pensamentos e sentimentos. À
medida que se atinge um equilíbrio, doenças físicas manifestadas podem retroceder ou

mesmo desaparecer. É importante orientar seu paciente quanto ao seu


comprometimento para que se atinjam os resultados do tratamento floral, o qual será
direcionado à fase em que se encontra sua vida.

Uma grande dificuldade encontrada na fase adulta é, sem dúvida, a relação do

indivíduo com seu ambiente de trabalho, pois as dificuldades e o sucesso no trabalho

constituem reflexos das pessoas. Podemos reconhecer que, hoje, a tecnologia está muita
avançada, reduzindo o trabalho para as atitudes comportamentais, que afetam de forma

considerável a evolução de uma empresa, assim como a estabilidade emocional de

qualquer pessoa. Como relatamos a seguir:

liderança inadequada: controle exacerbado, o que leva as pessoas a estresse e

agressividade;

indecisão/negatividade/medo: agitação, confusão, depressão;


falta de flexibilidade/criatividade: depressão, baixa autoestima;

competição: agressividade, violência, depressão.

A utilização dos florais focada no indivíduo lhe permitirá obter o equilíbrio

necessário para o controle das emoções em situações em que a pessoa tanto possa ser a

agressora como a agredida emocionalmente. Atualmente, existem muito relatos de que

a terapia floral apresenta excelentes resultados no ambiente corporativo (Boog; Boog,

1995, p. 61-64).
A terapia floral poderá se mostrar presente, ainda, quando o adulto se apresentar

cansado, física e mentalmente, sem esperança, para o que se recomenda uso de Olive;
quando os pensamentos de um indivíduo predominarem, nas noites de sono, causando-

lhe insônia, para o que se ministra White Chestnut (Pinto, 2016, p. 4-7).

É extremamente importante ouvir com muita calma o paciente adulto, a fim de

observar suas emoções e dores para que o trabalho seja realizado em busca do
despertar de suas virtudes para uma vida plena.

3.6 ENVELHECIMENTO

Com a expectativa de vida aumentando ano a ano, hoje o desafio maior de adultos

e idosos é a garantia de qualidade de vida, fato esse que deve ser observado não só

fisicamente como socialmente nas condições psíquicas, sociais e econômicas de cada


um. Na fase do envelhecimento, é comum as pessoas desenvolverem doenças crônicas

quer por herança genética, quer por hábitos inadequados. Nessa fase também ocorrem
mudanças na vida, por exemplo a evasão dos filhos de casa, após se tornarem adultos e

atingirem outro ciclo de suas vidas; e a aposentadoria, o que provoca a redução do

convívio social e do poder aquisitivo. É importante estarmos atentos a fim de evitar o

desenvolvimento da depressão, o surgimento de doenças que se desenvolvem em


função do sentimento de solidão e da baixa autoestima.

A terapia floral desperta na pessoa a vontade de viver, a energia para acordar cedo
e praticar atividades físicas – e manter-se ativo é fundamental para manter-se alegre e

feliz (Pinto et al., 2019, p. 353).


Crédito: GoodStudio/Shutterstock.

TEMA 4 – FLORAIS PARA PEQUENOS ANIMAIS E PLANTAS

Os remédios florais são utilizados para o tratamento das pessoas, mas Bach

recomendava-os também para animais e plantas. As essências são importantes no


cuidado com os animais para recuperar seu equilíbrio e sua natureza, pois muitas vezes

a forma como são tratados pode lhes causar distúrbios emocionais. Mesmo o
animalzinho que é cuidado com muito carinho pode desenvolver, por exemplo, ciúmes

com a chegada de um bebê à família; se acometido de uma dermatite, pode desenvolver

depressão. O emprego das essências em animais e plantas depende de uma observação

e/ou descrição detalhada do comportamento do animal e ocasiões específicas, para a


correta prescrição da essência floral. Da mesma forma que para os humanos as essências

florais podem ser descritas associadas até o máximo de seis essências, tomando-se o

cuidado de se utilizar o veículo apropriado e também não interferir em outros

tratamentos que o animal possa estar utilizando (Grahan; Vlamis, 2010, p. 28-37).

Animais e plantas são muito receptivos ao tratamento com florais, geralmente curto

e com resultado rapidamente visível. O diagnóstico de animais e plantas pode ser

realizado da mesma forma que para os humanos, observando-se o que pode estar
afetando a planta ou o estado emocional do animal. Podemos descrever algumas
situações com características muito específicas de diagnóstico. Por exemplo, o cão que
late muito e tende a ser o centro das atenções teria Heater como o seu floral; o cãozinho

que morde o seu dono, pois essa é a forma de fazer com que o foco do dono esteja
nele, deve ser tratado com Chicory. Para os gatos que estiverem nervosos ou com medo
de alguma coisa o floral indicado é Mimulus. Muitas vezes, os cães ou outros animais

podem estar machucados, arranhados por um gato, com um corte, inchaços, fraturas; ou
o cãozinho pode ter desenvolvido depressão por estar com alguma dermatite; ou em

caso de vômito frequente, em todos esses casos pode-se utilizar Rescue, administrando
ao animal quatro gotas do floral na água ou na comida ou seis gotas em compressas

locais. É importante ressaltar que a terapia floral é sempre um tratamento complementar


e, no caso dos animais, deve-se levá-los a um médico veterinário a fim de se verificar se

não há um comprometimento da sua saúde que possa se agravar e/ou que necessite de

outros tratamentos (Scheffer, 2010, p. 216).

As plantas também são acometidas de emoções, embora não pareçam. Segundo

Scheffer (2010), as plantas também sofrem, por exemplo em consequência de choque,


de medo ou abatimento. O fato de trocá-las de um local para outro ou sua queda de

certa altura serão motivos para causar o abatimento das plantas. Rescue é o remédio

ideal para as plantas, podendo ser preparado com outros, conforme o caso, por exemplo

Crab Apple e Agrimony para plantas que estejam com insetos; ou Hornebam, para
plantas murchas que precisam se recuperar.

Tanto para animais como para plantas o floral deve ser preparado somente com
água. Nesse caso, o ideal é utilizar gotas do frasco de estoque, diluídas em água: para os

animais, 4 gotas em um copo de água e, para as plantas, 10 gotas para 5 l de água

(Scheffer, 2010, p. 217).

TEMA 5 – CASOS CLÍNICOS


Com o objetivo de incentivar a pesquisa clínica, fizemos buscas em bases de dados
científicos como Scielo, Trip Database e portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) e encontramos poucos estudos científicos, realizados

em humanos, a fim de comprovar a eficácia dos florais. Os estudos encontrados ou


relatam análises realizadas em camundongos ou revisão bibliográfica, como
apresentamos a seguir.

5.1 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS CENTRAIS DOS FLORAIS DE BACH EM


CAMUNDONGOS ATRAVÉS DE MODELOS FARMACOLÓGICOS
ESPECÍFICOS (SOUZA ET AL., 2016)

O objetivo do estudo foi detectar possíveis efeitos centrais dos florais de Bach em

modelos farmacológicos utilizados nas pesquisas de substâncias com efeitos ansiolíticos,

hipnóticos, antidepressivos e neurolépticos e ele foi realizado em camundongos Swiss


machos, aclimatados uma hora antes da administração dos medicamentos e tratados

com ração.

Os florais foram selecionados de acordo com estudos levantados sobre as principais

características de pacientes portadores de doenças neuropsiquiátricas e os florais de


Bach aplicados em sua terapêutica, sendo eles: Agrimony, para ansiedade; Gorsi, para

depressão; Clematis, para esquizofrenia; Clematis, White Chestnut e Vervain, para

insônia. Esses florais foram preparados de acordo com a técnica de Bach, com 2 gotas

de cada essência em 30 mL de água mineral, sem conservante. Como comparativos


foram utilizados: anfetamina, pentobarbital sódico, apomorfina, imipramina e diazepan.

O experimento foi realizado pela metodologia do tipo cego. Os animais receberam

0,45 mL da solução de florais 1 hora antes dos testes farmacológicos. Os seus resultados
demonstraram que os florais Gorse e, em conjunto, White Chestnut, Agrymny e Vervain

exibiram perfis antidepressivos e hipnóticos, respectivamente. Nos modelos de

ansiedade, foi detectado efeito ansiolítico no floral Agrimony. Entretanto, não foram
observados efeitos neurolépticos do floral Clematis. Os resultados nos levam a sugerir
que os efeitos centrais dos florais avaliados podem ser parcialmente detectados por
meio de modelos farmacológicos utilizados na pesquisa de agentes psicotrópicos.

5.2 FLORAIS DE BACH COMO TERAPIA COMPLEMENTAR NO


TRATAMENTO DOS SINTOMAS DE DDAH (MARQUES, 2012)

O distúrbio de déficit de atenção e hiperatividade (DDAH), ou transtorno de déficit

de atenção com hiperatividade (TDAH), é um problema de saúde mental comum em

crianças, caracterizando-se por distração, inquietação, impulsividade e transtornos de


aprendizagem.

O objetivo da pesquisa de Marques (2012) foi incentivar a produção científica com

aplicação de terapia floral no tratamento das crianças em escolas e unidades básicas de

saúde. O trabalho foi realizado por meio de pesquisas, em bases como Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online

(Scielo), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) e Public

Medline (Pubmed), sobre estudos quantitativos da eficácia da terapia floral no

tratamento dos sintomas das crianças portadoras de DDAH.

Como resultados, observou-se que a maioria dos estudos são divulgados em sites

voltados para a área da psicopedagogia, em que os florais estão analisados junto com
outras práticas integrativas. Foram encontrados poucos artigos e realizados nos anos de

2007 a 2009. Os estudos quantitativos sobre DDAH e terapia floral são, portanto,

escassos, porém deram um passo importante, demonstrando conclusões significativas

sobre o comportamento de emoções das crianças. A terapia floral como prática

complementar à psicopedagogia mostrou-se eficaz. Nesse contexto, outras pesquisas

científicas são necessárias, no intuito de contribuir com outros tratamentos e


substituindo o uso indiscriminado de outros tratamentos.
5.3 TERAPIA FLORAL: EQUILÍBRIO PARA AS EMOÇÕES EM TEMPOS
DE PANDEMIA (ARAÚJO; SILVA; BASTOS, 2020)

A pandemia do novo coronavírus atingiu pessoas de todas as idades e núcleos

sociais, de forma inesperada, para a qual ninguém se encontrava preparado. Nesse


contexto, o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e

Complementares em Saúde (ObservaPics), com pesquisadores de diversas universidades

brasileiras, desenvolveu um trabalho buscando evidências científicas quanto à ação das


práticas integrativas diante da pandemia, especificamente em relação aos florais de

Bach, por entender que esse tratamento complementar pode reduzir o sofrimento, a
ansiedade e o medo, principalmente dos profissionais de saúde. O trabalho foi realizado

por meio de uma revisão integrativa da literatura, a qual envolveu algumas etapas:

a. definição do tema para seleção dos artigos a serem estudados;

b. definição das informações relevantes nos estudos;

c. resultados encontrados;

d. temática: quais as evidências científicas acerca da terapia floral associada à

ansiedade, depressão, pânico, medo e estresse psicológico;

e. busca eletrônica utilizando como palavras-chave: essências florais,

ansiedade, medo, pânico, estresse psicológico;

f. bases de dados utilizadas: Lilacs, Medline, PubMed, Base de Dados de

Enfermagem (Bdenf).

A pesquisa de Araújo, Silva e Bastos (2020) encontrou, ao todo, 16 estudos, entre os

quais:

a. Vivência de mulheres em trabalho de parto com uso de essências florais (Lara

et al., 2020, citadas por Araújo; Silva; Bastos, 2020):


objetivo: descrever a vivência das mulheres em uso das essências florais

como terapia não farmacológica para o alívio da dor e da ansiedade durante


o trabalho de parto;
conclusão: a essência floral promoveu nas mulheres relaxamento e calma;
essência utilizada: Rescue Remedy.

b. Efeitos das essências florais em indivíduos ansiosos (Fortes; Paes, 2012,


citados por Araújo; Silva; Bastos, 2020):

objetivo: observar se Impatiens, Cherry Plum, White Chestnut e Beech

reduzem a ansiedade;

resultados: positivos.

c. La terapia floral en el contexto de las secuelas psicológicas de la violência

intrafamiliar (López; Reyez; Hernández, 2007, citados por Araújo; Silva, Bastos,

2020):

objetivo: empregar a terapia floral no processo de redução de sequelas da

violência familiar;
resultados: positivos para uso de Vervain, Scleranthus e Agrimony.

d. Terapias complementares na redução de sintomas do climatério: ensaio

clínico (Leão et al., 2015, citadas por Araújo; Silva; Bastos, 2020):

objetivo: observar a eficácia da terapia floral no tratamento da menopausa;

resultados: positivos.

A conclusão de Araújo, Silva e Bastos (2020), após análise dos estudos elencados, foi

que a terapia floral apresenta eficácia no tratamento complementar a desequilíbrios

emocionais como: medo, angústia, pessimismo.


NA PRÁTICA

Após estudar as principais aplicações dos florais nas fases da vida e nos cuidados
paliativos, qual a sua orientação de terapia floral para um paciente, adulto, em profunda
crise, que não apresenta iniciativa na vida, para quem nada o estimula, que não sabe o

que fazer para sair da procrastinação? E como você orientaria um adolescente no qual
você percebe excesso de autocrítica?

FINALIZANDO

Como foi possível observar, o terapeuta floral deve desenvolver profundo

conhecimento acerca da terapia floral, a fim de orientar, de forma assertiva e segura,


seus pacientes. Além do conhecimento dos grupos florais, é preciso identificar as fases

da vida em que se encontra o ser, suas dores e emoções, e sempre demonstrar

acolhimento, para que a terapia floral alcance o sucesso e recupere, no paciente, seu
bem-estar e saúde e lhe auxilie a obter realização pessoal.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, C. L. F.; SILVA, M. J. P.; BASTOS, D. V. Terapia floral: equilíbrio para as

emoções em tempos de pandemia. ObservaPics, n. 1, 2020.

BARNARD, J. Reflexões com as flores de Bach: imagens e pensamentos. São Paulo:

Blosson, 2016.

BEAR, J.; BELLUCCO, W. Florais de Bach: o livro das fórmulas. 6. ed. São Paulo:

Pensamento, 2005.

BOOG, G.; BOOG, M. M. T. O poder dos florais no ambiente de trabalho. São

Paulo: Makron Books, 1995.


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Controle de cânceres do colo do útero e da mama. 2. ed. Brasília,
2013.

GIARELLI, D. Terapia floral nas fases da vida. In: CHAMMAS, L. et al. Formação
Blosson em terapia floral avançada: florais na adolescência. São Paulo: Blosson
Educação em Terapia Floral, 2016.

GRAHAN, H.; VLAMIS, G. Remédios florais de Bach para animais. São Paulo:

Pensamento, 2010.

KAMINSKI, P.; KATZ, R. Repertório das essências florais: um guia abrangente das

essências florais norte-americanas e inglesas para o bem-estar emocional e espiritual.


Tradução de Melania Scoss e Merle Scoss. São Paulo: Triom, 1997.

LEITE, M. Terapia floral nas fases da vida. In: CHAMMAS, L. et al. Formação Blosson
em terapia floral avançada: florais na adolescência. São Paulo: Blosson Educação em

Terapia Floral, 2016.

MARQUES, H. K. O. Florais de Bach como terapia complementar no tratamento dos

sintomas de DDAH. Revista Brasileira de Família e Comunidade, v. 7, n. 1, 2012.

PINTO L. D. Terapia floral nas fases da vida. In: CHAMMAS, L. et al. Formação

Blosson em terapia floral avançada: florais na adolescência. São Paulo: Blosson

Educação em Terapia Floral, 2016.

PINTO, L. D. et al. As essências florais nos ciclos da vida: da concepção à morte. 2.

ed. São Paulo: Blossom, 2019.

SANTOS, M. C. N. G. dos. Tratado de medicina floral. 3. ed. São Paulo: Madras,

2018.

SCHEFFER, M. Teoria floral do Dr. Bach. São Paulo: Ed. Pensamento, 2010.
SOUTO, R. Experiência com os florais de Saint Germain na educação. 1. ed. São

Paulo: Florais de Saint Germain, 2019.

SOUZA, M. et al. Avaliação dos efeitos centrais dos florais de Bach em


camundongos através de modelos farmacológicos específicos. Revista Brasileira de
Farmacognosia, v. 16, n. 3, p. 365-371, jul./set. 2006.
Aula 1

Teoria dos Florais Conversa Inicial

1 2
31 31

Profª Benilda Luiza Klingelfus

1 2

Fundamentação científica

Objetivos
Conhecer a história de vida do Dr. Bach
Nesta aula, você irá conhecer a vida e os
fundamentos científicos do médico Compreender sua evolução profissional
3
idealizador da terapia floral 4 Identificar a importância da terapia
31 31

Edward Bach floral para a evolução da saúde

3 4

Vocação de Bach

De origem britânica, Bach nasceu em 24 de


setembro de 1886, em Birmingham, na
Biografia do Dr. Edward Bach Inglaterra
Estudou medicina
Formou-se aos 20 anos
5 6
31 31

Trabalhou no pronto-socorro de
Londres

5 6
Em 1919, ingressou no London Homeopatic
Hospital
Especializou-se em bacteriologia e Desenvolveu os “nosódios de Bach”
imunologia
Entre 1930 e 1936
Trabalho sobre toxemia intestinal
Pesquisou e criou seus florais
7
31 Desenvolveu sete tipos de bactérias 8
31

“Os Florais de Bach”


Faleceu aos 50 anos

7 8

Estudos de imunologia e bacteriologia Toxemia intestinal

Estudou as bactérias intestinais


The British Homeopatic Journal (1924)
Bacilos relacionados às doenças crônicas
Toxemia intestinal
Agentes causadores de várias doenças
Estudo sobre as sete bactérias
crônicas
intestinais
9 10
31 31

Resultados diferentes em pacientes com


Vacinas de Bach
as mesmas doenças

9 10

Os nosódios de Bach

Fundamentos científicos dos Influenciado pela homeopatia, mudou sua


estudos de Bach forma de preparar as vacinas e passou a
11 12
produzi-las pelo método de trituração de
Hahnemann, administrando-as na forma de
31 31

comprimidos

11 12
Bactérias foram então selecionadas e Gaertner – doenças glandulares
classificadas em cinco nosódios, utilizados
até hoje pela homeopatia conforme a Pessoas estáticas
indicação terapêutica Mutabile – sintomas que mudam de lugar
Desinteria – causadora de doenças Pessoas com dores físicas
cardiovasculares Morgan – dor de cabeça, enxaqueca
Pessoas que se machucam facilmente
13 14

Pacientes cuidadosos consigo mesmos,


31 31

Proteus – artrite reumatoide em busca da cura, apresentam


Pessoas teimosas e difíceis de tratar resultados mais rápidos

13 14

Os cinco remédios homeopáticos

Relação entre as vacinas e os A partir de 1930, Bach desejava encontrar na


remédios homeopáticos natureza uma nova forma de obter os
medicamentos, os quais deveriam ser
15
31
16
31 provenientes das plantas
Matéria Médica da Natureza

15 16

Quadro 1 – Relação entre a planta e o perfil Considerações sobre doença e cura


físico e emocional
Bach fundamenta-se no princípio de que o ser
Planta Parte usada Aspecto físico Aspecto emocional humano é formado por dois aspectos
Impatiens roylei Flores Nevralgia Depressão e temores
Físico
Mimulus luteus Flores Taquicardia Depressão, medos
Espiritual – Eu superior (Alma)
Clematis vitalba Doentes facilmente Calmos, tranquilos
17 18

Doença
31 31

Cotyledon umbilicais Epilepsia Recupera


pensamentos
Proveniente do desequilíbrio entre
esses aspectos
Fonte: Bach, 2018b

17 18
Quadro 2 – Os sete princípios e os erros

Poder Tirano Autocrata Sensacionalista

Intelecto Mago Destruidor Sátiro

Amor Inquisidor Ódio Furioso


Os primeiros florais
Equilíbrio Absorto Indeciso Histérico

Serviço Hipócrita Egoísta Galanteador

19 20
31 Sabedoria Agnóstico Inseguro Palhaço 31

Perfeição espiritual Exacerbado Puritano Monge

Fonte: Bach, 2018b

19 20

Impatiens glandulífera Clematis

21 22
31 31

Victoria Tucholka/Shutterstock karinrin/Shutterstock

21 22

Mimulus

Os onze remédios

23 24
31 31

karinrin/SSundry Photography/Shutterstockhutterstock

23 24
Primeiros florais Quadro 3 – Relação falhas x doença

Planta Falha correspondente Emocional Virtude

Para Bach, a doença física não era Chicory (Chicorium intubys) Egoísta Comediment
o
Amor

importante. Para o tratamento de seus Mimulus (Mimulus luteus) Desvitalizado Medo Simpatia

pacientes, era preciso observar suas falhas e Agrimony (Agrimonia eupatoria) Inquisidor Inquietação Paz

entender o erro fundamental: Sclerantus (Scleranthus annuus) Indeciso Indecisão Firmeza


25 26
31 31

Tratar as falhas Clematis (Clematis vitalba) Absorto Indiferença Gentileza

Centaury (Erythrea Centauriun)


Resultados
Fonte: Bach, 2018d

25 26

Quadro 3 – Relação falhas x doença

Planta Falha correspondente Emocional Virtude

Gentian (Gentiana amarela) Dúvida Compreensão

Entusiasmo
Vervain (Verbena officinalis) Idealista Tolerância
em excesso
Na Prática
Cerato (Ceratostigma
Tolo Ignorância Sabedoria
willmottiana)

Impatiens (impatiens roylei) Exacerbado Impaciência Perdão


27 28
31
Rock rose (Helianhemum 31
Terror Coragem
vulgare)

Water violet (Hottonia


Tristeza Alegria
palustres)

Fonte: Bach, 2018d

27 28

A vida de Bach

Conhecer a vida do Dr. Bach nos faz Finalizando


compreender a importância dos seus estudos,
toda a sua fundamentação para a
recuperação do equilíbrio emocional e como é
29 30
31 31

possível, hoje, contar com a terapia floral

29 30
Edward Bach

Edward Bach dedicou sua vida em busca de uma


metodologia de tratamento humanizada.
Estudioso da medicina homeopática, defendeu a
busca por um tratamento mais humanizado,
tendo como principal objetivo a prevenção das
31
doenças e a preocupação com o paciente, desde 32

uma alimentação saudável aos tratamentos


31 31

naturais. Comprovou em seus ensaios que o


paciente sofre de doenças físicas devido ao
conflito existente entre corpo, mente e alma

31 32
Aula 2

Teoria dos Florais Conversa Inicial

1 2
35 35

Profª Benilda Luiza Klingelfus

1 2

Objetivos

Observar a ideia principal e filosofia de vida


dele
Esta aula se fundamenta nos princípios de
saúde e doença escritos por Bach, em seu Identificar as influências filosóficas e
livro Cura-te a Ti Mesmo científicas nas quais Bach se fundamentou
para desenvolver os florais
3 4
35 35

Compreender o conceito de saúde-doença


descritos por Bach

3 4

As principais causas das doenças

As doenças são causadas pelo desequilíbrio


Cura-Te a Ti Mesmo entre a mente e a alma, e se expressam no
físico
5 6 Desequilíbrio
35 35

Orgulho, crueldade, ódio, egoísmo,


ignorância e ambição

5 6

1
Relação entre falhas e a busca por virtudes
Ignorância
Orgulho
Visão e audição
Rigidez no corpo
Absorver o conhecimento
Altruísmo
Ódio
Crueldade
Descontrole mental
7 8
35 35

Dor
Compaixão
Reconhecer nossa fragilidade

7 8

Egoísmo Autocuidado
Neurose
Neurastenia O autocuidado começa em nossa mente, por
Ambição meio da compreensão das nossas falhas
Doente se torna escravo do corpo Silêncio e meditação
9
Ajuda ao próximo 10 Desenvolvimento da virtude contrária
35 35

Instabilidade Alimentação saudável


Movimentos e coordenação motora Compreensão da unidade
Autodeterminação

9 10

Paracelso, Culpeper e Hahnemann

Bach encontrou em grandes pesquisadores as


Em busca de uma nova respostas que buscava em suas pesquisas
filosofia de vida para o desenvolvimento dos florais
Seus primeiros florais fundamentaram-se
11 12
35 35
nos estudos de botânica de Culpeper e
Paracelso, e foram preparados de acordo
com a metodologia de Hahnemann

11 12

2
As plantas medicinais

As flores selecionadas por Bach apresentam


características particulares em relação aos
medicamentos utilizados na homeopatia e Métodos e obtenção dos florais
fitoterapia:
13
35 Não atuam sobre o sintoma físico 14
35

São preparadas pela simplicidade


Sua ação vibracional desperta virtudes

13 14

Método solar Figura 1 – Orvalho da manhã

Consiste no método mais importante de


obtenção das essências florais
15
35
As essências florais obtidas carregam 16
35

em si a energia vibracional da flor

Athapet Piruksa/Shutterstock

15 16

As flores são coletadas nas primeiras horas Figura 2 - Método solar


da manhã, após terem recebido no mínimo
duas horas de sol
Então as flores são acondicionadas em um
recipiente de vidro com água, obtida da
fonte, e deixadas sob ação solar por um
período de 2 a 7 horas, até que comecem a
17
35 murchar 18
35

A solução (essência floral) é acondicionada


em frasco âmbar, com conhaque como
conservante – Brandy (1:1)
CoralAntlerCreative/Shutterstock

17 18

3
Método da fervura
O processo de seleção e coleta da planta é o
mesmo empregado no método solar
O método da fervura foi utilizado por Bach,
provavelmente, por dois motivos: As plantas são acondicionadas em um
recipiente de ágata, que é levado à fervura
Porque utilizou flores e partes de plantas
por 30 minutos
19 que eram difíceis de serem extraídas 20

E finalmente são acondicionadas em frasco


35 35

A época de sua obtenção não permitia


âmbar com Brandy 1:1 (conhaque)
muitos dias ensolarados

19 20

A essência floral obtida chama-se “solução


mãe”
As plantas medicinais
Para o preparo das embalagens de uso
21
comercial, esta “solução mãe” é novamente 22
35
diluída e acondicionada em frascos de 10 ml 35

21 22

Os doze curadores Relação entre os doze curadores e


a personalidade
Floral Personalidade

Agrimony (Agrimonya eupatoria) Inquieto, ansioso, atormentado


São os primeiros florais desenvolvidos por
Centaury (Erythrea centaurium) Pálido, sem forças
Bach, ainda sob influência da homeopatia,
Cerato (Ceratostigma willmattiana) Faz coisas tolas
quando objetivava tratar seus pacientes
Chicory (Chicorium intybus) Autopiedade
observando sua personalidade e buscando as
23 24
35 35

Clematis (Clematis vitalba) Sonolento, cansado, pálido


virtudes
Gentian (Gentiana amarela) Medo, insegurança

Impatiens (Impaiens royeli) Impaciência


Fonte: Bach, 2018a

23 24

4
Relação entre os doze curadores e Os quatro auxiliares
a personalidade

Floral Personalidade À medida que tratava seus doentes, Bach


Mimulus (Mimulus luteus) Medo observou que nem todos correspondiam
rapidamente ao estado emocional
Rock rose (Helianthemum vulgare) Desespero
relacionado
25
Scleranthus (Scleranthus annus) Parece que tudo está errado 26
35 35
Nesse sentido, desenvolveu os quatro
Water violet (Hottonia palustris) Exageradamente calmo auxiliares que deveriam atuar nas doenças
Fonte: Bach, 2018a crônicas

25 26

Relação entre os doze curadores e Os doze curadores e os sete auxiliares


a personalidade
Em 1934, Bach apresentou uma nova
Floral Personalidade
classificação de seus florais, agora com os
Gorse (Ulex europeus)
Sujeito desesperançado, que aceita a
doença, perdeu o desejo de lutar contra a
sete auxiliares
doença, já sofreu demais
Observando a característica física do
Tem excesso de preocupação com os outros
Heather (Calluna vulgaris) e sente-se frustrado quando eles não aceitam paciente
27 seu cuidado 28
35 35

Oak (Quecus penduculata)


Não se conforma com a doença, apresenta- Pálido – Olive, Gorse, Oak
se irritado

Rock water Exageradamente calmo Corado – Vine, Heather ou Rock water


Fonte: Bach, 2018c

Caso difícil – Wild oat

27 28

Os sete perfis emocionais

Rock rose, Mimulus, Cherry Plum, Aspen,


Medo
Red Chestnut
Falta de interesse quanto às Clematis, Honeysuckle, Wild rose, Olive,
circunstâncias atuais White Chestnut, Mustar, Chestnut Bud
Evolução do remédios de Bach
Solidão Water violet, Impatiens, Heather
Excesso de sensibilidade a
Agrimony, Centaury, Walnut, Holy
29 30
influências alheias
35 35
Larch, Pine, Elm, Sweet Chestnut, Star of
Desânimo e desespero
Bethlehen, Willow, Oak, Crab Apple
Preocupação em excesso com o
Chicory, Vervain, Vine, Beech, Rock water
bem-estar dos outros
Fonte: Howard, 2018

29 30

5
O medo

Bach identificou que o medo seria o grande


causador das doenças e descreveu florais
especificamente para tratá-lo:
Na Prática
Rock rose – Terror pânico

31
Mimulus – Medos comuns 32
35 35

Aspen – Medos inexplicáveis


Cherry plum – Medo de cometer uma loucura
Red Chestnut – Medo por entes queridos

31 32

Observe
Os estudos de Bach são importantes para que o
terapeuta floral compreenda que a saúde está
em desenvolver as virtudes em detrimento das
nossas falhas. Não é tão simples identificar um Finalizando
floral, compreender a emoção das pessoas e
33
prescrever, portanto, é importante nós mesmos 34
35
praticarmos a meditação, escutarmos nosso “Eu 35

interior” e cuidarmos da alimentação, pois a


saúde envolve o ser como um todo
Pratique

33 34

Autocuidado

Bach buscou em sua trajetória de vida um


método eficaz para cuidar da saúde
Em Cura-Te a Ti Mesmo, ressalta a
importância de prestarmos atenção em nosso
35 “Eu interior” 36
35 35

Nessa aula foi possível compreender também


como as essências florais atuam em nosso
organismos, despertando virtudes

35 36

6
Aula 3

Teoria dos Florais Conversa Inicial

Profª Benilda Luiza de Carvalho Klingelfus

1 2

Fundamentos da terapia floral

Agora que já estudamos a filosofia do médico


inglês Edward Bach e seus princípios, vamos
abordar os fundamentos da terapia floral
Fundamentos de terapia floral
Compreenderemos como atuam os florais e
a melhor forma de utilizá-los
Conheceremos a legislação e o mercado de
trabalho para o terapeuta floral
Analisaremos estudos de caso referentes à
ação dos florais

3 4

As plantas medicinais As plantas empregadas por Bach em seus


florais apresentam as seguintes
características:
São flores e algumas árvores, não possuem
Desde os primeiros tempos, as plantas são efeito tóxico ou venenoso
utilizadas por famílias como forma de São simples e fáceis de serem encontradas
tratamento, sendo cultivadas em suas
A seleção das flores permite a acesso a
propriedades e acessíveis a todos
qualquer pessoa
Apresenta resultados muito promissores
em relação ao autocuidado

5 6
O que é a terapia floral
Apresenta grande importância como prática
complementar à saúde, podendo ainda ser
De acordo com a Portaria n. 702/2018 do utilizada juntamente com outras práticas
Ministério da Saúde (2018), a terapia de integrativas
florais é uma prática complementar e não Aromaterapia
medicamentosa que, por meio dos vários
Quiropraxia
sistemas de essências florais, modifica
certos estados vibratórios promovendo o Homeopatia
equilíbrio emocional do indivíduo Acupuntura

7 8

Essências florais

Como descrito na Portaria n. 702/2018 do (...) São preparadas a partir de flores


Ministério da Saúde (2018), as essências silvestres no auge da floração, nas
florais são extratos líquidos naturais, primeiras horas da manhã, quando
inodoros e altamente diluídos de flores que ainda se encontram úmidas pelo orvalho
se destinam ao equilíbrio dos problemas
São obtidas por meio da colheita de flores
emocionais, operando em níveis sutis e
extraídas de lugares da natureza que se
harmonizando a pessoa internamente e
no meio em que vive encontram intactos

(...)

9 10

Como atuam as essências florais A essência floral atua como catalisadora,


proporcionando a reação de equilíbrio entre
a alma e a mente, recuperando a vida e a
harmonia

Atuam liberando sua energia vibracional, A doença se manifesta no corpo em último


obtida por meio da transferência do corpo estágio, sendo que a mente é o ponto que
de luz da flor para a água, pela ação da luz necessita cuidado:
solar e do calor Medo
Ansiedade
Irritação

11 12
Conservação das essências florais Administração do floral

Os florais são fracionados a partir da


“solução mãe”, acondicionados em
As essências devem ser armazenadas em frascos âmbar de 10 ml
frasco âmbar e protegidas da luz
Para o preparo da formulação destinada ao
Evitar contato com aparelhos eletrônicos consumo, são adicionadas duas gotas de
Cuidar para não receber ação do sol cada essência selecionada em um frasco
de 30 mL de uma solução com água mineral
e 30% de Brandy (conhaque)

13 14

Outras formas de administração dos florais


Cremes – 6 gotas do floral
Pomadas – 6 gotas do floral Princípios da prescrição dos
Água do banho – 6 gotas na água florais

Compressas – preparar 6 gotas do


floral em 500 ml de água
Spray

15 16

“Trate o doente e não a doença”


Princípios básicos, antes de iniciar o
atendimento:
1. Voltar-se para dentro de si – “Eu superior”
2. Atentar-se para as emoções da pessoa
Ao cuidar do estado emocional do paciente,
é necessário preparar-se para uma escuta 3. Estabelecer uma comunicação entre
ativa e uma prescrição assertiva seu “Eu” e o “Eu superior” do paciente
4. Preocupar-se com a pessoa acima de tudo
5. Estar tranquilo e deixar a pessoa falar

17 18
6. Permitir a comunicação amigável Como selecionar o floral?
7. Não correr o risco de realizar julgamentos
8. Sempre lembrar da máxima de Bach - O primeiro ponto para o diagnóstico assertivo
“Cura-te a Ti Mesmo” é identificar o princípio que será a
característica positiva da flor
9. Conhecer os princípios da filosofia de Bach
A seguir, o sintoma-chave da pessoa deve
10. Explicar com tranquilidade o processo da
ser identificado pelo terapeuta floral por
terapia floral
meio de suas observações
11. Conscientizar seu paciente de que a cura
(...)
está no autoconhecimento de cada um

19 20

1. Agrimony (Agrimônia eupátrida)


Princípio: alegria, enfrentamento
(...)
Sintoma-chave: mascarar seus sentimentos
O causador do estado de doença ou a falha
Estado positivo:
Por fim, a transformação potencial
desenvolve a capacidade
posterior, que significa a virtude
de enfrentamento
encontrada, pois, como vimos, possuímos
todas as virtudes em nossa alma Transformação potencial
posterior: objetividade,
otimismo Tamotsu Ito/Shutterstock

21 22

2. Holly (Ilhes aquifolium)


Princípio: amor divino
Sintomas-chave: ciúme, Práticas integrativas no Brasil
ódio, inveja nnattalli/Shutterstock

Estado positivo: harmonia interior, amor


Transformação potencial posterior:
harmonia interior, compreensão

23 24
No Brasil
Política Nacional de Práticas Integrativas
No final dos anos 1980, algumas importações
Política Nacional de Práticas Integrativas e Rio de Janeiro e São Paulo
Complementares em Saúde (PNPIC), no 1998 – Ofício da ANVISA
Sistema Único de Saúde, publicada pelo
As essências florais não constituem
Ministério da Saúde na Portaria GM/MS matéria submetida ao regime de
n. 971, de 3 de maio de 2006 (Brasil, 2015, vigilância sanitária, a teor da Lei n.
p. 12) 6.360, de 23 de setembro de 1976, e
Acupuntura, homeopatia, fitoterapia, seus regulamentos, não se tratando de
crenoterapia, antroposofia medicamentos, drogas ou insumos
farmacêuticos

25 26

Primeiros registros da profissão

Em 2006, a profissão de terapeuta floral


foi incluída na Comissão Nacional de
Classificação do IBGE (CONCLA) e na
Legislação
Classificação Nacional de Atividades de
Práticas Integrativas e Complementares
em Saúde Humana (CNAE)
Subclasse: 8690-9/01 – Atividades de
práticas Integrativas e Complementares
em Saúde Humana (IBGE, 2020)

27 28

Reconhecimento pela Organização Mundial


de Saúde
Em São Paulo, a terapia floral foi aprovada
pela prefeitura, por meio da Lei Municipal
A terapia floral tem seu reconhecimento n. 13.717, de 8 de janeiro de 2004
inicialmente pela Organização Mundial de No Rio de Janeiro, a Lei n. 5471, de 10 de
Saúde, em 1983 junho de 2009, estabelece a criação do
Incentivada a sua incorporação do Programa de Terapia Natural no âmbito
Sistema Único de Saúde do estado do Rio de Janeiro

29 30
Áreas de atuação do terapeuta floral

Podemos relacionar diversas áreas de


A terapia floral no contexto da atuação do terapeuta floral
promoção da saúde Farmácia na atenção farmacêutica
Odontologia
Fisioterapia
Psicologia

31 32

Creches, orfanatos e escolas


Ambiente corporativo
Projetos sociais
Estudos de casos
Socialização para as crianças
Hospitais – SUS
Melhor aprendizado para os
Veterinária
adolescentes
Jardinagem
Maior estabilidade emocional

33 34

Experimente

A escuta ativa e a interação com o paciente


representam os pontos mais importantes
Na Prática
para o sucesso da terapia floral
Experimente conversar com seus amigos
e familiares usando uma escuta ativa, de
modo que possa compreendê-los de forma
mais assertiva

35 36
A profissão do terapeuta floral ainda é muito
jovem no Brasil, porém é reconhecida pela
Finalizando
OMS como prática integrativa complementar
Grande número de profissionais hoje é
habilitada a atuar como terapeuta floral

37 38
Aula 4

Teoria dos Florais Conversa Inicial

Profª Benilda Luiza Klingelfus

1 2

Os 38 florais de Bach
Como observamos nas aulas anteriores, o
desejo do médico inglês Edward Bach sempre Nesta aula, você conhecerá os 38 florais de
foi desenvolver uma forma de tratamento acordo com os grupos idealizados por Bach
simples, obtida da natureza e que permitisse Aprenderá a forma de interpretar as
acesso a todas as pessoas personalidades do ser humano, suas dores,
Bach refugiou-se no interior da Inglaterra e como desenvolver o processo de seu
próximo aos campos onde pôde observar e autoconhecimento
estudar plantas. Durante seis anos,
pesquisou flores e desenvolveu os 38
florais de Bach

3 4

Os doze primeiros

Todos nós apresentamos diferentes


Os doze curadores personalidades. Se fôssemos iguais, toda
doença seria tratada da mesma forma e com
os mesmos resultados
Porém isso não é verdade. Há necessidade de
tratar a pessoa e não a doença

5 6
Rock rose: estados de desespero, terror,
Bach identificou 12 estados emocionais ou depressão, medo demasiado de um grande
aspectos mentais, que relacionou com as perigo
flores para restaurar o contrário, isto é, Mimulus: medo de alguma coisa específica,
desenvolver nossas virtudes, saúde e bem- bem definida
estar Agrimony: pessoa inquieta, ansiosa demais
A seguir, vemos as 12 flores Scleranthus: quando a pessoa sabe o que tem
correspondentes a esses estados de fazer, mas não consegue decidir seu rumo
e anda de um lado para o outro

7 8

Clematis: desinteresse, sonolência, apatia,


falta alegria de viver Vervain: pessoa difícil de lidar, acha que sabe
de tudo, temperamento forte
Chicory: pessoa que sente pena de si mesma
e sofre porque não se sente amada Impatiens: impaciência, pouca tolerância ou
nenhuma com as pessoas ao seu redor
Cerato: pessoa tenta fazer tudo o que os
outros falam, não decide sozinha, fazendo Centaury: excessivamente cansada, aparenta
papel de tola fraqueza física
Gentian: “deprimida” é a palavra; Water violet: “calma” seria a melhor
negatividade, parece que tudo está dando definição; não pede ajuda, tenta resolver
errado; pessoa perde a força e o desejo de seus problemas sozinha
lutar

9 10

Chycori Caso 1 – Paciente, sexo masculino, 35 anos de


idade
Queixa principal: reumatismo crônico,
articulações inchadas, dor, angustiado, ansioso
Agrimony – de hora em hora/20 horas
Melhora com redução da dor e do inchaço
Mimulus – medo de piorar
Gentiam – coragem para retomar a vida
Paciente consegue sair de casa e retomar
GeniusKp/Shutterstock a vida

11 12
Caso 2 – Jovem, 18 anos. Após cirurgia para
remover cistos de tireoide, eles estavam
retornando. Para evitar a cirurgia, fez o
tratamento com florais
Os sete auxiliares
Clematis
O floral foi administrado, durante uma
semana, três vezes ao dia
Houve completa absorção dos nódulos,
sem necessidade de refazer a cirurgia

13 14

Os primeiros auxiliares
1933 Em 1934, Bach pesquisou e desenvolveu
quatro auxiliares
Bach observou que as pessoas apresentam
Gorse – para as pessoas que perderam as
outros sintomas mais crônicos, junto a um
esperanças, já não lutam mais pela saúde
certo conformismo
Oak – ao contrário de Gorse, este paciente
Mau humor
luta pela melhora e fica desanimado
Dor crônica – coluna consigo mesmo por estar doente
“Isso é assim desde a infância” (...)

15 16

O segundo grupo dos auxiliares


1934
(...) Olive – pacientes exaustos, provenientes de
uma doença antiga, já cansados de uma vida
Heather – pessoas que sofrem mesmo sem
longa de doença e com muita tristeza.
a doença, tudo é exageradamente recebido Exaustão profunda
Rock water – pacientes rígidos demais, com Vine – são pessoas que acreditam que sabem
os outros e consigo mesmos; tornam-se tudo e não precisam de ajuda, querem que
infelizes, por sua rigidez consigo mesmos todos as obedeçam da forma que entendem
ser correta. São muito críticas e exigentes
(...)

17 18
Wild Oat

(...)
Wild Oat – floral que deve ser utilizado em
qualquer um dos casos anteriores, quando há
necessidade de complementar o tratamento
para observar a melhora, quando o
tratamento parece não estar correspondendo

Gabriele Maltinti/Shutterstock

19 20

Rock water

Os dezenove complementares

Willi Wenzlaff/Shutterstock

21 22

Os últimos

Passou vários meses pesquisando novas


Em 1934, Bach foi morar em Oxfordshire em flores, chegando aos dezenove
Sotwell, no vale do Tâmisa, onde viveria até o complementares
fim de seus dias
Esses florais são indicados para estados
Acometido de uma séria crise de dor na mais agudos ou pontuais, ou
face e na cabeça, saiu em busca de um acontecimentos que chegam a causar um
remédio trauma
Encontrou em Cherry Plum o conforto

23 24
Desta forma, os 38 florais de Bach podem ser Como uma cebola, de dentro para fora?
representados por 12:7:19, onde:
Os doze curadores correspondem à Cebola
natureza de cada um, à personalidade com
a qual o ser humano nasce
Os sete auxiliares são situações crônicas
que se desenvolveram ao longo da vida e
interferiram na análise da personalidade
Os dezenove complementares são o
presente, o estado emocional proveniente
de uma situação de pânico, susto, trauma Yeti studio/Shutterstock

25 26

Os sete grupos florais

Após finalizar todos os 38 florais, o médico


Os sete grupos de Bach
resolveu classificá-los em grupos emocionais,
com o objetivo de obter uma seleção mais
assertiva
Classificou, então, os florais em sete grupos

27 28

Sete grupos de florais

1. Para os que sentem medo


2. Para os que sentem incerteza Solidão
3. Para o grupo de pessoas excessivamente Impatiens
sensíveis a influências e ideias
4. Desespero Water violet
5. Solidão Heater
6. Falta de interesse pelo presente
7. Para quem se preocupa demais com o
bem-estar dos outros

29 30
Rescue remedy

Esta é uma composição de cinco florais,


indicada para as pessoas em estado de muita
O floral emergencial
tensão
Bach utilizou pela primeira vez este floral em
um marinheiro que havia sofrido um
naufrágio, próximo de sua casa, e obteve um
excelente resultado

31 32

Outras indicações para o Rescue remedy


As cinco essências florais que compõem Enxaqueca
Rescue Queimaduras
Rock rose – pânico e terror Picadas de insetos
Impatiens – dor intensa Ferimentos
Clematis – consciência Traumas físicos
Cherry Plum – perda do controle Síndrome do pânico
Star of Bethlehem – choque ou trauma Recuperação de plantas
Cuidado com animais de estimação

33 34

O autoconhecimento

Sabemos que existe uma analogia entre as


camadas que desenvolvemos durante a vida e
Na Prática
uma cebola. A parte mais interna
corresponde à verdadeira personalidade; o
núcleo corresponde a um floral pertencente
ao primeiro grupo, os doze curadores
(...)

35 36
(...)
A seguir teremos os sete auxiliares, que
correspondem a uma ação que está ali em
nosso ser de forma crônica, mas não nos
pertence. Por fim, a camada mais externa, Finalizando
que corresponde a um ou mais dos dezenove
complementares
Experimente observar a si mesmo, comece
por seus sentimentos mais externos em
busca do seu autoconhecimento

37 38

Revendo os conceitos Os doze curadores correspondem aos tipos


da alma
Os doze curadores, os sete auxiliares e os Os sete auxiliares são para as situações
dezenove complementares constituem os crônicas que muitas vezes nem percebemos
remédios florais que o Dr. Edward Bach e com as quais passamos a conviver, como
se fosse um estado normal
estudou durante toda a vida, em busca de um
tratamento simples, porém capaz de Os dezenove complementares são indicados
estabelecer a saúde de todos os seres, ao se para os estados emocionais e mentais que
especificar o nome da doença ou do órgão se desenvolvem devido a um ou mais fatos
específicos, que foram capazes de gerar um
acometido pela doença
trauma

39 40
Aula 5

Teoria dos Florais Conversa Inicial

Profª Benilda Luiza Klingelfus

1 2

Sistemas de florais

Neste módulo conheceremos os principais


grupos de essências florais, nacionais
Florais nacionais
e internacionais, seu idealizador e as
principais essências de cada grupo
Oportunidade também para abordarmos a
importância do diagnóstico e as indicações
dos florais

3 4

Florais de Saint Germain


Os florais de Saint Germain são obtidos de
flores nativas da Mata Atlântica Brasileira,
Desenvolvido por Neide Margonari, artista do litoral de São Paulo
plástica e arquiteta. Mudou sua filosofia de
O sistema conta com 89 essências e 17
vida nos anos 1990 e, em 1995, desenvolveu
compostos
seu primeiro floral
Muitos são provenientes de gramíneas,
Unitatum
que estão ligadas ao mundo espiritual
Indicado para os desamparados com o propósito de elevar a consciência
Despertando claridade e beleza em direção à luz

5 6
Focum
São dez gramíneas em sua composição Purpureun
Panicum Sorgo
Capim Seda Bambusa
Capim Luz Aveia Selvagem
Cidreira São os florais que sustentam o propósito
Erbeum deste grupo de essências: elevação da
consciência planetária

7 8

Florais de Minas Os estudos envolvem física quântica, filosofia


e botânica
Sistema é composto por:
Essências florais – atuação no corpo
Este grupo de florais é pesquisado em
espiritual, mental e emocional
Itaúna, Minas Gerais, por Breno Marques
da Silva e Ednamara Batista Vasconcelos, Fitoessências – atuação no corpo mental
desde o final dos anos 1980 e emocional
Fitoflorais – atuação no corpo etérico e
nos sistemas orgânicos

9 10

Florais Filhas de Gaia


Entre os florais Filhas de Gaia, citamos:
Girasssol – Heliantus annus
Grupo de florais desenvolvido por Maria Grillo
Apresenta excelente resultado
Produzidos em santuários ecológicos equilibrando o “Eu” maior e as
como: relações com a vida
Parque Estadual da Ilha do Cardoso (SP) Tratando:
Parque Nacional de Serra do Cipó (MG) Ego, prepotência e arrogância

11 12
Florais de Ararêtama

Grupo também conhecido como florais da


Mata Atlântica
Desenvolvido nos ano 1990 por Sandra O sistema possui 35 essências
Epstein, o nome deste grupo de florais Destacamos o composto Paixão
em tupi-guarani significa:
Tauá, Caju, Kundalini
“Lugar onde se origina a luz”
Pessoas inseguras

13 14

Florais da Austrália

Sistema desenvolvido por Ian White


Florais internacionais Praticante de práticas naturais
Waratah é a flor símbolo deste
grupo de florais
Fornece força e coragem para o
enfrentamento de crises

15 16

Florais da Califórnia Califórnia Wild Rose

Este sistema foi desenvolvido por Patrícia


Kaminski e Ricardo Katz
No final da década de 1970, iniciaram seus
trabalhos na Flower Essence Society (FES)
Centro de pesquisas onde se realizam
estudos clínicos e trabalhos sociais

AlessandraRC/Adobestock

17 18
Florais do Alaska
Essências minerais
Este grupo de florais foi desenvolvido por Atuam no campo da energia e são
Steve Johnson, um bombeiro florestal que obtidas de algumas regiões do Alaska
passou a pesquisar os florais e, em 1994,
Brazilian quartz
fundou o Alaskan Flower Essence Project
Para pessoas esgotadas, com baixa
Este sistema possui 72 essências florais,
energia física, mental, emocional e
48 essências minerais e 12 essências
espiritual
ambientais

19 20

Florais do Deserto Florais do Pacífico

Pesquisado por Cynthia Athina Kemp Schrer São florais desenvolvidos em Vancouver, no
Canadá, por duas pesquisadoras Sabina Pettit
Destacamos a essência Squaro
e Fiona Macedo
Um cacto ereto que chega a 16 metros
O primeiro floral foi obtido a partir de uma
de altura e precisa de 50 anos para
planta chamada Medronheiros, que possui
atingir de 3 a 4 metros
uma casca vermelha e atua como tônico
É, portanto, bastante resistente promovendo sabedoria

21 22

Este grupo de florais é ainda composto por:


Bolacha da praia do mar – Sand dollar
Utilizada por pessoas acometidas de O que são as essências florais
câncer
Cavalos-marinhos das Filipinas – Sea horse
Força vital

23 24
Essências florais Terapia floral

São compostas de extratos de flores e


plantas silvestres, obtidas por ação da Terapia floral consiste na aplicação
luz solar das essências por meio da estimulação
vibracional, para despertar a saúde em nós
Novos pesquisadores se aprofundaram
nos estudos de botânica, filosofia e física A palavra “terapia”, em sua raiz grega
quântica Therapeía, significa “de serviço” e se
relaciona com o verbo Therapeuein,
Não são remédios florais, e sim essências “cuidar de”
vibracionais

25 26

Saúde Ter saúde é a capacidade de participar


plenamente de todos os aspectos da vida.
Como descreve a Organização Mundial Para desfrutar de saúde total, é importante
da Saúde (OMS), consiste no estado de estar por inteiro na vida, isto é, ter
completo bem-estar físico, mental e social, envolvimento completo no trabalho, na
e não apenas na ausência de doença ou família e na sociedade. Enfim, bem-estar
enfermidade em todos os aspectos da vida

27 28

Como trabalhar com as essências florais?

Como trabalhar com as essências O primeiro passo é a busca do


florais autoconhecimento
O segundo é conhecer a linguagem das flores
Desenvolver a capacidade de ouvir e
conversar com seu cliente

29 30
O desenvolvimento da percepção consciente
dentro do processo de autorreflexão e Diagnóstico
aconselhamento pode ser observado
por meio de algumas perguntas: Para a terapia floral, esse termo significa
contar com uma boa compreensão de suas
Qual é o meu propósito de vida?
bases específicas, uma correta organização
Como este propósito se reflete no meu dia a da observação, para poder identificar como
dia? é o paciente, seus sentimentos e emoções.
Como me relaciono com os outros? A partir desse conceito, poderíamos
Perguntas decorrentes da infância podem compreender que a terapia floral e os
ser a chave para identificar sentimentos e florais selecionados seriam a cura certa
comportamentos da fase adulta

31 32

No entanto, para obter sucesso no


diagnóstico, alguns pontos devem ser
observados pelo terapeuta: compreensão Orientações práticas
e um método de observação eficaz,
conhecimento dos florais e paciente
disposto a se curar

33 34

Como orientar corretamente o paciente? Como usar as essência florais


Floral concentrado
Floral diluído
É fundamental orientar seu paciente desde Spray ou nebulizador
o momento em que a consulta é agendada, Uso na água do banho
pois é necessário compreender que a terapia Uso tópico
precisa ser constante e o uso do floral deverá
Veículos para diluição
ser correto, caso contrário não será possível
Hidroalcoólico, vinagre de maçã, glicerina
obter sucesso no tratamento
vegetal
Só em água

35 36
Frequência de uso
Como vimos, os florais são essências Caso seja observada alguma ação reativa ao
vibracionais, então a frequência de uso floral, a posologia pode ser reduzida, por isso
deve ser mantida constante. Normalmente é importante orientar o paciente a sempre
são indicadas quatro gotas quatro vezes entrar em contato, se tiver alguma dúvida
ao dia, porém, se houver necessidade, quanto à dosagem ou reação observada
a dosagem pode ser maior, em casos
emergenciais ou em situações agudas

37 38

Qual o seu floral?

Nesta aula, observamos alguns sistemas


Na Prática florais nacionais e internacionais. Entre os
grupos de florais estudados, qual poderia
representar as suas emoções neste momento
de sua vida? Qual essência você utilizaria em
um momento de pânico?

39 40

Grupos florais e diagnóstico

Nesta aula você conheceu os sistemas


florais nacionais e internacionais, suas
características e métodos de obtenção.
Finalizando Observamos que o terapeuta floral deve se
aprofundar e ter um conhecimento pleno da
terapia floral, para que possa, no momento
da consulta, por meio de sua escuta ativa e
sensibilidade, compreender os objetivos e
propósitos dos seus pacientes para alcançar
um tratamento assertivo

41 42
Aula 6

Teoria dos Florais Conversa Inicial

Profª Benilda Luiza Klingelfus

1 2

Atuação do terapeuta floral Com o objetivo de:


Reconhecer a importância da terapia floral nos
cuidados do paciente terminal
Identificar metodologia e florais apropriados
para crianças, animais e plantas
Iremos abordar os principais pontos de Identificar a importância da terapia floral nas
atuação do terapeuta floral fases da vida do nascimento à senescência
Verificar a necessidade de se criar grupos e
realizar a pesquisa científica sobre terapia
floral

3 4

Cuidados paliativos

Segundo a Organização Mundial da Saúde


(OMS)
Florais nos cuidados paliativos Cuidados paliativos consistem na
assistência promovida por uma equipe
multidisciplinar, que objetiva a melhoria
da qualidade de vida do paciente e seus
familiares, diante de uma doença que
ameace a vida, (...)

5 6
Star of Bethlehem – consolo e esperança de que
sua passagem será suave
Cherry Plum – para manter o equilíbrio mental
(...) por meio da prevenção e alívio do e físico
sofrimento, por meio de identificação
Rock rose – momentos de pânico e histeria
precoce, avaliação impecável e tratamento
Impatiens – auxilia na dor e resignação
de dor e demais sintomas físicos, sociais,
psicológicos e espirituais (Brasil, 2013, Clematis – manter a consciência, o foco, a
p. 111) concentração
Agrimony – para o paciente que deseja fugir
da sua realidade e carrega consigo o grande
peso da dor; sofre sozinho

7 8

Cuidados com o recém-nascido

Florais para o cuidado das O nascimento e os primeiros meses estão


crianças totalmente conectados com as emoções
da mãe, pois nesta fase o bebê depende
totalmente da amamentação, do conforto
e dos cuidados em todos os instantes

9 10

Elm – promove a autoconfiança na mãe, O atendimento das crianças em si já se inicia


que se sente insegura quanto a dar conta de de forma diferenciada, pois normalmente
cuidar do bebê e ter leite para o seu sustento é o seu responsável que descreverá suas
emoções. O terapeuta deverá observar
Gentiam – é o floral que resgata a fé e auxilia
também a criança, seu comportamento e
a mãe no momento de depressão pós-parto,
atitudes. A prática terapêutica deverá ser
que pode causar muita tristeza e o
preparada de acordo com a idade da criança,
sentimento de rejeição do filho
podendo-se utilizar brinquedos ou realizando
Gorse – é o floral indicado para todos da brincadeiras que permitirão observar as
família, devolve a paz de espírito ações da criança

11 12
Walnut – para mudanças na vida da criança,
como início da escolinha
Chicory – para o desapego, chegada do Pais superprotetores: Chicory e Red Chestnut
irmãozinho para os pais aliviarem seu excesso de
Clematis – para melhorar a concentração da proteção e permitirem que a acriança
criança, que ainda se distrai porque deseja tenha suas experiências, no sentido de
brincar decidir alguma coisa
Holly – ciúmes Pais autoritários: Vervain para fortalecer o
Mimulus – medo de alguma coisa, como o escuro crescimento saudável da criança
Rescue remedy – para crianças que apresentam
terror noturno

13 14

Criança em atendimento
Pais submissos: Centaury para pais
permissivos
Pais ausentes: Water Violet quando os
pais trabalham fora e a criança sente-se
abandonada
Pais impacientes e intolerantes: Impatiens
para intolerância em todos os sentidos no ato
de educar a criança, como ensinar atividades
escolares e brincar, com excesso de críticas
Mediteraneo/Adobestock

15 16

Florais nas fases da vida

Good Studio/Adobestock

17 18
Gravidez Nascimento
O recém-nascido é que precisa ser
A gravidez planejada é o primeiro passo para
alimentado, principalmente amado,
que esta notícia chegue aos pais com alegria
para se desenvolver com saúde em
e muito amor, evitando a rejeição. Nesta
todos os aspectos, tanto física como
fase, ambos passam por muitos momentos
emocionalmente
emocionais e várias reflexões sobre a
maternidade e paternidade, principalmente A mãe deve tomar cuidado com a
se for o primeiro filho. Neste contexto, as superproteção, pois esse comportamento
essências florais irão promover o equilíbro poderá tornar o bebê ou a criança
emocional do casal (Pinto et al., 2019, p. 22) dependente, insegura

19 20

Adolescência
Holly ajudará o adolescente a equilibrar
O floral Beech, por sua vez, será indicado
emoções como raiva, ódio, inveja, ciúmes,
quando o adolescente for altamente crítico,
abrindo seu coração à generosidade e
intolerante, racista e só achar correto e
compaixão
bonito o que está dentro do seu padrão,
Nos casos de profundo rancor, mágoa, do seu critério pessoal, procurando
ressentimento em relação ao mundo ou a imperfeições em tudo e em todos
alguém específico, a essência floral que o
auxiliará é a Willow

21 22

Adulto Indecisão/negatividade/medo: agitação,


As essências florais atuam positivamente confusão, depressão
nos estados emocionais e são capazes de Falta de flexibilidade/criatividade:
harmonizar pensamentos e sentimentos. depressão, baixa autoestima
À medida que ocorre o equilíbrio, doenças
físicas também podem retroceder ou até Competição: agressividade, violência,
mesmo desaparecer depressão

23 24
Envelhecimento
Com a expectativa de vida aumentando ano
a ano, hoje, o desafio maior para adultos e Florais para pequenos animais e
idosos é a garantia da qualidade de vida. plantas
Este fato deve ser observado não só
fisicamente como socialmente nas
condições psíquicas, sociais e
econômicas de cada um

25 26

Pequenos animais
Pequenos animais e plantas
Animais e plantas são muito receptivos Ao cão que late muito e tende a ser o
ao tratamento com florais. Geralmente o centro das atenções, Heater seria o seu
tratamento é curto e o resultado é visível floral
rapidamente. O diagnóstico pode ser Ao cãozinho que morde o seu dono, é
realizado da mesma forma que para os Chicory
humanos, observando o que pode estar
Esta é a forma de fazer com que seu
afetando a planta ou o estado emocional
dono tenha foco sobre ele
do animal

27 28

As plantas também são acometidas de


emoções, embora não pareça. Segundo
E para os gatos, se estiverem nervosos ou Sheffer (2010), plantas também sofrem
com medo de alguma coisa, o seu floral em consequência de um choque, de medo
será Mimulus ou abatimento. Um local para outro ou a
queda de certa altura são motivos para
causar o abatimento das plantas

29 30
Rescue é o remédio ideal para as plantas,
podendo ser preparado com outros florais
conforme o caso. Por exemplo, Crab Apple Casos clínicos
e Agrimony para plantas que estão com
insetos; plantas murchas se recuperam
com Hornebam

31 32

Avaliação dos efeitos centrais dos florais de


Bach em camundongos através de modelos
farmacológicos específicos
(De-Sousa et al., 2016) (...) Nos modelos com ansiedade foi
detectado efeito ansiolítico do floral
Os resultados demonstraram que os florais Agrimony. Entretanto, não foram
Gorse, em conjunto com White Chestnut, observados efeitos neurolépticos
Agrimony e Vervain, exibiram perfis do floral Clematis
antidepressivo e hipnótico respectivamente
(...)

33 34

Florais de Bach como terapia complementar


no tratamento dos sintomas de TDAH
(Marques, 2012)
Os resultados nos levam a sugerir que os A terapia floral como prática complementar
efeitos centrais dos florais avaliados podem à psicopedagogia mostrou-se eficaz. Neste
ser parcialmente detectados por meio de contexto, o trabalho foi realizado através de
modelos farmacológicos utilizados na pesquisas em bases como: Lilac's, Sciello,
pesquisa de agentes psicotrópicos Medline e Pubmed
Resultados: Nos estudos avaliados observou-se
que a terapia floral como prática complementar à
psicopedagogia mostrou-se eficaz

35 36
Terapia floral: equilíbrio para as emoções
em tempos de pandemia
(Araújo et al., 2020)

Na Prática
Conclusão após análise dos estudos
elencados: a terapia floral apresenta
eficácia no tratamento complementar de
desequilíbrios emocionais, como medo,
angústia e pessimismo

37 38

Como você orientaria o seu paciente?

Após estudar as principais aplicações dos


florais nas fases da vida e nos cuidados
paliativos, qual a sua orientação floral para Finalizando
um paciente, adulto, que não apresenta
inciativa na vida? Nada o estimula. Não sabe
o que fazer para sair da procrastinação
Como você orientaria um adolescente, no
qual percebe excesso de autocrítica?

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O terapeuta floral

Como foi possível observar, o terapeuta floral


deve desenvolver profundo conhecimento
acerca da terapia floral, a fim de orientar
de forma assertiva e segura seus pacientes.
Além do conhecimento dos grupos florais, é
preciso identificar as fases da vida em que
se encontra o ser, suas dores e emoções e
seu acolhimento, para que a terapia floral
alcance o sucesso e recupere nele a
realização pessoal, o bem-estar e a saúde

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