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I
S É R I E
A
Esta 1.a série do Diário
da República é constituída
pelas partes A e B
DIÁRIO DA REPÚBLICA
Sumario40A Sup 0
SUMÁRIO
Presidência do Conselho de Ministros Aviso n.o 397/2006:
Torna público ter o Secretário-Geral da Organização
Decreto-Lei n.o 43/2006: das Nações Unidas, na qualidade de depositário, comu-
Equipara, entre o continente e as Regiões Autónomas, nicado ter recebido para depósito o 50.o instrumento
os preços de venda ao público de publicações não perió- de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão à Con-
dicas e de publicações periódicas de informação geral 1526 venção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, con-
cluída em Estocolmo no dia 22 de Maio de 2001, a
mesma entrou em vigor a 17 de Fevereiro de 2006,
nos termos do parágrafo 1 do artigo 26.o . . . . . . . . . . . . 1531
Ministério da Administração Interna
o
Aviso n. 398/2006:
Decreto-Lei n.o 44/2006:
Torna público ter, em 17 de Fevereiro de 2004, a Repú-
Equipara as instalações da Unidade Habitacional de blica Francesa depositado o seu instrumento de aprovação
Santo António, no Porto, a centro de instalação tem- à Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, con-
porária de estrangeiros e apátridas, estabelecendo cluída em Estocolmo no dia 22 de Maio de 2001 . . . . . . . 1531
como aplicável o regime constante do Decreto-Lei
n.o 85/2000, de 12 de Maio, e dos artigos 5.o a 8.o
do Decreto-Lei n.o 141/2004, de 11 de Junho . . . . . . . . 1529 Ministério do Trabalho
e da Solidariedade Social
Ministério dos Negócios Estrangeiros Decreto-Lei n.o 46/2006:
de 24 de Fevereiro CAPÍTULO I
Disposições gerais
A Lei n.o 41/96, de 31 de Agosto, consagrou a obri-
gação de o Estado suportar os encargos totais corres-
pondentes à expedição, por via aérea e marítima, dos Artigo 1.o
livros, revistas e jornais de natureza pedagógica, técnica, Objecto
científica, literária, recreativa e informativa, de e para 1 — São equiparados entre o continente e as Regiões
as Regiões Autónomas. Autónomas os preços de venda ao público de publi-
O Decreto-Lei n.o 284/97, de 22 de Outubro, veio cações não periódicas e de publicações periódicas de
impor efectivamente um regime de equiparação de pre- informação geral.
ços de publicações periódicas e não periódicas em todo 2 — A obrigação de equiparação a que se refere o
o território nacional. número anterior impende sobre os editores ou distri-
Como antecedente justificativo da fixação de tal buidores das publicações nele referidas.
regime, o legislador assinalava, no preâmbulo do Decre-
to-Lei n.o 284/97, ser a equiparação de preços objectivo Artigo 2.o
implícito já prosseguido na Lei n.o 41/96, admitindo, Encargos de expedição
contudo, a conveniência de promover a sua regulamen-
tação expressa. 1 — O Estado suporta os encargos totais correspon-
dentes à expedição, por via marítima, de publicações
Sem se explicitar, a teleologia do diploma visava pro-
não periódicas e, por via aérea e marítima, de publi-
porcionar aos cidadãos de todo o território nacional cações periódicas de informação geral, deduzida da dife-
o acesso à informação em condições de igualdade no rença entre as taxas do IVA aplicáveis no continente
que respeita ao preço das publicações e à sua dispo- e Regiões Autónomas.
nibilização temporal, suportando o Estado os encargos 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, são
associados ao transporte das publicações periódicas de considerados os encargos totais relativos ao transporte
e para o continente e Regiões Autónomas. e levantamento no destino das referidas publicações:
Não se tendo restringido à informação geral, como a) Do continente para as Regiões Autónomas;
género que melhor preencheria os objectivos de par- b) Das Regiões Autónomas para o continente;
ticipação cívica subjacentes ao diploma, verificou-se, c) Entre as Regiões Autónomas.
com o decurso do tempo, a incidência maioritária dos
encargos envolvidos em publicações periódicas de outro 3 — Compete aos distribuidores garantir os melhores
tipo, criando-se, assim, um regime mais pródigo que preços de mercado para os encargos de expedição a
o do porte pago, e ao contrário deste, sem qualquer assumir pelo Estado.
limitação à comparticipação do Estado e sem sujeição 4 — O Estado não suporta os encargos correspon-
dentes à reexpedição de quaisquer exemplares não ven-
a um procedimento de habilitação.
didos, sejam eles publicações periódicas ou não perió-
Paralelamente, a evolução registada no mercado das dicas.
publicações periódicas, em particular no que respeita
Artigo 3.o
à proliferação de subprodutos com elas vendidos ou
oferecidos, acentuou, em moldes mais evidentes, a des- Publicações excluídas
proporção entre o princípio do acesso que presidiu Exceptuam-se do regime do presente decreto-lei as
àquele regime e as efectivas consequências práticas do seguintes publicações:
diploma.
a) Pertencentes ou editadas por partidos políticos,
Evidenciando também o desequilíbrio entre os objec-
associações políticas ou associações sindicais,
tivos prosseguidos pelo Decreto-Lei n.o 284/97, e o patronais ou profissionais, directamente ou por
reflexo que tal regime teve no mercado regional de publi- interposta pessoa;
cações periódicas, assinale-se que, em 2004, os custos b) Cuja propriedade ou edição seja da adminis-
suportados pelo Estado ultrapassam já o montante total tração central, regional ou local, bem como de
atribuído à comunicação social regional e local, a título quaisquer serviços ou departamentos daquelas
de incentivos directos, o que traduz uma distorção ina- dependentes ou de serviços municipalizados;
ceitável das prioridades definidas. c) Que não estejam devidamente registadas de
O presente projecto visa corrigir precisamente os des- acordo com o disposto na Lei de Imprensa ou
vios antes anotados, ponderando os bens jurídicos em não obedeçam aos demais requisitos nela pre-
vistos, no caso de publicações periódicas de
conflito e reorientando de forma clara os princípios a
informação geral;
salvaguardar, racionalizando também os encargos assu- d) Gratuitas;
midos pelo Estado. e) Cujo conteúdo consubstancie uma violação da
Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das lei penal;
Regiões Autónomas e a Alta Autoridade para a Comu- f) Que não sejam maioritariamente vendidas no
nicação Social. território nacional;
N.o 40 — 24 de Fevereiro de 2006 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1527
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS 4 — São efectuadas por despacho do Ministro dos
Negócios Estrangeiros:
a) A nomeação e exoneração dos subdirectores
Decreto-Lei n.o 45/2006 gerais, dos directores de serviço e dos chefes
de 24 de Fevereiro de divisão ou equiparados;
b) A homologação dos resultados dos concursos
Considerando que a estrutura central do Ministério para adido de embaixada e para conselheiro de
dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, se encontra ainda embaixada, devendo a nomeação individual dos
fortemente centralizada e concentrada, com a quase candidatos aprovados ser efectuada mediante lista
totalidade das competências decisórias atribuídas por conjunta publicada no Diário da República, com
lei ao próprio Ministro, e sendo estas, em muitos casos, a assinatura do secretário-geral do Ministério;
consideradas indelegáveis; c) A colocação e transferência dos funcionários
Considerando que este tipo de organização não só diplomáticos com categoria igual ou superior
contraria a directriz descentralizadora e desconcentra- à de conselheiro de embaixada, sem prejuízo
dora expressamente consignada no n.o 2 do artigo 267.o do disposto no n.o 1;
da Constituição, como se tem revelado na prática gera- d) A nomeação, exoneração e promoção dos fun-
dora de ineficiências e lentidão excessiva no processo cionários diplomáticos até à categoria de con-
de tomada de decisões; selheiro de embaixada;
Considerando ainda que, pelas mesmas razões, a e) A nomeação, exoneração e transferência dos
intervenção do Primeiro-Ministro nos actos de nomea- cônsules-gerais, dos cônsules e dos cônsules
ção, promoção e exoneração, no contexto da carreira honorários;
diplomática, deve ser reservada aos casos que envolvam f) A nomeação, exoneração e transferência dos
as categorias mais elevadas da carreira; vice-cônsules e chanceleres;
Considerando, por outro lado, que deve ser alargado g) A emissão de cartas patentes que acreditem
o âmbito da possibilidade de delegação de poderes no perante outros Estados ou organizações interna-
cionais os funcionários diplomáticos que não sejam
secretário-geral do Ministério, para fazer dele, plena-
embaixadores ou chefes de missão diplomática,
mente, como é tradicional e está na lei, «o mais alto bem como os cônsules gerais, cônsules e vice-côn-
funcionário da hierarquia do Ministério dos Negócios sules, e bem assim os cônsules honorários;
Estrangeiros» (Lei Orgânica do Ministério dos Negócios h) A emissão de cartas patentes, ou documentos
Estrangeiros, de 1994, artigo 5.o, n.o 2); de idêntico valor jurídico, que acreditem,
Considerando, por último, que a publicação em lista, perante quaisquer organizações internacionais,
no Diário da República, dos indivíduos aprovados nos congressos ou outras reuniões internacionais, as
concursos para adidos de embaixada e para conselheiros delegações portuguesas que aí forem enviadas;
de embaixada poupará ao Primeiro-Ministro e ao Minis- i) Todos os outros actos que criem, alterem ou
tro dos Negócios Estrangeiros, em cada ano, várias cen- extingam a situação dos funcionários diplomá-
tenas de assinaturas de diplomas individuais em dupli- ticos bem como dos demais funcionários ou
cado ou triplicado: agentes ao serviço do Ministério dos Negócios
Assim: Estrangeiros.
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte: 5 — As competências conferidas ao Ministro dos
Negócios Estrangeiros nas alíneas a), b), e c) do número
anterior são indelegáveis.
Artigo 1.o 6 — As competências conferidas ao Ministro dos
Alteração ao Decreto-Lei n.o 48/94, de 24 de Fevereiro Negócios Estrangeiros nas alíneas d), e), f) e g) do n.o 4
são delegáveis em Secretários de Estado ou Subsecre-
É alterado o artigo 19.o do Decreto-Lei n.o 48/94, tários de Estado que coadjuvem o Ministro.
de 24 de Fevereiro, que passa a ter a seguinte redacção: 7 — As competências referidas nas alíneas h) e i) do
n.o 4 são delegáveis no secretário-geral do Ministério
«Artigo 19.o dos Negócios Estrangeiros.»
Forma dos actos
Artigo 2.o
1 — A nomeação e exoneração dos embaixadores e Entrada em vigor
dos funcionários que desempenhem funções de chefe
de missão diplomática bem como dos enviados extraor- O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
dinários são efectuadas por decreto do Presidente da ao da sua publicação.
República, nos termos da Constituição. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5
2 — A promoção a embaixador é efectuada por de Janeiro de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de
decreto, nos termos da Constituição e da lei. Sousa — João Titterington Gomes Cravinho.
3 — São praticados por despacho conjunto do Pri-
meiro-Ministro e do Ministro dos Negócios Estrangeiros Promulgado em 9 de Fevereiro de 2006.
os actos seguintes:
Publique-se.
a) A promoção de funcionários diplomáticos a
ministro plenipotenciário de 1.a ou de 2.a classe; O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
b) A nomeação e a exoneração de directores-gerais
ou cargos equiparados, incluindo as direcções Referendado em 14 de Fevereiro de 2006.
de institutos públicos integrados na administra- O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
ção central do Ministério. Sousa.
N.o 40 — 24 de Fevereiro de 2006 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1531
ao limite máximo do período normal de trabalho diário. (IPAC), com conhecimentos teóricos e práticos,
Precisa-se, ainda, que as derrogações permitidas em bem como experiência suficiente para realizar
determinadas situações apenas abrangem o disposto nos ensaios, incluindo a medição dos níveis de expo-
n.os 1 e 2 do artigo 7.o No procedimento administrativo sição a vibrações;
para autorizar derrogações a valores limite de exposição, b) «Média semanal de exposição» a média semanal
a Inspecção-Geral do Trabalho decide se é necessário dos valores de exposição diária, calculada para
o parecer de qualquer entidade e tem em atenção que um período de sete dias consecutivos, com uma
o prazo geral para a conclusão do procedimento é de duração de referência de quarenta horas;
90 dias. Inclui-se também uma referência à utilização c) «Valor de acção de exposição» o valor da expo-
de luvas para diminuir as vibrações transmitidas às mãos. sição pessoal diária, calculado num período de
No anexo relativo a vibrações transmitidas ao corpo referência de oito horas, expresso em metros
inteiro, elimina-se a figura respeitante a trabalhador em por segundo quadrado, que, uma vez ultrapas-
posição de deitado e alteram-se os eixos referentes à sado, implica a tomada de medidas preventivas
posição de sentado. adequadas;
Por outro lado, a matéria de algumas observações d) «Valor limite de exposição» o valor limite da
já está consagrada no diploma. É, nomeadamente, o exposição pessoal diária, calculado num período
caso de a definição de valor limite de exposição escla- de referência de oito horas, expresso em metros
recer que o mesmo corresponde a períodos diários, de por segundo quadrado, que não deve ser ultra-
o empregador dever utilizar todos os meios disponíveis passado;
para eliminar ou reduzir os riscos da exposição a vibra- e) «Vibrações transmitidas ao corpo inteiro» as
ções mecânicas, o que engloba o dever de ter em conta vibrações mecânicas transmitidas ao corpo
o progresso técnico, e a obrigação de os trabalhadores inteiro que implicam riscos para a saúde e a
não serem sujeitos a exposições superiores aos valores segurança dos trabalhadores, em especial lom-
limite, expressamente consagrada no artigo 7.o; a noção balgias e traumatismos da coluna vertebral;
de média semanal de exposição está suficientemente f) «Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço»
clarificada na correspondente definição do artigo 2.o as vibrações mecânicas transmitidas ao sistema
Finalmente, algumas observações não são proceden- mão-braço que implicam riscos para a saúde
tes. Assim, a obrigação de, sempre que seja excedido e a segurança dos trabalhadores, em especial
um valor limite de exposição, o empregador proceder perturbações vasculares, neurológicas ou mus-
à avaliação dos riscos com a periodicidade mínima de culares ou lesões osteoarticulares.
2 anos e a conservação dos registos e arquivos referentes
a avaliação dos riscos, identificação dos trabalhadores 2 — Para efeitos do presente decreto-lei, as referên-
expostos e a vigilância da saúde durante, pelo menos, cias a empregador abrangem os trabalhadores por conta
30 anos correspondem a regimes estabelecidos em legis- própria.
lação respeitante a outros agentes. A tipificação e clas- Artigo 3.o
sificação das contra-ordenações corresponde ao regime
Valores limite e valores de acção de exposição
consagrado no Código do Trabalho e na respectiva regu-
lamentação para idênticos deveres do empregador. 1 — Para as vibrações transmitidas ao sistema mão-
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das -braço são fixados os seguintes valores:
Regiões Autónomas.
Assim: a) Valor limite de exposição: 5 m/s2;
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da b) Valor de acção de exposição: 2,5 m/s2.
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
2 — Para as vibrações transmitidas ao corpo inteiro
são fixados os seguintes valores:
Artigo 1.o
a) Valor limite de exposição: 1,15 m/s2;
Objecto e âmbito b) Valor de acção de exposição: 0,5 m/s2.
1 — O presente decreto-lei transpõe para a ordem
jurídica nacional a Directiva n.o 2002/44/CE, do Par- Artigo 4.o
lamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho, rela- Princípios gerais da avaliação dos riscos
tiva às prescrições mínimas de protecção da saúde e
segurança dos trabalhadores em caso de exposição aos 1 — Nas actividades susceptíveis de apresentar riscos
riscos devidos a vibrações. de exposição a vibrações mecânicas, o empregador deve
2 — O presente decreto-lei é aplicável em todas as avaliar e, se necessário, medir os níveis de vibrações
actividades, dos sectores privado, cooperativo e social, a que os trabalhadores se encontram expostos.
administração pública central, regional e local, institutos 2 — A avaliação do nível de exposição dos trabalha-
públicos e demais pessoas colectivas de direito público, dores a vibrações mecânicas pode ser realizada mediante
bem como a trabalhadores por conta própria. a observação de práticas de trabalho específicas, com
base em informações fiáveis, nomeadamente as forne-
Artigo 2.o cidas pelo fabricante, relativas ao nível provável de vibra-
ções do equipamento ou do tipo de equipamento uti-
Definições lizado nas condições normais de utilização.
1 — Para efeitos do presente decreto-lei entende-se 3 — Os sistemas de medição utilizados na medição
dos níveis de vibrações mecânicas a que os trabalhadores
por:
se encontram expostos devem ser apropriados, cumprir
a) «Entidade acreditada» a entidade reconhecida os requisitos de normalização em vigor e ser calibrados
pelo Instituto Português de Acreditação anualmente.
N.o 40 — 24 de Fevereiro de 2006 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1533
4 — A avaliação e a medição dos níveis de vibrações 5 — A avaliação dos riscos deve ser registada em
mecânicas devem ser programadas e efectuadas a inter- suporte de papel ou digital, podendo o empregador
valos regulares e apropriados, tendo em conta a ampli- incluir no mesmo registo elementos comprovativos de
tude e a duração das vibrações a que o trabalhador que a natureza e a dimensão da exposição não justificam
se encontra exposto, sendo os dados delas resultantes avaliação mais pormenorizada.
conservados para consulta posterior.
5 — A medição do nível de vibrações mecânicas deve
ser realizada por entidade acreditada. Artigo 6.o
6 — A medição da exposição dos trabalhadores a Redução da exposição
vibrações mecânicas deve ser feita de acordo com o
disposto no anexo I ou II, os quais fazem parte integrante 1 — O empregador deve utilizar todos os meios dis-
do presente decreto-lei, consoante se trate de vibrações poníveis para eliminar na fonte ou reduzir ao mínimo
transmitidas ao sistema mão-braço ou ao corpo inteiro. os riscos resultantes da exposição dos trabalhadores a
vibrações mecânicas, de acordo com os princípios gerais
Artigo 5.o de prevenção legalmente estabelecidos.
2 — Se o resultado da avaliação dos riscos indicar
Avaliação dos riscos
que os valores de acção de exposição foram ultrapas-
1 — Nas actividades susceptíveis de apresentar riscos sados, o empregador deve aplicar um programa de medi-
de exposição a vibrações mecânicas, o empregador deve das técnicas e organizacionais que reduzam ao mínimo
proceder à avaliação dos riscos tendo, nomeadamente, a exposição dos trabalhadores.
em conta os seguintes aspectos: 3 — O programa de medidas técnicas referido no
número anterior deve ter em consideração, nomeada-
a) O nível, a natureza e a duração da exposição, mente, os seguintes aspectos:
incluindo a exposição a vibrações intermitentes
ou a choques repetidos; a) Métodos de trabalho alternativos que permitam
b) Os valores limite de exposição e os valores de reduzir a exposição a vibrações mecânicas;
acção de exposição indicados no artigo 3.o; b) Escolha de equipamentos de trabalho adequa-
c) Os efeitos eventuais sobre a segurança e saúde dos, ergonomicamente bem concebidos e que
dos trabalhadores particularmente sensíveis aos produzam o mínimo de vibrações possível;
riscos a que estão expostos; c) Instalação de equipamentos auxiliares que redu-
d) Os efeitos indirectos sobre a segurança dos tra- zam o risco de lesões provocadas pelas vibra-
balhadores resultantes de interacções entre as ções, nomeadamente assentos ou punhos que
vibrações mecânicas e o local de trabalho ou reduzam as vibrações transmitidas ao corpo
outros equipamentos; inteiro ou ao sistema mão-braço, respectiva-
e) As informações prestadas pelos fabricantes dos mente;
equipamentos de trabalho, de acordo com a d) Programas adequados de manutenção do equi-
legislação específica sobre concepção, fabrico pamento de trabalho, do local de trabalho e
e comercialização dos mesmos; das instalações neste existentes;
f) A existência de equipamentos de substituição e) Concepção, disposição e organização dos locais
concebidos para reduzir os níveis de exposição e postos de trabalho;
a vibrações mecânicas; f) Informação e formação adequada dos trabalha-
g) O prolongamento da exposição a vibrações dores para a utilização correcta e segura do
transmitidas ao corpo inteiro durante a reali- equipamento com o objectivo de reduzir ao
zação de períodos de trabalho superiores ao mínimo a sua exposição a vibrações mecânicas;
limite máximo do período normal de trabalho g) Limitação da duração e da intensidade da
diário; exposição;
h) Condições de trabalho específicas, designada- h) Horários de trabalho adequados, incluindo perío-
mente o trabalho realizado a baixas tempe- dos de descanso apropriados;
raturas; i) Fornecimento aos trabalhadores expostos de
i) A informação adequada resultante da vigilância vestuário apropriado para a protecção do frio
da saúde, bem como informação publicada, caso e da humidade.
exista, sobre os efeitos das vibrações na saúde.
Artigo 7.o
2 — O disposto na alínea d) do número anterior é
nomeadamente aplicável quando as vibrações mecânicas Valores limite de exposição
interferem com a manipulação correcta dos comandos 1 — O empregador deve assegurar que a exposição
ou a leitura dos aparelhos indicadores, bem como com dos trabalhadores a vibrações mecânicas durante o tra-
a estabilidade das estruturas ou o bom estado e a segu- balho seja reduzido ao nível mais baixo possível e, em
rança dos elementos de ligação. qualquer caso, não superior aos valores limite de expo-
3 — A avaliação dos riscos deve ser actualizada sem- sição previstos no artigo 3.o
pre que haja alterações significativas que possam desac- 2 — Nas situações em que forem ultrapassados os
tualizá-la, nomeadamente a criação ou modificação de valores limite de exposição, o empregador deve:
postos de trabalho, ou se o resultado da vigilância da
saúde demonstrar a necessidade de nova avaliação. a) Tomar medidas imediatas que reduzam a expo-
4 — Sem prejuízo do referido no número anterior, sição de modo a não exceder os valores limite
sempre que seja excedido um valor limite de exposição, de exposição;
a periodicidade mínima da avaliação dos riscos é de b) Identificar as causas da ultrapassagem dos valo-
dois anos. res limite;
1534 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 40 — 24 de Fevereiro de 2006
c) Os resultados da vigilância da saúde de cada previstas no presente decreto-lei, sem prejuízo das com-
trabalhador, com a referência ao respectivo petências legais atribuídas, nas Regiões Autónomas, aos
posto de trabalho, aos exames de saúde e com- respectivos órgãos e serviços regionais.
plementares realizados e a outros elementos
considerados úteis pelo médico responsável, Artigo 16.o
tendo em conta a confidencialidade dos refe-
ridos dados; Período transitório
d) A identificação do médico responsável pela vigi- 1 — Se a utilização de equipamentos de trabalho que
lância da saúde. estejam em funcionamento desde data anterior a 6 de
Julho de 2007, ainda que aplicando as técnicas mais recen-
Artigo 13.o tes e medidas de organização adequadas, não puder res-
peitar os valores limite de exposição, o disposto no
Conservação de registos e arquivos
artigo 7.o só é aplicável a partir de 6 de Julho de 2010.
1 — Os registos e arquivos referidos no artigo anterior 2 — Nos sectores agrícola e florestal, se a utilização
devem ser conservados durante, pelo menos, 30 anos de equipamentos de trabalho ocorrer nas condições refe-
após ter terminado a exposição dos trabalhadores a que ridas no número anterior, o disposto no artigo 7.o só
digam respeito. é aplicável a partir de 6 de Julho de 2014.
2 — Se a empresa cessar a actividade, os registos e
arquivos devem ser transferidos para o Centro Nacional Artigo 17.o
de Protecção contra os Riscos Profissionais, que asse-
Entrada em vigor
gura a sua confidencialidade.
O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias após
Artigo 14. o a sua publicação.
Derrogações Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5
de Janeiro de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de
1 — Nos sectores da navegação marítima e aérea, se Sousa — João Titterington Gomes Cravinho — Fernando
o estado da técnica e as características específicas dos Teixeira dos Santos — Alberto Bernardes Costa — Jaime
locais de trabalho não permitirem assegurar que o nível de Jesus Lopes Silva — José António Fonseca Vieira da
de exposição a vibrações mecânicas transmitidas ao Silva — António Fernando Correia de Campos.
corpo inteiro seja inferior ao valor limite de exposição,
o empregador pode ser autorizado a não aplicar as medi- Promulgado em 6 de Fevereiro de 2006.
das previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 7.o
2 — Nas situações em que a exposição dos trabalha- Publique-se.
dores a vibrações mecânicas seja em regra inferior ao O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
valor de acção de exposição mas possa variar signifi-
cativamente em qualquer momento e exceder o valor Referendado em 7 de Fevereiro de 2006.
limite de exposição, o empregador pode ser autorizado
a calcular o valor médio da exposição num período de O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
referência de quarenta horas semanais, desde que o Sousa.
valor obtido seja inferior ao valor limite de exposição.
3 — Compete à Inspecção-Geral do Trabalho con- ANEXO I
ceder a autorização referida nos números anteriores, Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço
mediante requerimento fundamentado que indique a
actividade desenvolvida pela empresa, o responsável 1 — Exposição diária às vibrações. — A exposição
pelos serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho diária às vibrações depende da amplitude das vibrações
da empresa, o resultado da avaliação dos riscos, a iden- e da duração da exposição diária.
tificação do médico do trabalho, os dados resultantes A exposição diária às vibrações deve ser expressa em
da vigilância da saúde dos trabalhadores e as medidas termos do valor total da vibração contínua equivalente,
de reforço da vigilância da saúde dos trabalhadores ponderada em frequência para um período de oito
abrangidos. horas, ahv(eq. 8 h). Por razões práticas, representa-se por
4 — A Inspecção-Geral do Trabalho pode conceder A(8):
a autorização prevista nos n.os 1 e 2 por período não
superior a quatro anos, renovável. A(8)=ahv kl T
T0
gos 10.o a 13.o sendo ahwx, ahwy e ahwz os valores eficazes das acelerações
3 — O regime geral previsto nos artigos 614.o a 640.o ponderadas em frequência para os eixos x, y e z,
do Código do Trabalho aplica-se à violação de infracções respectivamente.
1536 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 40 — 24 de Fevereiro de 2006
kl
n
1
A(8)= S a2 T
T0 i=1 hvi i
onde:
ahvi é o valor total da vibração para a iésima tarefa;
n é o número de exposições parciais às vibrações;
Ti é a duração da i ésima tarefa. (a mão exerce uma pressão sobre uma esfera)
kl
7
1
A(8)semanal= S 5 j=1
A(8) 2j
iii) Rotina da exposição (por exemplo, horas em frequência, medidas segundo os três eixos orto-
de trabalho, períodos de descanso ou gonais:
interrupção);
iv) Eventuais equipamentos de protecção
utilizados pelo trabalhador;
e) Sistema de medição:
i) Identificação do sistema de medição;
ii) Data da última calibração;
kl
g) Resultados das medições: T
A(8)=kaw T0
i) Valores das vibrações, ponderadas em
frequência, segundo as direcções x, y e
z (ahwix, ahwiy e ahwiz), para cada tarefa; onde:
ii) Duração das medições; aw é a aceleração eficaz ponderada, em metros por
segundo quadrado;
h) Resultados da exposição diária às vibrações: T é a duração diária total da exposição às vibrações;
T0 é a duração de referência de oito horas
i) Valores totais da vibração, ahvi, para cada (28 800 segundos);
tarefa; k é o factor multiplicativo.
ii) Duração da exposição às vibrações, Ti,
para cada tarefa; Para vibrações horizontais (eixos x e y), k = 1,4 e
iii) Exposição parcial às vibrações, Ai(8), aw é obtido usando a ponderação em frequência Wd.
para cada tarefa; Para vibrações verticais (eixo z), k = 1,0 e aw é obtido
iv) Exposição diária às vibrações, A(8). usando a ponderação em frequência Wk.
Quando a exposição a vibrações decorre durante dois
5 — Equipamentos de protecção individual. — Os ou mais períodos de tempo com diferentes amplitudes
equipamentos de protecção individual contra as vibra- e durações, a exposição diária às vibrações, A(8), é
ções transmitidas ao sistema mão-braço podem contri- obtida com a seguinte expressão:
buir para o programa de medidas referido no n.o 3 do
kl
artigo 6.o 1
n
3 — Média semanal de exposição. — A média sema- viii) Rotina da exposição (por exemplo, horas
nal de exposição é calculada de acordo com a seguinte de trabalho, períodos de descanso ou
fórmula: interrupção);
kl
7
1
A(8)semanal=S 5 j=1
A(8) 2j d) Sistema de medição:
i) Identificação do sistema de medição;
onde A(8)j é a exposição diária para o dia j; ii) Data da última calibração;
A média semanal de exposição é utilizada unicamente
nas situações referidas no n.o 2 do artigo 14.o e) Condições de medição das acelerações:
4 — Relatório da determinação da exposição diária
às vibrações. — O relatório deve fornecer, dependendo i) Localização e orientação dos aceleró-
da situação em análise, as seguintes informações: metros;
ii) Condições de operação;
a) Informação de carácter genérico:
f) Resultados das medições:
i) Identificação da empresa ou estabeleci-
mento e respectiva actividade; i) Valores das vibrações, ponderadas em
ii) Identificação do trabalhador ou trabalha- frequência, segundo as direcções x, y e
dores exposto(s) às vibrações; z (awix, awiy e awiz), para cada operação;
iii) Data da medição; ii) Duração das medições;
iv) Identificação da entidade responsável
pela medição; g) Resultados da exposição diária às vibrações:
i) Valores da vibração, awi, para cada eixo
b) Condições ambientais no local de trabalho:
e para cada tarefa;
i) Local das medições (por exemplo, no ii) Duração da exposição às vibrações, Ti,
interior, ao ar livre, numa área fabril); para cada tarefa;
ii) Temperatura ambiente; iii) Exposição parcial às vibrações, Ai(8),
para cada tarefa;
c) Rotina de trabalho diário para cada tarefa iv) Exposição diária às vibrações, A(8).
analisada:
5 — Extensão da exposição. — O disposto na alínea g)
i) Designação do local de medição; do n.o 1 do artigo 5.o aplica-se em especial se, tendo
ii) Posição ocupada pelo trabalhador; em conta a natureza da actividade, o trabalhador bene-
iii) Detalhes das fontes de vibração; ficiar de instalações de repouso disponibilizadas pelo
iv) Tipo de veículo, se aplicável; empregador.
v) Fabricante, modelo e ano do veículo, se Salvo em caso de força maior, as vibrações trans-
aplicável; mitidas ao corpo inteiro nessas instalações devem ser
vi) Tipo de pavimento, se aplicável; reduzidas a um nível compatível com o seu objectivo
vii) Velocidade do veículo, se aplicável; e as condições de utilização.
1540 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 40 — 24 de Fevereiro de 2006
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