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TCU fará auditoria para avaliar tributação de renda e apoiar reforma no Congress

O Tribunal de Contas da União (TCU) está iniciando uma auditoria para analisar a tributação de
renda no Brasil, próxima fase das mudanças no sistema de impostos que vai ser tocada pelo
governo Lula.

Segundo o TCU, o objetivo é "avaliar a tributação sobre a renda no País a partir de padrões
internacionais que orientam sobre como o sistema tributário poderá contribuir para a criação de
uma sociedade justa, abordando os aspectos da neutralidade e equidade". O relator será o
ministro Augusto Nardes.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a


ideia é replicar a análise que já foi feita em relação ao sistema de tributos sobre o consumo -
que agora serve de ponto de partida para o grupo de trabalho da corte de contas que vai
auxiliar o relator da reforma tributária no Senado, senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Normalmente, esse tipo de auditoria dura seis meses, mas pode sofrer atrasos justamente pelo
empenho de parte da equipe na tramitação da reforma sobre o consumo.

O grupo de trabalho, que tem duração máxima de 90 dias, vai assessorar Braga sob demanda
e muni-lo de informações, sem o objetivo de passar uma opinião do tribunal. É possível que as
manifestações sejam feitas por meio de notas técnicas ou até mesmo, dependendo da
complexidade da pergunta, de forma oral.

O grupo deve se basear inicialmente sobre os resultados de duas auditorias feitas sobre o tema
nos últimos anos: uma nacional, realizada em 2021, e outra federal, feita em 2022 com a
parceria de 17 Tribunais de Contas estaduais, avaliando a tributação sobre o consumo de 14
Estados e 10 capitais.

Há achados nas análises que podem servir de apoio para pontos polêmicos na discussão da
reforma tributária no Congresso, como a questão dos regimes especiais, da alíquota-padrão e
do conselho federativo, que terá a missão de gerir o repasse dos recursos para Estados e
municípios.

Conforme o acórdão publicado sobre a análise da tributação federal, que considerou o IPI, o
PIS/Pasep e a Cofins, as renúncias tributárias responderam por cerca de um terço do total
arrecadado no período analisado, de 2015 a 2020, e têm baixa transparência, falta de objetivos
e de indicadores que permitam avaliar a efetividade.

Na guerra pela manutenção de subsídios, diversos segmentos já conseguiram redução da


alíquota conforme o texto aprovado na Câmara e as demandas continuam, o que tende a
aumentar a taxa básica do imposto sobre o valor agregado a ser criado. É o caso, por exemplo,
do agronegócio, que pede que a tributação do setor caia de 40% para 20%.

Para a análise do Conselho Federativo, um ponto de partida pode ser a atuação do Conselho
Nacional de Política Fazendária (Confaz) no combate à guerra fiscal entre Estados.

Segundo a auditoria, essa atuação hoje tem efeito limitado devido à baixa estruturação das
informações no Portal Nacional da Transparência Tributária e à falta de transparência aos
incentivos e benefícios fiscais concedidos pelos governos estaduais.

Seria preciso, segundo o estudo, dotar o Confaz dos recursos necessários para avançar na
integração dos Fiscos dos diferentes níveis federativos. Outra estrutura que poderia servir de
exemplo para a discussão da reforma seria o Comitê Gestor do Simples, que gerencia uma
série de tributos, inclusive o ICMS e o ISS.

Fonte: Midiamax

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