Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Impactos Da Vibração No Trabalho
Impactos Da Vibração No Trabalho
Vibração no
Ambiente de
Trabalho
2020
SUMÁRIO
1 Contextualização 3
2 Conceito de Vibração 5
3 Procedimentos de Medição 7
3.1 Visão do Processo de Medição 7
3.2 Instrumentos de Medição de Vibrações 11
3.2.1 Corpo inteiro 11
3.2.2 Mãos e Braços 12
Referências 28
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Olá, estamos a todo vapor! E estamos lançan- e apresentar os novos requisitos descritos no Anexo 8
do o 5º. eBook da série de publicações relacionadas da Norma Regulamentadora 15 (NR 15, 2019).
com os principais fatores de exposição que quando Para apresentar as características da exposição
deixam de ser monitorados e controlados provocam à vibração nos ambientes de trabalho foram utiliza-
acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. É um dos os seguintes trabalhos científicos: Exposição ocu-
trabalho desenvolvido em parceria com pesquisado- pacional a vibrações em operadores de máquinas de
res da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Agora, varejar (COSTA et al., 2012), Exposição ocupacional do
a exposição à vibração será abordada considerando cirurgião-dentista à vibração mecânica transmitida
a revisão da Norma Regulamentadora 15 - NR 15 – Ati- através das mãos: um estudo de caso (FILHO et al.,
vidades e Operações Insalubres. 2010), A vibração como um fator de risco para a saú-
O objetivo deste eBook é apresentar as carac- de ocupacional” (SEBASTIÃO; MARZIALE, 2009), Efeito
terísticas sobre a exposição dos trabalhadores à vi- das vibrações de corpo inteiro na audição” (IZUMI; MI-
bração em diferentes ambientes de trabalho, relatar TRE; DUARTE, 2006) e Programas de proteção de saú-
o procedimento técnico relacionado à Avaliação da de e segurança de exposição às vibrações (XIMENES;
Exposição Ocupacional à vibração de mãos e braços MAINIER, 2005).
e de corpo inteiro descrito pela Norma de Higiene A NHO-09 (2013) e a NHO-10 (2013) determina
Ocupacional (NHO 09 e NHO 10) (FUNDACENTRO, 2013) os métodos para medição da exposição à vibração,
3
respectivamente, de corpo inteiro e em mãos e bra-
ços, com a finalidade de prevenir os danos à saúde
do colaborador, enquanto, a NR-15 (2019) identifica as
atividades consideradas insalubres, considerando os
limites de tolerância para cada agente ocupacional
(ruído, calor, frio, vibração, agentes químicos e bioló-
gicos, entre outros). Estas Informações permitem des-
crever a terminologia usada na análise do agente, ca-
racterizar a exposição dos trabalhadores à vibração
em diferentes ambientes de trabalho e estabelecer
recomendações para reduzir os riscos de exposição
dos trabalhadores.
4
2 CONCEITO DE VIBRAÇÃO
O agente ocupacional vibração é originado por vidades semelhantes com iguais exposições à vibra-
uma fonte mecânica que emite vibrações, fazendo ção para facilitar a realização dos procedimentos de
com que o corpo execute movimentos ao redor de medição.
um ponto fixo que podem ser regulares, senoidal ou O ponto de medição trata-se do local que, quan-
irregular, este último ocorre quando a movimentação do utilizado para a realização das medições de vibra-
não apresenta nenhum padrão. Essas vibrações po- ção, representa a exposição ocupacional dos colabo-
dem atingir o corpo inteiro (VCI) ou apenas os mem- radores, enquanto que o componente de exposição
bros superiores (mãos e braços) conhecida como é parte da exposição sofrida pelo colaborador diaria-
VMB e, os danos causados estão relacionados à fa- mente (NHO-09, 2013)
tores como intensidade da vibração, frequência, dire- Faz-se importante ressaltar que, quando o ní-
ção, tempo de exposição, entre outros. Além disso, um vel de exposição ao agente ocupacional ultrapassa
ambiente que expõe o colaborador à vibração é inti- o limite de tolerância ou limite de exposição, defini-
tulado como ambiente vibratório (XIMENES; MAINIER, do como as quantidades máximas de exposição per-
2005; SEBASTIÃO; MARZIALE, 2009). mitidas a fim de não causar danos ao colaborador,
A determinação do Grupo de Exposição Similar o ambiente de trabalho é definido como insalubre
(GES) ou Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) são (NR-15, 2019). Há também, o nível de ação que corres-
identificados os colaboradores que desenvolvem ati- ponde ao valor no qual devem ser iniciadas medidas
5
preventivas com o objetivo de não ultrapassar o limite de tolerância e de diminuir a possibilidade de o agente
ocupacional gerar danos aos colaboradores (NHO-09, 2013).
Outro conceito importante é o de força de preensão que é definido como a força na qual o colaborador
exerce para segurar as ferramentas. E também, conforme dados de 2018, as duas doenças que mais atingem
os colaboradores no Brasil são as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Re-
lacionados ao Trabalho (DORT) (NHO-10, 2013; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).
Para realizar os procedimentos de medição,faz-se necessário identificar algumas variáveis utilizadas:
valor de dose de vibração relativa amostral k (VDVjik), aceleração resultante de exposição parcial (arepi), dose
de vibração da exposição parcial (VDVexpji), tempo médio de duração de cada componente (Ti), número de
repetições de cada componente ao longo da jornada de trabalho (ni), tempo total utilizado para a medição
das “s” amostras de cada componente (Tamos), tempo total de exposição à vibração ao longo de toda a jornada
de trabalho decorrente de cada componente (Texp), dose de vibração da exposição parcial (VDVexpji), dose de
vibração (VDVji), aceleração resultante de exposição (are), aceleração resultante de exposição normalizada
(aren), valor da dose de vibração resultante (VDVR). A obtenção de cada parâmetro será detalhada posterior-
mente, conforme descrito pela NHO-09 (2013).
6
3 PROCEDIMENTOS DE MEDIÇÃO
A Figura 1 destaca uma visão das atividades le. Em ambos os casos e se não houver convicção de
consideradas no processo de medição da Vibração e nenhuma das situações, faz-se necessário realizar a
a Figura 2 identifica os processos contidos no subpro- avaliação quantitativa.
7
Figura 1: Processo de Medição do Agente Vibração
8
O subprocesso “realizar avaliação quantitativa” (Figura 2) inicia com a identificação dos componentes
de exposição e a medição do valor de dose de vibração (VDVjik). Em seguida, calcular a aceleração resultante
de exposição parcial (arepi), o valor da dose de vibração (VDVji), o tempo médio de duração de cada com-
ponente (Ti) e o número de repetições de cada componente (ni). Se o número dessas repetições for maior ou
igual a três, faz-se necessário realizar no mínimo três medições antes de continuar o processo. Em sequência,
calcular o tempo total para a medição das amostras de cada componente (Tamos), o tempo de exposição
durante a jornada de trabalho de cada componente (Texp), o valor da dose de vibração da exposição parcial
(VDVexpji), o valor da aceleração resultante de exposição (are), o valor da aceleração resultante de exposição
normalizada (aren) e o valor da dose de vibração resultante (VDVR). Se aren > 1,1 m/s2 ou VDVR > 21 m/s1,75, o
ambiente deve ser considerado insalubre e as ações de melhoria devem ser adotadas. Caso contrário, deve-
-se analisar os critérios adicionais para tomada de decisão.
É importante ressaltar que o processo de medição do agente Vibração deve ser realizado enquanto o
ambiente for classificado como insalubre.
9
Figura 2: Subprocesso – Realizar Avaliação Quantitativa
10
A definição do acelerômetro (transdutor de vi-
3.2 - Instrumentos de Medição de
brações) a ser utilizado deve considerar a montagem
Vibrações
e as características a serem medidas: frequência,
Os instrumentos de medição aqui apresentados amplitude, presença de picos elevados. Por exemplo,
são descritos por meio da NHO-09 e NHO-10 (2013) em no caso de medições em assentos, faz-se necessários
conformidade como a ISO 8041 (2005). É importante transdutores específicos, conforme a Figura 3. Além
destacar que é uma norma que passou por uma atu- disso, deve-se identificar a existência de questões
alização, em 2017, conforme disponibilizada no catá- ambientais no ambiente de trabalho, que possam in-
logo da ISO. terferir na medição (especificadas pelos fabricantes)
(NHO-09, 2013).
3.2.1 Corpo Inteiro
Figura 3 - Acelerômetro posicionado para medições em
Os parâmetros necessários para a realização da
assento
medição da Vibração de Corpo Inteiro são (NHO-09,
2013):
11
Quando há componentes de exposição, há a tas, bases magnéticas e cera, sendo que, não é pos-
possibilidade de ser necessário executar medições sível a utilização de materiais com fraco acoplamento
em dois ou mais pontos. Isso ocorre quando os mes- (NHO-09, 2013).
mos representam igualmente a exposição, porém,
com leituras de medição distintas. Por exemplo, cola- 3.2.2 Mãos e Braços
boradores em movimento sob plataformas com ex- Os parâmetros necessários para a realização da
posições diferentes (NHO-09, 2013). medição da Vibração em mãos e braços são (NHO-10,
Faz-se importante ressaltar que, os medidores 2013):
devem ser calibrados periodicamente pelo Instituto
• Circuitos de ponderação para mãos e braços,
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (In-
considerando Wh;
metro) ou por instituições autorizadas pelo mesmo,
• Definir o Fator de multiplicação “fj” conforme o
levando em consideração dados do fabricante, leis e
eixo, sendo 1,0 para fx, fy e fz e
histórico de uso que identifiquem comprometimento
• Medição em RMS.
na medição (NHO-09, 2013).
O posicionamento correto do acelerômetro é no Além disso, faz-se necessário identificar a exis-
ponto de medição de modo que não exista compro- tência de questões ambientais no ambiente de tra-
metimento na execução do trabalho e nem falhas na balho, que possam interferir na medição (especifica-
obtenção dos valores de vibração, seja ele no assen- das pelos fabricantes) (NHO-10, 2013).
to ou no piso caso a atividade seja realizada em pé. A definição do acelerômetro (transdutor de vi-
Os meios de fixação do instrumento são disponibili- brações), ilustrado na Figura 4, a ser utilizado deve
zados pelo fabricante e pode ser diversos, como cin- considerar a montagem e as características a serem
12
medidas: frequência, amplitude, presença de picos onde o transdutor deve ser posicionado e os filtros
elevados. Por exemplo, ferramentas de pequeno por- que reduzem a transmissão de altas frequências para
te para a medição do agente ocupacional apresenta o acelerômetro em ferramentas percussivas ou roto-
vantagens, como um melhor posicionamento e dimi- percussivas que, nesse caso deve ser monoaxial. Es-
nuição na interferência da medição. O tamanho é re- sas ferramentas geralmente são manuais como por
lacionado ao dispositivo que gera a vibração, sendo
exemplo, perfuradores (NHO-10, 2013).
que, a massa do instrumento de medição deve ser in-
Faz-se importante ressaltar que, os medidores
ferior a 10% do equipamento (NHO-10, 2013).
devem ser calibrados pelo Instituto Nacional de Me-
Há também, a possibilidade de utilização, ape- rar o maior. O ponto de exposição deve representar
nas quando necessário, de adaptadores de acelerô- os níveis aos quais os colaboradores estão expostos
metros e filtros mecânicos. Os adaptadores indicam (NHO-10, 2013).
13
Figura 5 - Eixos de medição das vibrações ção do instrumento são disponibilizados pelo fabri-
cante e sempre que possível, fixar o transdutor dire-
tamente na superfície emissora de vibração (NHO-10,
2013).
14
NÍVEIS PADRONIZADOS NO AMBIENTE
4 DE TRABALHO
A Norma Regulamentadora 15 (NR 15, 2019), especificamente o Anexo 8 (2014), estabelece limites de tole-
rância para determinar a exposição permitida à vibração e são eles:
Assim, caso seja contestado que estes valores foram superados no ambiente de trabalho, o mesmo deve
ser considerado insalubre em grau médio.
15
EXPOSIÇÃO AO CALOR NOS AMBIENTES
5
DE TRABALHO
A seguir, destacamos os procedimentos, os parâmetros estabelecidos e as medidas adotadas em dife-
rentes ambientes de trabalho que foi realizada uma análise de exposição à vibração. Os ambientes de traba-
lho analisados são locais de coleta de azeitonas (COSTA et al., 2012), de cirurgiões-dentistas (FILHO et al., 2010)
e abordagens gerais de ambientes de trabalho (SEBASTIÃO; MARZIALE, 2009; IZUMI; MITRE; DUARTE, 2006)
16
Figura 6 - Máquina de Varejar Manual padrão as aceleração dos modelos identificados no
ambiente de trabalho estudado (COSTA et al., 2012).
por turno). A Tabela 1 apresenta a média e o desvio Fonte: Adaptado de COSTA et al. (2012)
17
Faz-se importante ressaltar que, a vibração que ocorre nas mãos é denominada Vibrações do Sistema
Mão-Braço (VMB) e a mesma causa alterações neurológicas, como adormecimento dos dedos e alterações
vasculares, como a presença de dedos pálidos ou brancos, conhecidos também como fenômeno de Raynaud,
causados por uma interrupção temporal da circulação sanguínea dos dedos. Já em relação a modificações
musculares há efeitos como dores nos braços e mãos (COSTA et al., 2012).
As medições da exposição à vibração no ambiente de trabalho analisado, foram realizadas no ponto de
entrada da vibração na mão do operador nos eixos Xh, Yh e Zh com frequências entre 8 e 1000Hz e aceleração
contínua equivalente ponderada em frequência em m/s2 (Ahv, eq, T). Em cada mão que opera o equipamento,
foram efetuadas cinco medições de 16 segundos. Assim, foi possível comparar os valores de exposição diária
obtidos (A(8)) com o critério de quantificação adotado, identificando os riscos toleráveis e os intoleráveis. Nes-
se caso, foram determinados níveis de ação a partir de 2,5 m/s2 e valor de tolerância para a exposição de 5m/
s2 conforme requisitado pelo Decreto-lei n.º 46/2006 de 24 de Fevereiro (COSTA et al., 2012).
Por fim, faz-se necessário a adoção de medidas que possibilitam a redução de exposições a vibrações,
como horários definidos para descanso e realização de tarefas que não apresentem evidências de VMB em
alternância com os procedimentos nos quais a presença de vibração é inevitável. E também, o oferecimento
de treinamentos para o uso correto dos equipamentos emissores de vibração.
18
5.2 - Exposição Ocupacional em Cirurgiões-dentistas
Com o objetivo de identificar qual é a exposi- caso dos colaboradores que atuam em veículos, as
ção à vibração sofrida pelos cirurgiões-dentistas, o vibrações geram desgastes na coluna e os que tem
artigo “Exposição ocupacional do cirurgião-dentista contato com as ferramentas os efeitos são nos bra-
à vibração mecânica transmitida através das mãos: ços e mãos (GRANDJEAN, 1998; FILHO et al., 2010).
um estudo de caso” (FILHO et al., 2010) apresenta um Comparando colaboradores que trabalham ex-
estudo de caso, visto que, os mesmos se enquadram postos às vibrações no corpo inteiro e trabalho está-
nas categorias expostas a vibrações e com potencial tico com operadores que exercem atividades dinâmi-
de desenvolvimento de LERs/DORTs. Os equipamen- cas sem vibração, foi verificado que, a possibilidade
tos que emitem baixa frequência (5 a 20Hz) são mais de desenvolvimento de LERs no pescoço é maior no
perigosos que os de alta frequência, o que justifica o primeiro grupo, aproximadamente 4 vezes a mais
estudo envolvendo cirurgiões-dentistas (SEBASTIÃO; (VIIKARI-JUNTURA et al.,1994).
MARZIALE; ROBAZZI, 2007; FILHO et al., 2010). Para a realização do estudo, foram analisadas,
Embora o uso dessas ferramentas não gere ris- por meio de três amostras de cada, as vibrações emi-
cos devido a vibração, elas apresentam a grande tidas por três instrumentos que estão ilustrados na Fi-
possibilidade de contribuir para o desenvolvimento gura 7: caneta de alta rotação, contra-ângulo e peça
de DORTs/LERs e também, reduzir o desempenho e de mão, ambos de baixa rotação. Os instrumentos
aumentar a probabilidade de ocorrência de falhas. utilizados para a realização da medição foram acele-
Além disso, a maneira como a vibração incide no cor- rômetro (transdutor), analisador de sinais e um note-
po do colaborador influência nos locais afetados. No book. (FILHO et al., 2010).
19
Figura 7 - Instrumentos usados por cirurgiões dentistas
O acelerômetro foi posicionado nos instrumentos próximo ao polegar e o indicador e as medições foram
realizadas em apenas um eixo, sendo ele, paralelo ao eixo de rotação da fresa para as canetas de alta e de
baixa rotação e perpendicular para o caso da peça de mão. Para utilizar os dados, foi realizada a média qua-
drática de casa instrumento, obtendo assim, uma média global para cada equipamento (ahvm) e após isso,
os procedimentos necessários para análise dos possíveis efeitos causados (FILHO et al., 2010).
A partir dos valores de aceleração (ahvm) e de exposição diária (A8) para um período de 6 horas de tra-
balho foi verificado que, são necessários 17 anos para ocorrer danos de 10% dos colaboradores que utilizam a
caneta para peça de mão. Entretanto, considerando que a jornada de trabalho dos profissionais é superior a
6 horas diárias, que eles executam as atividades expostos à emissão de frequências baixas e que a vida pro-
fissional em geral é maior que 35 anos, a quantidade de colaboradores que possivelmente sofrem danos pela
vibração é significativa (FILHO et al., 2010).
Por fim, a exposição à vibração influência o desenvolvimento de LERs/DORTs juntamente com outros fa-
tores, como a utilização de instrumentos não ergonômicos (FILHO et al., 2010).
20
5.3 - A vibração como um fator de risco para a saúde ocupacional
efeitos causados na saúde dos mesmos por meio de Motoristas de veículos 5 14,29
21
A exposição ao agente vibração gera a possibilidade de o colaborador desenvolver dores, fadiga, into-
lerância ao frio, rigidez nos dedos, entre outros, sendo que, esses riscos estão presentes tanto na vibração de
corpo inteiro quanto na de apenas mãos e braços.
Assim, deve-se analisar os equipamentos que expõe os colaboradores ao agente vibração e verificar se
os mesmos estão conforme os limites de tolerância permitidos.
A pesquisa intitulada como “Efeito das vibrações Quadro 1 – Respostas do organismo a exposição à Vibração
22
Os efeitos identificados devido a exposição à VCI
são: dor, desconforto, problemas na coluna, náusea,
vômito, diminuição do desempenho, problema na vi-
são e no controle de movimentos das mãos e dos pés.
Entretanto, foi verificado que são necessários muitos
anos de exposição para que sejam desenvolvidos
danos à saúde do colaborador (IZUMI; MITRE; DUARTE,
2006).
É comum a combinação de exposição ao ruído e
à vibração no ambiente de trabalho e isso pode causar
irritação, estresse e alterações no ritmo cardíaco e
ainda afetam a audição (IZUMI; MITRE; DUARTE, 2006).
Por fim, faz-se necessário a adoção de medidas
preventivas para evitar perdas auditivas e preservar
a saúde dos colaboradores, já que, a exposição tanto
da vibração quanto do efeito combinado como o ruí-
do são potencialmente perigos (IZUMI; MITRE; DUARTE,
2006).
23
6 APLICATIVOS PARA MEDIÇÃO DA VIBRAÇÃO
24
7 AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS
As medidas preventivas devem ser implemen- ção durante a execução das atividades (ajustar o as-
tadas regulamente e não esporadicamente a fim de sento do veículo, utilizar o mínimo de força de preen-
garantir a eficácia das mesmas. Para que sejam de- são na ferramenta, entre outros) e após as mesmas,
finidos os requisitos necessários para a prevenção de como por exemplo, evitar o levantamento de pesos.
riscos ocupacionais provocados por vibrações e ge- Além disso, faz-se necessário estabelecer controle
renciamento das medidas de controle, faz-se neces- médico, ou seja, realizar exames físicos e registrar os
sário a implementação do Programa de prevenção valores relacionados às exposições anteriores (NHO-
de danos por vibração que deve ser adaptável e es- 09, 2013; NHO-10, 2013).
pecífico para o ambiente de trabalho a ser analisado Outras ações de melhoria são as corretivas que
(XIMENES; MAINIER, 2005). tem como objetivo reduzir os valores de exposição à
Há medidas definidas como preventivas que vibração e são elas: modificação do processo ou da
evitam que o limite de tolerância de exposição à vi- operação de trabalho (adequação de veículos, reor-
bração seja ultrapassado, são elas: monitoramento ganização de bancadas, entre outros), manutenção
periódico da exposição para verificação dos níveis de de veículos, máquinas e ferramentas, diminuição do
vibração, disponibilização de informação e orienta- tempo de exposição diária e revezamento entre a re-
ção aos colaboradores a respeito dos riscos causados alização de atividades com maiores e menores níveis
pela vibração e procedimentos para reduzir a exposi- de vibração, troca de componentes gastos, defeitu-
25
osos ou até mesmo novos quando comprovado que
os mesmos emitem níveis excessivos de vibrações
(NHO-09, 2013; NHO-10, 2013).
A implementação de EPIs também auxilia e mui-
to na preservação da saúde dos colaboradores, como
as luvas antivibração ilustradas na Figura 9 que redu-
zem o aparecimento de distúrbios musculoesqueléti-
cos (SUPEREPI, 2020).
26
Fique por dentro da
nossa tecnologia
27
REFERÊNCIAS
COSTA, N. et al. Introdução. p. 1–8, [s.d.].
CUNHA, Irlon de Ângelo da; GIAMPAOLI, Eduardo . NHO 09 - Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional a Vi-
bração de Corpo Inteiro. Disponível em: <http://antigo.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacional/publi-
cacao/detalhe/2013/4/nho-09-procedimento-tecnico-avaliacao-da-exposicao-ocupacional-a-vibracao-de-corpo-inteiro>.
Acesso em: 09 de Jun. 2020;
CUNHA, Irlon de Ângelo da; GIAMPAOLI, Eduardo . NHO 10 - Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibra-
ção em Mãos e Braços. Disponível em: <http://antigo.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacional/publica-
cao/detalhe/2013/4/nho-10-procedimento-tecnico-avaliacao-da-exposicao-ocupacional-a-vibracao-em-maos-e>. Acesso
em: 09 de Jun. 2020;
Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 09. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/por-
tal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09.pdf>. Acesso em: 05 de Ago. 2019.
Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 15. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/
images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf>. Acesso em: 05 Ago. 2019.
FILHO, G. I. R. et al. Occupational exposure of dental surgeons to mechanical vibration: A case report. Producao, v. 20, n. 3, p. 502–
509, 2010.
IZUMI, R.; MITRE, E. I.; DUARTE, M. L. Efeito das vibrações de corpo inteiro na audição. Rev. CEFAC, p. 386–392, 2006.
SEBASTIÃO, B. A.; MARZIALE, M. H. P. A vibração como um fator de risco para a saúde ocupacional. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 7,
n. 3, p. 385–391, 2009.
XIMENES, G. M.; MAINIER, L. Programas de proteção de saúde e segurança de exposição às vibrações. v. 1, n. 1997, 2005.
COLABORADORA
Contato: lbrambila280@gmail.com
teriais-ricos/>.