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Santa Maria/RS Ano 2007 Nº 006

Somos a forja da tropa blindada do Brasil!

A VBTP M 113 B
Emprego de Blindados no Haiti
O Software de simulação Steel Beasts
Master Gunner
Ç ÃO DE
A Í N D I C E
CH Editorial.................................................02
OQ U E
COMANDANTE DO CI Bld Emprego de Blindados no Haiti “Operação
Cel Cav Mauro Sinott Lopes
SUBCOMANDANTE DO CI Bld Liberté”.................................................03
Maj Inf Gerson Ferreira Pinto
EDITORES
Cap Cav Vagner Knopp de Carvalho
Blindagens de Campanha e Medidas de
Cap Inf Marcelo Américo Vieira Pessôa
REVISÃO TEXTUAL Proteção................................................09
Cap QCO Jones Luiz Aires da Silva -
CMSM Operação de Abertura de Passagem .........12
CRIAÇÃO, ARTE FINAL
Cap Inf Marcelo Américo Vieira Pessôa A VBTP M 113 B........................................16
1º Ten QEM Pedro Procópio de Castro
ADMINISTRAÇÃO, REDAÇÃO E
DISTRIBUIÇÃO Apoio de Fogo Blindado...........................19
CI Bld - Seção de Doutrina:
Av do Exército, S/Nr Santa Maria RS O Software de Simulação Steel Beasts.........21
CEP 97030-110
Tel: (55) 3212-5505 R: 213 Master Gunner.........................................23
(55) 3212-5474
www.cibld.ensino.eb.br Esquadrão “Aço Puro”.............................25
e-mail: ciblddpd@hotmail.com
FOTOS Panorama CIBld....................................27
Luciano Souza - (55)8401-4000
Escreva para o Centro de Instrução de Blindados!
5ª Seção CIBld Envie sua opinião sobre as matérias apresentadas. No próximo
5ª Seção - 3ª DE número das Ação de Choque estaremos criando uma seção de
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Se quiser enviar matérias para serem publicadas na revista sobre
técnicas, tática e experiências adquiridas no emprego de
blindados, entre em contato também!
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necessariamente, a opinião do CI Bld. A revista não se Avenida do Exército S/Nr Boi Morto - Santa Maria - RS
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produzidos em arquivo digital, acompanhados de foto do autor Nossa Capa: Foto tirada durante o
com uniforme 3º D 1 ou 4º A, síntese do currículo, resumo do Maria/RS Ano 2007 Nº
Somos a forja da tropa blindada do Brasil!

apronto operacional para a visita


artigo, palavras chave e endereço postal. Solicita-se a do Comandante do Exército em
compreensão para a decisão, a cargo dos responsáveis pela 2006. Uma concentração
revista, sobre a publicação dos artigos enviados para o CI Bld. Estratégica com os meios
As referências bibliográficas devem ser feitas de acordo com as
normas daAssociação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). blindados das Unidades da 3ª DE -
Por imposição do espaço o texto poderá sofrer Divisão Encouraçada.
pequenas alterações, sem que seja alterado o seu conteúdo.
Publicação sem fins lucrativos.
E D I T O R I A L
Palavras do Comandante

O Centro de Instrução de Blindados, criado em 11 de outubro de 1996, nasceu


com a designação histórica de Centro General Walter Pires, homenageando um insigne
chefe militar, grande entusiasta das tropas blindadas e mecanizadas.
Neste ano especializamos 212 oficiais e sargentos do Exército Brasileiro e de
Nações Amigas, bem como atendemos 1012 militares em Pedido de Cooperação de
Instrução. Assim, vemos o C I Bld completar onze anos consolidado como uma escola
dinâmica e moderna que desenvolve um ensino militar bélico de excelência por meio de
seus Estágios Técnicos, Táticos, de Exploradores e para comandantes de OM blindadas
e mecanizadas.
Nesta edição, selecionamos matérias que estão relacionadas com a Vtr Blindada
M 113 B, o emprego de blindados no Haiti e a simulação virtual na Seção de
Simuladores do C I Bld, explorando suas implicações nas inovações tecnológicas,
atualizações e modificações doutrinárias e no emprego de frações blindadas.
São matérias que, de acordo com a filosofia desta publicação, não pretendem
constituir-se em documentos doutrinários, mas sim, em subsídios para a reflexão
daqueles que acompanham a evolução da arte da guerra e identificam-se com este
moderno meio de combate, o blindado.
Também abordamos as atividades do Centro para que os leitores possam
conhecer nosso trabalho e, principalmente, nossos pioneiros possam apreciar o sonho
realizado.
Em todas as reuniões do Conselho de Ensino refletimos sobre o surgimento do
C I Bld, as dificuldades encontradas e histórias que conhecemos de seu nascedouro.
Tudo nos remete a lembranças que mantemos vivas e presentes para não desviarmos da
meta a que todos aspiramos, qual seja, pôr em marcha uma escola comprometida com a
profissionalização da tropa blindada brasileira e com uma visão de futuro destinada a
atender plenamente todas as necessidades de recursos humanos de que esta tropa de
elite necessita.
As tarefas que temos pela frente não representam dificuldades. São apenas
desafios que nos motivam a manter-nos homens de técnica, de operações, de pesquisas
e inovações.AÇO! BOINAPRETA! BRASIL!

Cel Mauro Sinott Lopes


Comandante do Centro de Instrução de Blindados Gen Walter Pires
EMPREGO DE BLINDADOS NO HAITI
“OPERAÇÃO LIBERTÉ”
“Fazer a paz não é assunto para soldados,
porém somente eles podem fazê-la!”
(Dag Hammarskjold)
Carlos Alexandre Geovanini dos Santos
Capgeovanini@hotmail.com

E
m dezembro de 2004, a situação em Porto Príncipe era bastante delicada. A quantidade de
tropas presentes na capital haitiana ainda era bastante reduzida para atender a todas às
demandas de segurança da população. A MINUSTAH aguardava a chegada de mais Foto: Pelotão de Fuzileiros do 2º
efetivos, além da troca dos atuais contingentes, para realizar uma operação mais robusta, Contingente Brasileiro na
visando controle da região de Cité Soleil e início das ações humanitárias de maior Missão das Nações Unidas para
envergadura naquela comunidade carente. O escopo deste artigo é o de repassar aos leitores Estabilização do Haiti -
o significado desta operação para a MINUSTAH e para a tropa brasileira. Outro objetivo é o de M I N U S TA H , s e d e s l o c a
evidenciar os preciosos ensinamentos colhidos com o emprego real. Para tanto, faz-se uma protegido pelo veículo blindado
caracterização do ambiente operacional, das forças envolvidas, bem como da missão atribuída. Por EE - 11 URUTU, durante a
fim, apresenta-se o que foi planejado e aquilo que aconteceu de fato, destacando as lições aprendidas. Operação Liberté em dezembro
de 2004.
Ambiente Operacional
O bairro de Cité Soleil é uma das principais comunidades carentes da cidade de Porto Príncipe.
Estimativas feitas em 2004 apontam para uma população de aproximadamente 250 mil habitantes,
distribuídos em uma área que compreende 6 quilômetros quadrados. Limita-se à leste com o aeroporto
internacional Toussaint L`Overture; à oeste com o mar do Caribe; à sul com o terminal petrolífero de
Varreux e instalações da zona portuária. Como limite sudeste apresenta-se o bairro de Cité Militaire. A
rota nacional número 1 é uma via expressa, larga, asfaltada, que flui de sudoeste para nordeste e
margeia toda a extensão do bairro.
O posicionamento de Cité Soleil é privilegiado. Ao norte passa pela comunidade a principal
saída para a rodovia que liga os balneários turísticos do país à capital. A quase totalidade do fluxo
comercial da fragilizada economia haitiana passava pelo porto. Na instalação petrolífera concentra-se
grande quantidade de petróleo, indispensável a um país que conta com uma precária malha rodoviária
para o transporte de suas poucas riquezas e cuja produção energética está baseada em usinas
termelétricas. Na região adjacente de Cite Militaire encontra-se um parque industrial, que, embora
Em dezembro de 2004, o bairro de Cité Soleil era uma área
instável da capital haitiana. Constituía-se em excelente região de
homizio de gangues armadas, que praticavam toda sorte de
delitos. Inicialmente, realizando ações com a tática de atirar e
fugir, elas tinham a capacidade de imobilizar a capital, destruindo
instalações e transportes públicos, além de deliberadamente O autor é Capitão de Cavalaria
provocar pânico na população. da turma de 1995 da AMAN,
possui mestrado em Operações
modesto, é um dos principais dinamizadores da economia local. Pela Rota Nacional 1 circula grande Militares pela Escola de
quantidade de mercadorias, turistas e habitantes da capital, uma vez que ela liga a principal zona Aperfeiçoamento de Oficiais e
comercial de Porto Príncipe (região da rua J.J. Dessalines e adjacências) aos bairros residenciais da área cursa o mestrado de Relações
norte da cidade, bem como às principais saídas rumo ao interior. Logo, é lícito concluir que o controle Internacionais pela
de Cité Soleil é vital para a economia do país caribenho, haja vista a grande soma de riquezas que Universidade Federal de Santa
Maria. Teve uma passagem
circulam nas proximidades do bairro. como instrutor do CIBld entre
O terreno apresenta-se plano em toda sua extensão. Há a presença de dois grandes canais, que 2000 e 2002. Atualmente
dissociam o movimento e definem compartimentos do terreno. As ruas são em geral permeáveis aos desempenha a função de
blindados, embora haja terrenos restritivos junto às áreas alagadiças, criando verdadeiros atoleiros. À instrutor do Módulo
época, uma imensa quantidade de lixo estava espalhada pelas ruas, dificultando a mobilidade de nossas Urutu/Cascavel no Estágio
tropas. Técnico e Módulo Cmt Pel

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dispositivos quebra-chamas.
Av. Soleil 9 Com a finalidade de restringir a mobilidade das forças da
MINUSTAH, as gangues patrocinavam a abertura de fossos nas
Cité Soleil Aeroporto ruas, bem como o acúmulo de lixo em pontos previamente
Internacional selecionados da zona de ação.
Porto Diante do quadro descrito acima, Cité Soleil era
considerada uma porção da capital onde não prevalecia o
exercício da lei, obrigando grande parte da população a
permanecer recolhida em seus lares e sob constante terror imposto

Setor Industrial

Rota
Terminal Petrolífero
Nacional 1
Setor Comercial

Caracterização da região de Cité Soleil

O padrão de urbanização é irregular, com inúmeros becos, “Ratel” de fabricação sul-africana, utilizado pelas forças Jordanianas
que se ramificam de forma desordenada. As construções são
rudimentares, algumas de madeira e zinco. Destacam-se poucos pelos líderes das facções criminosas locais. Por óbvias
prédios de alvenaria, alguns com 3 ou 4 andares, que se razões de segurança, as agências humanitárias da ONU e órgãos
constituem em excelentes postos de observação e dos quais se do governo haitiano não se faziam presentes na área, agravando a
tem o comandamento de boa parte do bairro. situação e contribuindo para a manutenção do círculo vicioso da
De maneira geral, os limites da zona de ação compreendiam pobreza.
aproximadamente 2 km de largura por 3 km de profundidade.
Forças amigas
Forças adversas Na ocasião em que foi desencadeada a operação Liberté,
Em dezembro de 2004, o bairro de Cité Soleil era uma os contingentes mais expressivos na capital haitiana eram os do
área instável da capital haitiana. Constituía-se em excelente Brasil, Sri Lanka e Jordânia. O batalhão jordaniano era composto
região de homizio de gangues armadas, que praticavam toda sorte por quatro subunidades, sendo duas mecanizadas (cerca de 24
de delitos. Inicialmente, realizando ações com a tática de atirar e veículos). Utilizavam o blindado Rattel, de fabricação sul-
fugir, elas tinham a capacidade de imobilizar a capital, destruindo africana, 6x6, armado com um canhão de 20mm. Como
instalações e transportes públicos, além de deliberadamente particularidades, a viatura apresentava no compartimento do
provocar pânico na população com assassinatos aparentemente motorista uma janela dotada de vidro especial capaz de resistir a
aleatórios. Sob a liderança de Dread Wilme, as gangues se impactos de projetis 7,62mm e conferia excelente campo de visão
uniram, passando a realizar ações mais ousadas contra as forças para o motorista, quando este deveria dirigir escotilhado. A
da MINUSTAH. Diante dessa situação, devido ao pequeno blindagem era bastante robusta. A tropa jordaniana era tida como
efetivo de que dispunha à época, esta não tinha capacidade militar especialista em operações urbanas e tinha como característica o
de efetuar uma ocupação sistemática da área. uso intensivo do armamento para cobrir seus deslocamentos.
Os Chiméres, como eram chamados os elementos dessas O efetivo brasileiro nesta operação havia recentemente
facções criminosas, apresentavam um bom grau de organização chegado ao Haiti. Era integrado por tropas oriundas do Comando
em Cité Soleil. Quanto ao armamento, dispunham de fuzis Militar do Sudeste (CMSE). As subunidades empregadas eram
automáticos 7,62 e 5,56mm, a maior parte antiga, porém bastante aquelas que já estavam operando há mais tempo em Porto
eficientes. Contavam também com metralhadoras automáticas Príncipe, em média 7 dias. Portanto, ainda inexperientes. O
calibre 7,62mm. Alguns informes davam conta da probabilidade batalhão era composto por quatro subunidades operacionais, num
da utilização de armamento anticarro do tipo lança-rojão RPG-7, total de 150 militares por Sub-unidade, subdivididas em quatro
o que não se verificou até o presente momento. Na esfera afetiva, pelotões de fuzileiros. O Esquadrão de Fuzileiros Mecanizados
destacavam-se pela coragem com que agiam contra as forças era dotado de 16 veículos blindados VBTP EE-11 Urutu, 6X6, de
legais e pelo fato de envidarem todos os esforços para recolher o fabricação nacional, e totalmente revisados pelo Arsenal de
corpo dos companheiros tombados e o armamento abandonado Guerra de São Paulo. O armamento era a metralhadora 7,62mm
no campo de batalha. MAG.
Outra tática comum era o emprego de seteiras no alto Para o cumprimento da missão, a unidade recebeu
das casas. A maioria delas havia sido construída com tijolos elementos de engenharia em reforço para proporcionar a
vazados, devido ao calor característico da região (45ºC). Nesses mobilidade de nossas forças. Não pudemos contar com apoio
espaços, os atiradores rebeldes posicionavam o cano do fuzil e aéreo aproximado; apenas um posto de comando tático
atiravam, tornando muito difícil sua localização. Também não se embarcado em aeronave foi estabelecido.
via o clarão dos disparos, pois algumas armas eram dotadas de Finalmente, os efetivos empregados giravam em torno

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Missão e intenção do Comandante
combate e término às 140500Dez04 com a ocupação do
A missão atribuída aos batalhões era a seguinte: ocupar
dispositivo para a transposição da LP. Tarefa crítica seria o
dois postos policiais da Polícia Nacional Haitiana (PNH) até
estabelecimento de uma segurança inicial para cobrir a reunião
141400Dez04 (1400 horas de 14 de dezembro de 2004). O
dos meios. A responsabilidade desta missão coube ao Esquadrão
batalhão jordaniano ocuparia um posto localizado na avenida
de Fuzileiros Mecanizados (Esqd Fuz Mec). O Pelotão de Polícia
Soleil, bem no interior da zona de ação. Ao contingente brasileiro
do Exército ficou responsável pelo controle de trânsito.
cabia assumir o controle do posto situado na região de Rota
Segunda fase: investimento até a linha de controle Soleil
Nacional 1, também utilizada como linha de partida para o
(balizada pela rua Soleil 9). Distância aproximada de 1,5 km.
investimento. Após a ocupação, ficar em condições de
Início com a transposição da LP em 140500 Dez04 e término com
estabelecer pontos fortes e patrulhamento na área. A tropa
a chegada à linha de controle Soleil, prevista para 140900Dez04.
jordaniana deveria substituir a brasileira em D+1 1400, ou seja,
Tarefas críticas: ocupação do posto policial da PNH e das
cerca de 32 horas depois do início da operação e assumir a
posições de bloqueio, apoio à mobilidade através do fechamento
responsabilidade total pela zona de ação. A reserva foi
de fossos anticarro, além do lançamento de uma equipe de
constituída com uma companhia do Sri Lanka, localizada na
caçadores na futura região de PC do Batalhão.
região do porto (aproximadamente 2,5 km do local da operação).
O Esqd Fuz Mec contava com 3 pelotões completos, cada um
A intenção do comando da MINUSTAH era assumir o
com 4 VBTP, mais um Urutu como PC tático de subunidade,
controle da área a fim de restituir a normalidade legal. Além
perfazendo um total de 13 blindados. Devido às condições do
disso, proporcionar condições mínimas de segurança para que a
terreno, o Esqd desdobrou-se da seguinte forma: 1º Pel à W, pelo
itinerário de progressão Voicy (nome da própria rua). O 4º Pel,
elementos de engenharia, Comandante de Subunidade e o 2º Pel à
E, pelo Itn Prog Drouillard. Coube ao 4º Pel a missão de lançar os
caçadores e realizar a segurança dos engenheiros.
A 2ª Companhia de Força de Paz (2ª Cia F Paz) deveria seguir
à retaguarda. Seguiu completa, com 4 Pel, sendo dois montados
em viaturas Land Rover 120 (de 6 a 8 por pelotão) e dois em
caminhões (2 por Pel). Sua principal missão era a limpeza de
instalações pré-selecionadas e inopinadas de acordo com o
desenvolvimento da operação.
A 1ª Cia F Paz apresentou-se a 3 Pel montados em
caminhões. Ficou responsável pela ocupação de uma posição de
bloqueio, localizada no entroncamento da rua Soleil 9 com a rua
Vulcan. Este também foi o local previsto para o desdobramento da
área de trens da unidade. A responsabilidade da segurança era da
Pel Fuz Mec pronto para patrulhar as ruas da capital Haitiana 1ª Cia.
Coube ao Pel PE o estabelecimento de mais duas
PNH, as unidades policiais da ONU (UNPOL) e as posições de bloqueio na Rota Nacional 1.
agências humanitárias pudessem desenvolver ações visando à A reserva do Batalhão foi um Pel da 1ª Cia e ficou junto à
segurança e ao bem-estar da população local. Na expressão do área de trens.
Gen Heleno, Comandante do contingente militar:“esta será a Terceira fase: prosseguimento do investimento até a
primeira grande demonstração de força da MINUSTAH”. linha de controle Mar (balizada pelo litoral). Distância
aproximada de 1,5 Km. Início com a transposição da L Ct Soleil e
Conceito da operação término condicionado ao pronto da 2ª Cia F Paz de todos os
A manobra concebida pelo Comando do Batalhão Haiti foi o objetivos impostos para vasculhamento ou quaisquer outras
clássico investimento em localidade. Consistia na ocupação de posições de forças adversas identificadas na zona de ação. A
posições de bloqueio para barrar os acessos à zona de ação, previsão de término seria 141400Dez04.Tarefas críticas:
evitando a saída de pessoal e armamento das forças adversas. Para ocupação da área de trens e neutralização de quaisquer focos de
a realização do investimento foram designadas duas subunidades resistência na zona de ação. O Esqd Fuz Mec deveria prosseguir
escalonadas em profundidade, ou seja, uma à frente, outra à pelo Itn Prog Mercado e Sela, com o 1º e 4º Pel Fuz Mec
retaguarda. Apesar de manter o padrão linear convencional, o respectivamente e ocupar posições na L Ct Mar. O 2º Pel Fuz Mec
planejado não foi a revista sistemática casa a casa, mas sim um ocuparia posição na região de mercado próxima á L Ct Soleil.
vasculhamento seletivo nos locais onde a Seção de Inteligência Ainda, ficar em condições de reforçar as ações de vasculhamento
tinha informações confirmadas ou não de atividades recentes das e ocupação de posições de bloqueio. As demais subunidades
gangues, locais de reunião e homizio ou depósito de material. A prosseguiriam em suas missões.
intenção era o emprego da técnica israelense de saturar a zona de Quarta fase: ocupação de ponto forte,
ação para que as forças adversas perdessem sua liberdade de patrulhamento da zona de ação e preparação para a
movimento e pudessem ser neutralizadas em suas posições. substituição. Início previsto com a neutralização das posições de
forças adversas (141400Dez04) e término com a substituição por
Sistema operacional manobra tropas da Jordânia e passagem de responsabilidade da zona de
Aoperação compreendia quatro fases. ação (151400 Dez04). Tarefas críticas: estabelecimento de bases
Primeira fase: concentração dos meios na região de Rota valor pelotão no bairro de Cité Soleil, divisão de áreas de
Nacional 1. Teria início às 140400Dez04 com a saída da base de responsabilidade e preparação para a substituição.

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era de 2000 l de óleo diesel.
A função logística de manutenção restringiu-se apenas a
uma estrutura mínima para a realização de reparos nas viaturas
leves, VBTP e no equipamento de engenharia. Uma viatura
socorro estava à disposição para qualquer eventualidade.
A função logística de saúde baseava-se nos atendentes
dos pelotões, médicos das subunidades e respectivas
ambulâncias, posto de refúgio de feridos na área de trens da
unidade e hospital de campanha da MINUSTAH, localizado a
cerca de 6 km do local da operação. Uma importante inovação
adotada foi a criação de uma VBTP Urutu-ambulância para
evacuar elementos feridos em melhores condições de segurança.
O apoio de saúde não era restrito à tropa, abrangia ainda a
população civil e elementos das forças adversas, nesta ordem de
prioridade.

Execução
Dispositivo inicial dos Pelotões de Fuzileiros Mecanizados A primeira fase da operação transcorreu conforme o
planejado, sem qualquer alteração. Após a transposição da LP, o
Sistema operacional comando e controle 4º Pel Fuz Mec informou contato com forças adversas que
Havia no Estado-Maior do Batalhão Brasileiro um estavam agravando um fosso anticarro. O Pel desembarcou,
oficial responsável por este sistema operacional (S6), devido à repeliu os insurgentes e estabeleceu a segurança para a realização
complexidade das operações e ao grande número de enlaces dos trabalhos de engenharia. Enquanto isso, o 1º Pel Fuz Mec
necessários. também relatou contato com elementos das gangues, além do
Na operação Liberté, havia um PC recuado na área de agravamento da vala no seu itinerário de progressão. A primeira
trens da unidade, um PC principal no centro da zona de ação, ordem fragmentária da operação foi emitida pelo Cmt Esqd Fuz
materializado por um prédio que proporcionava bom Mec, informando a situação a todos os seus elementos e
comandamento e espaço para desdobramento das instalações. determinando que o 1º Pel retraísse e seguisse pelo itinerário
Contávamos ainda com um PC tático embarcado em uma Drouillard.
aeronave, mobiliado pelo Subcomandante. Assim que os engenheiros terminaram o trabalho, o 4º
Para facilitar o trabalho da 2ª Cia, a Seção de Operações Pel lançou a equipe de caçadores. Para tanto, houve a necessidade
determinou que as viaturas fossem numeradas de acordo com os de emprego de uma VBTP para abrir um portão de ferro e
objetivos que deveriam vasculhar. O posicionamento na coluna de possibilitar a ocupação. Os apoios de engenharia permaneceram
marcha também obedeceu a este princípio, de forma que os grupos nessa posição. Nesse ínterim, o Comando do Batalhão
de combate que investiriam nos objetivos mais próximos da LP determinou o aumento da velocidade, haja vista o avanço
estivessem posicionados mais à frente, próximos dos blindados. jordaniano na zona de ação de W. Dessa forma, a chegada até a L
O emprego dos caçadores se deu de forma centralizada. Ct Soleil prevista para ocorrer às 09:00 hs, na realidade se deu às
Eles estavam diretamente subordinados ao Comandante do 07:00 hs. A preocupação do comando era que não houvesse um
Batalhão e/ou Oficial de Operações. flanco exposto devido à rapidez do avanço jordaniano. Com isso,
a autorização para a transposição da L Ct Soleil foi imediatamente
Sistema operacional logística concedida.
A manobra logística foi concebida a partir da Quando o 4º Pel atingiu a L Ct Soleil relatou que estava
centralização dos meios das subunidades e do batalhão. Formou- recebendo fogos da região de mercado. Além disso, um intenso
se então uma área de trens de unidade, desdobrada próximo à tiroteio teve início na zona de ação jordaniana. Estes responderam
região de entroncamento da Rua Soleil 9 com Vulcan. Ela deveria empregando seus canhões de 20mm, cujo barulho guarda certa
ser ocupada na terceira fase da manobra tática, devendo estar semelhança ao da metralhadora .50. Nesse momento chegou pela
plenamente operacional em 141200 Dez 04. A segurança das rede de comando do batalhão a informação de que a força adversa
instalações, bem como do fluxo logístico, ficou como encargo da estaria utilizando este armamento, o que na realidade não se
1ª Cia F Paz. verificou.
A função logística de suprimento foi conduzida pelo A segunda O Frag do Cmt 4º Esqd Fuz Mec surgiu da
respectivo pelotão, abrangendo prioritariamente as classes I,V e necessidade de intervir no planejamento inicial, uma vez que o 1º
III, nessa ordem de prioridade. Quanto às refeições, cada Pel ainda se encontrava na região de Rota Nacional 1. Portanto, a
subunidade levou um saco de ração AE para o almoço do dia 14 e ordem era para que o 4º Pel assumisse o Itn Prog Mercado, o 2º Pel
no jantar do dia D café e almoço de D+1 seria servida ração quente Fuz Mec seguisse pelo Itn Prog Sela e o 1º Pel ocupasse a região
confeccionada na base logística. Foi desdobrado um posto de de mercado o mais rápido possível.
remuniciamento avançado para suprir as subunidades com Enquanto isso, a 1ª Cia F Paz havia informado pequena
munições 7,62 e 9mm, além de cartuchos de borracha para resistência na ocupação da posição de bloqueio. A 2ª Cia
armamento não-letal e granadas de luz e som. Uma viatura prosseguia conforme o planejado e que estava levando mais
cisterna de combustível foi alocada para a operação, uma vez que tempo e necessitando de mais efetivos do que o esperado para
havia previsão de abastecimento em D+1 de todas as viaturas realizar o vasculhamento. Com isso, um de seus pelotões seguiu
envolvidas. A estimativa de consumo do Esqd Fuz Mec em D+1 Direto para a L Ct Soleil. Lá chegando, receberam fogo

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posição, autorizado o fogo contra a região de canal.”
Após o ciente das frações, o Cap Cmt Esqd Mec reuniu o ten Cmt
Pel Fuz da 2ª Cia (que estava detido aguardando ordens) e do 2º
Pel Fuz Mec e coordenou as ações de ambos no investimento.
Havia a necessidade de entrar nas casas e ocupar postos de
observação a fim de neutralizar aquela posição que estava
colocando em risco o sucesso da operação. Para tanto, o Pel Mec
iria à frente até determinada rua e desembarcaria realizando o
vasculhamento sistemático e ocupando posições de tiro e
observação com suas metralhadoras. Ato contínuo o Pel Fuz Mtz
executaria o mesmo trabalho em outro conjunto de casas.
Assim que o enlace rádio foi restabelecido, o Cmt
Batalhão tomou ciência e aprovou a decisão do Cmt Esqd Mec.
Determinou (através de O Frag) o apoio direto dos caçadores para
a subunidade. O apoio passou a ser conduzido pessoalmente pelo
Adjunto do S3, que embarcou no 1º Pel Mec, quando este passou
pelo PC do batalhão na rua Drouillard. Ordenou, ainda, que o Pel
Fuz Mtz em reserva revertesse ao controle operacional do Cmt 4º
Esqd Mec. A turma de manutenção foi escoltada por este pelotão
Situação dos Pel do Esqd Fuz Mec durante a ação até a posição do 1º Pel Mec para reparar uma pane em um dos
Urutus (rompimento do cabo do acelerador). Uma vez tendo
proveniente da região de mercado e de além do canal de W (área chegado a L Ct Soleil, o Pel reserva recebeu ordem de seguir pelo
da Jordânia). Por não possuírem blindagem, tiveram que Os fogos da região de mercado se
desembarcar e se aferrar ao terreno, aguardando ordens.
O 4º Pel adotou o grau de prontidão número 3 tornaram mais intensos a ponto de
(escotilhamento completo) e conseguiu ultrapassar a região de comprometer o movimento do 2º Pel Mec.
mercado sem baixas e atingir a L Ct Mar, informando porém que
havia recebido muitos impactos em sua blindagem, tendo perdido
Ele passaria, devido à sua blindagem,
dois pneus, e que estava recebendo fogos vindos de W (área da porém a probabilidade de ter baixas
Jordânia) e da retaguarda na região de mercado. Para prevenir o aumentaria. Ademais, seria outro Pel a
fraticídio, o Cmt Pel não autorizou a reposta ao fogo de retaguarda
e solicitou permissão para atirar na zona de ação jordaniana. A receber disparos pela retaguarda, sem
posição era privilegiada e foi essencial sua manutenção devido ao poder responder.
monitoramento de boa parte da zona de ação que ela
proporcionava e por negar às forças adversas o retraimento pela Itn Prog Sela, juntamente com o 1º Pel Fuz Mec e atingir a L Ct
região de canal. Mar. A intenção era realizar naquele setor um vasculhamento
Os fogos da região de mercado se tornaram mais sistemático. A manobra e os fogos foram coordenados com o
intensos a ponto de comprometer o movimento do 2º Pel Mec. Ele Batalhão Jordaniano através do respectivo oficial de ligação que
passaria devido à sua blindagem, porém a probabilidade de ter acompanhava nossa tropa. Por volta de 12:00 hs a posição dos
baixas aumentaria. Ademais, seria outro Pel a receber disparos insurgentes próxima ao canal foi neutralizada. Com a manobra, as
pela retaguarda, sem poder responder. O 1º Pel Mec ainda estava forças adversas na região de mercado ficaram encurraladas,
se deslocando pelo Itn Prog Drouillard e demoraria um pouco abandonando parte de seu armamento e evadindo-se para a região
para chegar. A situação era crítica: o 4º Pel isolado à frente do litoral, passando por uma região que, pela ausência de um
ocupando uma posição privilegiada, cuja manutenção era vital patrulhamento marítimo, não pôde ser bloqueada.
para o prosseguimento da operação. A região de mercado se Às 13:00 hs a situação em Cité Soleil estava sob
configurando como o maior foco de resistência das forças controle. Entrávamos na terceira fase da operação. Para tanto, o
adversas, o 2º Pel Mec progredindo com dificuldade. O PC do Comandante do Batalhão decidiu formar forças-tarefa valor
batalhão começou a receber fogos do mercado e da região de canal subunidade. A 2ª Cia deveria ocupar mais uma posição de
(mesmo local de onde partiam fogos contra o 4º Pel Mec), bloqueio e patrulhar sua zona de ação. A 1ª Cia permaneceu com
expondo o Cmt Batalhão e os Cmt da Brigada e MINUSTAH. A 2ª suas missões originais. A reserva foi reconstituída em sua posição
Cia estava decisivamente engajada, enfrentando resistências nos inicial. Ao 4º Esqd coube a segurança do PC principal e de um
objetivos a serem vasculhados. A 1ª Cia também recebia fogos ponto sensível, o estabelecimento de dois checkpoints e o
vindos de fora da zona de ação. A reserva encontrava-se a cerca de patrulhamento da zona de ação. Às 17:30 hs, o Esqd Fuz Mec
1 km da posição do mercado e teria que progredir a pé em situação recebeu ordem de retrair para a base da Brigada no Tabarre e
tática e demoraria a chegar. Para agravar a crise, foi perdido o iniciar os preparativos para a operação de desocupação da
contato rádio com o comando do batalhão. residência do ex-presidenteAristide.
A decisão do Cmt 4º Esqd Fuz Mec veio através da
terceira O Frag: “Esqd atenção! O Frag! Minha intenção é Ensinamentos
neutralizar a posição da força adversa na região de mercado. Preciosos ensinamentos foram colhidos com a operação
Para isso, 1º Pel acelerar o movimento e aguardar na L Ct Liberté, tanto na esfera do planejamento, quanto na da execução.
Soleil, 2º Pel deter o movimento e investir na região de A ausência de um patrulhamento marítimo prejudicou o resultado
mercado, apoiado por um Pel Fuz da 2ª Cia, 4º Pel Manter a da operação. Quanto à regulação da manobra, aprendeu-se que o
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dimensionamento do tempo para as diversas ações poderia ser surgiu a necessidade de adicionar proteção blindada às
melhor aferido. Por exemplo, o tempo para a realização do viaturas land rover e caminhões.
fechamento do fosso anticarro foi bem maior do que o previsto. A missão ressaltou a necessidade de intensificar a
Importante experiência foi adquirida no tocante ao efetivo e tempo instrução de designação de alvos e objetivos, além de adaptá-la ao
necessários para a realização de vasculhamentos sistemáticos ambiente urbano. O tiro das frações elementares também foi
naquele ambiente operacional. Surgiu a necessidade de maior incrementado com a realização de treinamento específico para
volume de apoio de engenharia. situações de estresse físico e psicológico. O controle de fogos
O emprego dos caçadores foi bastante produtivo, também mereceu maior atenção.
permitindo o engajamento seletivo de alvos e a conseqüente A maior dificuldade do comandante de subunidade era a
redução de danos colaterais. Entretanto, ainda houve problemas de filtrar as diversas informações enviadas pelos pelotões,
com relação à condução dos tiros. No desenrolar da operação, o entender a situação, montar um quadro mental do que estava
Adj S3 e o S6 funcionaram como observadores avançados dos ocorrendo, definir sua intenção e traduzi-la em um comando
caçadores. Surgiu o questionamento se a melhor forma de simples, objetivo e exeqüível. As ordens eram transmitidas pelo
emprego seria a descentralização desse meio para as subunidades. rádio, através de ordens fragmentárias, pelo modelo preconizado
A formação de forças-tarefa subunidade revelou-se pelo Centro de Instrução de Blindados. A correta emissão desses
bastante eficaz. A situação demonstrou a aptidão dos Pel Fuz Mec comandos foi de vital importância para o êxito da operação.
para operações de combate às forças adversas em cenário urbano. O balanço final da operação apontou para o sucesso da
Pode-se afirmar que os blindados transportavam a tropa com missão. Os comissariados da PNH foram retomados e os grupos
segurança e ampliavam-lhe a capacidade de concentração e armados temporariamente desorganizados. Não houve baixas
dispersão em curto espaço de tempo, favorecendo seu emprego no fatais nas tropas da MINUSTAH. O número de civis atingidos
local e hora que fosse mais adequada ao cumprimento da missão. pelos tiroteios foi ínfimo e todos receberam o adequado
Quando desembarcados, os fuzileiros realizavam o combate a pé, tratamento pela tropa. Significativa quantidade de substâncias
projetando a tropa para os locais menos acessíveis da zona de entorpecentes, materiais de comunicações, armamento e munição
ação, sempre apoiados pela sua respectiva VBTP dotada de foi apreendida.
metralhadora 7,62mm MAG. Devido a essas conclusões, as
reservas das futuras operações passaram a ser constituídas O balanço final da operação apontou para
prioritariamente por elementos mecanizados.
A VBTP EE-11 Urutu provou estar à altura do desafio, o sucesso da missão. Os comissariados da
apresentando um excelente desempenho e confiabilidade. PNH foram retomados e os grupos
Contudo, verificou-se a necessidade de adaptações técnicas tais
como aumento da blindagem na parte superior da viatura para armados temporariamente
proteger o atirador da metralhadora, dotação de um vidro blindado desorganizados. Não houve baixas fatais
para o motorista para que este pudesse dirigir em boas condições nas tropas da MINUSTAH.
mesmo estando escotilhado, adaptações nas antenas dos rádios,
A VBTP EE-11EE-11
A VBTP UrutuUrutu
provouprovou
estar à Conclusão
alturaestar
do desafio,
à alturaapresentando
do desafio, um A operação Liberté foi a primeira grande demonstração
de força da MINUSTAH. Os efetivos envolvidos foram da ordem
excelente desempenho
apresentando e
um excelente de 1300 militares do Brasil, Jordânia e Sri Lanka. A resistência
confiabilidade.
desempenhoContudo, verificou-se
e confiabilidade. das forças adversas foi tenaz, embora deficientemente
organizada. Nesta ocasião, a sincronização dos sistemas
aContudo,
necessidade de adaptações
verificou-se técnicas
a necessidade operacionais, de inteligência, manobra, comando e controle,
mobilidade e logística foi testada em uma operação real de
tais como aumento da blindagem... combate em área edificada, valor batalhão, empregando três
pois elas atrapalharam a progressão em Cité Soleil, bem como a subunidades operacionais e uma de comando e apoio. Preciosas
necessidade de revisão do sistema de intercomunicação das lições foram colhidas. Dentre elas, a importância do emprego de
viaturas. blindados e a formação de forças-tarefas.
Durante a fase de planejamento, chegou-se a cogitar a Inaugurava-se, assim, uma nova fase para a tropa
possibilidade de parte das VBTP investirem na zona de ação pelo brasileira, caracterizada por ações complexas de valor unidade,
canal de Cité Soleil, utilizando o sistema de navegação dos com manobras de subunidade e repleta de situações de conduta.
Urutus. Essa linha de ação foi descartada devido aos Tudo isso contribuiu sobremaneira para a formação de um sólido
reconhecimentos especializados que identificaram regiões de espírito de corpo na tropa, além de consolidar a eficiência e o
atoleiro para as viaturas, bem como baixa consistência do solo. profissionalismo do militar brasileiro. Finalmente, é importante
A VBTP URUTU ambulância se revelou uma idéia ressaltar que essas operações criaram condições para o
bastante feliz. No entanto, ainda carecia de adaptações técnicas desenvolvimento de uma doutrina militar que contemplasse as
para que pudesse operar com mais funcionalidade. Entre elas, técnicas de intervenção de tropa em conflitos de baixa
aponta-se a colocação de 2 leitos, de equipamentos médicos, de intensidade. Para tanto, cada contingente vem apresentando
cilindros de oxigênio e melhoria da ventilação e iluminação significativa contribuição. O Centro de Instrução de Operações
internas. de Paz em parceria com o Centro de Instrução de Blindados vêm
A demanda por blindagem foi grande. Principalmente desempenhando relevante papel de compilação e divulgação das
para evitar indesejáveis baixas em nossas fileiras. Como o número valiosas lições aprendidas em solo haitiano. AC
de blindados utilizados pelo contingente brasileiro era pequeno,
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BLINDAGENS DE CAMPANHA E
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Experiência adquirida com a participação brasileira
no Haiti

Fábio Cordeiro

Nota do Editor: O autor da matéria esteve no Haiti comandando um Esquadrão de Fuzileiros Mecanizado (Esqd Fuz Mec) durante ao 3º
Contingente MINUSTAH entre Jun e Dez de 2005. As melhorias apresentadas na Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP)
URUTU são decorrentes de observações feitas e lições aprendidas no decorrer da missão.

esde a antiguidade, logo após o abandono das armas de concussão, o homem dedicou-se a

D
Foto: Pelotão de Fuzileiros
aperfeiçoar as armas perfurantes tais como adagas, espadas, lanças e flechas. Em face da Mecanizado na Missão das
letalidade dessas armas houve a necessidade da criação de dispositivos que reduzissem ou Nações Unidas para
anulassem a sua eficiência. Nascia assim o conceito de Blindagem, caracterizando-se Estabilização do Haiti -
pelas primeiras vestimentas defensivas confeccionadas de couro grosso, posteriormente MINUSTAH.
aperfeiçoadas com adição de peças metálicas. Ao longo dos tempos se pôde evidenciar o
axioma militar: a cada novo armamento introduzido no campo de batalha se sobrepõe um meio de
anular ou minimizar os seus efeitos, seja pelo desenvolvimento de um novo artifício ou equipamento,
de um novo armamento ou por uma mudança no emprego tático ou até mesmo estratégico.
Os Carros de Combate (CC), coloquialmente conhecidos como “Tanks”, foram os primeiros
veículos automotores blindados operacionais, desenvolvidos pela Grã-Bretanha durante a 1ª Guerra
Mundial (1ª GM). Os CC foram consagrados como veículos de assalto, provando sua capacidade de
realizar penetrações através de linhas de trincheiras organizadas. Já na 2ª GM, consolidou-se o
emprego em larga escala dos veículos blindados de transporte de tropas, destinados a combater junto
aos carros de combate, transportando os fuzileiros destinados a prover a segurança dos carros de
combate, sobretudo no combate aproximado.
Uma blindagem eficiente possibilita:
- maior poder de combate da guarnição;
- maior probabilidade de sobrevivência da guarnição;
- menor número de viaturas (Vtr) destruídas;
Os Carros de Combate, coloquialmente conhecidos Tanks,
foram os primeiros veículos automotores blindados operacionais,
desenvolvidos pela Inglaterra durante a 1ª GM. Os CC foram
consagrados como veículos de assalto, provando sua capacidade de
realizar penetrações através de linhas de trincheiras organizadas.
A adição de Blindagem em campanha.

No decorrer das campanhas, sobretudo nas contendas contemporâneas, em diversas O autor é Capitão de Cavalaria
oportunidades, recursos expeditos tiveram de ser utilizados para fazer face a algumas ameaças no teatro da turma de 1995 da AMAN,
de operações. Particularmente durante a segunda guerra mundial, em decorrência do constante possui mestrado em Operações
Militares pela Escola de
aperfeiçoamento das armas anti-carro e das munições empregadas nos carros de combate, soluções de
Aperfeiçoamento de Oficiais.
contingência tiveram de ser adotadas para aumentar a sobrevivência das guarnições no campo de Comandou o Esquadrão de
batalha. Várias iniciativas foram adotadas, lançando mão de chapas de aço, madeira, sacos de areia e Fuzileiros Mecanizado do
até mesmo placas de concreto e peças sobressalentes, a fim de reforçar os pontos mais vulneráveis dos Batalhão Haiti na MINUSTAH.
chassis e torres dos carros de combate e viaturas blindadas. Estas soluções foram realizadas como Atualmente desempenha a
recurso imediato, pois o desenvolvimento de uma solução definitiva, passando por todas as fases do função de instrutor no Centro de
processo de produção industrial demandava tempo, o que normalmente é escasso em meio às Instrução de Operações de Paz
operações. Por exemplo, após o desembarque na Normandia, as guarnições aliadas dos CC Sherman (CIOpPaz) no Rio de Janeiro.
M4, vítimas das armas anti-carro e dos canhões de 88mm dos CC Tiger alemães, passaram a fixar na
couraça dos carros chapas de aço, rodas de apoio e patins de lagarta, tudo com a finalidade de evitar ou

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concepção antiga, revelando vulnerabilidades ao serem
empregadas em ambiente urbano.
Com o desdobramento do Batalhão Haiti na capital
haitiana Porto Príncipe, o Esqd Fuz Mec desenvolveu suas ações
em um terreno movimentado e densamente povoado,
caracterizado por vias estreitas dominadas por edificações em
ambos os lados das ruas, construções essas com vários
pavimentos. Desde o início da participação brasileira na missão, o
Esqd protagonizou os engajamentos mais violentos com as forças
adversas haitianas. Diante dessa realidade, sempre com arrojo e
destemor, os centauros mecanizados brasileiros, entre junho de
2004 e junho de 2005, passaram a sofrer baixas, felizmente
CC M4 Sherman, com a adição de patins sobressalentes apenas ferimentos, nos combates com os rebeldes haitianos,
majoritariamente constituídos por bandos armados com grande
minorar a penetração das munições inimigas. Sacos de areia
variedade de armamento leve que controlavam áreas da capital
também foram fixados às partes frontal e lateral dos chassis dos
Porto Príncipe.
CC Sherman e Stuart. Uma versão do que hoje é conhecida como
blindagem Cage ou Slat, amplamente utilizadas pelas forças
Aidentificação da ameaça
norte-americanas e canadenses nas campanhas do Afeganistão e
Iraque, como prevenção aos rojões “RPG” (Rocket Propelled
O bem estruturado sistema de comunicações que sempre
Grenade) , foi concebida pelas guarnições soviéticas no seu
conectou o Btl do Brasil, permitiu que informações fossem
avanço rumo à Berlim, no fim da segunda grande guerra. A
trocadas com os contingentes que se preparavam para embarcar
solução descrita hoje como “tela de aço” era fixada nos “pontos
para a missão. O Cmt Esqd/2º Contingente não desperdiçou esta
fracos” dos carros T-34 russos, nas laterais dos chassis e da torre,
oportunidade de se comunicar com seu substituto, do 3º
tinha como objetivo detonar prematuramente as ogivas do tipo
“carga oca” dos Panzerfaust alemães.
Como única subunidade dotada de
AMINUSTAH e o Esquadrão de Fuzileiros Mecanizado
viaturas blindadas, especificamente a
Com a participação brasileira na Missão das Nações VBTP EE-11 URUTU (da quinta versão,
Unidas para Estabilização do Haiti - MINUSTAH, inicialmente
com o desdobramento da Brigada Haiti, em junho de 2004, e
fabricados pela ENGESA na década de
posterior transformação dessa Força de Paz no Batalhão Haiti, em oitenta), o esquadrão proporciona ao
junho de 2005, verificou-se o surgimento de uma nova estrutura batalhão proteção blindada, ação de
dentre as frações de cavalaria existentes no Exército Brasileiro, o
Pelotão de Fuzileiros Mecanizado. choque, potencia de fogo
O Batalhão Haiti é uma unidade constituída por um
Comando e Estado-maior, uma Subunidade de Comando e Contingente, passando-lhe valiosas informações, sobretudo
Apoio, três Companhias de Fuzileiros Leves, o Esquadrão de relativas às necessidades específicas de treinamento para
Fuzileiros Mecanizado e o Grupamento Operativo de Fuzileiros enfrentar as ameaças na missão e sobre o desempenho das VBTP.
Navais. Assim sendo, diante do ferimento de alguns militares brasileiros
que guarneciam as torres e escotilhas dos blindados durante os
engajamentos na área de Bel Air, foram desenvolvidas, no Esqd C
Esqd Fuz Mec Mec (Es) - Esquadrão Paiva Chaves, próxima SU Mec a ser
desdobrada no Haiti, algumas medidas destinadas a aumentar a
proteção da guarnição, bem como melhorar o desempenho do
Seç Cmdo sistema de armas da VBTP.
Pel Fuz Mec
De uma maneira geral, a F Adv buscava negar a
liberdade de movimento às forças da ONU em seus redutos.
Organização do esquadrão de Fuzileiros Mecanizado
Dotada de armamento leve e artefatos incendiários de arremesso
“Coquetéis Molotov”, os grupos adversos engajavam a tropa em
Como única subunidade dotada de viaturas blindadas, emboscadas, normalmente apoiadas em obstáculos e com o
especificamente a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal posicionamento dos seus atiradores em pontos elevados. Eram
(VBTP) EE-11 URUTU (do modelo VI-4, fabricados pela comuns o lançamento de vergalhões de aço afiados escondidos
ENGESA na década de oitenta), o esquadrão proporciona ao sob montes de lixo e a construção de fossos que impediam o
batalhão proteção blindada, ação de choque, potencia de fogo acesso das forças da ONU a alguns quarteirões dentro das áreas
(através das Mtr 7,62 MAG e .50 M2) e a capacidade de controladas pelos grupos adversos.
intervenção imediata em qualquer ponto da zona de ação. As
VBTP URUTU, embora repotencializadas pelo Arsenal de Aadição de blindagem nas VBTP URUTU
Guerra de São Paulo, chegando ao Haiti em excelentes condições
mecânicas, apresentam uma concepção antiga, revelando Tendo por base as adaptações implementadas pelas

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Forças de Defesa de Israel - IDF, para aumentar a sobrevivência 1
de suas guarnições em engajamentos nos territórios ocupados da 1 3
Faixa de Gaza e da Cisjordânia, os militares do Esqd Paiva
Chaves projetaram uma adição de blindagem, de fácil construção
e fixação nas viaturas, produzida com recursos disponíveis no 2
mercado civil. Esta blindagem, inspirada nas versões da VBTP
1 - Atenuador do peso 2 - Berço adaptado ao 3- Berço do reparo
M-113 denominadas ZELDA 2 e NAGMAN, pelas IDF,
da metralhadora reparo da Mtr .50 terrestre
contempla a proteção ao atirador de metralhadora da VBTP
URUTU proporcionada por chapas de aço (de qualidade e foram perfurados e esvaziados pelos projeteis das FAdv.
espessura não revelados nesta publicação por questões de O outro aperfeiçoamento implementado foi adaptação do
segurança) soldadas à torre, com propriedades balísticas que reparo da VBTP URUTU originalmente concebido para ser
garantem resistência aos projeteis de armas portáteis. A iniciativa dotado de uma Mtr Browning M2, calibre .50, para receber uma
se desenvolveu com a elaboração de um molde em papelão e a Mtr 7,62 M971 MAG. Por imposição do ambiente operacional e
rápida confecção de um protótipo, para ajustes e modificações. O natureza da missão, desde o desdobramento do primeiro
protótipo foi instalado para testes em uma VBR EE- 09 contingente, foi adotado como armamento embarcado padrão a
CASCAVEL, mais especificamente na torre do comandante da Mtr MAG, exceto em situações episódicas, mediante autorização
viatura, modelo ET-7,62 que é muito semelhante à torre ET-50 do Cmt Btl Haiti.
utilizada na VBTP EE-11 URUTU do modelo VI-4. Inicialmente, as metralhadoras foram posicionadas
Durante o desenvolvimento do projeto e construção do sobre o reparo da Mtr .50, apoiadas sobre este e unidas apenas por
protótipo, ainda no Brasil, antes do embarque, uniram-se a equipe um eixo improvisado que cruzava a sua cavilha anterior. As
do Esqd de forma voluntária, oficiais engenheiros militares que desvantagens desse procedimento eram a ausência de
definiram a qualidade do aço, o corte das chapas, bem como o tipo amortecimento do recuo da arma durante o tiro que gerava
de solda a ser empregado. Digna de nota também é a observação instabilidade, desgaste da cavilha anterior e dificuldade de alterar
de que essa solução adotada foi sumamente de contingência, os ângulos de sítio e depressão tendo em vista a regulagem do
tendo em vista que qualquer projeto a ser desenvolvido pelo atenuador de peso do reparo estar ajustada para a Mtr .50.
pessoal e setor especializado do Exército não atenderia ao A solução encontrada foi a realização de duas ações:
premente emprego na missão. A história militar mostra diversas primeiramente, tendo em vista a existência no Haiti de 01 reparo
passagens semelhantes, quando soluções simples e de rápida terrestre da Mtr M971 para cada arma, foram desmontadas suas
aplicação no teatro de operações pouparam vidas. partes superiores denominadas berço. O berço, peça projetada
Após o desdobramento do Esqd Paiva Chaves no Haiti, para unir a metralhadora ao reparo terrestre e proporcionar o
imediatamente se iniciou a procura por uma estrutura fabril que amortecimento do recuo com suas duas molas helicoidais, foi
tivesse condições de, com base no protótipo, levar a cabo o instalado no reparo da Mtr .50 com a necessidade de apenas
projeto. Apesar da situação bastante deficitária do parque realizar a solda de dois suportes de aço. Após a adaptação do
industrial haitiano, foi localizada uma pequena metalúrgica berço, foi necessária apenas a regulagem do atenuador de peso do
instalada em Porto Príncipe que, além de possuir o ferramental e reparo para a obtenção das condições ideais de tiro da Mtr 7,62
estrutura adequados, conseguiu adquirir o aço especificado pelos M971 a partir do reparo da Mtr .50. Realizadas essas adaptações,
engenheiros militares brasileiros. O tempo de desenvolvimento e não mais foi observado qualquer dano na estrutura das Mtr M971
a praticidade de instalação foram aspectos chave. decorrente do disparo sem amortecimento. Além da conservação
do material, é importante salientar que os atiradores de
Sacos de areia nas escotilhas e reparo da Mtr MAG metralhadora passaram a ter muito mais estabilidade durante a
Junto com a adição realização dos disparos, com reflexo direto na prevenção ao
de blindagem, no que fratricídio e aos danos colaterais.
ficou apelidado no
âmbito Esqd como Conclusão
KIT CENTAURO,
outras medidas A participação dos contingentes brasileiros na Missão
foram adotadas para das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti MINUSTAH,
aumentar o poder de tem sido muito importante para o Exército Brasileiro. Os
combate das VBTP contingentes enviados, além de acumular grande experiência em
URUTU. A fim de operações reais, tem tido oportunidade de ter contato com outros
prover os fuzileiros exércitos e o mais importante, superar problemas e
de uma melhor vulnerabilidades surgidos decorrentes do emprego em uma arena
URUTU no Haiti com sacos de areia proteção ao até então pouco conhecida: as áreas urbanas. A adição de
dispararem suas armas a partir das escotilhas do compartimento blindagem, a adaptação da cunha-elástica, a utilização dos sacos
de combate, mais uma vez seguindo uma solução israelense, de areia, são apenas alguns exemplos do valor, do esforço e da
foram empregados sacos de areia como forma de evitar o tiro adaptabilidade do profissional das armas brasileiro. Tão ou mais
direto e o ricochete na blindagem dos disparos da Força Adversa importante que a aplicação dessas soluções no terreno é o registro
(F Adv), que normalmente engajavam as tropas brasileiras de e transmissão dessas práticas, que sem dúvida alguma são um
cima dos telhados e lajes das construções. Apesar de representar firme alicerce para evoluções nos campos da doutrina e do
um acréscimo no peso da VBTP, este artifício logo mostrou sua aperfeiçoamento material da força terrestre. AC
validade, pois nos primeiros engajamentos do Esqd Paiva
Chaves, na primeira quinzena de junho de 2005, vários sacos

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Operação de Abertura de Passagem
Rompendo barreiras e obstáculos
a força!
Orlando de Oliveira

S
eja nos combates ocorridos por ocasião da 2ª Guerra Mundial ou em conflitos
recentes, tais como a Operação Tempestade no Deserto (Golfo Pérsico, 1991) Foto: Viatura Blindada
e a Guerra do Iraque, as tropas em Operações ofensivas constantemente se Lançadora de Ponte (VBLP)-
Biber. Nada mais é do que uma
deparam com obstáculos lançados pelo inimigo na defensiva, os quais podem Vtr com chassi Leopard 1
ser agravados com o emprego de minas terrestres. Assim, essas tropas se vêem diante adaptada a levar e lançar o
implemento de Engenharia.
da necessidade de abrir uma passagem (brecha ou trilha), dentre outras possibilidades, Com a aquisição do lote de 250
VBC Leopard 1 A5, está previsto
com o objetivo de romper essa barreira de obstáculos e infligir ao inimigo, pela força, a vinda de quatro dessas Vtr
a derrota. para dotar nossas Unidades de
O Exército Brasileiro já detalha em seus manuais doutrinários o conceito das Engenharia Blindada.

Operações de Abertura de Passagem, bem como o processo que será desencadeado


para alcançar seus objetivos; o que se constitui em grande avanço na
operacionalização dessas atividades. Entretanto, esses manuais não trazem o mesmo
teor de informações sobre o assunto. Desta forma, o presente artigo apresentará uma
tentativa de uniformização dessas informações.
As Operações de Abertura de Passagem são levadas a cabo através de ações:
neutralização, obscurecimento, segurança, redução e assalto. São executadas por
Para o planejamento das Operações de Abertura de
Passagem, o comandante da manobra leva em
consideração as estimativas de tempo das diversas
atividades a serem realizadas nas operações como um todo
forças organizadas normalmente em: Força de Apoio, Força de Abertura de Passagem
e Força de Assalto. O planejamento é realizado pelo comandante da tropa que se O autor é Capitão de Engenharia
depara com os obstáculos geralmente nível Unidade. da turma de 1998 da AMAN,
possui mestrado em Operações
No entanto, ao executar o planejamento inverso proposto no manual C 7-20 Militares pela Escola de
Batalhões de Infantaria, com vistas a confeccionar a matriz de sincronização, o Aperfeiçoamento de Oficiais. É
Instrutor do CIBld desde 2006.
comandante da Operação de Abertura de Passagem deverá conhecer os requisitos Atualmente desempenha a
técnicos para a abertura das passagens (as quais poderão ser brechas simples, brechas função de instrutor do Módulo
Armas de Apoio no Estágio
duplas ou trilhas). Para o planejamento das Operações de Abertura de Passagem, o Tático do CIBld.
comandante da manobra leva em consideração as estimativas de tempo das diversas
atividades a serem realizadas nas operações como um todo, materializando-as numa
matriz de sincronização.

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Operações de abertura de passagem Viável a execução de uma abertura do tipo imediata . A
Dentro do contexto das Operações Ofensivas, o passagem será aberta, em princípio, por uma fração de
comandante da manobra poderá deparar-se com uma engenharia de combate. As peças de manobra
grande variedade de obstáculos artificiais e naturais, fornecem segurança e realizam reconhecimentos em
os quais devem ser rapidamente ultrapassados a fim de apoio à fração de engenharia que estiver realizando a
conservar a iniciativa e manter a impulsão do ataque. remoção do obstáculo (BRASIL, 2002a).
O comandante deve decidir rapidamente se irá
desbordar, realizar uma Operação de Abertura de Ações a Realizar - NOSRA
Passagem ou forçar a passagem através do obstáculo Para levar a cabo estas operações o comandante
(BRASIL, 2002a). A urgência no cumprimento da da arma-base deve prever em seu planejamento a
missão será fator decisivo na escolha do processo a ser realização de cinco ações que conduzirão ao sucesso:
adotado para se ultrapassar um obstáculo (BRASIL, neutralização, obscurecimento, segurança, redução e
2002a). Os procedimentos necessários a sua execução assalto (NOSRA).
devem fazer parte das Normas Gerais de Ação da tropa Uma efetiva neutralização é primordial para o
para se ganhar tempo e evitar a confusão (BRASIL, início e desenrolar de uma Operação de Abertura de
2002a). Passagem, sendo o gatilho a partir do qual todos os
demais procedimentos ocorrerão. Neutralizar o
Operação deAbertura de Passagem Imediata inimigo consiste em engajá-lo por fogos diretos e
A Operação de Abertura de Passagem Imediata é indiretos evitando que seus sistemas de armas atuem
empregada quando a tropa se depara inadvertidamente eficazmente contra as forças encarregadas de realizar a
com um obstáculo, a situação é pouco definida abertura da passagem. O emprego dos fogos indiretos
(localização dos obstáculos), o inimigo apresenta um não deve também ser negligenciado, particularmente
fraco dispositivo defensivo e a impulsão do ataque os de morteiro, quando disponíveis. Devido à
deve ser mantida. (BRASIL, 2003). Ela será realizada, segurança inerente ao mascaramento dos tiros
em princípio, sob fogo inimigo, portanto, a velocidade indiretos, é desejável que o comandante explore ao
e rapidez das ações são extremamente importantes máximo o efeito de neutralização proporcionado por
(BRASIL, 2002a). estes fogos, antes de efetivamente empregar seus
FRACA RESISTÊNCIA INIMIGA sistemas de armas de tiro tenso, cuja aquisição como
alvos pelo inimigo é bem mais facilitada (BRASIL,
2003).
FUMA
ÇA O obscurecimento, com fins a ocultar as ações,
negando ao inimigo a aquisição de alvos, bem como
aumentando a segurança da Força de Abertura de
Passagem, além de cobrir o movimento e
desdobramento da força de assalto em direção aos seus
objetivos, é conseguido com o emprego de fogos de
PONTE LANÇADA POR
VEÍCULO BLINDADO (PLVB)
morteiro ou artilharia, além dos meios orgânicos da
FORÇA DE APOIO
força atacante tais como lançadores individuais e
lançadores de granadas veiculares. Tecnicamente, o
Operação de Abertura de Passagem Imediata. termo “obscurecimento” significa empregar agentes
Fonte: adaptado de EUA (1988).
químicos (fumígenos) com vistas a atingir os efeitos
Operação deAbertura de Passagem Coordenada acima descritos. Entretanto, do ponto de vista tático,
Este processo será empregado quando há tempo também significa utilizar adequadamente o terreno,
suficiente, meios de engenharia adicionais e não é objetivando mascarar aquelas mesmas ações
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desencadeadas pelas Forças de Abertura de Passagem Uma FT ataca a posição defensiva inimiga. Poucos ou nenhum
sistema de armas de fogo direto do inimigo são destruídos antes
e deAssalto (BRASIL, 2003). que o combate aproximado se realize. Conforme nos
A segurança do local selecionado para abertura aproximamos, o inimigo emprega minas lançadas por
de passagem é provida pela própria força atacante e é artilharia, no momento e no local exatos, para reforçar os
obstáculos existentes. Mergulhamos de cabeça no sistema de
de fundamental importância para evitar a interferência barreiras do inimigo ou esperamos, paralisados, até que
inimiga nos trabalhos de redução, apoiar o movimento cheguem os engenheiros. Enquanto esperamos, comprimidos
contra os obstáculos, somos martelados pela artilharia e por
da Força de Assalto e garantir a posse das passagens agentes químicos não-persistentes. Empregamos pouca ou
abertas. Em geral, operações desencadeadas sobre nenhuma fumaça para cegar os sistemas de armas de fogo
direto. Não executamos fogos de contrabateria para destruir
obstáculos táticos possibilitarão uma segurança ou obrigar a mudança de posição das baterias de artilharia ou
proporcionada por elementos de manobra, mediante dos morteiros do inimigo. Essas tarefas, vitais para a proteção
da força e estabelecimento de condições para a abertura de
uma efetiva conquista das posições inimigas que brechas, não são completas. Os engenheiros chegam e são
dominam o obstáculo ou que representem uma ameaça rapidamente destruídos por fogos diretos emassados.
de interferência nas ações de redução. Nesse contexto, Destemidos, avançamos com a FT de qualquer maneira. São
dizimados em minutos. O inimigo desloca suas reservas. Nada
portanto, é desejável que posições defensivas e fazemos para impedi-lo ou obstruir seus movimentos ou
espaldões para armamento coletivo que exerçam emprego. Frustrados, empregamos a próxima FT pela brecha
para sofrer o mesmo destino, ou atacamos por outra via de
comandamento e que não possam ser adequadamente acesso sob condições similares. Raramente atingimos nossos
neutralizados por fogos sejam conquistados antes do objetivos. Muitos atribuirão o fracasso a unidades
subordinadas fracamente treinadas. As falhas de execução não
início dos trabalhos de redução, podendo-se então produziram esse resultado. A falta de sincronização é que o
estabelecer posições de bloqueio sumárias (BRASIL, produziu - “OBSERVAÇÕES COLHIDAS EM EXERCÍCIOS
TÁTICOS, VALOR BRIGADA, REALIZADOS NO
2003). CENTRO NACIONAL DE TREINAMENTO” TC John D.
A redução, que é a abertura de passagens Rosenberger, Ex EUA, apud BRASIL, 1996, p.3-2).
propriamente dita, só terá início após as ações
anteriores terem sido desencadeadas. As técnicas de Organização das forças
execução estão diretamente relacionadas com os Força deApoio
meios disponíveis, os quais dependem da natureza da Ela deve prover o apoio aproximado e o apoio de
tropa e dos reforços recebidos. Caberá à Força de fogo necessário para apoiar, inicialmente, a Força de
Abertura de Passagem conduzir essa redução. Além de Abertura de Passagem e a Força de Assalto. Se
propriamente criar condições mínimas para o necessário, alguns elementos da Força de Apoio
movimento da Força de Assalto, os elementos poderão passar ao controle operacional da Força de
encarregados de reduzir os obstáculos também Assalto, para assegurar a coordenação de fogos
deverão balizar o local de passagem e assinalá-lo ao durante o assalto (BRASIL, 2002a).
comandante da manobra, de modo a facilitar a sua Sua principal atribuição consiste em eliminar a
imediata identificação pelas demais forças. A capacidade do inimigo de interferir na operação,
completa remoção dos obstáculos será realizada pela particularmente sobre o local selecionado para a
engenharia dos escalões superiores, respeitando-se a passagem, devendo: isolar este local por meio de fogos
característica de progressividade dos trabalhos e neutralizar os fogos inimigos que se encontram
(BRASIL, 2003). batendo o obstáculo; emassar fogos diretos e indiretos
Assim, o assalto será a ação decisiva da operação para fixar o inimigo e destruir quaisquer tropas ou
e a fase final de um ataque. Compreende o movimento sistemas de armas que possam afetar a Força de
da Força de Assalto através da passagem criada, quer Abertura de Passagem; e conduzir ações de
em direção aos objetivos finais estabelecidos, quer obscurecimento, degradando a capacidade de
para destruir o inimigo que possa interferir sobre o observação e aquisição de alvos por parte do inimigo
obstáculo aberto (BRASIL, 2003). (BRASIL, 2003).

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Força de Abertura de Passagem basicamente por elementos de manobra,
podendo ser apoiada por elementos de engenharia
A principal missão dessa força é criar as necessários à limpeza das posições inimigas,
passagens que possibilitarão à Força de Assalto particularmente o entrincheiramento típico das
transpor o obstáculo e prosseguir no ataque em direção posições organizadas. Caso a posição inimiga esteja
fracamente defendida, a Força de Assalto pode receber
aos seus objetivos. A Força de Abertura de Passagem é a missão de operar também como Força de Abertura de
essencialmente uma força composta por elementos de Passagem, sendo-lhe então alocados os meios de
manobra e engenharia. Com vistas a otimizar o engenharia necessários (BRASIL, 2003).
emprego dos meios de engenharia, a Força de Abertura Esta organização das forças e as ações
de Passagem pode ser composta por dois grupos: o desempenhadas podem ser resumidas através do
grupo de segurança e o grupo de redução. quadro abaixo:
O grupo de segurança é composto Elemento Ações
essencialmente por elementos de manobra, cujas Força de Apoio - Neutralizar
- Obscurecer
missões são, a partir do estabelecimento de bases de - Neutralizar (apoio adicional à neutralização)
fogos aproximadas: cooperar com a neutralização e Força de abertura
- Obscurecer (apoio adicional ao
obscurecimento)
obscurecimento do inimigo antes do início dos de passagem
- Prover a segurança (local)
trabalhos de redução; efetuar a segurança do local de - Reduzir
- Assaltar
abertura no lado mais próximo do obstáculo a ser Força de assalto
- Neutralizar (se necessário)
trabalhado, liberando os elementos encarregados de Relação existente entre a organização das forças e suas ações.
Fonte: Brasil (2003, p.4-135).
reduzi-lo; e após a abertura, e a partir do lado mais
afastado do obstáculo aberto, prover a segurança dos
elementos da Força de Assalto contra eventuais
contra-ataques ou fogos não suficientemente
neutralizados.
Secundariamente, pode receber a missão de
auxiliar na neutralização do inimigo durante os
trabalhos de redução pela Força de Abertura de
Passagem. A Força de Assalto é composta basicamente
por elementos de manobra, podendo ser apoiada por
elementos de engenharia necessários à limpeza das
posições inimigas, particularmente o
Tomada do dispositivo para uma Operação de Abertura de Passagem Coordenada.
entrincheiramento típico das posições organizadas. Fonte: adaptado de EUA (2002, p.301).

Caso a posição inimiga esteja fracamente defendida, a


Força de Assalto pode receber a missão de operar REFERÊNCIAS
BRASIL, Exército. Estado-Maior. C 17-20: forças-tarefas blindadas. 3. ed. Brasília, DF, 2002a.
também como Força de Abertura de Passagem, sendo- BRASIL, Exército. Estado-Maior. C 2-20: regimento de cavalaria mecanizado. 2. ed. Brasília, DF, 2002b.
lhe então alocados os meios de engenharia necessários BRASIL, Exército. Estado-Maior. C 7-20: batalhões de infantaria. 3. ed. Brasília, DF, 2003.

(BRASIL, 2003). BRASIL, Exército. Estado-Maior. IP 100-1: bases para a modernização da doutrina de emprego da força
terrestre. 1. ed. Brasília, DF, 1996.

CASTRO, Fábio Benvenutti. Operações de abertura de brecha. 2001. 61 f. Monografia (Curso de Altos
Estudos Militares)Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2001.
Força deAssalto
ESTADOS UNIDOS DAAMÉRICA. Headquarters, Departament of the US Army. Manual de Campanha nº
Tem como missão principal cerrar para a 20-32 Mine/Countermine Operations. FM 20-32. 2002.

conquista dos objetivos impostos. Secundariamente, ESTADOS UNIDOS DAAMÉRICA. Headquarters, Departament of the US Army. Manual de Campanha nº
3-34.2 Combined-Arms Breaching Operations. FM 3-34.2. 2000.
pode receber a missão de auxiliar na neutralização do
ESTADOS UNIDOS DAAMÉRICA. Headquarters, Departament of the US Army. Manual de Campanha nº
inimigo durante os trabalhos de redução pela Força de 71-2 The Tank and Mechanized Infantry Battalion Task Force. FM 71-2. 1988.
AC
Abertura de Passagem.AForça deAssalto é composta

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VBTP M113 B
Aspectos do Blindado de todas as armas.

Marcelo Américo Vieira

P
odemos afirmar que a VBTP M113 é, para os fins a que se destina, uma
viatura consagrada. Sua facilidade de manutenção, simplicidade de
Foto: VBTP M113 B. Tem essa
sistemas e baixo custo operacional fizeram do mundialmente conhecido denominação “B” por ser a
“táxi dos campos de batalha” o veículo blindado mais produzido e vendido versão brasileira resultante da
modernização realizada pela
no período pós 2ª guerra, com mais de 80.000 unidades construídas. empresa paulista Moto Peças
A constante evolução da arte da guerra, a velocidade de modernização dos S.A. no início da década de 80.
A VBTP teve seu conjunto de
engenhos bélicos e a mudança dos ambientes operacionais de conflitos tornam força trocado por um motor
imprescindível a evolução dos meios blindados de transporte de tropa, procurando Mercedes Benz utilizado
comercialmente por inúmeros
sempre manter a Infantaria com sua eficácia e letalidade introduzidas nos idos da 2ª caminhões da frota nacional.
Grande Guerra. Esses atributos foram confirmados nos grandes conflitos que a
sucederam até os dias de hoje. Este artigo trata da VBTP M113 B (versão brasileira)
modernizada pela empresa paulista MOTOPEÇAS S.A. na década de 80. Faz uma
analogia das experiências e deficiências colhidas durante os estágios técnico e tático
Facilidade de manutenção, simplicidade de sistemas e baixo custo
operacional fizeram, do mundialmente conhecido “táxi dos campos de
batalha” o veículo blindado mais produzido e vendido no período pós
2ª guerra, com mais de 80.000 unidades construídas.
deste centro, com as contendas recentes e também trata de possibilidades de melhoria.
A intenção é utilizar o mínimo de termos e dados técnicos de modo que qualquer
pessoa possa ler e tirar suas próprias conclusões sobre o assunto.
A VBTP M113 B
É uma viatura blindada, porém com uma blindagem de eficiência relativa. Seu
material é o duralumínio (liga leve resultante da fusão de vários metais: cobre,
magnésio, manganês e por vezes o silício, tendo o alumínio como base). Essa liga
O autor é Capitão de Infantaria
apresenta boa durabilidade em temperatura ambiente, entretanto, sua resistência a da turma de 1995 da AMAN,
corrosão é muito baixa. Possui um motor Mercedes Benz a diesel com 172 cv. Na sua possui mestrado em Operações
Militares pela Escola de
parte superior, destaca-se uma “torreta”, marca registrada da versão brasileira, dotada Aperfeiçoamento de Oficiais. É
de uma metralhadora .50. Para o motorista e o atirador da metralhadora há nove Instrutor no CIBld desde 2005 no
módulo da VBTP M113 B nos
periscópios (instrumentos ópticos de observação) utilizados para observação externa estágios técnicos e Módulo
Comandante de Força Tarefa SU
com as escotilhas fechadas. Internamente tem assentos para transportar o motorista e Bld, nos Estágios Táticos.
o atirador da metralhadora .50, nove homens armados e equipados, equipamentos Atualmente desempenha a
função de Adjunto da Seção de
rádio e o tanque de combustível. Doutrina do CIBld

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Deficiências
Comunicações
Nota-se que com o tempo de uso os
equipamentos, apesar de muito bem manutenidos,
apresentam problemas técnicos para um
funcionamento adequado. Bons sinais de recepção e
emissão são obtidos apenas com o veículo parado. Ao
iniciar o movimento, a comunicação via rádio torna-se
difícil e por vezes impossível. Os rádios de modelo e
fabricação antiga tornaram-se obsoletos em relação
aos meios mais modernos, com sistemas e Estagiário instalando o Periscópio infra-vermelho M19

componentes bem mais simples dotados de medidas


mínimas ativas e passivas de guerra eletrônica.
operacional, bem como a busca de alvos e a vigilância
Há problemas de peças de reposição para aérea. Da mesma forma, se observam essas
manutenção dos intercomunicadores do carro, deficiências no combate noturno. Atualmente é
fazendo com que os usuários e até mesmo os grande a tendência das operações de combate se
mecânicos de comunicações tenham dificuldade para realizarem em ambiente com restrições de
luminosidade. No caso do M113 B nem o comandante
Estando o comandante “escotilhado”, do carro tão pouco o motorista têm condições de bem
não só a consciência situacional tática é cumprir suas missões à noite.
prejudicada, mas também a demanda
Armamento
tático-operacional, bem como a busca
Os estagiários, durante a realização do estágio
de alvos e vigilância aérea. técnico bem sabem a dificuldade que passam, quando
torná-los operativos. O principal problema de se rodar realizam uma “pista de tiro em seco” tendo que
com intercomunicadores nessa situação é o da engajar alvos com a viatura em deslocamento. Hoje
segurança, pois o Cmt da viatura tem dificuldades de em dia, com os avanços tecnológicos, já existem
emitir comandos ao motorista do Blindado. condições de se operar a metralhadora do interior do
carro com precisão sem expor o atirador. É importante
Equipamentos ópticos salientar que durante o estágio o tiro real é realizado
O militar em função de comando, que necessita com a viatura parada seguindo os exercícios da
empregar a viatura da melhor maneira possível no IGTAEx.
campo de batalha, tem extrema dificuldade de fazê-lo
de dentro da viatura com as escotilhas fechadas. Suspensão
Atualmente existem meios baratos no comércio A suspensão baseada em barras de torção com
(monitores, câmeras e etc.) que, se instalados na apenas quatro amortecedores é responsável pelo
viatura, aumentariam de maneira significativa a “desconforto” interno e deficiências do desempenho
consciência situacional do comandante do carro da viatura em alguns tipos de terreno. Talvez seja esse
durante o seu exercício de comando. O que se faz um dos motivos da ineficiência dos equipamentos de
atualmente nos estágios táticos é comandar o carro e a comunicações (excesso de trepidação). Se
fração de maneira totalmente exposta com metade do compararmos com a VBC M60 A3 TTS e Leopard 1
corpo para fora da Vtr. Estando o comandante A1, vamos observar um sistema de suspensão que o
“escotilhado”, não só a consciência situacional tática é M113 B não possui, como maior número de
prejudicada, mas também a demanda tático- amortecedores (M60 possui seis e o leopard possui
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depreciar ou desmerecer a importância dessa viatura
para o Exército Brasileiro, mas sim levantar alguns
aspectos que possam servir de subsídios para possíveis
melhorias futuras e modernização de nossos meios
blindados.
Apesar de o Exercito Brasileiro não ser um

Tiro realizado pelos Estágiários durante o Estágio Técnico

dez), mais rodas de apoio e molas volutas. Todos esses


itens agregados ao blindado podem fazer a suspensão
dessas viaturas responder muito melhor em qualquer
terreno.
Estagiários durante o Estágio Tático com a VBTP M113 B
Blindagem
Exército de emprego e sim de preparo, cabe estarmos
A blindagem de duralumínio não resiste ao efeito
com nossos quadros preparados para um possível
do dardo explosivo das granadas de carga oca dos
emprego, caso aconteça. Os meios adequados para o
armamentos anti-carro disponíveis atualmente no
preparo tático e a realização dos exercícios em
mercado. O que talvez amenizasse tal problema seria a
segurança se fazem fundamentais para a manutenção
adição de placas de blindagem espaçada na viatura.
dos padrões de instrução preconizados nos Programas
de Instrução.
É importante salientar que uma viatura blindada de
combate ou de transporte é composta por um conjunto
de sistemas que, quando conjugados, combinam a
letalidade e a eficiência esperada durante um choque
rápido e violento, característica fundamental ao
conceito de combate blindado. Cabe ressaltar também
que, cada sistema agregado à viatura resulta em
acréscimo de peso e modificações estruturais no carro,
Manutenção da Suspensão durante o Estágio Técnico
fazendo-se importante um estudo técnico preciso para
Motor que, ao final de tudo, se decida por um conjunto de
Um motor mais silencioso com modificações no força que possa mover tal massa e uma suspensão que
sistema de arrefecimento, aumento na sua potência suporte as modificações aplicadas ao blindado.AÇO!
para transportar todo o peso agregado à viatura e AC
coadunando com a diminuição do consumo. Um
motor mais próximo do ideal deveria permitir ao M113
B acompanhar, no terreno, os carros de combate que o
Exército Brasileiro possui atualmente.

Conclusão
Os dados acima apresentados não visam a
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APOIO DE FOGO BLINDADO
Organização e Emprego do Grupo de Artilharia
Autopropulsado PALADIN
Lerande Getúlio do Nascimento

O
M109A6 Paladin é um dos mais avançados Obuseiros Autopropulsados de 155
mm. O sistema realça versões precedentes do M109 com sistemas de controle
navegacionais e automáticos de tiro. O Paladin tem um chassi de duroalumínio e
um compartimento pressurizado que vai de encontro às ameaças balísticas,
nucleares, biológicas, e químicas. Foto: VBC OAP PALADIN do
O M109A6 é o Obuseiro mais avançado Exército Norte-americano (US
tecnologicamente no inventário do exército ARMY) em ação no Iraque
americano em operação no Iraque. Essa
viatura blindada possui um grupo de 04
homens, pesa aproximadamente 28.000
quilos, tem uma autonomia de 299 km,
velocidade máxima de 56 km/h e possui uma
capacidade de combustível de 500 litros. O
Paladin pode ser operado independentemente
no movimento, pode receber uma missão de
tiro, computar os dados, selecionar e calcular
Bateria preparando a entrada em posição os elementos de sua posição de tiro,
automaticamente destrava e aponta seu tubo, e
atira sem nenhum auxílio técnico externo. Realiza o primeiro disparo dentro de 60 segundos,
uma potência de fogo e de agilidade muito alta, a qual lhe confere proteção contra o fogo de
contra bateria. O M109A6 Paladin possui uma
cadência de tiro de até quatro tiros por minuto
para o alcance de 30 quilômetros. O Paladin
ainda tem características de sobrevivência tais
como o operar dia/noite, proteção QBN com
controle do clima e comunicações seguras de
voz e digitais. Os serventes permanecem no
veículo durante toda a missão.
Nestes próximos parágrafos
procuramos fornecer uma visão geral da
missão, da organização e da descrição dos
componentes chaves do sistema do grupo de O autor é 2º Sargento de
obuseiros M109A6 (Paladin), de acordo com a Artilharia da turma de 1999 da
doutrina de emprego do Exército dos EUA. ESA. É formado em Processos
Guarnição da Peça dentro da Vtr
Gerenciais na FACINTER e faz
Missão pós-graduação em Contabilidade
Pública e responsabilidade
Fiscal. Atualmente é Auxiliar na
Os desencadeamentos dos fogos do grupo Paladin são realizados em toda a Seç de Simuladores e Monitor do
profundidade das formações inimigas visando a suprimir, neutralizar e destruir as forças CIBld no Módulo VBC OAP M108
terrestres, as armas de fogo direto, os sistemas de fogos indiretos e os sistemas de defesa e M109 nos Estágios Técnicos e
antiaérea. O grupo é organizado e equipado para executar algumas das quatro missões táticas Módulo Seç Cmdo nos Estágios
Táticos.
padrão do Exército Americano: sustentação direta (SD), sustentação geral (SG), sustentação
geral de reforço (SGR) e reforçar (R) ou ainda algumas missões não padronizadas.

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Organização

O Grupo de Artilharia de Campanha Auto


Propulsado Paladin é organizado em Comando de
Unidade, Bateria Comando (BC), três Baterias de Obuses
(BO) a seis seções (3X6) e uma Bateria de serviço (Bsv).

1 COP controla 6 obuses em 1 COP por pelotão de 3 1 COP pode controlar pares
uma posição de bateria, com obuses, sendo que o outro de obuses, ou unidades
um 2º COP posicionado para COP pode assumir o controle conforme a missão.
facilitar a operação contínua. de todos os 6.

Cmdo e Emprego dos Obuseiros Paladin


BC
B Sv
cada seção é composta por um Obuseiro Paladin e uma
viatura Remuniciadora, e uma seção de remuniciamento.
Organização de um Grupo de Artilharia de Campanha Emprego dos obuseiros Paladin: O Centro de
O Comando junto com a BC e BSv fornece a Operações do Pelotão pode empregar os obuseiros como
sustentação do comando e controle, administrativa e de um único elemento da bateria, dois pelotões, em pares, ou
serviço para os elementos orgânicos da unidade. com um único obuseiro. As vantagens deste tipo de
emprego incluem as operações contínuas, o comando
centralizado e a segurança de apoio logístico.

Sec Pel
C Bia Tir

Sec Posição
Sup
Sec C CDT / Sec Sec De
Pel Tir COP Paladin Remn Troca.

Organização de uma Bateria de Obuses Paladin


A Bateria de Obuses é composta de uma Seção de
Posição do pelotão
Comando, Seção de Suprimento e dois Pelotões de Tiro.
Cada Pelotão de Tiro possui uma Seção de

As operações do pelotão são definidas pelo COP,


que controla três obuses em uma área que seja de
aproximadamente 1,5 x 3 Km. Os números de obuses em
cada pelotão podem ser alterados e as várias técnicas do
emprego podem ser utilizadas de acordo com as exigências
da missão.
O Grupo de Obuseiros Paladin exibe agilidade,
iniciativa e flexibilidade para fornecer fogos oportunos e
exatos na sustentação de forças da manobra. O Exército
Americano tem procurado explorar ao máximo todas as
possibilidades do M 109 A6 Paladin, sendo o mesmo
amplamente empregado nos últimos confrontos do século
XXI. A abordagem do assunto referente ao emprego de
obuses auto propulsados não se esgota aqui, pois todos os
Viatura Remuniciadora profissionais devem constantemente procurar um maior
conhecimento técnico e tático de emprego das viaturas
Comando do Pelotão, sendo que as operações geralmente blindadas no mundo.AC
se centralizam em um pelotão, comandado pelo Centro de
Operações do Pelotão (COP) e Central de Direção de Tiro
(CDT). O pelotão ainda possui três Seções de Tiro, onde

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O SOFTWARE DE SIMULAÇÃO
STEEL BEASTS
Treinando como se luta!

Márcio Guedes

O
Software de simulação virtual Steel Beasts é um programa para tropas blindadas e
mecanizadas desenvolvido pela empresa americana E-Sim games. Bastante
conhecido entre programas desse tipo, ele figura entre os melhores simuladores de
blindados, já tendo sido escolhido como o melhor deles. A versão adquirida pelo
CI Bld é a profissional, já em sua 2ª edição, versão essa exclusiva para Forças Foto: Imagem capturada
Armadas, a qual permite: modelagem de inúmeras configurações de simulação, com o durante a simulação em
destaque o Leopard 1
emprego desde uma viatura isolada até o escalão Subunidade (SU); modelagem de diversos A5(aquisição recente do
tipos de missões, com dificuldade crescente, seguindo a doutrina de emprego brasileira e Exército Brasileiro) e a VBTP
M113, ambos veículos utilizados
empregando as medidas de coordenação e controle previstas em nossos manuais; modelagem durante as seções de simulação.
do terreno em que será feita a simulação, alterando ou criando estradas, localidades, vegetação
e hidrografia, utilizando-se um banco de cartas existente ou importando cartas digitalizadas de
qualquer parte do mundo, inclusive as fornecidas pelas Divisões de Levantamento do Exército
Brasileiro (EB); uso da rede mundial de computadores, a internet, para a realização de
simulações com usuários em diferentes locais, incrementando assim o laço-tático entre as
OM; emprego do sistema operacional apoio de fogo, possibilitando o pedido e a correção do
apoio de fogo pelos combatentes das armas base e o emprego de Observadores Avançados
(OA) de Artilharia ou morteiro (Mrt); emprego do sistema operacional mobilidade/contra-
mobilidade/proteção, através da utilização de equipamentos para lançamento ou remoção de
obstáculos, também possibilitando o emprego do Comandante dePelotão (Cmt Pel) ou Cmt
do Grupo de Engenharia (GE) na simulação.
Destacam-se os seguintes exércitos que o utilizam no treinamento de
suas tropas blindadas: Argentina, Austrália, Dinamarca, Espanha, EUA, Finlândia,
Holanda, Noruega e Suécia.
O Centro de Instrução de Blindados (CI Bld) Gen Walter Pires passou a empregar, a
O Centro de Instrução de Blindados (C I Bld) Gen Walter
Pires passou a empregar, a partir de 2007, o software de simulação
O autor é Capitão de Cavalaria
“Steel Beasts” no desenvolvimento de seus estágios táticos e da turma de 1996 da AMAN,
técnicos. possui mestrado em Operações
Militares pela Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais
partir de 2007, o software de simulação “Steel Beasts” no desenvolvimento de seus estágios
(EsAO). É Instrutor no CIBld
táticos e técnicos. desde 2005. Foi instrutor no
Para sua aplicação nos estágios, o CI Bld estruturou módulos de treinamentos técnicos módulo da VBC M60 A3 TTS.
Atualmente desempenha a
e táticos. O treinamento técnico é voltado para as guarnições do CC Leopard 1, já empregando função de Chefe da seção de
a versão A5 do blindado que está sendo adquirida pelo EB. Esse treinamento aborda: os simuladores.
comandos operacionais do CC em cada função da guarnição; a simulação do tiro em situações
e condições diversas, empregando o canhão e o armamento secundário, bem como os
armamentos
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diferentes sistemas de tiro; o comando de tiro e suas ações
subseqüentes, as diferentes formas de avaliação da
distância Carro de Combate-alvo; o acompanhamento de
alvos e a simulação de incidentes e panes dos sistemas de
tiro. Ele possibilita, entre outros ganhos, uma diminuição
no consumo de munição real e toda a despesa no desgaste
do CC, no combustível consumido e no material para a sua
manutenção.
Emprego do programa durante o PCI do 2º BAvEx
O treinamento tático aborda desde a
maneabilidade de Pelotão e Subunidade até a execução de grande economia para a realização das instruções
missões típicas para uma Força-Tarefa Subunidade do período de adestramento da OM. A simulação permite,
Blindada (FT SU Bld). A realização da simulação de ainda, que se compense a falta de uma área específica que
determinada manobra é precedida por: recebimento da atenda a necessidade de determinado exercício ou a
missão pelo Cmt FT SU Bld, enquadrada no escalão impossibilidade de emprego de determinado material.
Além do emprego do Steel Beasts em seus estágios,
Unidade (U); planejamento da missão da FT SU; emissão
o CI Bld passou a empregar este programa durante os
da Ordem de Operações de seu Cmt e realização dos
pedidos de cooperação de instrução de outros EE e OM.
ensaios necessários. Tem como público alvo os Cmt FT SU
Ainda em 2007, foram previstas semanas para emprego da
Bld (Capitães de Infantaria e Cavalaria), Cmt Pel Fuz Bld /
Seção de Simuladores por outras OM, quando estas podem
enviar as suas SU para realizar os treinamentos técnicos e

Emprego do programa durante o Estágio Tático/2º turno

Cmt Pel CC / OA / Cmt Pel Eng (Tenentes) e Cmt Treinamento técnico realizado pelo atirador do CC
GC/ Cmt CC / Cmt GE / OA Mrt (Sgt). Após a execução da táticos neste Centro, complementando assim, suas
simulação propriamente dita, o programa permite: a instruções de qualificação e adestramento. Com essa
realização de análises pós-ação ilustradas, onde todos os modalidade de simulação, o CI Bld passou a atender ao
eventos ocorridos durante a execução são explorados; a público-alvo Capitães, Tenentes e Sargentos, suprindo uma
exibição de uma gravação de toda a ação realizada e a lacuna nos meios de simulação disponíveis no EB e
geração de um relatório com a situação logística em final de permitindo o adestramento em meio virtual dos elementos
missão detalhada, podendo ainda levantar a situação de que compõe a unidade de manobra, a Subunidade.
combustível, munição, pessoal, a situação de cada viatura Apesar do pouco tempo de uso, o programa já
ou tropa, os tiros que foram realizados, o efeito desses tiros trouxe ganhos na instrução ministrada e novas perspectivas
sobre os alvos, inclusive no caso de fratricídio, e a situação para seu emprego. Ainda em 2007, existe a previsão da
da tropa inimiga. Estes dados possibilitam incluir como construção de um protótipo de cabine para simulação de
público alvo os elementos da logística da SU e da U. viatura blindada. Essa cabine faz parte de um projeto que
O treinamento tático no simulador permite que prevê a montagem de quatro cabines (01 Pelotão) dentro de
uma tropa utilize o ambiente virtual para se adaptar a um um container, permitindo o seu embarque e deslocamento,
determinado terreno ou a uma manobra que será realizada, ligadas a uma sala de coordenação e a outra de assistência.
o que vai melhorar o seu desempenho durante a execução O principal objetivo é retirar o pessoal da sala de instrução e
da missão, no terreno evitando consumo de combustível, de colocá-lo em um ambiente confinado similar ao da sua
munição e desgaste do material na realização de manobras viatura blindada, dotando assim essa estrutura de
básicas ou repetições desnecessárias, além de garantir mobilidade para atender as necessidades da Força. AC
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MASTER GUNNER - MESTRE
DE TIRO
Sucesso Norte-americano pelo mundo.

Aládio Alves da Cruz

E
ra meados dos anos 70, 1974 para ser mais preciso, a era Vietnam chegava
Foto: Dois Sargentos
ao fim, o Exército Americano desenvolvia uma nova doutrina para o futuro, “Masters Gunners”
e a guerra fria estava se aquecendo. Um novo carro de combate (CC) já Holandeses coordenando
a atividade de tiro dos
estava em desenvolvimento (M1Abrams) e também uma nova Viatura de carros de combate de sua
Subunidade.
Combate de Infantaria (VCI Bradley). Ficava claro que os combates entre
combinados CC e Fuzileiro Blindado (Fuz Bld) ocorriam em momentos decisivos das
batalhas. Durante o conflito de outubro 1973 entre Israel, Egito e Síria, ficou
destacada a necessidade de proficiência das guarnições CC em todos os níveis, pois
ter o melhor equipamento não seria o bastante. Dessas lições e de um exame dos
comandantes nos mais altos escalões, o programa Master Gunner ou Mestres de Tiro
foi criado em 1975.
Ao Fort Knox, Kentucky, lar da guerra embarcada do Exército norte-
americano, coube a responsabilidade da formação de oficiais e sargentos, que seriam
os primeiros Master Gunners dos EUA, que teriam a responsabilidade de conduzir a
tropa blindada ao mais alto nível de adestramento. Dentre as missões principais

Um exemplo claro de suas habilidades foi quando tropas pára-


quedistas americanas desembarcaram no norte do Iraque e
uniram-se aos Kurdos que possuíam CC T72, rapidamente os
Master Gunners se adaptaram a viatura e juntamente com os
Kurdos as tropas seguiram para o sul.
podemos destacar:
-Antes do combate ou em tempo de paz, juntamente com o S3, ser o O autor é 2º Sargento de
responsável pelo planejamento e coordenação de todas as exigências de formação e Cavalaria da turma de 1994 da
Escola da Sargentos das
adestramento das Guarnições e Pelotões de Carros (Gu/Pel CC); Armas (ESA). Está no CIBld
-Preparar, rever e controlar a programação de todas as tarefas da unidade desde 2002 desempenhando
as missões de Monitor do
associadas com cada evento do treinamento; Módulo M 60 A3 TTS nos
- Assessorar o Comandante quanto ao nível de disponibilidade e manutenção Estágios Técnicos e Módulos
Pel CC e Seç Cmdo nos
de todas as torres dos CC; Estágios Táticos. Atualmente
-Desenvolver e monitorar a utilização de simuladores; desempenha a função de
-Prever a munição a ser utilizada nos exercícios, e propor melhoramentos. Auxiliar da Seção de Doutrina.
-Dentro das subunidades auxilia os Cmt e Adj Pel no treinamento de suas

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relações com o Pel Mnt da OM. Diante do sucesso alcançado pelos Master
Uma vez que sua unidade entre em prontidão Gunners americanos, muitos países passaram a formar
para o combate, o Master Gunner da OM e os das seus próprios quadros de especialistas. Desde 1999 é
Subunidades passam a trabalhar em ritmo acelerado. realizada anualmente uma Conferência Internacional
Coordenam o apronto operacional da OM e realizam (IMGC), onde esses militares se reúnem para trocar
as verificações da exatidão do armamento, experiências e sugerir incrementos para o treinamento,
alinhamento e sincronização. Equipamento e emprego da tropa blindada de seus
O Master Gunner da OM desempenha um exércitos.
papel crítico como conselheiro do comandante em sua
planta tática sendo o perito residente na identificação e
nas potencialidades dos veículos Bld. Assessora o
comandante para determinar a melhor forma de
combate da unidade baseado na missão, no inimigo, no
terreno, nas tropas, no tempo disponível e nos civis
(METT-TC), sigla em inglês. Sua habilidade, se usada
Durante o combate, uma vez cruzada a
linha de partida, o papel do Master
Gunner cresce de importância. Master Gunners analisando veículos capturados durante a
corretamente, pode influenciar no andamento campanha no Iraque
do combate de diversas maneiras.
Durante o combate, uma vez cruzada a linha de No Exército Brasileiro (EB), só em 1996 foi
partida, o papel do Master Gunner cresce de criado o Centro de Instrução de Blindados (CIBld),
importância. Torna-se profundamente envolvido no que tem como missão capacitar oficiais e sargentos a
cenário tático. As potencialidades da seleção da empregar os meios blindados de que dispõe o EB, o
manobra e da posição de combate, conjuntamente com que de fato ainda não é suficiente, pois com a aquisição
as possibilidades do sistema de armas inimigo, são dos CC M60 A3 TTS, dos Leopard 1A1 e
partes dos deveres normais do Master Gunner. Além recentemente os Leopard 1A5, viaturas dotadas de
disso, preocupa-se com o estado das viaturas e da sistemas complexos de condução de tiro que só serão
munição e organiza os meios de treinamento para realmente precisos se todos os seus componentes
manter o grau de adestramento das frações. estiverem perfeitamente ajustados, para que sejam
Após o combate participa ativamente na empregados com extrema exatidão por guarnições
desmobilização e manutenção dos equipamentos. muito bem adestradas. Torna-se cada vez mais
Em 1991, após 25 anos de existência dos imprescindível que as OM blindadas possuam
Master Gunners, a tropa blindada dos Estados Unidos, militares combatentes experientes e com um
já com seus novos CC M1 Abrams e com as VCI conhecimento mais aprofundado, legítimos “Mestres
Bradley, teve seu batismo de fogo na operação de Tiro”, que estejam perfeitamente habilitados a
tempestade no deserto, no Iraque. Um exemplo claro desempenhar esse papel de grande articulador na
de suas habilidades foi quando tropas pára-quedistas formação e adestramento das Guarnições e Pelotões
americanas desembarcaram no norte do Iraque e blindados, ser o elo entre a Subunidade e o Pelotão de
uniram-se aos Kurdos que possuíam CC T72, Manutenção na busca de soluções para os problemas
rapidamente os Master Gunners se adaptaram a viatura das torres. Ainda pesquisar, desenvolver e aperfeiçoar
e juntamente com os Kurdos as tropas seguiram para o a cada dia novas técnicas para o emprego de blindados.
sul. Enfim, ser um grande Especialista.Aço.AC
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Esquadrão “Aço Puro”!

Quem está atrás das cortinas é que realmente faz o


verdadeiro espetáculo...
Jairo Badaraco
m 1996 foi criado o CIBld, estabelecimento de ensino militar do Exército

E
Centro.
Brasileiro, vetor de modernização, destinado a capacitar os quadros da Força no
emprego técnico e tático dos blindados. Para que se tornasse realidade essa
expectativa do EB, foi instituído, de acordo com o Regulamento do CIBld, R-60 a
criação do Esqd C Ap do CIBld, uma SU não operacional, que apóia todas as
atividades administrativas, de ensino e manutenção de viaturas e instalações deste

Definindo melhor o Esqd C Ap, “ESQUADRÃO AÇO PURO”, lê-se a


Foto: Pelotão de Manutenção do
Esqd C Ap do CIBld preperando
uma VBC para a utilização no
seguinte missão síntese: Estágio Tático.
“Apoiar as atividades de ensino e administrativas do CIBld e assessorar o comandante de
Diretor de ensino nos assuntos atinentes a atividade de inteligência militar.”
Por estar constantemente na busca da melhoria de seus processos e procedimentos
rotineiros de trabalho e o aperfeiçoamento de seus integrantes, o Esqd C Ap criou uma
expectativa de excelência, resumida em sua visão de futuro:
“Ser constituído por pessoal altamente qualificado, motivado e coeso, que professa valores
morais e éticos, capazes de gerenciar e executar com extrema qualidade , as atividades de Mnt
de Vtr Operacionais e Administrativas; as melhorias e manutenção de instalações e apoiar
todos os aspectos das atividades administrativas, que influenciam o processo decisório do
comando do C I Bld.”
Para ajudar a atingir plenamente sua missão, foi elaborado um plano de gestão da SU,
alinhado e originado no Plano do C I Bld, onde estão destrinchados os Objetivos
Organizacionais, calcados nas metas a serem atingidas e nos planos de ação correspondentes.
A SU dispõe de excelentes instalações para acomodar os estagiários, provenientes de
Unidades Militares de todo o Brasil e também para os militares de outras OM que apóiam as
atividades de instrução e manutenção, nos períodos em que os estágios estão em
funcionamento.
Baseado numa seleção rigorosa de seus quadros, bem como em rígidos critérios de
reengamento e engajamento dos Cb e Sd, o Esqd conta com uma excelente equipe de trabalho, que
coloca o cumprimento das missões em primeiro lugar, aliado ao bem estar das relações interpessoais e
extrema disciplina militar.
2. ORGANIZAÇÃO
Para apoiar efetivamente o CIBld , eis a constituição do Esqd CAp:

ESQUADRÃO DE COMANDO E APOIO


O autor é Capitão de Cavalaria
Cmdo Sç Cmdo
Sç Mnt e
Pel Ap Diversos Sç Sv da turma de 1995 da AMAN,
Trans Gerais possui mestrado em Operações
Gp Vtr Gp Mnt Gp Vtr Gp Ensino Gp Sv Sç Sv Militares pela Escola de
S/R Bld Gp Administ. Gerais
T.
Gerais
tipo A Aperfeiçoamento de Oficiais. Foi
T. Vtr T. Material
Bld Planejamento instrutor da Escola de Sargentos
Cmbt T. Pessoal das Armas (ESA) no período de
T. Doutrina
T. VBTP T. T. Téc 1999 a 2002. Atualmente
Informática Ensino
T. Vtr desempenha a função de
Bld S/R T. Saúde T.
Psicopedagócgica Comandante do Esquadrão de
T. Vtr
Bld T. Instrução e Comando e Apoio (Esqd C Ap)
Adestramento
OpAP do CIBld.
T. Simuladores
T. Ensino à
Distância

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A constituição mais comum é o escalão “Turma”, tendo em seguindo as diretrizes emitidas pelos diversos escalões de
vista que o Exército considerou este organograma o mais manutenção, cujos planos estão constantemente
racional possível para as necessidades imediatas. As atualizados, alinhados com o trabalho da SEÇÃO DE
necessidades de maior monta são satisfeitas com o apoio
em pessoal e material provenientes das diversas OM da 3ª
DE, principalmente. No entanto, tendo em vista que, em
2007 a 3ª DE englobou as ações, efetivos e preparos do
“BATALHÃO HAITI”, compondo a “FORÇA PAMPA”,
outras Unidades da 6ª DE apoiaram o desenvolvimento dos
estágios deste Centro.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:
Seleção Complementar e Período Básico de
Instrução:
Como toda SU do EB, o Esqd CAp executa todas as
atividades de Incorporação do recruta. A execução do
período básico de instrução conta com o completo apoio do
A constituição mais comum é o escalão
“Turma”, tendo em vista que o Exército
considerou este organograma, o mais Formatura diária do esqd C Ap
racional possível para as necessidades INSTRUÇÃO E ADESTRAMENTO (SIA) deste Centro.
imediatas. As necessidades de maior Também somos apoiados pelo 4º Blog; 1º e 4º RCC; 7º e 29º
monta, são satisfeitas com o apoio em BIB e Pq Mnt 5 (vtr M60).
Apoio aos Estágios do CIBld:
pessoal e material provenientes das O Esqd CAp apóia a execução dos estágios da
diversas OM da 3ª DE seguinte forma: providencia a preparação de alojamentos
6º Esqd C Mec, que ministra de forma brilhante todas as para estagiários e militares que apóiam os estágios;
instruções do referido período de instrução. coordena a manutenção de viaturas operacionais e
b. Manutenção de Vtr: administrativas; providencia, juntamente com a SIA, a
O CIBld conta com 04 VBC LEOPARD A1; 08 montagem de comboios; apóia os Exe T com elementos da
VBC M60 A3 TTS; 02 M113; 01 M41 e 01 VBE seção de comando e providencia a confecção de toda
LEOPARD na parte de viaturas blindadas de combate e documentação necessária de pessoal e movimento de
almoxarifado do depósito de garagem.
Para alojar os estagiários, foi montado pelo
comando deste Centro um conjunto de alojamentos de
excelente qualidade, fornecendo até 65 vagas disponíveis.
Apoio às atividades diversas:
Através do Pel Sv G, efetivo esquadra, o Esqd CAp
apóia todas as obras, manutenção de instalações e rede
elétrica, juntamente com a DA. Atualmente encontra-se em
fase de construção a sala do caixão de areia, ocupando todos
os esforços de nossos militares do “PO”. Além desta citada,
foram finalizados varias atividades de reformas nos
pavilhões da OM, construção do “ALVO MÓVEL” e
demais obras de rotina.
Este é um resumo sintético de todas as missões que
são de responsabilidade do Esqd CAp/CIBld. Para cumpri-
las, todos os integrantes não medem esforço, dedicação e
amor a este Centro, motivo de orgulho , por ser um
Cmt do Esqd C Ap realizando entrevistra da Seleção Complementar Estabelecimento de Ensino modelar e vocacionado a
agregar conhecimentos aos Of e Sgt do Exército, nos
quase duas dezenas de viaturas sobre rodas, operacionais e assuntos relativos aos Blindados, nos aspectos técnico e
administrativas. Para mantê-las disponíveis, é feito um tático. AC
hercúleo, porém vibrante, trabalho de manutenção,
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Panorama CIBld

Pedido de Cooperação
de instrução (PCI) EASA
O Curso de Cavalaria da Escola de
Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA)
realizou três Pedidos de Cooperação de
Ciclo de Instrução de Quadros Instrução (PCI )no CI Bld, em 2007. Nas
oportunidades os sargentos alunos travaram contato
O CI Bld ministrou para os integrantes da 6ª Bda Inf com as viaturas blindadas em uso pela força, bem
Bld ao longo do ano de 2007 diversas palestras tendo como participaram de um exercício de PO conduzido
como tema central o emprego técnico e tático de por instrutores do Centro, onde realizaram estudo de
blindados. Também foi objetivo das apresentações a caso esquemático de um ataque coordenado.
transmissão das experiências adquiridas pelos
integrantes do Centro durante visitas a escolas de
blindados no exterior.

23º Intercâmbio Doutrinário Brasil/EUA

O Centro e Instrução de Blindados General Walter


Pires, recebeu no dia 27 de abril Comitiva formada por
militares do EB e dos Estados Unidos, no 23º
Intercâmbio Doutrinário Brasil/Estados Unidos da
Estágio Tático de Blindados -1º Turno América (EUA), a fim de proporcionar a oportunidade
para troca de conhecimentos e experiências entre os
O Centro de Instrução de Blindados General
Exércitos do Brasil e dos Estados Unidos da América
Walter Pires, realizou o Estágio Tático de Blindados -
(EUA), das atividades de instrução, adestramento e
1º Turno - 2007, desenvolvido à distância entre 19 de
emprego de blindados bem como conhecer a estrutura,
março e 13 de abril e presencial, de 16 de abril a 11 de
organização e missão do Centro de Instrução de
maio. O estágio foi realizado com a participação de
Blindados, estreitando os laços de amizade entre os
10 oficiais e 39 sargentos das OM blindadas do
exércitos dos dois países amigos.
Exército Brasileiro,estes militares foram
distribuídos nos módulos; Comandante de Força
Tarefa de Subunidade Blindada, Pelotão de
Fuzileiros Blindados e Pelotão de Carros de
PCI 2º Batalhão de Aviação do Exército
Combate, Seção de Comando de Subunidade
Blindada e no módulo experimental de Armas de O C I Bld realizou no período de 11 a 15 de junho
Apoio Artilharia. 2007 as atividades do Pedido de Cooperação de
Instrução (PCI) do 2º Batalhão de Aviação do Exército
(BAvEx), de Taubaté, SP. O evento teve como
objetivo, a troca de experiências e o adestramento e
aperfeiçoamento na identificação de blindados
existentes no Exército Brasileiro e na América do Sul.
Ainda houve na oportunidade o emprego tático de um
pelotão de helicópteros inserido no quadro tático do
Estágio Tático Blindado 2º Turno.
Panorama CIBld

Inauguração do Alvo Móvel

Foi realizada no dia 16 de agosto2007, a Solenidade


de Inauguração do Alvo Móvel. O evento se constitui
Estágio Tático de Blindados -2º Turno
na apresentação do funcionamento do trole condutor
O Centro de Instrução de Blindados General do alvo móvel para viaturas blindadas de combate,
Walter Pires, realizou o Estágio Tático de Blindados - seguido de execução de diversos módulos de tiro. O
2º turno no período de 01 de junho a 29 de junho 2007 , alvo móvel é um dispositivo de simulação e apoio a
teve como objetivo complementar e aprofundar a instrução que em muito irá contribuir para o
capacitação profissional para o Comando de adestramento das guarnições blindadas no
Subunidades, Pelotões e Frações de Cavalaria da tropa engajamento de alvos e na condução do tiro.
mecanizada do Exército Brasileiro . O estágio contou
com a presença de 62 militares, sendo 11 oficiais e 51
sargentos. O Estágio Tático de Blindados 2º turno
destaca-se pela relevância que a tropa mecanizada tem
desempenhado no combate moderno, onde as ameaças
são difusas e de alto grau de letalidade.

Estágio de Atualização Pedagógica

O Centro de Instrução de Blindados realizou o


Estágio de Atualização Pedagógica, no mês de março
2007, com o apoio do Centro Universitário
Franciscano - UNIFRA, que recepcionou por 2 dias
em suas instalações os militares do Centro para
Vista do Comandante Militar do Sul assistirem palestras sobre educação, proferidas por
O Comandante Militar do Sul visitou o CI Bld no professores das áreas de Ciências Humanas e Ciências
mês de março de 2007. Na ocasião, o General Pinto da Saúde.
Silva conheceu as atividades de ensino desenvolvidas
no Centro, o projeto alvo móvel, visitou as novas
instalações do Centro e assistiu a uma apresentação do
software de simulação virtual “Steel Beasts” realizada
pela Seção de Simuladores.

Campanha do Agasalho 2007

O Centro Instrução de Blindados participou


ativamente da campanha do agasalho 2007. Este
evento procura atender a parcela mais desassistida da
população com agasalhos e gêneros para enfrentar o
rigoroso inverno gaúcho. No corrente ano foi
realizada a entrega de agasalhos para a Capela Santa
Catarina.
Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires
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