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Raquel Cassino
Programa de Pós-Graduação em Geologia, Universidade Federal de Minas Gerais. Av. Antonio Carlos, 6627, 31270-901, Belo Horizonte,
MG, Brasil. raquelfcassino@yahoo.com.br
RESUMO
Esporos de briófitas e pteridófitas e grãos de pólen de gimnospermas e angiospermas foram obtidos em quinze amostras de um testemunho de
sedimentos holocênicos, de 150 cm de profundidade, coletado em uma vereda no Chapadão dos Gerais, em Buritizeiro (Minas Gerais, Brasil). As
idades radiocarbônicas variaram entre 11.370+70 anos AP na base do testemunho e 1440+25 anos AP no nível do topo. Os 92 táxons identificados
foram descritos em suas características morfológicas e abordados em seu hábito e habitat, a partir das informações existentes para as plantas
modernas relacionadas. As formas identificadas e ilustradas contribuem para o conhecimento da flora polínica do Cerrado e constituem material de
referência na identificação de palinomorfos em trabalhos de reconstituição do paleoambiente em áreas hoje cobertas ou relacionadas a este bioma.
ABSTRACT
MORPHOLOGY OF POLLEN GRAINS AND SPORES FROM HOLOCENIC SEDIMENTS OF A PALM SWAMP IN CHAPADÃO DOS GERAIS (BURITIZEIRO, MINAS
GERAIS), BRAZIL. Spores of bryophytes and pteridophytes, and pollen grains of gymnosperms and angiosperms are analyzed from 15 samples of a
150 cm long sediment core collected in a palm swamp growing in central Brazil. The core represents a time span between 11.370+70 and 1440+25
years BP. The morphology of 92 taxa identified was described and illustrated, and the modern ecological appeals inferred from the extant related
taxa were provided. The descriptions and illustrations intend to contribute to the knowledge of the Cerrado pollen flora and provide reference
material to paleoenvironmental reconstruction in areas today covered by this or related biomas.
Key words: Cerrado, Holocene, pollen grains, spores, morphology, palm swamp.
INTRODUÇÃO sua história geológica. Os grãos de pólen nal pequeno (até 100 m de diâmetro) os
e os esporos podem ser depositados esporos e os grãos de pólen locais são
Esporos e grãos de pólen, quando próximos ao local onde são produzidos os mais abundantes e, portanto, o estudo
depositados em ambientes sedimentares ou, em certas condições atmosféricas, do registro polínico deste sítio refletirá a
adequados, podem ser preservados por podem ser levados pelas correntes de vegetação local. Já em um sítio com mais
milhões de anos. O estudo taxonômico ar ascendentes, atingindo camadas mais de 300 m de diâmetro, os grãos de pólen
dos palinomorfos de amostras sedimen- elevadas da atmosfera, e sofrer um regionais serão preponderantes e o seu
tares oriundas destes ambientes pode, transporte mais distante e duradouro estudo refletirá a vegetação regional. Para
portanto, revelar os elementos da vegeta- (Salgado-Labouriau, 2007). Segundo Bauermann et al. (2002), os sítios maiores
ção que estiveram presentes ao longo de Traverse (2007), em um sítio deposicio- são mais adequados para reconstruções
Morfologia de grãos de pólen e esporos de níveis holocênicos de uma vereda do Chapadão dos Gerais (Buritizeiro, Minas Gerais), Brasil
paleoclimáticas, enquanto os menores se sil, sob as coordenadas 17º49’03.59”S; rios de Palinologia do CPMTC (IGC-
prestam melhor para o estudo da evolu- 45º26’27.79”W (Figura 1). Na coleta, UFMG) e de Micropaleontologia do
ção da vegetação de uma área específica. foi utilizado um amostrador do tipo Instituto Geológico da UnB, assim como
No Cerrado, as veredas constituem Hiller, obtendo-se um testemunho de bibliografia especializada.
ambientes deposicionais, em geral amplos 150 cm de profundidade. Na porção No estudo dos esporos, a identifi-
e propícios à fossilização, e seu estudo representada por níveis de turfa, entre cação foi baseada principalmente em
palinológico pode refletir a vegetação 30 cm e 134 cm de profundidade, foram Tryon e Tryon (1982), Tryon e Lugardon
regional, constituindo uma base para o coletadas 15 amostras para a análise pa- (1991), Lorscheitter et al. (1998), Colin-
conhecimento do paleoclima. Análises pa- linológica (Figura 2). A base do perfil vaux et al. (1999), Leonhardt e Lors-
linológicas de testemunhos coletados em foi datada em 11.370+70 anos AP e o cheitter (2007) e Scherer e Lorscheitter
veredas, realizadas por Ferraz-Vicentini topo em 1.440+25 anos AP. (2008). A classificação taxonômica das
e Salgado-Labouriau (1996), Barberi et A preparação das amostras para aná- briófitas seguiu Bold et al. (1987) e a das
al. (2000) e Lorente (2010), confirmaram lise palinológica seguiu o método padrão pteridófitas baseou-se na obra de Judd
este potencial. O Cerrado localiza-se descrito em Faegri e Iversen (1989), et al. (2009). Para os grãos de pólen, a
essencialmente no Planalto Central do utilizando-se HF, HCl, KOH e acetólise. identificação foi baseada principalmente
Brasil (Figura 1) e é caracterizado por As lâminas foram montadas com gela- em Salgado-Labouriau (1973), Colin-
um complexo vegetacional cujo principal tina glicerinada e foram armazenadas vaux et al. (1999) e Silva (2009), além
componente é uma vegetação savânica na Palinoteca do Laboratório de Palino- das referências citadas nas descrições.
(Ribeiro e Walter, 2008). O Cerrado logia do Centro de Pesquisa Manuel Tei- Alguns gêneros apresentam grãos de
apresenta grande extensão e biodiversi- xeira da Costa (CPMTC) (IGC-UFMG), pólen muito semelhantes e de difícil
dade e encontra-se em contato, estabe- sob a numeração MP-P0092 a MP-P0106. diferenciação. Nestes casos, utilizou-se o
lecendo áreas de transição com quase A análise para descrição e identifica- termo Tipo seguido do nome do gênero
todos os outros biomas do território ção dos esporos e grãos de pólen foi feita (ou da espécie) mais característico para
brasileiro (Sano et al., 2008; Ribeiro, 2002). em um microscópio óptico Olympus a vegetação do Cerrado. A classificação
No bioma Cerrado, as veredas BX51. O material foi fotografado com taxonômica de táxons de angiospermas
constituem um espaço brejoso ou uma câmera digital acoplada ao micros- e gimnospermas seguiu o proposto por
encharca-do, podendo conter nascentes cópio em aumento de 1000x e os grãos Judd et al. (2009), que se baseia no siste-
ou cabeceiras de cursos d’água, caracte- foram medidos utilizando-se um retículo ma APGII (2003).
rizado por renques de buritis (Mauritia micrométrico. Na descrição dos esporos e grãos
flexuosa e M. vinifera) e outras espécies Para a identificação dos esporos e de pólen, o padrão utilizado contém as
vegetais típicas (Ferreira, 2008). As dos grãos de pólen foi consultada a seguintes informações: unidade polínica
veredas ocorrem nas chapadas como Palinoteca de Referência dos laborató- (mônade, tétrade ou políade), tamanho
formas ligeiramente deprimidas, com
vertentes úmidas e pouco inclinadas e
um fundo plano, encharcado, onde se
depositam camadas de turfa.
No presente trabalho, são apresenta-
dos os esporos de briófitas e pteridófitas
e os grãos de pólen de gimnospermas e
angiospermas extraídos de 15 níveis de
turfa de um testemunho coletado em
uma vereda situada sobre o Chapadão
dos Gerais, no noroeste de Minas Gerais.
Tem-se como objetivo contribuir para o
conhecimento da flora polínica do Cer-
rado e para os estudos paleoambientais
sobre este bioma.
MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 1. A. Mapa do Brasil e a localização dos principais biomas. B. imagem de satélite
O testemunho analisado foi cole- com destaque para a localização da área do Chapadão dos Gerais e a localização da
tado em uma vereda situada sobre o vereda estudada.
Chapadão dos Gerais, no município de Figure 1. A. Main vegetational biomes from Brazil and its distribution; B. satellite
image from Chapadão dos Gerais area and the location of the studied palm swamp.
Buritizeiro, estado de Minas Gerais, Bra-
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Tabela 1. Parâmetros utilizados para determinação da forma dos grãos de pólen a partir
da razão entre o Eixo Polar (P) e o Diâmetro Equatorial (E), baseados em Erdtman (1952).
Table 1. Parameters used in the determination of pollen grains shape, based on the ratio
between the Polar Axis (P) and the Equatorial Diameter (E), according to Erdtman (1952).
(Figuras 3E-3F) diella cernua ocorre na Mata de Galeria, heteropolar, aproximadamente circular em
no Campo Sujo úmido e em veredas e vista polar, trilete. Exospório baculado.
Descrição: esporo médio a grande, brejos (Mendonça et al., 2008). Dimensões: E = 32-35μm; báculas =
radiossimétrico, heteropolar, triangular 2,5-5μm.
de lados convexos a circular, trilete, Lycopodium L. 1753 Referência: Lorscheitter et al. (1998).
laesura com margem. Exospório rugu- (Figuras 3K-3L) Dados ecológicos: Selaginella marginata
lado no polo distal, com espessamento é uma planta terrestre ou rupícula, pre-
aproximadamente quadrangular central e Descrição: esporo médio, radiossimé- sente no Cerrado, ocorrendo na Mata
tuberculado no polo proximal. Tubércu- trico, heteropolar, triangular de lados de Galeria e no Campo Rupestre (Men-
los distribuídos entre os raios da laesura. convexos em vista polar, trilete. Exos- donça et al., 2008).
Dimensões: E= 52-69μm; exospório= pório reticulado no polo distal e psilado
3-4,5μm. no polo proximal. Divisão PTERIDOPHYTA Schimp.
Referência: Lorscheitter et al. (1998). Dimensões: E = 30-34μm. 1879
Dados ecológicos: as licopodiáceas são Referências: Tryon e Tryon (1982); Ordem GLEICHENIALES Link.
plantas cosmopolitas, mais diversificadas Leonhardt e Lorscheitter (2007). 1825
em ambientes tropicais montanos e raras Dados ecológicos: Lycopodium sp. apre- Família GLEICHENIACEAE C.
em ambientes áridos (Judd et al., 2009). senta ampla distribuição e ocorre em Presl. 1825
No Cerrado, Lycopodiella alopecuroides habitats variados, mas preferencialmen-
ocorre em brejos, matas, no Campo te em florestas montanas úmidas (Tryon Gleichenia Sm. 1793
Úmido, no Campo Rupestre (Mendonça e Tryon, 1982). (Figura 4C)
et al., 2008) e também nas veredas (Oli-
veira, 2005). Família SELAGINELLACEAE Descrição: esporo médio, bilateralmen-
Willk. 1854 te simétrico, heteropolar, elíptico em
Lycopodiella caroliniana (L.) Pic. Selaginella asperula Spring. 1840 vista polar e plano-convexo em vista
Serm. 1968 (Figura 4A) equatorial, monolete. Exospório fina-
(Figuras 3G-3H) mente rugulado.
Descrição: esporo médio, radiossimé- Dimensões: P = 25μm; Emaior = 34μm.
Descrição: esporo médio a grande, trico, heteropolar, aproximadamente Referências: Tryon e Tryon (1982); Rou-
radiossimétrico, heteropolar, triangular circular em vista polar, trilete, laesura bik e Moreno (1991).
de lados convexos em vista polar, trilete, irregular e inconspícua. Exospório com Dados ecológicos: Gleichenia possui
laesura com margem e com raios maio- projeções irregulares que apresentam distribuição pantropical, com algumas
res que 3/4 do raio do esporo. Exospório um padrão laminar parecido com as espécies extratropicais. A maior parte
rugulado. Presença de cíngulo hialino. columelas que ocorrem em grãos de das espécies vive em ambientes abertos,
Dimensões: E = 58-70μm; exospório polens de angiospermas. às vezes em margens de rios ou em ravi-
= 5-7,3μm. Dimensões: E = 27-33μm. nas, e frequentemente em solos estéreis
Referência: Lorscheitter et al. (1998). Referência: Colinvaux et al. (1999). (Tryon e Tryon, 1982).
Dados ecológicos: no Cerrado, esta Dados ecológicos: o gênero Selaginella
espécie é registrada no Campo Limpo, é amplamente distribuído na América Ordem CYATHEALES Frank. 1877
no Campo Úmido, no Campo Rupestre do Sul, desde a região tropical até a re- Família CYATHACEAE Kaulf.
e em brejos (Mendonça et al., 2008). gião central da Argentina. As espécies 1827
deste gênero são terrestres e vivem
Lycopodiella cernua (L.) Pic. Serm. 1968 em florestas sombreadas, próximas a Cyathea Sm. 1793
(Figuras 3I- 3J) drenagens ou quedas d’água, em bor- (Figuras 4D-4E)
das de estradas e em pastagens (Tryon
Descrição: esporo médio, radiossimé- e Tryon, 1982). S. asperula ocorre no Descrição: esporo médio, radiossimé-
trico, heteropolar, triangular de lados Cerrado, em matas e em regiões de trico, isopolar, triangular de vértices
convexos em vista polar, trilete. Exos- transição com a Amazônia (Mendonça arredondados em vista polar, trilete.
pório rugulado no polo distal e psilado et al., 2008). Exospório verrucado. Verrugas de ta-
no polo proximal. manhos variados.
Dimensões: E = 35-41μm; exospório Selaginella marginata (Humb. & Bonpl. Dimensões: E = 41-43μm; verrugas =
= 3,5-5μm. ex Willd.) Spring 1838 até 3μm.
Referências: Lorscheitter et al. (1998); (Figura 4B) Referências: Colinvaux et al. (1999);
Leonhardt e Lorscheitter (2007). Simabukuro (1991, 1995).
Dados ecológicos: no Cerrado, Lycopo- Descrição: esporo médio, radiossimétrico, Dados ecológicos: formas do gênero
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Cheilanthes Sw. 1806 Descrição: esporo médio a grande, bila- Podocarpus L’Heritier ex Pers. 1807
(Figura 5C) teralmente simétrico, heteropolar, elíptico (Figuras 6A-6D)
em vista polar e plano-convexo em vista
Descrição: esporo médio, radiossimé- equatorial, monolete. Exospório densa- Descrição: grão de pólen mônade, mé-
trico, heteropolar, triangular de lados mente verrucado. Verrugas de tamanhos dio a grande, bilateralmente simétrico,
convexos em vista polar, trilete, laesura variados. heteropolar, esferoidal a elipsoidal, bis-
com espessamento nas bordas dos raios. Dimensões: P = 38-42μm; Emaior = sacado, com sacos aéreos apresentando
Exospório psilado. 54-67μm; verrugas = 2,5-5μm. finas linhas irregulares, monoulcerado
Dimensões: E =28μm. Referência: Tryon e Tryon (1982). no polo distal.
Dados ecológicos: Polypodium é ampla- Dimensões: comprimento total =
Referências: Garcia (1997); Lorente
mente distribuído na América e está pre-
(2010). 32-70μm; altura total =33-60μm; P =
sente nas florestas pluvial baixa, nebulosa
Dados ecológicos: Cheilanthes é am- 25-40μm; Emaior = 39-70μm; Emenor
e montana, e também em matas semi-decí-
plamente distribuído, mas com a maior = 43-50μm; comprimento dos sacos =
duas, em florestas de galeria e em savanas.
parte das espécies concentrada nos Suas espécies crescem como epífitas ou 18-35μm; largura dos sacos = 26-45μm.
trópicos e subtrópicos semiáridos. Suas sobre rochas, solo e raízes decompostas Referências: Colinvaux et al. (1999);
espécies vivem em áreas abertas de (Tryon e Tryon, 1982). No Cerrado, ocor- Scherer e Lorscheitter (2008); Melhem
regiões semiáridas ou sujeitas a secas rem dezesseis espécies, em geral na Mata de et al. (2003).
sazonais, onde ocorrem em vertentes Galeria (Mendonça et al., 2008). Dados ecológicos: no Brasil, ocorrem
rochosas ou despenhadeiros (Tryon e nove espécies de Podocarpus, a maior
Tryon, 1982). No Cerrado, ocorre em GIMNOSPERMAS parte delas é típica da região amazô-
ambientes rupestres e em bordas de nica e duas extra-amazônicas (P. sellowii
matas (Mendonça et al., 2008). Ordem CONIFERALES e P. lambertii), que ocorrem nas florestas
Família PODOCARPACEAE Endl. do Sul e Sudeste (Souza e Lorenzi, 2008).
Família BLECHNACEAE Newman 1847 Mendonça et al. (2008) registraram no
1844
Tipo Blechnum L. 1753
(Figura 5D)
Cerrado a ocorrência das duas espé- (2008); Scherer e Lorscheitter (2009). Smilax L. 1753
cies citadas e também da espécie P. brasi- Dados ecológicos: Drimys brasiliensis é (Figuras 6L-6M)
liensis, na Mata de Galeria, na Mata Seca uma espécie arbórea adaptada a ambien-
e na transição Cerrado-Mata Atlântica. tes úmidos, que ocorre principalmente Descrição: grão de pólen mônade, pe-
em áreas alagadas e em florestas de alti- queno, radiossimétrico, apolar, âmbito
Grado Anita tude do sudeste e sul do Brasil (Souza e circular, esférico, inaperturado. Sexina
Lorenzi, 2008), sendo espécie comum no mais espessa que a nexina. Sexina com
Ordem CHLORANTHALES R. Br. 1835 domínio da Mata Atlântica (Puschiavo et pilas baixas e de seção circular, irregular-
Família CHLORANTHACEAE R. al., 2009). No Cerrado, ocorre na Mata mente distribuídas.
Br. ex Sims 1820 de Galeria, em veredas e no Campo Dimensões: D = 15-19μm; exina = 1μm.
Hedyosmum brasiliense Mart. Rupestre (Mendonça et al, 2008). Referências: Salgado-Labouriau (1973);
Ex Miq. 1852 (Figuras 6E-6G) Chen et al. (2006).
Ordem PIPERALES Bercht. & J. Dados ecológicos: no Brasil, o gêne-
Descrição: grão de pólen mônade, mé- Presl 1820 ro é representado por 31 espécies de
dio, radiossimétrico, heteropolar, âmbi- Família PIPERACEAE Giseke
lianas, frequentemente espinescentes,
to circular, esférico. A abertura corres- 1792
distribuídas em vários ecossistemas,
ponde a uma área apertural ramificada, principalmente na Mata Atlântica
semelhante a uma estrela de cinco a Peperomia Ruiz & Pav. 1794
(Souza e Lorenzi, 2008; Andreata,
sete pontas. Sexina mais espessa que a (Figuras 6J-6K)
2009). Mendonça et al. (2008) registra-
nexina. Sexina clavada, clavas densa-
ram vinte e oito espécies no Cerrado,
mente distribuídas. Descrição: grão de pólen mônade,
pequeno, bilateralmente simétrico, distribuídas em várias fitofisionomias
Dimensões: D = 32-39μm; exina =
heteropolar, âmbito circular, prola- (Cerrado stricto sensu, Campo Sujo,
2,2μm.
Referências: Barth e Barbosa (1975); to, monocolpado. A estratificação da Campo Rupestre, Mata de Galeria e
Colinvaux et al. (1999). exina não é visível. Exina areolada – Mata Seca).
Dados ecológicos: espécie arbustiva, ornamentação constituída de “ilhas”
endêmica do Brasil, que ocorre em salientes, de formas irregulares, sepa- Comelinídeas
áreas alagáveis de altitude nos estados radas por espaços deprimidos, estrei-
do Sudeste, Distrito Federal, Mato tos e cur vos (Salgado-Labouriau, Ordem ARECALES Bromhead 1840
Grosso, Paraná e Santa Catarina (Souza 1973). Família ARECACEAE Bercht. &
e Lorenzi, 2008; De Oliveira, 2009). Dimensões: E = 15μm; exina = 1,5μm. J. Presl 1820
No Cerrado, vive na Mata de Galeria Referências: Roubik e Moreno (1991);
Arecaceae
Inundável, em brejos e em veredas Evaldt et al. (2009).
Dados ecológicos: as Piperaceae são (Figuras 7A-7B)
(Mendonça et al., 2008).
amplamente distribuídas em regiões
tropicais e subtropicais (Judd et al., Descrição: grão de pólen mônade,
Magnolídeas
2009). Dos cinco gêneros da família, grande a muito grande, bilateralmente
três (Peperomia, Piper e Manekia) ocor- simétrico, heteropolar, âmbito elíptico,
Ordem CANELLALES Cronquist. 1957
rem no Brasil, nas florestas Atlântica oblato, monosulcado. Sexina mais espes-
Família WINTERACEAE R. Br. ex
e Amazônica (Monteiro e Guimarães, sa que a nexina. Sexina verrucada.
Lindl. 1830
2008). As espécies de Peperomia são Dimensões: P = 64μm; Emaior = 98-
Drimys brasiliensis Miers. 1858 ervas epífitas ou rupículas que ocor- 117μm; Emenor = 79-82μm; exina =
(Figuras 6H-6I) rem preferencialmente em locais úmi- 3μm. Referência: Bush e Weng (2006).
dos e sombreados, no interior de flo- Dados ecológicos: representada no
Descrição: tétrade, média, tetraédrica. restas ou em campos de altitude (Fi- Cerrado por Butia, Astrocaryum, Attalea,
Grãos de pólen médios, radiossimétri- gueiredo, 1997; Monteiro e Guima- Syagrus e Acrocomia (Mendonça et al.,
cos, heteropolares, de âmbito circular, rães, 2008; Judd et al., 2009). Mais de 2008). De acordo com Goodland e Ferri
oblatos, monoulcerados. Sexina muito quarenta espécies do gênero ocor- (1979), a maior parte das palmeiras do
mais espessa que a nexina. Sexina reti- rem no Cerrado (Mendonça et al., 2008). Cerrado são xeromórficas e de cresci-
culada, com malhas grandes que dimi- mento reduzido, e crescem no Campo
nuem em direção às aberturas. Monocotiledôneas Sujo e no Campo Cerrado. Mendonça
Dimensões: diâmetro da tétrade = 43μm; et al. (2008) ainda indicam a presença de
grão: P = 20μm; E = 30μm; exina = 3μm. Ordem LILIALES Perleb 1826 vários gêneros na Mata de Galeria e no
Referências: Leonhardt e Lorscheitter Família SMILACACEAE Vent. 1799 Cerradão.
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Descrição: grão de pólen mônade, mé- Figura 7. Grãos de pólen: A-B. Arecaceae (vista polar). C-D. Arecaceae: Mauritia
dio, radiossimétrico, heteropolar, âmbito flexuosa (C, vista polar; D, abertura e ornamentação). E. Arecaceae: Tipo Butia (vista
polar). F-G. Eriocaulaceae (F, vista equatorial; G, 1º plano). H-J. Xyridaceae: Xyris sp.
triangular de lados convexos, prolato a (H, vista equatorial; I-J, vista polar). K-L. Cyperaceae (vista equatorial). Escala= 10μm.
prolato-esferoidal (polo distal alargado Figure 7. Polle grains: A-B. Arecaceae (polar view). C-D: Arecaceae: Mauritia flexuosa
e polo proximal cônico). A abertura é (C, polar view; D, aperture and ornamentation). E. Arecaceae: Type Butia (polar view).
constituída por um poroide localizado F-G. Eriocaulaceae (F, equatorial view; G, foreground view). H-J. Xyridaceae: Xyris sp.
(H, equatorial view, I-J, polar view). K-L. Cyperaceae, equatorial view. Scale bar = 10μm.
no polo distal e/ou por sulcos irregula-
res na região equatorial. Sexina psilada
a escabrada.
Dimensões: P = 24-61μm; E = 20-31μm; te no Campo Sujo e no Campo Cerrado Descrição: grão de pólen mônade,
exina = 1μm. (Goodland e Ferri, 1979). É uma das pequeno a médio, radiossimétrico,
Referência: Salgado-Labouriau (1973). famílias mais abundantes e diversificadas heteropolar, âmbito circular, esférico,
Dados ecológicos: as ciperáceas são no estrato herbáceo das veredas (Oliveira, monoporado, com presença de ânulo.
plantas de hábito herbáceo e distribuição 2005; Araújo et al., 2002). Sexina da mesma espessura que a nexina.
cosmopolita, ocupando preferencialmen- Sexina psilada a granulada.
te locais encharcados (Judd et al., 2009). Família POACEAE Barnhart 1895 Dimensões: D = 25-42μm; exina =
São abundantes no Cerrado, especialmen- Poaceae (Figuras 8A-8C) 1-2μm; diâmetro do poro = 5-12μm.
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Referência: Salgado-Labouriau (1973). Dados ecológicos: gênero herbáceo, sustentando os muros do retículo.
Dados ecológicos: família impor- de distribuição cosmopolita, frequente- Dimensões: D = 16-18μm; exina = 3μm.
tante na vegetação do Cerrado, espe- mente encontrado como planta ruderal Referências: Salgado-Labouriau (1973);
cialmente no Campo Sujo e no Campo (Souza e Lorenzi, 2008). Colinvaux et al. (1999).
Cerrado (Goodland e Ferri, 1979). Dados ecológicos: no Brasil, ocorrem
Nas veredas, é um dos mais abundan- Tipo Gomphrena L. 1753 46 espécies do gênero, distribuídas
tes e diversificados componentes do (Figuras 8H-8J) principalmente em cerrados, campos
estrato herbáceo (Oliveira, 2005; Araújo rupestres, campos napeádicos e caatin-
et al., 2002). Descrição: grão de pólen mônade, gas (Siqueira, 1991). No Cerrado,
radiossimétrico, apolar, âmbito circular, ocorrem trinta e três espécies, herbá-
Eudicotiledôneas esférico, pantoporado. Sexina muito ceas ou subarbustivas, distribuídas em
mais espessa que a nexina. Sexina reti- praticamente todas as fitofisionomias
Ordem PROTEALES Juss. ex Bercht. culada de malhas grandes, hexagonais do bioma, especialmente no Cerrado
& J. Presl 1820 ou pentagonais, com um poro circular stricto sensu e nos campos (Mendonça
Família PROTEACEAE Juss. 1789 em cada lúmem. Columelas evidentes, et al., 2008).
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Descrição: grão de pólen mônade, que habitam, principalmente, o Cerrado Descrição: grão de pólen mônade, assi-
médio, assimétrico, apolar, âmbito stricto sensu, o Campo Sujo, o Campo métrico, apolar, âmbito circular, esférico,
circular, esférico, pantoaperturado: Limpo ou a Mata de Galeria (Mendonça porado (poucos poros, não muito visíveis
vários poros circulares e colpoides et al., 2008). por causa da ornamentação). Sexina com
muito curtos e finos. Sexina psilada. padrão ornado.
Nexina mais espessa que a sexina. O Tipo Tetrapterys Cav. 1790 Dimensões: D = 40-48μm; exina = 4-6μm.
Tipo Camarea difere do Tipo Heterop- (Figuras 10L e 11A-11C) Referência: Salgado-Labouriau (1973).
terys por apresentar exina mais grossa
e colpos finos.
Dimensões: 35-45μm; exina = 6μm.
Referência: Watanabe (1988).
Dados ecológicos: no Cerrado, as
espécies de Camarea são de hábito su-
barbustivo e ocorrem principalmente
no Campo Limpo, no Campo Sujo e no
Campo Rupestre (Mendonça et al., 2008).
Malpighiaceae indet.
(Figuras 11D-11E)
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ensis) ocorre no Cerrado stricto sensu, no bito triangular com ângulos salientes no mesolcópio, malhas grandes e irre-
Campo Sujo, e em brejos (Mendonça et e arredondados (presença de áspide), gulares, com muros curvos. Nas zonas
al., 2008). prolato-esferoidal a subprolato, tri- polares e orais a sexina é saliente e sem
colporado. Exina espessa, sexina mais retículo. Nas zonas orais, as saliências
Tipo Maprounea brasiliensis espessa que a nexina. Sexina reticulada são decorrentes da presença de áspides.
A. St.-Hil. 1828 - (Figuras 12D-12G)
Dimensões: P = 52-65μm; E = 45-46μm; Referência: Salgado-Labouriau (1973); Formas do gênero habitam praticamen-
exina (no mesocólpio) = 2,0-3,0μm; Silva (2009). te todas as fitofisionomias do Cerrado.
exina (saliências orais e polares) = 6μm. Dados ecológicos: treze espécies do
Referência: Salgado-Labouriau (1973). gênero ocorrem no Cerrado, em for- Família POLYGALACEAE Hoffman-
Dados ecológicos: C. brasiliense, o ma de arbustos ou árvores, presentes ns. & Link 1809
pequizeiro, é árvore semidecídua, ca- no Cerrado stricto sensu, no Cerradão e
racterística e nativa do Cerrado (Souza na Mata Seca (Mendonça et al., 2008). Polygala L. 1753
e Lorenzi, 2008), onde constitui uma Entre estas espécies, destaca-se S. (Figuras 13K-13L; 14A-14B)
das espécies arbóreas mais abundantes. adstringens, o barbatimão, uma das legu-
Ocorre no Cerradão e no Cerrado stricto minosas mais típicas do bioma (Souza Descrição: grão de pólen mônade,
sensu (Goodland e Ferri, 1979; Almeida e Lorenzi, 2008). médio, radiossimétrico, isopolar, âm-
et al., 1998; Faleiro, 2007; Mendonça et bito circular, subprolato a prolato,
al., 2008). Anadenanthera colubrina (Vell) policolporado. Os poros são grandes
Brenan. 1955 e unidos pelas extremidades. Exina
Ordem FABALES Bromhead 1838 (Figuras 13D-13F) psilada ou escabrada.
Família FABACEAE Lindl. 1836 Dimensões: P = 30-38μm; E = 20-29μm;
Bowdichia Kunth. 1824 Descrição: políade, média, radiossi- exina = 2μm.
(Figuras 13A-13B) métrica, de âmbito elíptico, composta Referências: Colinvaux et al. (1999);
por 12 ou 16 grãos de pólen. Grãos Salgado-Labouriau (1973).
Descrição: grão de pólen mônade, de pólen porados. Exina granulada a Dados ecológicos: a maioria das espé-
pequeno, radiossimétrico, isopolar, verrucada. cies de Polygala são plantas herbáceas de
âmbito triangular de lados convexos, Dimensões: Políade: Dmaior = 28- áreas abertas (Souza e Lorenzi, 2008).
oblato-esferoidal, tricolporado. Exina 39μm; Dmenor = 23-32μm. Cerca de noventa espécies foram des-
grossa no mesocólpio, afina na região Referências: Barth (1989); Caccavari critas no Cerrado, a maioria ervas ou su-
das aberturas; nas regiões mais espessas, (2002); Nascimento (2008); Gosling barbustos, presentes em formações cam-
a coloração é mais escura. Exina psilada. et al. (2009). pestres ou nas bordas da Mata de Galeria
Dimensões: E (em VP) = 23-36μm; exi- Dados ecológicos: A. colubrina é uma e da Mata Ciliar (Mendonça et al., 2008).
na (no mesocólpio) = 3,0-3,5μm. árvore considerada típica da Caatin-
Referência: Salgado-Labouriau (1973). ga (Silva, 2007). Ocorre também no Ordem ROSALES Bercht. & J. Presl
Dados ecológicos: A espécie B. virgilio- Cerrado, na Mata de Galeria, na Mata 1820
ides é uma das árvores mais importantes Seca e no Cerradão (Mendonça et al., Família CANNABACEAE Martinov
e mais amplamente distribuídas no Cer- 2008). 1820 (inclui Celtidaceae)
rado (Goodland e Ferri, 1979), apesar Tipo Senna Mill. 1754
de não ser localmente abundante, já que (Figuras 13G-13J) Cannabaceae
comporta poucos indivíduos por popu- (Figuras 14C-14D)
lação (Walter, 2006). Ocorre em várias Descrição: grão de pólen mônade,
fitofisionamias, como, por exemplo, na médio, radiossimétrico, isopolar, âmbi- Descrição: grão de pólen mônade,
Mata Ciliar, na Mata de Galeria, na Mata to circular, prolato, tricolporado com médio, radiossimétrico, isopolar, âmbito
Seca, no Cerradão, no Cerrado stricto colpos longos, apresentando constrição triangular de lados convexos, suboblato
sensu e no Campo Sujo. As Fabaceae são equatorial e poros lalongados. Sexina a oblato-esferoidal, triporado (ou tetra-
o elemento arbóreo mais representativo mais espessa que a nexina. Sexina porado), poros com ânulo. Exina psilada
do Cerrado (Goodland e Ferri, 1979; columelada e finamente reticulada ou a escabrada.
Faleiro, 2007). psilada. Dimensões: E = 22-27μm; P = 20-28μm;
Dimensões: P = 35-39μm; E = 26-33μm; exina = 1,5-2,0μm.
Stryphnodendron Mart. 1837 exina = 2μm. Referências: Punt e Malotaux (1984);
(Figura 13C) Referências: Salgado-Labouriau (1973) Barth (1989).
(correspondente ao Tipo Cassia); Silva Observação: a Família Cannabaceae, no
Descrição: políade, média, radiossimé- (2009). sentido de Judd et al. (2009), inclui os
trica, âmbito circular em vista frontal, Dados ecológicos: Senna é um gênero gêneros Celtis e Trema, anteriormente re-
elíptica em vista equatorial, com 16 abundante e diverso no Cerrado. Das lacionados à Família Ulmaceae, além dos
grãos de pólen. Grãos de pólen porados. trinta e sete espécies encontradas neste gêneros Humulus e Cannabis, entre outros.
Exina psilada. bioma, a maioria apresenta hábito ar- Dados ecológicos: dois gêneros, Celtis e
Dimensões: Políade: Dmaior =28μm; bustivo ou arbóreo, mas algumas são Trema, ocorrem no Brasil, com cerca de 15
Dmenor = 23μm, exina = 1μm. ervas ou lianas (Mendonça et al., 2008). espécies de hábito herbáceo, arbustivo ou
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representado por seis espécies arbóreas Dimensões: P = 29-40μm; E = 18-29μm; florestais (Cerradão, Mata Seca e Mata
que ocorrem na Mata de Galeria, na Mata exina = 1μm. Ciliar). Destacam-se os gêneros Anacar-
Ciliar e na transição do Cerrado com a Referência: Salgado-Labouriau (1973). dium e Astronium, com o maior número
Mata Atlântica (Mendonça et al., 2008). Dados ecológicos: Anacardiaceae de espécies, e Tapirira guianensis, uma das
possui distribuição tropical e subtropical espécies mais comuns no Brasil (Men-
Ordem SAPINDALES Juss. ex Bercht (Souza e Lorenzi, 2008). No Cerrado, donça et al., 2008; Souza e Lorenzi, 2008).
& J. Presl 1820 ocorrem nove gêneros arbóreos, pre-
Família MELIACEAE Juss. 1789 sentes principalmente em formações Família BURSERACEAE Kunth 1824
Anacardiaceae Tipo 1
(Figuras 16 I-16J)
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Commiphora leptophloeos (Mart.) Tipo Allophylus L. 1753 Referências: Colinvaux et al. (1999); Rull
J.B. Gillett 1980 (Figuras 17E-17F) (2003); Roubik e Moreno (1991).
(Figuras 17A-17C) Dados ecológicos: dezessete espécies
Descrição: grão de pólen mônade, ocorrem no Cerrado, quase todas com
Descrição: grão de pólen mônade, médio, radiossimétrico, isopolar, âm- hábito arbóreo. São, em geral, encon-
médio, radiossimétrico, isopolar, âmbito bito triangular de lados retos e ângulos tradas nas formações florestais, como
circular, oblato-esferoidal, tricolporado, arredondados (anguloaperturado), a Mata de Galeria, a Mata Ciliar, o Cer-
colpos médios e poros circulares. Sexi- oblato, triporado. Sexina e nexina são radão e a Mata Seca. Algumas espécies
na mais espessa que a nexina. Sexina da mesma espessura. Sexina finamente ocorrem também no Cerrado stricto sensu
retipilada. reticulada. e no Campo Sujo. A espécie P. ramiflora
Dimensões: P = 29μm; E = 31-33μm; Dimensões: E (em VP) = 25-35μm; pode ser encontrada em veredas (Men-
exina = 3μm. exina = 1,8μm. donça et al., 2008).
Referências: Aguilar-Sierra e Melhem Referência: Salgado-Labouriau (1973).
(1998); Bush e Weng (2006); Silva Dados ecológicos: oito espécies de Família PRIMULACEAE Batsch ex
(2007). Allophylus ocorrem no Cerrado. São Borkh. 1797 (inclui Myrsinaceae)
Dados ecológicos: C. leptophloeos, ou árvores que ocupam a Mata Ciliar, a Mata
imburana, é uma árvore que ocorre de Galeria, a Mata Seca, o Cerradão e o Myrsine L. 1753
principalmente no Nordeste do Brasil Cerrado stricto sensu (Mendonça et al., 2008). (Figuras 17K-17L; 18A)
e no extremo norte de Minas Gerais
e de Goiás (Carvalho, 2008). Na Caa- Clado das Asterídeas Descrição: grão de pólen mônade, pe-
tinga arbóreo-arbustiva, é uma espécie queno, radiossimétrico, isopolar, âmbito
pioneira, que constitui cerca de 90% do Ordem ERICALES Bercht. & J. Presl lobado, subprolato, tetracolpado com os
estrato arbóreo. É também encontrada 1820 colpos curtos. Sexina mais espessa que a
no Campo Rupestre em Minas Gerais Família SAPOTACEAE Juss. 1789 nexina. Sexina psilada.
e na Floresta Estacional Decidual, Dimensões: P = 20-26μm; E = 16-21μm;
no norte de Goiás. No Cerrado, C. Chrysophyllum L. 1753 exina = 1,2-1,5μm.
leptophloeos ocorre na Mata Seca e no (Figuras 17G-17H) Referências: Salgado-Labouriau (1973);
Campo Rupestre (Mendonça et al., Colinvaux et al. (1999).
2008). Silva (2007), Santos e Silva Descrição: grão de pólen mônade, Obser vação: de acordo com Judd
(2010) e Gomes e Silva (2010) consi- médio, radiossimétrico, isopolar, âmbito et al. (2009), a família Myrsinaceae,
deram o pólen de C. leptophloeos como circular, prolato, tricolporado. Exina juntamente com Theophrastaceae e
um dos indicadores da ocorrência de mais espessa nas regiões polares. Sexina Maesaceae, devem ser incluídas na
vegetação de Caatinga em estudos muito mais espessa que a nexina. Sexina família Primulaceae. Souza e Lorenzi
paleoecológicos. columelada e microrreticulada. (2008) assinalam que não há consenso
Dimensões: P = 25μm; E = 15μm; exina a respeito do nome do gênero Myrsine,
Dacryodes Vahl. 1810 (nos polos) = 3,5μm. que também recebe o nome de Rapanea.
(Figura 17D) Referências: Leonhardt e Lorscheitter Aqui é adotado o nome genérico Myr-
(2008); Macedo (2009). sine, sendo que este é o mais utilizado
Descrição: grão de pólen mônade, pe- Dados ecológicos: sete espécies de na lista de espécies do Cerrado de
queno, radiossimétrico, isopolar, âmbito Chrysophyllum ocorrem no Cerrado, com Mendonça et al. (2008).
triangular de lados convexos, subprolato, hábito arbóreo . Habitam a Mata de Ga- Dados ecológicos: Myrsine é o principal
tricolporado com poros retangulares. leria, a Mata Seca e regiões de transição gênero da família Primulaceae no Brasil
Sexina e nexina têm aproximadamente com a Amazônia (Mendonça et al., 2008). (Souza e Lorenzi, 2008). As espécies
a mesma espessura. Sexina psilada a apresentam hábito arbóreo ou arbustivo
escabrada. Pouteria Aubl. 1775 e são comuns nas florestas do Sudeste
Dimensões: P = 17μm; E = 14μm; exina (Figuras 17I-17J) (Souza e Lorenzi, 2008). No Cerrado,
= 1μm. estão presentes na Mata Ciliar, na Mata
Referências: Colinvaux et al. (1999); Descrição: grão de pólen mônade, de Galeria, na Mata Seca e nas veredas
Ferrazzo (2008). pequeno, radiossimétrico, isopolar, (Mendonça et al., 2008).
Dados ecológicos: Dacryodes apresenta âmbito circular, prolato, tricolporado
hábito arbóreo e ocorre em regiões tro- com poros circulares e costa nos colpos. Família THEACEAE Mirb. 1816
picais (Joly, 2002). Exina psilada.
Dimensões: P = 17μm; E = 12μm; exina Laplacea Kunth 1821
Família SAPINDACEAE Juss. 1789 = 1μm. (Figuras 18B-18C)
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Referências: Salgado-Labouriau (1973); Descrição: grão de pólen mônade, pe- espécies do gênero tiveram sua ocor-
Barth (1982); Raczka (2009). queno a médio, radiossimétrico, isopolar, rência relatada no Cerrado, ocupando
Dados ecológicos: as espécies nativas âmbito triangular de lados convexos, praticamente todas as fitofisionomias,
do gênero são plantas arbóreas, comuns oblato-esferoidal a prolato-esferoidal, florestais e campestres, e também locais
na Mata Atlântica e em matas do Cerra- tricolporado com colpos longos, poros antropizados (Mendonça et al., 2008).
do, especialmente nas regiões Sul e Su- lalongados de pontas arredondadas e Duas espécies se destacam na flora do
deste do Brasil (Souza e Lorenzi, 2008). presença de endocíngulo. Sexina e nexina Cerrado: S. lycocarpum e S. paniculatum
de espessura semelhante. Sexina psilada (Souza e Lorenzi, 2008).
Lamídeas (Euasterídeas I) ou perfurada.
Dimensões: P = 23-40μm; E = 18-40μm; Ordem GENTIANALES Juss. ex Ber-
Ordem SOLANALES Juss. ex Bercht exina = 1,5-2,5μm. cht. & J. Presl 1820
& J. Presl 1820 Referências: Salgado-Labouriau (1973); Família RUBIACEAE Juss. 1789
Família SOLANACEAE Juss. 1789 Silva (2009).
Dados ecológicos: Solanum possui, em Tipo Borreria G. Mey. 1818
Solanum L. 1753 geral, um porte arbustivo, ocasional- (Figuras 19A-19E)
(Figuras 18H-18I) mente arbóreo ou de liana. Ao todo, 61
Descrição: grão de pólen mônade, pe-
queno a médio, radiossimétrico, isopolar,
âmbito circular, oblato-esferoidal a esféri-
co, estefanocolporado (6 a 10 cólporos),
com os colpos curtos. Exina grossa,
sexina mais espessa que a nexina. Sexina
com columelas evidentes, reticulada.
Dimensões: P = 28-43μm; E = 21-38μm;
exina = 3-4μm.
Referências: Colinvaux et al. (1999);
Macedo (2009).
Observação: o Tipo Borreria inclui várias
espécies deste gênero, mas também de Sper-
macoce, muitas vezes considerado sinônimo
de Borreria e de outros gêneros da família.
Dados ecológicos: quarenta e cinco es-
pécies de Borreria estão presentes na flora
do Cerrado, como ervas ou subarbustos,
encontrados principalmente nas forma-
ções campestres (Campo Sujo, Campo
Limpo, Campo Úmido) e no Cerrado
stricto sensu. Várias espécies podem ser en-
contradas em veredas e algumas ocorrem
também na Mata de Galeria e na Mata
Ciliar (Mendonça et al., 2008).
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