Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROJETO DE PESQUISA
1
Montes Claros - MG
Janeiro - 2024
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 05
2. JUSTIFICATIVA 06
3. OBJETIVOS 07
4. MATERIAIS E MÉTODOS 07
4.4 Imunocitoquímica 09
5 CRONOGRAMA 10
6. ORÇAMENTO 12
6.3 Outros 14
7. FONTE DE RECURSOS 14
8. PRODUTOS ESPERADOS 14
9. REFERÊNCIAS 15
2
1. INTRODUÇÃO
Pertencente ao grupo das monocotiledôneas a família Arecaceae está entre as plantas
mais antigas do planeta, encontradas, principalmente, em regiões tropicais e
subtropicais (DRANSFIELD et al., 2008). A família possui cerca de 2.522 a 2.700
espécies distribuídas entre 240-252 gêneros (DRANSFIELD et al. 2008; LORENZI et
al. 2010).
3
germinação do grão de pólen e seu potencial germinativo (SANZOL e HERRERO
2001, DAFNI et al. 2005, FONSECA et al. 2015). Esses fatores estão associados com o
período de antese da flor (SCHOEN e ASHMAN 1995). A caracterização do período de
abertura das flores, em conjunto com a viabilidade polínica, fornece pistas importantes
das estratégias do sistema reprodutivo e do tipo de polinização. Além disso, contribuem
para interpretação das análises de fluxo gênico e em programas de melhoramento
genético de plantas (MARTINS et al. 1981; BOTTO, 1997).
Mauritia flexuosa (buriti) é uma palmeira dioica, de grande porte, que possui ampla
distribuição no território nacional, é uma espécie arbórea predominantemente na
fitofisionomia do cerrado. (Lorenzi et al. 2010). De acordo com Mendes et al. (2017),
há poucos dados disponíveis sobre a fenologia reprodutiva da espécie, embora a maioria
dos estudos tenha se concentrado em populações amazônicas. O estudo da biologia
floral em Arecaceae é dificultado pela altura das plantas, presença de espinhos no estipe
e folhas de algumas espécies, dioicismo, dicogamia e o curto período de floração (Storti
1993); sendo que os estudos são concentrados em espécies de interesse econômico
como a Tamareira (Phoenix dactylifera) (Salomón et al. 2021), o Coco-da-baía (Cocos
nucifera) (Guevara et al. 2008) e o dendê (Elaeis guineenses) (Tandon et al, 2001).
Dentre os trabalhos referentes à biologia reprodutiva de Arecaceae, os específicos para
M. flexuosa (Storti 1993; Abreu 2012; Gomes et al. 2013; Rosa e Koptur 2013; Reis et
al. 2006) são insuficientes.
2. JUSTIFICATIVA
As veredas são locais de alta diversidade biológica, funcionam como habitats de
diferentes espécies, importante para alimentação, reprodução e nidificação da fauna no
4
Cerrado (Matos et al. 2014), como o buriti é uma espécie chave dessa fitofisionomia
(Ribeiro e Walter 2008). Estudos demostram que a vegetação destes sistemas é
resultado da influência do gradiente nutricional, disponibilidade de água, condições de
solo e sazonalidade (Matos et al. 2014). Apesar de ocorrerem em ambientes protegidos
pela legislação ambiental, ações antrópicas nas veredas têm afetado as populações do
buriti, por meio da diminuição do número de indivíduos, provocado pelo desmatamento,
assoreamento e drenagem dessas áreas (Matos et al. 2014). Diante disso é importante
entender seu processo reprodutivo para subsidiar programas de conservação para
domesticação e melhoramento genético de M. flexuosa e a preservação do ambiente de
vereda (Guilherme et al. 2015).
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
5
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 ÁREA DE ESTUDO E MATERIAL DE COLETA
Serão avaliadas plantas adultas de Buriti, em fase reprodutiva. A área de coleta será a
vereda Almescla (15º22’50” S e 44º55’28” W), localizada na Área de Proteção
Ambiental do Rio Pandeiros (APA Rio Pandeiros), município de Bonito de Minas,
Minas Gerais. A APA do Rio Pandeiros foi criada pela Lei 11.901 em 01/09/1995 e
possui 393.060 ha, dividida em várias fitofisionomias vegetais, onde se destaca o
Cerrado sentido restrito, a mata seca (Floresta Estacional Decidual), as matas ciliares, as
veredas e as áreas de planícies alagáveis (Matos et al. 2014). O clima da região é o
tropical úmido (Aw), segundo classificação de Köppen, com estações seca e chuvosa
bem definidas.
A folha flecha será numerada como folha zero e, após emissão de outras folhas,
passará a ser denominada com números crescentes, mesmo após a emissão da espata na
sua axila e deiscência da espata (antese das flores). Todas as plantas coletadas terão uma
folha flecha identificada em relação à data em que começar a apresentar os folíolos
livres.
A identificação da folha flecha será feita em dois períodos: entre maio de 2024
(caracterizando uma época de clima mais seco e frio) e entre novembro de 2024
(caracterizando um período mais chuvoso e com temperaturas mais quentes),
totalizando a marcação de 52 folhas, uma por planta em cada período. Essas folhas
flechas serão acompanhadas, anotando a data em que se tornará folha número três, bem
como a data e o número da folha que apresentar na sua axila espata e inflorescências
expostas.
6
inflorescência e a colheita do cacho e o número que a folha flecha adquirir, após a
emissão da espata.
7
cinco lâminas contendo 100 grãos de pólen cada. A viabilidade polínica será
considerada quando a exina se apresentar intacta e com coloração escura e uniforme; a
inviabilidade será indicada pela ausência da coloração ou variação na morfologia. O
segundo teste será avaliar o percentual de germinação do grão de pólen em meio de
cultura composto por 10% de sacarose, 1% de ágar e 500 ppm de Boro. O meio de
cultura será colocado em placas de Petri e os grãos de pólen serão distribuídos sobre ele,
e incubados a 27 °C por 24 horas (Salomón-Torres et al. 2021). A germinação do pólen
será considerada quando comprimento do tubo polínico for maior que a sua largura. O
crescimento do tubo polínico será observado a cada 30 minutos.
8
Os testes do sistema reprodutivo serão realizados em oito indivíduos e
inflorescências; em cada inflorescência, cinco ráquilas serão manipuladas, uma para
cada teste. Serão realizados os testes (sensu KEARNS E INOUYE 1993): xenogamia
(ráquilas emasculadas, isoladas e flores polinizadas com grãos de pólen provenientes de
outros indivíduos); autopolinização manual (semelhante à xenogamia, exceto pelo uso
de grãos pólen provenientes da mesma planta, armazenados em geladeira a 4°C);
autopolinização espontânea (ráquilas isoladas da pré-antese das flores à frutificação ou
senescência); apomixia (ráquilas emasculadas e isoladas da pré-antese à frutificação ou
senescência); polinização aberta (ráquilas marcadas e deixadas expostas aos
polinizadores). Previamente à implementação dos experimentos, as flores pistiladas
serão quantificadas e as ráquilas serão isoladas com o uso de TNT. As polinizações
serão realizadas entre as 8 h e 9 h, no quarto dia de antese das flores femininas. Os
dados serão submetidos à análise de variância e as médias comparadas com o teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
5. ORÇAMENTO
5.1 Material Permanente
Discriminação Quant/Unid Valor Unit. Valor Total
9
Pipeta de vidro 5 mL 2 R$15,00 R$30,00
Pipeta de vidro 5 mL 2
Sub-Total: R$11.158,68
10
Lápis 2 R$1,00 R$2,00
Sub-Total: R$12.212,06
5.3 Outros
Discriminação Quant/Unid Valor Unit. Valor Total
Sub-Total: R$2.520,00
TOTAL:R$25.890,74
6. CRONOGRAMA
ATIVIDADES Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Revisão X X X X X
Bibliográfica
Apresentação do X
projeto
ATIVIDADES Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Selecionar X X X X X X X
11
indivíduos
pistilados e
estaminados de
Mauritia flexuosa
Observação da X X X X X X X
época de emissão
das folhas flechas
associadas aos
estádios
Qualificação X
ATIVIDADES
Teste da X X
receptividade do
estigma
Teste - X X X
armazenamento
de grãos de pólen/
sistema
reprodutivo
Tabulação de X X X
dados
ATIVIDADES Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Revisão X X
Bibliográfica
12
Redação da X X X X X X X X X
dissertação
Defesa da X
dissertação
7. REFERÊNCIAS
13
JONES L, SEYMOUR GB, KNOX JP. 1997. Localization of pectic galactan in tomato
cell walls using a monoclonal antibody specific to (1^4) -P-galactan. Plant Physiology
113: 1405-1412.
KARNOVSKY M.J. (1965) A formaldehyde-glutaraldehyde fixative of high osmolality
for use in electron microscopy. J Cell Biol, 27:137A–138A.
KNOX, J. P.; LINSTEAD, P. J.; KING, J.; COOPER, C. & ROBERTS, K. (1990).
Pectin Esterification is Spatially Regulated Both Within Cell Walls and Between
Developing Tissues of Root Apices. Planta, (181): 512- 521.
LERSTEN, N. R. (2004). Flowering Plant Embryology. Blackwell Publishing. Iowa,
USA, 212p.
LORENZI, H; NOBLICK, L; KAHN, F.; FERREIRA, E. Flora Brasileira: Arecaceae
(Palmeiras). 1ª ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2010, p. 384 p.
MANTOVANI, M., RUSCHEL A.R., REIS M.S., PUCHALSKI A., Nodari R.O.
(2003) Fenologia reprodutiva de espécies arbóreas em uma formação secundária da
Floresta Atlântica. Rev. Árvore, Viçosa, v. 27, n. 4, p. 451-458.
MCCARTNEY, L.; KNOX, J.P. (2002). Regulation of pectic polysaccharide domains
in relation to cell development and cell properties in the pea testa. Journal of
Experimental Botany, v.53, p.707-713.
MARTINS, R.C.; FILGUEIRAS, T.S. & ALBUQUERQUE, U.P. (2012) - Ethnobotany
of Mauritia flexuosa (Arecaceae) in a Maroon Community in Central Brazil. Econ. Bot.
66(1), pp.91-98.
MATOS F.S., NUNES Y.R.F., SILVA M.A.P., OLIVEIRA I.S. (2014) - variação
biométrica de diásporos de buriti (Mauritia flexuosa L.f. – Arecaceae) em veredas em
diferentes estágios de conservação. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 24, n. 4, p. 833-
842.
MELO G.F., MACHADO I.C. (1998) - Auto-incompatibilidade em Miconia cililiata
(L.C. Rich.) DC. (miconieae - melastomataceae). Acta boI. bras. 12(2): 113-120.
MELO W.A.; FREITAS C.G.; BACON C.D.; COLLEVATTI R.G. (2018) - The road to
evolutionary success: insights from the demographic history of an amazonian palm.
Heredity, [S.L.], v. 121, n. 2, p. 183-195.
MENDES, F. N.; VALENTE, R. M.; RêGO, M. M. C.; ESPOSITO, M. C. (2017) -
Reproductive phenology of Mauritia flexuosa L. (Arecaceae) in a coastal restinga
environment in northeastern Brazil. Brazilian Journal Of Biology, [S.L.], v. 77, n. 1, p.
29-37.
O’BRIEN T.P., FEDER N., MCCULLY M.E. (1964) Polychromatic staining of plant
cell walls by toluidine blue O. Protoplasma, 59:368–373.
14
O’BRIEN T.P., MCCYLLY M.E. (1981). The Study of Plant Structure: Principles and
Selected Methods. Termarcarphi PTY, Melbourne.
PAGLIARINI, M. S., POZZOBON, M. T. II. Curso de citogenética aplicada a recursos
genéticos vegetais. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia – DF. 2004.
PAIVA E.A.S., PINHO S.Z., OLIVEIRA D.M.T. (2011) Large plant samples: how to
process for GMA embedding? In: Chiarini-Garcia H, Melo RCN (eds) Light
microscopy: methods and protocols. Springer/Humana Press, New York, pp. 37–49.
PEARSE A.G.E. (1972) Histochemistry: theoretical and applied. Vol.2 3ª. ed (The
Williams & Wilkins Company: Baltimore).
PEÑALOZA, A.P.S. Caracterização de componentes biológicos da produção de
sementes de Arachis pintoi (Leguminosae). 1995. 82 f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia) – Universidade de Brasília, Brasília, 1995.
RADFORD A.E., DICKISON W.C., MASSEY J.R., BELL C.R. (1974). Vascular
Plant Systematics. (891p). New York: Harper & Row Publisher.
REIS, R.C.C., (2006). Palmeiras (Arecaceae) das restingas do Estado do Rio de Janeiro,
Brasil. Acta Botânica Brasílica, vol. 20, no. 3, pp. 501-512.
RIBEIRO J. F., WALTER, B. M. T. (2008) - As principais fitofisionomias do bioma
Cerrado. In: SANO, S. M. et al. (Ed.). Cerrado: ecologia e flora. Planaltina: Embrapa
Cerrado. v. 1. p. 151-212.
ROBARDS A.W. (1978) An introduction to techniques for scanning electron
microscopy of plant cells. In J. L. Hall [ed.], Electron Microscopy and Cytochemistry of
Plant Cells. Elsevier 343–403.
ROLAND A.M. (1978). General preparations and staining of thin sections. In: Hall JL
(ed)Electron microscopy and cytochemistry of plant cells. Elsevier, New York.
ROJAS R.J.T., RODRÍGUEZ M.A., CANUL-KU J., GUTIÉRREZ A.C.,
FERNÁNDEZ E.M., SÁNCHEZ D.V. (2015) - Viabilidad de polen, receptividad del
estigma y tipo de polinización en cinco especies Echeveria en condiciones de
invernadero Rev. Mex. Ciência. Agric. Texcoco, v. 6, n. 1 p. 111-123.
ROSA R.S.K., (2013). Influence of Habitat on the Reproductive Ecology of the
Amazonian Palm, Mauritia flexuosa, in Roraima, Brazil. FIU Electronic Theses and
Dissertations. 842.
SALOMÓN T., KRUEGER R., GARCÍA., V.J.P., VILLA A., R., ÂNGULO V.C.,
ORTIZ U.N., SOL U.J.A., SAMANIEGO S. La (2021): Date Palm Pollen: features,
production, extraction and pollination methods. Agronomy, [S.L.], v. 11, n. 3, p. 504.
SMALLWOOD M, MARTIN H, KNOX JP. (1995). An epitope of rice threonineand
hydroxyproline-rich glycoprotein is common to cell wall and hydrophobic plasma
membrane glycoproteins. Planta 196: 510-22.
15
SMALLWOOD M, YATES EA, WILLATS WGT, MARTIN H, KNOX JP. (1996)
Immunochemical comparison of membrane-associated and secreted arabinogalactan-
proteins in rice and carrot. Planta 198: 452-459.
SMITH M.M, MCCULLY M.E. (1978) A critical evaluation of the specificity of aniline
blue induced fluorescence. Protoplasma, 95: 229–254.
SOUZA L.M., BEZERRA J.B., QUEIROZ, W.L.V., TRUGILHO P.F., PROTÁSIO
T.P., SOUZA, T.M., BUFALINO, L. (2020) Comparação da qualidade dos tecidos do
pecíolo de buriti (Mauritia flexuosa L. f.) para combustão e carbonização. Ciência
Florestal, [S.L.], v. 30, n. 2, p. 516.
STORTI E.F. (1993) Biologia floral de Mauritia flexuosa, Lin. Fil, na região de
Manaus, AM, Brasil. Acta Agron 23:371–381.
VIDAL B.C. (1970) Dichroism in collagen bundles stained with Xylidine-Ponceau 2R.
Ann Histochim, 15:289–296.
WATSON M.L. (1958). Staining of Tissue Sections for Electron Microscopy with
Heavy Metals II. Application of Solutions Containing Lead and Barium. J. Biophysic.
And Biochem. Cxtol., 727–730.
ZEISLER, M. 1938. Über die abgrenzung der igentlichen narbenfläche mit hilf von
reaktionen. Beih. Bot Zentralbl., v. 58a, p. 308-318.
16