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O CORDÃO DE TRÊS
DOBRAS – LUCIANO
SUBIRÁ
 20/08/2018

A Bíblia diz em Eclesiastes 4.9-12 que “melhor é


serem dois do que um”, mas termina falando sobre
o cordão de três dobras e revelando que é melhor
serem três do que dois. Fica implícito que a conta
de uma terceira dobra no cordão está mostrando
que o “time” aumentou.

“Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão;

o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.”

(Eclesiastes 4.12)

Salomão aNrma que se alguém quiser prevalecer


contra um, os dois lhe resistirão. Isto mostra que
um cordão dobrado oferece maior resistência.
Porém, ao acrescentar-se uma terceira dobra, ele
Nca ainda mais resistente! Se há benefícios em ser
dois, há muito mais em ser três!

Como já aNrmamos, Salomão não fez esta


aNrmação direcionada exclusivamente ao
casamento; ele fala de relacionamento de um
modo geral. E, em qualquer relacionamento, a
terceira dobra poderia ser mais uma pessoa.
Porém, quando examinamos a revelação bíblica
acerca do casamento, descobrimos que, no modelo
divino, deve sempre haver a participação de uma
terceira parte. E isto não fala da presença de algum
Nlho e nem tampouco de um (abominável) triângulo
amoroso! Fala da participação do Senhor no
casamento.

A presença de Deus é a terceira dobra e deve ser


cultivada na vida do casal. Adão e Eva não Ncaram
sozinhos no Éden, Deus estava diariamente com
eles e, da mesma forma como idealizou com o
primeiro casal, Ele quer participar do nosso
casamento também!

Vemos esta questão do envolvimento de Deus na


união matrimonial sob três diferentes perspectivas:

1. Deus como parte do compromisso do casal;

2. Deus como fonte de intervenção na vida do casal;

3. Deus como modelo e referência para o casal.

UMA DUPLA ALIANÇA

Como já aNrmamos no primeiro capítulo, o


casamento é uma aliança que os cônjuges Nrmam
entre si e também com Deus. O Senhor, através do
profeta Malaquias, referiu-se ao casamento como
sendo uma aliança entre o homem e a sua mulher:

“Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher

da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua

companheira e a mulher da tua aliança”. (Malaquias 2.14)

A esposa foi chamada por Deus como “a mulher da


tua aliança”, o que deixa claro qual é o enfoque
bíblico do casamento. Esta aliança matrimonial não
é apenas uma aliança dos cônjuges entre si, mas
do casal com Deus. O matrimônio, portanto, é uma
dupla aliança. Malaquias diz que Deus se faz
presente testemunhando a aliança do casal. O
mesmo conceito também nos é apresentado no
livro de Provérbios:

“Para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia

com palavras, a qual deixa o amigo da sua mocidade e se

esquece da aliança do seu Deus”. (Provérbios 2.16,17)

Novamente as Escrituras condenam o abandono ao


cônjuge, pois neste texto, assim como em
Malaquias, a inNdelidade é abordada. Nesta
situação, é a mulher quem foi inNel ao amigo de
sua mocidade e é chamada de alguém que se
esqueceu da aliança do seu Deus. A palavra
“aliança”, neste versículo de Provérbios, fala não
apenas da aliança entre os cônjuges, mas da
aliança deles com Deus. Fala da obediência que
alguém deve prestar à Lei do Senhor e também se
refere ao matrimônio como uma aliança da qual
Deus quer participar.

No Antigo Testamento vemos Deus, por intermédio


de Moisés, seu servo, entregando a Israel dez
mandamentos que se destacavam de todos os
demais. Eles foram chamados de “as palavras da
aliança”:

“E, ali, esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites;

não comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas tábuas as

palavras da aliança, as dez palavras”. (Êxodo 34.28)

Um destes mandamentos mostra que preservar o


casamento não é apenas uma obrigação da aliança
contraída entre os cônjuges; é parte da aliança
Nrmada com o próprio Deus: “Não adulterarás” (Êx
20.14). As ordenanças do Senhor foram escritas
(incluindo a ordem de não adulterar) e o livro onde
foram registradas passou a ser chamado de “o livro
da aliança”:

“Moisés escreveu todas as palavras do Senhor… E tomou o livro

da aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o

Senhor faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele

sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da

aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas

palavras.” (Êxodo 24.4a,7,8)

Portanto, o casamento é uma dupla aliança; é uma


aliança dos cônjuges entre si, mas também é uma
aliança de ambos com Deus. Logo, o Senhor está
presente na aliança, no compromisso do
casamento. Esta é uma das formas em que Deus
pode ser a terceira dobra no relacionamento
conjugal.

EDIFICAR COM A BÊNÇÃO DE DEUS

Outra forma como Deus pode e quer participar no


casamento é podendo intervir, agir em nossas
vidas e relacionamento conjugal. Não temos a
capacidade de fazer este relacionamento funcionar
somente por nós mesmos; aliás, temos que admitir
nossa dependência de Deus para tudo, pois o
Senhor Jesus Cristo mesmo declarou: “sem mim
nada podeis fazer” (Jo 15.5). A Palavra de Deus nos
ensina que precisamos aprender a ediNcar com a
bênção de Deus, e não apenas com nossa própria
força e capacidade:

“Se o Senhor não edibcar a casa, em vão trabalham os que a

edibcam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a

sentinela.” (Salmo 127.1)

“EdiNcar a casa” é uma linguagem bíblica para a


construção do lar, não do prédio em que se mora.
Provérbios 14.1 declara que “A mulher sábia ediNca
a sua casa, mas a insensata, com as próprias
mãos, a derriba”. Isto não quer dizer que temos
uma mulher “pedreira” e outra “demolidora”, pois o
texto fala do ambiente do lar e não de um edifício
físico.

Há ingredientes importantes para ediNcação da


casa (Pv 24.3), mas o essencial é cultivar diária e
permanentemente a presença de Deus.

PARECIDOS COM DEUS

Uma outra maneira como Deus se torna parte em


nosso casamento é como modelo e referência para
nossas vidas. O Senhor é o padrão no qual
devemos nos espelhar!

“Sede, pois, imitadores de Deus, como blhos amados.” (Efésios

5.1)

O Novo Testamento revela com clareza que o plano


divino para cada um de nós é conformar-mo-nos
com a imagem do Senhor Jesus Cristo:

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os

predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a

bm de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”

(Romanos 8.29)

As Escrituras declaram que fomos “predestinados”


(destinados de ante-mão) para sermos conformes
à imagem de Jesus! Cristo é nosso referencial de
conduta; o apóstolo João declara que “aquele que
diz que permanece nele, esse deve também andar
assim como ele andou” (1 Jo 2.6). O apóstolo
Pedro aNrmou que devemos seguir os Seus passos,
o que signiNca: caminhar como Ele caminhou (1 Pe
2.21). A transformação que experimentamos na
vida cristã é progressiva (a Bíbia chama “de glória
em glória) e tem endereço certo: tornar-nos
semelhantes a Jesus (2 Co 3.18).

O Senhor Jesus atribuiu ao “coração duro” o grande


motivo da falência do matrimônio (Mt 19.8). As
promessas de Deus ao Seu povo no Antigo
Testamento eram de um transplante de coração (Ez
36.26); o Senhor disse que trocaria o coração de
pedra (duro, da natureza humana decaída) por um
coração de carne (maleável, com a natureza
divina). A nova natureza deve afetar nosso
casamento. Se Deus passar a ser o modelo ao qual
os cônjuges buscam se conformar, certamente se
aproximarão um do outro e viverão muito melhor!

Pense em dois cônjuges cristãos manifestando as


nove características do fruto do Espírito (Gl
5.22,23): “amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, Ndelidade, mansidão,
domínio próprio”. Se manifestarmos a natureza de
Deus, andaremos na plenitude do propósito divino
para os relacionamentos.

Cresci ouvindo meu pai dizer (e aplicar em relação


ao casamento) o seguinte: “Quando duas coisas se
parecem com uma terceira, forçosamente serão
iguais entre si”. Ele dizia que se o marido e a
mulher vão se tornando parecidos com Deus, então
eles Ncam mais parecidos um com o outro. No ano
de 1995, quando eu era ainda récem-casado, eu vi
num curso do “Casados Para Sempre”, ministrado
pelo Jessé e Sueli Oliveira (hoje presidentes
nacionais do MMI – Marriage Ministries
Internacional), uma ilustração interessante: um
triângulo que tinha na ponta de cima palavra “Deus”
e nas duas de baixo as palavras “marido” e
“esposa”. Nesta ilustração eles nos mostraram que
quanto mais o marido e a esposa subiam em
direção a Deus, mais próximos Ncavam um do
outro. Nunca mais eu a Kelly esquecemos este
exemplo.

Quero falar de apenas três (entre muitos) valores


que encontramos na pessoa de Deus e que
deveríamos reproduzir em nossas vidas.
Certamente muitos casamentos podem ser salvos
somente por praticar estes princípios: amar, ceder e
perdoar.

Amar

Se Deus será parte de nosso casamento como


modelo e referência, então temos que aprender a
andar em amor, uma vez que as Escrituras nos
revelam que Deus é amor (1 Jo 4.8). A revelação
bíblica de que Deus é amor não foi dada apenas
para que saibamos quem Deus é, mas para que nos
tornemos imitadores d’Ele:

“Sede, pois, imitadores de Deus, como blhos amados; e andai

em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si

mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma

suave.” (Efésios 5.1,2)

Há diferentes palavras usadas no original grego


(língua em que foram escritos os manuscritos do
Novo Testamento) para amor: “eros” (que retrata o
amor de expressão física, sexual), “storge” (que fala
de amor familiar), “Nleo” (que aponta para o amor
de irmão e/ou amigo), e “ágape” (que enfoca o
amor sacriNcial). Quando a Bíblia fala do amor de
Deus, usa a palavra “ágape”; este é o amor que
devemos manifestar! Ao escrever aos coríntios, o
apóstolo Paulo ensina como é a expressão deste
amor:

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não

se ufana, não se ensoberbece, não se conduz

inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se

exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a

injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê,

tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13.4-7)

Se imitarmos a Deus e manifestarmos este tipo de


amor, as coisas certamente serão bem diferentes
em nosso matrimônio!

Ceder

A grande maioria das brigas e discussões gira em


torno de quem está certo, de quem tem a razão.
Muitas vezes, não vale à pena ter a razão; há
momentos em que a melhor coisa é ceder, quer isto
seja agradável, quer não! Observe o que Jesus
Cristo nos ensinou a fazer:

“Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer

que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que

quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a

capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele

duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja

que lhe emprestes.” (Mateus 5.39-41)

Se seguirmos a Deus, como nosso modelo e


referencial, e aos seus princípios, o casamento tem
tudo para funcionar. O matrimônio não é um
desaNo por causa da pessoa com quem
convivemos, e sim porque este convívio suscita
nossa carnalidade e egoísmo e mostra quem nós
somos! A diNculdade não está no cônjuge e sim em
nossa inaptidão em ceder. Se amadurecermos
nesta área, nossa vida conjugal deNnitivamente
colherá os frutos.

Perdoar

Se imitarmos nosso modelo e referencial, que é


Deus, e perdoarmos como Ele perdoa – como um
ato de misericórdia e não de merecimento,
incondicional e sacriNcialmente – levaremos nosso
relacionamento a um profundo nível de cura,
restauração e intervenção divina. A instrução
bíblica é muito clara em relação a isto:

“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos,

perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo,

vos perdoou.” (Efésios 4.32)

Concluindo, sem Deus (presente, intervindo e como


nosso referencial) no casamento será impossível
viver a plenitude do propósito divino para o
matrimônio. Mesmo um casal que nunca se
divorcie, viverá toda sua vida conjugal aquém do
plano de Deus; por melhor que pareça sua relação
matrimonial aos olhos humanos, ainda estará
distante do que poderia e deveria viver.

––––––––––––––––––––

Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo


Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao
Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade
Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de
dois Nlhos: Israel e Lissa.

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