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“A ÁGUIA”

(superar as limitações impostas pelos outros e seguir a verdadeira natureza)

Esta é a história de uma pequena águia filhote que foi encontrada por um camponês, com a asa
partida, na floresta. Para salvá-la, ele a levou para a sua casa. Não tendo onde colocá-la, ele
juntou-a ás galinhas, num galinheiro, dando-lhe comida de galinha e cuidando dela como se fosse
uma delas. A águia curou-se, mas cresceu pensando que era uma galinha. Às vezes ela achava
estranho ser tão diferente: não cacarejava, o seu bico era grande e ela tinha garras imponentes.
Mesmo assim, ela permanecia ali, triste, percebendo que algo não estava certo, mas sem fazer
nada a respeito.

Até que um dia, um naturalista passou por aquelas paragens e, ao ver uma águia (ave de rapina)
criada como uma galinha, ficou chocado. Ele sabia que era necessário ajudá-la a descobrir sua
verdadeira natureza. Pediu permissão ao camponês para ensiná-la a voar e começou seu trabalho.

No primeiro dia, ele pegou na águia e segurou-a no seu braço, dizendo: "Tu não és uma galinha,
és a rainha dos pássaros, uma águia; bate as tuas asas e voa." A águia não entendeu nada. Nunca
tinha visto outra águia antes. Ela pulou para o chão e voltou para o poleiro.

No segundo dia, o naturalista, determinado a fazer a águia compreender, decidiu explicar mais
detalhadamente. Ele a levou até o topo do telhado e mostrou que ela podia voar dali, que suas
asas eram feitas para isso, muito maiores do que as de uma galinha. Ele destacou a diferença do
bico, do canto e das garras, explicando que eram adaptadas para alcançar o seu alimento quando
necessário. Bastava que ela batesse as asas e voasse. A águia começou a entender que era
diferente, pois assim se sentia, mas ainda não sabia como fazer isso. Assim, ela voltou ao poleiro
com toda essa nova compreensão sobre liberdade, asas, garras e sua posição como rainha dos
pássaros.

No terceiro dia, o naturalista percebeu que era uma questão de tempo e oportunidade. Então, ele
criou a oportunidade. Levou-a para o alto das montanhas, o território das águias, e mostrou-lhe
muitas outras águias a voar. Novamente disse: "Bate as asas e voa. As tuas asas foram feitas para
voar alto. Tu és a rainha dos pássaros."

A águia observou as outras e, de repente, num grito de liberdade, num grito de águia, ela voou
com as asas abertas. Diz a lenda que esta águia nunca mais se deixou prender pelas limitações
impostas pelas galinhas, pois foi com elas que ela aprendeu a ter os pés no chão, a colher os seus
próprios grãos de milho e, de vez em quando, a descansar no poleiro, mas agora sabendo que seu
verdadeiro lugar é nos céus.

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