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A DEMOCRACIA E SUAS FACETAS

Vinicius Felipe Sacardo Silvestre


Prof. Me. Rodrigo Pieroni Fernandes

Resumo: A democracia como doutrina política, modelo de estado e conceito no


que tange não somente a teoria política, mas também a filosofia, sociologia e
antropologia, faz-se presente desde a antiguidade com os pensadores
helênicos, evoluindo e adaptando-se com as peculiaridades de cada sociedade
a qual fora inserida.

Entretanto, com todo o desenrolar do desenvolvimento histórico e político que


a sociedade sofreu, ocorreram mudanças que influíram diretamente na visão
acerca do tema e, consequentemente, na centralização da visão sobre a
democracia sob o viés pós-moderno, privilegiando vertentes extremamente
específicas e enviesadas, decorrendo de influências de conceitos humanistas e
positivista que antagonizaram com o conceito vigente, esse ligado ao direito e
ordem natural.

Assim sendo, o presente ensaio tem por objetivo a abertura do escopo de


análise que a pós-modernidade tem limitado de forma arbitrária quase que una e
exclusivamente o regime democrático em liberal ou social-democrata,
ofuscando assim diversas outras bases e influências que partem de uma
premissa doutrinária e filosófica diferente da dicotomia vigente, efetuando uma
abordagem aprofundada destes conceitos.

Palavras-chave: Democracia, liberal, social-democrata, orgânica, corporativa,


cristã, jusnaturalismo, juspositivismo, teoria, política, história, antropologia,
constitucional.

DEMOCRACY AND ITS FACETS

Abstract: Democracy as a political doctrine, state model and concept regarding


not only political theory, but also philosophy, sociology and anthropology, has
been present since ancient times with Hellenic thinkers, evolving and adapting to
the peculiarities of each society to which it was inserted.

However, with all the historical and political development that society has
undergone, changes have occurred that directly influenced the view on the
subject and, consequently, the centralization of the view on democracy under a
postmodern bias, privileging extremely specific and biased aspects, resulting in
of influences from humanist and positivist concepts that antagonized the current
concept, which was linked to law and natural order.

Therefore, the present essay aims to open the scope of analysis that post-
modernity has almost arbitrarily limited exclusively to the liberal or social-
democratic democratic regime, thus overshadowing several other bases and
influences that come from a doctrinal and philosophical premise different from
the current dichotomy, providing an in-depth approach to these concepts.

Keywords: Democracy, liberal, social-democratic, organic, corporate, Christian,


jusnaturalism, juspositivism, theory, politics, history, anthropology, constitutional.

Vinicius Felipe Sacardo Silvestre do 3º ano do curso de Direito. silvestrevinicius2002@gmail.com


Prof. Me. Rodrigo Pieroni Fernandes
INTRODUÇÃO
O ser humano ao tomar a iniciativa de se organizar socialmente passou por
diversas transformações hierárquicas e estruturais, partindo de um ponto
Tribalista e extremamente segmentado em classes (homens caçadores,
mulheres coletoras ou incumbidas da educação dos infantes da tribo,
sacerdotes, entre outras) seguindo para um sistema de castas com os primeiros
impérios, todavia, com o estabelecimento das sociedades helênicas,
destacando-se principalmente Atenas (primeiro modelo robusto de regime
democrático estabelecido), foram formulados conceitos que comporiam um
modelo de regime para as democracias ocidentais modernas e pós-modernas
se espelharem.

Entretanto, o modelo de democracia ateniense e a versão platônica de


“republica” democrática em seu sentido puro comparada com as visões mais
modernas ainda detém um viés mais “aristocrático”, englobando conceitos de
legitimação da participação popular e estrutura organizacional que, apesar de
incompatíveis com as percepções contemporâneas de valores democráticos,
ainda assim foram base para as noções basilares de tal teoria política.

Tal conceito “bruto” foi dilapidado e remodelado por diversos fatos, podendo-se
citar tais elementos como o desenvolvimento histórico, os aspectos culturais de
cada nação que este regime seria implantado, o contexto sócio-político e a
tendência ideológica de cada recorte temporal, culminando assim em diversas
vertentes, modelos e doutrinas que contemplassem tal regime.

No século presente, a democracia como um todo vem enfrentando diversos


problemas e desafios, que vem desde problemas estruturais e até mesmo
facções políticas aparelhando o estado e utilizando-se da roupagem
“democrata” para legitimar seus ímpetos extremamente arbitrários e despóticos,
impondo um tabu de “conceito relativo de democracia” ou uma “eterna ameaça
antidemocrática” para impor suas ações.
1. O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO CONCEITO
1.1. DA FORMAÇÃO DAS PRIMEIRAS SOCIEDADES ATÉ AS SOCIEDADES
HELÊNICAS

O ser humano, ao iniciar o processo de transição de um modus operandi


nômade e sem uma organização definida para um tribalismo que detinha um
tecido social hierarquizado propiciou a estrutura necessária para o
estabelecimento das relações de poder, poder este determinante na
manifestação de um regime ou organização de estado.

Tais comunidades foram se desenvolvendo conjuntamente com seus


modelos civilizacionais e ferramentas tecnológicas, culminando na formação
das primeiras cidades através da formação de vínculos familiares entre as
antigas tribos (ou clãs), ocupando os espaços e hierarquizando
complexamente a estrutura social, tendo o desenvolvimento das relações
entre essas cidades, subjugando ou aliando-se umas às outras, dando assim
o passo determinante para a origem dos grandes impérios.

Enquanto no oriente eram predominantes as teocracias e aristocracias


(modelos de fato com maior incidência na antiguidade), dentro do meio
ocidental, mais especificamente nas sociedades helênicas, uma cidade-
estado desenvolveu uma metodologia de governo a parte de tal tendência,
influenciando a formulação de teorias e doutrinas políticas que reverberam
até o presente século, a democracia.

A democracia em Atenas não foi originada organicamente, foi uma


metodologia de regime instituída em 510 a.C. após o aristocrata Clistenes
através de uma revolta popular destituir o último tirano grego Hípias, que
anteriormente detinha poder hegemônico política e economicamente na
cidade.

O estabelecimento de fato do regime democrático ateniense se deu através


do conjunto de medidas conhecidas como “as reformas de Clístenes”, que
consistia na repaginação do sistema político ateniense, propondo a
reformulação das leis, a subdivisão da cidade em dez regiões administrativas
(polis) levando-se como critério de divisão o nível populacional, e não a renda
como esse dava nas quatro divisões administrativas anteriores, o
estabelecimento de dois conselhos, a Bulé e a Eclésia, na qual a Bulé era
formulada pelo corpo de cinquenta representantes de cada tribo (ou região
administrativa), e a Eclésia, conselho que detinha o intuito de formular e
discutir as leis, a qual era aberta para os cidadãos atenienses e que inclusive
os dava direito de voz para defenderem suas teses acerca do tema debatido,
onde a aprovação ou não da pauta se dava pelo voto direto manifestado pela
“contagem de mãos levantadas”.

Tal metodologia colocou em voga princípios essenciais para a formulação e


conceituação do termo “democracia”, tais como a igualdade perante a lei
(isonomia), igualdade de acesso aos cargos públicos (isomitia), igualdade
para falar nas Assembleias (isagoria), robustez constitucional, reformismo na
estrutura político-social visando uma maior contemplação do povo e o direito
de voto aos cidadãos atenienses (deve-se ressaltar que o conceito de
cidadania ateniense é extremamente diverso do conceito mais comum
atualmente, não contemplando o sufrágio universal como característica,
ficando recluso a homens maiores de idade, nascidos de pai e mãe
atenienses) sendo diretamente ligado com a democracia direta (não sendo a
mesma necessariamente vital para o conceito democrático, modificando-se
em sua manifestação ao longo do tempo).

Todavia, o sistema democrático ateniense começou a demonstrar vícios,


principalmente personificados na figura dos sofistas, cidadãos atenienses que
aprimoraram de forma extremamente profissional a arte da retórica e, em
função disso, vendiam-se para defender teses e causas alheias às suas
crenças em favor daqueles que lhes pudessem pagar, deturpando
completamente a harmonia do processo democrático. Em contraponto à tal
cenário caótico emergiu Sócrates, desenvolvendo o que eventualmente seria
o prelúdio do empirismo e método científico, a metodologia da dialética
socrática, que detinha por objetivo afastar as opiniões amplamente
influenciadas pelas paixões e vícios (doxa) e almejar o conhecimento em seu
estado mais puro possível (episteme).

Outra problemática da democracia ateniense (e que querendo ou não ainda


aflige muito o sistema democrático pós-moderno) intrinsecamente abordada
pelo filósofo Platão em seu livro “A república”, onde é apontada a tenuidade
entre
a busca incessante pela democrática liberdade e o estabelecimento de uma
tirania manifestada por oligarquias políticas que, usurpando da rasa
intelectualidade do consenso geral, estabelecem-se detentores máximos da
“democracia”, suplantando aqueles que são pelo seu próprio juízo taxados como
“antidemocráticos”. Da mesma forma, Platão demonstra o cenário ideal de
governo e também de tal forma o melhor remédio para os vícios democráticos,
sendo respectivamente o governo dos “reis filósofos” e aqueles iluminados pela
intelectualidade (baseada tal tese na teoria das almas) e, a extensão da
dignidade e sabedoria às classes mais baixas da hierarquia social, fomentando
a redução da violência, da animosidade social e da manipulabilidade popular
nas mãos dos oligarcas e sofistas.

1.2. ROMA: REPÚBLICA, IMPÉRIO E DECADÊNCIA


Em decorrência de disputas internas dentro das sociedades helênicas, a polis
ateniense perdeu a sua hegemonia para a aristocracia espartana, que
eventualmente com a predominância destas contendas foram subjugadas por
Tebas.

Todavia, surgira na península itálica uma civilização que marcaria política,


jurídica e militarmente a história do mundo, influenciando diretamente as bases
das civilizações ocidentais, o Império Romano (primeiro como monarquia, vindo
a ser república e morrendo como império de fato).

O legado romano em sua formatação republicana (pós-supressão do poder de


Tarquínio, o Soberbo) é inegável perante a grandeza das contribuições para o
corpo jurídico moderno, sendo mais relevante inclusive que o próprio conceito
ateniense de polis, conferindo robustez ao primeiro esboço de senso jurídico
que eventualmente regeria o direito moderno, a noção de dever e o quesito de
cidadania amplamente mais abrangente que a cidadania ateniense, estendendo-
se até mesmo aos povos por si subjugados, algo inconcebível para a concepção
democrática ateniense.

Na estrutura política os membros das assembleias populares eram eleitos


através do voto secreto, configurando-se a partir da delegação da
representação política que o cidadão concede a um candidato nos pleitos
eleitorais, e, eram conjuntamente efetuadas deliberações acerca de leis em
praça pública, havendo assim o estabelecimento de mecanismos para a
manifestação popular
(bem similares aos sistemas atenienses).

Apesar da representação popular garantida por esse conjunto de sistemas, é


inegável o caráter aristocrático da estrutura de poder em geral, sendo os
Cônsules nomeados e de certa forma “controlados” pelo Senado, este
composto por Patrícios que gozavam de cargos vitalícios e alto status quo.

A descentralização política adquirida pelo modelo republicano veio a ruir


após a crise política entre o Senado e a Assembleia popular, quando dois
expoentes desta propuseram uma reforma agrária com o intuito de diminuir o
valor do trigo, proposta a qual não foi bem recebida pelos senadores, sendo
os mesmos representantes populares pouco tempo depois assassinados.
Após estes acontecimentos, Júlio Cesar foi nomeado Consul juntamente com
Pompeu e, ao formarem aliança com Crasso instituíram o primeiro triunvirato.
Após a morte de Crasso e com a ausência de Júlio Cesar que se encontrava
na Gália, o Senado declarou Pompeu como único Cônsul galgando o ímpeto
de diminuir os poderes de Júlio César, ato o qual não fora bem recebida pelo
mesmo, que retaliou tal ultraje, culminando assim com uma guerra civil, a
centralização do poder e a instituição fática do império.

2.3.1. O MEDIEVO E A ORGANICIDADE DE SEUS NICHOS


DEMOCRÁTICOS
Com o declínio do Império Romano que, em decorrência de suas
instabilidades internas, fora sacramentado pelas invasões Germânicas, as
noções de política e sociedade vigentes foram suplantadas, substituindo-se o
modelo aristocrático vigente por um sistema extremamente descentralizado,
girando em torno de pequenos latifúndios (feudos) que exerciam como
atividade econômica a agricultura de subsistência.

A essência da democracia durante o medievo encontrava-se em dois


principais elementos que norteavam a vida e as relações sociais de nichos
diferentes da sociedade, porém, ambos vitais para a sobrevivência mutua,
sendo tais instituições as corporações de ofício e as relações de vassalagem
entre suserano e o suserano dos suseranos (rei).

Dentro do contexto medieval a administração se dava ou por um pequeno


senhor feudal que detinha o direito à posse da terra pela concessão da posse
por parte de um senhor feudal mais poderoso, isso em troca de juramento de
lealdade,incidindo em uma completa teia de alianças que estabelecia a
essência “democrática” na relação entre o suserano dos suseranos
personificado na figura do rei e nos suseranos mais poderosos que eram
aliados a ele (a exemplo dos Duques), sendo extremamente corriqueiro
ocorrer a convocação deste “conselho” para a deliberação de assuntos vitais
ao reino.

Le roi Louis - Choeur D'Chantérac

Le Roy Louis a Roy Louis convocou


convoqué Tous ses barons et Todos os seus barões e cavaleiros
chevaliers Le Roy Louis a Roy Louis perguntou
demandé Quem quer me seguir onde quer que eu vá?
Qui veut me suivre où que j'irai? Os mais ardentes subiram
Les plus ardents se sont dressés Juraram Fé, Fidelidade
Ont juré Foi, Fidélité O mais cauteloso adivinhou
Les plus prudents ont deviné Onde o rei queria levá-los
Où le Roy voulait les mener Assim falou o Duque de Baume
Ainsi parla le Duc de Baume Eu vou lutar pelo reino
Je combattrai pour le royaume Le Roy diz a ele que não é o suficiente
Le Roy lui dit c'est point assez Defenderemos o cristianismo
Nous défendrons la Chrétienté Assim falou o Senhor de Estienne
Ainsi parla Seigneur Eu defendo a terra cristã
d'Estienne Je défends la terre Mas eu não quero sair
chrétienne Mais je ne veux Espalhe a morte sobre o mar
pas m'en aller Semer la mort Ah, disse o Roy, nosso domínio
dessus la mer Ah, dit le Roy, Estende-se até à costa africana
notre domaine S'étend sur la Para o deserto mais distante
rive africaine Jusqu'au désert le Esta é a nossa fortaleza, e dinheiro de
plus avant C'est notre fief, et sangue
prix du sang S'en est allé le Foi-se o Roy Louis
Roy Louis Os mais fiéis o seguiram
Les plus fidèles l'ont Eles foram longe, muito longe
suivi S'en sont allés bien loin, Para conquistar a fortaleza divina
bien loin Pour conquérir le fief

Nesta canção é retratada a ocasião em


que São Luis IX da França reúne seus
duques para deliberarem acerca do início da
incursão francesa na sétima cruzada.

Tal sistema de deliberação não se restringia em deliberações de temas


administrativos ou de guerra para com o reino, manifestando-se também em
algumas outras situações, podendo-se tomar por exemplo, a escolha da
sucessão ao trono, como era no caso do Sacro Império Romano-Germânico
ao qual os príncipes se reuniam para decidirem quem seria o novo indicado a
se apossar da coroa, culminando, a exemplo, no caso em que Dom Carlos
de Habsburgo (Carlos I da Espanha) foi coroado como Carlos V do Sacro-
império.

Dentro do escopo populacional, as corporações de ofício desempenhavam o


papel mais uniforme durante toda a idade média, sendo a implementação de
uma espécie de “pré-sindicalismo” onde, para se trabalhar nos ofícios era
necessária a filiação ao órgão, aos quais as lideranças eram eleitas pelo voto
direto e as mesmas fomentavam uma rede de garantias, seguranças e até
mesmo a capacitação técnica de seus membros, tendo quase que uma
estrutura propriamente que estatal.

Tal organização social veio a se modernizar com o passar dos séculos,


tendo eventos marcantes que deram os primeiros passos para a instauração
de sistemas democráticos em sua essência, como em 1188 em que as cortes
de Leão e Castela instauraram o que seria o primeiro parlamento moderno
europeu (consoante os parâmetros da Unesco), a formulação em 1215 da
Magna carta que foi o documento que traria a base das noções jurídicas de
um arcabouço normativo-constitucional e, até mesmo a própria estrutura do
Império Espanhol no apogeu de sua organicidade, onde os Fueros exerciam
papel determinante na regionalização e estruturação de poder.

Foi também neste período que Santo Tomas de Aquino, ao analisar as


formas de governo abordadas por Platão, estruturou a ideia de que a melhor
forma de governo é aquela que busque o equilíbrio, extraindo as qualidades
tanto da monarquia quanto da aristocracia e democracia, onde o poder
supremo está repartido pela comunidade e pelo rei, mantendo assim a
harmonia dentro da comunidade e propiciando que a natureza individualista e
impura do homem contamine o menos possível a estrutura do poder do
estado.

2.4. A RENASCENÇA E A MODERNIDADE: O ANTROPROCENTRISMO


PERANTE O TEOCENTRISMO E O DILEMA DA FUNÇÃO DOGMÁTICA

A concepção de organização e funcionamento de estado impetrada até o


findar da idade média, a qual consistia na descentralização política e o
norteamento das relações sociais ao prumo do direito natural, seria
enfraquecida pelo surgimento das correntes renascentistas, correntes estas
que ostentavam como valores basilares para o pensamento filosófico e
político humano o antropocentrismo, encarnado na deposição de Deus como
pedra basilar, na elevação do Homem como a “medida de todas as coisas”, no
racionalismo, no cientificismo, no individualismo reinante nas relações político-
pessoais e no classicismo, levando como modelo a influência Greco-Romana
para sua linha de pensamento.

Um dos pensadores que mais se destacou neste período foi Nicolau


Maquiavel, no qual através da sua obra “O príncipe” sintetizaria o “arcabouço”
da centralização política e o poder pragmático em detrimento ao moralismo,
fundamentando profundamente o despotismo esclarecido e influenciando o
pragmatismo das democracias mais factíveis e atuais.

Com a ascensão definitiva do Iluminismo e o advento da revolução francesa,


a modernidade trouxe consigo conceitos quase que antagônicos, formulando-
se pela teoria e trabalho acadêmico de Jean Jacques Rousseau e John
Locke, embasando profundamente os conceitos de democracia, estado e
doutrina.

Rousseau através de sua obra “Do contrato social” postula a democracia


como a única forma legitima de se governar, detendo como base fundamental
a “soberania popular”, ao qual por meio deste fundamento é emanado o poder
do estado, norteando assim mediante tal “contrato social” as decisões
políticas e liberdades individuais.

John Locke, por sua parte, ressaltava o consensualismo dos governados


para legitimar a ação do monarca (ou do governante), sendo tal concessão a
base para o regime democrático, tornando-se de tal modo o mais adequado
para a sociedade ao qual a democracia seria implantada, sempre prezando
pelas liberdades individuais e a propriedade privada que, caso sejam
desrespeitados, legitimariam a rebelião do povo em relação para com o
governo.

Todavia, um dos maiores impactos dentro do meandro doutrinário


democrático ocorreu no período entreguerras, onde a promulgação da
constituição da República de Weimar estabeleceria e encorparia a social-
democracia como metodologia de administração de estado nos anos
posteriores, juntamente com a democracia liberal, conciliando os institutos e
metodologias da democracia liberal com o Estado de bem-estar social, muito
presente no Socialismo Prussiano de Otto Von Bismarck.

Vale ressaltar que do período entreguerras preponderaram propostas acerca


de elementos ligados a descentralização feudalista e aspectos corporativistas
baseados nas antigas corporações de ofício, se fazendo presentes
principalmente nas sociedades latinas, sendo elas a democracia orgânica-
corporativista.

2. O CONCEITO DE DEMOCRACIA
É factual que o conceito de democracia foi modificando-se conforme o
passar dos séculos e do desenvolvimento histórico-cientifico, emoldurando-se
em função da cultura e do Ethos de cada civilização, todavia, tal regime
independentemente da vertente a qual o mesmo se encaixa comunga de um
fim último comum, ser um instrumento de representação da vontade e
soberania popular.

De forma genérica, pode-se definir a democracia como um sistema político


ao qual os membros são (politicamente) iguais mutuamente, sendo
coletivamente soberanos e possuindo todas as capacidades, recursos e
instituições necessários para autogovernar-se, onde tal definição manifesta-se
plenamente na etimologia da própria palavra “democracia”, na sua versão
original grega “δημοκρατία” (dēmokratía) que detém como significado
"governo do povo", tendo a sua origem a partir dos termos “δῆμος” (demos)
que traduzido do grego tem como significado "povo" e “κράτος” (kratos), que
se traduzindo do grego tem por significado "poder", datando-se tal
terminologia do século V a.C.

Tal forma de representatividade deu-se de diversas maneiras, abrangendo


desde sindicatos e corporações de ofício (ou de classe), partidos políticos e
até mesmo a persona do povo in loco agindo de forma direta no processo
político, sendo tal metodologia de representatividade responsável diretamente
pela forma a qual a democracia se estrutura, variando entre a forma direta,
indireta (representativa) ou semidireta.

3. FORMAS DE DEMOCRACIA
3.1. A DEMOCRACIA DIRETA
A democracia direta teve sua predominância em Atenas antiga por diversos
fatores, sendo tais fatores diretamente ligados ao modelo estrutural de tal
Polis,
na qual a vida do cidadão facilmente se confundia com suas relações de
interação e dependência do estado, decorrendo do conceito de cidadania pouco
abrangente, somado ao ócio que os “cidadãos” exerciam amparados pelo
escravagismo corrente e a absoluta igualdade que aqueles que participavam do
jogo político detinham no que tange à voz e poder de voto.

Tais características que a democracia direta contempla dentro do campo


dogmático (isonomia, isomitia e isagoria) são imprescindíveis para a existência
de um regime democrático republicano (no caso de uma monarquia a isomitia
não se aplicaria aos cargos e postulações da realeza, contemplada
principalmente na esfera administrativa).

Em contrapartida, à democracia direta que, querendo ou não, detém relevante


delimitação no que tange à funcionalidade, restringindo-se via-de-regra em
pequenas regiões se comparada as dimensões de uma nação. Adveio a
democracia indireta como solução para as problemáticas que o estado nação
impõem, contemplando um conjunto de instrumentos e arcabouços jurídicos que
a fornece de fato uma robustez dogmática funcional.

3.2. A DEMOCRACIA INDIRETA


A democracia indireta difere-se da democracia direta ateniense em diversos
pontos basilares e fundamentais, tais como o sufrágio universal da cidadania e
uma abrangência praticamente universal de igual forma, detendo critérios muito
específicos para cercear alguém de participar do jogo político de forma direta
(candidatando-se) ou indireta (votando em candidatos), a existência de partidos
políticos que exercem (ou deveriam exercer) a função de aglutinar pessoas que
detém pensamentos, ideologias e/ou interesses em comum, a observância e
implementação da separação dos poderes (executivo, legislativo e judiciário)
juntamente com suas respectivas competências, a limitação das prerrogativas e
forças de cada poder (utilizando para tal de sistemas de “pesos” e
“contrapesos”), a preservação do estado de direito e garantias fundamentais, a
delegação da representatividade do eleitor para o candidato e a periodicidade
do mandato dos representantes, legitimando este arcabouço jurídico na
“vontade popular”.
Mesmo com toda a complexidade e funcionalidade sistemática que a
democracia indireta detém, ainda assim haveriam de se levantarem duras
críticas e questionamentos, pontos estes que denotam quão viciável tal sistema
pode ser, sendo Rosseau um dos figurantes mais preponderantes, apontando
que na democracia indireta o homem somente se encontra “livre” nos
esporádicos momentos que se faz eleitor, estando o restante do jogo político à
mercê dos interesses e desmandos de oligarquias partidárias e políticas.

3.3. A DEMOCRACIA SEMI-DIRETA


Ainda haveria um terceiro tipo de democracia que traria importantes princípios
que influiriam diretamente no conceito democrático, a democracia semi-direta.
Na democracia semi-direta o povo não é alienado politicamente de forma
absoluta pelo sistema de representação política, também detendo o direito de
decisão, e de legislar, detendo o mesmo peso jurídico deste ato como qualquer
outro implementado pelo executivo ou legislativo.

Modificando alguns institutos da democracia direta e trazendo-os para um


contexto moderno, surgiram o referendum (votação pelo povo de matéria já
formulada, variando também na forma de plebiscito, votação de apontamentos
para matéria que ainda será formulada) e a iniciativa popular, institutos estes
que surgem com objetivo de dar voz ao povo e verdadeiramente legitimar a
vontade social, tanto em esfera federal quanto em regional (estadual, provincial
ou municipal).

Entretanto, tais institutos não se demonstraram eficientes da forma que


deveriam ao se levar em conta seu objetivo fundamental, sendo diversas vezes
simplesmente não utilizado ou até mesmo ignorado, como foi o caso do
estatuto do desarmamento no Brasil em que o mesmo fora totalmente
rechaçado pela população no ano de 2005 via referendo, mas tramitou
normalmente no parlamento e veio inclusive a ser aprovado, sendo assim uma
clara violação aos principios da democracia-direta.

Outro elemento muito importante da democracia semi-direta são os partidos


políticos, por serem as instituições mais próximas de possibilitarem a
expressão da vontade da população, quase que sendo no campo prático a
tentativa de se aproximar do ideal da democracia direta, reunindo a população
e deliberando de forma interna as questões, sendo o resultado de tais
deliberações levadas ao
congresso por seus representantes eleitos. Atualmente tais instituições vem
ganhando cada vez mais força, até mesmo conseguindo muitas vezes
suplantar a voz das massas, agindo em favor de seus interesses particulares,
fazendo com que não seja exagero afirmar que há a existência de uma “proto-
partidocracia”.

4. REQUISITOS PARA A EXISTÊNCIA DE UM REGIME DEMOCRÁTICO


É fato pacificado que a democracia não é algo concreto que poderia se
enquadrar como ideologia ou algo neste sentido, em decorrência da sua
adaptabilidade ao meio social a qual a mesma se insere, emoldurando-se
conforme os aspectos culturais e do próprio Ethos civilizacional de determinada
comunidade, sendo a alcunha e tipificação de “metodologia” como a mais
adequada.

Como toda metodologia, a democracia exige uma série de fatores e requisitos


para existir plena e funcionalmente, fatores estes que vêm sendo
completamente relativizados e deturpados, sendo a palavra “democracia”
facilmente taxada como uma das mais desgastadas pelo relativismo político,
juntamente com os termos “nazismo”, “fascismo”, “comunismo” e “neo-liberal”.

Para efeitos de estudo, podemos tomar por fundamentos basilares para a


implementação factível da democracia como método de governo as fontes da
democracia direta grega (isonomia, isomitia e isagora), destrinchando tais
pilares e adaptando-os aos contextos da realidade contemporânea.

No que trata a isonomia, dentro de seu contexto grego, a mesma se tratava


de igualdade perante a lei. Todavia, em um cenário contemporâneo a
igualdade de todos se estende além do campo jurídico, abrangendo todos os
meandros sociais, repelindo a diferença de tratamento entre os cidadãos, tão
pouco benesses arbitrárias e ilegítimas.

Dentro do ramo jurídico vale-se destacar que a isonomia está diretamente


ligada à segurança jurídica, a robustez judicial, legislativa e constitucional,
sendo tal princípio essencial para que o indivíduo seja tratado com igualdade
perante a justiça, perante os direitos e deveres para com o estado e sobretudo
perante a sociedade.
Já a Isomitia, no cenário grego, buscava-se abolir a estrutura oligárquica que
era vigente na estrutura do estado, fazendo com que somente pela honradez,
méritos e aclamação do povo alguém pudesse ascender a grandes postulações.

Trazendo para o contexto moderno a Isomitia que, apesar de estar


intrinsecamente correlacionada com a Isonomia, ampara profundamente a
mobilidade social, fazendo com que mesmo uma pessoa pertencente a classe
mais fragilizada socialmente possa postular a grandes postos nos mais diversos
campos do estado e da sociedade, carregando em si a noção de igualdade
profunda entre todos os cidadãos, respeitando-se as individualidades e os
direitos do próximo, munindo-se profundamente da meritocracia.

Já a Isagoria, mesmo com a profunda importância da isonomia, faz-se o


instituto mais perceptível e fundamental ao cidadão médio, tornando-se de
natureza primordial para a garantia de um regime democrático.

Na Grécia antiga tal instituto estava ligado ao direito absoluto à fala, a força da
voz de qualquer pessoa no meandro dos debates públicos e da própria
conjuntura estatal ateniense, dando por si só o sentido puro do termo
“democracia direta” e a sua factual implementação, na prática.

Trazendo-se tal conceito para a contemporaneidade, a Isagoria manifesta-se e


liga-se à liberdade de expressão, à própria possibilidade de exercer-se os
direitos políticos, a liberdade de imprensa e a prerrogativa de debater sem temor
quaisquer tipos de tema, principalmente os de relevantíssimo teor social e a
liberdade para associar-se.

São diversos fatores e ações que arregimentam os diversos elementos que


compõem a existência da Isagoria em, sendo a liberdade de pensar, manifestar,
contestar e implementar, sem o temor de quaisquer sanções arbitrárias, vazias
de qualquer prerrogativa ou embasamento jurídico.

5. VERTENTES DO MODELO DEMOCRÁTICO


Vislumbrando-se todo o desenvolvimento histórico da democracia e as mais
diversas influências que tal metodologia sofrera em função de sua
implementação, ocorrerá uma diversificação em diversas vertentes que alteram
diretamente a estrutura de estado e as relações jurídicas de governo.
Tais vertentes dentro do cenário contemporâneo podem ser subdivididas em
três principais ramos, sendo eles a democracia liberal, a social-democracia e a
democracia orgânica-corporativista.

5.1. DEMOCRACIA LIBERAL


A democracia liberal por si só carrega intrinsecamente o teor da democracia
representativa, acrescentando-se os valores basilares contratualistas
abarrotados de iluminismo, prezando pela liberdade e individualização
maximizada do indivíduo, não o enxergando como parte corpórea do estado-
nação, mas sim um pequeno componente quase que autônomo agregado a um
conjunto de diversos outros componentes.

A separação clara dos poderes (por norma tripartite, sendo executivo,


legislativo e judiciário) e a convivência harmoniosa entre os mesmos
juntamente com a preservação do estado de direito, a garantia das liberdades
individuais e a legitimação do poder via eleições formulam os pilares
fundamentais da democracia liberal.

Essa vertente de democracia historicamente é alvo de diversas críticas,


principalmente em decorrência da artificialidade da representação popular que
os partidos sustentam, representando os anseios populares no momento do
voto e nada mais, agindo em função de interesses particulares após os pleitos,
incluindo no rol de críticas também seu positivismo-normativo nas áreas
jurídicas, constitucionais, legislativas e políticas, propiciando diversas
arbitrariedades e desmandos em função da manipulação da letra da lei. Tal
questão problemática torna-se extremamente difícil de resolver-se ao
compasso de que se fazem necessários delimitações da força dos poderes e,
estando-se o sistema viciado, quase inviabilizaria o retorno à harmonia e
equilíbrio cívico- estatal.

“Não se justifica a opinião de que, enquanto o


poder for conferido pelos processos
democráticos, ele não poderá ser arbitrário. O
contraste sugerido por essa afirmação é
completamente falso: não é a fonte do poder,
mas a sua limitação, que o impede de ser
arbitrário”.
FRIEDRICH HAYEC, “O Caminho para a
servidão”.

5.2. SOCIAL-DEMOCRACIA
A social-democracia como corrente política detém como primazia a junção dos
princípios liberais no que tange à organização de estado e suas relações
jurídico- constitucionais conjuntamente com princípios de promoção de justiça
social e igualdade, tanto no que tange ao indivíduo quanto às oportunidades,
sendo amplamente conhecida no ramo da ciência política como uma releitura do
socialismo ao modus operandi da democracia, ou até mesmo como socialismo
democrático propriamente dito.

Diferentemente da democracia liberal, a social-democracia carrega


implicitamente em si toda uma visão de estado característica, sendo de uma
estrutura relativamente “grande” e fazendo com que o ente estatal esteja
intervindo continuamente na vida e relações interpessoais, financeiras e jurídicas
da nação, sustentando uma gama de mecanismos de segurança e
“compensações” sociais ao passo de que coexiste com as instituições liberais-
democráticas, alicerçando-se nas mesmas.

Mesmo com um estado relativamente grande, a social-democracia sustenta


como regime econômico uma economia mista, mantendo tanto o setor público
como o privado atuantes, visando de modo geral uma relação “equilibrada” e
“harmoniosa” entre o estado e a sociedade.

De fato, uma das experiências de social-democracia mais emblemáticas da


história foi a constituição da república de Weimar (que grande parte se deve ao
pensamento e participação de Max Weber) e, apesar de não ter conseguido
sucesso significativo naquela experiência, é inegável que influenciara e muito os
modelos contemporâneos amplamente implementados.

5.3. DEMOCRACIA ORGÂNICA-CORPORATIVISTA


Apesar de seu princípio basilar (centralização política somada a
descentralização administrativa) “surgir” anteriormente às vertentes “clássicas”
(sob a perspectiva contemporânea) de democracias, advindo desde o medievo,
tal vertente voltou a ter grande adesão com os regimes corporativos do século
XX, valendo-se destacar que as vertentes mais fidedignas ao conceito original
de democracia orgânica-corporativa foram aquelas influenciadas pelo
integralismo lusitano, sendo as outras vertentes próximas a tal conceito, porém
variando em forma e aplicação em função da cultura, Ethos e desenvolvimento
histórico do local ao qual era aplicada.

O embasamento de seu principal pilar se dava pelo preceito principiológico de


“Diferenciação na Unidade”, ao qual se visava preservar as características
individuais de cada comunidade e individuo ao compasso em que era mantida
uma unidade sob o prisma do Estado-nação, juntamente com a sustentação do
“princípio da autoridade” tendo o fim de hierarquizar e organizar a sociedade
amparada por tal vertente, manifestando-se em matéria de organização estatal
no “municipalismo”, somando-se a proposta de até mesmo efetuar a dissociação
do poder político do poder administrativo.

“Centralizar a administração do país com uma


política irrestritamente unitarista seria o passo
mais avançado para a decomposição do nosso
bloco nacional”

ALBERTO COTRIM NETO


No que tange a garantia dos direitos e liberdades individuais, a democracia
orgânica-corporativa os defende piamente, todavia priorizando o interesse
público e a defesa da sociedade como um todo em relação à arbitrariedade
unicamente individualista do indivíduo, levando em conta a qualidade da
Pessoa e suas expressões no Tempo e no Espaço (grupos naturais),
conjuntamente com seus respectivos impactos sociais.

Uma pauta importantíssima a ser abordada é a relação desta modulação de


democracia com os partidos políticos, os quais a priori se tem um repúdio a tais
instituições partidárias, partindo do pressuposto que as mesmas agem em
função de interesses particulares, muitas das vezes sendo até mesmo
interesses apátridas, preferindo contrapor o partidarismo em benefício da
utilização de entidades de classe ou corporações de ofício como meio de
representação do interesse popular, por haver a compreensão que estes tipos
de associações estariam mais próximas do dia-a-dia da população e da mesma
em si. Todavia, com o passar dos anos e a adaptação da democracia
orgânica-corporativa a
evolução dos processos históricos, fora aceito por grande parte o partidarismo,
com as suas devidas ressalvas e adaptações para evitar eventuais
“partidocracias”, não lhes atribuindo a classificação de instituição primordial e
monopolizadora da representação popular.

“Cheguei à conclusão de que os partidos


políticos são também grupos naturais e que,
por conseguinte, devem ter a sua
representação como atualmente se verifica.
Mas, o que sempre afirmei e continuo a afirmar,
é que a Nação não é verdadeiramente
representada através dos órgãos vitais que a
compõem.”

PLÍNIO SALGADO.
Em um aspecto geral, a democracia orgânica-corporativista liga-se quase que
umbilicalmente com os princípios do Direito Natural, presando o equilíbrio, o
estado necessário, a harmonia social conjuntamente com o amparo das classes
mais desfavorecidas, a preservação moral e cultural de sua comunidade e
sobretudo o bem comum, aglutinando tais objetivos pela defesa da soberania e
desenvolvimento nacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É inegável que a influência que a democracia como metodologia de regime
político exerceu ao longo da história transcende os séculos, passando desde as
formas mais primitivas e simples de democracia até mesmo os grandiosos
sistemas e “organismos” jurídico-constitucionais modernos munidos de
complexidade.

Mesmo com todas as suas diferentes formas de implementação e expressão


da democracia, ainda prevalece uma base solidificada nos pressupostos que
são extremamente fundamentados pela isagoria, isomitia e isonomia.

O conhecimento de todos os meandros, facetas e características acerca da


democracia por parte de todos se faz vital pelo travamento de quaisquer
arbitrariedades jurídicas, político-partidárias, ou qualquer outro ardil impetrado
pelos oligarcas e neo-sofistas que tentam manchar tal ideal.
BIBLIOGRAFIA
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