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FIEL- FACULDADES INTEGRADAS EINSTEIN DE LIMEIRA

GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

BRUNO FAGGIAN DE FARIAS

OS IMPACTOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA VIDA DE IDOSOS COMO


COMBATENTE A DOENÇAS PROVENIENTES DA IDADE

LIMEIRA, SP
2024
BRUNO FAGGIAN DE FARIAS

OS IMPACTOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA VIDA DE IDOSOS COMO


COMBATENTE A DOENÇAS PROVENIENTES DA IDADE

Monografia apresentada às Faculdades


Integradas Einstein de Limeira - FIEL,
como exigência parcial, para obtenção do
grau de Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Daniel Sakabe

LIMEIRA, SP
2024
FIEL- FACULDADES INTEGRADAS EINSTEIN DE LIMEIRA

TERMO DE APROVAÇÃO

OS IMPACTOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA VIDA DE IDOSOS COMO


COMBATENTE A DOENÇAS PROVENIENTES DA IDADE

Bruno Faggian de Farias

Orientador: Prof. Dr. Daniel Sakabe


Banca Examinadora: Professor
Professora

Data de aprovação: ____/____/____


Aos meus pais, pelo incentivo e a
oportunidade que me deram para a realização
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS

Quero expressar meu reconhecimento a todos que, de alguma forma, ajudaram na execução
deste trabalho, cada um representando uma peça importante na minha vida:

Aos meus pais pelo esforço e incentivo dado à minha formação pessoal e profissional;

Ao professor orientador Francisco Germano Hortal por sua competência como profissional,
pelo constante incentivo na minha vida profissional e incentivo na realização deste
trabalho;

À Dra. Victoria Judith Isaac pelo estímulo, sugestões e valiosas críticas durante a realização
deste trabalho;

Á amiga Ioná Rodrigues, pela amizade constante, incentivo e pela ajuda na coleta e
organização preliminar dos dados;

Ao colega Claudemir Oliveira da Silva pela paciência e orientação com os softwares;

Aos meus professores pela minha formação profissional;

A todos os colegas de trabalho e funcionários da FIEL que de alguma forma contribuíram


direta ou indiretamente para a realização deste trabalho;

E, acima de tudo, agradeço a Deus que permitiu que conseguisse finalizar meu trabalho,
fazendo que um dos objetivos de vida fosse concretizado.
Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.
Todos nós sabemos alguma coisa.
Todos nós ignoramos alguma coisa.
Por isso aprendemos sempre.

Paulo Freire
RESUMO

Este estudo consistirá em apontar alguns subsídios aos docentes que buscam uma reflexão
sobre suas práticas pedagógicas, bem como sugerir possibilidades de modificá-las, visando
uma melhoria na qualidade de leitura e da escrita no Ensino Fundamental, com um olhar
voltado para o Letramento. Essa perspectiva de trabalho tem como objetivo preparar os
alunos para a utilização da leitura e da escrita como elementos fundamentais de inserção
social. Para abordar o fenômeno apontado, o autor adotou uma análise empírica, fundada na
pesquisa qualitativa, centrada no Estudo de Caso. O problema que gerou tal estudo e a
partir do qual nasceu o objeto da pesquisa se deu pelas observações em uma turma do
primeiro ano do ensino básico, em uma escola da periferia de Limeira, no decorrer de um
ano letivo. Na primeira parte deste texto, é descrito o local e os protagonistas da pesquisa,
assim como as práticas pedagógicas da professora responsável pela turma investigada.
Ainda nesse estudo, o autor discute algumas definições de Letramento, com o intuito de
apontar suas contribuições para as mudanças das práticas pedagógicas. Na parte final desse
estudo, são apresentadas as atividades de leitura e de escrita desenvolvidas a partir dessa
nova concepção denominada Letramento. Pelo desenvolvimento dessa pesquisa, chegou-se
à conclusão que a concepção de Letramento é uma importante alternativa de trabalho para o
ensino de leitura e de escrita nas escolas, porque possibilita a melhoria de qualidade e, mais
importante que isso, pode trazer contribuições para a efetiva inserção social do aluno-
aprendente.

Palavras-chave: Práticas pedagógicas. Letramento. Atividades de leitura e escrita.


LISTA DE ABREVIATURAS

a.C. = antes de Cristo

ºC = graus Celsius

Cia = Companhia

CFN = Camadas de Fibras Nervosas

cm = centímetro

d. C. = depois de Cristo

DMS = Desvio Mínimo Significativo

g = grama

h = hora
RELAÇÃO DE SIGLAS

ABE – Associação Brasileira de Educadores

ANDES – Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior

ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação

ANFOPE – Associação Nacional de Formação dos Profissionais da Educação

AIB – Ação Integralista Brasileira

ANI – Ação Integradora Nacional

CNE – Conselho Nacional de Educação

LDB – Lei de Diretrizes e Bases

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

PNE – Plano Nacional de Educação


MEC – Ministério da Educação, Cultura e Desportos

UNE – União Nacional dos Estudantes

UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11

2 ENSINO SUPERIOR NO MUNICÍPIO DE LIMEIRA ........................................... 21


2.1 Economia e sociedade ............................................................................................. 29
2.2 Educação .................................................................................................................. 36
2.2 Ensino superior na FIEL ........................................................................................ 47
2.2.1 Alunos ...................................................................................................................... 47
2.2.2 Professores ............................................................................................................... 59

3 CURSO DE PEDAGOGIA ......................................................................................... 71


3.1 Universidades públicas – antecedentes históricos .................................................. 71
3.2 Universidades particulares – a pedagogia por Lei 9394/96 ................................... 92

4 PEDAGOGIA NA FIEL .............................................................................................. 103


4.1 Ciências da educação ................................................................................................. 103
4.2 Grade curricular ........................................................................................................ 113
4.3 Formação do corpo docente ...................................................................................... 124
4.4 Perfil do alunado ......................................................................................................... 133

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 150

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 180


1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como primazia apresentar os impactos da prática de


atividade física na fase idosa, colocando em pauta também pontos importantes das doenças
e condições fisiológicas advindas da idade avançada e mostrar como pode-se evitar as
mesmas.
Sabe-se que está havendo um envelhecimento populacional em grande parte do
globo, com isso o contexto da política social teve uma mudança em relação ao
desenvolvimento de programas que se voltaram à saúde da população em processo de
envelhecimento, para que esse mesmo acontecesse de forma mais ativa e saudável.
A prática regular de atividade física emerge como um pilar fundamental para o
envelhecimento com o bem-estar preservado, pois gera influência de maneira abrangente na
capacidade funcional dos idosos. Este aspecto vai muito além do simples vigor físico, pois
reflete diretamente nas habilidades físicas e na independência para realizar as atividades da
vida diária (AVDs). Como Gomes Júnior et al. (2015) destacam, essa prática também está
relacionada à melhoria na interação social e tem implicações positivas no âmbito da saúde
mental.
O sedentarismo representa uma ameaça significativa à saúde da população idosa,
aumentando consideravelmente o risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis
(Agostini et al., 2018). Entre alguns dos motivos que geram essa inatividade física estão a
fragilidade, o medo de quedas e a falta de estímulos por parte da família, comunidade ou
profissionais de saúde, conforme relatado por Camboim et al. (2017). Para mitigar o risco
de patologias como diabetes tipo 2, neoplasias, doenças cardíacas, depressão e ansiedade,
por exemplo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma prática regular de
pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana
(OMS, 2020). Portanto, promover a atividade física entre os idosos deve ser uma
prioridade, pois desempenha um papel fundamental no envelhecimento saudável
(Scoralick-Lempke et al., 2018).
Cerri e Simões (2007) identificaram que, nos Estados Unidos, a preocupação em
manter-se saudável era o principal motivo para os idosos aderirem à hidroginástica,
enquanto no Brasil, a orientação médica desempenhava um papel mais proeminente. Essas
diferenças motivacionais estão diretamente relacionadas ao nível de escolaridade e à falta
de programas públicos eficazes para estimular a atividade física no Brasil.
A temática se tornou interessante pelo fato de que, em uma conversa com um
empresário de uma certa academia da cidade de Limeira, foi apresentada a informação de
que a maior parte da população brasileira ainda não pratica nenhum tipo de atividade física,
e com o aumento da expectativa de vida, a população idosa vem crescendo cada vez mais,
junto a isso algumas patologias (como: a osteoporose, a síndrome da sarcopenia, entre
outras.) tem se apresentado cada vez mais frequentes.
Também se mostrou interessante pelo fato de eu conviver com o público da terceira
idade, seja no meu trabalho, na faculdade ou na família, e através das minhas vivências com
essas pessoas, foi possível observar que aqueles que não tiveram contato com exercício
físico ao longo da vida, tem uma condição física mais fragilizada podendo se tornar em
doenças físicas como as citadas anteriormente, e acredito que essa situação necessita de
uma atenção especial para possibilitar uma melhor qualidade de vida para esse público.
Estudos, como o de Capodaglio, 2018 e o de Maciel, 2010, entre tantos outros,
apontam a movimentação corporal sendo como um dos fatores que ajudam no tratamento,
ou até mesmo na prevenção de certas condições, e com esse tipo de pesquisa e formação
dos profissionais da área, acredito que os mesmos possam melhorar a abordagem de
pessoas com tais condições, e assim conscientizar a população sobre os benefícios e as
prevenções que a atividade física pode trazer, e que em um período de médio-longo prazo o
número de idosos que possuem uma dessas patologias que afetam a estrutura física diminua
drasticamente.

1.1 Problema de pesquisa


O problema norteador do trabalho é: Quais são os benefícios que a prática de
atividade física gera na saúde de idosos que apresentam doenças físicas provenientes da
idade?

1.2 Objetivos
- compreender como a atividade física ajuda na prevenção de doenças físicas
advindas do envelhecimento;
- estudar os impactos que a movimentação corporal promove na vida de idosos que
apresentam essas doenças;
- desenvolver uma conclusão para auxiliar os profissionais da área;

1.3 Metodologia
A metodologia utilizada neste trabalho será a pesquisa descritiva bibliográfica.
2 ATIVIDADE FÍSICA COMO FATOR PREVENTIVO

Definindo-se de forma precisa, a atividade física compreende qualquer movimento


corporal gerado pela contração muscular, resultando em um aumento do gasto energético
em estoque (Caspersen et al., 1985).
Doenças crônicas não transmissíveis, tais como as relacionadas ao sistema
cardiovascular, incluindo seus fatores metabólicos de risco como diabetes, pressão arterial
elevada e distúrbios lipídicos, juntamente com a perda de capacidade funcional, constituem
importantes causas de morbidade e mortalidade em adultos e idosos (Barreto, 2005).
Em um estudo inovador (Morris et al., 1953 apud Barreto, 2005), foi analisada a
prevalência de Doença Arterial Coronariana (DAC) entre carteiros e funcionários de
escritório do serviço postal de Londres. Os resultados revelaram que atividades
ocupacionais que demandavam maior gasto energético estavam correlacionadas com uma
redução na taxa de mortalidade por Doenças Cardiovasculares (DCV), sendo assim vemos
que, a prática de atividade física pode desempenhar um papel crucial na promoção da saúde
em diferentes níveis: primário, secundário e terciário. No entanto, embora muitos dos
mecanismos biológicos responsáveis pela redução da morbimortalidade relacionada a
doenças não transmissíveis e pela melhoria da capacidade funcional através do exercício
ainda não sejam completamente compreendidos, aqueles já identificados evidenciam
claramente a ligação entre atividade física e promoção/recuperação da saúde (U.S. DHHS,
2007).
2.1 Exercício físico e aptidão física
O exercício físico representa um subtipo específico de atividade física, caracterizado
por uma prática intencional, estruturada e repetida ao longo do tempo, realizada com a
finalidade de aprimorar ou manter o bem-estar físico (ACSM, 2014 apud Arruda, 2021).
A aptidão física engloba um conjunto de características individuais e está
intrinsecamente ligada à saúde (Caspersen et al., 1985). Componentes como o
condicionamento cardiorrespiratório, a força muscular, o equilíbrio, a flexibilidade e a
potência são exemplos de elementos das capacidades físicas que podem ser aprimorados
por meio da prática regular de exercício físico (Bangsbo et al., 2019 apud Arruda, 2021).

2.2 Exercício físico resistido e de resistência


O exercício físico pode ser categorizado de algumas maneiras, dependendo do tipo
de atividade realizada, sendo duas delas os exercícios de resistência aeróbia e resistidos.
Os exercícios de resistência aeróbica, envolvem, o uso da via oxidativa de energia e
trazem benefícios para a saúde, um desses benefícios seria na função cardiorvascular
(Garatechea et al., 2015). Após a prática de exercícios aeróbicos, observa-se uma redução
na PA devido à vasodilatação, por conta do aumento no débito cardíaco. Esse fenômeno é
conhecido como vasodilatação pós-exercício sustentada e ocorre principalmente nos vasos
sanguíneos do músculo que foi trabalhado durante a sessão. A resposta é mediada pela
liberação de histamina (um vasodilatador local), que é responsável por cerca de 80% desse
processo, juntamente com a resposta barorreflexa (Romero et al., 2017).
Os exercícios resistidos implicam movimentos contra uma resistência externa,
resultando em melhorias na qualidade e massa muscular, além de ganho de força.
(Garatachea et al., 2015). A hipotensão pós-exercício induzida pelo exercício de resistência
é causada pela vasodilatação central, resultante da diminuição do débito cardíaco. As
respostas ao débito cardíaco são mediadas pelas alterações na atividade simpática cardíaca,
como variações no tônus vagal e na inibição da atividade barorreflexa. Em relação à
capacidade de condução de sangue dos vasos, sua diminuição é influenciada pelas
variações nos mecanismos que dilatam os vasos do músculo em atividade (Romero et al.,
2017).
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/46632/pdf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4340807/
exercício físico e envelhecimento google academico

**Abordar as metodologias de treinamento


**Falar sobre a diferença entre atividade física e exercício físico e falar como isso
faz diferença no processo de prevenção da deterioração do corpo

3 RELAÇÃO ENTRE O IDOSO, O ENVELHECIMENTO E A ATIVIDADE FÍSICA

Segundo os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS),


considera-se idoso todo indivíduo com 60 anos de idade ou mais. Essa definição também
encontra respaldo na Política Nacional do Idoso, promulgada pela lei federal 8.842 em
1994, e no Estatuto do Idoso, datado de 2003 (lei 10.741). A intenção primordial desses
dispositivos legais é salvaguardar os direitos sociais dos idosos, abrangendo áreas como
saúde, assistência social, esporte, entre outros. Busca-se, assim, criar condições que
propiciem a autonomia, integração e participação efetiva dos idosos na sociedade.
Assim como fala Maciel (2010), o número de idosos está subindo em todo o globo,
despertando a atenção da comunidade acadêmica para a condução de pesquisas, e do Estado
na formulação de políticas públicas externas para o envelhecimento saudável. Preservar a
funcionalidade dos idosos é um elemento chave para melhorar a qualidade de vida desse
grupo. Nesse contexto, a prática de atividades físicas surge como um meio crucial para
atingir esse propósito, sendo recomendada ao longo de toda a vida.
Na faixa etária específica dos idosos, é essencial enfatizar o desenvolvimento de
algumas capacidades motoras em particular, como a capacidade aeróbica, a flexibilidade, o
equilíbrio, a resistência e a força muscular, ajustando-se as individualidades biológicas de
cada um, para proporcionar uma variedade de benefícios específicos à saúde
biopsicossocial do idoso e trabalhar a inclusão de todos os indivíduos idosos que possuem
mais dificuldade em determinadas habilidades. Compreender mais profundamente os
fatores associados às práticas de atividades físicas torna-se necessário para a elaboração de
estratégias específicas de intervenção que promovam a adesão dessa população a essas
atividades (Maciel, 2010).

3.1 Envelhecimento
O envelhecimento não deve ser encarado como uma condição patológica. Trata-se
de uma fase da vida com atributos e princípios distintos, durante a qual ocorrem alterações
no corpo humano, tanto em termos de estrutura física quanto de processos metabólicos,
equilíbrio bioquímico, resposta imunológica, estado nutricional, funcionamento orgânico,
capacidades intelectuais e aspectos emocionais (Ferrari, 1975).
O envelhecimento causa alterações estruturais e funcionais na maioria dos sistemas
fisiológicos (Roberts et al., 2017), e é por isso que ter uma boa saúde na terceira idade é
algo necessário para os indivíduos em si. A participação na atividade física regular
desempenha um papel crucial na preservação da capacidade funcional, e adotar um estilo de
vida ativo ao longo do processo de envelhecimento está associado a uma redução na
incidência de comprometimento cognitivo. Diversos estudos indicam que aproximadamente
17,7% dos casos da doença de Alzheimer podem ser prevenidos por meio da prática
consistente de atividade física ao longo da vida (Falck et al., 2017 apud Arruda, 2021).
Assim, é essencial investir em estratégias que promovam a atividade física durante o
envelhecimento, uma vez que sua prática regular exerça uma influência tanto positiva na
capacidade do indivíduo de realizar as atividades cotidianas quanto na preservação da
função cognitiva (Roberts et al., 2017; Menai et al., 2017).

3.2 Envelhecimento saudável


O envelhecimento saudável, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS, 2023), representa um processo contínuo de aprimoramento da capacidade funcional
e de busca por oportunidades que visem manter e aprimorar a saúde física e mental. Pessoas
idosas que gozam de boa saúde e autonomia desempenham um papel fundamental no bem-
estar de suas famílias e comunidades. Descrevê-las unicamente como beneficiárias passivas
de serviços sociais ou de saúde é uma perpetuação equivocada. Atualmente, contudo,
observa-se um aumento expressivo no número de idosos, muitos dos quais enfrentam
complexidades e incertezas socioeconômicas. A implementação de disposições pontuais se
revela essencial para ampliar as contribuições desse grupo à sociedade, evitando que o
envelhecimento populacional se transforme em uma crise para os sistemas de saúde e
assistência social.

3.3 Atividade física e seus impactos no processo de envelhecimento


Um conjunto substancial de evidências destacam que seguir as diretrizes de
atividade física da OMS está correlacionado a um menor risco de desenvolvimento de
diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade prematura (Capodaglio, 2018). A
prática regular de atividade física não beneficia apenas a saúde de adultos e idosos com
doenças crônicas, mas também pode resultar em melhorias na funcionalidade, na
manutenção da independência, no aprimoramento do bem-estar psicossocial, na qualidade
de vida e na redução de comorbidades (Pfeifer; Geidl, 2017 apud Arruda, 2021).
De maneira geral, pesquisas indicam que os idosos não atendem às recomendações
condicionais da OMS, ou seja, apresentam baixo nível de atividade física, e, em média,
dedicam 9,4 horas diárias a comportamentos sedentários (Harvey et al., 2015 apud Arruda,
2021).
Tanto a inatividade física quanto o sedentarismo, quando combinados, têm impactos
significativos nos resultados funcionais dos idosos (Harvey et al., 2015 apud Arruda,
2021). Apesar da forte evidência que vincula a atividade física a vários indicadores de
saúde, o comportamento sedentário é agora considerado um novo fator de risco para a
saúde dos idosos, independentemente dos níveis de atividade física (Davis et al., 2014 apud
Arruda, 2021). Em um estudo conduzido por Chastin et al. (2015) que utilizou análises
composicionais, a proporção de tempo dedicada aos comportamentos sedentários mostrados
esteve associada à marcadores de obesidade e doença cardiovascular (Chastin et al., 2015).
Além disso, os autores demonstraram que a substituição do tempo sedentário por atividade
física de intensidade leve se relacionava aos resultados glicêmicos mais positivos (Chastin
et al., 2015).
Apesar dos benefícios gerais da atividade física para a saúde e seu impacto positivo
no funcionamento cognitivo, os idosos com doenças crônicas frequentemente têm
dificuldade em cumprir as diretrizes recomendadas pela Organização Mundial da Saúde
(Volders et al., 2019 apud Arruda, 2021). Portanto, o tempo dedicado à atividade física
moderada a vigorosa, mesmo que abaixo da dose ideal, é considerado importante do ponto
de vista da saúde pública (Bull et al., 2020). No entanto, é igualmente crucial incentivar a
redução do tempo sedentário, substituindo-o por qualquer forma de atividade física, mesmo
que de intensidade leve (Chastin et al., 2015; Bull et al., 2020).
O treinamento resistido pode oferecer vantagens significativas para idosos com
diabetes, uma vez que o processo de envelhecimento está associado à perda de força e
massa muscular, o que prejudica o metabolismo energético de forma desfavorável.
Aumentar a força e massa muscular por meio do treinamento de resistência pode reverter
esse cenário, promovendo uma melhoria no controle glicêmico desses pacientes (Ciolac et
al., 2004).
A prática de atividade física tem se revelado uma ferramenta crucial no tratamento
de pacientes com diabetes tipo 2 (ADA, 2003). Programas de exercícios têm mostrado
eficácia no controle da glicemia, melhorando a sensibilidade à insulina e a tolerância à
glicose, enquanto reduzem os níveis de açúcar no sangue desses indivíduos (Ciolac et al.,
2004).
Tradicionalmente, recomenda-se a realização de exercícios aeróbicos para pacientes
com diabetes tipo 2. Entretanto, estudos recentes têm indicado que o exercício resistido
também pode ser benéfico para o controle glicêmico nesse grupo de pacientes (Ciolac et al.,
2004).

3.4 Exercício e o osso


Entre os maiores fatores de risco à autonomia dos idosos, estão as quedas e fraturas,
gerando quadros de hospitalização (Sousa et al, 2016). Segundo Ocarino et al (2006), a
osteoporose tem aparecido mais nos diagnósticos entre os homens e mulheres, e o mesmo
autor vai afirmar que o exercício físico tem direto impacto na estrutura óssea através da
força mecânica, ou de forma indireta através dos hormônios.
Apesar de diversos estudos das últimas décadas apontarem que a prática corporal é
benéfica contra morbidades ósseas, infelizmente as conclusões sobre como esses benefícios
se dão, ainda são contraditórias em alguns pontos e precisavam ser mais esclarecidos por
estudos mais específicos (Ocarino, 2006).

3.5 Exercício e cardiovascular

**Falar sobre as pesquisas e estatísticas


REFERÊNCIAS

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