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Chamamo Ali Cassimo Antonio

ARISTÓTELES: Vida e Obra


Curso de Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilitações em Ética

Universidade Rovuma
Montepuez
2023
Chamamo Ali Cassimo Antonio

ARISTÓTELES: Vida e Obra

Trabalho de caracter avaliaivo referente a


Cadeira de Introdução a Filosofia, a ser
apresentado ao Departamento de Letras e
ciências Sociais, do curso de Licenciatura em
Ensino de Filosofia, 1º semestre do 1º ano,
leccionado pelo Docente: Faruk Abdul
Amede.

Universidade Rovuma
Montepuez
2023
Índice

Introdução...................................................................................................................................3

ARISTÓTELES: Vida e Obra....................................................................................................4

O preceptor de Alexandre.......................................................................................................5

O que restou da grande obra....................................................................................................6

Pensamento Heráclito..............................................................................................................8

Conclusão..................................................................................................................................10

Referencias bibliograficas.........................................................................................................11
Introdução

No presente trabalho, subordina-se a cadeira de Introdução a Filosofia, com o tema, vida e


obras do Aristóteles. Sendo um filósofo e polímata da Grécia Antiga, ao lado do Platão, de
quem foi o discípulo na academia, foi um dos pensadores mais influentes da história da
civilização ocidental.

Quanto a metodologia usada para a elaboração do presente trabalho, foi a consulta


bibliográfica, conforme os autores apresentados nas referências bibliográficas, consulta de
internet para a recolha de informações de modo a melhorar o desenvolvimento do presente
trabalho.

Com o trabalho, pretende-se ainda conhecer os aspectos ligadas a lógica, descrever os


aspectos que de alguma forma constituem na lógica. Geralmente, o trabalho tem dois tipos de
objectivos: objectivo geral e os objectivos específicos:

Objectivo geral

Falar do filósofo Aristóteles

Objectivos específicos

Descrever a sua vida e suas obras;


Identificar o pensamento Heráclito.

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ARISTÓTELES: Vida e Obra

Atenas, 367 ou 366 a.C. Ao grande centro intelectual e artístico da Grécia no século IV a.C.,
chega um jovem de cerca de dezoito anos, proveniente da Macedónia. Como muitos outros,
vem atraído pela intensa vida cultural da cidade que lhe acenava com oportunidades para
prosseguir seus estudos.

Não era belo e para os padrões vigentes no mundo grego, principalmente na Atenas daquele
tempo, apresentava características que poderiam dificultar-lhe a carreira e a projecção social.
Em particular uma certa dificuldade em pronunciar correctamente as palavras deveria criar-
lhe embaraços e mesmo complexos numa sociedade que, além de valorizar a beleza física e
enaltecer os atletas, admirava a eloquência e deixava-se conduzir por oradores.

Naquela época duas grandes instituições educacionais disputavam em Atenas a preferência


dos jovens que, através de estudos superiores, pretendiam se preparar para exercer com êxito
suas prerrogativas de cidadãos e ascender na vida pública.

De um lado, Isócrates, seguindo a trilha dos sofistas, propunha-se a desenvolver no educando


a aretê política — ou seja, a "virtude" ou capacitação para lidar com os assuntos relativos à
pólis — transmitindo-lhe a arte de "emitir opiniões prováveis sobre coisas úteis". E, de fato,
numa democracia como a ateniense, cujos destinos dependiam em grande parte da actuação
de oradores, a arte de persuasão por meio da palavra manipulada com o brilho e a eficácia dos
recursos retóricos era factor imprescindível para o desempenho de um papel relevante na
cidade-Estado. Ao contrário de Isócrates, Platão ensinava que a base para a acção política —
como aliás para qualquer acção — deveria ser a investigação científica, de índole matemática.

Na Academia, que fundara em 387 a.C., mostrava a seus discípulos que a actividade humana,
desde que pretendesse ser correta e responsável, não poderia ser norteada por valores
instáveis, formulados segundo o relativismo e a diversidade das opiniões; requeria uma
ciência (episteme) dos fundamentos da realidade na qual aquela acção está inserida.

Por trás do inseguro universo das palavras, sujeitas à arte encantatória e à prestidigitação dos
retóricos - o educando deveria ser levado, por via do socrático exame do significado das
palavras, à contemplação, no ápice da ascensão dialéctica, das essências estáveis e perenes:
núcleos de significação dos vocábulos por que razão de ser das próprias coisas, padrões para a
conduta humana porque modelos de todos os existentes do mundo físico.
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Para além do plano da palavra-convenção (nomos) dos sofistas e de Isócrates, Platão apontava
um ideal de linguagem construída em função das ideias, essas justas medidas de significação e
de realidade.

Diante dos dois caminhos — o de Isócrates e o de Platão — o jovem chegado da Macedónia


não hesita: ingressa na Academia, embora a advertência da inscrição de que ali não devesse
entrar "quem não soubesse geometria" Mas em 367 a.C. Platão não se encontrava em Atenas.
Havia morrido Dionísio I, tirano de Siracusa, e Platão para lá se dirigira, pela segunda vez, a
chamado de seu amigo Dion. O novo tirano, Dionísio II, talvez pudesse ser convencido a
adoptar uma linha política mais justa e condizente com os interesses gerais do mundo
helénico.

O jovem que viera da Macedónia ingressa, assim, numa Academia na qual a figura principal
era, no momento, Eudóxio de Cnido, matemático e astrónomo que defendia uma ética baseada
na noção de prazer. Somente cerca de um ano depois é que Platão retorna, fatigado por mais
uma frustrada experiência política na Sicília. E talvez tenha sido o próprio Eudóxio quem lhe
apresentou o novo aluno da Academia, o jovem da Macedónia de olhos pequenos porém
reveladores de excepcional vivacidade: Aristóteles de Estagira.

O preceptor de Alexandre

De pura raiz jónica, a família de Aristóteles estava tradicionalmente ligada à medicina e à


casa reinante da Macedónia. Seu pai, Nicômaco, era médico e amigo do rei Amintas II, pai de
Filipe. Estagira, a cidade onde Aristóteles nasceu, em 384 a.C., ficava na Calcídica e, apesar
de estar situada distante de Atenas e em território sob a dependência da Macedónia, era na
verdade uma cidade grega, onde o grego era a língua que se falava. A vida de Aristóteles — e
pode-se dizer que até certo ponto sua obra — estará marcada por essa dupla vinculação: à
cultura helénica e à aventura política da Macedónia.

Ao ingressar na Academia platónica — que viria a frequentar durante cerca de vinte anos —
Aristóteles já trazia, como herança de seus antepassados, acentuado interesse pelas pesquisas
biológicas. Ao matematismo que dominava na Academia, ele irá contrapor o espírito de
observação e a índole classificatória, típicas da investigação naturalista, e que constituirão
traços fundamentais de seu pensamento.

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Apesar da estima que Alexandre parece ter devotado sempre a seu antigo mestre, uma barreira
os distanciava: Aristóteles não concordava com a fusão da civilização grega com a oriental.
Segundo ele, gregos e orientais eram naturezas distintas, com distintas potencialidades, e não
deveriam coexistir sob o mesmo regime político. Aristóteles estava profundamente
convencido de que o regime político dos gregos era inseparável de seu temperamento, sendo
impossível transferi-lo para outros povos. Estabelece nítida distinção entre as populações
"bárbaras" e a polis grega, somente esta sendo uma comunidade perfeita, pois a única a
permitir ao homem uma vida verdadeiramente boa segundo os princípios morais e a justiça.

Depois da morte de Alexandre, em 323 a.C., Aristóteles passou a ser hostilizado pela facção
antimacedônica, que o considerava politicamente suspeito. Acusado de impiedade, deixou
Atenas e refugiou-se em Cálcis, na Eubéia. Aí morreu no ano de 322 a.C.

O que restou da grande obra

A partir de declarações do próprio Aristóteles, sabe-se que ele realizou dois tipos de
composições: as endereçadas ao grande público, redigidas em forma mais dialéctica do que
demonstrativa, e os escritos ditos filosóficos ou científicos, que eram lições destinadas aos
alunos do Liceu. Estas últimas foram as únicas que se conservaram, embora constituam
pequena parcela do total que é atribuído, desde a Antiguidade, a Aristóteles.

As obras exotéricas, destinadas à publicação, eram frequentemente diálogos, imitados dos de


Platão. Delas restaram apenas fragmentos, conservados por diversos autores ou referidos em
obras de escritores antigos. De dois desses diálogos, ambos escritos enquanto Platão ainda
vivia, ficaram vestígios mais ponderáveis: do Eudemo — que, à semelhança do Fédon de
Platão, tratava da imortalidade da alma — e de Profético, um elogio da vida contemplativa e
um convite à filosofia.

Protótipo de uma espécie de obra que se tornou muito apreciada pelos antigos, esse diálogo
foi mais tarde imitado por Cícero (106-43 a.C.) no seu Hortensius — a obra que despertará a
vocação filosófica de Santo Agostinho (354-430). Depois que deixou a Academia e durante o
período em que esteve em Assos, Aristóteles escreveu o diálogo Sobre a Filosofia, no qual
combate a teoria platônica das ideias, particularmente a teoria dos números ideais, que
caracterizara a última fase do platonismo.

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Como o Timeu de Platão, o Sobre a Filosofia apresenta uma concepção cosmológica de cunho
finalista e teológico; mas, ao contrário do que propunha Platão, o universo é aí explicado não
à semelhança de uma obra de arte — resultado da acção de um divino artesão, o demiurgo —,
e sim como um organismo que se desenvolve graças a um dinamismo interior, um princípio
imanente que Aristóteles denomina "natureza" (physis).

As obras de Aristóteles chamadas acroamáticas, ou seja, compostas para um auditório de


discípulos, apresentam-se sob a forma de pequenos tratados, muitos dos quais reunidos sob
um título comum (como é o caso da Física). A arrumação desses tratados de modo a constituir
as séries que integram o conjunto das obras de Aristóteles — o Corpus aristotelicum —,
remonta a Andrônico de Rodes, que dirigiu a escola peripatética no século I a.C.

O conteúdo do Corpus aristotelicum apresenta uma distribuição sistemática: Primeiro, os


tratados de lógica cujo conjunto recebeu a denominação de Organon — já que para
Aristóteles a lógica não seria parte integrante da ciência e da filosofia, mas apenas um
instrumento (organon) que elas utilizam em sua construção.

O Organon inclui: as Categorias, que estudam os elementos do discurso, os termos da


linguagem; Sobre a Interpretação, que trata do juízo e da proposição; os Analíticos (Primeiros
e Segundos), que se ocupam do raciocínio formal (silogismo) e a demonstração científica; os
Tópicos, que expõem um método de argumentação geral, aplicável em todos os sectores, tanto
nas discussões práticas quanto no campo científico; Dos Argumentos Sofísticos, que
complementam os Tópicos e investigam os tipos principais de argumentos capciosos.

Após o Organon, o Corpus aristotelicum apresenta obras dedicadas ao estudo da Natureza.


Uma primeira série de tratados refere-se ao mundo físico, compreendendo: a Física, que
examina conceitos gerais relativos ao mundo físico (natureza, movimento, infinito, vazio,
lugar, tempo etc.); o Sobre o Céu (De Coelo) e o Sobre a Geração e a Corrupção (De
Generatione et Corruptione), estudos sobre o mundo sideral e o sublunar; finalmente os
Meteorológicos, relativos aos fenómenos atmosféricos.

O Tratado da Alma (De Anima) abre a série de obras referentes ao mundo vivo, sendo
seguido de pequenos tratados sobre diferentes funções (a sensação, a memória, a respiração
etc.) e geralmente conhecidos sob a denominação latina posterior de Parva naturalia. Mas da

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série relativa aos seres vivos a obra principal é a História dos Animais, contendo o Registro de
múltiplas e minuciosas observações.

A sequência de obras dedicadas à filosofia teórica ou especulativa é encerrada por catorze


livros sobre a filosofia primeira, ou seja, sobre os primeiros princípios e as primeiras causas
de toda a realidade. Situados após os tratados relativos ao mundo físico, esses tratados
receberam a designação geral de Metafísica.

Mas, já na própria Antiguidade tal denominação recebeu uma interpretação neoplatónica:


aqueles livros abordariam questões referentes a um plano de realidade situado além do mundo
físico.

Depois da filosofia teórica seguem-se, no Corpus aristotelicum, as obras de filosofia prática: a


Ética e a Política. Das várias versões existentes da ética aristotélica, a principal é a Ética a
Nicômaco, assim chamada porque o filho de Aristóteles foi quem primeiro a editou. Por sua
vez, a Ética a Eudemo é hoje geralmente considerada como uma redacção mais antiga da
Ética de Aristóteles, editada por seu discípulo Eudemo de Rodes. Já a Grande Moral (Magna
Moralia) seria um resumo da mesma Ética, feito em época posterior.

A obra denominada Política é na verdade um conjunto de oito livros que não apresentam
encadeamento rigoroso. À Política segue-se a Retórica, que se vincula, devido ao tema, à arte
da argumentação ou dialéctica exposta nos Tópicos (Organon). Por fim, o Corpus
aristotelicum apresenta a Poética, da qual restou apenas fragmento. Além desses trabalhos
considerados autênticos, o Corpus abrange ainda alguns escritos que a crítica revelou serem
apócrifos, como o Sobre o Mundo (De Mundo), os Problemas, o Económico e o Sobre
Melisso, Xenófanes e Górgias.

Pensamento Heráclito

Para o pensamento Heráclito, poderia utilizar como exemplo o cinema, como exemplo dos
nossos sentidos enganando o homem. Na realidade o filme que você vê, aquele movimento,
em tese cinemática, pelo estudo físico da óptica e do movimento, não existe. Na realidade é
uma sucessão de quadros inertes apresentados a uma velocidade aproximada a 30 quadros por
segundo, onde cada cena representa metonimicamente fragmentos de um movimento que,
quando mostrado sequencialmente, torna-se contínuo. O olho humano capta os quadros
exibidos rapidamente e o cérebro processa como a ilusão do movimento.
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Sobre os sentidos enganarem o homem, neste fragmento analítico os cosmológicos possuem
razão, porém contextualizam esta linha de raciocínio em um outro tipo de abordagem que, em
totalidade acaba por não ser tão exacta e correta. E, neste caso do cinema, o real é a
estipticidade das cenas, e o movimento é a ilusão causada pelos sentidos visuais humanos e o
processo neural das sinapses, ou seja, além de um exemplo sobre a abordagem pré-socrática
dos sentidos, é também um exemplo da análise parmenidiana.

Heráclito trabalhava com a suposição de que a realização de uma mudança se dá por


contradições, ou seja, as coisas se alteram para seus opostos. Diferentemente de Parménides,
para Heráclito as mudanças do mundo representam o real e a permanência representa a ilusão.
Destas mudanças para opostos nasce o conceito da dialéctica.

Uma vez que Heráclito diz que as coisas mudam para seu contrário, e Parménides é oposto a
Heráclito, significa que quando alguém admite uma lógica heraclidiana e depois acaba
abandonando esta ideologia e adora uma postura parmenidiana, significa que isso se torna um
exemplo do pensamento heraclidiano; afinal, a ideologia da pessoa se alternou para seu
contrário, de Heráclito para Parménides, que são opostos.

Aristóteles diz que Heráclito comete um erro, pois Aristóteles, por sua vez, considera
desnecessária a separação de realidade e aparência em dois mundos diferentes, ele não aceita
que o devir (permanência) e a mudança sejam mera aparência ilusória. Estes conceitos de
mudanças, na realidade são muito relativos, e não absolutos, não é uma regra natural fixa e
generalizada, uma vez que há seres cuja essência é mudar, e seres cuja essência é imutável.

Fazendo um comparativo sobre esta não generalização da regra à Teoria da Relatividade de


Albert Einstein que, por essência também trata a respeito da não absolutização do todo, e dos
elementos, inferindo que são relativizados; “tudo é relativo, nada é absoluto”. Claro,
poderíamos facilmente aqui cair em um paradoxo constante, como uma imagem recursiva, ou
fractais já que, uma vez que tudo é relativo, e esta teoria também se enquadra no conceito de
tudo, dentro deste grande universo de classificações, logo, ela também é relativa. Segundo
este pressuposto de transitoriedade, a ideia de que nada é absoluto, tudo é relativo seria,
também, relativa, deixando uma finalização em aberto quanto a esta análise.

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Conclusão

Terminado o trabalho, este que visou falar da vida e obra do autor Aristóteles, finalmente
chegou-se a varias conclusões de que Aristóteles foi um dos três grandes filósofos da Grécia
Antiga, tendo convivido e estudado com Platão. Após anos de estudos na academia passou a
leccionar na instituição, aprofundando-se em seus estudos sobre temas da filosofia platónica
(de forte inspiração socrática), que iam de conhecimentos de ética e política até questões
como o conhecimento da verdade e a formação das ideias.

Conclui-se ainda que, Aristóteles, realizou dois tipos de composições: as endereçadas ao


grande público, redigidas em forma mais dialéctica do que demonstrativa, e os escritos ditos
filosóficos ou científicos, que eram lições destinadas aos alunos do Liceu. Estas últimas foram
as únicas que se conservaram, embora constituam pequena parcela do total que é atribuído,
desde a Antiguidade, a Aristóteles.

Heráclito trabalhava com a suposição de que a realização de uma mudança se dá por


contradições, ou seja, as coisas se alteram para seus opostos. Diferentemente de Parménides,
para Heráclito as mudanças do mundo representam o real e a permanência representa a ilusão.

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Referencias bibliograficas

J. A. Smith e W. D. Ross (1908-1931). (The Work of Aristotle), Oxford. Paris.

BRUN, JEAN: (1961). Aristote et le Lycée, Presses Universitaires de France, Paris.

GRENET, PAUL (1962). Aristote ou Ia Raison sans Démesure, Editions Seghers, Paris.

MOREAU, JOSEPH (1962). Aristote et son École. Presses Universitaires de France.

ENRIQUES, F. E SANTILLANA, G. (1937). Platon et Aristote, Hermann Éditeurs, Paris.

ROBIN, LÉON: Aristote, (1944). Presses Universitaires de France, Paris.

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