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PROJETO PARA IRRIGAÇÃO: 10 há de pastagem de Tífton (Cynodon spp.).

Technical Report · April 2013


DOI: 10.13140/RG.2.2.19378.40644

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Tiago Olivoto
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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA


ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CAMPUS APROXIMADO DE CAMPOS NOVOS
CURSO DE AGRONOMIA
DISCIPLINA DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

TIAGO OLIVOTO

PROJETO PARA IRRIGAÇÃO: 10 há de pastagem de Tífton (Cynodon spp.).

Campos Novos
2013
1

TIAGO OLIVOTO

PROJETO PARA IRRIGAÇÃO: 10 há de pastagem de Tífton (Cynodon spp.).

Trabalho apresentado a matéria de


irrigação e drenagem do Curso de
Agronomia da Universidade do Oeste de
Santa Catarina, como requisito parcial à
obtenção de nota para aprovação

Prof. M. Sc.:Marcos Roberto Carrafa

Campos Novos
2013
2

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Panorama da área a ser irrigada........................................................12


Figura 2 Vista superior da área irrigada............................................................13
Figura 3 Vista do canhão que será utilizado no projeto...................................15
Figura 4 Vista lateral do sistema de bombeamento..........................................18
Figura 5 Vista lateral da bomba........................................................................22
Figura 6 Vista frontal da bomba........................................................................22
Figura 7 Curva de eficiência da bomba............................................................22
Figura 8 curva de vazão em relação a pressão................................................23
Figura 9 Potencia requerida para funcionamento.............................................23
3

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Países que utilizam irrigação e sua proporção de área


irrigada/cultivada........................................................................................................08
Tabela 2 Produção de MS de seis espécies forrageiras , com e sem irrigação, no
município de São Carlos – SP....................................................................................09
Tabela 3 Características do solo e da cultura...........................................................12
Tabela 4 Dados técnicos do canhão utilizado no projeto..........................................15
4

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

cv. Cultivar
Etpc Evapotranspiração Potencial da Cultura
há hectares
IRN Irrigação Real Necessária
mca Metros Coluna de Água
MS Matéria Seca
N Nitrogenio
spp Espécie
TR Turno de Rega
Ucc Umidade na Capacidade de Campo
Upm Umidade no Ponto de Murcha Permanente
5

LISTA DE SÍMBOLOS

D Diametro
m.s-1 Metros por segundo
V Velocidade
J Perca de Carga Localizada]
" polegada
hp Perda de carga na linha
Hgs Altura geométrica de sucção
Hgr Altura geométrica de recalque
Hps Perca de carga de sucção
Hpr Perca de carga de recalque
Ps Pressão de serviço
Hman Altura manométrica total
D Densidade do Solo
Z Profundidade efetiva do sistema radicular
F Fator de disponibilidade hídrica
6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7

2 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 7

2.1 TIFTON 85 ........................................................................................................ 9

2.2 IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO ....................................................................... 10

2.2.1 Sistema de irrigação por aspersão convencional ................................... 10


3 SISTEMA UTILIZADO NO PROJETO ............................................................... 10
4 DESCRIÇÃO DO PROJETO ............................................................................. 11
4.1 DIMENSIONAMENTO E CÁLCULOS ............................................................. 12
4.1.1 Propriedade do solo em que será instalado o sistema de irrigação ..... 12
4.1.2 Irrigação Real Necessária .......................................................................... 13
4.1.3 Turno de Rega ............................................................................................ 14
4.2 DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DO SISTEMA ............................ 15
4.2.1 Canhão de aspersão utilizado ................................................................... 15
4.2.2 Dimensionamento das tubulações ........................................................... 15
4.2.2.1 Diâmetro das tubulações das linhas laterais ............................................. 16
4.2.2.2 Diâmetro da tubulação para linha principal e de recalque ......................... 17
4.2.2.3 Diâmetro da tubulação para linha de sucção ............................................ 18
4.2.3 Cálculo de perda de carga ......................................................................... 19
4.2.3.1 Perda de carga para sucção ..................................................................... 20
4.2.3.2 Perda de carga para recalque ................................................................... 20
4.2.4 Cálculo da altura manométrica total da bomba ....................................... 20
4.2.5 Cálculo da potência necessária ................................................................ 21
4.2.6 Escolha da bomba ideal............................................................................. 21
5 RESUMO DO PROJETO ................................................................................... 24
5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 25
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................26
7

1 INTRODUÇÃO

A técnica da irrigação pode ser definida como sendo a aplicação artificial de


água ao solo, em quantidades adequadas, visando proporcionar a umidade
adequada ao desenvolvimento normal das plantas nele cultivadas, a fim de suprir a
falta ou a má distribuição das chuvas.
A irrigação é uma técnica milenar que vem se desenvolvendo
acentuadamente nos últimos anos, apresentando sistemas para as mais distintas
situações. Seu uso, principalmente em regiões onde a precipitação é escassa ou
varia ao longo do tempo, tem surtido efeitos benéficos na produção de alimentos e
na sobrevivência de muitas famílias.
Apesar de ser uma técnica muito antiga, no Brasil, o primeiro projeto
implantado foi possivelmente o da Fazenda Santa Cruz, no estado do Rio de
Janeiro, pelos padres jesuítas, por volta de 1589. (BERNARDO; SOARES;
MANTOVANI, 2006).
Embora ostentando uma posição privilegiada, perante a maioria dos países,
com 8% da água doce disponível no mundo, o Brasil por muito tempo deixou de dar
a devida importância ao uso e a preservação de seus recursos hídricos. Busca-se
agora recuperar as perdas e aproveitar de forma racional sua enorme potencialidade
hídrica (LIMA, 2010).

2 JUSTIFICATIVA

Apresenta-se na Tabela 1, um panorama das áreas irrigadas e a relação área


irrigada/cultivada, em 15 países que se utiliza irrigação. Observa-se que o Brasil
ocupa a 12a posição, com uma das menores relações área irrigada/cultivada.
Na maior parte do País a distribuição das chuvas é irregular, apresentando
períodos onde o solo apresenta maior umidade e outros em que a umidade é
limitante para o crescimento das culturas.
Mesmo nas regiões com melhor distribuição das chuvas, ha ocorrência de
períodos de estiagem, denominados veranicos (MENDONÇA, 2007). Tais períodos,
dependendo em que fase da pastagem atinge, podem reduzir significativamente a
produção de forragem, obrigando os produtores reduzirem a taxa de lotação por ha,
e, consequentemente, a eficiência do sistema.
8

Vários experimentos comprovaram que a irrigação aumenta a produção de


MS, principalmente nos períodos de entressafra. A tabela 2 apresenta a produção de
MS de seis espécies forrageiras, com e sem irrigação, no município de São Carlos –
SP.
É importante ter em mente a importância da agricultura irrigada, que
apresenta maiores vantagens, destacando-se maior produção, produtividade,
geração de empregos, diminuição do êxodo rural, melhorando sensivelmente as
condições de vida dos produtores rurais e suas famílias. (BERNARDO; SOARES;
MANTOVANI, 2006).

Tabela 1: Países que utilizam irrigação e sua proporção de área irrigada/cultivada.

Fonte: Adaptado de CHRISTOFIDIS, 2002


9

Tabela 2: a produção de MS de seis espécies forrageiras , com e sem irrigação, no município de São Carlos –
SP.

Fonte: adaptado de Mendonça, 2007.

2.1 TIFTON 85

As gramíneas do gênero Cynodon, vêm se destacando nos últimos anos,


sendo utilizadas como forrageiras para alimentação de bovinos e equinos em todo o
mundo.
O Cynodon spp. cv. Tifton 85 apresenta características como porte mais
elevado, colmos mais compridos, folhas mais extensas e de coloração verde mais
escura e estolões que se expandem rapidamente, possuindo rizomas grandes e em
menor número do que as das outras cultivares deste gênero.
Os capins do gênero Cynodon geralmente apresentam aumentos lineares no
teor de proteína bruta, à medida que se aumenta as dosagens de N. Tal nutriente é
essencial para todas as culturas e tem sua eficiência de absorção aumentada,
quando o solo está com um bom teor de umidade, proveniente das chuvas ou
irrigação.
O uso de sistemas de pastejo rotacionado tem aumentado em fazendas
destinadas à produção leiteira, no intuito de melhorar a qualidade da forragem
ofertada aos animais e aumentar a lotação, reduzindo os custos de produção.
(SENE, 2009).
Sene (2009), concluiu que a utilização de irrigação pode aumentar a taxa de
lotação, principalmente em períodos secos. Com o aumento da taxa de lotação,
podem-se utilizar menos áreas destinadas a pastagens, possibilitando assim, o
aumento de áreas para produção de alimentos.
10

2.2 IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

Segundo Drumond e Aguiar (2005) dentre os métodos de irrigação mais


utilizados em pastagens, destacam-se os sistemas pressurizados, principalmente os
sistemas de irrigação por aspersão.
Nesse método, os jatos de água são lançados ao ar e caem sobre a cultura
na forma de precipitação. É o método mais utilizado para irrigação de pastagens e
grande culturas, porém apresenta restrições para algumas culturas específicas,
como por exemplo, o tomate. A formação de uma lamina de água na folha, pode
ocasionar problemas fitossanitários.
Os métodos de irrigação por aspersão mais utilizados são:
• Aspersão Convencional
• Autopropelido
• Pivô Central

2.2.1 Sistema de irrigação por aspersão convencional

Segundo Drumond e Aguiar (2005) dentre os métodos de irrigação mais


utilizados em pastagens, destacam-se os sistemas pressurizados, principalmente os
sistemas de irrigação por aspersão. Pivô central e aspersão convencional são os
mais utilizados.
Os sistemas de irrigação podem ser fixos, semifixos ou portáteis. Nos
sistemas fixos, tanto as linhas principais, como as linhas laterais são fixas. Em
alguns sistemas, as linhas podem ser enterradas. Nos sistemas semifixos,
geralmente as linhas principais são fixas e as linhas laterais são movidas de posição
em posição, ao longo da linha principal. Nos sistemas portáteis, tanto as linhas
principais, quanto as laterais são móveis.

3 SISTEMA UTILIZADO NO PROJETO

O sistema de irrigação utilizado no projeto será o de aspersão em malha,


dimensionado para irrigar uma área de 10 ha de pastagem Tifton 85. A linha
principal e as linhas laterais serão fixas e enterradas, dispondo cada linha lateral de
11

04 canhões hidráulicos. Os canhões serão móveis, sendo que quando a lamina de


água for aplicada em uma linha lateral, os quatro canhões serão colocados na linha
posterior, e assim até completar a irrigação na área. Cada canhão irriga uma área
com diâmetro de 100 metros, conforme pode ser visto na Figura 1.
O sistema de irrigação por aspersão em malha foi escolhido, devido à mão de
obra utilizada no sistema ser familiar, não dispondo de muitas pessoas para realizar
a mudança das linhas laterais por inteira, assim, as linhas laterais e a linha principal
serão fixas e enterradas, mudando-se somente os canhões.
Devido ser uma área relativamente grande para irrigação com aspersores de
pressão muito baixa e média (4 a 40 mca), que irrigariam um raio de até 36 metros,
e relativamente pequena para utilização do sistema de pivô central, optou-se pela
utilização de aspersores “gigantes” ou canhões hidráulicos. Estes possuem um raio
de ação de até 80 metros e trabalham a uma pressão de até 100 mca (BERNARDO;
SOARES; MANTOVANI, 2006).

4 DESCRIÇÃO DO PROJETO

O projeto se baseia em um sistema de irrigação por aspersão em malha que


fornecerá a precipitação, quando necessária, para a área de 10 ha de pastagem de
Tifton 85.
A captação da água será feita em um açude, distante cerca de 50 metros da
área a ser irrigada. O reservatório possui uma capacidade física de 45.000 m3,
sendo que cada ciclo de irrigação consumirá cerca de 3% do total de água
armazenado, não causando problemas de ordem ambiental. Na figura 1, apresenta-
se um panorama da área a ser irrigada, juntamente com o açude de captação de
água.
12

Figura 1: Panorama da área a ser irrigada.


Fonte: Google Earth Pro Portable, 2013.

A linha de tubulação principal ficará localizada paralelamente á parede de


maior comprimento da área, enterrada a uma profundidade de cerca de 40 cm. As
linhas laterais partirão perpendicularmente da linha principal, terão 258 metros de
comprimento e também serão enterradas. Cada linha lateral suportará quatro
aspersores tipo canhão hidráulico, que estarão distribuídos conforme a figura 2.

4.1 DIMENSIONAMENTO E CÁLCULOS

4.1.1 Propriedades do solo em que será instalado o sistema de irrigação

As características do solo em que será instalado o sistema de irrigação e da


cultura que será irrigada encontram-se na tabela 3.

Tabela 3: características do solo e da cultura.


Argila Umidade na Umidade no Densidade Fator de Etpc da Profundidade
(%) Capacidade Ponto de Do solo disponibilidade cultura efetiva do
3 -1
De campo (%) Murcha (%) (g.cm ) hídrica (mm.dia ) sistema
(F) radicular
(cm)
50 24,8 12,5 1,28 0,6 5 65
13

Figura 2. Vista superior da área irrigada.

4.1.2 Irrigação rela necessária (IRN)

É considerada IRN, a quantidade de água que se necessita aplicar por


irrigação e é calculada pela seguinte fórmula.

IRN= 0,1 ∗ ∗ ∗ ∗

Onde:
Ucc: umidade do solo na capacidade de campo;
Upm: umidade do solo no ponto de murcha permanente;
D: densidade do solo;
Z: profundidade efetiva do sistema radicular;
F: fator de disponibilidade hídrica.
14

Tendo-se em mãos os dados do solo e da cultura, calcula-se a IRN,


aplicando-se os dados na fórmula anterior.

IRN= 0,1 * (24,8-12,5) ∗ 1,28 ∗ 65 ∗ 0,6

IRN: 61,4 mm. Para facilitar os cálculos será utilizada uma IRN de 60 mm.

4.1.3 Turno de rega

TR é o tempo necessário entre uma irrigação e outra. É calculado pela


seguinte fórmula.

TR=

Calculando-se o TR com os dados obtidos chegamos ao seguinte valor

TR=

TR= 12 dias

Um dimensionamento para irrigar 10 ha, com uma lamina de 60 mm,


implicaria em um sistema com grande vazão, maior gasto de tubulações e energia.
Optou-se em dividir a IRN em quatro, ou seja, aplicar uma lamina de 15 mm, a cada
três dias, com isso o aproveitamento da água pelas plantas também será
potencializado.
15

4.2 DIMENSIONAMENTO DE TUBULAÇÕES E SISTEMA

4.2.1 Canhão de aspersão utilizado

O canhão utilizado no sistema é do modelo RL 250 e pode ser visualizado na


figura 3. É fabricado pela PLONA EQUIPAMENTOS, de Curitiba-PR, e seus dados
técnicos constam na tabela abaixo.

Tabela 4: dados técnicos do canhão utilizado no projeto.


-1
Bocal (mm) Pressão (mca) Diâmetro molhado (m) Vazão (m3.h )
26 x 6 60 100 63,8
Fonte: www.plona.com.br

Figura 3: vista do canhão que será utilizado no projeto.


Fonte: Fonte: www.plona.com.br.

4.2.2 Dimensionamento das tubulações

O dimensionamento das tubulações será feito levando em consideração a


vazão do sistema em funcionamento. O sistema trabalhará a uma pressão de 60
16

mca e como vimos, serão utilizados quatro canhões ligados em cada etapa da
irrigação, logo se pode calcular a vazão necessária para suprir a demanda.
63,8 x 4 = 255,2 m3.h-1 ou 0,07088 m3.s-1

4.2.2.1 Diâmetro das tubulações das linhas laterais.

O diâmetro das tubulações laterais é calculado levando em consideração a


vazão e perca de carga, que não pode ultrapassar 20%, do início até o final da linha.
O diâmetro é calculado pela seguinte fórmula.

# &,' (
" %
= 10, 646 ! $ *,'+ ∗ L ∗ F
)
Onde:
Hf: perca de carga (no caso, 20 % de 60 mca = 12)
3 -1
Q: vazão do sistema (m .h )
C: coeficiente de rugosidade (140 ≤ 4”, 120 > 4”)
D: diâmetro do cano
L: comprimento total da linha
F: fator de Crhistiansen (no caso para 4 aspersores, 0,457)

Aplicando-se os dados obtidos de vazão e perca de carga na fórmula, obten-


se:
0,07088 &,' (
" %
12 = 10, 646 ∗ 120 ∗ 258 ∗ 0,457
) *,'+

, &/& 0+
)*,'+ =
&(

)*,'+ = 0,000109664

3,45
D= √0,000109664

D = 0,153769 m ou 6, 05”, logo a tubulação da linha lateral será de 6”.


17

4.2.2.2 Diâmetro da tubulação para linha principal e de recalque

O diâmetro da linha principal é determinado por três critérios:


• Determinação baseada na velocidade média permitida ao longo da linha;
• Determinação baseada na perda de carga preestabelecida entre a primeira e
a última
linha lateral;
• Determinação baseada em análise econômica.

A velocidade da água nas tubulações de recalque, não pode ultrapassar 2,4


m.s-1. Neste projeto, será considerada apenas a velocidade da água. Estima-se um
valor para o diâmetro do cano, e com o valor de perca de carga unitária (J), e os
valores de D e C, calcula-se a velocidade, se esta ficar entre 1 e 2,4 m.s-1, o
diâmetro do cano pode ser utilizado. Lembrando que quanto mais próximo a 2,4 m.s-
1
, mais eficiente energeticamente será o sistema. As fórmulas para
dimensionamento da tubulação principal são as seguintes.

7 9,4:;
" %
Fórmula 1: 6 = 10,646 ∗ 8
< 3,45

, / , *
Fórmula 2: = = 0,355 ∗ $ ∗ ) ∗ 6

Onde,
-1
V: velocidade (m.s );
C: coeficiente de rugosidade;
D: diâmetro do cano (m);
J: perca de carga localizada.
3 -1
Q: vazão (m .s )

3 -1
Para base dos cálculos, utiliza-se a vazão de 0,07088 m .s , estima-se o diâmetro do cano
em 8” (0,2032 m) e um coeficiente de rugosidade de 120. Utilizando a fórmula 1, calcula-se a perda
de carga localizada.

0,07088 &,' (
" 120 %
6 = 10,646 ∗
0,2032*,'+

J = 0,0261893
18

Conhecendo-se o valor de J, aplica-se a fórmula 2 para estimar a velocidade


de.
, / , *
= = 0,355 ∗ 120 ∗ 0,2032 ∗ 0,0261893
V= 2,18 m.s-1

Conclusão: a velocidade calculada não atingiu o limite de 2,4 m.s-1, logo o


diâmetro estimado de 8” pode ser utilizado nas linhas principais e na linha de
recalque.

4.2.2.3 Diâmetro da tubulação para sucção.

Diferentemente da velocidade de recalque, a velocidade de sucção não pode


ultrapassar 1 m.s-1, logo para a mesma vazão, será necessário uma tubulação de
maior diâmetro para atender tal requisito.
Utilizando-se as mesmas fórmulas da tubulação de recalque, será calculado o
diâmetro da tubulação de sucção. O diâmetro do cano será instipulado em 12”.

0,07088 &,' (
" %
6 = 10,646 ∗ 120
0,3048*,'+

J = 0,0036354

, / , *
= = 0,355 ∗ 120 ∗ 0,3048 ∗ 0,0036354

V= 0,97 m.s-1

A velocidade da água no tubo, ficou abaixo de 1 m.S-1, logo a tubulação de


12” para sucção é aceita para o projeto.
19

4.2.3 Cálculo de perda de carga

O cálculo de perca de carga, leva em consideração o comprimento total das


tubulações e as perdas de cargas localizadas, que serão calculadas a partir de
tabelas de comprimentos fictícios de peças.
Na figura 4, observa-se a vista lateral do sistema, indicando o desnível de
sucção e recalque. Observa-se que o desnível de sucção é de 3 metros, o de
recalque 15 metros e o comprimento total da tubulação, sucção e recalque, será de
355 metros.
No dimensionamento do sistema, será utilizado uma válvula de pé, utilizada
na ponta do tubo de sucção, cinco registo de gaveta, utilizados, um na saída da
bomba e os outros quatro, um em cada entrada da linha lateral, duas curvas de 45o
que serão utilizadas na entrada e na saída da bomba e quatro tês de saída lateral,
estes, que ficarão um em cada linha lateral, de modo a interliga-la com a linha
principal.

Figura 4: vista lateral do sistema de bombeamento.

Para calcular a perda de carga, utiliza-se a seguinte fórmula:


#(
? = 0,08263 .0,022 . A .
)

Onde:
Q: vazão
L: comprimento (real da linha, mais comprimento fictício por peças)
D: diâmetro
20

4.2.3.1 Perda de carga para sucção:

Válvula de pé: 30 m
Comprimento do tubo: 8 m
o
Curva 45 : 0,9 m

0,07088(
? = 0,08263 ∗ 0,022 ∗ 38,9 ∗
0,2032

hp(s)= 1,0 m.c.a

4.2.3.2 Perda de carga para recalque

Registro de gaveta: 0,9 = 0,9 m


o
Curva 45 : 0,9 m
Tês de saída lateral: 4 * 8,4 = 33,6 m
Comprimento do tubo: 355 m

0,07088(
ℎ = 0,08263 ∗ 0,022 ∗ 390,4 ∗
0,2032

hp(r)= 10,3 m.c.a

4.2.4 Cálculo da altura manométrica total da bomba

Obtem-se a altuma manométrica total da bomba, somando-se o desnível de


sucção e recalque, as perdas de carga de sucção e recalque e a pressão em que o
sistema irá trabalhar, no caso 60 mca. A altura manométrica total é dada pela
seguinte fórmula

BC = D E + ℎ E + D G + ℎ G + Ps

Onde:

Hgs: altura geométrica de sucção


Hgr: altura geométrica de recalque
Hps perca de carga de sucção
Hpr: perca de carga de recalque
Ps: pressão de serviço
21

Aplicando a fórmula, obtêm-se a altura manométrica total que a bomba


deverá ter para viabilizar o sistema.

Hman = 3 + 1 + 15 + 10,3 + 60

Hman = 89, 3 mca

4.2.5 Calculo da potencia necessária

Obtem-se o tamanho da bomba e a potencia do motor pela seguinte fórmula

8 .# . BC
H IJ :
75 . L M
Onde:
8: densidade da água;
3
Q: vasão em m ;
H: altura manométrica;
ȵb: eficiência do sistema.

1000 . 0,07088 . 89,3


H IJ :
75 .0,8

P(cv) = 105,49 cv ≈ 110 cv.

4.2.6 Escolha da bomba ideal

Após ter sido realizado todos os cálculos, necessita-se escolher uma bomba
que contenha as características necessárias para suportar e viabilizar o sistema.
Lembrando:
Vazão: 255, 2 m3.h-1
Altura manométrica total: 89,3 m

Buscando informações com os fornecedores chegou-se a conclusão que a


bomba ideal para o sistema é a bomba modelo ITAP 125-500/2, fabricada pela
IMBIL: soluções em bombeamento©. É uma bomba de ação centrífuga, de dois
22

estágios, com um rotor de 345 mm de diâmetro. As figuras 5 e 6 mostram as vistas


lateral e frontal da bomba.

Figura 5: Vista lateral da bomba. Figura 6: Vista frontal da bomba.


Fonte: http://ce.imbil.com.br/pdf/C_ITAP.pdf. Fonte: http://ce.imbil.com.br/pdf/C_ITAP.pdf.

As características de técnicas da bomba, trabalhando na vazão e pressão do


sistema, são vistos nas figuras 7, 8 e 9.

Figura 7: Curva de eficiência da bomba


Fonte: http://www.hidrovector.com.br/catalogo-eletronico.asp

Nota-se que a eficiência máxima é atingida, justamente na vazão que


trabalhará no sistema de irrigação (255,2 m3), ou seja, quanto mais eficiente, menos
energia gastará para realizar o mesmo trabalho.
Na figura 8, vê-se a curva de vazão em relação à pressão em mca. Nota-se
que para atingir a vazão de 255 m3.h-1, a uma pressão de 90 mca, utiliza-se um rotor
de 345 mm de diâmetro.
23

Figura 8: Curva de vazão em relação a pressão.


Fonte: http://www.hidrovector.com.br/catalogo-eletronico.asp

Na figura 9, observa-se a potencia requerida pelo fabricante da bomba,


trabalhando a uma vazão de 255 m3.h-1. A Potência necessária calculada ficou
próxima à exigida pelo fabricante da bomba: cerca de 110 CV

Figura 9: Potencia requerida para funcionamento


Fonte: http://www.hidrovector.com.br/catalogo-eletronico.asp
24

5 RESUMO DO PROJETO.

Após realizado todos os cálculos, na tabela abaixo consta-se o resumo do


projeto.

Tabela 5. Resumo do projeto.


Descrição Utilizado no projeto
Materiais
Tubulação de sucção Tubo de Aço Zincado - Flangelado de 12”
Tubulação de recalque Tubo de Aço Zincado - Flangelado de 08”
Tubução na Linha Lateral Tubo de Aço Zincado – Engate Rápido de 06”
Canhão de aspersão Canhão RL 250 - 26x6
Bomba Bomba Centrífuca ITAP 125-500/2, rotor de 345 mm.
Motor Estacionário de 120 CV
Características do sistema
Cultura irrigada Pastagem Tífton 85
Àrea 10 ha
3 -1
Aspersores em funcionamento 04 canhões hidráulicos, com 63,8 m .h cada
3 -1
Vazão do sistema 255,2 m .h
Lamina de água aplicada por turno 15 mm
de rega
Turno de Rega 3 dias
25

6 CONCLUSÃO

Concluímos que este projeto será de extrema importância para agregarmos


conhecimento à disciplina de irrigação e drenagem, para outras disciplinas que virão
e também para a vida profissional, pois estamos toda hora nos deparando com
situações em que necessitamos desse tipo de conhecimento e, com certeza, quem
se sobressair e souber resolver os “problemas do dia-a-dia” será um profissional
diferenciado no mercado.
É nosso dever, como futuros profissionais, saber dimensionar projetos como
este, sempre buscando a viabilidade técnica, econômica e socioambiental, fazendo
com que seus resultados contribuam para o aumento da produção de alimentos.
26

BIBLIOGRAFIA

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