Você está na página 1de 5

Igreja da Misericórdia de Santarém

Um dos mais belos e equilibrados espaços arquitetónicos


do Renascimento tardio da cidade de Santarém habita o interior da
Igreja da Misericórdia, obra da autoria do arquiteto régio Miguel
Arruda, começada em 1559 e apenas concluída nos começos do
século XVII.
Segundo Vítor Serrão, a monumentalidade da nave da igreja-salão
"refinada no arrojo e funcionalidade dos espaços, encontrou no
exemplar de Santarém uma resposta por demais erudita e o arquiteto
adequado para a levar ao nível da sublime execução".
Contudo, o terramoto de 1755 causou sérios danos à fachada original,
sendo esta reerguida de acordo com os pressupostos do estilo rococó.

A fachada primitiva foi executada pelo mestre pedreiro do


Senado Municipal, Luís Rodrigues, autor da varanda.

O terramoto de 1755 viria a destruir parcialmente a frontaria


tendo a sua reconstrução seguindo uma linha rococó.

A fachada é apresentada pelo rasgo da porta principal em verga


reta encimada por três janelas, também em verga reta, com
sacadas de guarda em ferro, sendo a central curva. É rematado
por um frontão curvilíneo, cuja parte central possui um nicho,
ladeado por pináculos.

Este templo quinhentista construído segundo o projeto do arquiteto Miguel Arruda


foi bastante afetado pelo terramoto de 1755. As obras de restauro conferiram à
fachada um cunho barroco. No interior destacam-se as pinturas, os azulejos do
século XVIII, o mobiliário e a estatuária.
A Igreja da Misericórdia é uma construção dos meados do século XVI (1559) e
conta com a assinatura do arquitecto da casa real Miguel Arruda. É um
exemplar perfeito de igreja-salão, de três naves, todas à mesma altura, com
abóbadas de nervuras cruzadas, iluminadas por seis janelas retangulares e
sustentadas por dez colunas toscanas, todas elas decoradas com ornatos
brutos, elementos que criam a espacialidade rasgada e conferência
monumentalidade ao conjunto. A obra decorada por empenhamento da rainha
D. Catarina, regente pelo seu neto D. Sebastião, desde 1559 até 1606. No
interior conserva-se uma sepultura rasa, epigrafada, de Nuno Velho Pereira (…-
1609), uma das personalidades mais significativas da época da expansão
portuguesa no mundo, capitão da Índia e patrocinador da Santa Casa da
Misericórdia. Com o terramoto de 1755 perdeu-se a fachada primitiva da
Igreja. Esta foi vencida por outra barroca. Tutela da Santa Casa da Misericórdia
de Santarém.

O Órgão de Tubos instalado na Igreja da Misericórdia foi originalmente assente


no coro alto do lado do Evangelho, com colocação lateral. Com o restaurante,
em 2008 pelo mestre Dinarte Machado, colocou-se ao centro do mesmo coro,
em posição frontal para o altar.

É um instrumento representativo da organaria portuguesa construído em 1818


por António Xavier Machado e Cerveira (1756-1828), um dos maiores
organeiros do seu tempo

Foi construída em meados do século XVI.


A Igreja da Misericórdia terá sido erguida sobre a capela associada ao antigo
Paço Real, residência dos Duques de Beja, casa eleita pela corte para
momentos de lazer desde o reinado de Dom João I e onde terá nascido o
próprio Rei Dom Manuel I.
Neste edifício destaca-se a existência de uma torre de controlo de navegação
fluvial construída no século XV, ou seja, 100 anos antes da actual Igreja.
Estando situada num ponto estratégico, esta torre permitia a vigia do porto
local para além de conseguir observar-se uma enorme área, desde Lisboa até
Santarém.
A arquitectura da Igreja da Misericórdia é constituída por duas áreas. Uma
primeira, de planta quadrangular, com uma parte alpendrada de três portões
em arco e onde cresce um segundo piso. Uma segunda, de planta rectangular,
que corresponde à nave.
Um interior de traçado maneirista, com uma nave única e um tecto de três
planos, em madeira pintada. No centro encontram-se um escudo bipartido
com as armas reais e as armas da Misericórdia e, nos restantes caixotões, os
símbolos da Paixão de Cristo. O altar encontra-se sobrelevado, junto a um
dos mais interessantes retábulos maneiristas que se conhece em Portugal,
atribuído a Diogo Teixeira e António da Costa.
Neste edifício encontram-se instalados o Núcleo de Arte Sacra do Museu
Municipal de Alcochete, que faz a gestão do espaço e do acervo da Santa Casa
da Misericórdia e o Posto de Turismo da Câmara Municipal de Alcochete.
Actualmente, este edifício encontra-se classificado como Imóvel de Interesse
Público.

Você também pode gostar