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Condensação conteudista II

Ética na política e na economia

● Os valores éticos na política e na economia.

● Compreender a importância da ética em atividades políticas e econômicas;

● Considerar o valor ético da justiça como fio condutor de ações na política e na economia;

● Elaborar uma visão crítica sobre o agir humano embasado pelo imperativo categórico como lei
universal.

Ética

A reflexão ética tanto pode questionar atitudes quanto inspirar maneiras de se agir em prol de uma
sociedade justa. Portanto, é uma condição sine qua non que questões da política e da economia
perpassem pela ética, cujo valor da justiça guarda importância singular. Pois espera-se que a política
e a economia sejam justas, donde decorre a compreensão de que uma ética pautada no dever é
bastante coerente para orientar não apenas ações particulares, mas também setores da vida em
sociedade, como a política e a economia.

O imperativo categórico proposto por Kant (1724-1804) pavimenta um caminho seguro para a
resposta da questão no slide anterior. Em três enunciados diferentes, mas com o mesmo teor, Kant
o caracteriza: Age como se a máxima da tua ação fosse para ser transformada, através da tua
vontade, em uma lei universal da natureza (KANT, 2013, p. 101). Aja de tal maneira que tua vontade
possa encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como um legislador universal através de suas máximas
(KANT, 2013, p. 101). Aja de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa
de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente como meio (KANT,
2013, p. 113).

Decisões políticas e econômicas que afetarão uma população inteira terão menos chance de
cometerem injustiças, se pautadas no imperativo categórico kantiano; bem como ações particulares,
capitaneadas pelo imperativo proposto por Kant, podem contribuir para uma política e economia
mais justas, ante a responsabilidade do voto e o acompanhamento dos desdobramentos políticos e
econômicos no dia a dia. Nesse sentido, compreende-se que a ética kantiana propicia um norte para
ações políticas e decisões na economia de forma justa; tanto em termos objetivos quanto subjetivos.

Ética na tecnologia
● A ética da responsabilidade na sociedade tecnológica.
● Problematizar atitudes éticas subjetivas e objetivas;

● Refletir sobre a importância do uso ético da tecnologia para a conservação ou destruição da


natureza;

● Diferenciar ações sustentáveis daquelas não sustentáveis em cenários cotidianos.

“O imperativo categórico de Kant era voltado para o indivíduo, e seu critério era momentâneo. Ele
exortava cada um de nós a ponderar sobre o que aconteceria se a máxima de sua ação atual fosse
transformada em um princípio da legislação geral [...]. De fato, não estamos considerando em
absoluto consequências reais. O princípio [no imperativo categórico] não é aquele da
responsabilidade objetiva, e sim o da constituição subjetiva de minha autodeterminação. O novo
imperativo clama por outra coerência: não a do ato consigo mesmo, mas a dos seus efeitos finais
para a continuidade da atividade humana no futuro. [...] Nosso imperativo se estende em direção a
um previsível futuro concreto, que constitui a dimensão acabada de nossa responsabilidade”
(JONAS, 2006, p. 12).

O novo imperativo clama por outra coerência: não a do ato consigo mesmo, mas a dos seus efeitos
finais para a continuidade da atividade humana no futuro. [...] Nosso imperativo se estende em
direção a um previsível futuro concreto, que constitui a dimensão acabada de nossa
responsabilidade (JONAS, 2006, p. 12).

O imperativo categórico de Kant era voltado para o indivíduo, e seu critério era momentâneo. Ele
exortava cada um de nós a ponderar sobre o que aconteceria se a máxima de sua ação atual fosse
transformada em um princípio da legislação geral [...]. De fato, não estamos considerando em
absoluto consequências reais. O princípio [no imperativo categórico] não é aquele da
responsabilidade objetiva, e sim o da constituição subjetiva de minha autodeterminação (JONAS,
2006, p. 12).

Princípio da responsabilidade

Diante da ameaça futura em que se encontra toda a natureza, o que inclui também os homens, Hans
Jonas propõe a reinterpretação do imperativo categórico kantiano – aja de modo que tu também
possas querer que tua máxima se torne lei geral –, evidenciando uma preocupação que extrapola
ações relacionadas exclusivamente ao universo humano. Jonas propõe: aja de modo a que os efeitos
da tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a Terra,
que pode ser proferida também por meio da negação, aja de modo a que os efeitos da tua ação não
sejam destrutivos para a possibilidade futura de uma tal vida.

A tecnologia impulsionou avanços, melhorando a vida da humanidade de maneira singular,


especialmente a partir da segunda metade do século XX. Mas ao mesmo tempo colocou o planeta
em perigo, ameaçando o futuro das novas gerações e do próprio planeta. O efeito estufa é um
fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra. [...] As mudanças do clima no passado
decorreram de fenômenos naturais, a maior parte da atual mudança do clima, particularmente nos
últimos cinquenta anos, é atribuída às atividades humanas (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE). O uso
ético da tecnologia se compromete com caminhos para a recuperação e preservação do planeta. Por
meio do princípio da responsabilidade de Jonas, a humanidade assume o que precisa ser feito.

Ética é a preocupação com o ambiente onde vivemos, com as pessoas, animais, plantas... para que
vivamos bem. Para que nos realizemos cada vez mais como seres humanos.

Territórios e fronteiras nos Direitos Humanos


Os territórios e as fronteiras sociais, econômicas e culturais e o acesso aos Direitos Humanos.

● Contextualizar a importância de territórios e fronteiras junto aos Direitos Humanos.

● Refletir acerca da relação entre universalidade e direitos.

● Pontuar na filosofia reflexões que se alinham à universalidade dos direitos, bem como aquelas que
tendem ao relativismo.

O trecho a seguir faz parte do preâmbulo da Declaração Universal dos Diretos Humanos. Grife a
parte em que se verifica a importância do território para a efetivação desses direitos.

A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos
os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo
sempre em mente essa Declaração, se esforce, por meio do ensino e da educação, para promover o
respeito a esses direitos e liberdades e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e
internacional, para assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto
entre os povos dos próprios Estados-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua
jurisdição.

Territórios e fronteiras <-> Direitos Humanos

Em um dos muitos possíveis pontos de vista filosóficos, territórios e fronteiras são uma forma de
organizar o espaço e as pessoas. Eles criam uma divisão entre o que pertence a um grupo e o que
pertence a outro, e podem ser usados para controlar o movimento de pessoas e recursos. Também
podem proteger os direitos humanos, como descrito no preâmbulo da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, por meio de um Estado soberano que defende seus cidadãos de agressões
externas, de criação de zonas protegidas para minorias étnicas ou religiosas, perseguidas em outros
lugares, entre outros exemplos.

Todavia, territórios e fronteiras também podem ser usados para violar os Direitos Humanos, como
na constituição de um Estado totalitário, em que as pessoas que nele vivem têm direitos violados,
como a crença, a liberdade de expressão, a propriedade, a defesa jurídica etc. Eles também podem
se tornar zonas de conflito, seja por meio de guerras entre Estados, seja por meio de guerras civis.
Para uma perspectiva além do espaço físico, discutir “territórios e fronteiras nos Direitos Humanos”
envolve questões políticas, sociais, legais e éticas, que podem ser abordadas de várias maneiras na
perspectiva filosófica, como: Universalismo e relativismo cultural, em que se reflete sobre a validade
de atitudes culturalmente aceitas em certos lugares, mesmo violando direitos humanos. Immanuel
Kant (1704-1804), por meio do imperativo categórico, converge para a ideia de universalidade dos
Direitos Humanos. Por outro lado, Michel Foucault (1926-1984) observa que a construção histórica
da cultura, variando em diferentes épocas e contextos, coloca em xeque a universalidade, sendo
coerente levar em consideração cenários constituídos previamente.

Cidadania e justiça globais; refugiados e migração, em que se reflete acerca do respeito à soberania
nacional quando se propõe um “direito universal”. Ao argumentar que devemos agir de forma a
promover a maior felicidade para o maior número de pessoas possível, por meio de uma ética
utilitarista, as reflexões de Stuart Mill vão ao encontro de um objetivo global, alinhando-se com os
objetivos da DUDH.

Conflitos internacionais e fronteiras éticas, em que decisões políticas se pautam em acordos


diplomáticos ou princípios éticos do direito internacional. Hannah Arendt pode trazer luz à reflexão
com sua consistente produção acerca do totalitarismo, em que discute questões de identidade e
pertencimento étnico, problematizando a própria ideia de universalidade.

● Pessoas vivendo em países membros da ONU e nos territórios a ela circunscritos, teoricamente,
gozam das benesses da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

● Direitos universais são importantes, mas esbarram na autonomia e na soberania estatal quanto a
sua consolidação.

● Reflexões filosóficas ajudam a compreender os meios pelos quais os Direitos Humanos se


enunciam, como em territórios e fronteiras, por exemplo.

QUESTÕES - EXERCÍCIOS

1- A reflexão ética tanto pode questionar atitudes quanto?


2- O imperativo categórico proposto por Kant (1724-1804) pavimenta um caminho seguro para
a resposta da questão no slide anterior. Em três enunciados diferentes, mas com o mesmo
teor, Kant o caracteriza?
3- Decisões políticas e econômicas que afetarão uma população inteira terão menos chance de
cometerem injustiças, se pautadas no?
4- O novo imperativo clama por outra coerência: não a do ato consigo mesmo, mas a dos?
5- Diante da ameaça futura em que se encontra toda a natureza, o que inclui também os
homens, Hans Jonas propõe a?
6- A tecnologia impulsionou avanços, melhorando a vida da humanidade de maneira singular,
especialmente a partir da segunda metade do século XX. Mas ao mesmo tempo colocou o
planeta?
7- A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser?
8- Em um dos muitos possíveis pontos de vista filosóficos, territórios e fronteiras são?
9- Todavia, territórios e fronteiras também podem ser usados para?

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