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Contribuições das Olimpídas Brasileira de História no

Processo de Ensino e Aprendizagem

RESUMO: Neste artigo, discutimos a participação dos alunos do Ensino


Fundamental, 8º e 9º ano, Ensino Médio 1ª e 2º anos, da Escola Estadual Militar Dom
Pedro II - André Antônio Maggi, na 15ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil
(ONHB), apresentada com alternativa pedagógica em sala de aula. Os alunos
realizaram questões de História do Brasil, que contou com assuntos intedisciplinares
como geografia, literatura, arqueologia, patrimônio cultural, urbanismo e atualidades.
Foram formadas vinte e duas equipes, com três membros por equipe, totalizando a
participação de sessenta e seis estudantes. Os estudantes utilizaram os Chromebooks
para acesso, uma vez que as cinco primeiras fases são realizadas de forma oline e a
última fase, de forma presencial.

Palavras-chave: Olimpíadas; História; Ensino; Aprendizagem.

I. INTRODUÇÃO

A Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB), promovida pela


Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ocorreu no primeiro semestre de
2023, com sua primeira etapa de maneira online, contemplando seis fases diferentes.
Os estudantes precisarm realizar tarefas específicas e responder questões de múltipla
escolha, que incluia materiais inéditos, textos e vídeos produzidos, com a finalidade
de enriquecer a discussão e o trabalho em sala de aula. A segunda parte da olimpída é a
fase final e presencial, que acontece no mês de agosto de 2023 na UNICAMP.
Os alunos com melhores desempenhos irão concorrer a duas vagas no curso
de graduação de História da UNICAMP, sem necessidade de realizar o vestibular. As
competições são por equipes (compostas por três membros) e terão dois professores
orientadores, sendo um professor de História para o Ensino Fundamental e outro para o
Ensino Médio.
A ONHB tem como finalidade, estimular o estudo da História do Brasil, por
meio da análise crítica e trabalho em equipe, não exigindo dos integrantes um
conhecimento prévio do conteúdo. A ONHB aborda temas interdisciplinares de
Geografia, Literatura, Arqueologia, Patrimônio Cultural, entre outros.
A Primeira Olimpíadas Nacional de História do Brasil foi apresentada no
formato online por meio do Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, apoiada pelo
CNPq e patrocinada pela Revista de História da Biblioteca Nacional, Azul Linhas
Aéreas e Infraero, relizada em 2009 teve contando com 16.000 participantes, e a
edição de 2023 conta com 30.524 inscritos, de todos os estados.
Esse formato de olímpiadas do conhecimento vêm ganhando cada vez mais
espaço na educação brasileira. Tornando-se uma praxe, outras olimpídas foram
construídas abordando outras áreas do conhecimento, envolvendo um grande número
de disciplinas e áreas científicas como Astronomia, Agropecuária, Biologia, Física,
Informática, Geografia, Linguística, Matemática, Química, Robótica, Saúde e Meio
Ambiente, Língua Portuguesa, Oceonografia, História do Brasil, dentre outras,
algumas com abrangência internacional.
Nesse artigo, iremos apresentar os resultados da participação dos estudantes
do ensino fundamental e médio da Escola Estadual Militar Dom Pedro II - André
Antônio Maggi, na Olimpíadas Nacional em História do Brasil, considerando seu
potencial para contribuir no processo de ensino aprendizado no componente
curricular de História.

II. DESENVOLVIMENTO

As etapas da ONHB são divididas e executadas ao longo de quatro meses,


onde existe um trabalho de preparação dos estudantes por parte dos professores
acompanhando os estudantes em seu acesso as provas e orientação. Costumeiramente,
todo o material que o estudante necessita para realizar as questões se encontra
disponível no sítio das Olimpíadas da UNICAMP. De acordo com a professora
Cristina Meneguello, pesquisadora do Instituto de Filosofia de Ciências Humanas
( IFCH) da Unicamp (20011, p.5):

“foram desenvolvidos uma plataforma e um sistema interativos que, além de


pro-porcionar a inclusão digital, possibilitaram atividades, como a utilização
de um acervo digitalizado de documentos históricos, o que leva os
participantes a terem contato direto com o arcabouço metodológico do
historiador. Atividades como leitura e interpretação de documentos, análise
de materiais iconográficos (ma-pas, gravuras, mídia em geral) e a
interpretação de documentos controversos so-bre o mesmo evento histórico
foram algumas das atividades propostas às equi-pes. Todo o material está
disponível on line ... e o acesso às perguntas dos concursos passados é
constante, seja para estudos, seja para utilização de ima-gens e textos por
parte dos docentes, dentro da área que chamamos de “repositó-rio de
documentos”.

A investigação se deu a partir de revisão bibliográfica e de pesquisa


exploratória no site da ONHB, onde se encontram documentos, provas e todas as
informações acerca do evento.
Meneguello constata que apesar de não haver nenhum estudo em relação o
desenvolvimento dos estudantes nas olimpíadas científicas, como índice de avaliação,
o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes (Programme for International Student Assessment- Pisa),
verifica-se um aumento do nível de estudo em geral nas instituições que participam
desses eventos (Rodrigo, 2012).
A execução da olimpíadas teve como base alguns princípios metodológicos
claros. Devido a abraçarmos algumas áreas de conhecimento científico, podendo
realizar desafios construtivos, a proposta de uma Olimpíadas Nacional de História
ocorre sobre o estudo da história nacional.
Mediante a esses princípios, podemos citar a temporalidade e a espacialidade;
análise e interpretação de documento textual; análise e interpretação de documentos
iconográfico/cartográfico; indagações historiográficas e interpretativas dentro dos
materiais utilizados para trabalho em sala de aula. Ademais, as atividades incluem a
utilização de textos, banco de dados, imagens, mapas, documentos históricos,
permitindo aos participantes ter contato direto com o arcabouço metodológico do
trabalho do historiador.
Atualmente verificamos uma série de informações e de tecnologias a todo
instante sendo veiculadas, e novas e diferentes versões de acontecimentos do
cotidiano. A ONHB guia e possibilita alternativas de métodos de ensino de História do
Brasil. Assim, ela conduz a um dos pressupostos apresentados por Bittencourt (2011,
p.107): “ os atuais métodos de ensino têm de se articular às novas tecnologias para que
a escola posa se identificar com as novas gerações, pertencentes à cultura das mídias”.
Para Rüssen, (2001) podemos realizar reflexões a respeito da consciência
histórica, refletindo a maneira como os estudantes aprendem e estudam História, sua
vivencia e estudos no entendimento do tempo ao participarem de uma olimpíada
científica estudantil.
Portanto, percebemos as contribuições de Rüssem bem como de Cerri:

[...] constituem uma contribuição importante para o campo de pesquisa que,


no Brasil, situa-se na intersecção entre a História e a Educação,
materializando-se mais especificamente nos espaços institucionais e entre as
pessoas relacionadas à Licenciatura em História, seus profissionais e
atividades de ensino e pesquisa. Ao mesmo tempo, em que corrobora a
discussão que vem ocorrendo no Brasil nas últimas décadas, sobre a
necessidade de extrapolar as preocupações sobre o “como” ensinar, em
direção a reflexões mais amplas sobre as motivações sociais do ensino da
História e a natureza do saber envolvido nesse fenômeno social, os escritos
de Rüsen oferecem a perspectiva do debate alemão sobre o tema, que parte de
uma visão integrada da Didática da História com a Teoria da História e a
Historiografia. Aqui, a Didática da História assume muito mais a feição de
uma teoria geral do aprendizado histórico, que deve transcender as relações
escolares até para que seja possível melhor entendê-las, que a feição de uma
teoria do ensino (CERRI, 2005, p.1).

Assim, podemos refletir como os estudantes consolidam seu aprendizado


através das operações mentais que os levam a construir sua aprendizagem histórica,
como interpretam as esperiências no tempo.

III. RESULTADOS

Os estudantes além de responder as questões de múltipla escolha como mosta


as figuras (1,2 e 3), realizam uma tarefa por fase, analisando uma fotografia, pintura
ou documento histórico.
Vinte e duas equipes participantes (totalizando 66 alunos), da Escola Estadual
Militar Dom Pedro II - André Antônio Maggi participaram das olímpiadas, conforme
o gráfico apresentado na Figura 4.
Figura (1) Figura (2) Figura (3)

Fonte: Própia Autora

Figura 4- Aluno participantes


25
22
Número de Participantes

20 19

15

10

5
1 1
0
1ªfase 2ªfase 3ªfase 4ªfase

Fonte: Própia Autora

As atividades e tarefas tem como próposto, de analisar o desempenho dos


estudantes e chegar a etapa final, presencial, na UNICAMP. Entretanto, o desempenho
das equipes sobe nosso acompanhamento, em todos os passos, revelou-nos muito mais
que uma simples competição para um momento de aprendizagem de uma história que
não está presente nos livros didáticos.
As tarefas da ONHB envolveu um conjunto de atividades (registro escritos,
análise de documentos, pinturas e fotos) que superam as discussões meramentes
conteudistas que, não raro, acontecerem no dia a dia das aulas de História e de outras
disciplinas. Dessa forma, permitindo uma maior aproximação dos estudantes ao
mundo da pesquisa, assim, pode-se verificar que a escola não é apenas o lugar onde os
alunos obtêm informações de forma sistematizada pelos componentes curriculares.
Apesar da grande participação dos estudantes e empenho na realização
da 15ª ONHB e grande aprendizado e estímulo à pesquisa em história não foi possível
avançar da 5ª fase.

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Além disso, evidenciamos a potencialidade dessas Olimpíadas uma vez que, a


mesma integra tecnologia com educação, facilitando o processo de ensino-aprendizagem de
História na Educação Básica, Ensino Médio, e contribuindo para a formação continuada de
professores dessa disciplina. O conteúdo do site da ONHB nos leva a concluir que essa
Olimpíada científica contribui para o desenvolvimento profissional de professores de
História e estudantes, visto que estes têm acesso a novas fontes, vivenciam experiências,
realizam pesquisas e trocas de conhecimentos com outros docentes e com suas equipes,
produzindo articulações entre o saber e o fazer, ou seja, entre teoria e prática. Dessa forma,
ressaltamos que a ONHB não é apenas uma simples competição, mas também um espaço de
colaboração e de formação de alunos e professores.

V. REFERÊNCIAS

BITTENCOURT, Circe. Ensino de história: fundamentos e métodos. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2011.
CERRI, Luís F. Ensino de história e consciência histórica. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2011.
MENEGUELLO, Cristina. Olimpíada Nacional em História do Brasil: uma aventura intelectual?
História Hoje, v.5, n.14, p.1-14,2011. Disponível em: http://www.anpuh.org/revistahistoria/view?
ID_REVISTA_HISTORIA=14; Acesso em: 17 set. 2016.
RODRIGO, Ênio. Olimpíadas científicas, jogos sem perdedores, 2013. Disponível em:
https://eniorodrigo.wordpress.com/2013/02/25/olimpiadas-cientificas-jogos--sem-perdedores/;
Acesso em: 8 abr. 2016.
RÜSEN, Jörn. Razão histórica. Trad. Estevão de Rezende Martins. Brasília: Ed. UnB, 2001

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