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O nosso futuro está no presente

"É o mundo deles e o seu amanhã. Eu não estarei aqui, eles estarão"

Esta frase foi dita por David Attenborough, quando se referia a como a geração mais nova
tem tido um papel tão ativo na consciencialização da sociedade em relação a como
estamos a destruir a biodiversidade do nosso planeta. Pessoalmente, esta frase foi a que
mais me tocou, pelo facto de, de certa forma, a sentir como se fosse dirigida diretamente a
mim. É que a realidade é mesmo tal e qual ele a diz: é a minha geração que, se
continuarmos com os mesmos comportamentos que temos adotado, vai sofrer com as
maiores catástrofes climáticas que o planeta alguma vez enfrentou, e é a geração dos
meus filhos que vai ser impossibilitada de sequer ter um futuro. Isto faz-me perceber como
o tempo de agir é agora: tenho que tomar uma atitude no presente para que tenha a
oportunidade de ter um futuro.
Refletindo primeiramente a uma escala global, os problemas são vários; começo por
onde? Pela nossa dependência nos combustíveis fósseis? Pelo consumo excessivo de
carne? Ou pela maneira como estamos constantemente a desmatar zonas verdes para criar
zonas urbanas? Como consequência de todas estas práticas, o aumento da temperatura
global é apenas o início das transformações que o nosso planeta vai sofrer, e desengane-
se quem pensa que elas irão afetar apenas o meio ambiente! Tais transformações também
terão um impacto direto ao nível da saúde, da capacidade de produzir alimentos, da
habitação, da segurança e do emprego das pessoas. Tudo isto está a acontecer mesmo à
frente dos nossos olhos, ou melhor, está a ser provocado por nós, pelas nossas práticas
insustentáveis que teimamos em continuar a adotar. É urgente que, a nível mundial, os
Governos deixem de se preocupar apenas com os lucros e a economia, e direcionem as
suas legislações também para o ambiente. É necessária a implementação de medidas
eficazes: investir nos transportes públicos, apostar em energias renováveis, estabelecer
metas de redução de emissões de gases são apenas três exemplos das medidas que
considero mais importantes e prementes. Do meu ponto de vista, é desta forma que os
Governos podem ter um papel de destaque nesta luta conjunta; afinal, de que adianta
preocuparmo-nos com tudo, exceto com o nosso planeta se, sem ele, tudo o resto deixa de
existir?
Refletindo agora a um nível mais pessoal, também eu, apesar de muitas vezes pensar que
as minhas atitudes pessoais nunca vão ter impacto numa escala global (o que de certa
forma é extremamente errado pois, se todas as pessoas pensassem assim, neste momento
estaríamos bem pior do que já estamos), tenho atitudes que prejudicam a saúde do nosso
planeta. Apesar de tentar adotar práticas sustentáveis, como por exemplo: fazer sempre a
reciclagem, não deixar a água aberta enquanto tomo banho ou escovo os dentes e utilizar
mais os transportes públicos, sinto que ainda sou capaz de melhorar e que o que me tem
impedido de o fazer é o materialismo e o consumo excessivo. Na minha opinião, estes
aspetos prendem-me, não só a mim mas a uma vasta parte da população, a um estilo de
vida insustentável. Alguns aspetos como a necessidade de comprar roupa nova de mês em
mês, de ver os produtos na prateleira e, como não os tenho, querer comprar para
experimentar, de querer um telemóvel melhor mesmo que o meu ainda funcione
perfeitamente, são atitudes que no meu dia a dia me parecem inofensivas mas que me
levam a um consumo exuberante e desnecessário. Esta forma de agir que sei que não é só
minha mas sim partilhada por muitas pessoas, representa as tais ações a nível pessoal que
tenho que moderar. Tenho que agir e transformar esta mentalidade consumista, pelo meu
bem e principalmente pelo do meu planeta.
Apesar de mostrar as devastadoras consequências da ação humana na nossa
biodiversidade, David Attenborough também nos elucida com uma visão positiva: ainda há
esperança, ainda é possível revertermos os danos causados, basta agirmos de maneira
consciente e coletiva; afinal o ser humano é a única espécie com capacidade de auto
reflexão, vamos usá-la com sabedoria para conseguirmos atingir o nosso objetivo comum:
salvar a nossa casa!

Lara Neves

Bibliografia

Mudanças climáticas: entenda como a ação humana pode matar a Terra - Revista Fórum
(revistaforum.com.br)

Quem é David Attenborough, o ambientalista de 94 anos que 'quebrou' o Instagram com


mensagem de preservação - BBC News Brasil

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