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PSICOLOGIA
3 PSICOLOGIA
ORGANIZACIONAL
E DO TRABALHO
COORDENADORA DA COLEÇÃO
ROBERTA FERREIRA TAKEI
AUTORES
JOSÉ BONIFÁCIO DO AMPARO SOBRINHO
LAILA LEITE CARNEIRO
CAMILA FERREIRA OLIVEIRA
CDD: 158.7
Elaboração: Fábio Andrade Gomes - CRB-5/1513
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre e Doutora em Psico-
logia do Desenvolvimento pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia (POSPSI/UFBA). Pos-
sui formação em Psicanálise, atendendo principalmente crianças e adolescentes.
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (2010), com mestrado con-
cluído na área de Psicologia Organizacional e do Trabalho (2013) também pela UFBA.
Doutoranda no mesmo curso e instituição, dedicando-se à temática de bem-estar do
trabalhador, do comprometimento organizacional e da voz nas organizações. Experi-
ência nas áreas de avaliação psicológica, orientação profissional e consultoria de ges-
tão de pessoas (recrutamento e seleção, pesquisa de clima organizacional, diagnós-
tico organizacional, qualidade de vida, entre outros). Leciona em cursos de graduação
de Psicologia disciplinas do campo de Avaliação Psicológica e de Psicologia Organiza-
cional e do Trabalho, assim como em cursos de pós-graduação com ênfase em Gestão
de Pessoas, em Psicologia Organizacional e do Trabalho e em Saúde do Trabalhador.
GEISEL ALVES
Editor
1. Introdução..............................................................................................................17
2. A psicologia e a história do trabalho...................................................................17
1. Do homo sapiens ao artesão (200 mil a.c./século XV)...............................................17
2. Capitalismo (Séc. XVI).............................................................................................................18
3. Primeira revolução industrial (Séc. XVII) .........................................................................19
4. Segunda revolução industrial (início do século XIX) .................................................19
5. Queda do Fordismo (final da década de 1960) ...........................................................22
6. Pós-industrial ismo (a partir de 1970)..............................................................................23
7. O setor de serviços e a contemporaneidade conectada..........................................24
8. Atuação de Psicólogos (as) no trabalho e nas organizações..................................25
9. Categorias interdisciplinares................................................................................................26
10. Níveis de análise do comportamento..............................................................................27
3. A Psicologia Organizacional no Brasil.................................................................28
Referências....................................................................................................................35
1. Introdução..............................................................................................................37
2. Recrutamento: Conceitos, Tipos e Técnicas........................................................38
3. Seleção: Conceitos, Tipos e Técnicas....................................................................40
1. Análise de currículo.................................................................................................................41
2. Provas técnicas / de conhecimentos................................................................................42
3. Dinâmicas de grupo................................................................................................................42
4. Assessment center (centros de avaliação)......................................................................43
5. Avaliação psicológica..............................................................................................................43
6. Avaliação física...........................................................................................................................44
7. Entrevistas...................................................................................................................................44
4. Considerações Finais.............................................................................................46
Referências....................................................................................................................54
1. Introdução..............................................................................................................55
2. Diferenciação entre os conceitos..........................................................................56
3. Visão integrada dos cinco conceitos....................................................................58
4. A educação na contemporaneidade....................................................................59
5. Subsistemas de td&e (avaliação de necessidade de treinamento, planejamen-
to e execução e avaliação de treinamento).........................................................60
Referências ...................................................................................................................77
1. Introdução..................................................................................................................79
2. Origem e evolução do conceito........................................................................79
3. Diferenciação clima e cultura organizacional.................................................84
1. Diferenciação clima organizacional e clima psicológico.....................................84
4. Diferenciação clima organizacional e satisfação............................................85
5. O clima organizacional como variável de estudo...........................................85
6. Níveis do construto e mensuração...................................................................86
7. A gestão do clima organizacional....................................................................87
Referências................................................................................................................95
1. Introdução........................................................................................................... 101
2. Poder nas Organizações..................................................................................... 102
3. Abuso de Poder................................................................................................... 108
1. Assédio Moral..........................................................................................................................108
2. Assédio Sexual........................................................................................................................110
4. Liderança: Conceito e Abordagens................................................................... 112
5. Considerações Finais.......................................................................................... 114
Referências ................................................................................................................ 126
1. Introdução.........................................................................................................127
2. O que são organizações? Particularidades organizacionais: missão e valores...128
3. Particularidades organizacionais: missão e valores.....................................130
4. Cultura e cultura organizacional.....................................................................132
5. Formação da cultura organizacional..............................................................134
6. Culturas organizacionais fortes e fracas.........................................................136
7. Intervenção e gestão da cultura nas organizações.......................................137
Referências...............................................................................................................146
1. Introdução........................................................................................................ 147
2. Emoções e Afetos............................................................................................. 148
3. Funções das Emoções e Afetos....................................................................... 151
4. Tipos de Emoções............................................................................................. 153
1. Emoções Primárias e suas Funções Adaptativas................................................... 153
2. Surpresa................................................................................................................................. 153
3. Asco......................................................................................................................................... 154
4. Alegria.................................................................................................................................... 154
5. Medo....................................................................................................................................... 154
6. Ira.............................................................................................................................................. 154
7. Tristeza................................................................................................................................... 155
8. Emoções Secundárias...................................................................................................... 155
5. Emoções e Afetos no Trabalho........................................................................ 156
6. Regulação das Emoções................................................................................. 157
1. Estratégias de Foco Antecedente............................................................................... 158
2. Estratégias de Foco Consequente.............................................................................. 161
7. Inteligência Emocional................................................................................... 161
1. Trabalho Emocional......................................................................................................... 163
8. Considerações Finais....................................................................................... 164
Referências.............................................................................................................. 172
1. Introdução......................................................................................................... 173
1. Introdução......................................................................................................... 193
2. Evolução Histórica do Campo.......................................................................... 195
3. Saúde do Trabalhador no Brasil....................................................................... 197
4. Abordagens Teórico-Metodológicas............................................................... 200
1. Epidemiologia...................................................................................................................... 200
2. Modelos Teóricos do Estresse Ocupacional............................................................. 201
3. Ergonomia............................................................................................................................. 204
4. Psicodinâmica do Trabalho............................................................................................. 206
5. Considerações Finais........................................................................................ 208
Referências...................................................................................................................... 221
1. Introdução......................................................................................................... 223
2. Grupos Sociais................................................................................................... 224
3. Definição de Equipe de Trabalho e Diferenciação ao Conceito de Grupos...... 226
4. Estágios de Desenvolvimento da Vida dos Grupos...................................... 228
5. Equipes de Trabalho Efetivas.......................................................................... 230
Referências.............................................................................................................. 247
1. Introdução........................................................................................................ 249
2. A Avaliação Psicológica no Contexto Organizacional e do Trabalho......... 250
3. Passo a Passo da Avaliação Psicológica......................................................... 252
4. Técnicas e Instrumentos de Avaliação Psicológica....................................... 256
1. Observação.......................................................................................................................... 256
2. Entrevista.............................................................................................................................. 257
3. Testes Psicológicos............................................................................................................ 258
4. Testes Objetivos-Psicométricos................................................................................... 259
5. Técnicas Projetivas-Expressivas................................................................................... 260
5. Considerações Finais....................................................................................... 261
6. Lista de Resoluções Importantes para Consulta........................................... 262
Referências.............................................................................................................. 272
1. Introdução........................................................................................................ 275
2. A Natureza da Motivação................................................................................ 277
3. O Processo Motivacional................................................................................. 279
1. Ativação................................................................................................................................. 279
2. Direcionamento................................................................................................................. 280
3. Intensidade.......................................................................................................................... 281
4. Persistência De Ação........................................................................................................ 282
4. Teorias de Motivação....................................................................................... 282
5. Teorias de Necessidades.................................................................................. 283
1. Necessidades Básicas Inferiores................................................................................... 284
2. Necessidades Superiores................................................................................................ 284
6. Teoria Bifatorial................................................................................................ 285
7. Teorias X e Y...................................................................................................... 287
8. Teoria das Expectativas................................................................................... 287
9. Teoria do Estabelecimento de Metas............................................................. 288
10. Considerações Finais....................................................................................... 290
Referências............................................................................................................. 296
O Trabalho, a Psicologia
e as Organizações 1
JOSÉ BONIFÁCIO DO AMPARO SOBRINHO
1. INTRODUÇÃO
** Hannah Arendt, filósofa alemã, em “A condição humana” sugere haver 3 dimensões constituintes da
condição humana, a saber: Trabalho, labor e vida ativa (política). Resumidamente, Labor diz respeito
às ações corpóreas sem finalidade específica, enquanto política refere-se ao caráter relacional dos
indivíduos.
15
16
Não foi por acaso que foram investidas algumas linhas para discursar
sobre o trabalho humano, antes de ingressarmos nas discussões espe-
cíficas sobre a atuação da psicologia, das psicólogas e psicólogos sobre
aspectos relacionados ao trabalho, trabalhadores, organizações e, conse-
quentemente, à sociedade. É importante que os profissionais atuantes em
Psicologia do Trabalho e das Organizações apropriem-se de ampla com-
preensão sobre os aspectos sociais, contextuais, culturais e econômicos
que circunscrevem os seus exercícios profissionais, afinal, todas estas di-
mensões potencialmente se interrelacionam com suas possibilidades de
atuação e seus objetos de trabalho.
É importante, sobretudo, compreender o processo de formação do
trabalho na sociedade ocidental para que se possam fazer inferências e
elucubrações mais convincentes acerca das relações de trabalho na con-
temporaneidade. Ademais, esse exercício colabora para que os psicólogos
situem de forma mais coerente o exercício de sua classe no tabuleiro das
relações humanas em diferentes cenários históricos, econômicos, sociais
e culturais.
Para fins didáticos, dividiremos a história do trabalho ocidental em sete
séries históricas, com breves explanações sobre os respectivos períodos
em termos econômicos, sociais e de trabalho, em articulação com eventu-
ais contribuições da psicologia:
a
al
l
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ur
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2a
1a
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Ca
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4.
3.
1.
2.
6.
5.
7.
17
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19
20
21
22
23
24
25
Categorias intradisciplinares
Diante da extensão do campo, no Brasil divide-se didaticamente a Psico-
logia do Trabalho e das Organizações em três categorias intradisciplinares, a
saber: psicologia organizacional, psicologia do trabalho e gestão de pessoas7.
A psicologia organizacional compreende aspectos relacionados à co-
ordenação das pessoas para o alcance dos objetivos e metas organiza-
cionais. Psicólogos exercem, nessa categoria, atividades relacionadas ao
campo de comportamento organizacional (diagnósticos e intervenções
em cultura organizacional, clima organizacional, vínculos organizacionais
e desempenho), ao desenho organizacional que compõe o campo de aná-
lise e intervenções em termos de estrutura organizacional e consultorias
técnicas nas organizações.
A psicologia do trabalho é a categoria que vislumbra aprofundar e
compreender as relações dos indivíduos e grupos de trabalhadores com
as suas atividades laborais ou desemprego, bem como orientação profis-
sional e carreira. Tem entre as clínicas do trabalho perspectivas bastante
promissoras no que tange a articulação entre o trabalho realmente exer-
cido e a prescrição da organização, com destaque para a leitura psicanalí-
tica das relações entre indivíduo e organização de trabalho, sugerida por
Christophe Dejours, fundador da Psicodinâmica do trabalho15. Em geral,
as clínicas do trabalho enfatizam a importância da compreensão sobre a
relação entre a subjetividade dos trabalhadores e a organização social do
trabalho, utilizando os próprios trabalhadores como agentes de análise e
de mudança das demandas organizacionais. Sinalizam a autonomia dos
trabalhadores como processo fundamental para mudanças efetivas e coe-
rentes para trabalhadores e empresas16.
Essas abordagens tecem críticas aos métodos de diagnóstico e interven-
ções, comumente realizados na perspectiva da psicologia organizacional,
geralmente baseados em saberes prévios, constituídos por análises estatísti-
cas, distantes da realidade efetiva das pessoas que realizam o trabalho, con-
forme critica Schwartz17: “se não se faz um esforço de ir ver de perto como
cada um não apenas se submete, mas vive e tenta recriar sua situação de
trabalho, [...] então interpreta-se, julga-se e diagnostica-se no lugar das pró-
26
27
28
Palavras-chave Descrição
29
Clínicas do Trabalho.
Aprofundamento e compre-
Análise de bem-estar.
Psicologia do trabalho ensão sobre relação indivídu-
os-trabalho
Produção de Programas de
Saúde Ocupacional.
Recrutamento e seleção.
Captação, retenção, desen-
volvimento e avaliação de Treinamento, desenvolvi-
Gestão de Pessoas
trabalhadores para alcance mento e Educação.
de metas organizacionais.
Avaliação de desempenho
30
1. (SRH-UERJ - 2015)
Bendassoli e Soboll compreendem “clínicas do trabalho” por:
GRAU DE DIFICULDADE
2. (SRH-UERJ - 2015)
De acordo com Zanelli e Bastos (in ZANELLI; BORGES-ANDRADE; BASTOS,
2014), “um conjunto de pesquisas ao longo das últimas décadas, procurou
caracterizar o que faz o psicólogo organizacional e do trabalho” e identifi-
31
GRAU DE DIFICULDADE
ⒶⒶ prescrição e desvio
ⒷⒷ concepção e execução
ⒸⒸ dominação e resistência
ⒹⒹ carreirismo e empreendedorismo
ⒺⒺ institucionalização e autodissolução
GRAU DE DIFICULDADE
32
( ) CORRETA ( ) INCORRETA
GRAU DE DIFICULDADE
33
GRAU DE DIFICULDADE
34
1. Marx K. O Capital: crítica da economia política. 31. ed. Rio de Janeiro: Editora
Civilização Brasileira; 1998.
2. Arendt H. A Condição Humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense Universi-
tária; 2000.
3. Weber, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Cia
das Letras, 2004.
4. Smith A. A Riqueza das Nações. Rio de Janeiro: Hemus; 1984.
5. Borges OL, Yamamoto OH. Mundo do Trabalho: construção histórica e desa-
fios contemporâneos. In: Zanelli J; 2014.
6. Taylor FW. Princípios de Administração Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas;
1970.
7. Zanelli JC, Bastos AVB, Rodrigues ACA. A inserção de psicólogos em organi-
zações de Trabalho. In Zanelli JC, Borges-Andrade JE, Bastos AVB. Psicologia,
Organizações e Trabalho no Brasil. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.
8. Antunes R, Braga R. Infoproletários: degradação real do trabalho virtual. São
Paulo: Boitempo Editorial; 2009.
9. Lemos A, Levy P. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia.
São Paulo: Paulus; 2010.
10. Castells M. A sociedade em rede. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra; 2013.
11. Levy P. Cibercultura. 3. ed. São Paulo: Editora 34; 2010.
12. Primo A. A grande controvérsia: trabalho gratuito na Web 2.0. In Ribeiro JC,
Braga V, Sousa PV. Performances interacionais e mediações sociotécnica.
Salvador: Edufba; 2015.
13. Jenkins H. Cultura da Convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph; 2009.
14. Amaral A, Moschetta PH. Visibilidade e reputação nos Sites de Redes Sociais:
a influência dos dados quantitativos na construção da popularidade a partir
da percepção dos usuários. In Ribeiro JC, Braga V, Sousa PV. Performances
interacionais e mediações sociotécnicas. Salvador: Edufba; 2015.
15. Dejours C. Psicodinâmica do Trabalho: contribuições da escola Dejouriana à
análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas; 2014.
16. Bendassolli PF, Gondim SMG. Projeto de cientificidade das clínicas do traba-
lho e seus desafios no campo da Psicologia Organizacional e do Trabalho. In
Bendassolli PF. Métodos de Pesquisa e intervenção em Psicologia do Traba-
lho: clínicas do trabalho. São Paulo: Atlas; 2014.
17. Schwartz Y. Trabalho e saber. Trab Educ 2003;12(1):21-34.
18. Gondim SMGG, Janice JS, Peixoto AL. Gestão de Pessoas. In: Borges LO, Mou-
Recrutamento e Seleção
LAILA LEITE CARNEIRO
2
O que você irá ver nesse capítulo:
✓ Introdução;
✓ Recrutamento: conceito, tipos e técnicas;
✓ Seleção: conceito, tipos e técnicas;
✓ Considerações finais;
✓ Quadro resumo;
✓ Questões Comentadas;
✓ Referências.
1. INTRODUÇÃO
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40
Análise de currículo
É comum que a primeira etapa de seleção, nos mais diversos proces-
sos seletivos, seja a triagem do currículo. Nesse momento, o selecionador
ainda não tem nenhum contato direto com o candidato, apenas acessa as
informações escritas por ele nesse documento.
Essa etapa costuma ser a primeira, pois o currículo traz algumas infor-
mações elementares sobre o candidato, auxiliando o selecionador a iden-
tificar se o mesmo possui requisitos básicos necessários ao desempenho
da função como o nível de escolaridade, tipo de formação, tipo e tempo
de experiência, entre outros fatores mais objetivos. Desse modo, a avalia-
ção de currículos assume mais uma função de triagem do que efetivamen-
te de seleção.
41
Dinâmicas de grupo
Quando inseridas no processo seletivo, as dinâmicas de grupo (ou téc-
nicas de simulação) se caracterizam por jogos com situações estruturadas,
relacionadas ou não com o cargo, nas quais os participantes interagem1.
Portanto, são utilizadas quando há a intenção de se avaliar comportamen-
tos sociais e interativos, tais como liderança, resolução de problemas, rela-
cionamento interpessoal, trabalho em equipe, flexibilidade, etc.4
Para fins de seleção, é importante que a dinâmica de grupo não tenha
mais do que entre 14 e 16 participantes, pois uma quantidade muito gran-
de de pessoas pode dificultar a avaliação de cada um dos candidatos. Ade-
mais, ainda que o número de participantes seja reduzido e as atividades
propostas sejam simples, as dinâmicas devem contar sempre com mais de
um avaliador.
Por permitir a avaliação de vários candidatos ao mesmo tempo, a di-
nâmica de grupo também apresenta como vantagem a aceleração do
processo de filtragem quando há muitos interessados por quantidade de
vagas oferecidas.
42
Avaliação psicológica
A avaliação psicológica é um recurso cada vez mais usado pelas orga-
nizações para conhecer melhor os seus candidatos. Ela corresponde ao
processo técnico-científico que emprega um conjunto de métodos e téc-
nicas, quantitativos e qualitativos, utilizados para a investigação de um
ou mais comportamentos ou processos psicológicos, a fim de possibilitar
uma tomada de decisão. No caso de processos seletivos, a avaliação psi-
cológica fornece informações especialmente sobre habilidades e atitudes
dos candidatos. Por ser uma normalmente mais demorada e mais onero-
sa, é comum que seja uma das últimas etapas do processo seletivo, desti-
nada especialmente aos candidatos finalistas.
Uma das principais técnicas utilizadas na avaliação psicológica é a tes-
tagem. Os testes psicológicos são construídos para obter informações
precisas e válidas sobre fenômenos psicológicos específicos. Entretanto, é
comum que os testes psicológicos sejam incluídos em seleção de pessoal
de forma indiscriminada, em pacotes padronizados que pouco se referem
ao que realmente é importante avaliar para prever o desempenho futuro
do candidato.
43
Avaliação física
A avaliação física é um instrumento de avaliação bem específico, incluí-
do nos processos seletivos em que é, de fato, necessário verificar habilida-
des que permitem ao candidato desenvolver adequadamente determina-
das operações físicas/manuais. Os testes mais comumente incluídos nesse
processo são: corrida, abdominal, barra e flexão. Desse modo, é comum
ser utilizada como uma etapa de seleção em concursos públicos para as
forças armadas ou em seleções de empresas privadas para cargos como
segurança, ajudante de carga e descarga, entre outros.
Entrevistas
A entrevista é uma conversação dirigida a um propósito específico de
avaliação, na qual o entrevistador conduz perguntas diretivas para obter
informações específicas sobre o entrevistado. Ela está presente em quase
100% dos processos seletivos e pode assumir diferentes características.
Quanto à condução, é feita por um ou mais entrevistadores. Quando
conduzida por mais de um entrevistador, é comum que estes sejam profis-
sionais da área de recursos humanos e os gestores diretos da vaga ofertada.
Quanto à natureza, pode ser individual ou coletiva. Em geral, é mais
comum que a entrevista aconteça de maneira coletiva quando esta é uma
das primeiras etapas do processo seletivo e, nesse caso, as informações
coletadas tendem a ser mais genéricas e superficiais. Na entrevista indivi-
dual, por outro lado, tem-se a oportunidade de aprofundar mais questões
específicas com cada candidato avaliado.
Quanto à estrutura, as entrevistas podem ser abertas (com perguntas
livres), semiestruturadas (compostas a partir de um roteiro de perguntas
flexível) ou estruturadas (compostas por um roteiro de perguntas que
deve ser estritamente seguido). Em processos seletivos, é mais indicado
44
45
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
46
Palavras-chave Descrição
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PASSOS
(Após análise profissiográfica/ delimitação do perfil
RECRUTAMENTO
Processo de procurar empregados, estimulá-los e encorajá-lo a se candidatar às vagas de uma organização
ATENÇÃO!
INTERNO EXTERNO
Deve atrair
– Busca-se o candidato DENTRO da própria empresa na qual a vaga – Busca-se o candidato FORA da empresa na qual a vaga candidatos
está disponível está disponível compatíveis
– Divulgações a partir de murais ou intranet – Divulgações a partir de jornais, redes sociais, site de empresa, com as
empresas especializadas, headhunters necessidades da
organização!
SELEÇÃO
Processo de escolha do candidato mais adequado à organização, dentre todos os recutados, por meio de vários instrumentos de
análise, avaliação e comparação de dados.
48
ⒶⒶ benefícios e serviços.
ⒷⒷ avaliações e orientações de pessoal.
ⒸⒸ desenvolvimento e treinamento de pessoal.
ⒹⒹ recrutamento e seleção de pessoal.
ⒺⒺ remuneração e programas de incentivos aos colaboradores
GRAU DE DIFICULDADE
49
GRAU DE DIFICULDADE
GRAU DE DIFICULDADE
50
GRAU DE DIFICULDADE
GRAU DE DIFICULDADE
51
ⒶⒶ Entrevista Situacional.
ⒷⒷ Entrevista por Computador.
ⒸⒸ Entrevista de Descrição Comportamental.
ⒹⒹ Entrevista Coletiva.
ⒺⒺ Entrevista de Capacidade Física.
GRAU DE DIFICULDADE
52
ⒶⒶ simples.
ⒷⒷ diretivas.
ⒸⒸ objetivas.
ⒹⒹ de baixa complexidade.
ⒺⒺ mistas.
GRAU DE DIFICULDADE
53
54
Treinamento, Desenvolvimento
& Educação (TD&E) 3
CAMILA FERREIRA OLIVEIRA
1. INTRODUÇÃO
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4. A EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
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Palavras-chave Descrição
63
INTERVENÇÃO OU MEIOS OU
ELEMENTOS
DESENHO AVALIAÇÃO
DIAGNÓSTICO IMPLANTAÇÃO
IMPORTANTES DO PLANEJAMENTO
DERIVA DA APLICAÇÃO E VERIFICAÇÃO DE
TREINAMENTO AVALIAÇÃO DE
INSTRUICIONAL
DOS
CONDUÇÃO DO RESULTADOS DO
NECESSIDADES PROGRAMA TREINAMENTO
TREINAMENTOS
DESENVOLVIMENTO
AVALIAÇÃO DE NECESSIDADES
AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO
64
65
GRAU DE DIFICULDADE
66
GRAU DE DIFICULDADE
67
cionais, que competências devem ser treinadas e quais as pessoas devem ser
capacitadas. Dessa forma, não basta ter esse levantamento com o chefe, esta
análise deve partir também dos funcionários e principalmente do histórico de
suas avaliações de desempenho ou outras ferramentas de avaliação da insti-
tuição.
Assertiva II: INCORRETA. As necessidades de treinamentos, no nível das
tarefas, seriam os hiatos de conhecimento, habilidades e atitudes comparti-
lhados por profissionais de um mesmo cargo, função, ocupação, categoria. As
necessidades no nível do indivíduo são mais voltadas ao atendimento de obje-
tivos pessoais e profissionais de aprendizagem, educação e desenvolvimento.
Assertiva III: CORRETA. A avaliação ou diagnóstico de necessidades tem o
intuito também de avaliar as lacunas entre as competências exigidas e as que
os colaboradores possuem.
Assertiva IV: INCORRETA. Para dar continuidade ao sistema instrucional,
tanto para o planejamento e a execução, como para avaliação de treinamento,
o diagnóstico de necessidades de treinamento fornece informações necessá-
rias à definição dos melhores meios e situações para entrega da ação educa-
cional. Dessa forma, se esta etapa for negligenciada, as etapas seguintes tam-
bém serão prejudicadas.
Assertiva V: CORRETA. Tal afirmativa exige do leitor o conhecimento sobre
o sistema de TD&E por completo, de como aspectos da organização podem
influenciar na eficácia de uma das etapas do sistema.
Assertiva VI: INCORRETA. Um diagnóstico de necessidades efetivo forne-
ce informações necessárias à definição dos melhores meios e situações para
entrega da ação educacional e pode definir: perfil da clientela, objetivos ins-
trucionais, modos de implementação da situação ensino aprendizagem, as
mídias ou meios de ensino, entre outros.
Assertiva VII: INCORRETA. As necessidades no nível do indivíduo são mais
voltadas ao atendimento de objetivos pessoais e profissionais de aprendiza-
gem, educação e desenvolvimento. No diagnóstico de necessidades, as lacu-
nas devem ser descritas em competências.
Assertiva VIII: CORRETA. A afirmativa apresenta de forma ampla o que as
discrepâncias de desempenho ou lacunas nas competências individuais po-
dem significar para a compreensão do sistema completo de TD&E.
68
GRAU DE DIFICULDADE
69
de trabalho.
ⒹⒹ foi percebido como satisfatório pelos treinandos quanto aos recursos
utilizados, ambiente e instalações.
ⒺⒺ foi percebido como satisfatório pelos treinandos quanto às metodo-
logias aplicadas durante o treinamento e a habilidade dos instrutores em
transmitirem os conteúdos propostos
GRAU DE DIFICULDADE
70
71
GRAU DE DIFICULDADE
GRAU DE DIFICULDADE
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GRAU DE DIFICULDADE
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ⒶⒶ I, II e III, apenas.
ⒷⒷ I, III e IV, apenas.
ⒸⒸ II, III e IV, apenas.
ⒹⒹ II e IV, apenas.
ⒺⒺ I, II, III e IV.
GRAU DE DIFICULDADE
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Clima Organizacional
CAMILA FERREIRA OLIVEIRA
4
O que você irá ver nesse capítulo:
✓ 1. Introdução
✓ 2. Origem e Definição do conceito
✓ 3. Diferenciação Clima e Cultura Organizacional
✓ 4. Diferenciação Clima Organizacional e Clima Psicológico
✓ 5. Diferenciação Clima Organizacional e Satisfação
✓ 6. O clima Organizacional como variável de estudo
✓ 7. Níveis do construto e mensuração
✓ 8. A gestão do clima organizacional
✓ 9. Quadro de Resumo
✓ 10. Quadro esquemático
✓ 11. Questões de Concurso Comentadas
✓ 12. Referências Bibliográficas
1. INTRODUÇÃO
79
80
81
82
83
84
85
Para além das investigações nas relações diretas ou indiretas entre cli-
ma e outros comportamentos organizacionais, observa-se que este cons-
truto exerce impacto sobre o: nível micro (relativos ao indivíduo), nível
86
87
88
Palavras-chave Descrição
Fatores mensuráveis do ambiente físico e psicossocial do
contexto de trabalho que são percebidos e interpretados
Clima Organizacional
direta ou indiretamente pelos trabalhadores que vivenciam
tal contexto.
O experimento foi realizado em 1927 na fábrica da Wes-
tern Electric Company, situada em Chicago, no bairro de
Hawthorne e sua finalidade era determinar a relação entre
a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários
Experimento de Hawthorne
medida através da produção. A experiência estendeu-se
à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal
(turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a
produtividade do pessoal.
Designa a rotatividade de pessoal em uma organização, ou
Turnover seja, as entradas e saídas de funcionários em determinado
período de tempo.
Identificada por valores e pressupostos que são mantidos
Cultura Organizacional ≠ Clima no tempo pelos membros da organização, concedendo-
-lhes uma identidade própria.
Ao passo que o clima representa o modo como as pessoas
Clima x cultura percebem seu contexto de trabalho, a cultura apresenta o
modo como as coisas são realizadas na organização
89
CULTURA ORGANIZACIONAL
ABRANGÊNCIA GRÁFICA
DOS CONCEITOS DE
CULTURA E CLIMA CLIMA ORGANIZACIONAL CLIMA PSICOLÓGICO
ORGANIZACIONAIS E
CLIMA PSICOLÓGICO.
90
GRAU DE DIFICULDADE
91
92
GRAU DE DIFICULDADE
93
94
GRAU DE DIFICULDADE
95
GRAU DE DIFICULDADE
GRAU DE DIFICULDADE
96
97
GRAU DE DIFICULDADE
98
99
100
✓ 1. Introdução
✓ 2. Poder nas organizações
✓ 3. Abuso de poder
✓ 4. Liderança: conceito e abordagens
✓ 5. Considerações finais
✓ 6. Glossário
✓ 7. Quadro resumo
✓ 8. Questões Comentadas
✓ 9. Referências Bibliográficas
1. INTRODUÇÃO
101
102
EXPERIÊNCIA
COERÇÃO REFERÊNCIA
RECOMPENSA LEGITIMIDADE
103
104
105
A ação política é o processo pelo qual as pessoas obtêm e protegem o seu poder
dentro da organização.
OBTENÇÃO DE CONTROLE
CO-OPÇÃO PELA
FORMAÇÃO DE COALIZÕES SOBRE OS PROCESSOS
OPOSIÇÃO
DECISÓRIOS
Fonte: Elaboração da autora.
106
107
3. ABUSO DE PODER
Assédio moral
Bullying, mobbing, mau-trato, coação, hostilização. Muitos termos são
utilizados como sinônimos para descrever a situação na qual uma pessoa
é menosprezada por outra através de condutas diversas, que podem ir
desde gritos, agressões verbais (insultos, deboches, humilhações) até uma
postura de silêncio absoluto (isolamento) em relação ao assediado. Tam-
108
109
Assédio sexual
O assédio sexual é uma preocupação ainda mais antiga das organiza-
ções e da sociedade quando comparado ao assédio moral. Como o pró-
prio termo designa, o assédio sexual se trata de um conjunto de condu-
tas abusivas (sob forma verbal, não verbal ou física) de teor sexual (Brasil,
2010) que não são consentidas ou são indesejadas pela vítima. Podem
ser exemplos de condutas associadas ao assédio sexual: a insistência no
contato físico indesejado ou não consentido; convites, propostas e/ou pe-
didos sexuais mal recebidos; comentários, piadas e insinuações de natu-
reza sexual; olhares lascivos e gestos associados à sexualidade; bem como
110
111
112
113
alto nível de lealdade e confiança por parte dos liderados, que se deixam
guiar intensamente para a direção indicada pelo líder.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
114
Palavras-chave Descrição
115
ATENÇÃO!
LIDERANÇA
PODER O poder pode ser
derivado tanto de
• É uma forma de exercício de poder, caractéristicas pessoais
• É um conceito mais amplo e mais complexo (tais como carisma,
formal ou informal referência) como da
que o de liderança posição da pessoa na
• Processo em que um indivíduo influencia
• Capacidade/potencial que um in- organização (relaciona-
as atitudes, crenças, comportamentos e da com aspectos como
divíduo ou um grupo de indivíduos coerção, recompensa,
sentimentos de outras pessoas, guian- informação, legitim-
apresenta de influenciar o compor-
do-os o alcance dos objetivos comuns idade.
tamento de outras pessoas com base
ao grupo do qual este indivíduo influen- As principais abor-
numa relação de dependência dagens teóricas
ciador também faz parte consideram questoões
• Nem positivo, nem negativo. Neutro como as características
• Viés mais positivo
pessoas do líder, o
comportamento/estilo
de liderança e/ou as
contigências/situações
nas quais o líder se
encontra para explicar
o que é uma liderança
ASSÉDIO MORAL ASSÉDIO SEXUAL eficaz
116
GRAU DE DIFICULDADE
117
GRAU DE DIFICULDADE
118
ⒶⒶ com base nas relações que envolvem efetiva sanção ou ameaça por par-
te do supervisor.
ⒷⒷ com base na crença do subordinado em ser recompensado ou favoreci-
do por obedecer ao supervisor.
ⒸⒸ com base no reconhecimento de que o supervisor ocupa uma posição
em que se justifica ter que obedecer a ele.
ⒹⒹ com base na identificação pessoal dos subordinados com o supervisor.
ⒺⒺ em que a influência do supervisor está calcada na abrangência e solidez
do conteúdo de suas mensagens.
GRAU DE DIFICULDADE
119
GRAU DE DIFICULDADE
120
GRAU DE DIFICULDADE
121
ⒶⒶ I – R , II – P , III – S.
ⒷⒷ I – S , II – Q , III – P.
ⒸⒸ I – Q , II – R , III – P.
ⒹⒹ I – P , II – S , III – R.
ⒺⒺ I – R , II – P , III – Q.
GRAU DE DIFICULDADE
122
GRAU DE DIFICULDADE
123
GRAU DE DIFICULDADE
124
trabalho.
GRAU DE DIFICULDADE
125
126
Cultura Organizacional
JOSÉ BONIFÁCIO DO AMPARO SOBRINHO
6
O que você irá ver nesse capítulo:
✓ 1. Introdução;
✓ 2. O que são Organizações?;
✓ 3. Particularidades organizacionais: Missão e valores;
✓ 4. Cultura e Cultura Organizacional;
✓ 5. Formação da Cultura Organizacional;
✓ 6. Culturas organizacionais Fortes e Fracas;
✓ 7. Intervenção e gestão da cultura nas organização;
✓ 8. Quadro Resumo;
✓ 9. Quadro Esquemático;
✓ 10. Questões Comentadas;
✓ 11. Referências;
1. INTRODUÇÃO
127
128
129
Figura 1: Organizações
TAREFAS
AMBIENTES ESTRATÉGIA
PESSOAS ESTRUTURA
Articular todos estes elementos é uma tarefa que exige uma compre-
ensão integral sobre o trabalho e as organizações, o que, por sua vez, tor-
na a gestão organizacional uma tarefa substancialmente complexa.
3. PARTICULARIDADES ORGANIZACIONAIS:
MISSÃO E VALORES.
Agora que você já tem uma noção sobre as similaridades que compõem as
organizações, em geral, podemos pensar nas especificidades das organizações.
Como já foi afirmado acima, todas as organizações tem uma razão de existir:
fornecer soluções para algum tipo de demanda da sociedade. Acontece que a
“sociedade” é um construto abstrato insondável, demandante de quantidades
inimagináveis de tipos de serviços e produtos. Podemos dizer, por exemplo,
que para um mesmo tipo de serviço ou produto há uma diversidade enorme
de necessidades, que estão consubstanciados nos valores e nas demandas dos
consumidores finais.
Observe os exemplos abaixo:
João é um advogado bem-sucedido. Com uma carteira de clientes repleta de
mega-empresários, costuma realizar reuniões em restaurantes de alto padrão e
participar de eventos da alta sociedade. João foi criado em uma família com alto
130
131
132
133
134
135
É bem possível que a esta altura você esteja se perguntando para que
serve tudo isto que foi dito até então. Será que há aplicabilidade e funcio-
nalidade para tanta teoria? Sim, certamente há.
Tendo em vista que uma cultura organizacional forte favorece a clare-
za dos processos organizacionais, tenderá a produzir maior coerência na
compreensão dos processos, bem como o incremento de sinergia entre
os atores organizacionais. É provável que em organizações desta natureza
hajam menores possibilidades de quebras de expectativas ou contratos
psicológicos, estabelecidos entre trabalhadores e empregadores, que pro-
moverão, por conseguinte, menor probabilidade de desejo de evasão e
maior comprometimento da força de trabalho. Portanto, é pos- sível con-
siderar que o investimento em ações para o fortalecimento da cultura or-
ganizacional afigura-se como solução estratégica para organizações que
prezam por equilíbrio, segurança e controle.
Por outro lado, organizações com características culturais fracas apre-
sentam confusões no compartilhamento dos seus processos, valores e
procedimentos. A consequência disto pode causar dificuldades de com-
preensão dos trabalhadores a respeito do que se espera deles em termos
de comportamentos e conduta, ambiguidades em termos de papéis e in-
definição de regras.
De forma alguma, apregoa-se aqui que as organizações precisam ter
processos exclusivamente prescritos. É extensa a literatura que indica
aspectos positivos em cases em que os trabalhadores são empoderados
com autonomia em seus processos de trabalho, característica cultural em
136
137
138
Palavras-chave Descrição
139
140
ⒶⒶ Visões compartilhadas.
ⒷⒷ Intolerância a riscos.
ⒸⒸ Sistemas de motivação e recompensa.
ⒹⒹ Código de conduta.
GRAU DE DIFICULDADE
141
GRAU DE DIFICULDADE
142
ⒶⒶ I e III.
ⒷⒷ I, II e IV.
ⒸⒸ II, III e IV.
ⒹⒹ I, III e IV.
GRAU DE DIFICULDADE
143
GRAU DE DIFICULDADE
144
145
146
Afetos e Emoções
no Trabalho 7
JOSÉ BONIFÁCIO DO AMPARO SOBRINHO
1. INTRODUÇÃO
147
2. EMOÇÕES E AFETOS
Fonte: https://ibralc.com.br/wp-content/uploads/2010/07/Emocoes.jpg
148
compreender efetivamente o que está sendo emitido por ele seria maior
ou menor?
Provavelmente você responderá “menor”. Talvez já tenha passado por
experiências, ou conheça alguém que já tenha sofrido uma falha de comu-
nicação em ambientes digitais, como nos aplicativos whatssapp ou face-
book messenger , por falta de conteúdos que fornecessem tom às conver-
sas. Por esse motivo, usamos atualmente signos denominados emoticons
para facilitar a compreensão dos conteúdos emitidos nas interações em
diversas plataformas digitais.
Figura 2: Emoticons
149
Foco conforme o
Temperamento Meses/anos Duradouro
contexto
150
a) Sobrevivência da espécie
b) Construção histórica
c) Aprendizagem e ajustamento social
d) Expressão da subjetividade
151
Figura 3: Construção histórica: Na copa de 1994 o jogador Bebeto, após fazer um gol, sorri
e relaciona o momento com o nascimento de seu filho que acabara de nascer.
Fonte: http://s2.glbimg.com/H-pNe8RmGQ-AkHj2rhbDLXESh_o=/58x28:820x600/300x225/s.
glbimg.com/es/ge/f/original/2013/01/09/bebeto_comemora cao1994_2_get.jpg_60.jpg
152
4. TIPOS DE EMOÇÕES
Surpresa
Você está fazendo um concurso público há alguns anos. Tem tido resul-
tados excepcionais, apesar de não ter sido chamada(o) para tomar posse.
Um belo dia, recebe um telefonema com a notícia de que você deve entre-
gar os documentos para tomar posse da vaga.
Pense comigo: automaticamente algo acontecerá. É improvável que
você receba a ligação e não responda com uma expressão de surpresa.
Certamente você não esperava a informação, e naquele momento precisa
explorar a situação para apropriar-se de mais informações para dar conta
do fato em si. Espero que tenha entendido que a surpresa é uma emoção
que possui a função de explorar a situação para a preparação do indiví-
duo para novas situações, diante da escassez de informações para efetivas
adaptações.
* Com exceção de indivíduos com níveis de comprometimento neurológico com as funções afetivas.
153
Asco
O asco, ou nojo, é uma emoção fundamental para o afastamento dos
indivíduos de elementos que possam causar danos à constituição dos or-
ganismos. A sua função adaptativa está relacionada ao rechaço.
Qual a sensação por passar por um ambiente repleto de lixo, odor e
sujeira? Observe que naturalmente você fará uma expressão de nojo. Essa
expressão automática relaciona-se com a tendência organísmica de afas-
tar-se de elementos que possam fazer mal .
Alegria
A alegria é a emoção com função de afiliação. A afiliação está relacio-
nada ao compartilhamento de eventos/conteúdos por pessoas. Portanto,
a alegria colabora para que indivíduos associem-se a outros comuns. Um
exemplo ilustrativo são os jogos de futebol. Se você já foi a um estádio
de futebol, já deve ter observado que ao comemorar um gol as pesso-
as tendem a vibrar e se abraçarem. Em diversas situações sociais, mesmo
pessoas que não se conheçam, reagem da mesma forma, como expressão
do compartilhamento de um evento avaliado positivamente em comum.
Medo
O medo é uma emoção primária relacionada à proteção. Em situações
de possível perigo, é comum que as pálpebras se expandam, que o bati-
mento cardíaco se acentue e que a atenção redobre-se. O medo prepara
o organismo para proteger-se da possibilidade de agentes externos ou
imaginados exercerem alguma ação prejudicial ao organismo. Imagine-se
percorrendo um percurso deserto, obscuro, inseguro. Qual seria a sua re-
ação automática?
Ira
A ira é a emoção primária associada à autodefesa. Diante das necessi-
dades de adaptarem-se ao ambiente, os nossos ancestrais provavelmente
precisaram lançar mão de atitudes agressivas que asseguraram-lhes a so-
brevivência. A ira é a grande responsável pela tendência a aniquilamento
de um objeto oponente ou prejudicial. Você já parou para imaginar o que
aconteceria caso não houvesse uma emoção como a ira na constituição
dos indivíduos? Provavelmente sucumbiríamos com facilidade a ações de
outros agentes na selvagem natureza.
154
Tristeza
A tristeza é a emoção com a função adaptativa de reintegração. Traz
em sua constituição elementos significativos que, na experiência huma-
na, sinalizam a importância subjetiva de objetos, pessoas e eventos. Estar
triste por algum motivo certamente sinaliza que algo significativo está em
jogo.
Emoções secundárias
As emoções secundárias, diferentemente das emoções primárias, não
constituem o repertório de emoções de todos os representantes da es-
pécie. São construídas socialmente, sob as bases dos aspectos morais e
culturais de determinado contexto. Dentre elas afiguram-se a culpa, o or-
gulho, o ciúme, a avareza e a arrogância5.
Surpresa Exploração
Asco Rechaço
Alegria Afiliação
Medo Proteção
Ira Autodefesa
Tristeza Reintegração
Agora que você já entende um pouco mais sobre emoções, como pro-
cessos adaptativos, gostaria de convidar-lhe a refletir sobre a frequência
de eventos afetivos em sua vida. Provavelmente, se dará conta de que
constantemente os processos afetivos e emocionais estão acontecendo,
sejam em momentos de adaptação às demandas do ambiente, ou em mo-
155
156
157
158
159
160
Modificação de
Objeto/ Modificação da Compartilhamento
aspectos
Situação expressão social
fisiológicos
Fonte: Imagem produzida pelo autor
7. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
161
OBJETIVO
>
162
Trabalho emocional
Por último, é válido apresentar brevemente outro construto relacio-
nado à administração das emoções em situações de trabalho: o trabalho
emocional.
As diversas situações de trabalho, sobretudo no setor de serviços, de-
manda aos indivíduos a assunção de comportamentos condizentes ao
papel exercido. Para que isso aconteça de forma eficiente esses indivíduos
são impelidos a expressarem emoções que muitas vezes não condizem
com as expressões emocionais genuínas.
Por trabalho emocional compreendem-se os atos de tentar modificar em
intensidade ou qualidade as emoções, para atender às regras organizacio-
nais e emocionais11. Isso é ilustrado ao concebermos o trabalho de aeromo-
ças. Os sorrisos constantes provavelmente não constitui uma emoção genu-
ína, mas uma demanda para o exercício do papel profissional.
A necessidade de lançar mão dessas expressões emocionais afigura-
-se como uma moeda de troca, mais do que uma decisão pessoal, empre-
gadas para alinhar-se com os padrões e regras emocionais esperadas em
suas atividades profissionais. O trabalho emocional, conforme assinalam
Bonfim e Gondim1, é constituído por três aspectos, a saber: situações de
interação face a face, autogerenciamento emocional em vistas de influen-
ciar a clientela, sob a utilização de estados afetivos definidos pela organi-
zação de trabalho. Esses aspectos exigem constantemente do trabalhador
163
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
164
165
Palavras-chave Descrição
166
Modificação
Seleção da Modificação Atenção Reavaliação Compartilha
de aspectos
Situação da Situação posicionada da Situação mento social
fisiológicos
167
GRAU DE DIFICULDADE
GRAU DE DIFICULDADE
168
ⒶⒶ inteligência em comunicação
ⒷⒷ Inteligência emocional
ⒸⒸ Inteligência de equipe
ⒹⒹ Inteligência linguística
ⒺⒺ Inteligência racional
GRAU DE DIFICULDADE
169
ⒶⒶ 1,2,3
ⒷⒷ 3,2,1
ⒸⒸ 2,3,1
ⒹⒹ 2,1,3
ⒺⒺ 3,1,2
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
170
171
172
Avaliação de Desempenho
CAMILA FERREIRA OLIVEIRA
✓ Introdução
✓ O que avaliar?
✓ Como avaliar?
✓ Quem avaliar?
✓ Vieses e Erros de avaliação
✓ Quadro Resumo
✓ Quadro Esquemático
✓ Questões de Concurso Comentadas
✓ Referências Bibliográficas
1. INTRODUÇÃO
173
2. O QUE AVALIAR?
174
3. COMO AVALIAR?
Escala Gráfica
É um método que consiste num formulário de dupla entrada, no qual,
no sentido vertical são conceituados os fatores/competências, e no sen-
tido horizontal são apresentados os graus dos fatores que servirão para
a avaliação (ex. ótimo, muito bom, bom, regular e fraco ou 1 a 5)5,6. Vale
175
Escolha forçada
Consiste em avaliar o desempenho por meio de frases positivas ou ne-
gativas que descrevem os aspectos do comportamento do avaliado, no
qual o avaliador é forçado a escolher uma ou duas frases que se aplicam
na situação.
Existem duas formas de avaliar: a primeira é por meio de um conjunto
de duas frases positivas e duas de significados negativos; nesse caso, o
avaliador deve escolher a frase que mais se aplica e a que menos se apli-
ca ao desempenho do avaliado. Na segunda forma de avaliar é por meio
de um conjunto de quatro fatores de significados positivos e o avaliador
deve escolher as duas frases que mais caracterizem o desempenho do
avaliado5,6.
Incidentes Críticos
Nesse método, o avaliador deve reconhecer e indicar os pontos fortes
e fracos do avaliado, a partir da observação e acompanhamento do seu
comportamento. O objetivo é registrar fatos altamente positivos e alta-
mente negativos do avaliado continuamente5,6.
176
4. QUEM AVALIAR?
177
178
179
180
Palavras-chave Descrição
181
COMPETÊNCIAS
O QUE AVALIAR?
COMPORTAMENTOS RESULTADOS OU
EFEITOS
TRADICIONAIS MODERNOS
• CHECKLIST
(LISTA DE VERIFICAÇÃO)
COMO AVALIAR? • ESCALA GRÁFICA • AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA
• ESCOLHA FORÇADA POR OBJETIVOS
• INCIDENTES CRÍTICOS • AVALIAÇÃO
• AVALIAÇÃO FORÇADA (CURVA POR COMPETÊNCIAS
FORÇADA OU RANKING COM- • AVALIAÇÃO 360O
PULSÓRIA)
• PESQUISA DE CAMPO
SUPERIOR
AUTO PARES/
AVALIAÇÃO EQUIPES DE
TRABALHO
COMISSÃO CLIENTES
DE
AVALIAÇÃO
FORNECE-
DORES
182
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
183
GRAU DE DIFICULDADE
184
ⒶⒶ 1.
ⒷⒷ 2.
ⒸⒸ 3.
ⒹⒹ 4.
ⒺⒺ 5.
GRAU DE DIFICULDADE
GRAU DE DIFICULDADE
185
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
186
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
187
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
188
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
II. O erro ou efeito de halo é aquele que ocorre quando o avaliador emi-
te juízos não-analíticos sobre o desempenho de um indivíduo. Nesse
caso, os escores que o avaliador atribui ao indivíduo praticamente
não variam nas diferentes dimensões avaliadas. Ele atribui escores
predominantemente altos, baixos ou médios, mesmo que os níveis
reais de desempenho apresentados pelo indivíduo no trabalho, de
fato, variem nas diferentes dimensões avaliadas.
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
189
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
190
GRAU DE DIFICULDADE
191
192
Saúde e Trabalho
LAILA LEITE CARNEIRO
9
O que você irá ver nesse capítulo:
✓ 1. Introdução
✓ 2. Evolução histórica do campo
✓ 3. Saúde do trabalhador no Brasil
✓ 4. Principais abordagens teórico-metodológicas do campo
✓ 5. Considerações finais
✓ 6. Glossário
✓ 7. Quadro resumo
✓ 8. Questões comentadas
✓ 9. Referências
1. INTRODUÇÃO
193
194
195
196
197
198
199
4. ABORDAGENS TEÓRICO-METODOLÓGICAS
Epidemiologia
A Epidemiologia pode ser conceituada como a área do conhecimento
destinada à investigação de quantitativa da distribuição dos fenômenos
de saúde-adoecimento (incidência, prevalência, etc.) e seus fatores con-
dicionantes e determinantes nas populações humanas. No campo de saú-
de e trabalho, a epidemiologia começa a apresentar suas contribuições
quando passa a compreender que as doenças, em geral, se devem a fato-
res multicausais e, por isso, é importante identificar os seus determinantes
sociais, como é o caso do trabalho11.
Nesse sentido, a epidemiologia se apresenta no campo de saúde e tra-
balho como uma estratégia de identificação de quadros psicopatológicos
associados a determinados coletivos de trabalho identificados como ca-
tegorias profissionais, especialmente porque, historicamente, houve uma
tendência de atribuição de causalidade destes quadros a fatores exclusiva-
mente individuais e predominantemente de caráter biológico. Entretanto,
o levantamento de indicadores quantitativos que apontam o crescimento
ou o aparecimento mais frequente de determinados sintomas/doenças
em grupos profissionais que compartilham condições de trabalho e/ou
organizações de trabalho similares, associado a uma avaliação qualitativa
destas realidades sociais de trabalho, permite comprovar que há também
200
201
202
203
Ergonomia
Atualmente, a ergonomia é uma das áreas de conhecimento que
mais contribui para a formulação de intervenções práticas voltadas para
a saúde e a segurança do trabalhador. Resultante da interação de vários
campos de saberes – como a medicina, a antropometria, a anatomia, a
fisioterapia, a psicologia, a sociologia – nos anos de 1950 a ergonomia se
204
205
Psicodinâmica do trabalho
A psicodinâmica do trabalho é uma abordagem teórica cuja principal
referência é o pesquisador francês Christophe Dejours. Esse autor come-
çou a desenvolver os seus estudos no campo de saúde e trabalho na dé-
cada de 1980, sendo influenciado pelas pesquisas então conduzidas por
Le Guillant acerca das psicopatologias do trabalho24,25. Embora partisse
do pressuposto de que o trabalho, da maneira como estava organizado,
apresentava-se como fator preponderante para o adoecimento psíquico
do trabalhador, ao deparar-se com a realidade, Dejours identifica que a
206
207
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
208
209
Palavras-chave Descrição
210
211
ABORDAGENS
AÇÕES POSSÍVEIS NEXO CAUSAL
TEÓRICO
METODOLÓGICAS Promoção da saúde / Classificação de
prevenção / educação; Schilling
→ →
Epidemiologia Análise dos processos Doenças Relacionadas
de trabalho; ao Trabalho (Portaria/
Modelos do estresse
ocupacional MS n° 1339 de 1999)
Vigilância;
Com Como? Transtornos mentais e
Ergonomia base nas…
Ações de assistência; do comportamento re-
lacionados ao trabalho
Psicodinâmica Estabelecimento de
nexo causal.
212
GRAU DE DIFICULDADE
213
GRAU DE DIFICULDADE
214
GRAU DE DIFICULDADE
215
do trabalho seria:
GRAU DE DIFICULDADE
GRAU DE DIFICULDADE
216
217
GRAU DE DIFICULDADE
218
GRAU DE DIFICULDADE
219
220
221
222
Ambiente Organizacional 10
CAMILA FERREIRA OLIVEIRA
1. INTRODUÇÃO
223
2. GRUPOS SOCIAIS
224
225
226
227
228
229
230
231
Palavras-chave Descrição
Aqueles grupos nos quais são formados por pessoas que formam
Grupos Minoritários uma minoria em relação ao poder social, mesmo podendo ser maioria
na população em termos quantitativos.
232
GRUPOS
INDIVIDUAL COLETIVO
INTENSIDADE DO ATRIBUTO
GRUPOS EQUIPES
• ESFORÇO MAIS INDIVIDUALIZADO • ESFORÇO MAIS COLETIVO
GRUPO X EQUIPE • RESPONSABILIDADE POR RE- • RESPONSABILIDADE COMPARTILHA-
SULTADOS (PRIORITARIAMENTE DA PELOS RESULTADOS GLOBAIS
INDIVIDUAIS) • META DE TRABALHO COMPAR-
• META DE TRABALHO INDIVIDUAL TILHADA
• UNIDADES DE TRABALHOS DE- • UNIDADES DE TRABALHO AUTÔNOMA
PENDENTES OU SEMIAUTÔNOMAS
PODER DE
RECOMPENSA
PODER
INFORMA- PODER
CIONAL
PODER PERICIAL
PODER PODER DE
BASES DE PODER COERCITIVO LEGITIMAÇÃO
FORMAÇÃO
DESINTE- CONFLITO
ETAPAS DE GRAÇÃO
DESENVOLVIMENTO
DE GRUPOS
NORMA-
DESEMPENHO TIZAÇÃO
233
GRAU DE DIFICULDADE
234
ⒶⒶ Grupo.
ⒷⒷ Gerência.
ⒸⒸ Recurso humano.
ⒹⒹ Sistema de valores.
GRAU DE DIFICULDADE
Classificação:
(1) Grupo formal.
(2) Grupo informal.
(3) Grupo de amizade.
Definição:
( ) Seus membros possuem algumas características em comum.
( ) Formação natural dentro do ambiente de trabalho.
( ) Definido pela estrutura da organização, com atribuição de trabalho.
ⒶⒶ 1 – 2 – 3
ⒷⒷ 2 – 1 – 3
ⒸⒸ 3 – 2 – 1
235
ⒹⒹ 1 – 3 – 2
GRAU DE DIFICULDADE
II. “Os grupos de trabalho não são multidões desorganizadas. Eles pos-
suem uma estrutura que modela o comportamento de seus membros e
torna possível a explicação e previsão de boa parte do comportamento
dos indivíduos bem como do desempenho do grupo em si.”11
GRAU DE DIFICULDADE
236
ⒶⒶ recurso humano.
ⒷⒷ grupo de transição.
ⒸⒸ célula de produção.
ⒹⒹ equipe de trabalho.
GRAU DE DIFICULDADE
237
GRAU DE DIFICULDADE
238
GRAU DE DIFICULDADE
239
240
II. Por que o trabalho em equipe tem sido tão valorizado nas organizações
contemporâneas de trabalho?
GRAU DE DIFICULDADE
241
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
242
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
243
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
244
GRAU DE DIFICULDADE
245
246
247
Avaliação Psicológica
LAILA LEITE CARNEIRO
1. INTRODUÇÃO
249
Uma das áreas mais clássicas de uso da avaliação psicológica é a área das
organizações e do trabalho. Afinal, vale lembrar que a psicologia começou a
se inserir nas organizações exatamente a partir do desenvolvimento de testes
psicológicos para seleção de pessoal, ainda no início do século XX1,2. Até hoje,
a atuação de psicólogos nas organizações apresenta como uma das principais
contribuições a execução de avaliações psicológicas em processos seletivos.
Segundo o artigo 1° da resolução 002/2016 do Conselho Federal de Psico-
logia (CFP), a avaliação psicológica, quando utilizada para seleção de pessoal, é
compreendida como “[...] um processo sistemático, de levantamento e síntese
de informações, com base em procedimentos científicos que permitem iden-
tificar aspectos psicológicos do(a) candidato(a) compatíveis com o desempe-
nho das atividades e profissiografia do cargo”. Desse modo, em processos se-
letivos, a avaliação psicológica é utilizada como uma estratégia para conhecer
melhor as potencialidades do candidato, bem como suas possíveis limitações,
para, assim, verificar se ele apresenta características compatíveis com a função
que permitem indicá-lo (ou não) à vaga disponível.
A não indicação de um candidato a uma vaga decorrente de um processo
de avaliação psicológica não significa, entretanto, que essa pessoa está inap-
ta ao trabalho. Outrossim, demonstra apenas que, naquele momento, o can-
didato não apresenta as características necessárias ao bom desempenho da
250
251
252
253
254
255
Observação
A observação é a ação e o efeito de observar, examinar com atenção,
olhar com pormenor, constatar9. Trata-se de uma técnica que costuma es-
tar presente em todo processo de avaliação psicológica, ainda que não
seja destinado um momento específico para que aconteça.
Desse modo, a observação pode ser inserida no processo de avaliação
de maneira planejada, na qual é proposta, por exemplo, uma situação
para que o avaliando se comporte e o olhar do avaliador será guiado por
256
Entrevista
A entrevista (“entre” à “vistas”) é uma conversação entre pelo menos
duas pessoas dirigida a levantar informações específicas a partir de um
conjunto de perguntas, formuladas pelo entrevistador, e um conjunto
de respostas, apresentado pelo entrevistado. Na avaliação psicológica, a
entrevista costuma acontecer a partir de um roteiro semiestruturado, em
que há questões previamente formuladas pelo psicólogo para avaliar as-
pectos gerais sobre o avaliando (como dados sociais, familiares, escolares,
etc.) bem como aspectos importantes determinados pela demanda de
avaliação (como interesses de carreira, no caso de uma avaliação psicoló-
gica para promoção de carreira ou histórico de saúde-doença, no caso de
uma avaliação com foco em saúde do trabalhador).
Ela pode, inclusive, acontecer em mais de um momento durante o pro-
cesso avaliativo, caso haja necessidade, pois permite, também, levantar
dados adicionais sobre aspectos que não ficaram totalmente esclarecidos
a partir de outros métodos de coleta de dados (como a observação e os
testes psicológicos).
É interessante ponderar que a entrevista é uma das técnicas que mais
pode sofrer a influência de fatores subjetivos do avaliador. Portanto, reco-
menda-se que a entrevista seja conduzida após a sistematização de indi-
cadores objetivos de avaliação do perfil examinado.
257
Testes psicológicos
Os testes psicológicos são “procedimentos sistemáticos de observação
e registro de amostras de comportamento e respostas de indivíduos com
o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicoló-
gicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas de: emoção/afeto, cog-
nição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção,
memória, percepção, dentre outras, segundo padrões definidos pela cons-
trução dos instrumentos”10. Em outras palavras, os testes psicológicos são
instrumentos “[...] de avaliação que tem como objetivo obter, num mínimo
de tempo, um máximo de informações sobre o examinado11.
Os testes psicológicos são um método ou uma técnica de uso privati-
vo do psicólogo, em decorrência do que dispõe o art. 13 da lei 4.119/62,
portanto, cabe enfatizar que não é permitido, sob nenhuma circunstância,
que profissionais de outras áreas participem da sua aplicação, correção e/
ou interpretação, nem mesmo com a supervisão de um psicólogo habili-
tado.
De todos os métodos e técnicas disponíveis para a utilização do pro-
fissional de Psicologia, apenas os testes psicológicos consistem em mate-
rial exclusivo desta categoria. Entretanto, apesar de exclusivos, os testes
psicológicos enfrentaram uma série de problemas de descrédito desde o
início da regulamentação da profissão no Brasil, inclusive dentro da pró-
pria categoria profissional12,13. Para lidar com essas questões, o Conselho
formulou uma série de medidas para regulamentar e garantir a qualidade
do uso destes instrumentos.
Dentre as resoluções mais importantes, está a 009/2018, que versa so-
bre o uso, a elaboração e a comercialização dos testes. O CFP estabelece
como requisitos mínimos que os testes psicológicos precisam apresentar
para serem aprovados: 1) apresentação de uma sólida fundamentação te-
órica; 2) levantamento de estudos que demonstrem evidências de valida-
de e precisão; 3) descrição dos procedimentos que devem ser seguidos
na aplicação, correção e interpretação dos resultados; 4) apresentação de
estudos que indiquem a adaptação do teste à realidade brasileira, bem
como apresente parâmetros de normatização; 5) manual sintetizando to-
das as informações anteriormente elencadas.
Há muitas formas diferentes de classificar os testes psicológicos. Dentre
as diferentes taxonomias utilizadas, será destacada aqui aquela que os di-
vide em testes objetivos-psicométricos e técnicas projetivas-expressivas.
258
Testes objetivos-psicométricos
Os testes objetivos-psicométricos são construídos a partir de uma
perspectiva nomotética/psicométrica, em que o foco está em pesquisar e
descobrir tendências gerais que são sumarizadas e analisadas através de
métodos estatísticos3,14. Desse modo, são incluídos aqui os instrumentos
que enfatizam, em sua estrutura, a objetividade tanto das perguntas/tare-
fas quanto das respostas a serem expressas pelo avaliando.
Contudo, é interessante destacar que a padronização de respostas ofe-
recidas por esses testes não significa que sempre apresentam respostas
certas e erradas. Esse fator dependerá tão somente do fenômeno que o
teste se propõe a medir. De
sse modo, incluem-se neste grupo as medidas que são compostas por
questões de múltipla escolha e outros similares, tais como “acerto e erro”,
mas também outras que não apresentam divisão entre respostas certas e
erradas, como é o caso dos “inventários” e “escalas”10.
Os testes objetivos-psicométricos são capazes de avaliar uma grande
variedade de características psicológicas. Os mais utilizados em avaliações
no mundo organizacional são aqueles voltados para a verificação de ap-
tidões específicas (que mensuram o potencial do indivíduo em aprender
ou realizar uma tarefa específica), os de funcionamento cognitivo geral
(como raciocínio, atenção, memória, etc.) e os inventários de personalida-
de e interesses profissionais.
Em geral, os testes desta categoria são de aplicação, correção e inter-
pretação relativamente rápidas, porém altamente rigorosos em seus pa-
drões, o que eleva o seu grau de confiabilidade perante outras técnicas
avaliativas. Além disso, o fato de poderem ser aplicados coletivamente é
um atrativo, especialmente para os casos de seleção de pessoal, em que a
avaliação normalmente engloba mais de uma pessoa, pois seu objetivo é
ajudar a comparar, dentre os candidatos, aquele que melhor se aproxima
do perfil desejado pela organização.
São exemplos de testes objetivos-psicométricos utilizados com frequ-
ência na área organizacional atualmente:
259
Técnicas projetivas-expressivas
As técnicas projetivas-expressivas consistem em instrumentos que,
quando comparados aos testes objetivos psicométricos, são mais amplas
em sua avaliação. Isso acontece porque, em sua própria estrutura, essas
técnicas são organizadas para enfatizar a variabilidade de respostas dos
indivíduos a um (ou mais) estímulos previamente apresentados. Nessas
técnicas, os estímulos e as instruções relativos às tarefas a serem realiza-
das pelo avaliando costumam ser propositalmente genéricos e ambíguos,
de maneira a provocar a interpretação de quem responde e, assim, permi-
tir uma variabilidade maior de respostas.
Baseiam-se em uma perspectiva idiográfica, em que o foco é a com-
preensão mais densa sobre o indivíduo avaliado3,14. Para dar conta dessa
compreensão aprofundada do indivíduo, as tarefas propostas nessas téc-
nicas propõem que muitas variáveis sejam levadas em consideração ao
mesmo tempo, incluindo não apenas a resposta final do avaliando, mas a
sua própria forma de responder e se colocar ao longo de todo o processo
de aplicação da técnica.
Isto, aliado à ênfase dispensada à riqueza das respostas individuais, faz
com que estas técnicas, em geral, dependam mais do manejo e da habi-
lidade do profissional que a conduz14. Também, quando comparados aos
testes objetivos-psicométricos, os testes projetivos-expressivos tendem a
ser mais demorados nas etapas de aplicação, correção e interpretação dos
resultados, o que, muitas vezes advoga contra o seu uso no mundo das
organizações e do trabalho, que tendem a exigir ações mais rápidas dos
seus profissionais.
As técnicas projetivas-expressivas podem ser subclassificadas nas se-
guintes categorias, conforme a sua estrutura geral:
260
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
261
262
Palavras-chave Descrição
263
264
ANÁLISE E INTEGRAÇÃO
DOS DADOS
• Estabeleceu-se adequadamente o
• Os dados foram avaliados de ma-
rapport?
neira conjunta e integrada?
• Foi observado se o avaliando esta-
• Foram identificados padrões de
va em condições de ser submetido
comportamento?
à avaliação?
• Foram ressaltados os pontos fortes e
• Foram explicados os objetivos da
os pontos de melhoria/atenção em
avaliação?
relação à demanda apresentada?
• Seguiu-se as regras pertinentes à
• Foram construídas hipóteses
aplicação de cada uma das técnicas
explicativas que embasassem a
e instrumentos escolhidos?
conclusão final?
COLETA DE INFORMAÇÕES
265
ⒶⒶ HTP.
ⒷⒷ TAT.
ⒸⒸ Testes de Aptidão.
ⒹⒹ Desenho da Família.
ⒺⒺ Rorschach.
GRAU DE DIFICULDADE
266
GRAU DE DIFICULDADE
ⒶⒶ de constructo.
ⒷⒷ de conteúdo.
ⒸⒸ relacionada ao critério.
ⒹⒹ aparente.
ⒺⒺ preditiva.
GRAU DE DIFICULDADE
267
268
lógicos que não são reconhecidos pelo CFP e que, portanto, podem ser
adquiridos e utilizados livremente.
ⒺⒺ Informar e sustentar a impossibilidade do uso do instrumento em
questão, recusando-se a realizar a avaliação, caso não encontre nenhuma
alternativa que não fira o Código de Ética.
GRAU DE DIFICULDADE
269
ecletismo ingênuo.
ⒸⒸ os instrumentos psicológicos têm limitações e vantagens que não são
absolutas; são relativas à população a que se destinam às condições em
que serão utilizados e aos objetivos da avaliação, tornando obrigatória
uma análise crítica.
ⒹⒹ o contratante da avaliação tem direito, assegurado por lei, à totalidade
das informações produzidas no processo de avaliação, cabendo ao psicó-
logo garantir este direito.
ⒺⒺ se seu trabalho está sendo contratado/remunerado por uma pessoa
distinta do avaliado, ele está desobrigado a apresentar os objetivos da
avaliação, bem como os resultados desta ao avaliado.
GRAU DE DIFICULDADE
270
ⒶⒶ Memória.
ⒷⒷ Inteligência.
ⒸⒸ Personalidade.
ⒹⒹ Atenção.
ⒺⒺ Fluência verbal
GRAU DE DIFICULDADE
271
272
273
Teorias de Motivação:
Aplicação no Trabalho
12
JOSÉ BONIFÁCIO DO AMPARO SOBRINHO
1. INTRODUÇÃO
275
fícil encontrar textos que versem sobre motivação, por vezes em tom paroquial
e com bases teóricas bastante frágeis.
Curiosamente, o termo se encaixa na maioria das discussões superficiais a
respeito das capacidades dos indivíduos nas apropriações e operações sobre
o mundo. A concepção de que qualquer indivíduo pode alcançar um objetivo,
bastando estar desejante, é realmente preocupante, por desconsiderar aspec-
tos intervenientes com naturezas multidimensionais.
Convergente a esse tipo de crença, palestras motivacionais configuram um
filão de mercado em constante saliência, apesar do mínimo cálculo sobre os
seus efeitos a longo prazo sobre trabalhadores e organizações, o que produz,
em muitos casos, descréditos por parte de atores organizacionais, advindos
de possíveis analogias a meras intervenções recreativas e sensibilizadoras de
sujeitos. Não é incomum que esse tipo de atividade esconda incompetências
profissionais ou organizacionais no trato coerente com os seus profissionais,
sendo aludidas como práticas de políticas de RH voltadas para pessoas, que,
normalmente, em verdade, malmente consideram os aspectos contextuais,
situacionais, culturais e históricos dos indivíduos nas organizações e trabalho.
Ademais, é válido ressaltar a necessidade de clareza a respeito da definição
conceitual do fenômeno a que se pretende avaliar e intervir, para o alcance
de efetivos resultados1. A literatura demonstra claramente a existência de dife-
rentes construtos com aparentes similaridades, porém com naturezas diame-
tralmente diferentes2. É normal, por exemplo, que diagnósticos e intervenções
a aspectos motivacionais sejam baseados em questionários voltados para a
avaliação de satisfação com o trabalho, construto conceitualmente diverso ao
conceito de motivação, que apresentaremos a seguir.
O resultado de tal tipo de equívoco promove a administração incoerente de
intervenções em situações de trabalho, o que favorece, em limites extremos, a
marginalização de práticas de profissionais do campo de pessoas e organiza-
ções. A atribuição de eventual baixa potencialidade de produção de diferencial
competitivo, por vezes, justifica o mínimo valor atribuído a suas atividades e,
portanto, os baixos salários investidos à categoria.
Por outro lado, a diversidade de explicações a respeito do fenômeno por
diferentes perspectivas epistemológicas sobre o comportamento humano
contribuem para o dissenso a respeito da natureza da motivação e dos proces-
sos motivacionais. O efeito disso pode relacionar-se a adoções de estratégias
malogradas em campos de trabalho, ou com efeitos contrários às expectativas
planejadas por profissionais vinculados aos campos de pessoas ou ao mero
276
2. A NATUREZA DA MOTIVAÇÃO
277
278
e) A expectativa de que lendo este texto você provavelmente terá uma me-
lhor performance nas respostas das questões de uma avaliação.
3. O PROCESSO MOTIVACIONAL
Ativação
Como o seu interesse em ler esse capítulo aconteceu? Muito dificilmen-
te ocorreu sem precedentes. Certamente algo ativou a sua mobilização para
pegar esse livro e ler esse capítulo. A isso, que engatilha um processo de mo-
bilização para uma intenção/comportamento, chama-se ativação. A ativação
do processo motivacional pode ser estimulada por fatores intrínsecos ou por
fatores extrínsecos.
Por fatores intrínsecos compreendemos as necessidades pessoais que te
fazem mobilizar para um determinado fim, como por exemplo, a sua vontade
de crescer dentro de uma profissão, de ser bem-visto, de ser elogiado, etc. Os
fatores extrínsecos, por outro lado, correspondem aos elementos percebidos
exteriormente a você, que te mobilizam a uma intenção, como o exemplo de
estudar para determinado concurso por vislumbrar uma melhor posição e re-
torno financeiro, provenientes do trabalho em determinado cargo público.
É importante, nesse momento, não confundir fatores extrínsecos com “mo-
tivação externa”, afinal, por ser um processo psicológico, a motivação, como
energia mobilizadora, acontece no sujeito, restando a aspectos extrínsecos -
leituras sobre o mundo exterior- a função de estimular no sujeito a mobiliza-
ção. Posta essa ressalva, convido você a questionar-se sobre quanto um sujeito
pode motivar outro. Seria possível?!
279
Direcionamento
O processo motivacional, por configurar-se como uma ação para determi-
nado fim, sugere a existência de um objeto ou finalidade: em linhas simples
a finalidade a que a ação se mobiliza, a que chamamos de direcionamento.
Ora, Qualquer indivíduo que esteja motivado está motivado a algo! A compre-
280
ensão desta finalidade colaborará para uma gestão mais efetiva sobre o seu
comportamento.
Nesse momento, escrevo esse texto motivado pela intenção de concluir
esse livro. Você, certamente, lê esse texto com uma finalidade específica, e fula-
no com outra totalmente diversa. É possível, até, que outra pessoa tenha uma
finalidade similar à sua. Observe que direcionamentos diferentes podem re-
sultar em um mesmo tipo de comportamento, da mesma forma que compor-
tamento diferentes podem ser resultados de finalidades ou direções similares.
Dessa reflexão concebemos uma excelente oportunidade para verificarmos
que indivíduos adaptam-se de formas particulares a diferentes objetos e a dife-
rentes finalidades, promovendo, consequentemente, estratégias particulares
para o efetivo alcance.
Intensidade
Agora que você já identificou que o processo motivacional se direciona a
alguma finalidade, gostaria de te perguntar se todas as finalidades tem uma
mesma força intencional. Vamos refletir a partir de um caso prático, a seguir.
Nesse momento, talvez, você esteja estudando para passar em um concur-
so que lhe proverá seguridade financeira. Imagino que invista alguma ener-
gia para essa intenção. Por outro lado, você pode ter outros objetivos que te
mobilizam a outras finalidades, como preparar um evento para uma pessoa
que goste muito ou tirar a licença para dirigir. Será que essas finalidades tem a
mesma força motivacional? Naturalmente, em alguns momentos você cansará
de estudar. Talvez a sua intenção em tirar a licença de trânsito seja um gran-
de desejo seu, apesar de não ter mobilizado energia para orçar os melhores
lugares para efetivar este objetivo. Todos esses objetivos podem ser bastante
interessantes para você, mas nessa semana o foco de suas ações é organizar a
festa para o seu ente querido.
Observe que o seu direcionamento para diferentes finalidades podem
ter forças diferentes, de forma que seria equivocado asseverar que você está
desestimulada(o) ou desmotivada(o) para a realização desses feitos, simples-
mente pela diminuída mobilização para a finalidade em questão em determi-
nado momento. Percebemos, pois, que objetivos diferentes podem coexistir a
outros objetivos no universo de objetivos circunscritos a determinado espaço
temporal da existência dos indivíduos, apesar de a tendência de que a cada
instante de ação, certamente, o indivíduo mobilize-se a um direcionamento
específico.
281
Persistência de ação
Por fim, como já salientado linhas acima, diante da adaptação dos sujeitos
às situações/contextos no tempo e no espaço, é comum que o processo mo-
tivacional tenha um tempo de prevalência. A mobilização para determinada
finalidade pode perdurar maior ou menor tempo, tendo, sobretudo, diferentes
graus de força. A essa característica dá-se o nome persistência de ação.
A persistência de ação corresponde à continuidade do envolvimento em
direção a uma finalidade ao longo do tempo. Resulta da convergência dos ele-
mentos de ativação, direcionamento e intensidade.
4. TEORIAS DE MOTIVAÇÃO
282
outros, pontos que não serão discutidos neste texto. Apresentaremos a partir
de agora as principais teorias para explicação sobre o construto.
5. TEORIAS DE NECESSIDADES
283
Necessidades superiores
As necessidades superiores se enquadram em aspectos vinculados às
relações sociais e promoção de autonomia do indivíduo. Enquanto ser
social, tendo as necessidades de sobrevivência contempladas, espera-se,
conforme a lógica desta teoria, que os indivíduos desenvolvam mais facil-
mente afetos, na medida em que interagem e identificam-se com deter-
minados grupos sociais, culturais ou ideológicos, mobilizando-se para a
consecução das atividades simbólicas compartilhadas socialmente. Cha-
mamos esse grupo de necessidades de necessidades afetivo-sociais.
Por sua vez, identificado com grupos identitários, compartilhando sig-
nificados simbólicos e afetos com outros sujeitos, é comum que os indi-
víduos, através de feedbacks sociais, nutram em relação a si qualidades
positivas ou negativas, que constituirão as tonalidades de sua autoestima7.
Ora, na medida em que se interage com grupos sob a base de normas
sociais tende-se à apreensão de expectativas sociais sobre os comporta-
mentos e conseguinte atribuição de distintivos de correção ou incorreção
quanto às condutas em contextos8. Esse processo colaborará para a for-
mação de impressões sobre si, através do reconhecimento social, que re-
forçará o lugar/papel do sujeito dentro do grupo social a que pertence9. A
284
6. TEORIA BIFATORIAL
285
286
7. TEORIAS X E Y
287
288
289
290
Palavras-chave Descrição
291
Situacão comportamental:
Com que intensidade você Você pode utilizar uma escala de 0 a 10 ou pode elencar a
realiza esta ação? quantidade de ações realizadas para o alcance do objetivo
292
( ) Certo ( ) Errado
GRAU DE DIFICULDADE
( ) Certo ( )Errado
GRAU DE DIFICULDADE
293
GRAU DE DIFICULDADE
GRAU DE DIFICULDADE
294
GRAU DE DIFICULDADE
295
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