Você está na página 1de 35

PATROCINADORES

APOIO INSTITUCIONAL

APOIO DE MÍDIA

agência responsável

produtora audiovisual

REALIZAÇÃO
S C O T
ÍNDICE

C O N S U LT O R I A
ÍNDICE DE FIGURAS. .....................................................................................6
ÍNDICE DE TABELAS. .....................................................................................8

EQUIPE. .................................................................................................... 10

SUMÁRIO EXECUTIVO. ................................................................................ 13

1. INTRODUÇÃO, OBJETIVO E METODOLOGIA DA PESQUISA. .......................... 17


1.1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO. ................................................................................17
1.2. METODOLOGIA. ..................................................................................................17

2. RESULTADOS. ......................................................................................... 19
2.1. CENÁRIO DE CONFINAMENTO PELO CONFINA BRASIL. .....................................19
2.1.1. Distribuição de volume anual de gado confinado por estado. .............21
2.1.2. Indicadores zootécnicos. .........................................................................22
2.1.3. Dias de cocho. ..........................................................................................24
2.1.4. Modelos de confinamentos. ....................................................................25
2.1.5. Capacidade estática dos confinamentos. ..............................................27
2.2. PRODUÇÃO EM SEMICONFINAMENTO. ..............................................................29
2.3. NUTRIÇÃO EM CONFINAMENTO. ........................................................................35 | 5
2.3.1. Volumoso. .................................................................................................35
2.3.2. Concentrados. ..........................................................................................37
2.3.3. Aditivos ou modificadores da fermentação ruminal. .............................39
2.3.4. Água. .........................................................................................................39
2.3.5. Rotina de arraçoamento. ........................................................................41
2.4. SANIDADE. ..........................................................................................................45
2.5. GESTÃO NOS CONFINAMENTOS PESQUISADOS PELO CONFINA BRASIL. .........47
2.6. CUSTO DE CONFINAMENTO. ..............................................................................51
2.7. BEM-ESTAR NO CONFINA BRASIL. ......................................................................55
2.7.1. Poeira. .......................................................................................................56
2.7.2. Lama. ........................................................................................................56
2.7.3. Sombra. ....................................................................................................57
2.8. SUSTENTABILIDADE. ..........................................................................................59

B E N C H M A R K
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS. ......................................................................... 63

4. REFERÊNCIAS. ....................................................................................... 65

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
B R A S I L ÍNDICE
DE FIGURAS

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A
B E N C H M A R K

FIGURA 1. Evolução do rebanho brasileiro de bovinos confinados FIGURA 27. Utilização de software de controle financeiro. ...................................... 49
de 2018 a 2020 no universo pesquisado. ............................................... 19 FIGURA 28. Utilização de software para controle operacional. ............................... 49
FIGURA 2. Distribuição do gado confinado, em 2020, por estados. ...................... 20 FIGURA 29. Utiliza programa de formulação de dietas............................................ 50
FIGURA 3. Distribuição por volume de gado confinado anualmente. .................. 21 FIGURA 30. Profissional para elaboração de dietas. ................................................ 50
FIGURA 4. Quantidade média de dias por ciclo, por estados. ............................... 24 FIGURA 31. Acompanhamento dos custos de confinamento. .................................. 51
FIGURA 5. Diferentes modelos de confinamentos. ................................................. 25 FIGURA 32. Contribuição de cada custo de confinamento, considerando as médias
FIGURA 6. Diferentes modelos de confinamentos comparados de todos os produtores. .......................................................................... 52
por volume anual. ................................................................................... 26 FIGURA 33. Utiliza algum manejo de bem-estar animal. ......................................... 55
FIGURA 7. Presta serviço para terceiros. ................................................................. 26 FIGURA 34.Treinamento de manejo embasado no bem-estar animal. ................... 55
FIGURA 8. Quantidade de ciclos/ano de gado confinado,considerando FIGURA 35. Utiliza método que proporcione diminuição da poeira. ....................... 56
o volume de gado.................................................................................... 27 FIGURA 36. Gestão estratégica de drenagem dos currais........................................ 56
FIGURA 9. Distribuição por estado da capacidade estática FIGURA 37. Métodos que proporcionem sombra nos currais. .................................. 57
dos confinamentos.................................................................................. 28 FIGURA 38. Adota o sistema Integração Lavoura Pecuária. .................................... 59
FIGURA 10. Situação de posse das propriedades de confinamentos. ..................... 29 FIGURA 39. Armazenamento de dejetos em lagoa de estabilização/contenção. ... 60
FIGURA 11. Procedência de milho, nos confinamentos estudados, FIGURA 40. Destino dos dejetos sólidos..................................................................... 60
nos cinco estados pesquisados. ............................................................ 30
FIGURA 12. Frequência (%) do volume de rebanho criado em pasto
6 | dos entrevistados. .................................................................................. 31 | 7
FIGURA 13. Volume médio (em cabeças de bovinos) dos rebanhos
criados em pasto, no universo pesquisado, por estado. ...................... 31
FIGURA 14. Produção bovina em pasto. ................................................................... 32
FIGURA 15. Intervalo de inclusão de volumoso e % na dieta em matéria
seca (MS). ................................................................................................ 35
FIGURA 16. Volumosos utilizados nas dietas dos confinamentos
pesquisados. ........................................................................................... 36
FIGURA 17. Inclusão de concentrado em % na MS da dieta total
no universo pesquisado. ........................................................................ 37
FIGURA 18. Concentrados utilizados nas dietas dos confinamentos
pesquisados. ........................................................................................... 38
FIGURA 19. Utilização de aditivo na ração, em 2020. ............................................... 39
FIGURA 20. Frequência de limpeza de bebedouro. .................................................. 40

B E N C H M A R K
FIGURA 21. Frequência de trato diário. ..................................................................... 41
FIGURA 22. Realização de leitura de cocho............................................................... 42
FIGURA 23. Frequência (%) de produtores que utilizam vacinas e medicamentos
em bovinos a serem confinados............................................................. 45
C O N S U LT O R I A

FIGURA 24. Ferramenta de proteção contra oscilação de preços de insumos,

C O N F I N A
em 2020. .................................................................................................. 47
FIGURA 25. Ferramenta de proteção contra oscilação de preços de boi gordo,
em 2020. .................................................................................................. 48

B R A S I L
FIGURA 26. Contrato de consultoria e/ou assessoria para gestão. ......................... 48
S C O T
S C O T
B R A S I L ÍNDICE
DE TABELAS

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A
B E N C H M A R K

TABELA 1. Número de visitas e quantidade de bovinos confinados


e semiconfinados. ................................................................................... 13
TABELA 2. Quantidade de bovinos, confinamentos e semiconfinamentos
relacionados aos estados visitados....................................................... 18
TABELA 3. Valores absolutos e participação em porcentagem de cada
estado em relação ao ano...................................................................... 19
TABELA 4. Crescimento em volume de bovinos confinados de um ano
a outro em cada estado. ........................................................................ 20
TABELA 5. Média dos indicadores zootécnicos declarados, considerando todo
o universo pesquisado............................................................................ 22
TABELA 6. Indicadores zootécnicos declarados, considerando a média
para cada estado pesquisado. ............................................................... 23
TABELA 7. Análise descritiva de capacidade dos confinamentos no universo
pesquisado.............................................................................................. 28
TABELA 8. Distribuição por estado da capacidade estática dos confinamentos.. 28
TABELA 9. Médias das áreas das propriedades com confinamento e porcentagens
de ocupações da área. ............................................................................ 30
8 | TABELA 10. Cabeças semiconfinadas em 2019 e estimativa para 2020, | 9
no universo pesquisado.......................................................................... 32
TABELA 11. Cabeças semiconfinadas em 2019 e expectativa para 2020,
por estado. .............................................................................................. 33
TABELA 12. Análise descritiva de volumoso em % na MS da dieta dos
confinadores pesquisados...................................................................... 36
TABELA 13. Análise descritiva de concentrado em % na MS da dieta dos
confinadores pesquisados...................................................................... 37
TABELA 14. Mortalidade dos animais confinados no ciclo da seca.......................... 46
TABELA 15. Composição média dos custos declarados de confinamento
considerando o universo pesquisado. ................................................... 52

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
B R A S I L
C O N F I N A EQUIPE
DIREÇÃO COMPILAÇÃO DE DADOS AGÊNCIA RESPONSÁVEL APOIADORES DE MÍDIA
ALCIDES DE MOURA TORRES JÚNIOR E COMPARAÇÕES BELA MAGRELA CANAL DO BOI
B E N C H M A R K

engenheiro agrônomo FELIPE ARAÚJO DAHAS CANAL TERRAVIVA


médico veterinário COMUNICAÇÃO VISUAL GRUPO PUBLIQUE
COORDENAÇÃO RAFAEL MASSAMI SUZUKI BELA MAGRELA REVISTA AG
JULIANA HYPPOLITO médico veterinário, m.e., dr. REVISTA DBO
matemática RODRIGO TANNUS DE QUEIROZ PRODUTORA AUDIOVISUAL REVISTA FEED&FOOD
MARCO TÚLIO SILVA engenheiro agrônomo AGROMOVIES
engenheiro agrônomo TAMYRES RODRIGUES DE AMORIM AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
zootecnista, m.a. ASSESSORIA DE IMPRENSA GERALDO BUENO MARTHA JUNIOR
PESQUISADORES - SUPORTE RURALPRESS Embrapa Informática Agropecuária
EDUARDO HENRIQUE SECCARECIO EXPEDIÇÃO LUIS GUSTAVO BARIONI
engenheiro agrônomo ADRIANA CRISTINA FERRARI REALIZAÇÃO Embrapa Informática Agropecuária
FELIPE ARAÚJO DAHAS técnico SCOT CONSULTORIA RICARDO ANDRADE REIS
médico veterinário ALCIDES DE MOURA TORRES JÚNIOR Unesp de Jaboticabal
FELIPE DE LIMA J. FRANCO FABBRI técnico PATROCINADORES SÉRGIO RAPOSO DE MEDEIROS
zootecnista, m.e. BRUNO DE OLIVEIRA SANTOS BB SEGUROS Embrapa Pecuária Sudeste
GUILHERME CÉSAR IBELLI PESSOA jornalista BOEHRINGER INGELHEIM
zootecnista BRUNO OLIVEIRA WIZIACK ALVIM JOHN DEERE
1 0 | HYBERVILLE PAULO D’ATHAYDE NETO técnico NUTRON CARGILL
médico veterinário, m.e. FELIPE ARAÚJO DAHAS UPL
RAFAEL MASSAMI SUZUKI técnico
médico veterinário, m.e., dr. LUIZ FERNANDO C. COUTINHO. APOIADORES INSTITUCIONAIS
RAFAEL RIBEIRO DE LIMA FILHO BRAGA ASSOCON
zootecnista, m.e. filmagem HOSPITAL DE AMOR
RODRIGO TANNUS DE QUEIROZ MARCO TÚLIO HABIB SILVA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA
engenheiro agrônomo técnico UNESP JABOTICABAL
SOPHIA HONIGMANN MATHEUS DUBOC DE LIMA
médica veterinária filmagem
TAMYRES RODRIGUES DE AMORIM MILLER JOSÉ FREGATTI
zootecnista, m.a. apoio técnico
THAYNÁ DRUGOWICK DE ANDRADE OLAVO FRANCO BOTTINO
zootecnista técnico
RAFAEL PEREZ MARQUES
ESTAGIÁRIO motorista
RAPHAEL POIANI
graduando em zootecnia
C O N S U LT O R I A
S C O T
S C O T
B R A S I L SUMÁRIO
EXECUTIVO

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A
B E N C H M A R K

Esta pesquisa-expedição teve por objetivo mapear, levantar informações


e expor como são os confinamentos e semiconfinamentos de bovinos no
Brasil Central. Foram entrevistados 118 pecuaristas que atuam em Goiás,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.
Participaram da pesquisa confinadores e semiconfinadores. As visitas
aconteceram em março, setembro, outubro e novembro de 2020. Em mar-
ço, a expedição foi interrompida por conta da pandemia causada pelo co-
vid-19 e a retomada ocorreu no final de setembro.
Foram aplicados dois questionários, um referente a temas estratégicos
como gestão, indicadores zootécnicos, nutrição, tecnologia, e outro dedi-
cado às infraestruturas, manutenção de benfeitorias, descarte de dejetos.
Foram feitas medições in loco.
A quantidade de bovinos confinados e semiconfinados e o número de
visitas estão na tabela 1.

Tabela 1. Número de visitas e quantidade de bovinos confinados e semi-


confinados.
1 2 | | 1 3
CONFINAMENTOS SEMI-CONFINAMENTOS

Quantidade de visitas 112 43

Quantidade de cabeças 1.663.062 247.869

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
Esse volume de bovinos confinados corresponde a um aumento de referentes a custos operacionais e 0,9% são dedicados à sanidade.
21,1% em relação a 2019 e esse universo representa cerca de 30% do total As práticas de bem-estar têm sido levadas a sério, sendo que 94,8%

C O N S U LT O R I A
de animais terminados em confinamento do Brasil. adota pelo menos algum tipo de manejo ligada a essa preocupação. A
C O N F I N A

Em volume, no universo pesquisado, São Paulo representou 34,3% do maior parte dos produtores se preocupam com os prejuízos causados por
rebanho confinado, Goiás 25,9%, Mato Grosso 20,8%, Minas Gerais 11,0% e poeira, lama e insolação e, portanto, adotam alguma técnica para se evi-
Mato Grosso do Sul 8,0%. tar essas condições.
B E N C H M A R K

As médias dos indicadores zootécnicos declarados pelos confinado- Em relação à sustentabilidade, a maioria utiliza os dejetos para fertilizar
res foram: as pastagens e descartam o lixo em aterro sanitário.

• idade de entrada para confinamento com 21,6 meses, Boa leitura!


• período de confinamento de 108 dias,
• ganho diário de 1,547 kg/cabeça/dia,
• consumo de matéria seca de 10,8 kg MS/cabeça/dia
• rendimento de carcaça de 55,6%.

A capacidade estática dos confinamentos variou de 460 a 75.000 cabeças,


sendo a média de 9.037 animais.
Mais de 55% dos produtores se dedicam também à agricultura, sendo
cerca de 35,9% da área total destinada a essa atividade.
O número de cabeças de bovinos criados em sistemas de pastagens
para suprir os confinamentos variou de 10 a 56.000 cabeças. Foram con-
tabilizados 373.950 animais criados em pasto, dos quais 41% dos reba-
nhos possuía um volume entre 1.001 a 5.000 cabeças.
1 4 | Considerando o semiconfinamento, foram registrados 181.401 bo- | 1 5
vinos, em 2019, e a expectativa para 2020 foi de 247.869 animais, uma
variação positiva de 36,6%, sugerindo um crescimento na produção em
semiconfinamento.
Em relação à nutrição, a maior parte dos confinadores (43,9%) utilizam
uma inclusão de 10,1 a 20% de MS de volumoso e 80,0 a 89,9% de con-
centrado nas dietas. Os concentrados mais utilizados são: milho, caroço de
algodão, torta de algodão, polpa cítrica e farelo de soja, sendo que 59,1%
fornecem quatro tratos diários aos animais. Mais de 70% dos produtores
utilizam algum tipo de aditivo em suas rações.
Quanto à fonte de água, a maioria relatou ser proveniente de poços, sen-
do que os bebedouros são lavados três vezes por semana e não realizam
análises de qualidade de água.
Com relação aos medicamentos e vacinas, os produtores fazem uso des-

B E N C H M A R K
ses produtos, principalmente, para prevenção e combate às verminoses,
clostridiose e doenças respiratórias. A taxa de mortalidade média reporta-
da na época seca foi de 0,23%.
Observamos também que em relação à gestão da produção, grande par-
C O N S U LT O R I A

te dos confinadores tem feito uso de tecnologias, como softwares e apli-

C O N F I N A
cativos, auxiliando-os em questões como controle gerencial, financeiro e
formulação de ração.
Analisando os custos de confinamento, apuramos um custo médio de

B R A S I L
R$1.044,98 por cabeça, levando-se em conta um confinamento de 108 dias.
S C O T

Ao fracionar esse custo, a dieta representa 84,6% do custo total, 14,5% são
1. INTRODUÇÃO,

S C O T
B R A S I L

OBJETIVO E

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A

METODOLOGIA
B E N C H M A R K

DA PESQUISA
1.1. Introdução e objetivo

O Brasil detém o segundo rebanho mundial de bovinos, estimado em


214,7 milhões de cabeças (IBGE, 2019). Sabe-se que a maior parte desses
animais é criado em pasto, cujo cenário vem se transformando com a ex-
pansão da produção intensiva. Alguns dos resultados dessa intensificação
são: índices zootécnicos mais elevados, produção mais sustentável, menor
tempo de produção, melhor qualidade do produto final e possibilidade de
melhor remuneração por esse diferencial. Entretanto, há uma carência de
informações relacionadas à produção intensiva brasileira.
O Confina Brasil é o maior levantamento de dados in loco de produção
intensiva de bovinos do Brasil. O objetivo da expedição foi levantar da-
1 6 | dos e conhecer os processos de intensificação em pecuária de corte no | 1 7
Brasil central. Os dados coletados e os processos de produção compila-
dos foram: gestão, manejo, sanidade, nutrição, custo de confinamento,
logística, produção de alimentos, sustentabilidade e tecnologia. A pes-
quisa foi realizada com pecuaristas, viabilizada através de uma expedi-
ção com visitas em campo a confinamentos e semiconfinamentos dedi-
cados à pecuária de corte.

1.2. Metodologia

O projeto Confina Brasil teve início em 9 de março de 2020 e encerrou suas


atividades em campo em 13 de novembro do mesmo ano.
A expedição foi interrompida em março por conta da pandemia causada

B E N C H M A R K
pelo covid-19.
A retomada da pesquisa aconteceu em 28 de setembro.
Foram visitadas 118 propriedades que tinham como prática de intensifi-
cação o confinamento e semiconfinamento de bovinos, ou ambas as ativi-
C O N S U LT O R I A

dades na mesma propriedade.

C O N F I N A
Durante as visitas, foram aplicados dois questionários. Um questionário
foi dedicado a temas estratégicos como gestão, indicadores zootécnicos,
nutrição, tecnologia, e o outro dedicado em infraestruturas, manutenção

B R A S I L
de benfeitorias, descarte de dejetos, e medições in loco.
S C O T

Os dados foram interpretados através de análise descritiva considerando


S C O T
B R A S I L 2. RESULTADOS
variáveis como valor máximo, mínimo, média, moda e mediana, ou então
compilados em gráficos ou tabelas.

C O N S U LT O R I A
A equipe contou com quatro técnicos (médicos veterinários, engenheiros
C O N F I N A

agrônomos e zootecnistas). Foram estimuladas discussões entre os técni-


cos e pecuaristas, permitindo o aprimoramento das informações. A difusão 2.1. Cenário de confinamento
das informações aconteceu em tempo real através de plataformas digitais pelo Confina Brasil
B E N C H M A R K

e relatos diários publicados no portal do Confina Brasil.


Na tabela 2, estão inseridos a quantidade e número de animais de con- A atividade de confinamento é importante na pecuária intensiva de corte.
finamentos e semiconfinamentos e suas distribuições por estados em que Tal relevância é percebida através da quantidade crescente de bovinos
foram levantados os dados. confinados ao longo do tempo (figura 1).

Tabela 2. Quantidade de bovinos, confinamentos e semiconfinamentos Figura 1. Evolução do rebanho brasileiro de bovinos confinados de 2018
relacionados aos estados visitados. a 2020 no universo pesquisado.

VARIÁVEIS GO MT MS MG SP TOTAL 600.000

500.000
Confinamentos 16 29 21 10 36 112
400.000
No. de animais
430.304 345.590 133.970 183.278 569.920 1.663.062
confinados 300.000

Semiconfinamentos 6 16 6 4 11 43 200.000

No. de animais 100.000


17.336 166.507 10.060 5.479 48.487 247.869
semiconfinados
0
1 8 | Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br GO MG MS MT SP
| 1 9
2018 2019 2020

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Tabela 3. Valores absolutos e participação em porcentagem de cada esta-


do em relação ao ano.

ANOS GO MG MS MT SP TOTAL

331.732 144.056 102.499 266.045 392.643 1.236.975


2018
(26,8%) (11,7%) (8,3%) (21,5%) (31,7%) (100,0%)

365.382 156.664 109.865 311.036 429.418 1.372.365


2019
(26,6%) (11,4%) (8,0%) (22,7%) (31,3%) (100,0%)

B E N C H M A R K
430.304 183.278 133.970 345.590 569.920 1.663.062
2020
(25,9%) (11,0%) (8,0%) (20,8%) (34,3%) (100,0%)
C O N S U LT O R I A

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

C O N F I N A
O rebanho confinado, considerando o universo pesquisado em 2018, foi
de 1.236.975 cabeças, com o estado de São Paulo detendo a maior quanti-

B R A S I L
dade de gado com 392.643 cabeças, seguido por Goiás com 331.732 bovi-
S C O T

nos, Mato Grosso com 266.045 cabeças, Minas Gerais com 144.056 cabeças e
S C O T
B R A S I L
Mato Grosso do Sul com 102.499 cabeças (tabela 3). 2.1.1. Distribuição de volume
Em 2019, a quantidade de bovinos confinados foi de 1.372.365 de cabe- anual de gado confinado

C O N S U LT O R I A
ças, aumento de 11% comparado a 2018. E em 2020, foi de 1.663.062 bovi- por estado
C O N F I N A

nos, aumento de 21,2% quando comparado a 2019.


Em 2020, a representatividade em volume de bovinos confinados ficou Os confinamentos foram organizados em função da quantidade de cabe-
assim: São Paulo em primeiro lugar com 34,3% do total e Mato Grosso do ças da seguinte maneira:
B E N C H M A R K

Sul com a menor representatividade com 8,0% da amostra (figura 2).


• Micro (até 1.000 cabeças);
Figura 2. Distribuição do gado confinado, em 2020, por estados. • Pequenos (1.001 a 5 mil cabeças);
• Médios (5.001 a 10 mil cabeças);
8,0% • Grandes (10.001 a 20 mil cabeças);
• Mega (acima de 20 mil cabeças).

11,0% São Paulo


Figura 3. Distribuição por volume de gado confinado anualmente.
Goiás
34,3%
20,8% Mato Grosso 7,1%
Minas Gerais
Mato Grosso do Sul Até 1.000 animais
25,9% 20,5%
1.001 a 5.000 animais
33,0% 5.001 a 10.000 animais
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br 19,7%
10.001 a 20.000 animais
Acima de 20.000 animais
2 0 | A tabela 4 representa o crescimento anual e bianual de cada estado. 19,7% | 2 1

Tabela 4. Quantidade de bovinos, confinamentos e semiconfinamentos


relacionados aos estados visitados. Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

ANOS GO MG MS MT SP TOTAL A maior quantidade de confinamentos visitados, durante a expedição do


Confina Brasil, se enquadra no tamanho entre 1.001 a 5 mil animais confi-
2018 a 2019 10,1% 8,8% 7,2% 16,9% 9,4% 11,0% nados/ano com 33%. Confinamentos com até 1 mil cabeças por ano repre-
sentaram 7,1% do universo pesquisado.
2018 a 2020 29,7% 27,2% 30,7% 29,9% 45,2% 34,5% O restante de confinamentos visitados foi proporcionalmente dividido
entre médios, grandes e mega confinamentos.
2019 a 2020 17,8% 17,0% 21,9% 11,1% 32,7% 21,2%

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

B E N C H M A R K
Observa-se a unanimidade de crescimento em todos os estados de um
ano a outro.
Chama a atenção o estado de São Paulo cujo crescimento nos últimos
C O N S U LT O R I A

dois anos foi o maior, um aumento em 45,2% do volume de gado confinado.

C O N F I N A
O volume de bovinos confinados aumentou mais de 10,0% de 2019 a
2020, em todos os estados com destaque também para São Paulo, cujo
crescimento foi de 32,7%.

B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
2.1.2. Indicadores zootécnicos

C O N S U LT O R I A
Os indicadores zootécnicos refletem o desempenho da produção em da- As médias dos indicadores zootécnicos para cada estado estão compila-
C O N F I N A

dos quantitativos e qualitativos e, portanto, são importantes para monito- dos na tabela 6.
ramento e histórico da atividade. Devido às variações dos parâmetros como idade média de entrada e sa-
Para a elaboração dos indicadores zootécnicos foram considerados to- ída, dias de cocho por ciclo, entre outras diferenças inerentes à produção
B E N C H M A R K

dos os 112 confinamentos visitados, registrado cada índice e assim des- e fatores intrínsecos aos animais confinados (idade, sexo e raça, entre ou-
critos os valores mínimo, médio, máximo, mediana e moda, considerando tros), esses dados não podem ser comparados estatisticamente.
todos os estados pesquisados pelo Confina Brasil (tabela 5).
Tabela 6. Indicadores zootécnicos declarados considerando a média para
Tabela 5. Média dos indicadores zootécnicos declarados, considerando cada estado pesquisado.
todo o universo pesquisado.
INDICADORES ZOOTÉCNICOS
GO MG MS MT SP
DECLARADOS
MÉDIA DOS INDICADORES
Média Idade média de entrada
ZOOTÉCNICOS DECLARADOS 20,6 23,4 20,6 21,5 22,1
(meses)

Idade média de entrada Peso médio de entrada (kg) 376,7 382,5 365,5 394,4 373,2
21,6
(meses)

Dias de cocho por ciclo (dias) 116 104 106 111 106
Peso médio de entrada (kg) 379,2
Peso médio de saída (kg) 547,1 561,3 565 592 543,1

Dias de cocho por ciclo (dias) 108 Rendimento de carcaça (%) 56,1 54,6 55,4 56,1 55,4

2 2 | Ganho médio diário


1,545 1,545 1,552 1,541 1,552
| 2 3
(kg/cab/dia)
Peso médio de saída (kg) 562,9
Consumo de matéria seca
10,5 10,7 10,8 11,1 10,6
(kg MS/dia)
Rendimento de carcaça (%) 55,6
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Ganho médio diário


1,547 Os resultados para cada estado, apresentaram desempenho animal dife-
(kg/cabeça/dia)
rente, porém deve-se levar em consideração o desenvolvimento tecnoló-
gico e gerencial particular de cada confinamento. Esses dados são repre-
Consumo de matéria seca
10,8 sentativos para conhecimento da média geral de cada estado, segundo os
(kg MS/dia)
indicadores zootécnicos.
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
2.1.3. Dias de cocho

C O N S U LT O R I A
A média de dias de cocho foi de 108 dias, considerando todos os estados
C O N F I N A

pesquisados.
Na figura 4, temos a quantidade média por ciclo para cada estado e Goiás
deteve a maior média de dias por ciclo.
B E N C H M A R K

Figura 4. Quantidade média de dias por ciclo, por estados.

116

110
2.1.4. Modelos de confinamentos
106 106
104
O confinamento pode ser utilizado para diversos objetivos, tais como a se-
leção genética de tourinhos e novilhas super precoces, sequestro de bezer-
ros, estação de pré-embarque para a exportação de bovinos vivos, recria
GO MG MS MT SP no cocho e terminação para abate.
Dentre as principais estratégias de uso do confinamento é possível sepa-
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br rar e classificar três modelos (figura 5), sendo eles:

exclusivo: compra todos os animais que entram no sistema;


estratégico: é utilizado para alguma etapa do ciclo de produção,
2 4 | seja terminação ou qualquer outra fase; | 2 5
misto: o modelo em que há bovinos provenientes de própria
produção, e também, oriundos de compra.

Figura 5. Diferentes modelos de confinamentos.

15,4%
25,6%
EXCLUSIVO
ESTRATÉGICO
MISTO
59,0%

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Na figura 5, é possível observar que a maioria das visitas aconteceram

B R A S I L
em confinamentos mistos e que para um quarto da amostragem o confina-
S C O T

mento é uma ferramenta estratégica para alguma fase do ciclo pecuário.


S C O T
B R A S I L
Figura 6. Diferentes modelos de confinamentos comparados por volume Figura 8. Quantidade de ciclos/ano de gado confinado, considerando o
anual. volume de gado.

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A

81,8%
87,5% 87,0%
69,6%
62,5% 68,2% 68,2%
B E N C H M A R K

54,1% 54,5%

40,5%
37,9%
35,1%
25,0% 27,3% 26,1% 27,0% 27,3%
18,2% 22,7%
12,5% 13,6% 12,5% 13,0%
5,4% 9,1%
4,6% 4,3% 4,5%
0,0% 0,0%

Até 1.000 1.001 a 5.000 5.001 a 10.000 10.001 Acima Até 1.000 1.001 a 5.000 5.001 a 10.000 10.001 Acima
animais animais animais a 20.000 de 20.000 animais animais animais a 20.000 de 20.000
animais animais animais animais
EXCLUSIVO ESTRATÉGICO MISTO 1 CICLO 2 CICLOS ANO TODO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

À medida que aumenta a quantidade de bovinos confinados, diminui o con- Outro ponto interessante é quando comparamos o volume de gado con-
finamento estratégico (figura 6). finado, separado por faixas quantitativas, com a quantidade de ciclos de-
Conforme o porte do confinamento vai aumentando, diminui a característi- clarados pelos confinadores (figura 8).
ca unicamente estratégica. Ou seja, quanto maior o confinamento, mais difícil É notável a crescente aparência de confinamentos que trabalham o ano
de suprir seu volume e é necessário a compra de gado de outras fazendas. inteiro. Nos confinamentos com volume até 1 mil animais por ano, ninguém
2 6 | declarou que tinha a prática de confinar o ano todo e conforme o volume | 2 7
Figura 7. Presta serviço para terceiros. anual vai aumentando, a necessidade de confinar todos os meses do ano
também vai se tornando realidade, sendo possível perceber que 87% dos
confinadores, que possuem acima de 20 mil animais confinados, têm uma
operação sem pausas durante o ano.

37,6% 2.1.5. Capacidade estática


dos confinamentos
62,4%
A capacidade estática de um confinamento significa a quantidade de
animais possível de alojar em todos os currais, considerando a estrutura
construída de forma que atenda às recomendações de bem-estar dos
bovinos.

B E N C H M A R K
A capacidade estática dos confinamentos visitados variou de 460 até
SIM NÃO
75.000 cabeças (tabela 7).
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
C O N S U LT O R I A

Dos confinadores visitados, 37,6% prestam serviços para terceiros (figura 7).

C O N F I N A
Essa estratégia de gestão é uma alternativa para diluir os custos opera-
cionais e diminuir a ociosidade das instalações. Podendo ser uma opção
para pecuaristas que intencionam fazer um giro mais rápido na atividade

B R A S I L
e não precisam investir em instalações de confinamento ou alternativa
S C O T

de intensificação.
2.2. Produção

S C O T
B R A S I L
Tabela 7. Análise descritiva de capacidade dos confinamentos no universo
pesquisado. em semiconfinamento

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A

CAPACIDADE ESTÁTICA DOS CONFINAMENTOS O semiconfinamento é uma alternativa para intensificar a terminação de
bovinos de corte em pasto diferido.
Mínimo 460
Nesse sistema de produção, a pastagem é o alimento volumoso e preci-
B E N C H M A R K

Média 9.037 sa estar disponível em abundância e com boa qualidade, sendo realizado
comumente na seca.
Máximo 75.000 Em relação às propriedades pesquisadas, a maioria (88,1%) são de pro-
priedade própria, 6,8% são propriedades arrendadas e 5,1% se enquadram
Somatória 994.045
em ambas as situações (figura 10).
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Uma vez que o semiconfinamento é feito em pastagens diferidas, a expe-
dição levantou algumas características das propriedades que adotam esse
Tabela 8. Distribuição por estado da capacidade estática dos confinamentos. sistema de intensificação da produção.

INTERVALO DE QUANTIDADE
GO SP MT MG MS Figura 10. Situação de posse das propriedades de confinamentos.
DE CABEÇAS CONFINADAS

Até 1.000 animais 6,2% 37,5% 31,3% 6,2% 18,8% 5,1%


1.001 a 5.000 animais 8,9% 22,2% 33,3% 8,9% 26,7% 6,8%

5.001 a 10.000 animais 13,1% 21,7% 17,4% 21,7% 26,1%


Sim
Acima de 10.000 animais 28,6% 28,6% 25,0% 7,1% 10,7%
Não, a área
2 8 | Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
é arrendada | 2 9
88,1% Ambos

Os confinamentos com maior capacidade estática estão em Goiás e São


Paulo, ambos com 28,6% da amostragem. Já aqueles com capacidade en-
tre 1.001 e 5 mil animais estão concentrados em Mato Grosso. O estado de
São Paulo também se destaca nas instalações de pequeno porte, repre- Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
sentando 37,5% da amostra cujos alojamentos são de até 1 mil cabeças de
uma só vez (figura 9). Em relação à dimensão da propriedade, o Mato Grosso detém a maior
média, sendo uma fazenda de 55 mil ha, a maior área registrada. Por outro
Figura 9. Distribuição por estado da capacidade estática dos confinamentos. lado, São Paulo concentra os menores tamanho, sendo a menor com 11 ha.
Considerando o uso da terra, cerca de 37,2% das áreas são ocupadas
por pastagens, sendo que grande parte desses pecuaristas produzem
Acima
de 10.000 28,6% 28,6% 25,0% 10,7% 7,1% em sistema semi-intensivo, pelo menos em alguma fase de criação dos
animais
animais (tabela 9).

B E N C H M A R K
5.001
a 10.000 13,1% 21,7% 17,4% 26,1% 21,7%
animais

1.001
a 5.000 8,9% 22,2% 33,3% 26,7% 8,9%
C O N S U LT O R I A

animais

C O N F I N A
Até 1.000 6,2% 37,5% 31,3% 18,8% 6,2%
animais

GO MG MT MS SP

B R A S I L
S C O T

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


S C O T
B R A S I L
Tabela 9. Médias das áreas das propriedades com confinamento e porcen- O número de cabeças de bovinos criados em sistemas de pastagens para
tagens de ocupações da área. suprir os confinamentos variou de 10 a 56.000 cabeças. Foi contabilizado

C O N S U LT O R I A
um total de 373.950 cabeças em pasto, considerando todas as proprie-
C O N F I N A

Mato
Mato Minas São dades visitadas, sendo que 41% dos rebanhos apresentavam, em média,
ÁREA (HA) Goiás Grosso MÉDIA
Grosso Gerais Paulo
do Sul 1.001 a 5 mil cabeças (figura 12).
5.205 9.927 5.307 930 825 4.898
Propriedade
B E N C H M A R K

(100,0%) (100,0%) (100,0%) (100,0%) (100,0%) (100,0%) Figura 12. Frequência (%) do volume de rebanho criado em pasto dos
2.470 3.700 1.524 547 255 1.825 entrevistados.
Pastagem
(47,5%) (37,3%) (28,7%) (58,7%) (30,9%) (37,2%)
45,0
1.624 3.586 2.261 240 200 1.757
40,0
Agricultura
(31,2%) (36,1%) (42,6%) (25,9%) (24,3%) (35,9%)
35,0
1.111 2.641 1.522 143 370 1.316
30,0
Outros
(21,3%) (26,6%) (28,7%) (15,4%) (44,8%) (26,9%)
25,0

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br 20,0

15,0
Outro fato que chama a atenção é que mais de 55% dos entrevistados 10,0
também se dedicam à agricultura, sendo que 35,9% da área dessas pro- 5,0
priedades é destinada a essa atividade. 0,0
Nesse contexto, apenas 26,1% dos pecuaristas produzem milho para con- 0 a 50
cabeças
51 a 100
cabeças
101 a 500
cabeças
501 a 1.000
cabeças
1.001 a
5.000
5.001 a
10.000
Maior que
10.000
sumo próprio, 65,6% compram o insumo e 8,3% compram e o produzem cabeças cabeças cabeças

(figura 11). No caso do farelo de soja, todos os pecuaristas dependem da Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
compra desse insumo.
3 0 | Em relação à média de cabeças de bovinos em pasto por pecuaristaabor- | 3 1
Figura 11. Procedência de milho, nos confinamentos estudados, nos cinco dado, o Mato Grosso apresentou 9.462 cabeças. Minas Gerais apresentou a
estados pesquisados. menor média, cerca de 1.224 cabeças por pecuarista abordado (figura 13).
Considerando a relação do volume médio de bovinos pela área média de
8,3% pastagem, a lotação média obtida em GO, MG, MS, MT e SP, foram 3,0; 2,2;
3,3; 2,5; 5 cabeças por hectare, respectivamente.

Figura 13. Volume médio (em cabeças de bovinos) dos rebanhos criados
Comprado em pasto, no universo pesquisado, por estado.
26,1% Produção própria
Parte comprada/
65,6% produzida 9462

7421

B E N C H M A R K
5168
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
1224 1294

MG SP MS GO MT

B R A S I L
S C O T

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


S C O T
B R A S I L Com relação à divisão das atividades de produção bovina em pasto Tabela 11. Cabeças semiconfinadas em 2019 e expectativa para 2020,

C O N S U LT O R I A
(figura 14), 39,5% fazendo a recria em pasto, temos que 18,5% não utilizam por estado.
C O N F I N A

pastagens para a produção de bovinos, 15,1% recriam e engordam e 14,3%


realizam o ciclo completo. Var 20/19
CABEÇAS SEMICONFINADAS 2019 2020
(%)
B E N C H M A R K

Figura 14. Produção bovina em pasto. GOIÁS

Média 2.543,3 2.889,3 -

Somatório 7.630 17.336 127,2%


1,7% Cria
18,4% 14,3% MINAS GERAIS
7,6% Cria-recria
Recria Médio 1.016,7 1.369,8 -

15,1% Recria-engorda
3,4% Somatório 3.050 5.479 79,6%
Engorda

39,5% Ciclo completo MATO GROSSO DO SUL


Não produzem
Médio 1.374,00 1676,7 -

Somatório 8.244 10.060 22,0%

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br MATO GROSSO

Médio 9.112,0 10.406,7 -


3 2 | Foram 181.401 bovinos semiconfinados, considerando todas as proprie- | 3 3
dades em 2019 e a expectativa para 2020 foi de 247.869 animais. Isso re- Somatório 118.456 166.507 40,6%
presenta uma variação positiva de 36,6%, sugerindo que a produção em
semiconfinamento tende a crescer (tabela 10). SÃO PAULO

Médio 4.001,9 5.764,4 -


Tabela 10. Cabeças semiconfinadas em 2019 e estimativa para 2020, no
universo pesquisado. Somatório 44.021 48.487 10,1%

Var 20/19
CABEÇAS SEMICONFINADAS 2019 2020 Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
(%)

Mínimo 200 200 -

Média 5.038,90 5.764,40 -

Máximo 88.416 130.016 -

B E N C H M A R K
Somatório 181.401 247.869 36,60%

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


C O N S U LT O R I A

O estado de Goiás foi o que apresentou maior tendência de crescimento

C O N F I N A
considerando a variação de 2019 para 2020, seguido de Minas Gerais, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo (tabela 11).
Em relação ao número absoluto de animais semiconfinados em 2019 e

B R A S I L
2020, a maior concentração foi no Mato Grosso, seguido por São Paulo.
S C O T
2.3. Nutrição em confinamento

S C O T
B R A S I L

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A

2.3.1. Volumoso

A produção de carne depende de vários fatores e a nutrição representa 70%


B E N C H M A R K

de oneração no sistema, sendo que, ao redor de 80% do custo da dieta, são


relativos ao do alimento concentrado (Restle e Vaz, 1999).
A dieta de confinamento contempla uma proporção de alimentos con-
centrados e volumosos, que somam 100%, e varia de acordo com o manejo
e sistema adotados.
Sendo assim, a proporção de volumoso na dieta dos confinadores pes-
quisados está na figura 15.

Figura 15. Intervalo de inclusão de volumoso e % na dieta em matéria


seca (MS).

6,5%

9,4%

10,3% 0 a 5%
5,1 a 10%
29,9%
10,1 a 20%
3 4 | | 3 5
20,1 a 50%
43,9% Acima de 50%

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Boa parcela dos confinadores pesquisados (43,9%), utilizam volumoso na


dieta com inserção na faixa de 10,1 a 20%, e a menor parte das respostas com
relação à proporção de volumoso na dieta foi com inclusão acima de 50%.

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
Tabela 12. Análise descritiva de volumoso em % na MS da dieta dos confina- 2.3.2. Concentrados
dores pesquisados.

C O N S U LT O R I A
Dos confinamentos pesquisados, 43,9% utilizam concentrado na dieta com
C O N F I N A

inserções correspondente ao intervalo de (80 a 89,9%). Já aqueles que de-


PROPORÇÃO DE VOLUMOSO NA DIETA EM %
safiam um pouco mais e buscam um desempenho melhor dos animais, re-
presentam 19,7% da amostra quando adicionam insumos concentrados em
Mínimo 0,0%
B E N C H M A R K

proporções acima de 90,0%, são apresentados intervalos de inserções dos


alimentos concentrados na MS (matéria seca) utilizados na dieta (figura 17).
Média 22,0%

Figura 17. Inclusão de concentrado em % na MS da dieta total no


Máximo 85,0% universo pesquisado.

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br 6,5%

Portanto, da população estudada, considera-se a utilização da média 9,4%


(22%) da inclusão do volumoso na dieta, a inclusão máxima foi de 85%. A 100 a 95%
10,3%
menor inclusão encontrada de 0%, quando foi citado que a dieta fornecida
94,9 a 90%
aos animais era composta apenas por ingredientes concentrados (tabela 12). 29,9%
89,9 a 80%
Segundo o National Research Council (NRC, 1996), os zebuínos têm maior
exigência de fibra fisicamente efetiva (FDNfe), considerando média de 15- 79,9 a 50%
30% para uma boa saúde ruminal. Leme et al.,2001, consideraram que ani- 43,9% Abaixo de 50%
mais Nelore consumindo dietas com apenas 15% de FDN (Fibra Detergente
Neutro) corresponde a celulose, hemicelulose e lignina, tiveram desempe-
3 6 | nho expressivo. | 3 7
Sendo assim, os valores podem ser variáveis, de acordo com o manejo da Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
fazenda, maquinário existente, qualidade de fibra e uso de aditivos/ionóforos.
Os tipos de volumosos mais comuns nos confinamentos pesquisados
pelo Confina Brasil foram silagem de milho, bagaço de cana, silagem de Tabela 13. Análise descritiva de concentrado em % na MS da dieta dos confi-
capim, silagem de cana, silagem de sorgo, capulho de algodão e feno de nadores pesquisados.
Tifton 85 (figura 16).
PROPORÇÃO DE CONCENTRADO NA DIETA EM %
Figura 16. Volumosos utilizados nas dietas dos confinamentos pesquisados.

Mínimo 15,0%
39,0% 38,1%

Média 78,0%

18,6%
16,1%

B E N C H M A R K
11,0% Máximo 100,0%
5,1% 4,2%
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Bagaço
Silagem
de milho

de cana

Silagem
de capim

Silagem
de cana

Silagem
de sorgo

de algodão

Tifton 85
Capulho

Feno
C O N S U LT O R I A

Os tipos de concentrados mais comuns foram milho, sorgo, caroço de al-

C O N F I N A
godão, polpa cítrica, farelo de soja, farelo de algodão, farelo de amendoim,
torta de algodão, DDG, WDG, melaço de soja, casca de soja e farelo de gér-
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br men desengordurado (figura 18).

B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
Figura 18. Concentrados utilizados nas dietas dos confinamentos 2.3.3. Aditivos ou modificadores
pesquisados. da fermentação ruminal

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A

O principal objetivo do uso de aditivos e modificadores da fermentação


81,4%
ruminal é maximizar a degradação da fibra, fermentação do lactato no rú-
62,7%
men e conversão de compostos nitrogenados não proteicos, em proteínas
B E N C H M A R K

microbianas (Nagajara et al.,1997).


33,9%
28,8%
O Ministério da Agricultura define aditivo como substância intencional-
25,4%
21,2% 20,3% 19,5% 18,6%
14,4% 14,4%
mente adicionada ao alimento com a finalidade de conservar, intensificar
10,2%
5,1% ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique seu valor nutri-
tivo (Lanna e Medeiros, 2007).

de AMENDOIM
FARELO
MILHO

de ALGODÃO

TORTA DE ALGODÃO

POLPA CÍTRICA

FARELO DE SOJA

SORGO

CASCA DE SOJA

DDG

MELAÇO DE SOJA

FARELO DE GÉRMEN
DESENGORDURADO

WDG
CAROÇO

de ALGODÃO
FARELO
Segundo a amostragem do Confina Brasil, 71,2% dos confinamentos uti-
lizam aditivos na composição da dieta (figura 19).

Figura 19. Utilização de aditivo na ração, em 2020.

Abreviaturas: DDG- Grãos Secos de Destilaria; WDG-Grãos Úmidos de Destilaria.


Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
28,8%

71,2%
3 8 | | 3 9

SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

2.3.4. Água

A água é um alimento essencial para manutenção, homeostase corporal,


transporte de nutrientes e metabólicos, digestão e metabolismo de nu-
trientes, manutenção da pressão osmótica intracelular, umidificação e
lubrificação, e meio de diluente e solvente de reações químicas no organis-

B E N C H M A R K
mo animal (Blocksome e Powell, 2006).
A restrição de consumo pode se dar pela oferta ruim ou má qualidade
da água. Sabe-se que o bovino adulto consome 2,5% de matéria seca do
seu peso vivo e a ingestão de água corresponde aproximadamente 4 litros
C O N S U LT O R I A

de água/kg de matéria seca ingerida, ou seja, a cada 1 kg de matéria seca

C O N F I N A
consumida, o boi consome 4 litros de água (Palhares, 2013).
Portanto, a falta de água tem como consequências a redução do cresci-
mento, do bem-estar, da saúde e o aumento do estresse, ou seja, resulta

B R A S I L
em consideráveis impactos negativos nos fatores zootécnicos e econômicos
S C O T

(Palhares, 2013).
S C O T
B R A S I L
Assim, o fornecimento de água deve ser de qualidade, pois é considerado 2.3.5. Rotina de arraçoamento
um dos maiores entraves ao desempenho da produção animal. No univer-

C O N S U LT O R I A
so pesquisado o insumo água foi assim apurado (figura 20). Dentro da atividade de confinamento, o horário, frequência e ajuste do ar-
C O N F I N A

raçoamento, bem como o controle das sobras, são indicadores da eficiên-


Figura 20. Frequência de limpeza de bebedouro. cia da oferta de alimentos, pois o consumo adequado gera o mínimo de
sobras e, consequentemente, o desperdício.
B E N C H M A R K

1,7% 1,6% Os bovinos criam hábitos de horário para se alimentar. Portanto, manter
uma frequência de trato, bem como respeitar o horário de consumo, evita
1 vez/semana o excesso de ração no cocho, que pode ocasionar a fermentação da mesma
14,7% 2 vezes/semana e, com isso, o desperdício pela perda de qualidade.
14,7%
3 vezes/semana Diante desse quadro, o Confina Brasil quantificou a frequência de trato
diário figura 21.
9,5% 18,1% 4 vezes/semana
5 vezes/semana
Figura 21. Frequência de trato diário.
A cada 10 dias
39,7%
A cada 15 dias 5,5% 2,7%

9,1% 9,1%
Um trato
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Dois tratos
14,5% Três tratos
Quatro tratos
59,1% Cinco tratos
Acima de cinco tratos
4 0 | | 4 1

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
A maioria dos confinamentos visitados (96,5%) fazem a leitura de cocho,
rotina importante para o gerenciamento de oferta de ração (figura 22).

C O N S U LT O R I A
Consiste no sistema de notas, e estas representam uma quantidade ou %
C O N F I N A

da ração a ser acrescentada ou diminuída.

Figura 22. Realização de leitura de cocho.


B E N C H M A R K

3,5%

96,5%

SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

4 2 | | 4 3

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
2.4. Sanidade

S C O T
B R A S I L

C O N S U LT O R I A
Sanidade é um dos pilares que sustentam a boa produção animal, uma vez
C O N F I N A

que afeta diretamente a produtividade. Além disso, representa um dos me-


nores gastos no processo de confinamento, girando em torno de 2%, sen-
do que os prejuízos de um mau protocolo sanitário podem atingir valores
B E N C H M A R K

até 5 vezes maiores (Moretti, 2017).


Durante as etapas do confinamento, o momento de maior cuidado deve
ser o inicial, já que o animal fica submetido a fatores estressantes como:
transporte de longas distâncias, mudança de dieta e de ambiente, varia-
ções de temperatura e formação de novos lotes para determinação de uma
nova hierarquia, entre outros.
A pesquisa apurou que 100% dos pecuaristas adotam protocolo de va-
cinação e de medicação na entrada do confinamento. Desses, os medica-
mentos mais utilizados no protocolo estão apresentados na figura 23.
As maiores preocupações e medidas preventivas em relação à sanidade
foram: aplicação de vermífugo (97,3%), prevenção à clostridiose (88,3%),
doenças respiratórias (70,3%) e botulismo (31,5%)(figura 23).

Figura 23. Frequência (%) de produtores que utilizam vacinas e medica-


mentos em bovinos a serem confinados.

VERMÍFUGO 97,3%
4 4 | | 4 5
CLOSTRIDIOSE 88,3%
VACINAS
70,3%
RESPIRATÓRIAS
BOTULISMO 31,5%

POUR ON 19,8%

RAIVA 13,5%
MODIFICADOR
7,2%
ORGÂNICO
AFTOSA 4,5%

TÉTANO 1,8%

VITAMINAS 2,7%
BRINCO
0,9%
REPELENTE
CISTICERCOSE 0,9%

B E N C H M A R K
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Em relação ao uso de vermífugos, bovinos confinados são mais susceptí-


C O N S U LT O R I A

veis a verminoses devido à concentração de indivíduos. Posto que as boia-

C O N F I N A
das são originadas de regiões diferentes, o uso de vermífugos ganha im-
portância. A verminose causa diminuição no ganho de peso médio diário e
pode acarretar problemas indiretos de saúde.

B R A S I L
Enfermidades como a clostridiose e algumas doenças respiratórias po-
S C O T

dem resultar em óbito. Segundo Pinto e Miller (2016), os maiores problemas


S C O T
B R A S I L
de sanidade de animais confinados no Brasil são as afecções respiratórias
(52%), seguidos de acidose (28%) e problemas de cascos (10%).

C O N S U LT O R I A
A cisticercose pode ser um problema no universo do confinamento, visan-
C O N F I N A

do isso, 0,9% da amostra trata esse tipo de verminose com medicamentos


específicos, porém, não deixam de utilizar vermífugos de amplo espectro.
A maior taxa de mortalidade acontece durante a seca e chegou a 1%, sen-
B E N C H M A R K

do a média de 0,23% e a mínima de 0,01% (tabela 14).

Tabela 14. Mortalidade dos animais confinados no ciclo da seca.

MORTALIDADE %

Mínimo 0,01%
2.5. Gestão nos confinamentos
pesquisados pelo Confina
Média 0,23% Brasil

Máximo 1,00% Dos confinadores pesquisados, 90% monitoram o custo total do confina-
mento e 10% apenas o fluxo de caixa.
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br O objetivo da gestão de risco de preços é garantir o lucro. Manter o olho
nos indicadores da empresa e outro no mercado, buscando identificar
Martins (2016) analisando a mortalidade de bovinos em um confina- oportunidades e garantir custo de produção competitivos.
mento de Minas Gerais, determinou uma média de 1,5%, enquanto tra- Sendo assim, a equipe Confina Brasil apurou a quantidade de confinado-
4 6 | balhos internacionais relatam valores de até 1 a 1,3% (Irsik et al., 2006). res que utilizam ferramentas de proteção de preços de insumos (figura 24). | 4 7
Essa redução na taxa de mortalidade indica avanços nos protocolos sani-
tários e uma melhor sanidade dos animais confinados no Brasil, no uni- Figura 24. Ferramenta de proteção contra oscilação de preços de insumos,
verso pesquisado. em 2020.

46,6%

53,4%

B E N C H M A R K
SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
Além da gestão de risco de insumos, a gestão de risco da cotação da arro-
ba do boi gordos também é uma ferramenta disponível.
A pesquisa apurou que 42,4% dos confinadores não utilizam uma ferra-

B R A S I L
menta de proteção de preços de boi gordo, visto assim uma oportunidade
S C O T

de melhoria do sistema.
S C O T
B R A S I L
Figura 25. Ferramenta de proteção contra oscilação de preços de boi gordo, Para controle financeiro, 69% dos entrevistados utilizam software espe-
em 2020. cífico (figura 27).

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A

Figura 27. Utilização de software de controle financeiro.


B E N C H M A R K

42,4%

31,0%
57,6%

69,0%

SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


SIM NÃO
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Três quartos dos confinadores fazem o controle operacional com a ajuda


de programas para esse fim, (figura 28).

Figura 28. Utilização de software para controle operacional.


4 8 | | 4 9

24,1%
A pesquisa apurou que 50,9% não contratam empresas de assessoria em
gestão de risco (figura 26).

75,9%
Figura 26. Contrato de consultoria e/ou assessoria para gestão.

SIM NÃO
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
49,1%

B E N C H M A R K
50,9% A gestão de formulação de dieta está nutricionalmente balanceada para
apresentar um custo mínimo e lucro máximo, evitar desperdícios e auxiliar
os produtores a alcançarem o desenvolvimento sustentável na produção.
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
SIM NÃO

B R A S I L
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
S C O T
2.6. Custo de confinamento

S C O T
B R A S I L Apesar disso, quase 40% dos confinadores pesquisados não utilizam

C O N S U LT O R I A
uma ferramenta de gestão de formulação de dietas, (figura 29). Assim como o desempenho animal, o monitoramento e registro dos custos
C O N F I N A

de produção são importantes para decisões e, consequentemente, para o


Figura 29. Utiliza programa de formulação de dietas. sucesso do negócio.
A maior parte dos pecuaristas acompanham os custos de confinamento
B E N C H M A R K

(90,3%), enquanto 8,8% controlam o caixa, sem ordenamento e 0,9% não


realizam acompanhamento financeiro (figura 31).

Figura 31. Acompanhamento dos custos de confinamento.


38,8%

0,9%
8,8%
61,2%

Completo

Apenas custo de caixa


SIM NÃO
Não
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br 90,3%

Dos confinadores pesquisados, 63,3% dispõem de técnico da empresa


fornecedora de insumo para elaborar as dietas (figura 30).
O confinamento é uma atividade que exige altos investimentos. De- Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
5 0 | vido a esse fator, não é normal encontrar pouca gestão ou que tenha o | 5 1
proprietário na linha de frente da atividade, seja formulando dietas ou
operacionalizando tarefas diárias, entre outras tarefas onde é possível
que uma mão de obra menos onerosa as execute.

Figura 30. Profissional para elaboração de dietas.

5,1%

Consultor/Nutricionista
31,6% independente

Técnico de empresa
fornecedora de insumos
63,3%
Eu mesmo, sou técnico

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
O custo de confinamento pode ser subdividido em custo da dieta, custo
operacional e custo sanitário (tabela 15).

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A

Tabela 15. Composição média dos custos declarados de confinamento consi-


derando o universo pesquisado.
B E N C H M A R K

CUSTOS DECLARADOS Média

Custo da dieta (cabeça/dia) R$ 8,15

Custo operacional (cabeça/dia) R$ 1,40

Custo sanitário (cabeça) R$ 8,81

Dias de cocho (dia) 108

*Custo total (cabeça) R$ 1044,98

*Custo total (R$/cabeça) = [(Custo da dieta + Custo operacional) x Dias de cocho] + Custo sanitário
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

O custo da dieta variou de R$2,30 a R$13,00 por cabeça/dia e está relacio-


nado aos tipos de insumos consumidos.
Os gastos relacionados à luz, água, óleo diesel, mão de obra e custos fixos
como a depreciação, são contabilizados como custos operacionais. O cus-
5 2 | to médio operacional foi de R$1,40 por cabeça/dia. | 5 3
O custo com sanidade varia com o protocolo sanitário adotado e apresen-
tou uma média de R$8,81 por animal confinado.
O custo total por cabeça confinada ficou em R$1.044,98 com uma média
de 108 dias. Quando o custo total é fracionado em custo da dieta, custo
operacional e custo sanitário, figura 32, é observado que os gastos com
dietas representam cerca de 84,6%, seguido dos custos operacionais com
14,5% e 0,9% gasto com sanidade (figura 32).

Figura 32. Contribuição de cada custo de confinamento, considerando as


médias de todos os produtores.

0,9%

B E N C H M A R K
14,5%
Custo da dieta

Custo operacional
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
84,6% Custo sanitário

B R A S I L
S C O T

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


2.7. Bem-estar no Confina Brasil

S C O T
B R A S I L

C O N S U LT O R I A
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, 2009) define que o bem-estar
C O N F I N A

animal está relacionado com a forma como o animal lida com o seu entorno.
Dos confinadores entrevistados, 94,8% adotam algum manejo de
bem-estar (figura 33).
B E N C H M A R K

Figura 33. Utiliza algum manejo de bem-estar animal.

5,2%

94,8%

SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

5 4 | A maioria dos confinamentos adotam treinamentos embasado no | 5 5


bem-estar animal (figura 34).

Figura 34. Treinamento de manejo embasado no bem-estar animal.

14,8%

85,2%

B E N C H M A R K
SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
2.7.1. Poeira 2.7.3. Sombra

C O N S U LT O R I A
A formação de poeira é um problema frequente nos confinamentos, sendo Dos confinamentos visitados, 38,3% utilizam algum método que propor-
C O N F I N A

comum no período seco e suas consequências são maiores no inverno. cione sombra nos currais, melhorando o conforto térmico (figura 37).

Figura 35. Utiliza método que proporcione diminuição da poeira. Figura 37. Métodos que proporcionem sombra nos currais.
B E N C H M A R K

31,3%
38,3%

68,7% 61,7%

SIM NÃO SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

2.7.2. Lama

5 6 | Nos confinamentos visitados, 76,5% adotam algum sistema de drenagem | 5 7


dos currais para evitar a formação de lama (figura 36).

Figura 36. Gestão estratégica de drenagem dos currais.

23,5%

76,5%

B E N C H M A R K
SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
2.8. Sustentabilidade

S C O T
B R A S I L

C O N S U LT O R I A
O Sistema Integração Lavoura Pecuária (ILP) consiste na exploração de ati-
C O N F I N A

vidades agrícolas e pecuárias, de forma integrada, em rotação ou sucessão,


na mesma área e em épocas diferentes, aumentando a eficiência no uso
dos recursos naturais, com menor impacto sobre o meio-ambiente, uma
B E N C H M A R K

vez que os processos de degradação são controlados por meio de práticas


conservacionistas.
A pesquisa revelou que 59,1% do universo pesquisado não fazem uso
desse sistema (figura 38).

Figura 38. Adota o sistema Integração Lavoura Pecuária.

3,5%

Sim
37,4%
Não
59,1%
Estou planejando

5 8 | | 5 9
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L
As práticas de produção menos invasivas ganharam importância por ser
a atividade pecuária potencialmente impactante, em consequência dos re-

C O N S U LT O R I A
síduos orgânicos produzidos.
C O N F I N A

Em qualquer sistema, a correta coleta, armazenamento e destino às ex-


creções contribui para o bem estar animal e para o meio ambiente e dentre
esses sistemas, no universo pesquisado, destacaram-se: lagoa de estabili-
B E N C H M A R K

zação e a compostagem, (figuras 39 e 40).

Figura 39. Armazenamento de dejetos em lagoa de estabilização/contenção.

36,2%

63,8%

SIM NÃO

Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


6 0 | | 6 1
Figura 40. Destino dos dejetos sólidos.

14,9%
Pastagem
31,7%
Lavoura
25,7%
Compostagem

27,7% Venda

B E N C H M A R K
Fonte. Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L 3. CONSIDERAÇÕES
FINAIS

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A
B E N C H M A R K

A produção de carne está cada vez mais sendo complementada com siste-
mas intensivos de produção. A prática do confinamento por si ou associada
a semiconfinamentos aumenta anualmente.
A expedição que produziu esse estudo visitou 112 confinamentos e 43
semiconfinamentos.
O crescimento do volume de bovinos confinados de 2018 a 2020, foi
34,5% em toda a amostra. São Paulo, entre todos os estados, foi o que mais
cresceu (45,2%).
A expedição permitiu uma visão clara e panorâmica dos confinamentos
brasileiros. As informações coletadas consideraram indicadores zootécni-
cos, gestão, manejo, sanidade, nutrição, custo de confinamento, logística,
produção de alimentos, sustentabilidade e tecnologia.
Com base nos dados obtidos e na expectativa da expansão da pecuária
intensiva no Brasil, a Scot Consultoria continuará nas estradas em 2021,
com mais informações e levantamentos de dados para informar o cenário
dos confinamentos e semiconfinamentos brasileiros, nas diversas regiões
e realidades vigentes em nosso país.
6 2 | | 6 3

#issoéconfinabrasil

B E N C H M A R K
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
S C O T
B R A S I L 4. REFERÊNCIAS

C O N S U LT O R I A
C O N F I N A

Blocksome, C. E.; Powell, G. M. Waterers and watering systems: A handbook for livestock
owners and landowners. Manhattan: State University Agricultural Experiment Station and
B E N C H M A R K

Cooperative Extension Service, p.151, 2006.

Irsik, M.; Largemeier, M.; Schroeder, T.; Spire, M.; Roder, J. D. Estimating the effects of animal
health on the performance of feedlot cattle. The Bovine Practitioner, p.65-74, 2006.

Lanna, D. P. D.; Medeiros, S. R. Uso de aditivos na Bovinocultura de Corte. Anais do Sexto


Simpósio sobre Bovinocultura de Corte: Requisitos de qualidade na bovinocultura de corte.
FEALQ, Piracicaba-SP, 2007

Martins, R. A. Estudo da morbidade e mortalidade em confinamento de bovinos para termi-


nação e seus impactos econômicos, 2016.

Moretti, M. Geração Confinatto: Por que devo me preocupar com a sanidade do meu con-
finamento? Disponível em: https://agroceresmultimix.com.br/blog/geracao-confinatto-
-porque-devo-me-preocupar-com-sanidade-no-confinamento/. Acesso em: 1 de fevereiro
de 2021.

6 4 | Nagajara, T. G.; Newbold, C. J.; Van Nevel, C. J.; Demeyer, D. I. Manipulation of ruminal fer- | 6 5
mentation. IN: Hobson, P.N.; Stewart, C.S. The rumen microbial ecosystem. Blackie Acade-
mic, London, p.523-632, 1997.

Palhares, J. C. P. Consumo de água na produção animal. Comunicado técnico 102. Embrapa


Pecuária Sudeste, São Carlos, 2013.

Restle, J.; Vaz, F.N. Confinamento de bovinos definidos e cruzados. IN: Lobato, J. F. P.; BAR-
CELLOS, J. O. J.; Kessler, A. M. Produção de bovinos de corte. Porto Alegre: EDIPUCRS, p.141-
168, 1999.

Pinto, A. C. J.; Millen, D. D. Recomendações nutricionais e práticas de manejo adotadas por


nutricionistas de bovinos em confinamento: a pesquisa brasileira de 2016. Disponível em:
https://techagr.com/wp-content/uploads/2019/08/Artigo_LAE_27.08_final.pdf. Acessa-

B E N C H M A R K
do: 02 de fevereiro de 2021.
C O N S U LT O R I A

C O N F I N A
B R A S I L
S C O T
PATROCINADORES

APOIO INSTITUCIONAL

APOIO DE MÍDIA

agência responsável

produtora audiovisual

REALIZAÇÃO

Você também pode gostar