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CERÂMICOS: CONSTRUÇÃO,
PLANEJAMENTO E
LONGEVIDADE
Gerson Bonfante
Pedro César Garcia de Oliveira
Estevam Augusto Bonfante
Leandro de Moura Martins
Fabio Cesar Lorenzoni
INTRODUÇÃO
Os sistemas cerâmicos representam hoje na Odontologia uma alternativa aos metais no trata-
mento protético, produzindo próteses com características superiores de biocompatibilidade
e de estética. Na maioria dos casos, principalmente em próteses anteriores, o comportamento
desses sistemas é satisfatório. Entretanto, com a crescente valorização da estética e expansão
de uso nas áreas posteriores, novos materiais mais resistentes são exigidos.
Dessa forma, sabendo o que se pode esperar de cada material em termos de falhas, o profissio-
nal pode julgar se o novo material oferecerá benefício quando comparado aos sistemas que
ele já usa, justificando assim a sua indicação ou não em reabilitações. É preciso ter sempre
em mente que não existe um material ideal e que não existe um sistema cerâmico que
suporte todas as situações clínicas.
A eliminação das próteses com ligas metálicas, tanto por biocompatibilidade quanto por
estética, é hoje o objetivo central em ordem decrescente de interesse: das empresas, dos
cirurgiões-dentistas e dos pacientes. Mimetizar os aspectos naturais dos dentes tem levado
as empresas a investimentos que geram em coroas dentárias cerca de US$ 2 bilhões em
rendimentos ao ano, sendo 20% representadas por coroas ceramocerâmicas.5 A intensa
preocupação estética leva os cirurgiões-dentistas a indicar materiais que tenham um maior
número de similaridades com as estruturas naturais.
À medida que ocorreu uma grande evolução nas porcelanas odontológicas para aumento de
sua resistência, seus principais constituintes deram lugares a cristais (dissilicato de lítio, alumina,
zircônia). Como essa constituição foi alterada a partir da original e o felspato está em menor
concentração do que os outros materiais, ou às vezes é até mesmo inexistente, os novos
materiais utilizados na Odontologia para infra-estrutura são cerâmicas dentais revestidas por
materiais à base de feldspato ou porcelanas.
A demanda por coroas totalmente cerâmicas aumentou devido à generalização dos princípios
estéticos, à presença de linha metálica acinzentada na margem gengival das coroas metalo-
cerâmicas, parcialmente resolvida há 25 anos com a redução da infra-estrutura metálica e do
ombro cerâmico6 (Figura 29A), e à possibilidade de alergia ao metal (níquel). Essa tendência
levou McLean e Hughes, em 1965, seguindo o conceito do aumento da rigidez, a utilizar
óxidos cerâmicos como “limitadores de trincas”.7,8 Vários óxidos foram considerados, entre
eles os óxidos de titânio, de zircônio e de alumínio.
Surgiram então as porcelanas reforçadas por alumina, uma mistura de 50% (em peso) de
cristais de alumina com uma porcelana feldspática de baixa fusão, com a possibilidade de
constituírem infra-estrutura em substituição aos metais. A partir desse momento, outros
materiais (porcelanas feldspáticas reforçadas por leucita, dissilicato de lítio, alumina e zircônia)
e outras formas de processamento (porcelanas injetadas, prensadas, infiltradas e usinadas)
passaram a ser desenvolvidos. Graças a esse avanço, sistemas totalmente cerâmicos de alta
resistência tornaram-se uma alternativa real para as restaurações metalocerâmicas.
Com a limitação no uso dos cerômeros devido à sua baixa resistência, novas formas de
reforço para as resinas foram estudadas para ampliar as indicações do material. Durante os
anos 1990, surgiram as resinas reforçadas por fibras, que se tornaram disponíveis para o
uso tanto em laboratório quanto em consultório. A utilização dessas fibras promoveu um
aumento na resistência flexural das resinas, que passaram a ser indicadas para uso em coroas
e pontes fixas de três elementos10 (Figuras 1A a J).
Contudo, a relação custo-benefício não pareceu atrativa a longo prazo, já que essas próteses
ainda apresentavam resistência inferior às cerâmicas e aos metais, além de um custo muito
elevado em relação às resinas diretas. Somado a isso, o alto índice de falhas10,11 e a deficiência
de união da resina antiga a uma nova em caso de reparo9 tornava o material limitado, razão
pela qual não será assunto de interesse neste capítulo.
C D
E F
G H
I J
Figura 1 – A) a J) Aspectos clínicos e laboratoriais antes e após tratamento de pacientes com cerômeros
reforçados por fibras anterior e posterior. Os resultados estéticos iniciais são satisfatórios. Entretanto, essas
próteses não têm estabilidade de cor e apresentam alto índice de falhas, o que as tornam limitadas quanto à
indicação.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Quadro 1
CLASSIFICAÇÃO GLOBAL DOS SISTEMAS CERAMOCERÂMICOS
E DAS POSSÍVEIS TÉCNICAS DE CONFECÇÃO
As cerâmicas são pobres condutores térmicos. Por isso, os ciclos devem ser pro-
gramados para que a temperatura seja elevada em função do tempo, pois o aque-
cimento muito rápido pode sinterizar a superfície externa, impossibilitando que o
mesmo ocorra com a superfície interna. Os ciclos de queima (tempo e temperatura)
são fornecidos pelos fabricantes das cerâmicas.
Enquanto a temperatura vai aumentando, o pó da cerâmica sofre fusão com as outras partícu-
las, promovendo uma massa contínua que, por aproximação e união das partículas, se den-
sificará e também sofrerá uma alteração de volume (contração). Essa queima deve ser realizada
sob vácuo no momento em que se fecha a porta do forno. O vácuo auxiliará na não-inclusão
de ar e no aumento da pressão atmosférica que irá comprimir as partículas fechando os
poros.
Terminada a sinterização – que deve ser idealmente de 3 a 5 queimas para evitar alteração da
resistência, da translucidez e do coeficiente de expansão térmica –, passa-se para o resfria-
mento, que acontece após cada ciclo quando a cerâmica é exposta ao meio externo.
Devem-se evitar os extremos para o resfriamento: nem muito rápido (choque térmico),
nem muito lento (aumento do coeficiente de expansão térmica, sobretudo nas cerâ-
micas reforçadas por leucita) para evitar a formação de trincas e rachaduras.15
Nos sistemas injetados, lançados em 1991, a cerâmica é aquecida até se tornar fluida
(fundida) e injetada por centrifugação dentro do molde. A cerâmica resfriada é removida do
revestimento e ajustada; em seguida, a porcelana de cobertura é aplicada. As cerâmicas
usadas nessa técnica possuem óxido de magnésio, o que, em alguns casos, por meio de sua
expansão, compensa a contração de sinterização.2
Nos sistemas prensados, as cerâmicas reforçadas por leucita ou dissilicato de lítio em cilindros
(linguotes) na cor escolhida, diferentemente dos sistemas injetados, não são fundidas, mas
sim plastificadas por um forno especial de pressão a 1.100°C (prensagem a quente). Depois
dessa plastificação, a cerâmica é prensada por um êmbolo sob vácuo dentro do molde no
qual é mantida sob pressão para permitir o completo e acurado preenchimento da cavidade
do revestimento. Com a peça confeccionada (Figura 2D), ela pode ser caracterizada por
pigmentos superficiais ou pela aplicação de uma porcelana de cobertura pela técnica da
estratificação2,9 (Figuras 2E e F).
C D
E F
Figura 2 – A) Vista oclusal dos preparos parciais com margens supragengivais em esmalte. B) Enceramento da
infra-estrutura. C) Padrão de cera com os pinos formadores de conduto para prensagem da cerâmica. D)
Infra-estrutura em cerâmica prensada. E) Prova e ajuste da infra-estrutura cerâmica. F) Vista oclusal do caso
concluído.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
C D
Figura 3 – A) Vista lateral inicial com . B) Aspecto dos preparos no modelo de trabalho. C) Vista vestibular da
infra-estrutura cerâmica prensada no modelo de trabalho. D) Vista oclusal da prova e ajuste da infra-estrutura.
E) Vista lateral final.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A técnica consiste no preparo de uma suspensão estável, por meio de partículas de tamanho
entre 1 e 5µm e poucas partículas em torno de 20µm que são misturadas com um líquido
especial (solução de 1% de álcool polivinil) por meio de ultra-som. Essa suspensão é coloca-
da sobre um modelo de gesso poroso (gesso Paris), no qual é usado um espassador para
permitir um espaço interno pré-cimentação de 45µm, que absorve a fase líquida por
capilaridade. Esse gesso expande-se, compensando assim a contração tardia do material no
processo de sinterização.17
Nessa etapa, um vidro de lantânio é infiltrado em quase toda a estrutura para que permita
o escape de ar, ocupando os espaços vazios e densificando a cerâmica que será levada nova-
mente ao forno a 1.100°C durante 4 a 6 horas. Depois da remoção do excesso, outra
queima de 10 minutos é realizada a 960°C para eliminar o excesso de vidro.2,17 A infiltração
do vidro, além de aumentar a resistência da estrutura, também propicia melhores caracterís-
ticas estéticas. No entanto, não exclui a necessidade do uso de cerâmicas feldspáticas de
cobertura18 (Figuras 4A a D).
C D
Figura 4 – A) Vista frontal do paciente que apresenta restaurações extensas insatisfatórias. B) Vista frontal
após preparos realizados. C) Prova e ajuste das infra-estruturas obtidas pela técnica slip casting. D) Reabilitação
estética concluída com coroas totalmente cerâmicas.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A técnica slip casting também é utilizada por sistemas que contêm 35% em peso de zircônia
(ZrO2) (Al2O3ZrO2) parcialmente estabilizada por ítrio. Essas cerâmicas foram introduzidas
para aumentar a possibilidade dos tratamentos totalmente cerâmicos, já que elas apresentam
a maior resistência entre todos os materiais cerâmicos existentes. Entretanto, devido à sua
baixa qualidade estética (opacidade), são mais recomendadas para próteses fixas posterio-
res.19
A descoberta da zircônia estabilizada por ítrio mudou o paradigma das próteses, criando
um caminho sem volta para as cerâmicas. Contudo, a confecção acarreta falhas inerentes a
todos os materiais. A manipulação, principalmente por profissionais inexperientes, inclui bolhas
no corpo do material que podem dar origem a trincas e, conseqüentemente, à fratura. Para
tentar minimizar a interferência humana, os sistemas que utilizam os processos computado-
rizados foram introduzidos pelas principais empresas do setor odontológico.
CERÂMICAS USINADAS
Independentemente do processamento do material, sempre existirão falhas. Porém, minimizar
a presença dessas falhas, que em metais, por sua habilidade de se deformar plasticamente,
A B
C D
Figura 6 – A) a D) Vistas frontais que demonstram a resolução estética do caso de prótese fixa anterior com
sistema CAD/CAM.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Os policristais de zircônia são hoje o material mais estudado com o uso dos sistemas
computadorizados.19 Todavia, não são os únicos materiais possíveis de serem utilizados. Os
sistemas computadorizados contam também com as cerâmicas reforçadas por leucita,
dissilicato de lítio, porcelana feldspática e alumina.
6. Muitas vezes, o mesmo sistema ceramocerâmico pode ser confeccionado por mais de
uma técnica. Quais são elas?
9. Que processo também é conhecido pelo termo slip casting? Em que consiste?
10. Por que a descoberta da zircônia estabilizada por ítrio mudou o paradigma das próteses,
criando um caminho sem volta para as cerâmicas?
11. Das afirmativas abaixo sobre as cerâmicas usinadas, qual delas é INCORRETA?
A) As porosidades nos sistemas ceramocerâmicos estão significativamente mais presentes
em coroas confeccionadas por técnicas manuais como as prensadas quando compara-
das às usinadas. A principal implicação clínica dessas porosidades, além da atuação
como iniciadores de trincas, é o fato de dispersarem a luz incidente, reduzindo a
translucidez da restauração.
B) Os modelos obtidos pela técnica de moldagem convencional nos sistemas usinados de
alumina são enviados a um laboratório credenciado pelo sistema e escaneado por uma
ponta de safira em contato com o gesso para definir a forma tridimensional do preparo.
C) O sistema de cópia e usinagem utiliza a tradicional técnica do enceramento, no qual
o desenho desejado é encerado pelo técnico. Ao mesmo tempo em que o encera-
mento é escaneado, o bloco cerâmico é usinado. Esse sistema tem o mesmo princípio
da produção de uma chave, ou seja, por meio da cópia da original.
D) Os blocos cerâmicos usinados podem ser de dois tipos: parcialmente sinterizados ou
totalmente sinterizados. Em geral, os sistemas que usam zircônia parcialmente estabi-
lizada por ítrio utilizam blocos totalmente sinterizados devido à grande resistência
desses materiais, evitando assim o maior desgaste do equipamento e tornando o
processo mais rápido.
Resposta no final do capítulo
O sucesso clínico das próteses ceramocerâmicas, entre outros fatores, depende das
propriedades térmicas dos materiais usados.
Portanto, o mais desejável em um sistema ceramocerâmico seria que não existisse diferença
entre os valores de contração térmica das cerâmicas de infra-estrutura e de revestimento. As
cerâmicas de revestimento foram idealizadas para próteses metalocerâmicas, e essa diferença
no comportamento dimensional térmico não leva a problemas de compatibilidade com os
sistemas metálicos, mas pode afetar a compatibilidade térmica dos materiais usados nos
sistemas ceramocerâmicos.26,27 Outros fatores que podem influenciar a união desse conjunto
(infra-estrutura/cobertura) são a contração de queima da cerâmica e um pobre molhamento
da infra-estrutura pela cerâmica de cobertura.15,24
RESISTÊNCIA
As propriedades mecânicas das cerâmicas são inferiores às dos metais em alguns aspectos.
Por exemplo, as cerâmicas são materiais reconhecidamente friáveis, ou seja, que suportam
forças compressivas, mas elas não resistem a forças de tração e não permitem deformação
maior que 0,1%,29 o que limita suas indicações. Além disso, apresentam disposição à fratura
catastrófica (ver Figura 18) devido à sensibilidade a microtrincas presentes na superfície ou
na parte interna, que funcionam como concentradores de tensões e ocasionam a sua propaga-
ção até à fratura.9
LEUCITA
O objetivo de reforçar certos materiais com a leucita foi o aumento na resistência (35-55%),
mas sem perda na estética. Contudo, o aumento da resistência flexural para 120MPa e da
tenacidade para 1,2MPa/m1/2 não trouxe um ganho significativo de resistência, que continua
relativamente baixa quando comparada a outros sistemas.30 Por esse motivo, suas indicações
ficaram limitadas a restaurações intra e extracoronárias (inlay/onlay).
Tetragonal
Monoclínica
Compressão Compressão
Tração
ESTÉTICA
Na Odontologia, a fluorescência é descrita pela absorção da luz ultravioleta por uma deter-
minada estrutura pela luz ultravioleta (luz negra) e a emissão pela luz visível em um espectro
azulado. A opalescência adicionada a esses materiais possibilita uma dispersão de luz de
comprimentos de onda mais curtos do espectro visível do que confere aos dentes uma apa-
rência azulada na cor refletida e uma aparência de laranja/marrom na cor transmitida.
Com base na seqüência dos materiais de reforço citados anteriormente, pode-se aplicar o
mesmo raciocínio quanto à estética. Entretanto, será em uma relação inversamente proporcio-
nal às propriedades mecânicas. Quanto maior a resistência, menor a estética. Os dissilicatos
de lítio permitem uma relativa translucidez, enquanto os materiais à base de alumina tiveram
de sofrer modificações, como o acréscimo de óxido de magnésio, para melhorar a translucidez
(Quadro 2). Devido a essas mudanças, as propriedades mecânicas são reduzidas.
Quadro 2
COMPARATIVO DA TRANSLUCIDEZ DE ALGUNS SISTEMAS CERAMOCERÂMICOS
Baixo x x x
valor,
alta
translucidez
Valor x x x x
mediano
e translucidez
Opaco, x x x
alto valor
ADAPTAÇÃO
As próteses ceramocerâmicas apresentam propriedades mecânicas e estéticas compatíveis
com o uso clínico. No entanto, a adaptação marginal e interna é entendida como um dos
mais importantes critérios para qualidade clínica e sucesso das coroas totalmente cerâmicas.
O aumento da discrepância marginal das coroas favorece a taxa de dissolução do cimento e
da microinfiltração, aumentando a retenção de placa que propicia o surgimento de lesões
cariosas ou doenças periodontais.36
BIOCOMPATIBILIDADE
Todos os sistemas cerâmicos têm condutividade térmica reduzida, o que resulta em me-
nor potencial de irritação pulpar. Uma pequena porcentagem da população é hipersensível
às ligas dentais que contêm metais nobres e básicos, como paládio e níquel. Devido à sua
estabilidade química, os sistemas ceramocerâmicos eliminam esse problema.
15. “As propriedades mecânicas das cerâmicas são inferiores às dos metais em alguns aspec-
tos”. Justifique esta afirmação.
16. Complete o quadro com os tipos de restaurações indicadas a partir dos seguintes materiais:
Leucita
Dissilicato de lítio
18. O que torna a infra-estrutura de óxido de zircônio estabilizada por ítrio mais resistente
do que as demais cerâmicas?
A) O tamanho das partículas.
B) O método de processamento.
C) O fenômeno de tenacificação por transformação.
D) A compatibilidade com as porcelanas de revestimento.
Resposta no final do capítulo
19. Quais são os problemas ocasionados pela adaptação deficiente das cerâmicas?
A) Diminuição da estética.
B) Diminuição da resistência.
C) Dissolução do cimento.
D) Todas as alternativas estão corretas.
Resposta no final do capítulo
Acredita-se que o fator mais extraordinário surgiu com a possibilidade de se fazer coroas
unitárias e próteses parciais fixas sem metal, algo quase inimaginável até meados do século
passado. Hoje se tenta expandir sua aplicação a implantes dentários, empregando-se mate-
riais cerâmicos de zircônia, com base na ampla aplicação desse material em próteses de
quadril e cabeça de fêmur.
Quando ocorre perda de um elemento dentário causada por cárie, trauma ou problema
periodontal, essa falha poderá ser reposta de várias maneiras, com próteses parciais removíveis,
fixas adesivas, fixas convencionais ou implantes dentários. Na escolha de próteses fixas
convencionais, o princípio desse tratamento consiste em apoiar o dente ausente (pôntico)
em pelo menos dois dentes adjacentes (pilares) a esse espaço. Para tanto, há necessidade de
desgaste nesses dentes (preparos) a fim de que haja espaço suficiente para a acomodação do
material restaurador.
Outro fator a ser considerado é o cuidado com a indicação desses tipo de restauração para
pacientes portadores de hábitos parafuncionais, como apertamento e bruxismo. Esses
pacientes, durante a parafunção, desenvolvem forças oclusais com intensidade acima do
normal e fora do longo eixo (forças oblíquas), o que gera uma tensão por cisalhamento e
pode acarretar tanto o deslocamento da peça quanto a fratura da cerâmica de revestimento,
já que este tipo de material resiste muito bem às forças de compressão, mas de forma insa-
tisfatória às forças de tração e cisalhamento.45-47 Por outro lado, foi observado 98,4% de
sucesso com coroas do sistema ceramocerâmico infiltrado, sendo que muitos pacientes avalia-
dos eram portadores de parafunção. Os autores do estudo concluíram que esses pacientes
não devem ser excluídos do tratamento com próteses ceramocerâmicas.48
Nos casos de próteses fixas, cujos retentores são coroas totais, uma das técnicas de moldagem
mais utilizadas é com casquete, pois oferece inúmeras vantagens, como baixo custo, menor
A redução da superfície axial deve resultar em uma espessura mínima, variando entre 1,3
a 1,5mm, com uma expulsividade em torno de 8 a 10º, resultando em suporte e resistência
adequados à cerâmica e com ângulos arredondados entre a parede gengival e axial.42,52
A redução oclusal/incisal deve ser suficiente para garantir a resistência estrutural do material
restaurador (dentes posteriores) e a estética (dentes anteriores); contudo, a altura do preparo
é essencial para a resistência aos esforços laterais, sobretudo em coroas clínicas curtas, já que
nesses casos ocorre uma concentração de esforços devido à pouca superfície. A quantidade
ideal da redução dessas superfícies está por volta de 2,0mm, desde que não ultrapasse um
terço da distância cervicoclusal, considerando-se o tamanho original da coroa, com riscos de
prejuízos mecânicos e biológicos5 (Figura 8). Essa quantidade preconizada de desgaste dentário
seria o suficiente para promover uma infra-estrutura com espessura de cerâmica o mais
uniforme possível, o que diminuiria as chances de fratura.53
O término do preparo é, para a maior parte dos materiais totalmente cerâmicos, um ombro
de 90º arredondado entre as paredes axiais e cervicais, com espessura em torno de 1,0 a
1,5mm em todas as faces e, sempre que possível, em esmalte54 (Figura 9).
Figura 9 – Término cervical do tipo ombro arredonda- Figura 10 – Modelo de trabalho que demonstra as
do para coroas ceramocerâmicas. características do preparo.
Fonte: Arquivo de imagens do Dr. José Luiz Góes de Oliveira. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Caso uma restauração com coroas metalocerâmicas seja o material de eleição, muitas dessas
dúvidas, se não todas, estarão resolvidas, já que esse material se presta, de maneira altamen-
te satisfatória, para qualquer dessas situações, desde que se obedeça a uma série de caracte-
rísticas técnicas para que se preservem as condições de resistência da estrutura. No en-
tanto, para as restaurações totalmente cerâmicas, os sistemas cerâmicos devem ser selecio-
nados de acordo com as situações presentes, em uma combinação que envolva estética
(dentes anteriores) e resistência (dentes posteriores), visto que a escolha incorreta do material
cerâmico poderá levar a um fracasso a curto prazo.
A seleção do tipo de material cerâmico a ser utilizado deve ser realizada nas etapas
iniciais de planejamento e preparo com finalidade protética, quando então se ava-
liam as características estéticas e de resistência do material indicado.
Esses requisitos servem tanto para os dentes anteriores quanto para os posteriores, sendo
que, para estes últimos, a cinta metálica lingual deverá estender-se para as regiões proximais
(poste proximal), em uma extensão que pode variar de acordo com os requisitos oclusais,
como nos casos em que os contatos oclusais ocorrerão na crista marginal. Isso faz com que a
cerâmica não apresente uma extensão cervicoclusal muito grande (4 a 5mm), o que torna a
restauração altamente suscetível à fratura.
Para as próteses ceramocerâmicas, deve-se ter um maior cuidado com o desenho da infra-
estrutura, pois ele apresentará uma espessura que pode variar de 0,4mm nas faces livres até,
no máximo, 0,8mm na superfície oclusal.55 Nota-se que as infra-estruturas são desenhadas
empiricamente e sem grandes cuidados, resultando com freqüência em fracassos. Então,
pergunta-se:
! Por que são vistas com grande freqüência infra-estruturas totalmente cerâmicas sem
nenhuma estrutura de reforço, como é preconizado para as metalocerâmicas, já que
muitos trabalhos relatam fraturas em regiões marginais e, especialmente, em áreas de
conexão?39,56
! Por que uma linha de término cervical com espessura que varia de 1,0 a 1,2mm não é
normalmente aproveitada com uma infra-estrutura com maior espessura nessa região?
E F G H
Figura 11 – Modificação da infra-estrutura proposta para as coroas unitárias. A) e E) Vista proximal e oclusal
da metalocerâmica modificada e B) e F) convencional. C) e G) Alumina modificada e D) e H) convencional.
Fonte: Bayardo-Gonzáles (2007).58
Tabela 1
VALORES MÉDIOS OBTIDOS COM O TESTE DE RESISTÊNCIA À FRATURA POR COMPRESSÃO
Estrutura Kgf
Se para as coroas unitárias há, na maioria das vezes, uma situação mecânica favorável, para
as próteses parciais fixas essa situação é bem mais complexa. Por isso, devem ser feitas
algumas considerações físicas. Nesses casos, tem-se uma estrutura que se comporta como a
“lei das vigas”.
Uma viga suspensa (pôntico) está apoiada em dois pontos adjacentes (dentes-pilar),
fazendo com que, quando a estrutura seja submetida à ação compressiva de uma
força no centro da porção suspensa, exigirá uma força de resistência no sentido
oposto, fazendo com que essas forças se equilibrem. Então, é fácil supor que, quan-
to mais extensa for essa barra, menor será sua resistência, fazendo com que esta
venha a sofrer deformações plásticas devido à flexão e tornando-se o “calcanhar-
de-Aquiles” desse tipo de estrutura.
Assim, uma largura e, sobretudo, uma altura maior na região dos conectores faz com que a
resistência aumente. Se em estruturas metálicas uma altura mínima de conector de 4mm2 na
região anterior e 6mm2 na região posterior é suficiente para uma resistência satisfatória,61 em
estruturas de cerâmica pura é necessária uma área mínima de 12mm2 (3mm de largura x 4mm
de altura) na região anterior e 16 a 20mm2 na região posterior24,40,62-64 (Figuras 12A e B).
4mm 4mm
A B
A B C
D E F
G H I
Figura 14 – A) e B) Extensões mesiodistais anteriores (até 9mm) e posteriores (até 11mm) do espaço endêntulo.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
De acordo com o mesmo princípio físico que rege a “lei das vigas”, se a extensão da
barra for duplicada no sentido mesiodistal, a resistência será diminuída pela meta-
de. Disso decorre a orientação para que se confeccione a prótese fixa ceramocerâmica
com apenas um pôntico. Da mesma forma, se a área de conexão for duplicada (de
6mm2 para 12mm2) às custas da direção horizontal (vestibulolingual), também será
dobrada a resistência da infra-estrutura.
Caso a duplicação da área de conexão seja feita no sentido vertical (cervicoclusal), a resistên-
cia será aumentada em oito vezes. Decorre de tal aumento da resistência a importância desse
conceito, que ainda permite manter adequados os espaços para a higienização e para a
fisioterapia oral.
21. Existem muitos fatores que influenciam a longevidade das próteses ceramocerâmicas.
Qual o fator que mais preocupa clínicos e fabricantes?
A) Doença periodontal.
B) Mobilidade dentária.
C) Alta atividade cariogênica.
D) Hábitos parafuncionais.
Resposta no final do capítulo
25. Por que é necessário maior cuidado com o desenho da infra-estrutura para as próteses
ceramocerâmicas?
26. Em próteses fixas ceramocerâmicas, qual deve ser, para as regiões anterior e posterior,
respectivamente, a extensão máxima do pôntico, assim como a área mínima do conector?
A) 9mm e 11mm; 12mm2 e 16mm2.
B) 11mm e 9mm; 12mm2 e 16mm2.
C) 8mm e 9mm; 8mm2 e 20mm2.
D) 10mm e 12mm; 16mm2 e 20mm2.
Resposta no final do capítulo
Como principal exemplo de união mecânica, pode-se citar o cimento de fosfato de zinco,
que não apresenta aderência molecular, mas apenas um embricamento mecânico entre a
peça e o dente. Nesse caso, um preparo dental correto, com paredes opostas quase paralelas,
que impossibilita a retirada da restauração sem o cisalhamento do cimento, torna-se um
grande aliado quando da utilização desse tipo de cimento.
Como exemplo de união micromecânica, podem-se citar os cimentos resinosos, que apre-
sentam uma resistência à tensão que varia entre 30 a 40MPa (cinco vezes mais do que o
cimento de fosfato de zinco). Quando usados sobre uma superfície irregular, podem criar
uma ligação micromecânica bastante eficaz. A superfície irregular necessária para esse tipo
de ligação pode ser produzida no esmalte (condicionamento com ácido fosfórico a 37%), em
algumas peças cerâmicas injetadas, prensadas e de revestimento, por meio de condiciona-
mento com acido hidrofluorídrico e também em peça metálica (jateamento com partículas
de óxido de alumínio e aplicação de um primer).
Já na união por aderência molecular, participam forças físicas (bipolares, Van der Waals) e
químicas (iônicas, covalentes) entre as moléculas de duas substâncias diferentes. Os cimen-
tos de policarboxilato e ionoméricos apresentam algumas qualidades adesivas. Porém, a
aderência molecular não pode ser considerada um mecanismo de união independente, mas
sim uma maneira de melhorar as retenções mecânicas e micromecânicas, bem como de
reduzir a microinfiltração.
A seguir, serão abordadas algumas das principais propriedades dos agentes cimentantes.
ADESÃO
ESPESSURA DA PELÍCULA
A espessura da película de um agente cimentante pode interferir diretamente no sucesso de
uma restauração, pois um escoamento deficiente pode acarretar um acúmulo de cimento na
superfície oclusal interna da coroa, com conseqüente desajuste na porção cervical que, por
sua vez, torna-se suscetível ao acúmulo de placa.75 Essa espessura da película pode ser
influenciada por vários fatores, como manipulação, proporção incorreta pó/líquido e tempe-
ratura. Um cimento resinoso dual, por exemplo, apresenta maior espessura quando manipu-
lado em temperaturas mais baixas, ao contrário do que ocorre com um cimento ionomérico.76
SOLUBILIDADE
O ideal seria que houvesse um cimento insolúvel aos fluidos orais, o que na realidade não
acontece. O cimento de fosfato de zinco é, entre os materiais disponíveis no mercado, o
que apresenta maior solubilidade, principalmente na presença de ácidos orgânicos, como os
ácidos lático, acético e cítrico, todos encontrados na saliva.71 Os cimentos de ionômero
convencionais também têm demonstrado alta suscetibilidade à umidade durante a sua
presa, devendo ser protegidos contra a umidade inicial,77,78 diferentemente dos cimentos de
ionômero modificados, que são menos suscetíveis à umidade. Já os cimentos resinosos são
os que apresentam menor solubilidade; porém, devido à sua viscosidade, tendem a uma
maior espessura de película.74
MICROINFILTRAÇÃO
Os cimentos de fosfato de zinco e ionômero de vidro parecem ser mais capazes de limitar o
metabolismo bacteriano do que os resinosos.80 Os cimentos que contêm flúor em sua com-
posição apresentam efeito anticariogênico, aspecto muito importante na cimentação de co-
roas protéticas em pacientes com alto índice de cáries.
RESISTÊNCIA DE UNIÃO
Um cimento ideal deveria ter propriedades mecânicas suficientes para resistir às forças funcio-
nais e, eventualmente, parafuncionais. Algumas propriedades mecânicas dos cimentos, como
módulo de elasticidade, resistência ao cisalhamento e à tração, têm sido temas de vários
Em primeiro lugar, deve-se lembrar que essas dúvidas referem-se aos casos de preparos para
coroas totais, já que nos casos de preparos parciais (por exemplo, inlay/onlay/facetas/próteses
adesivas) a cimentação final indicada deverá ser sempre com cimento resinoso, com trata-
mento prévio tanto do substrato quanto da prótese. Isso ocorre porque a pouca área prepa-
rada não seria capaz de reter adequadamente a peça protética somente com um cimento
com características de retenção mecânica (por exemplo, fosfato de zinco).
Para preparos de coroas totais, cuja retenção da prótese está relacionada com os princípios
mecânicos dos preparos, a escolha do agente cimentante estará mais relacionada com o tipo
de material restaurador: próteses metalocerâmica ou ceramocerâmica. No primeiro caso, a
utilização de cimentos de fosfato de zinco ou ionoméricos (convencional ou modificado)
parece ser a escolha mais prudente e racional, já que esses cimentos vêm sendo utilizados
para essa função há décadas e com resultados altamente satisfatórios. A única preocupação
prévia é promover uma correta limpeza do elemento dentário com um detergente a fim de
remover restos do cimento provisório e jatear o interior da peça com partículas de óxido de
alumínio, que criam microrretenções que ajudarão no embricamento mecânico da peça com
o dente.83
A fase de cimentação final em próteses ceramocerâmica pode ser considerada uma etapa
crucial, que envolve o uso de materiais adesivos com tempo de trabalho limitado e ainda a
fragilidade apresentada por esse tipo de restauração antes da cimentação. A manipulação
das restaurações deve ser cuidadosa: elas não podem ser pressionadas nem forçadas durante
a prova de assentamento a fim de evitar trincas ou, inclusive, fraturas. Essas restaurações
somente apresentarão uma resistência à compressão satisfatória após a completa polimerização
do agente cimentante.
O ideal seria que a cimentação com cimento resinoso fosse realizada com isolamen-
to absoluto, pois isso impede a contaminação com saliva e fluidos gengivais. Como
na maioria das vezes nos deparamos com términos subgengivais, esse procedimen-
to torna-se impraticável. Porém, faz-se necessário um correto isolamento relativo.
C D
Após esses tempos, segue-se a lavagem abundante com água corrente e posterior seca-
gem com ar. Para as próteses confeccionadas em alumina, o condicionamento com ácido
fluorídrico está contra-indicado, pois o ácido age na matriz vítrea, causando a sua desintegração
e enfraquecendo a peça. Por isso, apenas o jateamento interno está indicado. A seguir, faz-
DENTES POLPADOS
Em casos de dentes polpados, deve-se proceder às seguintes etapas:
! remoção cuidadosa do cimento provisório com atenção especial aos tecidos gengivais;
! limpeza do dente suporte com pedra-pomes e água (Figura 16A);
! lavagem e secagem de forma leve;
! condicionamento do esmalte (se houver) e da dentina com ácido fosfórico a 37% por
15 segundos (Figura 16B). Exceção feita aos sistemas adesivos que apresentam primers
com monômero ácido, para os quais o ataque ácido é dispensado;
! lavagem abundante com água corrente e secagem com leves jatos de ar. O ideal é a
utilização de papel absorvente, pois evitará a desidratação da dentina;
! redução do movimento dos fluidos nos túbulos dentinários e conseqüente controle da
sensibilidade pós-operatória. Para tanto, pode-se adicionar nessa fase a aplicação de
dessensibilizantes à base de oxalato, que reagirão na subsuperfície condicionada da
dentina, formando oxalato de cálcio e ocluindo os túbulos;90
! aplicação do adesivo conforme orientação do fabricante, sendo que o adesivo com
melhores resultados é o de três passos (Figura 16C);
! remoção dos excessos de adesivo e fotopolimerizaçao (deve-se aguardar cerca de 1
minuto antes da fotopolimerização para haver uma apropriada evaporação dos solven-
tes dos adesivos e a sua melhor penetração entre as fibras colágenas);
! seleção do sistema de cimentação final, respeitando-se as características de cada sis-
tema restaurador e seguindo-se as orientações do fabricante;
! manipulação do agente cimentante, que é levado na superfície interna da peça
protética, de acordo com as orientações do fabricante. O conjunto é levado ao preparo
sob pressão manual para o devido escoamento, e os excessos devem ser removidos
antes da reação química (polimerização) do conjunto (Figuras 17A a C).
A B
DENTES DESPOLPADOS
Em casos de dentes despolpados, as etapas dependerão do tipo de núcleo. Em casos com
núcleo metálico fundido, as etapas serão as seguintes:
! remoção cuidadosa do cimento provisório com atenção especial aos tecidos gengivais
e também à porção coronária do núcleo;
! microrretenção da porção coronária do núcleo com broca esférica de pequeno diâmetro
e aplicação de um primer para metal;
! realização do condicionamento no remanescente dentinário próximo ao término do
preparo, assim como da cimentação.
Em casos com núcleo com pinos reconstruídos com resina composta, as etapas serão:
! remoção cuidadosa do cimento provisório;
! realização do condicionamento no remanescente dentinário próximo ao término
(hibridização) e no substrato de resina (limpeza);
! aplicação de adesivo com os mesmos cuidados antes mencionados;
! realização dos ajustes finais após a cimentação;
! avaliação do ajuste oclusal e polimento com pontas montadas com óxido de alumínio
e borracha abrasiva ou pastas para o restabelecimento do polimento similar ao obtido
no glazeamento.
Considerando-se que a cimentação final é uma das fases, embora não a última, de um
tratamento reabilitador, a meta de qualquer profissional é atingir uma cimentação adequada
capaz de manter a prótese inerte frente aos tecidos biológicos com os quais está em contato.
Além disso, deve unir efetivamente a prótese ao dente pilar, colaborando com os princípios
mecânicos de retenção e estabilidade. Nos casos das próteses ceramocerâmicas, deve-se
ainda aumentar a rigidez da peça, sobretudo quando esta for cimentada com cimento resinoso
autopolimerizável, o qual impede a passagem de luz. Por todas essas razões, cada vez mais
se tem observado uma preferência por esse tipo de cimentação.
28. As vantagens dos sistemas cerâmicos, quando comparados aos metálicos, são:
A) custo e estética.
B) custo e biocompatibilidade.
C) apenas biocompatibilidade.
D) estética e biocompatibilidade.
Resposta no final do capítulo
29. Qual dos agentes cimentantes a seguir não apresenta o princípio da adesão?
A) Cimento de ionômero de vidro.
B) Cimento de ionômero de vidro modificado por resina.
C) Cimento de fosfato de zinco.
D) Cimento resinoso.
Resposta no final do capítulo
30. Complete o quadro com informações a respeito de algumas das principais propriedades
dos agentes cimentantes:
Biocompatibilidade
Adesão
Espessura de película
Solubilidade
Microinfiltração
Resistência de união
33. Qual deve ser o tratamento interno de peças confeccionadas em alumina previamente à
cimentação?
A) Jateamento com partículas de óxido de alumínio.
B) Condicionamento com ácido fluorídrico por 4 minutos.
C) Condicionamento com ácido fluorídrico por 40 segundos.
D) Condicionamento com ácido fosfórico por 15 segundos.
Resposta no final do capítulo
Se existem limitações para os sistemas cerâmicos, estas deveriam ser respeitadas para
aumentar a sobrevida dos trabalhos protéticos. Por exemplo, uma limitação para o sistema
ceramocerâmico quase que absoluta na literatura e unânime entre os fabricantes relaciona-
se aos pacientes que apresentam hábitos parafuncionais, como os bruxômanos, e a indicação
principal para a reconstrução protética nesses pacientes ainda é a metalocerâmica, com alte-
rações no desenho da infra-estrutura como a superfície oclusal em metal. Outro elo frágil
está na área de conexão entre o pôntico e o pilar das infra-estruturas cerâmicas, com cada
sistema cerâmico apresentando áreas mínimas específicas.
Se as áreas de conexão são conhecidas, mas não são respeitadas, aumenta o risco
de fratura precoce em detrimento da ausência de critério durante a seleção do
sistema cerâmico a ser utilizado pelo profissional.
A comparação dos resultados obtidos por diferentes estudos sobre a longevidade das coroas
ceramocerâmicas não é uma tarefa fácil devido à grande variabilidade de fatores que influen-
ciam os resultados finais. Entre eles, ressalta-se a diferença entre os sistemas cerâmicos, as
condições e o período de tempo das avaliações, a variabilidade conceitual do termo “falha”,
a localização da coroa (anterior ou posterior), a técnica e o tipo de cimento utilizado durante
a cimentação, a análise estatística e os critérios de inclusão e de exclusão dos indivíduos
nesse tipo de pesquisa. Por isso, as projeções sobre a real efetividade do tratamento protético
com esses novos sistemas cerâmicos podem ser consideradas, no mínimo, de difícil discussão.
Os índices de fracasso das próteses ceramocerâmicas são comparados com os índices das
próteses metalocerâmicas, pois estas têm sido pesquisadas por vários centros e algumas têm
acompanhamentos a longo prazo. O tempo de acompanhamento clínico das coroas cera-
mocerâmicas ainda é restrito, sendo em média de 5 anos para quase todos os sistemas
totalmente cerâmicos, o que constitui um fator complicador durante a análise dos dados
entre os sistemas.
COROAS UNITÁRIAS
Como as opções entre os sistemas ceramocerâmicos são relativamente recentes, poucos são
os dados disponíveis que contribuem efetivamente para que um paralelo entre os sistemas
seja traçado. Para avaliar a influência das inúmeras variáveis que corroboram para o surgimento
dos fracassos em próteses ceramocerâmicas, torna-se necessária uma análise individualizada
dos principais fatores contribuintes.
Quando os valores das taxas de sobrevida são agrupados de acordo com a posição na
boca, torna-se evidente que as próteses localizadas na região anterior (forças de 9 a 11kgf)
apresentam sobrevida superior às localizadas na região posterior, tanto para o sistema
ceramocerâmico quanto para o metalocerâmico, em detrimento de um maior carregamento
oclusal que se desenvolve naturalmente na região posterior (de 40 até 90kgf).71,97,98
PRÓTESES FIXAS
A comparação dos resultados obtidos para as próteses fixas convencionais ceramocerâmicas
em relação às metalocerâmicas torna-se difícil em função do pequeno número de trabalhos
publicados que avaliaram os sistemas totalmente cerâmicos e que contemplaram um número
reduzido de coroas em um curto período de tempo, com média de 4 anos. As pesquisas que
estudaram o comportamento clínico das pontes fixas metalocerâmicas são numerosas e contam
com um grande número de próteses avaliadas, com tempos de acompanhamento clínico
superior a 10 anos.
Estima-se que existam taxas de complicações 2,11 vezes maiores para as pontes fixas
ceramocerâmicas em relação às pontes metalocerâmicas.23 No entanto, quando se comparam
as pontes fixas ceramocerâmicas e metalocerâmicas, existe uma diferença estatisticamente
significativa. A taxa de falhas relacionada com as pontes fixas totalmente cerâmicas ainda é
maior quando comparadas com as metalocerâmicas, tornando-se imprescindível que o plane-
jamento desse tipo de prótese fixa seja muito criterioso e cuidadoso.
Em uma pesquisa de avaliação clínica de pontes fixas de três elementos em zircônia, foram
encontradas cáries secundárias em 10,6% das reconstruções, dado atribuído a desadaptações
marginais.99 A perda de vitalidade pulpar é outra complicação freqüentemente encontrada
A B
C D
E F
Figura 19 – Limite da indicação de prótese fixa de três elementos (o mesmo caso demonstrado nas Figuras 3A
a E) feita de dissilicato de lítio que falhou após 5 anos de uso. A) e B) Vista frontal e oclusal da região
reabilitada. No detalhe de A, observa-se que o pôntico foi recuperado pelo paciente e levado para análise em
microscopia de luz polarizada (C) que, por sua vez, permite a identificação geral dos traços de fratura e que
neste ângulo chama atenção (círculo) para s área de desgaste oclusal oriunda ou de atividade parafuncional,
ou de ajuste pós-cimentação. Como os estresses de tensão por tração originam-se na área gengival do conector,
é lá também que se origina normalmente a fratura, seguindo em direção à oclusal (setas), como se pode
verificar na fotomicrografia de varredura nas áreas de conexão mesial (D) e distal (E). A região circulada nas
Figuras E e magnificada na F representa a área de união do material da infra-estrutura com a porcelana de
revestimento. Esta última deixa traços chamados hackles e wake hackles (ponteira) que indicam a propagação
final da fratura em direção à oclusal.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Outro fator relacionado a esse tipo de falha diz respeito à não-observação de conceitos
fundamentais de prótese fixa, como a lei das vigas (Figuras 21A a C). Não se deve supor
que as teorias básicas que orientam a prática da prótese fixa não se aplicam aos sistemas
totalmente cerâmicos. Pelo contrário, como esses sistemas são reconhecidamente menos
resistentes do que os metalocerâmicos, tais conceitos são de extrema relevância durante as
fases de planejamento e de execução das manobras protéticas.
A B
Outra possível causa de tais taxas de fraturas pode estar relacionada com o fato de que os
sistemas CAD/CAM fornecem estruturas com espessura uniforme que pode comprometer a
espessura da cerâmica de revestimento, a qual pode apresentar uma espessura final superior
a 2,0mm, o que a torna mais frágil em relação aos esforços realizados na cavidade oral. Uma
alternativa viável nessas situações seria propor a modificação do desenho da infra-estrutura
para que esta recebesse uma porcelana de revestimento com espessura uniforme, o que seria
ideal.
37. Como deve ser classificada a fratura da cerâmica de revestimento que pode ser polida ou
reparada com resina composta e sistema adesivo?
A) Como um sucesso.
B) Como uma falha mecânica reversível.
C) Como uma falha mecânica irreversível.
D) Como uma falha biológica.
Resposta no final do capítulo
38. Qual é a complicação biológica relacionada com maior freqüência às coroas ceramoce-
râmicas?
40. Qual a a principal razão do fracasso das pontes fixas de cerâmicas aluminizadas?
41. Por que as infra-estruturas em zircônia estabilizadas por ítrio representam o material
cerâmico mais recente no arsenal de opções do cirurgião-dentista disponível para a rea-
bilitação dos pacientes?
Figura 22 – Aspectos do sorriso da paciente: per- Figura 23 – Aspectos clínicos antes do tratamen-
cebe-se inversão do sorriso, falta de uniformida- to, vista frontal: notam-se os mesmos problemas
de nas cores dos dentes, coroas nos incisivos com já citados, além de raízes escurecidas e restaura-
forma e cor indesejadas, sorriso até pré-molares. ção extensas posteriores.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 25 – A) e B) Vista lateral direita e esquerda: presença de reabsorção óssea na região dos pônticos
(sentido oclusogengival). O elemento 24 foi extraído antes do tratamento.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A B
Figura 26 – A) e B) Vista oclusal dos preparos realizados e suas respectivas coroas provisórias: já
servindo de diagnóstico não só para estética, mas também para verificação da espessura e da desoclusão.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A B
Figura 28 – A) e B) Prova e ajuste da infra-estrutura: assim como o registro oclusal para remontagem
em articulador e a porcelana aplicada.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A B
Figura 29 – A) e B) Peças protéticas: coroas ceramocerâmicas e ponte fixa metalocerâmica com ombro
cerâmico.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
C D
43. Nos casos em que não é possível a utilização de coroas ceramocerâmicas, qual seria a
outra alternativa para minimizar a presença da linha acinzentada (azulada) em tecidos
gengivais finos?
A) Coroas de compômero puras.
B) Ombro cerâmico.
C) Coroas metalocerâmicas convencionais.
D) Facetas cerâmicas.
Resposta no final do capítulo
44. Em relação às críticas feitas neste capítulo a respeito do desenho das infra-estruturas, em
que aspecto as infra-estruturas ceramocerâmicas do caso clínico falharam?
45. Nas Figuras 26A e B, podemos analisar os preparos realizados. Quais são as características
dos preparos para coroas ceramocerâmicas?
47. As infra-estruturas do caso clínico foram confeccionadas pela técnica slip casting. A
quais materiais podemos estar fazendo referência?
A) Alumina infiltrada por vidro.
B) Espinélio.
C) Alumina infiltrada por vidro com 35% de zircônia parcialmente estabilizada.
D) Todas as alternativas estão corretas.
Resposta no final do capítulo
48. Não se pode descobrir exatamente, pela técnica de confecção, qual material foi utilizado.
Por sua propriedade estética, porém, qual estaria indicado para o caso clínico?
49. De acordo com a resposta anterior, qual seria o tipo de falha esperado para esse sistema?
Parece evidente que novos sistemas e técnicas serão desenvolvidos e que a minimi-
zação do fator humano será alcançada com maior precisão. No entanto, não existe
hoje na Odontologia um material que seja ideal e que possa ser indicado para todas
as situações.
Torna-se cada vez mais importante a constante atualização por parte dos profissionais para
que possam indicar os materiais de acordo com suas propriedades e as necessidades estéticas
e funcionais do paciente, baseados em conhecimentos científicos (Quadro 3).
Atividade 4
Resposta: A
Comentário: Os óxidos são partículas com maior resistência que o vidro (porcelana) e, com
isso, limitam a propagação das trincas que precisam desviar o percurso para sua continuação,
dificultando todo o processo.
Atividade 5
Resposta: B
Comentário: As resinas compostas indiretas têm praticamente a mesma composição das
resinas para uso direto.
Atividade 7
Resposta: 5; 2/6; 1; 4; 3
Atividade 11
Resposta: D
Atividade 12
Resposta: B
Atividade 17
Resposta: B
Comentário: Tendo ainda como maior desafio a possibilidade de uso em todos os casos, os
fabricantes, seguindo o conceito do reforço com óxidos, aumentaram consideravelmente a
resistência das cerâmicas. No entanto, esse aumento da resistência trouxe uma redução na
estética, razão pela qual certos materiais podem ter opacidade comparada às dos metais.
Atividade 18
Resposta: C
Comentário: O ítrio é utilizado como estabilizador do óxido de zircônio na forma tetragonal
em temperatura ambiente. Essa forma tetragonal do cristal é mais resistente do que a mono-
Atividade 19
Resposta: D
Comentário: A adaptação é uma propriedade importante das cerâmicas; porém, a desadap-
tação interna pode alterar a cor da prótese devido à maior quantidade de cimento. Quando
desadaptada, a prótese fica na dependência do cimento utilizado, e as cerâmicas não permi-
tem deformação. Quanto maior a quantidade de cimento em contato com a saliva, maior
será a dissolução do cimento e a conseqüente microinfiltração.
Atividade 20
Resposta: D
Atividade 21
Resposta: D
Comentário: Mesmo considerando os avanços obtidos com o material cerâmico que aumenta-
ram sua resistência à fratura, planejar próteses ceramocerâmicas para pacientes que apresen-
tam hábitos parafuncionais, como o bruxismo ou o apertamento de dentes, ainda representa
um grande desafio para os profissionais da Odontologia. Pacientes com tais hábitos desenvol-
vem elevadas cargas oclusais durante a atividade parafuncional, as quais podem ser pouco
toleradas por alguns sistemas cerâmicos, como os reforçados por dissilicato de lítio e os
aluminizados.
Atividade 22
Resposta: A
Comentário: Devido à necessidade de um desgaste mais acentuado, os dentes com coroas
clínicas curtas não estão indicados para esse tipo de prótese, pois pode haver um comprometi-
mento biomecânico (comprometimento da biologia pulpar/periodontal e comprometimento
mecânico devido à falta de retenção e de estabilidade).
Atividade 24
Resposta: C
Comentários: As infra-estruturas de próteses ceramocerâmicas devem seguir os mesmos princí-
pios das metalocerâmicas, ou seja, reforço na infra-estrutura com uma barra lingual e poste
proximal, principalmente em dentes posteriores, já que nesses casos há necessidade de maior
resistência, além de não comprometer a estética.
Atividade 27
Resposta: B
Comentário: A resistência está relacionada com os itens citados nas alternativas, mas a adapta-
ção parece estar relacionada somente com o tipo de processo para obtenção das coroas,
porque o mesmo material usado com diferentes formas de fabricação apresenta adaptações
diferentes.
Atividade 28
Resposta: D
Comentário: As cerâmicas, além de serem materiais com maior translucidez, também são
bioinertes (não interagem com o organismo) e algumas, como a zircônia, são bioativas (auxiliam
o organismo nos processos fisiológicos).
Atividade 29
Resposta: D
Comentário: O cimento de fosfato de zinco apresenta apenas embricamento mecânico com
a peça e o dente preparado, não tendo nenhuma característica de adesão.
Atividade 32
Resposta: B
Comentário: Os dissilicatos de lítio necessitam de 20 segundos para promover aumento das
microrretenções.
Atividade 33
Resposta: A
Comentário: Próteses ceramocerâmicas confeccionadas em alumina não devem ser condicio-
nadas com nenhum tipo de ácido antes da cimentação, pois isso pode causar uma desintegra-
ção da matriz vítrea, enfraquecendo a infra-estrutura.
Atividade 37
Resposta: B
Comentário: A conceituação de falha e sucesso é controversa. A falha pode ter várias classifi-
cações, como mecânica, biológica, técnica ou combinada, reversível ou irreversível. Embora
na situação exposta não tenha sido necessária a substituição da peça protética, ocorreu uma
falha, a qual deve ser classificada como uma falha mecânica, pois está relacionada com o
material cerâmico, e reversível, pois não houve a necessidade da substituição do trabalho
protético.
Atividade 39
Resposta: B
Comentário: Embora a taxa anual média de recidiva de cárie para as próteses do sistema
metalocerâmico seja maior do que para as do sistema ceramocerâmico, deve-se considerar
que as próteses metalocerâmicas estão em uso por um período de tempo maior do que as
ceramocerâmicas. É preciso que sejam feitas pesquisas abrangendo períodos maiores de
tempo para as próteses ceramocerâmicas a fim de elucidar se essa diferença será mantida ou
alterada.
Atividade 42
Resposta: D
Comentário: Extensão mesiodistal do espaço edentado, ou seja, o comprimento do pôntico
deve ter o tamanho máximo de 10 a 11mm para próteses fixas anteriores e de 8 a 9mm para
as posteriores.
Atividade 43
Resposta: B
Comentário: A presença da linha metálica acinzentada na margem gengival das coroas meta-
locerâmicas, parcialmente resolvida há 25 anos atrás com a redução da infra-estrutura metálica
e do ombro cerâmico.
Atividade 44
Resposta: Devido à ausência das estruturas de reforço, como poste proximal e cinta lingual.
Atividade 46
Resposta: Dentes mal posicionados na arcada, pacientes com hábitos parafuncionais, dentes
com coroas clínicas curtas, espaço interoclusal pequeno, presença de cantiléver, próteses
fixas obtidas em peça única (monobloco).
Atividade 47
Resposta: D
Comentário: Além da alumina infiltrada por vidro, esta técnica também é utilizada por sistemas
que contêm 35% em peso de zircônia (Al2O3ZrO2) parcialmente estabilizada por ítrio. Para
trabalhos de maior exigência estética, recomenda-se a substituição da alumina pelo espinélio,
mistura de magnésia (óxido de magnésio) e alumina (óxido de alumínio) (MgO-Al2O3).
Atividade 48
Resposta: Para este caso, poderiam ser usadas as cerâmicas processadas pela técnica slip
casting com alumina ou espinélio. Como se trata de prótese anterior e coroas unitárias, o
material mais indicado seria a cerâmica com óxido de magnésio (espinélio).
Atividade 49
Resposta: As próteses à base de óxido de magnésio têm melhores características estéticas.
No entanto, sua resistência diminui de 15 a 40% em relação à alumina. Sendo assim, o tipo
de falha do sistema seria, se ocorrer, a fratura catastrófica.
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