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Esses parasitas apresentam ovos com a casca bem fina e dupla, chamado de ovo morulado. Como são ovos
parecidos entre as espécies, no OPG só é informada a quantidade de ovos (trata-se de um exame quantitativo), e
a ordem a qual pertence (estrongilídeos).
Em relação a sensibilidade, caprinos são mais sensíveis a verminoses pelo seu hábito de pastejo menos rasteiro que o
hábito de ovinos, sendo esses últimos mais resistentes que os primeiros. Os bovinos são menos susceptíveis,
adquirindo uma boa resistência com um ano e meio de idade. São mais propensos animais em período de
estresse e animais jovens.
O abomaso de bovinos é o órgão de maior importância no estudo das helmintoses de ruminantes, por este albergar
vermes hematófagos. No intestino também existem alguns de importância.
O helminto mais prevalente em bovinos, corresponde ao verme do gênero Cooperia, que parasita ID, afetando na
absorção de nutrientes → resulta em perda de peso → retardo do crescimento → susceptibilidade a outras doenças.
Haemonchus fica em segundo lugar em prevalência, sendo um verme hematófago que além de causar anemia vai
lesionar a mucosa do abomaso → altera condições de pH (inibição na formação de pepsina) → hipoproteinemia →
edema.
Características Biológicas
Fatores ambientais como, chuva ou besouro “rola bosta”, desfazem o bolo fecal e permite que a L3 migre para a
pastagem no primeiro horário da manhã, auxiliada pelo orvalho. Portanto, como medida preventiva, aconselha-se
soltar os animais na pastagem após às 8hs da manhã, visto que, quando o sol nasce, permite a evaporação do
orvalho, e consequentemente, os helmintos retornam para o solo. Tal mecanismo evita que o animal faça a
ingestão do verme na pastagem. É importante lembrar que a única via de infecção é oral.
Ao ser ingerida (início da fase parasitária), no rumen, a L3 perde a bainha protetora e segue para seu órgão de
predileção (p.x. abomaso). Quando L3 chega no abomaso ela penetra a glândula abomasal, onde se transforma em
L4. Esse processo de penetração na glândula é chamada de fase tecidual ou histotrófica.
Em seguida L4 migra para a luz do abomaso, onde se alimenta de sangue (hematófago) e muda para L5 -
também se alimenta e se transforma em verme adulto. Os adultos (macho e fêmea) copulam e a fêmea faz a
postura dos ovos (fêmea de Haemochus produz 5 a 10 mil/dia), iniciando novo ciclo.
Ao se acoplar na mucosa do órgão, vão gerar micro hemorragias, visto que, parasitam por 12 min num
determinado ponto, inoculam substância anticoagulante (similar aos morcegos hematófagos), e para evitar a ação
de eosinófilos, migram para outro ponto, por mais 12 min de alimentação, deixando vários pontos hemorrágicos .
O período pré-patente varia de 17 a 35 dias (os que tiverem primeira infecção, o período tende a ser mais curto).
Animais saudáveis que tiverem uma segunda infecção, as L4 não saem das glândulas até que encontrem
condições favoráveis para parasitar. Elas permanecem em hipobiose, e pode permanecer nessa condição por
todo período de vida do animal. Quando ocorre baixa de imunidade do animal ou momento de estresse, as L4
saem da glândula, se transformam em L5 e adulto para causar lesão na mucosa do órgão.
*Haemonchus é mais resistente a altas temperaturas, mais patogênico, e produz a maior quantidade de ovos.
Ciclo do Oesophagostomum
Manifestações Clínicas
Os estrongilídeos causam doença primeiro pela lesão mecânica (larvas histotróficas ao entrar e sair do tecido,
promovendo proteólise) e traumática (L4 e adultos de vermes hematófagos, penetram a armadura bucal, causando
lesão em mucosa).
A ação espoliativa corresponde a ação do verme ao se alimentar; a hematofagia causa hemorragia; e a quimiofagia –
perda de tampões de mucosa. Tudo isso promove alterações no metabolismo do hospedeiro: diminuição da absorção e
digestão pelo processo de infecção, inflamação e competição; anemia decorrente da perda de sangue por consumo
pelo parasito ou por hemorragia provocada pelo mesmo; anorexia, promovida pela competição por nutrientes e pela dor
resultante das lesões.
Os helmintos de abomaso promovem anemia, dispepsia e gastrite e, a depender da carga parasitária, pode
resultar em óbito do animal.
Os quadros anêmicos são provocados especialmente por parasitos hematófagos, como Haemonchus e
Ostertagia. Esse quadro é do tipo hemorrágico, pois os Haemonchus se alimentam em cada ponto durante 12
minutos e depois muda de local, deixando pontos hemorrágicos por cerca de 5-6’, ou seja, cada fêmea ingere 0,08
ml/dia, fora o que é perdido.
- hiperaguda - se dá devido a um alto grau de parasitismo (30.000), anemia, fezes escuras devido a perda de
sangue, gastrite hemorrágica intensa, podendo resultar em morte súbita. Ocorre normalmente em animais jovens.
-aguda – parasitismo de 20.000-10.000, há diminuição do VG (anemia), que se for muito drástica pode resultar em
morte, redução da reserva de Fe, e aumento da eritropoiese (baixo volume globular indica redução do fluxo
sanguíneo e consequente fluxo de O2 – a hipóxia estimula a eritropoietina), hipoproteinemia, ascite, edema
submandibular. Mais comum em animais jovens.
-crônica - o animal apresenta anemia, hipoproteinemia grave e perda de peso. Apresentava parasitismo de
10.000.
A dispepsia corresponde a destruição mecânica do epitélio da parede gástrica, provocando hiperplasia celular,
diminuição do ácido clorídrico (HCl) e pepsinogênio, e aumento do bicarbonato (HCO3) – pH aumenta de 2,5 para
7.
Há também uma menor conversão de pepsinogênio em pepsina (inibe em pH >6) → diminuição da digestão
proteica (inibida em pH >4,5) → hipoproteinemia → diminuição da pressão coloidosmótica → extravasamento de
líquido → edema submandibular (papeira).
Outra alteração promovida por parasitos de abomaso é a gastrite, que pode ser gastrite catarral aguda (congesta e
com muito muco), gastrite hemorrágica (decorrente da mudança dos pontos de parasitismo), gastrite nodular (pela
penetração entre as glândulas gástricas) e gastrite edematosa (relacionada com edema, decorrente do aumento
de células de defesa).
Os parasitos do ID (Trichostrongylus; Cooperia spp) causam principalmente, diarreia, decorrente da ação perturbadora
e irritativa dos helmintos). As células do intestino são colunares, com a agressão se transformam em células lisas ou
indiferenciadas, perdendo a capacidade de absorção dos nutrientes em virtude do processo inflamatório – aumento de
líquido no ID – aumento do peristaltismo - diarreia. O animal apresenta-se triste, com pelo arrepiado e retardo no
crescimento.
Há também anorexia (perda de apetite), resultante da desidratação, inflamação e dor (afeta a ingestão).
No intestino grosso os helmintos (Oesophagostomum) tem ação espoliativa, onde os adultos se alimentam de tampão
de mucosa, dilacerando-a, podendo resultar em infecção secundária, além de ação mecânica e traumática (pela
penetração da L3 no tecido, formação e rompimento de nódulos – colite ulcerativa), e ação tóxica (a saída da L4 dos
nódulos promove a liberação de metabólitos tóxicos, que apresentam ação irritativa da mucosa – aumenta o
peristaltismo - causando diarreia.
Diagnóstico
No diagnóstico o exame mais utilizado é o OPG ou método de McMaster. Esse método é um teste quantitativo que
analisa o número de ovos de helmintos por grama de fezes. São separadas 2 ou 4 g de fezes que são misturadas em
56 ou 58 ml de solução hipersaturada de NaCl (tem função de fazer com que os ovos flutuem, uma vez que estes são
leves). Depois essa mistura é filtrada e depositada na câmara de McMaster, deixando-a descansar por 2 min, a fim de
promover a flutuação do ovos.
Fórmula: OPG = Σ 2c x FC
Cada animal tem uma faixa de parasitismo suportada, sendo que, para ovinos e caprinos é ≥ a 1000 e para equino,
bovino, bubalino e suíno é ≥ a 500. Quando o OPG resulta em um valor acima da faixa, indica-se o tratamento do
animal.
No OPG de estrongilídeos não dá para diferenciar o gênero, pois todos tem um ovo com uma casca fina cheio de
mórulas. É necessário então, partir para outra técnica
chamada coprocultura, que permite a diferenciação dos
gêneros.
Epidemiologia e Controle
Em relação ao controle e tratamento, o mercado de antiparasitários é o que mais cresce no Brasil, apresentando
uma infinidade de produtos antihelminticos. Mas, para saber qual produto escolher é preciso fazer um teste de
redução de OPG. Nesse teste os animais são separados em grupos, geralmente animais de 6 meses a 1 ano de
características homogêneas, são pesados e depois são aplicados diferentes medicamentos para os diferentes
grupos. Então é feito o OPG no dia 0 e depois no dia 10. Com o resultado em mãos é escolhido o fármaco que foi
mais eficaz ou é repetido o teste com novos medicamentos caso nenhum tenha sido satisfatório. É importante
salientar que a resistência a fármacoss é uma realidade, sendo considerado resistente quando há uma eficácia
abaixo de 90%. A subdosagem é um dos principais fatores que levam a resistência dos animais e quando há esse
problema na propriedade, é importante que haja um rodízio de fármacos antiparasitário.
% de redução do OPG = (média do grupo D-0) - (média do grupo tratado D-X) x 100
(média do grupo D-0)
Em relação a epidemiologia, em condições de umidade os parasitas tem uma evolução melhor, bem como, em
alta taxa de lotação da pastagem. Terrenos em declive com região baixa são os que mais contém ovos e larvas,
por isso, é interessante cercar essa área para que não haja acesso dos animais. Temperatura e oxigenação
também são critérios que viabilizam ou não, o desenvolvimento de helmintos.
Resistência do parasito no ambiente: Haemonchus (3 meses) < Ostertagia < Cooperia < Trichostrongylus
Estágio evolutivo: Ovo e L3 > L1 e L2
Para controle em bovinos de corte é usado o tratamento estratégico levando em conta período chuvoso e período
seco. Na época chuvosa o animal apresenta-se com baixa carga parasitária – a alimentação farta mantém o
sistema immune resistente – o parasito está nas pastagens e é ingerido pelo animal – no período da seca
aumenta a carga parasitária.
Normalmente, para bovinos de corte são feitas três vermifugações nos períodos secos, maio, julho e setembro.
Para bovinos de leite é feita a primeira vermifugação no período de desmame (2 a 3 meses), aplicar 3 a 4 doses e
após 1 ano, seguir o mesmo protocolo de bovinos de corte.
Em ovinos houve grande resistência devido ao tratamento supressivo feito no passado (tratar todos os animais). As
principais recomendações atuais são para tratar as categorias susceptíveis, como fêmeas no período pré-parto e
final de lactação, e animais jovens até a idade adulta, pois essas categorias são as que mais sofrem.
*Aplicativo SINDAN
Aula 02: Endoparasitos gastrintestinais de equídeos
Esses parasitos afetam o crescimento dos animais acometidos, promovendo retardo no crescimento; reduz o
desempenho atlético e reprodutivo; além de promover episódios de cólicas (parasitos obstruem o TGI – promove
ruptura de alças – peritonite - podendo resultar em morte).
Os endoparasitos de maior relevância para equinos são da família Cyathostominae (pequenos estrongilídeos),
seguidos dos grandes estrongilídeos (são de maior patogenicidade).
STRONGILOIDOSE
Strongyloides westeri
São parasitos de ID, pequenos, com larvas sem bainha. São considerados as primeiras verminoses de equinos.
Ciclo: A fêmea adulta, no ID de equinos, depositam os ovos, os quais saem nas fezes do hospedeiro. São ovos 3n, 2n
ou 1n. Os ovos 3n estão aptos a dar origem a larvas infectantes. Já os ovos 2n e 1n devem ser copulados para dar
origem a L3 infectante (triplóide). Os ovos são larvados, e liberam as larvas no ambiente, as quais se desenvolvem até
L3.
Na via percutânea ocorre a penetração ativa da L3 na pele (a partir de processos enzimáticos), sem que haja lesão da
pele. Quando ingerida, a L3 penetra na mucosa oral, e ganha a circulação, assim como na percutânea, chegando aos
pulmões, onde muda para L4, a qual retorna pela árvore brônquica – traquéia – glote – é deglutida, chegando no ID,
onde muda para L5 e depois para adulta, a qual iniciará a postura de novos ovos.
Por via transmamária a L3 pela circulação chega no leite, o qual é ingerido pelo potro.
PPP: 5 a 10 dias.
Epidemiologia
As larvas podem permanecer em hipobiose em animais adultos que já teve contato anterior, criando resistência.
Quando a L3 chega aos pulmões não muda para L4, retornando pela circulação, e encista-se na musculatura. São
reativadas quando ocorre queda da imunidade do animal, como ocorre na prenhez. A L3 nessa situação sai da
musculatura e segue pela circulação capilar às glândulas mamárias.
Patogenia
O S. westeri normalmente é apatogênico, salvo em casos de grande infecção, que pode resultar em inflamação com
edema e erosão do epitélio.
A patogenia irá depender também da via de infecção. A infecção percutânea pode resultar em dermatite em alta carga
parasitária.
Em casos graves pode ocorrer diminuição da área de vilosidades do ID, diminuindo a absorção. Pode também ocorrer
aumento do peristaltismo, enterite catarral com diarreia amarelada fétida e desidratação. Lesões pulmonares também
podem ocorrer em decorrência da migração das larvas nesse órgão.Os potros são normalmente os mais acometidos, e
em casos graves pode resultar em morte. Já os adultos ganham resistência ao longo dos anos. A imunidade se dá aos
7 meses. Esse período é mais rápido em animais primo-infectados.
Controle
Todos os anti-helmínticos tem efeito sobre esses parasitos, a citar ivermectina, albendazol ou tiabendazol.
Limpeza e higiene das instalações em intervalos inferiores a 24 h, já que as larvas infectantes podem se desenvolver
em 24 a 36 h.
Família: Ascaridae
Parascaris equorum
São grandes helmintos (podem ser visualizados nas fezes), parasitos de ID, e se alimentam de nutrientes intestinais
(quimo), provocando caquexia em potros (magros, tristes, pelos sem brilho).
Seus ovos apresentam casca grossa, o que os tornam resistentes no ambiente por vários anos.
São comuns em animais jovens até 2 anos. Em adultos são pouco comuns, pois adquirem imunidade, porém
funcionam como fonte de infecção.
Ciclo: Os parasitos adultos ficam alojados no ID do hospedeiro, onde copulam, põe ovos larvados, estes são liberados
no ambiente e se desenvolvem até a forma infectante (ovo larvado contendo L3).
A via de infecção é oral, a partir da ingestão do ovo larvado nas pastagens, ração ou água. Esses ovos podem aderir-
se nos tetos da mãe e ingeridos pelo potro. Após ingerido, a L3 é liberada no ID, faz migração hepato-traqueal, migra
por fígado, coração e pulmões, e nos alvéolos pulmonares muda para L4, a qual segue para glote, é deglutida e segue
para o ID, onde se aloja, muda para L5 e adulto, reiniciando o ciclo. PPP: 2 meses.
Patogenia
Na fase de migração podem ocorrer hemorragias focais, infiltração eosinofílica e nódulos de fibrose no fígado.
No intestino delgado provoca irritação, secreção mucosa, e pode ocorrer cólica, obstrução e ruptura decorrentes de
aumento da carga parasitária.
Sinais clínicos
Durante a migração nos pulmões pode apresentar tosse, perda de apetite, corrimento nasal.
No intestino causa enterite decorrente da ação irritativa, má absorção, obstrução com cólica, ruptura das alças em
casos graves, peritonite (seguida de morte).
O animal apresenta perda de peso (com atraso no crescimento), inapetência, diarreia, cólica com obstrução. Pelo
opaco, cabeça baixa, apático, torna-se alvo de infecções secundárias.
Diagnóstico
Controle
Gasterofilose
Família: Oestridae
Gasterophilus nasalis, G. intestinalis e G. haemorroidalis
Esses parasitos provocam miíase cavitária em equídeos. A infecção pode ocorrer em qualquer faixa etária, por via oral.
Ciclo: A infecção por G.nasalis se dá pela postura de ovos da mosca adulta de Gasterophilus, próximo a cavidade oral
do equino ou nas patas. Ao se lamber, estimula a liberação da L1 (forma infectante), a qual é ingerida. A L1 penetra na
língua ou nos espaços inter-dentários, onde muda para L2, esta migra, e no caso da G. nasalis, a larva para na glote e
segue para a cavidade nasal, onde se instala, muda de estágios, promovendo os sinais clínicos característicos.
Na infecção por G. intestinalis a L2 irá seguir para o estômago, onde muda para L3 (permanece +/- por 10 meses
armazenando nutrientes, visto que a mosca adulta não se alimenta e tem vida livre curta). Após esse período sai pelas
fezes – no ambiente muda para pupa e adulta.
Na infecção por G. haemorroidalis a L3 sai do estômago e migra para a região do reto, onde se aloja, podendo resultar
em prolapso retal.
Patogenia
Na fase migratória oral a L1 libera enzimas proteolíticas na boca, o que vai promover a sua penetração. Na fase
gastrintestinal a larva ao se fixar, promove processo ulcerativo, o que resulta em infecções bacterianas, retardando a
cicatrização da mucosa. A ruptura da parede do estômago pode ocorrer, causando peritonite e morte.
Esses parasitos são sensíveis a anti-helmínticos do grupo dos organofosforados (Trichlorfon) associado com
benzimidazol (mebendazole, sulfóxido de albendazole) ou Pirimidinas (pamoato de pirantel).
Trichostrongyloides
Trhichostrongylus axei
São parasitas de ruminantes e equinos, alojando-se em abomaso/ estômago, sendo comum nos casos de pastagem
consorciada.
A forma infectante é a L3 com bainha, por infecção via oral. As fêmeas fazem a postura no estômago, os ovos caem no
ambiente, libera a L1, a qual se desenvolve até L3, sendo essa ingerida nas pastagens. A L3 penetra entre as
glândulas do estômago/ abomaso, muda para L4, rompe as glândulas, causando edema e hemorragias, além de
promover alteração do pH. PPP: 3 semanas.
Sinais clínicos
Apresenta diarreia, perda de peso e inapetência. Pode causar gastrite associada a necrose e infecção.
Família: Anoplocephalidae
Anaplocephala magna – parasita ID
Anaplocephala perfoliata – IG e eventualmente ID. É mais patogênica, visto apresentar apêndices musculares que
aumentam a penetração.
São conhecidas como tênias de cavalo. Tem aumentado muito, por conta do uso indiscriminado de ivermectina, que
não mata as tênias.
Ciclo: Envolve a presença de ácaros oribatídeos ou ácaros das pastagens. As tênias liberam suas proglotes contendo
ovos, que saem juntamente com as fezes. Os ovos no ambiente são ingeridos pelos ácaros, e dentro destes,
desenvolvem as larvas cisticercóides. O ácaro com cisticercóide (forma infectante), é ingerido pelo equino nas
pastagens, o cisticercóide é liberado no trato intestinal do HD, onde se transforma em tênia adulta. PPP: +/- 2 meses.
A A. magna pode causar enterite mucosa ou catarral, por inflamação do jejuno, diarreia e obstrução.
A A. perfoliata adere-se a mucosa intestinal, causando inflamação, úlceras, diarreia, obstrução da válvula íleo cecal, e
em casos raros pode ocorrer ruptura.
O diagnóstico das teníases é realizado rotineiramente, por meio de exames coprológicos, que variam de técnica
conforme as espécies animais e o cestódeo a ser pesquisado.
O tratamento é realizado com uso de anti-helmínticos contendo o princípio ativo praziquantel (ivermectina +
praziquantel/ abamectina + praziquantel/ sulfóxido de albendazole + prazinquantel), por ser o mais eficiente para
eliminação de vermes da classe cestoda.
Família: Strongylidae
Subfaamília: Strongylinae
Strongylus vulgaris
Strongylus edentatus São estrôngilos migratórios e mais patogênicos.
Strongylus equinus
Triodontophorus → São estrôngilos não migratórios.
Ciclo: Apresentam ciclo direto, que se dá pela ingestão da L3 com bainha (forma infectante). A L3 perde a bainha no ID,
penetra na parede do ceco e cólon ventral, onde muda para L4. Atravessa a parede intestinal:
-S. vulgaris penetra artérias, migrando pelo endotélio dos vasos, migra pela artéria mesentérica cranial e ramos,
retornando ao IG. PPP: 6 meses e meio.
-S. edentatus migra pelo sistema porta hepático, fígado, ligamentos hepáticos, peritônio e retorna ao IG. PPP: 10
meses.
-S. equinus formam nódulos na parede do ceco e cólon, migra pela cavidade peritoneal, fígado, pâncreas e retorna a
mucosa intestinal. PPP: 10 a 12 meses
Patogenia
As larvas de S.vulgaris provoca cólica trombo-embólica que pode resultar em morte, fibrose arterial e claudicação
intermitente. É a espécie mais patogênica para equinos.
Os vermes adultos alimentam-se por ingestão de tampões da mucosa intestinal, lesionando-a; isso pode causar
considerável hemorragia e ruptura dos nódulos na parede intestinal, deixando úlceras e cicatrizes circulares.
Os sinais clínicos incluem anemia, apatia, perda da condição física, vários graus de cólica, debilidade progressiva e
estase intestinal; raramente, há ruptura intestinal e morte.
As larvas de S. edentatus migram em torno de 70 dias no fígado, formando nódulos eosinofílicos; nódulos na parede
abdominal, podendo provocar hemorragia e peritonite; formam ainda, trajetos tortuosos no fígado.
Dependendo da quantidade de L3 ingerida, o animal pode apresentar diarreia, febre, edema, emagrecimento,
depressão, dor e cólica.
Dependendo da quantidade de L3 ingerida, o animal pode apresentar diarreia, febre, edema, anorexia, depressão, dor
e cólica, em decorrência de a função hepática ou pancreática estar anormal.
Triodontophorus (não migratório)
Apresentam fezes amolecidas; perda de sangue e de proteínas; ingestão de grandes quantidades de tampões de
mucosa; formação de úlceras ao emergir para a luz do IG.
Controle
Os equinos acima de 2 anos de idade devem ser tratados com anti-helmíntico de amplo espectro (benzimidazóis ou
lactonas macrocíclicas – ivermectina, doramectina) em períodos de 12 a 16 semanas, já que animais de todas as
idades podem se infectar e eliminar ovos. Novos animais que serão introduzidos ao rebanho devem receber anti-
helmíntico antes de serem misturados. É aconselhável utilizar sistema de rotação de pastagens, com o objetivo de
reduzir a ingestão de L3.
Família: Strongylidae
Subfamília: Cyathostominae
Ciatostomíneos (engloba todos os gêneros).
São os mais numerosos nematódeos de equinos, acometendo tanto jovens quanto adultos. Porém, em animais
saudáveis não causa danos, uma vez que permanecem em hipobiose, sendo liberada em caso de estresse – quadro de
cólica.
Os vermes adultos parasitam ceco e cólon. As larvas formam nódulos quando em hipobiose, e migram para a luz
intestinal quando viável.
Ciclo: o ovo vai para o ambiente através das fezes, eclode L1, que muda para L2, e esta para L3. A L3 é ingerida e
perde a bainha no estômago ou ID, migra para a mucosa do IG, onde forma nódulos, e se alimentam de conteúdo da
mucosa. PPP: 2 a 5
Patogenia
Sinais clínicos: cólica, diarreia, e perda de peso, podendo resultar em morte. Sinais exacerbados decorrem do aumento
do número de emergência de L4 para luz intestinal, causando reações inflamatórias.
*Quando o OPG dá zero, mas o animal apresenta sinais clínicos, significa que não existem ovos, mas as lavas podem
ser encontradas. Dessa forma, sugere-se realizar teste, utilizando luva de palpação.
Importância: podem provocar diarreia, cólica, além de enterite catarral e hemorrágica, e morte, ocasionalmente. Alta
carga parasitária pode resultar em ruptura da parede intestinal.
Controle
É semelhante ao de S. vulgaris. Tratando-se equinos estabulados, no inverno, com anti-helmíntico eficaz contra
ciatostomíneos larvais, consegue-se diminuir o risco da doença, decorrente de sua emergência maciça durante a
primavera. É aconselhado o monitoramento da eficácia dos produtos, comparando-se a quantidade de ovos nas fezes
pré e pós-tratamento (10 a 14 dias), pois já foi relatada resistência a benzimidazóis e lactonas macrocíclicas.
Família: Oxyuridae
Oxyuris equi
Ficam fixos na mucosa ou livres na cavidade de ceco e cólon. As fêmeas migram para região perianal, onde realizam a
postura dos ovos, causando prurido na região. Se alimentam de conteúdo e mucosa intestinal.
Apresenta ovo unioperculado e larvado. A forma infectante é L3 por via oral. A larva se desenvolve dentro do ovo, e L3
é liberada no ID, onde muda para L4, esta migra para o IG, muda para L5 e adulto, causando enterite e diarreia, em
virtude da fixação que causa irritação
Pode ocorrer retroinfecção, uma vez que as fêmeas fazem postura na região perianal.
Diagnóstico
Tratamento
*Indica-se o teste de redução de OPG para a escolha do anti-
helmíntico.
Tratamento estratégico
Tratamento seletivo
Em virtude da relação homem x cão/ gato, muitas helmintoses que acometem esses animais podem ser causadas no
homem, caracterizando zoonoses.
As técnicas de diagnósticos utilizadas para cães e gatos são qualitativas, devendo ser considerada a presença do
parasite, independentemente da quantidade encontrada.
No ID desses animais encontram-se a maioria dos helmintos que acometem essas espécies, e boa parte são
zoonoses.
-parasito de esôfago (predileção dos adultos), estômago (predominantemente as larvas) e aorta de cães,
especialmente, carnívoros silvestres, gatos e homem (raramente) – portanto, uma zoonose.
-apresentam ovos pequenos, larvados (L1), porém dificilmente encontrado nas fezes, devido ao trajeto realizado. Dessa
forma, na maioria dos casos, o diagnóstico dar-se na necropsia.
O HD possui o verme adulto alojados em nódulos que se formam, ocorre a copula e a liberação dos ovos através de
uma fistula formada nesses nódulos. Segue para o TGI e é liberado no ambiente através das fezes (ovo larvado L1). No
ambiente esses ovos contendo L1 são ingeridos pelo HI, eclodindo no seu interior a L1, muda para L2 e L3. O HP
ingere o HI contendo a L3, a qual após degradação do mesmo, é liberada e encista-se na musculature do HP.
O cão se infecta ao ingerir o HI ou o HP contendo a L3, após a digestão L3 é liberada no estômago, penetra na artéria
gástrica, migra para a artéria celíaca e atinge aorta, muda para L4 (+/- 3 semanas), permanence migrando pela aorta
por +/- 3 meses, e chega no esôfago, onde muda para L5 e adulto.
Ao chegar no esôfago, provocam reação inflamatória (resposta do HD com presença de macrófagos, linfócitos…) que
produzem fibroblasto, formando os nódulos onde os parasitos adultos permanecem se alimentando de conteúdo
inflamatório dos nódulos.
PPP: 5 a 6 (não se configurando como uma doença de cães com menos de 5 meses).
Patogenia
Granulomas císticos inflamatórios na submucosa podem causar espessamento da parede do esôfago → obstrução →
esofagite granulosa.
*São comumente associados osteossarcomas e fibrossarcomas à substâncias com efeito carcinogênico no esôfago.
Sinais clínicos
Dirofilaria immitis
-Acomete, principalmente, cães, em menor escala, outros mamíferos domésticos como o gato e raramente o homem
(não completa o ciclo – nunca encontra a forma adulta). Zoonose emergente, e edêmica no litoral brasileiro (comum em
regiões litorâneas por ser o habitat ideal das espécies de mosquitos).
-Os vermes adultos são filariforme e hematófagos, e parasitam VD e artéria pulmonar, enquanto as larvas são
encontradas na circulação periférica. As fêmeas são vivíparas (liberam larvas e não ovos).
-A larva, denominada microfilária não apresenta capsula (diferente da microfilária de Dyptalonema), apresenta parte
anterior afilada e posterior obtusa.
Ciclo: heteróxeno
Adultos copulam no VD e artéria pulmonar liberando as L1 (microfilárias) na circulação. A fêmea do mosquito ao picar o
HD ingere a L1, a qual no intestino do mosquito muda para L2 e L3 (por cerca de 15 dias), rompe a parede intestinal e
migra para o aparelho bucal. Ao realizar repast sanguíneo em um animal suceptível, a L3 penetra no tecido subcutâneo
do HD, permanece migrando no tecido, adaptando-se (se não for destruída pelo sistema imune), muda para L4 e ganha
a circulação de retorno, no coração (VD e artéria pulmonar) muda para L5 e adulto.
As microfilárias podem passer para filhotes através da placenta, e podem realizar migração aberrante como atingir o
globo ocular. Indica-se coleiras repelentes para evitar os mosquitos.
PPP: 8 meses (não encontra dirofilária adulta em animais com menos de 8 meses).
Epidemiologia
Patogenia
Vermes adultos
*É importante lembrar do cuidado que se deve ter ao levar o cão para o litoral (coleiras, p.x).
Physaloptera praeputialis
Ciclo: direto
Adultos no estômago copulam e os ovos são eliminados nas fezes. No meio ambiente o HI ingere os ovos larvados
contendo L1. No intestino do HI L1 eclode e muda para L2 e L3. L3 encista-se na musculatura do HI.
O HD ingere o HI contendo L3 encistada, após digestão, L3 é liberada no estômago do HD, muda para L4, L5 e adulto,
estando pronto para iniciar um novo ciclo. PPP: 50 a 80 dias.
Patogenia
Está relacionada aos pontos de adesão do parasito a mucosa, provocando pequenas úlceras, causando anemia (tanto
pela hematofagia quanto pelas microhemorragias), gastrite, melena e vômito.
Ancilostomatídeo
Ciclo: Direto.
Em condições favoráveis o ovo eliminado via fezes libera a L1 no ambiente, e esta se desenvolve em L2 e L3.
Os cães < de 6 meses (primo-infectados) podem ser infectados por via oral (ingerindo a L3 ou o hosp. paratêmico); por
via percutânea, via transmamária ou via transplacentária.
Na infecção percutânea L3 penetra ativamente na pele, migra pelps capilares de retoeno até os pulmões, onde se
desenvolve em L4 nos brônquios, é deglutida e chega no ID, onde se desenvolve até a forma adulta se alimentando de
sangue.
Na infecção por ingestão, a L3 pode penetrar a mucosa bucal e migrar para os pulmões, seguindo o mesmo ciclo
anterior.
Cães > de 6 meses, a L3 ao chegar no pulmão não muda para L4, seguindo para o coração e distribuída pelo corpo
através da grande circulação, e fica encistada na musculatura, ou seja, em estado de latência. Na musculatura essa L3
é sensibilizada/ reativada em situação de imunossupressão, desfazendo o cisto e pode ir para o intestino, onde muda
para L4.
Numa cadela prenhe, há reativação da L3 que segue para a circulação transplacentária, infectando o feto que já nasce
com L3 no fígado, ou é eliminada por via transmamária após o parto, infectando a ninhada.
No HP a L3 encista-se na musculatura até que este seja ingerido pelo HD, liberando a L3, que segue para os pulmões,
continuando o ciclo. PPP: 14 a 21 dias.
A. braziliense e A. tubaeforme, apresentam apenas infecção por via oral e percutânea. PPP: 14 dias.
Vias de infecção
• oral (ingestão): Todas as espécies
• Percutânea: Todas as espécies
• Transplacentária: Apenas para A. caninum
• Transmamária: Apenas para A. caninum
• Hospedeiro paratênico: PP para A. caninum e A. braziliense
*Os cães jovens são mais sucetíveis. Os adultos apresentam vários graus de resistência. Adquirem imunidade por
infecções prévias (após 6 meses).
Patogenia
Na fase de migração das larvas, com a penetração na pele, provoca dermatite nos espaços interdigitais, membros e
abdômen, caracterizada por prurido, eritema e pápulas cutâneas.
*Em algumas situações o animal come capim para tentar se livrar do incômodo provocado pela migração da larva pela
glote.
• Hiperaguda: filhotes (menos de 15 dias) já nascem com o Ancylostoma adquirido por via transmamária ou
transplacentária, anemia severa – sem ovos nas fezes.
• Aguda: cães jovens (< 6 meses), anemia severa – com muitos ovos nas fezes.
• Crônica (compensada): Animais clinicamente sadios com presença de ovos nas fezes. É a forma mais comum.
• Secundária (descompensada): Anemia profunda, presença de ovos nas fezes, associada a desnutrição. Comum em
animais com baixa imunidade.
Sinais clínicos
A Ancilostomose tem importância em saúde pública, uma vez que compreende uma zoonose, pela infecção pela Larva
migrans cutânea (bicho geográfico ou bicho das praias) – A. braziliense. É caracterizada pela inflamação cutânea com
eritema e prurido intenso em humanos. As larvas não se desenvolvem, mas as lesões podem persistir por semanas,
causando gangrena por infecção secundária.
Fatores predisponentes são: fezes do HD na areia e contato da pele humana com essas fezes.
A L3 penetra na pele íntegra, causa dermatite, migra pela pele provocando prurido.
Requer cuidado com a limpeza do ambiente e remoção das fezes.
A larva migrans cutânea pode ser tratada com Tiabendazol.
Toxocara spp.
HD: T. canis: cães
T. cati: gatos
Toxascaris leonina: cães e felídeos (+++)
HP: roedores e aves
HA: Homem (Larvas migrans visceral e ocular)
-Parasitam ID, se alimentando de substâncias líquidas do quimo, causando desnutrição por competição pelos
nutrientes.
*A prevalência é maior em animais jovens (sendo grave em filhotes) do que em adultos, sendo a principal verminose de
cães jovens junto com a Ancylostoma.
-por ingestão do ovo larvado com L3 (ciclo hepato-traqueal) ou HP, comum em cães de até 6 meses. Do ovo ingerido é
liberada a L3 no ID, a qual penetra a mucosa e por via linfática chega ao fígado, iniciando o processo hepato-traqueal
→ pega a circulação de retorno, chega no coração e atinge os pulmões, onde muda para L4, migra para glote, é
deglutida e no ID muda para L5 e adulto, reiniciando o ciclo. PPP: 3-4 semanas.
Cães > de 6 meses - a L3 a nível de pulmões, pega a circulação de retorno para o coração e pela aorta é bombeada
para diferentes partes, mantendo-se encistada na musculatura. São reativadas em situação de baixa de imunidade,
como na gestação. PPP: 3 a 4 semanas.
-via transplacentária: em fêmeas gestantes a L3 passa pelo sangue pela veia umbilical para o feto; ou se infectada
antes da gestação, pode conter as larvas na musculatura, encistada, que reativadas por alterações hormonais, infecta o
feto, o qual já nasce com L3 no fígado, e em seguida continua a migração até atingir o ID. PPP: 2 a 3 semanas.
-por HP: por ingestão de ratos, aves e outros animais que contém ovos larvados (com L3) encapsulados nos tecidos.
*No ciclo erratico, ao invés de encistar-se na musculatura, pode encistar no olho, por exemplo, resultando em cegueira.
Importância: provoca aumento de volume abdominal (obstrução por acúmulo de vermes, pode haver ruptura; ascite por
desnutrição – falta de proteína), diarreia (por enterite), retarda crescimento.
Importância para a saúde pública
No homem, ao ingerir acidentalmente ovo com L3 de T. canis, é liberada no ID, penera por via linfática, chega no
fígado, atinge coração e é distribuída pelo organismo, até mesmo no olho.pode causar lesões hepáticas (larva migrans
visceral), lesões em outros órgãos, como olho (larva migrans ocular), podendo causar perda da visão.
Toxocariase é uma zoonose!
*Fatores predisponentes e medidas de prevenção são as mesmas citados em Ancylostoma spp. Deve-se ter cuidado
com as fezes no ambiente!
Os ovos são resistentes ao ambiente e adere a superfícies, sendo difícil sua remoção.
O verme adulto é grande e esbranquiçado (boca trilabiada).
Trichuris vulpis
-verme chicote, é pouco patogênico, devendo ter atenção nos casos de grande carga parasitária.
Ciclo: O ovo larvado é ingerido pelo HD, a L1 é liberada no ID, penetra a mucosa e migra para o IG, se desenvolvendo
até a forma adulta. PPP: 2 a 3 meses.
Sinais Clínicos
Dioctophyma renale
HD: cães
Pode ocorrer em humanos, mas é raro.
Parasitam especialmente parênquima do rim direito (pela proximidade com o duodeno) e cavidade abdominal. Também
pode parasitar diversos órgãos como, bexiga, uretra, escroto, tecido suncutâneo inguinal, útero, ovário, cavidade
torácica, perocárdio.
É o maior nematódeo de animais domésticos, e seus ovos podem ser identificados na urinálise.
O ovo é liberado na urina, em região de água. Dentro de 30 dias forma L1 no seu interior. Esse ovo larvado é ingerido
por um anelídeo, e muda até L3. Essa é ingerida pelo HD ou HP (aves, peixes, rãs, roedores). O HD ao ingerir o
anelídeo com L3 ou o HP, segue pelo duodeno e migra para o rim direito. Irá se alimentar de parênquima renal até
destruir por completo, o verme adulto cai na cavidade abdominal, causando peritonite e morte. PPP: 6-48 meses.
Importância
Assintomático quando apenas um rim é acometido; rim direito é mais acometido (próximo ao duodeno); hematúria;
desconforto generalizado; relutância em caminhar, poliúria/polidipsia, anorexia.
O desfecho final será a destruição do rim. O parênquima é destruído ficando apenas a cápsula contendo o verme.
Presença do parasita adulto está relacionado com presença de pulgas ou piolhos. Portanto, necessita-se tratar o animal
para combater a verminose (escolher anhti-helmínticos que atinjam vermes achatados), mas também se torna
imprescíndivel tratar a presença de ectoparasitas.
Corresponde ao cestoide mais comum de cães e gatos, competindo pelos nutrientes, e pode provocar obstrução
intestinal em grande carga parasitária. Causam irritação da mucosa do ID devido a fixação do verme adulto e pela
migração das proglotes, especialmente no terço final do trato.
Ciclo: Heteróxeno
As proglotes são liberadas a partir das fezes no ambiente, ou ativamente pelo ânus, e essas liberam as cápsulas
ovígeras, que por sua vez liberam os ovos, os quais serão ingeridos pelas larvas de pulga ou pelo piolho (se alimentam
de matéria orgânica). Ao longo do desenvolvimento da pulga, desenvolve-se a larva cisticercoide na pulga adulta. A
pulga é ingerida pelo HD, digerida, e no ID libera a cisticercoide, a qual adere na mucosa e muda para adulto,
reiniciando o ciclo. PPP: +/- 30 dias.
*A presença dos vermes nas fezes já serve como diagnóstico (vermes chatos em forma de grão de arroz ou caroço de
pepino).
Importância
Ocorre em animais jovens e crianças. Geralmente não provocam danos ao animal. Em infecções maciças: há
inflamação da mucosa intestinal, diarreia, cólica, alteração do apetite e emagrecimento.
Pode haver irritação e prurido anal intenso devido ao desprendimento das proglotes (o animal esfrega o ânus chão).
É uma zoonose.
Platynosomum illiciens
Platynosumum fastosum
Platynosumum concinnum
Parasitam felídeos em canais biliares, vesícula biliar e parênquima hepático. São visíveis a olho nu.
HI: 1º molusco terrestre (Subulina octona); 2º crustáceo; 3º Anoiis (lagartixa) e tatu de jardim.
Ciclo: heteróxeno, necessitando de pelo menos 3 HI.
Os ovos eliminados nas fezes do HD são ingeridos pelos caramujos, onde ocorrem duas gerações de esporocistos. As
cercarias se desenvolvem no interior dos esporocistos secundários que emergem dos caramujos envoltas de bolas
mucilaginosas.
O segundo HI, um crustáceo ingere os esporocistos contendo as cercarias, as quais evoluem para metacercárias nos
ductos biliares.
Os gatos sofrem parasitismos a partir da ingestão de répteis ou anfíbios parasitados.
O parasito migra pelo ducto colédoco para os canais biliares e a vesícula biliar, tornando-se adultos entre 8-12
semanas, podendo alcançar o fígado.
Em infecções intensas, a presença de P. illiciens está associada à disfunção hepática, mas há relatos de importantes
lesões hepáticas, com dilatação de ductos biliares e hepatomegalia.
Diagnóstico
*A predominância de helmintos em cães corresponde a Ancylostoma spp, Toxocara canis, Dipylidium caninum e
Physaloptera praeputialis. Já em gatos a predominância é Ancylostoma spp, Toxocara cati, Physaloptera praeputialis,
Platynosomum e Dipylidium caninum.
-Laboratorial:
Pesquisa de ovos e larvas nas fezes (Técnica de Willis – flutuação de ovos leves: Ancylostoma, Toxocara, Trichuris;
Técnica de Hoffmann – sedimentação de ovos pesados: Dipylidium);
Pesquisa de ovos na urina (Dioctophyma renale);
Pesquisa de larvas em sangue (Técnica de Knott; Gota espessa) *As microfilárias só são detectadas a partir de 6
meses, se for observada antes disso, significa que o animal foi infectado pela mãe.
Imunológicos (testes específicos para determinado parasito);
Raio – x, ecocardiograma, ultrassonografia (Spirocerca lupi, Dirofilaria immitis, Dioctophyma renale)
Moleculares
Tratamento
#Avermectinas
-Ivermectina – para vermes cilíndricos (Ancylostoma, Ascarídeos, Trichuris). Não indicado para cães da raça Collie.
#Milbemicinas
-Milbemicina Oxima – para vermes cilíndricos, seguro em cães da raça Collie (Ancylostoma, Ascarídeos, Trichuris).
#Selamectina (Revolution) – indicado para vermes cilindricos Ancylostoma, Toxocara, Trichuris, Ectoparasitas. Adm a
cada 30 dias. Não mata Dipylidium.
#Benzimidazóis: são produtos baratos, que devem ser adm por 3 dias para se ter uma eficácia.
-Mebendazole (Telmin)
-Febendazole (Panacur)
-Albendazole (Zentel)
#Pirimidinas
-Pamoato de pirantel (Pyrantel Purina) – trata Ancilostomas e Ascarídeos.
#Quinolonas
-Praziquantel (Canex) – trata Cestódeos e Trematódeo (Platinosomo – por 3 dias consecutivos).
Associações de drogas
Pamoato de pirantel + Praziquantel (Drontal)
P. de pirantel + Febentel+ Praziquantel (Drontal plus)
Tratamento de D. immitis
Em áreas endêmicas recomenda-se o tratamento a partir de 8 semanas com o uso de Avermectinas (ivermectina,
selamectina); Milbemicinas (oxima milbemicina, moxidectina) e coleiras repelentes.
Dicloridrato de melarsomina (adulticida) – para vermes adultos de D. immitis. Indica-se associação com doxiciclina
que mata a bactéria existe no verme, fazendo com que este torne-se mais sucetível. Deve haver restrição de exercício.
No caso de Síndrome da Veia cava, recomenda-se o tratamento cirúrgico.
Milbemicina, ivermectina para as formas larvares – microfilária de D. immitis
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