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Princípios de Comunicações
Analógicas e Digitais
CURSO: Engenharia de Telecomunicações
DISCIPLINA: Princípios de Comunicações Analógicas e Digitais
ANO SEMESTRE: 2020/2
SIGLA: T027 - PERÍODO: 5
COORDENADOR: Marcelo De Oliveira Marques
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 2h CARGA HORÁRIA TOTAL: 40h
CORPO DOCENTE: Dayan Adionel Guimarães
EMENTA
Ruído em sistemas de comunicações. Conceituação básica de Modulação de portadoras por sinais contínuos. Modulação e
digitalização de pulsos. Transmissão de sinais não modulados. Teoria da detecção.
OBJETIVOS GERAIS
Entender a influência do ruído nos sistemas eletrônicos de comunicações. Noções sobre os principais tipos de modulação de
portadora por sinais contínuos. Entender as modulações de pulsos mais usuais, suas características e aplicações. Entender o
princípio da digitalização de pulsos e seus fatores de degradação. Entender os mecanismos e limitações das transmissões de
sinais não modulados de acordo com cada tipo de canal. Entender o princ ípio da detecção de sinais discretos em canais com
ruído gaussiano branco aditivo (AWGN).
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Lathi, Cap. 1, Seções 1.1 a 1.2.1 (inclusive) e 1.6; demais seções como complemento opcional.
1 - Introdução aos sistemas de comunicação: noções sobre os principais elementos de um sistema de comunica ção:
transmissor, canal, receptor, modulação analógica. ( 2h30min )
Lathi, Cap. 6, até Seção 6.1.1 (inclusive); Seção 6.1.2 como complemento.
2 - Amostragem. ( 1h40min )
3 - Modulação de pulsos (PAM, PWM, PPM). ( 2h30min ) Lathi, Cap. 6, Seção 6.1.5.
4 - Quantização Uniforme e ruído de quantização. ( 3h20min )
Lathi, Cap. 1, Seção 1.2 e Cap. 6, Seção 6.2.
5 - Modulação digital de pulsos (PCM); Lei A e Lei mu. ( 2h30min )
6 - Atividades extraclasse orientada: exercícios. ( 1h30min )
7 - Modulação Delta. ( 2h30min ) Lathi, Cap. 6, Seção 6.7.
8 - Atividades extraclasse orientada: exercícios. ( 1h30min )
9 - Transmissão de sinais não modulados: canais e suas principais caracter ísticas; códigos de linhas e suas principais
características. ( 2h30min ) Dayan, Cap. 1.
10 - Ruído AWGN: ruído térmico, densidade espectral de ruído térmico, fator de ruído, temperatura efetiva de ruído; exemplos. (
2h30min ) Dayan, Apêndice B.
11 - Atividades extraclasse orientada: exercícios. ( 1h )
12 - Filtro casado. ( 2h30min )
Dayan, Cap. 3.
13 - Correlator. ( 1h40min )
14 - Análise da probabilidade de erro de sinais em banda base. ( 3h20min ) Dayan, Cap. 4.
15 - Atividades extraclasse orientada: exercícios. ( 1h30min )
16 - Interferência intersimbólica; filtragem de Nyquist. ( 2h30min ) Dayan, Caps. 5 e 6.
17 - Diagrama de olho. ( 1h40min ) Dayan, Cap. 7.
18 - Noções sobre equalização adaptativa. ( 1h40min )
19 - Atividades extraclasse orientada: exercícios. ( 1h10min ) Dayan, Cap. 6, Seção 6.2 e exercício 6.
Esta disciplina possui como pré-requisitos diretos o conhecimento de probabilidade, processos estoc ásticos e sinais e sistemas.
Por sua vez ela é pré-requisito direto das disciplinas de Sistemas de Comunicações.
PROCEDIMENTOS DE ENSINO
Aulas expositivas com uso de simulações computacionais, exercícios e trabalhos orientados.
RECURSOS DIDÁTICOS
Computador conectado à Internet, projetor multimídia, programas de simulação tais como MathCad, Matlab e VisSim Comm.
Quadro branco ou de giz. Rede WiFi.
Ao longo do semestre haverá duas provas que comporão as notas PV1 e PV2, cada uma entre zero e cem.
As notas parciais serão NP1 = (PV1 + PV2)/2; NP2 = NP1.
O aluno que perder uma das provas que compõe a NP1 ou a NP2,
e obteve se obter
deferimento em seu pedido de prova substitutiva, fará a NP3 para substituir uma das provas perdidas e a prova substitutiva
substituirá a nota NP3, caso necessário.
A NP3 não poderá substituir uma prova perdida e valer como NP3 ao mesmo tempo.
TESTE DE LABORATÓRIO
Este critério não se aplica a esta disciplinas.
a. GUIMARÃES, Dayan Adionel (Prof. Dr. Dayan Adionel Guimarães); SOUZA, Rausley Adriano Amaral de (Rausley Adriano
Amaral de Souza), Transmissão digital: princípios e aplicações. 1 ed. São Paulo, SP: Érica, 2012, 320 p. ISBN
978-85-365-0439-1.
b. HAYKIN, Simon S., Communication systems. 4 ed. U.S.A.: John Wiley & Sons, 2001, 816 p. ISBN 0-471-17869-1.
c. LATHI, B.P., Modern digital and analog communication systems. 3 ed. New York, EUA: Oxford University, 1998, 781 p. ISBN
0-19-511009-9.
a. CARLSON, Athol Bruce; CRILLY, Paul B.; RUTLEDGE, Janet C., Communication systems: an introduction to signals and
noise in electrical communication. 4 ed. New York, EUA: McGraw-Hill, 2002, 850 p. ISBN 0-07-011127-8.
b. COUCH, Leon W., Digital and analog communication systems. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2001 - 2013, ISBN
0-13-081223-4 / 978-0-13-291538-0.
c. KENNEDY, George; TINNELL, R. W., Electronic communication systems. Tokyo: McGraw-Hill, 1970, 743 p.
d. PROAKIS, John G.; SALEHI, Masoud, Communication systems engineering. 2 ed. New Jersey: Prentice Hall, 2002, 801 p.
ISBN 0-13-061793-8.
e. RAPPAPORT, Theodore S., Wireless communications: principles and practice. 2 ed. New Jersey: Prentice Hall, 2008, 707 p.
ISBN 0-13-042232-0.
PERÍODICOS DO CURSO
OBSERVAÇÕES
APROVAÇÕES E ASSINATURAS
Docente
Sumário
Introdução ........................................................................................................................ 15
5
6.5 Espectro e pulso raiz de cosseno elevado ............................................................... 67
6.6 Exercícios propostos e resolvidos........................................................................... 68
7
Capítulo 15 - Modulações M-QAM com Detecção Coerente .....................................168
15.1 Modulações da família M-QAM ........................................................................ 168
15.1.1 Modulações M-QAM com constelação quadrada ....................................... 168
15.1.2 Modulações M-QAM com constelação não quadrada ................................ 170
15.1.3 Sinal modulado e funções base para as modulações M-QAM .................... 171
15.1.4 Probabilidade de erro de símbolo e de bit para
modulações M-QAM com constelação quadrada ........................................ 171
15.1.5 Probabilidade de erro de símbolo e de bit para modulações
M-QAM com constelação não quadrada ..................................................... 172
15.1.6 Geração e demodulação com detecção coerente
de um sinal M-QAM com constelação quadrada ........................................ 173
15.1.7 Geração e demodulação com detecção coerente
de um sinal M-QAM com constelação não quadrada.................................. 174
15.1.8 Densidade espectral de potência e eficiência
espectral das modulações M-QAM ............................................................. 175
15.2 Comparação entre modulações M-PSK e M-QAM ............................................ 175
15.3 Exercícios propostos e resolvidos....................................................................... 176
9
Parte 4 - Espalhamento Espectral .................................................. 227
11
Apêndice B - Ruído Térmico ........................................................................................307
B.1 Introdução ............................................................................................................ 307
B.2 Modelo matemático para o ruído térmico ............................................................ 307
B.3 Ruído aditivo gaussiano branco ........................................................................... 309
B.4 Largura de faixa equivalente de ruído ................................................................. 311
13
Sobre os autores
Esta parte introdutória do livro tem por objetivo situar a Transmissão Digital no
amplo contexto das Telecomunicações. Não se pretende, contudo, exaurir o assunto
nestas páginas, dado o grande número de obras que tratam das Telecomunicações de
maneira abrangente e cercada de dados históricos precisos. Uma dessas obras é o livro A
Brief History of Communications, publicado pela IEEE Communications Society
(Comsoc), do IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers) (COMSOC, 2012).
15
Elementos de um sistema de comunicação
Com base nas várias formas de comunicação listadas anteriormente, pode-se deduzir
que há uma variedade enorme de tipos de canais que separam transmissor de receptor. Se,
por um lado, é o canal que viabiliza a transmissão de um sinal, por outro é ele que produz
grande parte da degradação que reduz a inteligibilidade da informação no destino. É,
portanto, de suma importância que as características do sinal transmitido sejam projetadas
para minimizar tal degradação. A propósito, a geração de sinais para transmissão de
informação é um dos enfoques deste livro.
A questão é: não importa a natureza da informação; ela pode ser transmitida tanto de
forma analógica quanto digital. Agora, a distinção entre uma e outra se torna mais
simples: a transmissão analógica transporta a informação por meio da variação contínua
de algum parâmetro do sinal a ser transmitido. Como exemplo, a voz humana pode ser
convertida em um sinal elétrico, o qual altera a amplitude de um sinal de radiofrequência
em função de sua intensidade. Este é um exemplo típico de uma transmissão analógica
17
18 Transmissão Digital - Princípios e Aplicações
Parte 1
Transmissão Digital
em Banda Base
Figura 1.1 - (a) DEP de um sinal em banda base. (b) DEP de um sinal em banda passante.
Outros aspectos a serem observados nessa relação entre canal e sinal transmitido são:
x Componente DC (direct current): no exemplo da Figura 1.4, devido à existência
de acoplamento magnético entre transmissor (Tx) e canal e entre canal e receptor
(Rx), devemos transmitir um sinal que não tenha componente DC. Caso o sinal
tenha alguma componente DC, é importante que esta seja de baixa intensidade de
forma a ser pouco afetada por acoplamentos ou canais como esse, que não
respondem a frequências próximas de zero.
2 Quando os bits zeros e uns têm a mesma probabilidade de ocorrência, é comum dizer que são equiprováveis.
Figura 1.6 - Densidade espectral de potência (dBm/Hz em 1 :) para alguns códigos de linha,
considerando mesma probabilidade de ocorrência dos bits uns e zeros. Adaptada de Guimarães (2009).
Código Manchester
Em uma de suas variações, o código Manchester representa um bit “1” por um
par de pulsos com duração Tb/2 e amplitudes +A e –A (ou –A e +A) e um bit “0” por
um par de pulsos com duração Tb/2, mas agora com amplitudes –A e +A (ou +A e –A). Em
outras palavras, um bit “1” é representado por uma transição negativa (de +A para –A) no
centro do intervalo Tb e um bit “0” é representado por uma transição positiva (de –A para
+A), também no centro do intervalo Tb, ou vice-versa.
Código Miller
O código Miller, também conhecido como código em atraso (delay code) ou
modulação em atraso (delay modulation)3, representa um bit “1” por uma transição na
metade do intervalo de bit e um bit “0” por ausência de transição, mantendo-se o nível
associado ao bit “1” anterior. Entretanto, se um bit “0” é seguido por outro bit “0”,
uma transição de níveis ocorre no momento de transição desses bits. A forma de
onda desse código é ilustrada na Figura 1.5 e sua DEP é mostrada na Figura 1.6 para
bits equiprováveis.
O código Miller é bastante empregado para modular sinais de radiofrequência (RF),
pois permite que o espectro resultante contenha menor intensidade em frequências baixas
que um sinal de RF modulado por um código NRZ, por exemplo. Além disso, o código
Miller possui DEP com menor intensidade em frequências altas que um sinal de RF
modulado por um código Manchester, por exemplo (ATIS, 2000). O código Miller tam-
bém proporciona fácil sincronização no receptor, dado que sempre possui transições de
nível, mesmo em longas sequências de zeros ou uns.
3 É importante ressaltar que o termo modulação usado nesta denominação do código Miller não pretende indicar que
há presença de uma portadora. Trata-se de um sinal em banda base, assim como os demais códigos de linha.
A Figura 1.6 mostra a DEP do código de linha HDB3, também obtida por simulação
computacional, para bits de entrada equiprováveis. Note a similaridade com a DEP do
código de linha AMI.
2.1 Introdução
Um sinal M-PAM (multilevel pulse amplitude modulation)4 em banda base é uma
sequência de pulsos de diferentes amplitudes, contendo um número de níveis M = 2k,
sendo k o número de bits que cada nível representa.
Nesta forma de transmissão (ou forma de sinalização5) os bits de informação são
agrupados em entidades denominadas símbolos. Por exemplo, na sinalização binária
tem-se M = 2 símbolos, cada um representando um bit. Na sinalização quaternária tem-se
M = 4 e dois bits são representados por um símbolo e assim por diante.
O termo símbolo também pode ser atribuído a cada uma das possíveis formas de
onda do sinal transmitido. Por exemplo, em uma transmissão quaternária podemos
representar cada par de bits (dibit)6 por uma forma de onda ou símbolo diferente, dentre
as quatro formas de onda possíveis.
A Figura 2.1 ilustra um sinal 4-PAM com pulsos retangulares e a correspondente
sequência de bits que tal sinal 4-PAM representa.
4 O termo modulação não pretende indicar que há uma onda portadora no sinal M-PAM, embora um sinal M-PAM em
banda base possa ser utilizado para modular uma portadora e gerar um sinal passa-faixa.
5 A palavra sinalização é sinônimo de técnica de transmissão, podendo ser usada tanto para sinais em banda base
quanto para sinais passa-faixa. Os termos taxa de sinalização e taxa de símbolo são sinônimos.
6 É comum dar os nomes dibit, tribit e quadribit aos conjuntos de dois, três e quatro bits, respectivamente.
Exemplo 2.1
Sistema com limitação de banda maior que a limitação de potência: em torres de
telefonia celular é comum vermos antenas parabólicas diretivas, com formato parecido
com um “tambor”, cujo objetivo é realizar a comunicação com outra parte remota do
sistema. Essa comunicação é normalmente realizada na faixa de micro-ondas. Como bem
sabemos, o espectro eletromagnético na faixa de radiofrequências encontra-se bastante
congestionado. Portanto, este exemplo trata de um sistema com grande limitação de
banda, pois quanto maior a banda ocupada, maior a contribuição para o congestiona-
mento do espectro. Então, o sinal transmitido deve conter um grande número de
símbolos. Na prática, nesta situação de limitação de banda é comum termos sinalizações
com 256 símbolos.
Sinalização M-PAM 29
Exemplo 2.2
Sistema com limitação de potência maior que a limitação de banda: na comunicação
de sondas espaciais com as estações terrenas, a economia de potência é de fundamental
importância, posto que tais sondas normalmente têm seu sistema de alimentação realizado
pela conversão de energia solar. Este é um típico exemplo de um sistema em que a
limitação de potência é mais importante que a limitação de banda. Em casos como este
são utilizadas sinalizações com poucos símbolos (dois ou quatro, por exemplo), de forma
a prover o sistema de alta imunidade ao ruído.
Figura 2.2 - Geração de um sinal M-PAM (as formas de onda são de um sinal 4-PAM).
Adaptada de Guimarães (2009).
Exemplo 2.3
Neste exemplo particulariza-se o sistema mostrado na Figura 2.2 para uma
sinalização binária (M = 2) antipodal, na qual um bit “1” é representado por um pulso
+g(t) e um bit “0” é representado por um pulso –g(t). Considera-se novamente que a
resposta ao impulso do filtro de transmissão responsável por dar forma a g(t) é aquela
exibida na Figura 2.3.
Figura 2.4 - Geração de um sinal em banda base através de um filtro com resposta g(t).
Adaptada de Guimarães (2009).
Sinalização M-PAM 31
3
Filtro Casado e Correlator
7 A relação sinal-ruído (signal-to-noise ratio) é, por definição, a relação entre a potência de sinal e a potência de ruído.
8 O ruído AWGN é gerado pelo movimento aleatório dos elétrons nos condutores do receptor, causado por efeito
térmico. Por essa razão, o ruído AWGN é, às vezes, denominado ruído térmico ou, simplesmente, ruído branco. O
Apêndice B contém um resumo sobre as principais características do ruído AWGN.
h(t ) kg (T t ). (3)
Esse filtro é chamado filtro casado por existir uma clara relação entre o formato do
pulso de transmissão, g(t), e a resposta ao impulso do filtro de recepção, h(t). Interpre-
tando tal resultado, h(t) é o próprio formato de pulso g(t) espelhado horizontalmente,
deslocado de T segundos para a direita e escalonado de um fator k qualquer, diferente de
zero. Note que T é a duração de símbolo.
Então, dado um formato de pulso g(t), o filtro com resposta ao impulso h(t) definida
na equação (3) é o único filtro que proporciona a máxima relação sinal-ruído no momento
da decisão e, consequentemente, a menor probabilidade de erro de decisão.
Como exemplo, veja como determinar graficamente a resposta ao impulso do filtro
casado para o formato de pulso de transmissão mostrado na Figura 3.2, em que se adotou
k = 1 para simplificar.
Figura 3.2 - Formato de pulso g(t) e correspondente resposta ao impulso do filtro casado, h(t).
Como outro exemplo, para o formato de pulso da Figura 2.3 teremos h(t) idêntico em
formato a g(t), ou seja, h(t) = kg(t) em razão da simetria de g(t) em torno de T/2.
Exemplo 3.1
Admita que g(t) tenha um formato retangular de amplitude qualquer e duração
T = Tb. Nosso objetivo com este exemplo é economizar um bloco do receptor com
correlator. Teremos o diagrama inicial da Figura 3.4.
Figura 3.4 - Receptor implementado com correlator para pulso g(t) retangular.
Adaptada de Guimarães (2009).
Exemplo 3.2
Admita que g(t) tenha o formato definido na Figura 3.5 (a). A resposta ao impulso
h(t) do filtro casado, de acordo com a definição na equação (3), é representada na Figura
3.5 (b) para o fator de escala k = 1.
encontra-se
£
¦ A2t 0t bT / 2
¦
¦
¦
¦ A2 (3t 2T ), T / 2t bT
¦
¦ 2
y (t ) ¦
¤ A (4T 3t ), T t b 3T / 2 (6)
¦
¦
¦
¦ A2 (t 2T ), 3T / 2 t b 2T
¦
¦
¦¦
¥ 0, t b 0 e t 2T .
A taxa de erro de bit é calculada dividindo o número de bits errados pelo número de
bits transmitidos no intervalo de observação considerado.
£¦ et , t 0
g (t ) ¦¤
¦¦¥ 0, caso contrário.
Admita que o período de símbolo seja T = 1, ou seja, trata-se de um pulso g(t) não
confinado no intervalo de sinalização. Pedem-se:
a) Considerando que o pulso g(t) seja recebido sem ruído por um filtro casado,
calcule o valor máximo da saída no instante de amostragem t = T.
b) Considerando que o pulso g(t) seja recebido sem ruído por um correlator, calcule
o valor máximo da saída no instante de amostragem t = T.
a)
A resposta ao impulso do filtro casado será dada por:
h t g 1 t e 1t , t b 1 e zero caso contrário.
d
Fazendo a convolução entre g t e h t , temos y t ¨d g (U )h(t U )d U
d et1
Para t b 1 º y t ¨0 eU e t U 1
dU
2
.
d e t1
Para t 1 º y t ¨t1 e t 1 2 U
e dU
2
.
£¦ et1
¦¦ , t b1
¦ 2 1
Então, y t ¤ , o que resulta em y 1 0,5.
¦¦ e t1 2
¦¦ , t 1
¦¥ 2
£
¦ 1 T
¦
¦ , 0bt
¦ T 2
¦
¦
¦ 1 £¦ A, 0 t T
g4 (t ) ¦¤
T
g3 (t ) ¤ , bt T
¦
¦ T 2 ¦¦¥ 0, caso contrário.
¦
¦
¦ 0, caso contrário.
¦
¦
¦
¥
Figura 4.2 - Exemplos de formas de onda envolvidas em uma transmissão banda base.
Figura 4.4 - Densidades de probabilidade da variável de decisão em um sistema com sinalização antipodal.
O
p10 ¨ f ( y | 1) dy , (11)
d
Observe mais uma vez que a Pe depende das probabilidades a priori dos bits.
Analisando o comportamento da função erfc(x) ilustrado na Figura 4.5 percebe-se que seu
valor decresce com o aumento do argumento x. Portanto, aumentando a amplitude A na
equação (12), aumenta-se a potência de transmissão e, por consequência, diminui-se a
probabilidade de erro. Aumentando a intensidade do ruído, aumenta-se sua densidade
espectral de potência, N0, o que fará com que a probabilidade de erro aumente. Se for
aumentado o valor de Tb, aumenta-se a energia do bit a uma dada amplitude A e, por
consequência, diminui-se a Pe.
Por fim, e de maneira até certo ponto surpreendente, percebe-se que a Pe depende
também do limiar de decisão O. Para o caso, o valor ótimo desse limiar é dado por
(GUIMARÃES, 2009, p. 300)
N0 §p ·
O ótimo ln ¨ 0 ¸ (13)
4 A2Tb © p1 ¹
em que é possível observar que tal limiar depende das probabilidades a priori dos bits.
No caso de bits equiprováveis, p0 = p1 = 1/2, o limiar de decisão vale zero. A
interpretação da influência do limiar de decisão na probabilidade de erro de bit pode ser
realizada à luz de uma situação hipotética, sem sentido prático, mas com apelo didático,
na qual se admite que o bit “0”, por exemplo, nunca seja enviado. Torna-se evidente que,
se o limiar de decisão for mantido em zero, por influência do ruído haverá momentos em
que o receptor decidirá pelo bit “0”, mesmo que nunca tenha sido transmitido. A solução
para este problema seria o deslocamento do limiar de decisão para a esquerda, reduzindo
a área p10 na Figura 4.4. Perceba na equação (13) que, de fato, se p0 < p1, o limiar de
decisão torna-se negativo.
em que Eb0 e Eb1 são as energias dos pulsos que representam os bits 0 e 1,
respectivamente, na entrada do receptor. Nos casos em que p0 = p1 = 1/2 teremos
Eb0 Eb1
Eb . (16)
2
Tb Tb
Eb0 ¨ [g (t )]2 dt ¨ (A)2 dt A2Tb . (18)
0 0
Então,
A2Tb A2Tb
Eb A2Tb . (19)
2
1 E ¬
Pe erfc b
. (20)
2 N 0 ®
Vale ressaltar que esta expressão é válida para calcular a probabilidade de erro de bit
para qualquer sinalização antipodal em canal AWGN. Conclui-se isso, pois, analisando
a equação (20), percebe-se que a probabilidade de erro não depende da forma de onda do
pulso transmitido g(t), mas sim de sua energia e da intensidade do ruído AWGN.
Vale mencionar que a relação Eb/N0 é também uma importante grandeza que aparece
com frequência na demonstração do desempenho de sistemas de comunicação, junta-
mente com a probabilidade de erro de bit estimada, mais comumente chamada de taxa de
erro de bit, BER (bit error rate), conforme exemplificado a seguir.
Se, por exemplo, quiséssemos uma BER = 1u103, o que equivale à ocorrência de 1
erro de bit a cada 1.000 bits transmitidos, em média, de acordo com o gráfico dado o
sistema deveria operar com Eb/N0 # 6,8 dB.
Seja N0 = 1u106 W/Hz e suponha que queremos encontrar a potência média de
recepção necessária para prover a BER alvo, sabendo que o sistema opera com taxa
de bits de 300 kbit/s. Inicialmente vamos calcular Eb: Para Pe = 1u103 temos que
2 q103 erfc Eb N0 .
f ( y | 0) p0 f ( y | 1) p1
Pr(0 | y ) e Pr(1 | y ) , (21)
f ( y) f ( y)
x decida por 1 se f ( y | 0) p0 b f ( y | 1) p1 .
Perceba mais uma vez que, para aplicar na prática este critério de maximização das
probabilidades a posteriori, é preciso conhecer as probabilidades a priori p0 e p1.
Solução
Figura 4.8 - Formas de onda do filtro casado do receptor supondo ausência de ruído.
Figura 4.10 - Formas de onda do filtro casado do receptor supondo presença de ruído.
b) A taxa de erro de bit proporcionada por tal sistema será alta, média ou
aproximadamente nula? Justifique sua resposta.
Solução
a) Ao aplicarmos ruído a um filtro casado (ou correlator), temos uma redução de
potência desse ruído, da entrada em relação à saída, como ilustrado na Figura 4.12.
Figura 4.13 - Forma de onda da sinalização binária de transmissão (1), forma de onda de
saída do correlator implementado com um integrate-and-dump (2) e limiar de decisão (3).
Solução
a) A sinalização é bipolar por existirem rampas positivas (crescentes) e negativas
(decrescentes) na forma de onda de saída do correlator.
b) Podemos contar o número de bits no intervalo considerado e dividir um resultado
pelo outro. Podemos também (e de forma mais simples) calcular a taxa de bits
através do inverso da duração de um bit, ou seja, Rb = 1/Tb = 1/0,01 = 100 bit/s.
c) Indicado na Figura 4.13. A causa desse erro é a influência do ruído que fez com
que a integral correspondente ao quinto bit tivesse seu valor negativo, mesmo
tendo transmitido um bit 1 (pulso positivo). Observe também que a decisão
sobre um determinado bit ocorre somente após um intervalo de integração
completo. Em outras palavras, a decisão sobre o n-ésimo bit ocorre no instante
de tempo (n + 1)Tb.
Solução
A taxa de bits, medida em bits por segundo (bit/s), é o inverso da duração de um bit,
ou seja, Rb = 1/Tb. Em uma sinalização com M símbolos a taxa de símbolos será
R = Rb/log2M = 1/( Tblog2M ).
5. Como se calcula a energia média por bit, dados os formatos de pulso g1(t) e g2(t), a
regra de mapeamento entre os bits e essas formas de onda e as probabilidades de
envio dos bits?
Solução
6. Que relação existe entre a energia média por bit Eb, a potência média do sinal em
questão P e a duração do bit Tb?
Solução
A energia de um pulso é o produto da potência média do sinal pela duração do pulso.
Então, Eb = P×Tb.
7. Para um valor de Eb/N0 = 8 dB, estime a probabilidade de erro de bit para uma
sinalização antipodal em canal AWGN.
8. Bits equiprováveis gerados por uma fonte são representados por pulsos NRZ
bipolares de duração 1 ms e amplitude 1 mV. Calcule a energia média por bit, Eb.
Solução
Eb0 Eb1
Se p0 = p1 = 1/2, então Eb p0 Eb0 p1Eb1 .
2
1ms
Então Eb0 ¨ (0,001)2 dt 1q109 Eb1 , o que leva a Eb = 1u109J.
0
Solução
a)
1 E ¬ 1 E ¬
Sistema A: erfc bA 1, 2 q104 , Sistema B: erfc bB 3
N ® 4, 4 q10 .
2 N 0 ® 2 0
1
Da Tabela A.1 obtêm-se para erfc x 1, 2 q104 º x 2,6 e
2
1
para erfc x 4,4 q103 º x 1,85 .
2
EbA EbB E E
Então, 2,6 e 1,85 , o que leva a bA 6,76 e bB 3,42 .
N0 N0 N0 N0
11. Considere agora a transmissão de símbolos NRZ unipolar (NRZ-u): um bit “1” é
representado por um pulso de duração Tb e amplitude A e um bit “0” é representado
pela ausência de pulso. Prove, seguindo os mesmos passos das subseções 4.1 e 4.2,
que a probabilidade de erro de bit é dada por
1 E ¬
Pe erfc b . (22)
2 2 N 0 ®
5.1 Definição
A Figura 5.1 mostra o modelo de um sistema de comunicação em banda base com
sinalização 2-PAM do tipo antipodal. A partir desse modelo será abordado nesta seção o
conceito de interferência intersimbólica. Escolheu-se uma sinalização binária para aná-
lise apenas para facilitar o entendimento do texto. As conclusões obtidas com esta análise
também se aplicam à sinalização multinível.
Na Figura 5.1 os dois blocos mais à esquerda são responsáveis por gerar a sequência
de pulsos g(t) que comporá a forma de onda de transmissão, s(t). Adotando a convenção
bit 1 o +g(t) e bit 0 o –g(t), os pulsos {ak} corresponderão a uma sequência de pulsos
estreitos e de amplitudes +1 ou –1 respectivamente. O canal com resposta h(t) foi inserido
no sistema para representar eventuais comportamentos de distorção causada por filtragem
do sinal aplicado à sua entrada. Por exemplo, se estivermos realizando uma transmissão
via um par metálico, as resistências, indutâncias e capacitâncias distribuídas ao longo
dessa linha poderão causar um efeito de filtragem passa-baixas (GUIMARÃES, 2009,
p. 185). Esse efeito de filtragem fará com que uma sequência de pulsos g(t) com formato
de semiciclo cossenoidal, (como exemplo) aplicada à entrada, passe a ter, na saída, um
aspecto parecido com aquele ilustrado pela Figura 5.2.
Figura 5.2 - Exemplo de distorção provocada por um canal com resposta ao impulso h(t).
Interferência Intersimbólica 55
Depois de sofrer o efeito de filtragem pelo canal no modelo da Figura 5.1, o sinal é
contaminado com a adição de ruído branco, fenômeno já descrito.
Sabe-se que a convolução (LATHI, 2007, p. 163) de um pulso com uma resposta ao
impulso qualquer gera como resultado um sinal cuja duração é igual à duração do pulso
de entrada mais a duração da resposta ao impulso. Portanto, somente se o canal tiver
banda infinita, a duração do pulso de saída será igual à duração do pulso de entrada. Isso
ocorreria, pois, nesse caso, a resposta ao impulso do canal seria uma função impulso (ou
delta de Dirac) (LATHI, 2007, p. 91), cuja duração tende a zero.
Em uma situação prática, o alargamento ou dispersão temporal dos pulsos ao
atravessarem o canal pode fazer com que símbolos adjacentes se sobreponham. Essa
sobreposição pode causar o fenômeno conhecido como interferência intersimbólica
(IIS). A dispersão temporal pode ser facilmente explicada à luz da dualidade tempo-
-frequência: quando se reduz as componentes de frequência de um sinal, eleva-se a
duração do sinal; quando se reduz a duração de um pulso, eleva-se a banda por ele
ocupada. A Figura 5.3 ilustra esse conceito.
Figura 5.3 - Exemplo de dispersão temporal causada por um canal com resposta ao impulso h(t).
Interpretando tais resultados, concluímos que, para que um canal não cause distorção
em um sinal, é necessário que ele tenha a magnitude de sua resposta em frequência
constante, ou seja, |H( f )| = k, e a fase de sua resposta em frequência com comportamento
linear, ou seja, 2( f ) = –2QfU. A primeira condição refere-se à necessidade de as várias
componentes de frequência do sinal manterem a mesma relação de amplitudes da entrada
para a saída do canal. A segunda condição demanda que o tempo de propagação U seja
idêntico para todas as componentes de frequência do sinal.
Na prática é bastante difícil ter canais que atendem as condições de magnitude
constante e fase linear em toda a banda ocupada pelo sinal transmitido, situação ilustrada
pela Figura 5.6 (a). No entanto, basta que tais condições sejam atendidas dentro da banda
em que se concentra a maior parte da energia do sinal, como ilustrado na Figura 5.6 (b).
Na figura, S( f ) é a densidade espectral de potência (DEP) do sinal transmitido.
Interferência Intersimbólica 57
Figura 5.6 - Magnitude e fase da resposta em frequência de um canal
sem distorção (a) com S( f ) limitado e (b) com S( f ) não limitado.
É importante ressaltar que, na prática, qualquer sinal que tenha pulsos confinados no
tempo terá banda infinita. Analogamente, qualquer sinal que tenha espectro confinado em
uma determinada banda terá pulsos com duração infinita. Por exemplo, se estivermos
transmitindo pulsos retangulares, sabemos que o espectro (DEP) terá relação com a
função sinc2( f ) 9 (GUIMARÃES, 2009, p. 161). Temos, nesse caso, um típico exemplo de
pulso confinado, para o qual o espectro é infinito. Entretanto, a maior parte da energia
de tais pulsos se encontra no chamado lobo (ou lóbulo) principal do espectro. Sendo
assim, se o canal tiver magnitude da resposta em frequência constante e fase linear na
largura de faixa do lóbulo principal do sinal, não haverá distorção significativa do sinal,
situação esta tolerada sem maiores problemas na prática. A Figura 5.6 (b) ilustra
justamente esta situação.
Na prática, é comum se ter a necessidade de formatação adicional do espectro do
sinal transmitido, além daquela proporcionada pela própria escolha do tipo de sinalização.
No entanto, como tal formatação adicional é comumente realizada por meio de filtragem,
ela está sempre associada a uma distorção (alargamento dos pulsos de transmissão), o que
vai produzir a desejada redução na banda ocupada pelo sinal. Felizmente, é possível
que alguma distorção ocorra no sinal e ainda assim não ocorra interferência inter-
simbólica. O controle dessa distorção pode ser feito por meio do projeto adequado dos
filtros de transmissão e recepção, assunto do Capítulo 6. Sendo assim, pode-se dizer que a
transmissão sem distorção é uma condição suficiente para não haver IIS, mas, como
veremos, ela não é necessária. Em outras palavras, pode existir um sistema que produza
distorção, mas que não produza IIS.
9
Consulte o item A.6 do Apêndice A para a definição formal da função sinc(x) utilizada neste livro.
6.1 Introdução
Tendo como referência o sistema ilustrado na Figura 6.1, inicialmente vamos definir
um novo formato de pulso correspondente à associação em série (ou em cascata) do filtro
de transmissão, do canal e do filtro de recepção, desconsiderando o ruído em um primeiro
momento. A esse pulso vamos dar o nome de Pp(t) = g(t) c(t) h(t), em que P é uma
constante de atenuação ou ganho dessa associação em cascata como um todo e o símbolo
‘ ’ denota a operação da convolução (LATHI, 2007).
Figura 6.1 - Modelo de transmissão em banda base com possível distorção do canal.
Adaptada de Guimarães (2009).
Figura 6.2 - (a) p(t) e sua transformada P( f ). (b) pG(t) e sua transformada PG( f ).
Exemplo 6.2
Vamos repetir o exemplo anterior para um novo formato de pulso p(t) ligeiramente
diferente do primeiro, conforme ilustra a Figura 6.5.
Vamos mais uma vez analisar a sequência de pulsos p(t) na saída do filtro de
recepção, como mostrado na Figura 6.6. Percebe-se nitidamente que, nos instantes
de amostragem ótimos, os pulsos vizinhos de cada pulso de interesse não têm sempre
valor nulo. Esta situação configura a existência de IIS e, como resultado, os valores
esperados das amostras serão modificados pelos pulsos vizinhos, fazendo com que o
sistema como um todo fique menos robusto à influência do ruído.
10
A Figura 6.7 (b) de fato não representa uma função impulso (ou delta de Dirac), pois a amostra de p(t) não tem
duração tendendo a zero, nem amplitude tendendo a infinito. Entretanto, a transformada de Fourier de um pulso de
amplitude finita e duração muito pequena tende a ser um valor constante.
Sempre que a soma das réplicas do espectro de p(t), ou seja, PG( f ) for constante, no
domínio do tempo p(t) terá nulos em múltiplos inteiros do intervalo de sinalização e,
portanto, não haverá IIS.
Como antecipado, para conseguirmos atender ao critério de Nyquist, devemos
projetar os filtros de transmissão e de recepção adequadamente. Na Seção 6.3 tomaremos
contato com filtros tipicamente utilizados na prática e que atendem ao critério de Nyquist
para IIS nula.
Muitas das aplicações têm canais de comunicação variáveis no tempo. Nestes casos o
equalizador torna-se bastante complexo e assume sua forma adaptativa, ou seja, sua
resposta em frequência se adapta às variações da resposta em frequência do canal. São
exemplos destes casos os equalizadores utilizados em sistemas de comunicação móvel
celular (RAPPAPORT, 2002, p. 355-380).
R 1
B Bmín 1 B 1 B 1 B
2 2T
1 Rb (26)
1 B 1 B .
2Tb log 2 M 2 log 2 M
1D
°T , 0d| f |d
2T
°
°T ª § ST ª 1 D º ·º 1 D 1 D
P( f ) ® «1 cos ¨ | | » , | | d (27)
2T »¼ ¸¹ ¼
«¬ f f
°2 ¬ © D 2T 2T
° 1D
°0, | f |! .
¯ 2T
ª sen S t T º cos SD t T
p(t ) « » . (28)
¬ S t T ¼ 1 2D t T
2
Na Figura 6.12 o pulso p(t) da equação (28) é ilustrado para alguns valores do fator de
forma D. Por meio desta figura percebe-se nitidamente que, independente do fator de forma,
o pulso p(t) tem nulos em múltiplos inteiros do intervalo de sinalização T. Isso faz com que
um determinado pulso não interfira em pulsos adjacentes, pois terá valores nulos nos
momentos ótimos de amostragem desses pulsos adjacentes.
Figura 6.13 - Formas de onda de saída dos filtros de recepção considerados no Exercício 1.
Figura 6.14 - Amostras das saídas dos filtros de recepção considerados no Exercício 1.
Solução b
Pelos resultados apresentados na Figura 6.14, nota-se que na parte (a) as amostras
têm valor +1 ou –1 o que indica que não há IIS, pois foi informado que a sinalização
é antipodal. Na parte (b), entretanto, nota-se que as amostras positivas têm valores
distintos, bem como as amostras negativas, indicando a presença de interferência
intersimbólica.
2. Por que um canal pode provocar IIS quando a magnitude de sua resposta em
frequência não é constante ou a sua fase não é linear na faixa espectral do sinal
transmitido?
Solução
Simplesmente porque estas são condições em que há distorção e, portanto, há
modificação nos formatos dos pulsos, o que pode levar à ocorrência de IIS.
4. A Figura 6.15 ilustra o espectro do pulso p(t) na saída do filtro de recepção. Haverá
ou não haverá interferência intersimbólica no sistema correspondente? Justifique sua
resposta.
Solução
Observando a resposta em frequência P( f ) dada, notamos a ausência de simetria
vestigial em torno de rR/2. Portanto, trata-se de uma situação em que haverá IIS, pois
o critério de Nyquist para IIS nula não é satisfeito para qualquer resposta P( f ) que
não apresente tal simetria.
5. A Figura 6.16 (a), corresponde ao formato de pulso p(t) na saída do filtro de recepção
de um sistema de comunicação em banda base com sinalização multinível quaternária
(4-PAM) operando a 1.000 bit/s. Sabendo que o mapeamento (dibit) ĺ (amplitude de
símbolo) segue a regra 00 ĺ 3, 01 ĺ 1, 10 ĺ +1 e 11 ĺ +3, esboce no gráfico
dado na parte (b) a figura em questão a sequência de pulsos de recepção para os bits
transmitidos 01111000, considerando atenuação nula ao longo do sistema e ruído
também nulo. Verifique a ocorrência ou não de IIS. Observação: Os nulos de p(t)
ocorrem em múltiplos de T = 2Tb.
Figura 6.16 - (a) Pulso p(t) na saída do filtro de recepção, (b) Gráfico para resolução do Exercício 5.
9. A forma de onda na parte (a) do gráfico da Figura 6.18 corresponde à forma de onda
de saída do filtro de recepção em um sistema de comunicação digital com sinalização
antipodal em banda base. Suponha que os pulsos de amostragem dessa forma de onda
ocorrem nos instantes correspondentes à grade da figura. Pedem-se:
a) Desenhe no gráfico da parte (b) a sequência de amostras do sinal na parte (a).
b) Responda se há ou não há interferência intersimbólica, justificando sua resposta.
Admita que a relação sinal-ruído seja bastante alta a ponto de a influência do
ruído poder ser desprezada.
c) Determine a taxa de sinalização e a taxa de bits.
10. Dois sistemas de comunicação digital em banda base estão operando à mesma taxa e à
mesma potência média de transmissão em canal AWGN, sob efeito da mesma
densidade espectral de potência de ruído. O canal possui magnitude da resposta em
frequência plana e fase linear dentro de toda a banda que o sinal ocupa. Ambos os
sistemas utilizam sinalização binária com formatos de pulso e filtros casados do tipo
raiz de cosseno elevado. Entretanto, o sistema A opera com fator de forma de 0,2 nos
filtros de transmissão e de recepção, enquanto o sistema B opera com fator de forma de
1 em ambos os filtros. Pedem-se:
a) Mesmo não havendo nenhuma outra condição de operação distinta entre os
sistemas, observou-se que, na presença de desvio (jitter)11 (ITU-T, 1996) no
instante de decisão ótimo, o sistema B apresentou taxa de erro de bit inferior à do
sistema A. Justifique o efeito observado. Como sugestão, faça desenhos para
auxiliá-lo na elaboração da justificativa.
b) Procurou-se então eliminar tal fenômeno de jitter e, como efeito, observou-se que
ambos os sistemas passaram a apresentar a mesma taxa de erro de bit. Esse
comportamento era esperado? Justifique.
11. Quais dos sistemas da Figura 6.19 proporcionam comunicação livre de IIS e em que
condições? Em cada um dos sistemas a entrada é alimentada com uma sinalização
M-PAM contendo pulsos bastante estreitos (aproximados de impulsos) e cada saída
refere-se à saída do filtro de recepção. Justifique suas escolhas e suas exclusões.
11
De acordo com a Rec. G810 da ITU, jitter de temporização corresponde às variações de curto prazo nos instantes
significantes de um sinal de temporização em relação às suas posições temporais ideais. Denominam-se variações de
curto prazo aquelas que ocorrem com frequência maior ou igual a 10 Hz (ITU-T, 1996, p. 3).
Solução
Incondicionalmente, apenas o sistema (c), que tem resposta que atende ao critério de
Nyquist. Condicionalmente, (a) se o canal não causar distorção, (d) se o canal tiver res-
posta plana e fase linear dentro da faixa do sinal transmitido. Os demais não têm
resposta resultante que atenda ao critério de Nyquist e, portanto, causarão IIS.
12. Dos sistemas apresentados no exercício anterior, qual melhor representa um sistema
real do ponto de vista da fidelidade com sua implementação? Justifique.
Solução
O sistema (d), pois tem como elementos os blocos que podem fazer parte do sistema
real.
13. Usando a definição formal da transformada inversa de Fourier dada por (LATHI,
2007, p. 602)
d
p t ¨d P f e j 2 Q f t df
7.1 Definição
É uma ferramenta gráfica de extrema utilidade no projeto e na avaliação de sistemas
de comunicação digital, pois permite verificar a influência de interferência intersimbólica
e de ruído. Ao mesmo tempo, permite calibração do sistema de sincronismo no tocante à
definição dos instantes ótimos de amostragem do sinal de saída do filtro de recepção.
Para entender como essa ferramenta é construída, considere a forma de onda de saída
do filtro de recepção apresentada na Figura 7.1 (a). Na Figura 7.1 (b) têm-se sucessivas
“fotografias” sobrepostas de pequenos trechos consecutivos da forma de onda da parte (a).
Figura 7.1 - Exemplo de formação do diagrama de olho. (a) Forma de onda de saída do filtro de recepção.
(b) Trechos consecutivos da forma de onda da parte (a). Adaptada de Guimarães (2009).
Diagrama de Olho 75
pulsos de amostragem produzirão amostras com maior distorção de valor quando
o diagrama de olho estiver mais fechado horizontalmente.
A título de complementação, a Figura 7.3 apresenta alguns diagramas de olho para
diferentes situações em um sistema com sinalização quaternária: (a) ausência de IIS e de
ruído, (b) ausência de IIS e relação sinal-ruído baixa, (c) ausência de IIS e relação sinal-
-ruído moderada, (d) relação sinal-ruído alta em canal com limitação de banda moderada,
(e) relação sinal-ruído alta em canal com limitação de banda mais severa.
Observe que tanto a presença de ruído quanto de IIS causa o fechamento vertical do
diagrama praticamente da mesma forma. Isso permite afirmar que, em uma primeira
análise, não é possível identificar se é a IIS ou é o ruído a causa de fechamento vertical do
diagrama. Logo à frente, por meio de um exercício, seremos capazes de aprender a
realizar essa identificação de forma bastante simples.
Figura 7.4 - Exemplo de diagrama de olho obtido na saída do filtro casado de um modem.
Solução
a) Se aumentarmos a potência de transmissão e o diagrama de olho apresentar aumento
relativo na abertura vertical, pode-se dizer que a principal causa do fechamento é o
ruído. Isso ocorre, pois quando a potência é aumentada, a relação sinal-ruído também
é aumentada e, portanto, a abertura vertical relativa do diagrama de olho aumenta. Se
o diagrama de olho não mostrar aumento da abertura relativa verticalmente com o
aumento de potência, temos um forte indicador da presença de IIS, pois ela sofre
influência somente dos sistemas lineares envolvidos e não do ruído ou da potência de
transmissão.
b) A IIS pode ter sido causada por qualquer dos elementos, como filtro de transmissão,
canal ou filtro de recepção.
c) O espaçamento entre os pontos ótimos de amostragem no diagrama de olho é de 1 ms,
que corresponde ao intervalo de símbolo. Logo, a taxa de símbolos é R = 1/T = 1.000
símbolo/s. Como a sinalização é quaternária, temos 2 bits por símbolo. Logo, a taxa
de bits é Rb = 1/Tb = 1/(T/2) = 2R = 2.000 bit/s.
d) B = (1 + D)R/2 = 1,2u500 = 600 Hz.
2. Os diagramas de olho mostrados na Figura 7.5 foram obtidos nas saídas dos filtros
casados de dois sistemas de comunicação digital em banda base, o sistema (a) e o
sistema (b). Os diagramas da esquerda referem-se a uma potência de transmissão P1 e
os da direita se referem a uma potência de transmissão P2 >> P1 (as escalas estão
normalizadas). Comente os diagramas no que se refere à influência do ruído e da
interferência intersimbólica nos dois sistemas.
Diagrama de Olho 77
Figura 7.5 - Diagramas de olho obtidos nas saídas dos filtros casados
de dois sistemas de comunicação digital em banda base.
Marcas Registradas
Todos os nomes registrados, marcas registradas ou direitos de uso citados neste livro
pertencem aos seus respectivos proprietários.
1 d u 2 ¬
du.
Q( x)
2Q ¨ x
exp
2 ® (198)
erfc( x) 2Q x 2 (199)
1 x ¬
Q( x) erfc . (200)
2 2 ®
Muitos softwares de cálculo e até calculadoras mais modernas contêm ao menos
uma dessas funções embutidas. Ainda assim, muitas referências contêm tabelas de
valores dessas funções para uma grande faixa de argumentos. Como exemplo, tem-se a
Tabela A.1.
Como alternativa, a expressão
2 ¡ d x 2i 1 ¯°
erfc( x ) 1 (1) i !(2i 1)! °
Q ¡¡¢ i 0
i
(201)
°±
corresponde à expansão da função erfc(x) em uma série infinita. Para 50 ou mais termos
no somatório, o valor obtido com a série aproxima-se bastante do valor exato da função
até por volta de 107. Para valores mais baixos do resultado é preciso aumentar o número
de termos do somatório.
cos 2 R 1
2
1 cos 2R (205)
sen R 1
2i
eiR eiR (215)
cos R 1
2
eiR eiR (216)
A.3 Derivadas
d dw dv du
(uvw) uv uw vw (217)
dx dx dx dx
d u ¬ 1 du dv ¬
v u (218)
dx v ® v2 dx dx ®
d v du dv
u vu v1 ln u u v (219)
dx dx dx
d 1 du
loga u loga e (220)
dx u dx
dn n ¬ d nu n¬ n1 n ¬ d nv
uv v n dv d u " n u (221)
dx n 0 ® dx 1 ® dx dxn1 n ® dx
d g ( x) g ( x ) sh( x, t )
dx ¨ f ( x) ¨ f ( x)
h( x, t )dt g a( x)h x, g ( x) f a( x)h x, f ( x) dt (223)
sx
f ( x) f a ( x)
lim lim (224)
xla g ( x) xla g a( x)
d 2 1
¨0 ex dx
2
Q (226)
d
¨0 x z1 ex dx (( z), Re z 0 (227)
d a
¨0 eax cos bxdx
a2 b2
(228)
d b
¨0 eaxsen bxdx
a2 b2
(229)
d eax sen bx b
¨0 x
dx tan1
a
(230)
d eax ebx b
¨0 x
dx ln
a
(231)
d 2 1 Q
¨0 eax dx
2 a
(232)
d 2 1 Q b2 /4a
¨0 eax cos bxdx
2 a
e (233)
d ((n 1)
¨0 xneax dx
an 1
, a 0, n 1
(234)
n!
n 1 , a 0, n 0,1, 2,...
a
b2 4ac
d 2 Q
¨d e(ax bx c)
dx
a
e 4a (237)
d OQ ((O / 2)
¨d (1 x2 / O )(O 1)/2
dx
( O 1 /2
(238)
1
¨ f (ax)dx
a¨
f (u)du (240)
u sen 2u 1
¨ sen2udu 2 4
(u sen u cos u)
2
(244)
u sen 2u 1
¨ cos2 udu 2 4
(u
2
sen u cos u) (245)
eax
¨ eax dx a
(246)
eax 2 2 x 2 ¬
¨ 2 ax
x e dx x
a a
a2 ®
(247)
1
¨ x dx ln x (248)
du 1 1 u
¨ u2
a2 a
tan
a
(252)
du u
¨ a2 u 2
sen1
a
(253)
t ¬ £¦ A, | t | T / 2 sen(Q fT )
A rect ¤ AT AT sinc( fT )
T ® ¦¦¥ 0, | t |p T / 2 (Q fT )
£
¦ |t|
¦
¦1 , | t | T sen 2 (Q fT )
¤ T T T sinc2 ( fT )
¦
¦ (Q fT ) 2
¥ 0, | t |p T
¦
1 f ¬
sinc(2Bt ) rect
2B 2B ®
Q (Q f )2 ¯
exp Bt 2 , Re(B) 0 exp ¡ °
B ¡¢ B °±
1
exp Bt u(t ), B 0
B j 2Q f
B¬
exp jBt
E f
2Q ®
1 1 ¬
u(t ) (função degrau unitário) E ( f )
2 jQ f ®
2B
exp B | t | , B 0
B2 4Q 2 f 2
1 j sgn( f ),
Qt em que sgn( f ) u( f ) u( f )
1 E( f )
B.1 Introdução
Em telecomunicações, o termo ruído pode, em princípio, estar associado a qualquer
sinal, normalmente aleatório, que degrada o desempenho dos sistemas. Entre os mais
variados tipos de ruído que acometem tais sistemas, destaca-se o ruído térmico. Trata-se
de um sinal aleatório gerado pela agitação dos elétrons em um condutor, a qual é
produzida pela ação da temperatura. Outro tipo de ruído que pode causar grande
degradação de desempenho em sistemas de comunicação é o ruído impulsivo. Esse ruído
tipicamente tem grande amplitude (em comparação com a amplitude do sinal que
contamina) e é causado por perturbações que apresentam mudanças abruptas e de curta
duração. Como exemplo, o simples ato de ligar ou desligar uma lâmpada fluorescente
torna possível a geração de arcos voltaicos, podendo induzir ruído impulsivo em circuitos
eletrônicos nas proximidades. Assim também ocorre com os motores à explosão dos
veículos, nos quais o sistema de ignição pode induzir ruído impulsivo em circuitos
eletrônicos localizados nas proximidades destes. Mudanças abruptas de níveis de corrente
ou tensão em um circuito podem também provocar ruído impulsivo. Nesse caso, o ruído é
acoplado diretamente ao circuito (por condução).
Por estar sempre presente nos receptores dos sistemas de comunicação, o ruído
térmico será explorado um pouco mais neste apêndice. O ruído impulsivo não será
abordado. Para aqueles que desejam se aprofundar, a referência (GIORDANO, 2003)
apresenta uma abordagem bastante ampla acerca do ruído impulsivo.
Pode-se mostrar que o valor quadrático médio da tensão de ruído gerada nos
terminais do circuito equivalente de Thèvenin, mostrado na Figura B.2, é dado por
(LATHI, 2007, pp. 220-224)
E ¢ VT2 ¯± 4kTBR volts2 , (254)
Figura B.2 - Circuito equivalente de Thèvenin para análise do processo de geração do ruído térmico.
32
De maneira simplificada, o teorema do limite central diz que a função densidade de probabilidade da soma de
variáveis aleatórias independentes tende a uma gaussiana à medida que o número de variáveis somadas aumenta, não
importando qual seja a densidade de probabilidade das variáveis aleatórias individualmente.
33
Um ruído que não tem DEP plana é genericamente chamado de ruído colorido.
em que se fez uso da propriedade que diz que a densidade espectral de saída de um
sistema linear (um filtro linear, por exemplo) é o resultado da multiplicação da densidade
espectral de potência do sinal de entrada pela magnitude ao quadrado da resposta em
frequência do sistema. Fez-se ainda uso da propriedade que diz que a potência de um
sinal pode ser calculada pela integral da (área sob a) sua densidade espectral de potência.
Aplicando-se o mesmo ruído branco à entrada de um filtro passa-baixas ideal de
largura de faixa B hertz, Figura B.5, a potência média do ruído em sua saída será
BN0
N2 ¨ H (0) 2 df N 0 BH 2 (0). (259)
B 2
EMENTA
Representação e análise do espaço de sinais. Modulações digitais: geração, demodulação, eficiência espectral e eficiência de
potência em canal AWGN. Canais de comunicação sem fio terrestre móvel externo e interno. Transmissão de sinais modulados
em canais de comunicação sem fio terrestre móvel.
OBJETIVOS GERAIS
Ao final do curso, tendo obtido aproveitamento nas avaliações, o aluno deverá ser capaz de:
1 - Analisar modulações digitais em termos de sua constelação, geração, demodulação, eficiência espectral e eficiência de
potência.
2 - Analisar o desempenho de modulações digitais em canais de comunicação terrestre móvel.
3 - Utilizar ferramentas computacionais para a modelagem e simulação de sistemas de transmissão digital.
4 - Realizar estudos mais avançados sobre transmissão digital.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
A disciplina relaciona-se diretamente com todas as disciplinas do curso cujo conte údo aborde as técnicas e sistemas de
comunicação, bem como com as disciplinas de fundamentação matemática que a precedem.
PROCEDIMENTOS DE ENSINO
As aulas serão ministradas de forma expositiva, por meio de proje ção multimídia, de anotações e da resolução de alguns
exercícios no quadro. Como complemento, atividades extraclasse poder ão ser sugeridas para os alunos. O enfoque da disciplina
busca a fundamentação de conceitos sobre subsistemas de comunicação digital, de forma a propiciar sólida base que sustente o
estudo de temas correlatos mais avançados.
RECURSOS DIDÁTICOS
Referências bibliográficas da disciplina e videoaulas baseadas na simulação de subsistemas de comunicação digital.
Ao longo do semestre haverá duas provas que comporão as notas PV1 e PV2, cada uma entre zero e cem.
As notas parciais serão NP1 = (PV1 + PV2)/2; NP2 = NP1.
O aluno que perder uma das provas que compõe a NP1 ou a NP2,
e obteve se obter
deferimento em seu pedido de prova substitutiva, fará a NP3 para substituir uma das provas perdidas e a prova substitutiva
substituirá a nota NP3, caso necessário.
A NP3 não poderá substituir uma prova perdida e valer como NP3 ao mesmo tempo.
TESTE DE LABORATÓRIO
Este critério não se aplica a esta disciplinas.
a. GUIMARÃES, Dayan Adionel (Dayan Adionel Guimarães), Digital transmission: a simulation-aided introduction with
VisSim/Comm. Berlin: Springer, 2009, 872 p. ISBN 978-3-642-01358-4.
b. GUIMARÃES, Dayan Adionel (Dayan Adionel Guimarães); SOUZA, Rausley Adriano Amaral de (Prof. Dr. Rausley Adriano
Amaral de Souza), Transmissão digital: princípios e aplicações. 1 ed. São Paulo, SP: Érica, 2012, 320 p. ISBN
978-85-365-0439-1.
c. HAYKIN, Simon S., Communication systems. 4 ed. U.S.A.: John Wiley & Sons, 2001, 816 p. ISBN 0-471-17869-1.
a. ; GUIMARÃES, Dayan Adionel (Dayan Adionel Guimarães), Complex envelope based modems: a tutorial. Journal of
communication and information systems, 2020, ISBN DOI: https://doi.org/10.14209/jcis.2020.4.
b. JERUCHIM, Michel C.; BALABAN, Philip (Philip Balaban); SHANMUGAN, K. Sam, Simulation of communication systems:
modeling, methodology, and techniqes. 2 ed. New York, EUA: Kluwer Academic Publishers, 2000, 907 p. ISBN 0-306-46267-2.
c. OPPENHEIM, Alan V.; WILLSKY, Alan S., Signals and systems. 2 ed. New Jersey: Prentice Hall, 1996, 957 p. ISBN
0-13-814757-4.
d. PAPOULIS, Athanasios; PILLAI, S. Unnikrishna, Probability, random variables, and stochastic processes. Boston, MA:
McGraw-Hill, 2002, 852 p. ISBN 0-07-366011-6.
e. PROAKIS, John G., Digital communications. 4 ed. New York, EUA: McGraw-Hill, 2001, 1002 p. ISBN 0-07-1232111-3.
f. ZIEMER, Rodger E.; ZIEMER, Rodger E., Introduction to digital communication. New Jersey: Prentice Hall, 2001, 905 p. ISBN
0-13-896481-5.
PERÍODICOS DO CURSO
OBSERVAÇÕES
APROVAÇÕES E ASSINATURAS
Docente
Sumário
Introdução ........................................................................................................................ 15
5
6.5 Espectro e pulso raiz de cosseno elevado ............................................................... 67
6.6 Exercícios propostos e resolvidos........................................................................... 68
7
Capítulo 15 - Modulações M-QAM com Detecção Coerente .....................................168
15.1 Modulações da família M-QAM ........................................................................ 168
15.1.1 Modulações M-QAM com constelação quadrada ....................................... 168
15.1.2 Modulações M-QAM com constelação não quadrada ................................ 170
15.1.3 Sinal modulado e funções base para as modulações M-QAM .................... 171
15.1.4 Probabilidade de erro de símbolo e de bit para
modulações M-QAM com constelação quadrada ........................................ 171
15.1.5 Probabilidade de erro de símbolo e de bit para modulações
M-QAM com constelação não quadrada ..................................................... 172
15.1.6 Geração e demodulação com detecção coerente
de um sinal M-QAM com constelação quadrada ........................................ 173
15.1.7 Geração e demodulação com detecção coerente
de um sinal M-QAM com constelação não quadrada.................................. 174
15.1.8 Densidade espectral de potência e eficiência
espectral das modulações M-QAM ............................................................. 175
15.2 Comparação entre modulações M-PSK e M-QAM ............................................ 175
15.3 Exercícios propostos e resolvidos....................................................................... 176
9
Parte 4 - Espalhamento Espectral .................................................. 227
11
Apêndice B - Ruído Térmico ........................................................................................307
B.1 Introdução ............................................................................................................ 307
B.2 Modelo matemático para o ruído térmico ............................................................ 307
B.3 Ruído aditivo gaussiano branco ........................................................................... 309
B.4 Largura de faixa equivalente de ruído ................................................................. 311
Representação e Análise
do Espaço de Sinais
8.1 Introdução
O estudo da transmissão em banda base feito até este ponto se concentrou no projeto
e na análise do receptor ótimo para uma sinalização binária (dois símbolos), embora
tenhamos apresentado a técnica M-PAM como uma das formas de transmissão de M
símbolos. O estudo da representação geométrica de sinais permitirá construir um conjunto
de ferramentas matemáticas que auxiliará no projeto e na análise do receptor ótimo
generalizado, aquele projetado para detectar e decidir de maneira ótima os símbolos de
uma sinalização com M qualquer.
A representação geométrica de sinais ainda servirá como uma interface suave do
estudo da transmissão em banda base para o estudo das modulações digitais a ser
abordado na Parte 3 do livro.
vij v iT I j , (33)
em que []T denota uma transposição matricial, vi = [vi1 vi2 … viN]T e Ij é também um vetor
N-dimensional com o valor “1” na j-ésima posição e com zeros nas outras posições.
Como exemplo, para j = 2 tem-se I2 = [0 1 0…0]T. Neste exemplo veja que, de fato,
viTI2 = vi2.
A Figura 8.1 ilustra os conceitos até aqui apresentados, para um espaço euclidiano
bidimensional (N = 2) e para dois vetores (M = 2). Os eixos foram identificados como G1
e G2 de forma que lembrem a associação com os vetores base I1 e I2.
T £
¦ 1, i j
¨0 Gi (t )G j (t ) dt ¤
¦
¦
¥ 0, i v j
Eij . (35)
12
O produto interno entre dois vetores é o resultado da soma dos produtos entre os elementos desses vetores. Por
exemplo, se x = [x1 x2 ... xN]T e y = [y1 y2 ... yN]T, então xTy = x1y1 + x2y2 + ··· + xNyN.
De fato a equação (36) tem uma justificativa matemática mais formal, o que se pode
verificar operando genericamente com as expressões (34) e (35), como segue:
T T N N
¨0 x t y t dt ¨0 x jG j t yk Gk t dt
j 1 k 1
N N T
x j yk ¨0 G j ( t )Gk t dt (37)
j 1 k 1
N
x j y j x T y.
j 1
A equação (37) mostra que a correlação entre dois sinais no domínio do tempo tem
como equivalente no domínio vetorial o produto interno entre os vetores correspondentes.
Estamos agora prontos para definir a representação de sinais no espaço euclidiano.
Desde que conhecer o conjunto de coeficientes e as funções base é tão bom ou suficien-
te quanto conhecer as próprias formas de onda geradas pela combinação linear destes,
podemos também representar sinais em um espaço euclidiano. Nessa representa-
ção utilizamos pontos em vez de vetores, simplesmente para evitar uma “poluição
visual” desnecessária no gráfico. Esse tipo de representação é também conhecido como
constelação de sinais ou, simplesmente, constelação.
A Figura 8.2 mostra um espaço de sinais bidimensional utilizado para representar as
formas de onda s1(t) e s2(t) através dos correspondentes vetores (pontos), os quais
denominamos vetores-sinais s1 e s2. Note que esta denominação é intuitivamente satisfa-
tória, pois o que se tem agora são vetores cujos componentes são os coeficientes da
combinação linear (34) para síntese de sinais no domínio do tempo.
A Figura 8.2 mostra que a norma de um vetor-sinal, ou seja, seu comprimento, pode
ser determinada com o auxílio da equação (37), resultando em:
s ¯ T
si si21 si22 < si1 si 2 > ¡¡ i1 °° s iT s i ¨0 si2 t dt Ei . (38)
¢ si 2 ±
T N
2
Ei ¨ 0
si2 t dt siT si sij2 si . (39)
j 1
Como resultado complementar, ainda utilizando a Figura 8.2 como referência, note
que se somarmos vetorialmente s1 com –s2, teremos como resultado um vetor cuja norma
terá valor igual à distância entre os vetores-sinais s1 e s2. Verifique esta afirmação como
exercício. Genericamente, a distância euclidiana entre dois vetores-sinais quaisquer é
d ik s i s k . (40)
Deve-se ficar atento ao fato de que si(t) não representa a forma de onda do sinal
transmitido ao longo do tempo, mas apenas durante um intervalo de símbolo.
Uma sequência desses pulsos si(t) é que forma o sinal transmitido.
x Canal: para o presente estudo, o canal será considerado sem distorção, apenas
contaminando o sinal pela adição de ruído branco. Portanto, trata-se apenas de
um canal AWGN livre de interferência intersimbólica.
x Receptor: processa o sinal recebido x(t) e estima (toma a decisão sobre) o símbolo
transmitido. A estimativa do símbolo transmitido, m̂ , correspondente a um con-
junto de k bits, é então serializada para formar a sequência de bits estimados.
T 2
13
Se si(t) é um sinal complexo, sua energia é calculada por meio de Ei ¨ si (t ) dt.
0
Figura 8.4 - (a) Síntese e (b) análise de si(t) por meio da combinação linear de N funções base G j(t).
N
¦£ 0 t b T
Expressão de síntese de uma forma de onda qualquer si(t), do conjunto de
si ( t ) sijG j (t ) , ¦¤¦¦ i 1, 2, ..., M M formas de onda, por meio da combinação linear de N funções base
j 1 ¥ ortonormais ponderadas pelos correspondentes coeficientes sij.
N
2 Expressão de cálculo da norma ao quadrado de um vetor-sinal. A norma é
si siT si sij2 , i 1, 2, ..., M simplesmente o tamanho ou módulo do vetor em questão.
j 1
N
Expressão que diz que a energia de um símbolo si(t) pode ser calculada
T
Ei sij2 ¨0 si2 ( t ) dt siT si vetorialmente pela norma ao quadrado do correspondente vetor-sinal. Tal
j 1 energia é igual ao produto interno do vetor-sinal por ele mesmo. O
si
2 produto interno nada mais é do que a soma dos produtos dos coeficientes
dos vetores envolvidos.
T
Expressão que permite que se calcule a correlação entre duas formas de
¨0 si ( t ) sk ( t ) dt siT s k onda quaisquer, no intervalo de símbolo T, por meio do produto interno
entre os vetores-sinais que as representam.
Ortogonalização de Gram-Schmidt 87
De maneira análoga, na ortogonalização de Gram-Schmidt são geradas funções
intermediárias a partir das quais são encontradas as funções base. Funções intermediárias
gi(t) são obtidas retirando as componentes de si(t) nas “direções” de G1(t), G2(t), ...,
Gi1(t), ou seja, encontrando gi(t) ortogonal a G1(t), G2(t), ..., Gi1(t). Então, basta fazer
Gi(t) = gi(t)/(Egi)1/2, em que Egi é a energia de gi(t) e a divisão por Egi1/2 se faz necessária
para que se tenha Gi(t) com energia unitária. Se alguma função intermediária gi(t) = 0,
significa que as componentes de si(t) dependem somente das outras funções base Gj(t),
j z i, ou seja, a correspondente função base Gi(t) não existe.
Tomando por base o que está descrito no parágrafo anterior, obtêm-se as seguintes
expressões utilizadas pelo processo de ortogonalização de Gram-Schmidt:
i 1
g i t si t sijG j t , i 1, 2, ..., M , (42)
j 1
gi t
Gi t , i 1, 2, ..., N ,
T (44)
¨ 0
g i2 t dt
Exemplo 9.1
Vamos agora exemplificar a aplicação do processo de ortogonalização de Gram-
-Schmidt para determinar as funções base ortonormais das formas de onda dadas na
Figura 9.2, partindo da forma de onda s1(t) como geradora da função base G1(t). Dica: na so-
lução de um problema como este é recomendável fazer rascunhos que permitam determinar
graficamente os resultados de operações intermediárias com as funções analisadas. Isso
facilita a visualização dos resultados e reduz as chances de erro.
Então,
£
¦ 1, 2btb3
g 2 ( t ) s2 ( t ) 2G1 ( t ) ¤
¦
¥ 0, caso contrário.
¦
Graficamente se obtém a função intermediária g2(t) conforme a Figura 9.3.
Ortogonalização de Gram-Schmidt 89
A função base G3(t) será então:
s3 ( t ) 1 2
G3 ( t )
E3
= E3 ¨0 s32 ( t ) dt ¨1 s32 ( t ) dt 2 º
£¦ 1 / 2, 0b t 1
s3 ( t ) ¦¦
G3 ( t ) ¦
¤ 1 / 2, 1 b t b 2
2 ¦¦
¦¦¥ 0, caso contrário.
Figura 9.6 - Espaço de sinais representando os sinais s1(t), s2(t), s3(t) e s4(t) do Exemplo 9.1.
Note, por meio da equação (42) que, por definição, o símbolo s1(t) será sempre
utilizado para gerar G1(t). No entanto, pode-se adotar outro símbolo como gerador da
primeira função base. Ao final do processo, conjuntos diferentes de funções base podem
resultar, sem perda da funcionalidade de síntese do conjunto de símbolos.
Ortogonalização de Gram-Schmidt 91
3. Sejam os seguintes símbolos:
£¦ 2 A 3
¦¦ t, 0 t b T 2
¦¦ T
¦
¤ 2A 3
s1 t s2 t ¦¦ t T , T 2 t b T
¦¦ T
¦¦ 0, caso contrário.
¥
a) Encontre a(s) função(ões) base para a representação dos símbolos s1(t) e s2(t).
b) Represente na forma vetorial os símbolos s1(t) e s2(t).
c) Calcule a probabilidade de erro de bit sabendo que A = 1 mV, N0 = 1010 W/Hz e
Rb = 1 kbit/s.
Solução
s1 t
a) E1 = E2 = A2T. Como a sinalização é unidimensional, então G1 t .
A T
b) s1 ¢ E ¯± , s2 ¢ E ¯± .
£
¦¦ 1, 0t bT / 2
h1 t ¦¤1, T / 2 t T,
¦¦
¦¦¥ 0, caso contrário.
£
¦1, 0t bT
h2 t ¤
¦
¥ 0,
¦ caso contrário.
h1 t h t
b) G1 t e G2 (t ) 2 .
T T
T T
c) h1 ¢ T 0 ¯± , h 2 ¢ 0 T ¯± .
d) h1 t T G1 t e h2 t T G2 t .
¦£1, 0 b t b1 ¦£1, 1b t b 2
s1 t ¦¤ s2 t ¦¤
¦¥¦ 0, caso contrário ¦¥¦ 0, caso contrário
¦£1, 0bt b2 ¦£1, 2bt b3
s3 t ¤ s4 t ¤
¦¥¦ 0, caso contrário ¦¥¦ 0, caso contrário
¦£¦1, 0 b t b1
£¦1, 1 b t b 3
s5 t ¦¤1, 2bt b3 s6 t ¤
¦¦ ¦¦¥ 0, caso contrário
¦¦¥ 0, caso contrário
£¦1, 0 b t b 3
s7 t ¤ s t 0
¦¦¥ 0, caso contrário 8
Encontre uma base ortonormal para o conjunto de sinais dado e escreva cada sinal em
termos das funções base encontradas. Procure resolver este exercício sem aplicar o
método de ortogonalização de Gram-Schmidt, mas apenas por inspeção.
Solução
Ortogonalização de Gram-Schmidt 93
10
Receptor de Máxima
Verossimilhança em Canal AWGN
14
Uma LUT pode ser implementada por meio de um circuito combinando partes digitais e analógicas, dependendo do
mapeamento que se deseja realizar. Para a aplicação em questão, a partir de dados binários de entrada a LUT
produzirá valores analógicos de saída correspondentes aos coeficientes dos vetores-sinais. Neste caso, pode-se
interpretar a LUT como sendo um conversor de bits em coeficientes.
15
Mathcad® é marca registrada da Mathsoft, Inc. Matlab® e Matlab Simulink® são marcas registradas da Mathworks,
Inc. VisSim/Comm® é marca registrada da Visual Solutions, Inc.
1, 2 ¯ 0, 097 ¯ 1, 297 ¯
¡ ° ¡ ° ¡ °
¡ 1, 2 ° ¡ 0,348 ° ¡ 1,548 °
s1 ¡ ° w¡ ° x = s1 + w ¡ °. (46)
¡ 1, 2 ° ¡ 0,108 ° ¡ 1, 308 °
¡ ° ¡ ° ¡ °
¡ 1, 2 ° ¡ 0,331 ° ¡ 0,869 °
¢ ± ¢ ± ¢ ±
16
Estes vetores podem ser gerados utilizando, por exemplo, a função “randn” do software Matlab.
Dado o símbolo recebido x, decida pelo símbolo mais próximo em termos de distância
euclidiana, ou seja, decida pelo símbolo que minimiza ||x – si||, i = 1, 2, ..., M.
Esse critério aplica-se apenas quando os símbolos são equiprováveis. Quando não o
são, esse critério não será ótimo e deverá ser adotado o critério do máximo a posteriori
(MAP) para o projeto de outro receptor que leve em conta os diferentes valores de
probabilidade de envio dos símbolos.
As regiões de decisão de cada símbolo são limitadas por planos no espaço N-dimen-
sional. Ao conjunto dessas regiões dá-se o nome de diagrama de Voronoi (WIKEPEDIA).
A Figura 10.5 ilustra esse diagrama para M = 4, N = 2 e símbolos equiprováveis com
energia E. As regiões de decisão Ri, i = 1, 2, 3, 4, estão limitadas pelos eixos
coordenados. Neste exemplo, suponha que foi transmitido o símbolo s4. Como o vetor
observado está mais próximo do símbolo s1, o receptor irá decidir por s1 e, portanto,
cometerá erro. Não haverá erro de decisão se o vetor observado x se mantiver na região
de decisão do símbolo transmitido, pois somente nesta situação a sua distância euclidiana
com relação ao símbolo realmente transmitido será menor.
O receptor que realiza a decisão segundo este critério é chamado de receptor de má-
xima verossimilhança e é mostrado na Figura 10.6. Nele, o bloco E/V (escalar/vetorial)
simplesmente agrupa as N saídas do banco de correlatores em um único “barramento” que
carrega os elementos do vetor observado x. O bloco decodificador foi inserido após o
banco de correlatores para completar a estrutura do receptor analisado até este momento.
Esse bloco, correspondente aos dois blocos mais à direita na Figura 10.1, permite que
o critério de máxima verossimilhança seja implementado, ou seja, é ele que determina o
símbolo mais próximo do símbolo recebido, em termos de distância euclidiana. A sua
composição é resultado de um desenvolvimento matemático que parte do critério de
decisão adotado. Para mais detalhes sobre esta dedução, recomenda-se consultar
(GUIMARÃES, 2009, Seção 5.8).
O conjunto de blocos que compõem o decodificador nada mais faz além de realizar a
correlação entre o sinal recebido e todos os possíveis símbolos, porém no domínio vetorial,
através dos M produtos internos. A conversão do sinal recebido no domínio contínuo para
o domínio vetorial é realizada pelo bloco detector. Trata-se de uma implementação
intuitivamente satisfatória: o receptor decide pelo símbolo que apresentar maior
correlação (ou similaridade), com o sinal recebido.
17
A simetria esférica não é um conceito simples, mas pode ser definida da seguinte forma no presente contexto: um
vetor de variáveis aleatórias w é esfericamente simétrico se a rotação de w em torno de sua média não altera sua
distribuição.
s irot Qs i . (47)
s itrans s i a. (48)
Exemplo 10.2
Considere as constelações dadas na Figura 10.9, em que a constelação à direita
corresponde a uma translação da constelação à esquerda.
Vamos calcular a energia média por símbolo em ambos os casos, considerando sím-
bolos equiprováveis. Para a constelação original teremos
M
1 4 1 2¯
E pi E i
4 i 1
Ei q 4 q [2
4
2] q ¡ ° 8 joules.
¡¢ 2 °±
i 1
Figura 10.10 - (a) Sinalização bipolar, (b) sinalização unipolar consideradas no Exemplo 10.3.
Em uma primeira análise diríamos que não vale a pena utilizar a constelação (b). Mas
suponha que temos um sistema de comunicação via fibra óptica. Como não há luz com
intensidade negativa, somos obrigados a utilizar uma sinalização unipolar e, neste caso,
teremos que conviver com a necessidade de maior potência média. Em resumo, quem dita
que constelação utilizar, na maior parte das vezes, é o meio de comunicação.
si' si E [s ]. (50)
Exemplo 10.4
Vamos transladar para a situação de energia mínima a constelação (b), Figura 10.9,
do Exemplo 10.2, considerando inicialmente símbolos equiprováveis e, em seguida,
símbolos com probabilidades a priori p1 = 0,2; p2 = 0,3; p3 = 0,1 e p4 = 0,4. Em cada caso
vamos calcular a energia média da constelação para compararmos os resultados.
A Figura 10.9(b) mostra que, de fato, a constelação em questão tem valor médio
igual a 1 para as coordenadas das duas dimensões. Então teremos os vetores-sinais
transladados para a situação de energia mínima:
3 ¯ 1¯ 2¯ 1¯ 1¯ 2 ¯
s1' s1 E < s > ¡ ° ¡ ° ¡ ° , s '2 s 2 E < s > ¡ °¡ ° ¡ °,
¡¢ 3 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 2 °± ¡¢ 3 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 2 °±
1¯ 1¯ 2 ¯ 3 ¯ 1¯ 2 ¯
s 3' s 3 E < s > ¡ ° ¡ ° ¡ ° , s '4 s 4 E < s > ¡ °¡ ° ¡ °.
¡¢ 1 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 2 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 2 °±
3 ¯ 1, 4 ¯ 1, 6 ¯ 1 ¯ 1, 4 ¯ 2, 4 ¯
s1' s1 E < s > ¡ ° ¡ ° ¡ ° , s '2 s 2 E < s > ¡ °¡ ° ¡ °,
¡¢ 3 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 2 °± ¡¢ 3 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 2 °±
1 ¯ 1, 4 ¯ 2, 4 ¯ 3 ¯ 1, 4 ¯ 1, 6 ¯
s 3' s 3 E < s > ¡ ° ¡ ° ¡ ° , s '4 s 4 E < s > ¡ °¡ ° ¡ °.
¡¢ 1 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 2 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 2 °±
si t 2 T cos 2Q f c t Ri , i 1, 2, (51)
Como fc tem valor múltiplo inteiro de 1/T, a última integral abarca um número inteiro
de períodos do sinal cossenoidal de frequência 2fc. Portanto, essa integral é nula.
Então,
2 T1 12
E ¨
T 0 2
dt
2T
T º E 1 joule.
T
¨0 s (t )u (t ) dt s T u. (53)
Solução
Para a equação (52) verifica-se que a energia de um sinal real s(t) em um intervalo de
T segundos pode ser determinada de forma convencional, pela integral
T
¨0 s 2 t dt ,
j1 s 2j ,
N
sTs
j1 s 2j 2
N
s .
5. Em que condições a variância das amostras da componente de ruído nas saídas dos
correlatores de um receptor generalizado (M qualquer) de um sistema de
comunicação digital em banda base vale N0/2? Dica: analise a influência da energia
unitária da função base, aplicada a uma das entradas de um correlator, na variância do
ruído em sua saída.
7. Mostre que
T
¨0 < s (t ) u (t ) >2 dt s u 2
(54)
e interprete o que está sendo calculado por esta expressão, dado que
2 2 2
ab a 2a T b b . (55)
8. A Figura 10.14 mostra uma estrutura proposta para ser o receptor de um sistema de
comunicação digital em banda base que utiliza sinalização com M = 2 símbolos
equiprováveis representados por duas formas de onda si(t), i = 1 ou 2, de duração T e
ortogonais entre si nesse intervalo. O sinal recebido x(t) = si(t) + w(t) é correlacionado
9. A Figura 10.15 mostra uma estrutura proposta para ser o receptor de máxima
verossimilhança de um sistema de comunicação digital em banda base que utiliza
sinalização com M símbolos equiprováveis representados por M formas de onda si(t),
i = 1, 2, ..., M de duração T e ortogonais entre si nesse intervalo. O sinal recebido x(t)
= si(t) + w(t) é correlacionado com M funções base Gi(t), i = 1, 2, ..., M e a decisão é
tomada em favor daquele símbolo que levar ao maior dos valores das amostras nas
saídas dos correlatores. As funções Gi(t) são versões escalonadas de si(t) para que suas
energias sejam unitárias, quer dizer, Gi(t) = si(t)/(Ei1/2), em que E1 = E2 = = EM são
as energias dos símbolos. O ruído w(t) possui densidade espectral de potência N0/2
W/Hz. Os valores x1, x2,... xM, são amostras das variáveis aleatórias
Xi = PXi + Wi, sendo Wi as variáveis aleatórias correspondentes às amostras da
componente de ruído nas saídas dos correlatores. Portanto, as variáveis aleatórias Xi
têm distribuição gaussiana com médias PXi que dependem da energia de cada forma
de onda transmitida e variâncias idênticas T2 que dependem da intensidade do ruído
na entrada do receptor.
10. Esboce a representação no espaço de sinais para os símbolos da Figura 10.16. Cal-
cule a probabilidade de erro de bit para os dois casos, sabendo que N0 = 10–10 W/Hz,
A = 1 mV e Rb = 1 kbit/s.
12. Calcule a energia média por símbolo, E, e por bit, Eb, para a constelação da Figura
10.17, sabendo que os símbolos são equiprováveis e que a taxa de bits é de 1 kbit/s.
Determine também a potência média de transmissão.
13. Comprove o princípio da invariância da Pe com a translação por meio das sinaliza-
ções NRZ bipolar {r A/2} e unipolar {+A, 0}. Comente a potência de transmissão nos
dois casos.
Solução
Observando a Figura 10.18, constatamos que as distâncias euclidianas são as
mesmas, o que leva a afirmar que as probabilidades de erro de símbolo serão
idênticas. Para manter essas distâncias o sistema que transmite sinalização NRZ
bipolar necessita de uma potência de transmissão PNRZ-b = A2/(4Tb). Para o sistema
NRZ unipolar PNRZ-u = A2/(2Tb). Ou seja, PNRZ-u = 2PNRZ-b.
Figura 10.18 - Sinalização NRZ bipolar e sinalização NRZ unipolar do exercício 13.
Solução
T
Usando as relações si’ = Qsi e QQ = I, obtemos um sistema de quatro equações e
quatro incógnitas. Como solução desse sistema de equações teremos
1
1 ¯
Q ¡¡ 1
2
1
2 °.
°
¡¢ 2 2 °±
1 ¬ 1 d2 ¬ ¬
º Pe 1 erfc d
Eb
Pe erfc erfc .
2 N0 ® 2 4 N 0 ® 2 2 N 0 ®
17. Proponha uma forma de estimar as probabilidades a priori dos bits de informação de
uma fonte. Se a sinalização for quaternária, proponha também uma forma de estimar
as probabilidades a priori dos símbolos. Use o conceito de probabilidade como
frequência relativa de ocorrência do evento de interesse.
1 E ¬
Pe erfc , (56)
2 N0 ®
Solução
1 E ¬
Pe erfc .
2 2 N 0 ®
Solução
a) Sabendo que a energia média por símbolo da constelação vale E = 2,65 joules,
para sabermos se os símbolos podem ser equiprováveis, basta considerá-los como
de fato o sendo e calcular a energia média da constelação. Se o valor encontra-
do for igual ao valor dado, então os símbolos podem ser equiprováveis; caso
contrário, não podem ser equiprováveis. Então calculamos
i1 pi Ei ,
M
E
1 4 1 9
E Ei 1 4 2 2 2, 25 joules v 2, 65 joules.
4 i 1 4 4
1¯ 0, 25 ¯ 0, 75 ¯ 0¯ 0, 25 ¯ 0, 25 ¯
s1 ¡ ° ¡ °¡ °, s2 ¡ ° ¡ °¡ °,
¡¢ 0 °± ¡¢ 0, 60 °± ¡¢ 0, 60 °± ¡¢ 2 °± ¡¢ 0, 60 °± ¡¢ 1, 40 °±
s i k s i E [s ] º
1 ¯ 0, 25 ¯ 1, 25 ¯ 1 ¯ 0, 25 ¯ 0, 75 ¯
s3 ¡ ° ¡ °¡ ° , s4 ¡ ° ¡ °¡ °.
¡¢ 1 °± ¡¢ 0, 60 °± ¡¢ 1, 60 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 0, 60 °± ¡¢ 1, 60 °±
i1 pi Ei ,
M
E
2 2
E1 0,752 0,6 0,922 joules, E 2 0, 25 1, 4 2 2, 022 joules,
2 2 2
E 3 1, 25 1, 6 4,123 joules, E 4 0,752 1, 6 3,123 joules.
Então,
em que a integral
d
¨limiar f X x | m1 dx (59)
¨Ri
f X x | mi dx (61)
Com estes exemplos pode-se notar que, quanto mais símbolos ou mais dimensões
existirem, mais complexo pode ser o cálculo exato da probabilidade de erro de símbolo.
Em outras palavras, o cálculo analítico (ou mesmo numérico) da probabilidade de erro de
símbolo ou de bit pode ser muito difícil ou até intratável em algumas constelações.
Exemplo 11.1
Vamos estimar a probabilidade de erro de símbolo média para a sinalização antipodal
considerada no Capítulo 4 e representada na Figura 11.1, usando o limitante de união.
A partir da equação (62) podemos escrever:
M
1 M M d ¬ 1 2 2 1 d ¬
Pe pi Pe mi b pi erfc ik erfc ik
i 1
2 i 1 k 1 2 N 0 ® 2 i 1 k 1 2 2 N 0 ®
k vi k vi
£
¦ 2 ²
¦
1¦¦ d ¬ 2 d ¬ ¦ ¦
¦¤ erfc 1k erfc 2 2Nk ¦»
4¦¦ k 1 2 N0 ® k 1 0
® ¦
¦
¦
¦ k v1
¥ k v2 ¦
¦
¼
1£¦ d ¬ d ¬²
¦
¦¤ erfc 12 erfc 21 ¦.
»
4 ¦¦¥ 2 N 0 ® 2 N0 ®¦¦
¼
¬
1
Pe b erfc
E ¬ 1 erfc Eb
.
2 N0 ® 2 N0 ®
Exemplo 11.2
Como estudo de caso, vamos supor que a constelação que estamos analisando seja
circularmente simétrica em torno da origem. Por exemplo, seja a constelação da Figura
11.4, em que estão em destaque as distâncias euclidianas entre o símbolo s6 e os demais
símbolos.
Tomando cada um dos símbolos restantes como referência, facilmente notamos que
todos têm o mesmo conjunto de distâncias euclidianas em relação aos demais símbolos.
Podemos então afirmar que a probabilidade de erro condicionada ao envio de um deter-
minado símbolo, Pe(mi), é a mesma independente de qual seja o símbolo mi. Neste caso,
considerando símbolos equiprováveis, o limitante de união (62) pode ser simplificado
para:
1 M
1 d ¬ 1 M d ¬
Pe b M erfc ik erfc ik , para qualquer i.
2 k 1 M 2 N0 ® 2 k 1 2 N 0 ® (63)
k vi k vi
Perceba ainda na Figura 11.5 que, para valores mais elevados de Eb/N0, todos os
resultados se aproximam. Felizmente, é nessa região que temos valores de probabilidade
de erro úteis na prática. Apenas para se ter uma noção de ordem de grandeza do que seja
um valor útil para Pe, algumas formas de transmissão de voz digitalizada, que é uma das
aplicações que suporta as maiores taxas de erro, operam com probabilidades de erro de bit
da ordem de 1u103. Na prática encontraremos aplicações que requerem probabilidades
de erro ainda menores. Portanto, o cálculo de Pe via limitante de união será bastante
preciso nestes casos.
A proximidade das curvas de Pe para altos valores de Eb/N0 revela que a consideração
de todas as possibilidades de erro de símbolo ou a consideração de erros apenas para os
vizinhos mais próximos leva ao mesmo resultado. Esta é outra forma de concluir que,
para altos valores de Eb/N0, são os erros para os símbolos mais próximos que domi-
nam a probabilidade de erro.
Solução
Admitindo o envio do símbolo m1, observa-se pela Figura 11.6 que:
1 M M d ¬ 1 M
1 d ¬
Pe b
2 i 2 ikN
p erfc M erfc ik
® 2 k 1 M 2 N 0 ®
i 1 k 1 0
k vi k vi
1¡ d ¬ d ¬¯ 2 2 E sen Q M ¯°
erfc 12 erfc 1M °° 2 erfc ¡¡ ,
2 ¡¢ 2 N0 ® 2 N0 ®± ¢ 2 N0 °
±
E Q ¬¯
Pe b erfc ¡ sen ° ,
¡¢ N0 M ® °±
E b log 2 M Q ¬¯
Pe b erfc ¡ sen ° . (64)
¡ N0 M ®°
¢ ±
3E b Q ¬¯ 3E b ¯
Pe b erfc ¡ sen ° erfc ¡ °. (65)
¡ N0 8 ® °± ¡ 2N °
¢ ¢ 0 ±
1 M d ¬ 1 J 2 E ¬ 1 J E0 ¬
ik erfc
2 2 N ® 2
0 .
Pe mi ! erfc 2 N erfc
k 1 0
® 2 k 1
0 k 1 N0 ®
k vi
¯
¡ °
1¡1 E ¬ 1 E0 ¬ 1 E ¬ °
Pe ¡ erfc 0 2·2· erfc erfc 0 °
4¡2 N ® 2 N0 ® 2 N °
0 ®°
¡ 0
¡¢ Pe ( m1 ) Pe ( m2 ) Pe ( m3 ) Pe ( m4 ) °±
3 E ¬
erfc 0
.
4 N 0 ®
¯
¡ °
1¡1 E ¬ 1 E0 ¬ 1 E ¬ °
Pe ¡ erfc 0 6·2· erfc erfc 0 °
8¡2 N 0 ® 2 N0 ® 2 N 0 ® °
¡ °
¡¢ Pe ( m1 ) Pe ( m2 ) Pe ( m3 ) Pe ( m4 ) Pe ( m5 ) Pe ( m6 ) Pe ( m7 ) Pe ( m8 ) °±
7 E ¬
erfc 0
.
8 N 0 ®
c) Com os resultados dos itens (a) e (b), por indução teremos a seguinte probabi-
lidade de erro de símbolo para qualquer sinalização M-PAM, em função de E0/N0:
M 1 E0 ¬
Pe erfc .
M N0 ®
ME ME b log 2 M
E0 M /2
M /2
.
2 2i 1 2
2 2i 1 2
i 1 i 1
ME b log 2 M ¬
M 1
Pe erfc M /2 .
(66)
2 N 0 2i 1
2
M
i 1 ®
Até então, exceto para sinalizações binárias em que a probabilidade de erro de símbolo
é igual à probabilidade de erro de bit, para M > 2 temos nos preocupado apenas com o
cálculo da probabilidade de erro de símbolo. Embora este parâmetro seja uma importante
figura de mérito para análise de desempenho de um sistema de comunicação digital, é a
probabilidade de erro de bit que tem maior importância, pois ela refletirá diretamente o grau
de inteligibilidade da informação recuperada pelo receptor. Afirma-se isto porque, em
última instância, a informação é recuperada a partir dos bits estimados no receptor; os
símbolos são apenas elementos intermediários no processo de comunicação.
Torna-se, portanto, de suma importância conhecer a relação entre a probabilidade de erro
de símbolo e a probabilidade de erro de bit em um sistema de comunicação digital. Tal relação
pode não ser única, como veremos a seguir em um exemplo com fins didáticos apenas.
Exemplo 12.1
Neste exemplo, partes de duas constelações de 64 símbolos são analisadas, conforme
Figura 12.1. Suponha que o símbolo si tenha sido transmitido tanto para o caso (a) quanto
para o caso (b). Suponha ainda que as probabilidades de erro para símbolos mais distantes
que os vizinhos sejam desprezíveis. Adicionalmente, suponha que a probabilidade de erro
de símbolo média nos dois casos seja a mesma e igual a 1u103. Vamos determinar a
probabilidade de erro de bit média nos dois casos. Na prática essa probabilidade é
denominada de taxa de erro de bit (bit error rate - BER) , a qual mede a relação entre a
quantidade de bits errados e a quantidade de bits transmitidos em um determinado
intervalo de observação. Quanto maior esse intervalo, mais bits serão transmitidos e mais
a BER vai se aproximar da probabilidade de erro de bit real.
Com este exemplo verificamos os possíveis limites para a BER em função de Pe:
Pe
b BER b Pe . (67)
log 2 M
MPe
BER . (68)
2M 2
18
A propriedade importante do código Gray no presente contexto refere-se ao fato de que palavras binárias vizinhas de
qualquer uma das palavras do código diferem em apenas um bit.
Figura 12.2 - Constelações com mapeamento Gray: (a) com 8 símbolos e (b) 16 símbolos.
00 01 11 10
00 0000 0001 0011 0010
01 0100 0101 0111 0110
11 1100 1101 1111 1110
10 1000 1001 1011 1010
Para outros tipos de constelação a tarefa pode ser tornar um tanto difícil e em certos
casos é impossível garantir o mapeamento Gray perfeito entre todos os símbolos vizinhos
mais próximos.
Solução
a)
1 4
1£ 1¯ 3¯ 1¯ 3¯ ²
E q 4 q Ei ¦¤ < 1 1 >q ¡ ° < 3 1 >q ¡ ° < 1 3 >q ¡ ° < 3 3 >q ¡ ° ¦»
16 i 1
4 ¦¦¥ ¡¢ 1 °± ¡¢ 1 °± ¡¢ 3 °± ¡¢ 3 °± ¦¦¼
10 joules.
Pe P
BER e.
log 2 M 4
c) A probabilidade de erro de bit média será maior que a estimada, posto que o
mapeamento Gray não está sendo utilizado em todos os símbolos vizinhos na
constelação.
Solução
Para a constelação em questão os mapeamentos de todos os símbolos vizinhos dife-
rem em dois bits, exceto os pares (000),(111) e (011),(100), que diferem em três bits.
Assim, um erro de símbolo provocará, em média, (2+2+2+2+2+2+3+3)/8 = 2,25 =
9/4 bits em erro. Como para cada símbolo são transmitidos três bits, a probabilidade
de erro de bit BER será (9/4)Pe/3 = (3/4)Pe. Por exemplo, para uma Pe = 1u103, a
cada 1.000 símbolos transmitidos teremos, em média, um símbolo decidido com erro.
Neste exemplo teremos, em média, 2,25 bits em erro para 3.000 bits transmitidos, ou
seja, BER = 2,25u(1/1.000)/3 = 0,75u103 = (3/4)Pe. A curva mais acima na Figura
12.4 (b) corresponde à probabilidade de erro de símbolo, Pe. A curva mais abaixo
corresponde à probabilidade de erro de bit que seria obtida (Pe/log28 = Pe/3), caso o
mapeamento Gray estivesse sendo obedecido para todos os símbolos vizinhos mais
próximos.
3. Faça uma pesquisa e, em seguida, descreva como é possível formar um código Gray a
partir de um código sequencial binário convencional. Deste exercício você pode
extrair sua própria regra de construção do código Gray, assim como, provavelmente,
você já conhece uma regra para construir uma sequência de palavras binárias em
ordem crescente.
Este capítulo aborda os conceitos básicos, modelos e notações que permitem analisar
as várias modulações digitais apresentadas a partir do Capítulo 14. Também será feito uso
constante da quase totalidade dos conceitos estudados na representação de sinais no es-
paço euclidiano, descritos em detalhes na Parte 2.
Figura 13.1 - (a) DEP de um sinal em banda base. (b) DEP de um sinal em banda passante.
Múltiplas amplitudes, fases ou frequências podem ser utilizadas para formar modu-
lações com qualquer número de símbolos ou, como se costuma denominar, modulações
M-árias.
Note que a modulação ASK pode ser vista como a versão digital da modulação
analógica AM (amplitude modulation); a modulação PSK como a versão digital da
modulação analógica PM (phase modulation) e a modulação FSK como a versão digi-
tal da modulação analógica FM (frequency modulation).
em que sI(t) e sQ(t) são sinais em banda base que mantêm uma relação linear com o sinal
modulante (ou sinal modulador), ou seja, dependem linearmente deste. Tais sinais são
denominados de componente em fase e de componente em quadratura do sinal modu-
lado, respectivamente, e podem ser vistos como versões em banda base do sinal
modulado. Alguns autores chamam de componente em fase e em quadratura os sinais
resultantes da multiplicação de sI(t) e sQ(t) pelas portadoras cos() e sen(), mas isso não
gera nenhum conflito desde que fiquemos atentos a esta diferença de notação.
Seja SBB( f ) a DEP de sI(t) somada à DEP de sQ(t) e seja SBP( f ) a DEP do sinal em
banda passante s(t). A relação entre essas densidades espectrais de potência é
1
S BP ( f ) <S f fc S BB f f c >. (70)
4 BB
Portanto, pode-se determinar a DEP do sinal em banda passante s(t) conhecendo
o espectro de suas versões em banda base sI(t) e sQ(t).
Os sinais sI(t) e sQ(t) encontrados na prática são tipicamente sequências aleatórias de
pulsos g(t) com duas ou mais amplitudes e formatos quaisquer. Na Figura 13.3 são
mostrados dois formatos típicos para esses pulsos g(t).
19
Vale recordar que uma potência em dBm é calculada por meio de P[dBm] = 10log10(P[W]/1mW), em que P[W] é a
potência em watts. De forma análoga, a densidade espectral de potência em dBm/Hz é calculada por meio de S( f )
[dBm/Hz] = 10log10(S( f )[W/Hz]/1mW), onde S( f )[W/Hz] é a DEP em watts/hertz.
|{ g ( t )} 2 (71)
S BB ( f ) ,
T
Exemplo 13.1
Vamos determinar a densidade espectral de potência de um sinal modulado 2-PSK
(ou BPSK, binary PSK) que pode ser gerado por meio de um conversor de níveis e um
multiplicador (mixer), como ilustrado na Figura 13.4.
Vimos que o sinal modulado pode ser descrito por meio da equação (69). Para o
caso, nitidamente percebemos que a componente sQ(t) é nula, ou seja, s(t) = sI(t)cos
(2Qfct). Portanto, sI(t) é a própria sequência de pulsos de entrada do mixer na Figura 13.4.
Então, o problema reside em determinar SBB( f ) como sendo a densidade espectral de
potência de uma sequência binária aleatória de pulsos retangulares com amplitude rA
e duração T = Tb. Em outras palavras, o formato de pulso g(t) para este exemplo é
retangular de amplitude A e duração T = Tb.
Inicialmente, com o auxílio da tabela de transformadas de Fourier do Apêndice A.6,
obtemos |{g(t)}| = ATsinc(fT). Portanto, a densidade espectral de potência da sequência
aleatória em questão será
Exemplo 13.2
Vamos determinar como calcular a densidade espectral de potência de uma sequência
aleatória de pulsos equiprováveis com amplitudes r1 e r3 e duração T, conforme
ilustrado pela Figura 13.6, a qual se refere à realização de um sinal 4-PAM durante um
intervalo de quinze símbolos.
Figura 13.7 - Geração de um sinal quaternário a partir da soma de três sinais binários.
Exemplo 13.4
Em uma comunicação entre estações base de telefonia celular tipicamente utilizam-se
enlaces de micro-ondas que operam com modulações de alta eficiência espectral. Isso é
feito porque o espectro congestionado impõe que a banda ocupada pelo sinal seja a menor
possível e, ao mesmo tempo, a necessidade de taxas de transmissão elevadas impõem que
as modulações tenham muitos símbolos em suas constelações (para que sejam carregados
muitos bits por símbolo). Neste caso são utilizadas modulações de alta ordem ou
modulações densas, como, por exemplo, a modulação 256-QAM (modulação abordada
com detalhes no Capítulo 15).
Já na comunicação entre uma sonda espacial e uma estação na Terra, temos forte
imposição de economia de energia, pois a sonda é suprida normalmente por painéis
solares que mantêm bancos de baterias carregadas. Neste caso faz-se a opção por
modulações de baixa ordem (com constelações menos densas), como 2-PSK ou 4-PSK,
ou seja, faz-se a opção por alta eficiência de potência, pois a restrição por ocupação de
banda não é tão importante.
em que
1
f c nc , n inteiro, (76)
T c
o que significa que em um intervalo de tempo de T segundos teremos um número inteiro
de ciclos da portadora de frequência fc.
Vamos calcular a energia da forma de onda y(t):
T 2Y T
E ¨0 y 2 t dt
T ¨0
cos 2 2Q f c t dt
2Y T 1 1 Y T Y T
T ¨0 2
cos 4Q f c t dt ¨ dt
T ¨0
cos 4Q f c t dt ,
2 T 0
em que a última integral tem valor nulo justamente devido ao fato de termos no intervalo
T um número inteiro de ciclos da portadora. Então,
Por este resultado percebemos que na forma em que y(t) foi escrita na equação (75),
o valor que multiplica o número 2 dentro do radical é a própria energia do sinal. Esta é
uma maneira simples de representar matematicamente um sinal e que permite que o valor
de sua energia seja prontamente identificado.
em que
1
f c nc , n inteiro. (79)
Tb c
Então, temos uma sinalização antipodal na qual, por definição, um símbolo é igual ao
outro multiplicado por –1, ou seja, s2(t) s1(t). A Figura 14.1 esboça o aspecto do sinal
modulado BPSK, no domínio do tempo, em um intervalo de quinze bits.
em que
1
f c nc , nc inteiro. (89)
T
A Figura 14.6 ilustra um trecho de um sinal QPSK, no qual podem ser notadas as
quatro diferentes fases citadas anteriormente. O conjunto de k = log2M = log24 = 2 bits
que cada símbolo representa pode ser, em princípio, qualquer e dependerá do
mapeamento adotado pelo projetista do sistema. Vale lembrar que o mapeamento Gray
em símbolos vizinhos proporciona a menor probabilidade de erro de bit.
20
Esta seria a largura de faixa ocupada pelo sinal em banda passante, filtrando o sinal modulado com um filtro passa-
-faixas do tipo raiz de cosseno elevado, por exemplo, com fator de forma D = 1. Perceba que a banda resultante é o
dobro da taxa de símbolos e também o dobro da banda ocupada pelo lóbulo (ou lobo) principal de um sinal em
banda-base filtrado por um filtro passa-baixas do tipo raiz de cosseno elevado com D = 1.
Perceba nesta última expressão que, ao rearranjarmos alguns termos, fizemos apare-
cer explicitamente uma forma de onda cossenoidal e outra senoidal com energias unitárias,
as quais, por serem também ortogonais no intervalo de símbolo, podem ser caracterizadas
como as funções base da modulação QPSK. Então,
2 2
G1 (t ) cos 2Q f c t e G2 (t ) sen 2Q f c t , (92)
T T
com 0 d t < T.
Portanto, para altos valores de Eb/N0 a probabilidade de erro de símbolo média para a
modulação QPSK com detecção coerente vale
Eb ¬
Pe ! erfc . (97)
N0 ®
Como está sendo utilizado o mapeamento Gray, tem-se que a BER se aproximará de
Pe/log2M, ou seja, a probabilidade de erro de bit para a modulação QPSK será
determinada por meio de
1 Eb ¬
BER erfc . (98)
2 N0 ®
2 2
T E T sinc f T T E T sinc f T (101)
T T
4 E bsinc 2 2 f Tb ,
A Figura 14.11 ilustra a DEP do sinal QPSK. Ela é semelhante à DEP de um sinal
BPSK, mas perceba que, para a mesma taxa de bits, os nulos espectrais ocorrem em
pontos diferentes dos nulos na DEP do sinal BPSK, pois 1/T = 1/(2Tb) para a modulação
QPSK e 1/T = 1/Tb para a modulação BPSK.
em que
1
f c nc , nc inteiro. (105)
T
Perceba nesta última expressão que, assim como fizemos na análise da modulação
QPSK, ao rearranjarmos alguns termos fizemos aparecer claramente uma forma de onda
A título de exemplo, a Figura 14.12 ilustra uma constelação 8-PSK na qual o vetor
sinal s2 é destacado no que diz respeito aos valores de seus coeficientes.
Para altos valores de Eb/N0 sabemos que o limitante de união converge para o
desempenho real, o que leva ao seguinte resultado para a expressão de cálculo da
probabilidade de erro de símbolo para as modulações da família M-PSK, para M 4:
Eb log 2 M Q ¬ ¯°
Pe ! erfc ¡¡ sen ® ° . (113)
N0 M
¢ ±
Sabemos que, em função do mapeamento símbolo-bits, a relação entre a proba-
bilidade de erro de bit e a probabilidade de erro de símbolo pode variar. Se utilizarmos o
mapeamento Gray, a probabilidade de erro de bit para as modulações da família M-PSK
será BER = Pe/log2M, ou seja,
1 E b log 2 M Q ¬ ¯°
BER ! erfc ¡ sen ® ° . (114)
log 2 M ¡ N0 M
¢ ±
A título de complementação, a expressão exata para cálculo da probabilidade de erro
de símbolo nas modulações da família M-PSK é (SIMON e ALOUINI, 2005, p. 230)
1 ( M 1) Q / M Eb log 2 M sen 2 Q / M ¯
Q ¨0
Pe exp ¡ ° d R. (115)
¡¢ N0 sen 2 R °±
Analisando o diagrama na Figura 14.13, pode-se perceber que, na verdade, ele pode
ser utilizado para gerar qualquer sinal modulado bidimensional que tenha como funções
base aquelas dadas em (108). É a LUT que deve ser adaptada a cada modulação espe-
cífica, em função da posição dos símbolos na constelação.
2E Q ¯ 2E Q ¯
si ( t ) cos ¡ 2 i 1 ° cos 2 Q f c t sen ¡ 2 i 1 ° sen 2 Q f c t , (116)
i 1,2,..., M
T ¡¢ M °± T ¡¢ M °±
Observe que todas as modulações da família M-PSK têm DEP com o mesmo
aspecto. Entretanto, perceba que quanto maior o valor de M mais estreitos serão os
lóbulos do sinal modulado, para uma mesma taxa de bits, pois T = Tblog2M e a largura do
lobo principal é 2/T = 2Rb/log2M Hz.
Solução
A constelação (a) possui maior eficiência de potência, pois produzirá menor probabili-
dade de erro de símbolo a uma dada potência de transmissão. Isso acontece porque a
constelação (a) tem símbolos mais espaçados em termos de distância euclidiana.
7. Dado que as circunferências mostradas nas constelações do Exercício 6 possuem raio
unitário, sabendo que a taxa de transmissão em ambos os casos é de 1 kbit/s, calcule
as potências médias de transmissão para que ambas tenham a mesma eficiência de
potência em termos de probabilidade de erro de símbolo. Modifique apenas a
potência média referente à constelação (b).
Solução
Para as constelações em questão sabemos que
E ¬ 3 Eb Q ¬ ¯°
Pe (a) ! erfc b e
P (b)
! erfc ¡ sen .
N 0 ® e ¡ N
¢ 0
8 ® °
±
Para a mesma eficiência de potência, Pe(a) = Pe(b), ou seja,
E (a) ¬ (b) ¯ (a) (b)
erfc b erfc ¡ 3Eb sen Q ¬ ° º Eb 3Eb sen Q ¬ º
N 0 ¡ N 8 ® ° N0 N0 8 ®
® ¡¢ 0 °±
Eb(a) 3E (b) Q¬ E (a) Q¬ E (a) P (a)
b sen 2 º b(b) 3sen 2 º b(b) ! 0,44 º P (b) .
N0 N0 8® Eb 8® Eb 0,44
Agora precisamos calcular as potências P(a), para depois calcularmos P(b). Sabemos
que a potência média é igual à energia média por símbolo dividida pela duração do
símbolo ou a energia média por bit dividida pela duração do bit. Então, P(a) = E/T =
1/T = Rb/2 = 1.000/2 = 500 watts. Então, P(b) = 500/0,44 = 1.136 watts.
8. Dois sistemas de comunicação operam em um canal AWGN com densidade espectral
de potência de 1010 W/Hz a uma taxa de 1 kbit/s. O sistema (A) utiliza modulação
BPSK e o sistema (B) utiliza modulação QPSK. Determine as potências médias de
transmissão necessárias para que os sistemas de comunicação (A) e (B) operem com
probabilidade de erro de bit de 1u105.
Solução
A probabilidade de erro de bit para ambas as modulações é a mesma, ou seja,
1 E (A) ¬
erfc b
1q 105.
2 1010 ®
Da Tabela A.1 obtemos
Eb(A) Eb(A)
10
3º 10
9 º Eb(A) 9 q 1010 J.
10 10
Então, P = Eb/Tb = EbuRb = 9u1010u1.000 = 9u107 watts.
9. A Figura 14.16 (a) mostra o gráfico da densidade espectral de potência de um sinal
QPSK. Pedem-se:
a) Estime a largura de faixa ocupada pelo sinal modulado, após filtragem por um
filtro raiz de cosseno elevado com fator de roll-off igual a 1.
b) Calcule a taxa de sinalização (ou taxa de símbolos).
c) Calcule a taxa de bits.
d) Esboce os gráficos da DEP do sinal equivalente em banda base, SBB( f ), e do
sinal filtrado conforme descrito no item (a) deste exercício.
Solução
a) A largura de faixa do sinal modulado é infinita, mas após filtragem será
B = Bmín(1 + D), conforme equação (26). Sabemos que a mínima largura de faixa
teórica ocupada por um sinal em banda base é igual à metade da taxa de
símbolos: Bmín = 1/(2T). Em banda passante esse valor é duplicado, ou seja,
Bmín = 1/T. Então teremos B = Bmín(1 + D) = (1/T)(1 + 1) = 2/T. No espectro do
sinal QPSK, a distância nulo a nulo do lóbulo principal vale 2/T. Então,
finalmente temos que B = 100 MHz.
b) A taxa de símbolos é 1/T = 50×106 símbolo/s.
c) A taxa de bits é o dobro da taxa de símbolos, ou seja, 100 Mbit/s.
d) Ver Figura 14.16 (b) e (c)
Solução
Por definição BER = (número de bits errados)/(número de bits transmitidos). Queremos
calcular (número de bits errados) = BERu(número de bits transmitidos). Em 24 horas
temos 24u3.600 = 86.400 segundos. Como a taxa de bits é de 5 kbit/s, teremos transmi-
tido nestas 24 horas um total de 5.000u86.400 = 432.000.000 bits. Da expressão de s1(t)
ou de s2(t) obtemos:
Solução
a)
Tb
y o¨ 2 Eb / Tb cos(2Q f c t ) 2 / Tb cos(2Q f c t R ) dt
0
2 Tb
o Eb
Tb ¨0 cos(2Q f c t ) cos(2Q f c t R ) dt
2 1Tb
o Eb
Tb ¨0 2 < cos(R ) cos(4Q f c t R ) >dt
2 Tb 1 Tb 1 ¯
o Eb ¡¨ cos(R ) dt ¨0 cos(4Q f c t R) °
Tb ¢¡ 0 2 2 ±°
2 T ¯
o Eb ¡ b cos(R ) 0 ° o Eb cos(R ) o Eb cos 2 (R ) o Eb a .
Tb ¡¢ 2 °±
1 E a ¬ 1 Eb cos 2 (R ) ¯°
Pe BER erfc b
erfc ¡¡ °. (122)
2 N 0 ® 2 ¡¢ N0 °±
Ambos os sistemas estão operando a 56 kbit/s e com taxa de erro de bit média de
1,1802u10í4 em canal AWGN, sob influência da mesma intensidade de ruído. Quanto
de potência média de transmissão a mais está sendo necessário no sistema B em
relação ao sistema A?
Solução
Para a modulação do sistema A tem-se:
1 Eb ¬ 1 Eb ¬
Pe BER erfc º 1,1802 q104 erfc .
2 N0 ® 2 N0 ®
17. Um sistema com modulação BPSK tem em seu receptor um sistema de extração de
sincronismo de portadora imperfeito que gera a função base local com defasagem de 15º
em relação à portadora do sinal recebido. Assim, dependendo do bit transmitido, o
sinal recebido é ±(2/Tb)1/2cos(2Qfct), desconsiderando-se a influência do ruído, e a
Solução
Tb
y o¨ 2 / Tb cos(2Q f c t ) 2 / Tb cos(2Q f c t R ) dt
0
2 Tb
o
Tb ¨0 cos(2Q f c t ) cos(2Q f c t R ) dt
2 1
Tb
o
Tb ¨0 2 < cos(R ) cos(4Q f c t R ) >dt
2 Tb 1 Tb 1 ¯
o ¡¨ cos(R ) dt ¨ cos(4Q f c t R ) °
Tb ¡¢ 0 2 0 2 °±
2 T ¯
o ¡ b cos(R ) 0 ° o cos(R ) o cos(0, 262) o 0,966 V.
Tb ¡¢ 2 ±°
18. Pretende-se transmitir um feixe de dados a 1 Mbit/s utilizando uma modulação QPSK
com mapeamento Gray. Pedem-se:
a) Calcule a largura de faixa necessária no canal, sabendo que o sinal QPSK foi
transmitido após passar por um filtro cuja faixa de passagem corresponde à banda
do lobo principal do sinal modulado.
b) Calcule a probabilidade de erro de bit média, sabendo que a potência média do
sinal transmitido é de 8 mW, que a densidade espectral de potência do ruído na
entrada do receptor é de 109 W/Hz e que o canal de comunicação atenua a
potência do sinal em 3 dB.
19. Teça comentários sobre o que se ganha e o que se perde na escolha de uma
modulação com detecção não coerente em detrimento de uma modulação idêntica,
porém com detecção coerente.
20. Responda por que a expressão de cálculo da probabilidade de erro de símbolo para a
modulação M-PSK, equação (113), vale somente para M 4. Dica: faça uma análise
comparativa via limitante de união para BPSK e para M-PSK.
21. A expressão de cálculo da probabilidade de erro de símbolo para a modulação QPSK,
determinada via limitante de união, é
Eb ¬ 1 2E ¬.
Pe ! erfc erfc b
(123)
N0 ® 2 N 0 ®
Para a dedução desta expressão foram considerados os erros para todos os símbolos e
não somente para os símbolos vizinhos. Com relação a esta expressão, pedem-se:
a) Demonstre sua validade.
Solução
a) Como a constelação é circularmente simétrica em torno da origem, podemos
tomar qualquer um dos símbolos como referência. Por simples trigonometria
obtemos as distâncias euclidianas de interesse mostradas na Figura 14.18.
Então,
1 2E ¬ 1 Eb ¬ 1 1
erfc b
2 erfc 2 N 2 erfc 2 q 2,5 erfc 3,535 ! 2, 6 q 107.
2 N 0 ® 0 ® 2
Perceba que, de fato, o valor 2,6u10–7 é muito menor que 4,0696u10–4, o que justifica
desprezar o segundo termo na expressão de Pe.
3, 3 1, 3 1, 3 3, 3 ¯
¡ °
¡ 3,1 1,1 1,1 3,1 °
\ ai , bi ^ ¡¡ °.
°
3, 1 1, 1 1, 1 3, 1
¡ °
¡ 3, 3 1, 3 1, 3 3, 3 °
¢ ±
Exemplo 15.2
Vamos construir uma constelação para a modulação 32-QAM. Como M = 32, temos
k = 5 bits por símbolo, indicando que não se pode formar uma constelação quadrada.
Utilizando a regra descrita anteriormente, obteremos como resultado a constelação da
Figura 15.4. Note que, assim como na constelação quadrada, o valor de E0 pode ser
determinado como o quadrado da projeção do símbolo de menor energia da constelação
resultante em um dos eixos.
2 E0 2 E0
si ( t ) a cos 2 Q f c t b sen 2 Q f c t , (126)
i 1,2,3, ..., M
T i T i
em que 0 d t < T e ai , bi = ±1, ±3,…, ±(L1) . Os valores de {ai , bi}, após multiplicação
por d/2 = (E0)1/2, formam as coordenadas dos vetores sinais.
Devido ao fato de os valores de {ai , bi} variarem em amplitude, podemos interpretar
o sinal modulado como a composição de sinais modulados em amplitude, operando com
portadoras em quadratura. Isso de certa forma justifica o nome dado à modulação QAM,
ou seja, modulação por amplitude em quadratura (quadrature amplitude modulation).
Por meio da expressão (126) percebe-se nitidamente que as funções base para as
modulações M-QAM são idênticas àquelas já determinadas para as modulações M-PSK
para M > 2, as quais são dadas na expressão (108).
1 ¬ 3E ¯ 1 ¬ 3log 2 M E b ¯
Pe ! 2 1 erfc ¡ ° 2 1 erfc ¡ °, (127)
M ® ¡¢ 2 M 1 N 0 ±° M ® ¡ 2 M 1 N °
¢ 0 ±
em que a energia média por símbolo, E, pode ser calculada a partir de M e de E0 por meio de
2( M 1) E0
E . (128)
3
¯ 96 log M E ¬
1 ¬ erfc ¡ 1 ¬ erfc
E0
Pe ! 2 1 ° 2 1 2 b . (130)
2M ® ¡ N0 ° 2M ® 62 M 64 N ®
¢ ± 0
Nesta expressão fez-se uso da relação exata entre E e E0 para constelações cruzadas:
31 ¬ 2E
E M 1 0 . (131)
32 ® 3
Figura 15.5 - (a) Geração de um sinal M-QAM com constelação quadrada (b) modulador I&Q.
Figura 15.9 - Curvas de probabilidade de erro de símbolo para várias modulações M-PSK e M-QAM.
Adaptada de Guimarães (2009).
Solução
a) A energia média da constelação 16-QAM pode ser determinada a partir das duas
constelações 4-PAM componentes, sabendo que, para o caso em questão, E0 = 1,
e usando a expressão (128), temos E = 10 J.
b) A probabilidade de erro de símbolo média é dada por
1 ¬ 3E ¯
Pe ! 2 1 erfc ¡ °
M ® ¡¢ 2 M 1 N 0 °±
1 ¬ 3 q 10 ¯ 3 1 ¯
2 1 erfc ¡ ° erfc ¡ °.
16 ® ¡¢ 2 16 1 N 0 °± 2 ¡¢ N 0 °±
Pe P 3 1 ¯
BER ! ! e ! erfc ¡ °.
log 2 M 4 8 ¡¢ N 0 °±
d) A probabilidade de erro de bit média será maior que aquela dada no item anterior,
posto que o mapeamento Gray entre símbolos vizinhos mais próximos não está
sendo garantido em toda a constelação.
8. Pretende-se dimensionar um sistema de comunicação digital para operar em uma
banda de, no máximo, 25 kHz. É necessário que o sistema consiga dar vazão a
50 kbit/s e que a modulação utilizada leve a uma taxa de erro de bit de, no máximo,
1u103, consumindo a menor potência média possível da fonte de alimentação.
Pedem-se:
a) Escolha uma modulação capaz de atender aos requisitos mencionados. Apresente
os cálculos ou justificativas utilizadas na sua escolha.
b) Para a modulação selecionada, determine o valor de Eb/N0 mínimo que atenda à
taxa de erro de bit imposta.
Solução
a) Definindo que a banda ocupada pelo sinal modulado e filtrado corresponde à
distância de nulo a nulo no espectro do sinal modulado (lobo principal), tem-se
que 2/T d 25 kHz, o que leva a T t 80 Ps. Se a taxa de bits é de 50 kbit/s, a
duração de um bit vale Tb = 1/50.000 = 20 Ps. Então o número de bits por
símbolo deve ser T/Tb t 4 bit/símbolo. Portanto, usando uma modulação com
4 bits por símbolo, atende-se aos requisitos de banda e taxa de transmissão.
Dentre as modulações estudadas pode-se escolher a 16-QAM, que proporciona
também o desempenho adequado com menor consumo de potência se comparada
à modulação 16-PSK.
b) Usando a expressão de probabilidade de erro de símbolo da modulação M-QAM
para M = 16 e admitindo mapeamento Gray, tem-se
Pe 1 ¬ 3E ¯
BER , em que Pe ! 2 1 erfc ¡¡ °.
log 2 M M® ¢ 2 M 1 N 0 °±
Pe
Então, 1q103 º Pe 4 q103 .
log 2 16
8 q103 E ¯
! erfc ¡ °.
3 ¡¢ 10 N 0 °±
E E
2,12 º ! 45.
10 N 0 N0
Eb E 45
11,25 10,5 dB.
N0 N 0 log 2 M 4
9. Para a mesma energia média por símbolo, a partir de que valor de M a modulação
M-QAM suplanta a modulação M-PSK em termos de taxa de erro de bit? Pede-se que
os cálculos realizados sejam apresentados. Dica: arbitre valores para M e para E/N0,
calcule e compare os valores de BER.
10. Considere um receptor de um sinal M-QAM, como ilustrado na Figura 15.8. Suponha
que você tenha acesso a um sinal z(t) oriundo de um sistema de controle automático
de ganho (CAG), cuja amplitude é inversamente proporcional à potência média do
sinal recebido. Conhecendo a taxa de símbolos, discuta com um colega uma maneira
de processar o sinal z(t) de forma que os valores das energias dos símbolos sejam
estimados e utilizados no processo de compensação de energias (subtração de metade
de seus valores) no receptor da Figura 15.8. Para complementar, discuta também
sobre a necessidade de algum ajuste nos valores dos coeficientes dos vetores sinais
operados pelos produtos internos anteriores à compensação de energias.
11. Suponha que a Figura 14.16 (a) represente o espectro, idêntico, de três sinais
modulados M-PSK, correspondentes a três sistemas de comunicação digital operando a
50 Mbit/s, 100 Mbit/s e 200 Mbit/s, respectivamente. Tomando como convenção que
a banda ocupada pelo sinal modulado e filtrado corresponde à distância de nulo a nulo
do lobo principal do espectro do sinal, pedem-se:
a) A taxa de sinalização das modulações.
b) Os valores de M das modulações.
c) A eficiência espectral das modulações.
12. Analisando o diagrama do demodulador M-QAM da Figura 15.6, percebe-se que ele é
composto por dois demoduladores L-PAM, com L = M1/2, os quais funcionam de forma
independente um do outro, ou seja, demodulam sequências independentes de símbolos.
Assim, um erro de símbolo ocorre quando ambos ou um dos demoduladores L-PAM
erram. Sabendo que a probabilidade de ocorrência de eventos independentes é o
produto das probabilidades individuais de ocorrência dos eventos, mostrar que a
probabilidade de erro de símbolo para uma modulação M-QAM quadrada em situação
de alta relação sinal-ruído é dada pela equação (127). Dica: Perro = 1 – Pacerto.
Como a relação sinal-ruído é alta, o valor da função erfc será << 1 e o termo da
direita pode ser desprezado, levando a:
2( M 1) E ¬ 1 ¬ 3log 2 M Eb ¯
Pe ! erfc 0
2
1 erfc ¡ °.
® ¡ 2 1 °
M N 0 ® M ¢ M N 0 ±
13. Suponha que os valores de (a1 , b1) = (3, 3) e (a2 , b2) = (3, 1) são utilizados para
gerar os símbolos s1(t) e s2(t) de um sinal M-QAM. Determine os vetores sinais s1 e s2.
Solução
Modificando a expressão do sinal M-QAM para:
2 2
si (t ) ai E0 cos 2Q f ct bi E0 sen 2Q f c t
i 1,2,3,..., M
T T
s ¯ a E0 ¯
si ¡ i1 ° ¡ i ° , o que leva a
¡¢ si 2 °± ¡ b E °
¢ i 0±
s ¯ 3 E 0 ¯ s ¯ 3 E0 ¯
s1 ¡ 11 ° ¡ ° e s ¡ 21 ° ¡ °.
¡¢ s12 °± ¡ 3 E ° 2 ¡¢ s22 °± ¡ E °
¢ 0± ¢ 0 ±
Figura 16.1 - Sinais BFSK com fase contínua e com fase não contínua. Adaptada de Guimarães (2009).
21
Veremos mais adiante que a separação entre as frequências dos tons de um múltiplo inteiro da taxa de símbolos
mantém a continuidade de fase quando os símbolos são gerados literalmente comutando-se entre os tons de diferentes
frequências.
Desta forma passamos a ter uma constelação equivalente a uma sinalização antipodal
para a qual podemos utilizar a expressão exata já conhecida para Pe:
1 Eb a ¬ 1 2 E 4 ¬ 1 E ¬
Pe BER erfc erfc b erfc b
. (137)
2 N0 ® 2 N 0 ® 2 2 N 0 ®
Vamos agora comparar a probabilidade de erro de símbolo Pe e a distância euclidiana
entre os símbolos para a modulação BFSK com a Pe e a distância euclidiana entre os
símbolos para a modulação BPSK. Perceba que a distância euclidiana, para uma mesma
energia média por símbolo, é menor para a modulação BFSK, o que justifica seu
desempenho inferior à modulação BPSK. Em números, para que a modulação BFSK
atinja a mesma probabilidade de erro de símbolo ou de bit produzida pela modulação
BPSK, para a mesma densidade espectral de potência de ruído, ela terá de operar com o
dobro de potência média em relação ao BPSK, ou seja, 3 dB a mais.
Para obtenção da DEP do sinal BFSK em banda passante, basta operar com a ex-
pressão de SBB( f ) na equação
1
S BP ( f ) <S f fc S BB f f c >. (142)
4 BB
A Figura 16.7 mostra um esboço da DEP do sinal BFSK. Vale lembrar que esboços
com este aspecto se referem ao que provavelmente veríamos em um analisador de
espectro ou via algum software de simulação. A DEP teórica do sinal modulado é a
função dada diretamente pela expressão teórica correspondente à equação (142). Consulte
a Seção 13.3 para revisitar estes conceitos.
Figura 16.7 - DEP de um sinal BFSK com separação entre as frequências dos tons igual a 1/Tb Hz.
Figura 16.8 - DEP de um sinal BFSK com separação entre as frequências dos tons igual a 1/(2Tb) Hz.
É importante ressaltar que, embora a separação mínima entre tons seja 1/(2T) Hz para
que os símbolos M-FSK sejam ortogonais entre si, neste caso a estrutura do receptor não é a
mesma que aquela mostrada na Figura 16.10, exceto se a geração do sinal M-FSK for feita
Definindo a banda do sinal M-FSK como sendo a banda do lobo principal do sinal
modulado, fazendo uso da Figura 16.11 podemos deduzir uma expressão para a eficiência
espectral dessa modulação, primeiramente considerando separação de 1/T Hz entre os
tons. Para tanto, perceba que neste caso o lobo principal terá banda de (M – 1)/T + 2/T =
(M+1)/T Hz. Então, a eficiência espectral será
Rb Rb T Rb T R log 2 M log 2 M
S b b . (151)
B ( M 1) / T M 1 M 1 M 1
Para verificar se sua dedução está correta, sugere-se que a curva de DEP por você
obtida seja plotada sobre a curva de DEP dada anteriormente, utilizando uma fer-
ramenta computacional com recursos gráficos.
2. Faça uma pesquisa procurando explicar por que as raias espectrais que apareciam na
DEP da modulação BFSK, quando a separação entre as frequências dos tons era de
1/Tb Hz, não aparecem quando tal separação passa a ser de 1/(2Tb) Hz.
3. Se o principal critério para avaliação do desempenho de um determinado sistema de
comunicação digital é a taxa de erro de bit, qual dos esquemas de modulação a seguir
deve ser selecionado para operação em um canal AWGN? Registre os cálculos
necessários à obtenção da resposta. Opção 1: Modulação BPSK com detecção
coerente com Eb/N0 = 8 dB. Opção 2: Modulação BFSK com detecção coerente com
Eb/N0 = 11 dB.
4. Um sistema com modulação FSK coerente transmite dados binários a uma taxa de
4 Mbit/s. Durante a transmissão, um ruído gaussiano de média nula e densidade
espectral de potência N0 = 1020 W/Hz é adicionado ao sinal. Na ausência de ruído, a
amplitude máxima do sinal senoidal recebido para os bits 0 e 1 é igual a 1 PV.
Determine a probabilidade média de erro de símbolo.
Solução
A portadora senoidal recebida será
2 A2T 2
si ( t ) A cos(2 Q f i t ) cos(2 Q f i t ) E cos(2 Q f i t ),
T 2 T b
em que A = 1 PV, Tb = 1/Rb, portanto Eb = A2 T /2. Então,
1 A 2Tb / 2 ¬ 1
Pe = BER= erfc erfc 2,5 4, 07 q 104.
2 2 N 0 ® 2
17.1 Introdução
Em certos casos, a implementação de detecção coerente pode ter custo e complexi-
dade elevados ou o projetista pode simplesmente escolher não levar em conta o sincro-
nismo de fase, sob o prejuízo de uma esperada degradação de desempenho, mas obtendo
receptores de menor complexidade.
A Figura 17.1 mostra o diagrama de blocos típico de um receptor com detecção
coerente. Nela o circuito de extração de sincronismo de portadora, operando tipicamente
a partir do próprio sinal recebido, garante que as funções base que alimentam o circuito
de detecção estejam em correto alinhamento de fase com as funções base utilizadas na
transmissão, levando-se em conta a rotação de fase provocada pelo canal. O circuito
de extração de sincronismo de símbolo garante que a cadência e os instantes corretos de
amostragem do sinal de saída do dispositivo de detecção sejam determinados, sendo
necessário tanto para a detecção coerente quanto para a detecção não coerente.
Como exemplo do sincronismo de portadora, suponha que uma das funções base
utilizadas no transmissor seja
2
G1 (t ) cos 2Q f c t (154)
T
em que Eb é a energia média por bit, Tb é a duração de um bit e fi, i = 1, 2, é o par de tons,
cada um associado a um dos bits de informação.
Sabemos que, para que os símbolos sejam ortogonais entre si, a separação entre os
tons deve ser um múltiplo inteiro de metade da taxa de símbolos. Entretanto, para
Na Figura 17.3 ilustram-se a resposta ao impulso h1(t) e outra resposta h1(t) defasada
em relação à primeira de Q/2 radianos. No primeiro caso teríamos a implementação
correta do filtro casado para detecção coerente, pois a fase inicial da resposta ao impulso
é igual à fase inicial do correspondente formato de pulso s1(t). No segundo caso a fase de
h1(t) não é a igual à fase inicial de s1(t) e, neste caso, temos um filtro casado não
coerente.
A Figura 17.6 mostra a estrutura completa do receptor BFSK com detecção não
coerente, em que se pode ver a presença dos detectores de envoltória responsáveis por
fazer com que os valores das amostras de saída dos filtros casados não coerentes sejam
aproximadamente independentes da fase inicial das correspondentes respostas ao
impulso. Na figura, as defasagens entre os pulsos de entrada do receptor e as fases iniciais
das respostas ao impulso dos filtros casados não coerentes estão sendo representadas por
uma variável aleatória 2, uniformemente distribuída em (0, 2Q], pretendendo indicar que
tais defasagens podem ser quaisquer.
Na prática filtros mais bem elaborados inseridos na saída do retificador podem levar
a melhores resultados que aqueles proporcionados pelo filtro RC aqui exemplificado.
Portadoras com frequências muito maiores que a taxa de símbolos também contribuem
para que o detector de envoltória produza uma saída mais próxima da ideal, pois
reduzirão o espaçamento entre os picos dos semiciclos do sinal retificado, reduzindo
assim a profundidade das ondulações da envoltória causadas pelo efeito de descarga
capacitiva do filtro.
Figura 17.8 - Receptor para detecção não coerente para as modulações da família M-FSK.
Figura 17.9 - Receptor M-FSK com detecção não coerente para símbolos equiprováveis.
Adaptada de Guimarães (2009).
Soluciona-se este problema de projeção nula com o uso de duas funções base no
receptor de tal forma que, se a correlação com uma das funções base for pequena, ou até
nula, a correlação com a outra será grande o suficiente para permitir a correta estimação
do símbolo transmitido. A Figura 17.12 ilustra a ideia geometricamente. Nela,
independente da posição dos eixos de referência de recepção, G1 e G2, haverá projeções do
vetor recebido x tanto no eixo G1 quanto no eixo G2, e a diminuição em uma acarreta o
efeito compensatório de aumento na outra. Perceba mais uma vez que a defasagem das
funções base de recepção em relação à função base de transmissão é representada geo-
metricamente pela rotação dos eixos de referência G1 e G2.
Figura 17.12 - Ilustração do efeito de utilizar portadoras em quadratura para detecção não coerente.
Tabela 17.2 - Expressões da taxa de erro de bit (BER) para algumas modulações
BPSK coerente 1 Eb ¬
Pe BER erfc
QPSK coerente 2 N0 ®
1 E ¬
BFSK coerente Pe BER erfc b
2 2 N 0 ®
1 E ¬
DBPSK Pe BER exp b
2 N 0 ®
1 E ¬
BFSK não coerente Pe BER exp b
2 2 N 0 ®
Figura 17.15 - Taxa de erro de bit (BER) para algumas modulações em função de Eb/N0.
Pedem-se:
a) Determine o k-ésimo bit estimado pelo demodulador.
b) Admita que o bit inicial de saída do bloco de atraso do modulador DBPSK seja 0
e que a fase inicial da portadora seja 0 radiano. Determine os desvios de fase
seguintes da portadora para a seguinte sequência de bits de entrada: 10010011.
c) Por que razão o demodulador DBPSK utiliza duas funções base, já que o sinal
DBPSK binário foi gerado utilizando apenas uma função base?
Solução
a) O k-ésimo bit é estimado através do conhecimento do produto interno entre os
vetores correspondentes ao sinal recebido nos intervalos k 1 e k:
0,8 ¯
y x Tk 1x k < 0,9 0, 2 > ¡ ° 0,9 q 0,8 0, 2 q1,0 0,92.
¡¢ 1,0 °±
Por este resultado ser negativo, pode-se inferir que houve inversão de fase da
portadora do intervalo k 1 para o intervalo k. Como o codificador diferencial do
transmissor está implementado com uma porta XOR, pode-se afirmar que o k-ésimo
bit estimado será o bit “1” (aplicando 1 à entrada do modulador DBPSK, inverte-se a
fase da portadora modulada).
22
Os exercícios aqui propostos ou resolvidos cobrem não somente as modulações M-FSK com detecção não
coerente e DBPSK, mas também complementam aqueles exercícios já propostos em capítulos anteriores envolvendo
outras modulações. Alguns exercícios envolvem até mesmo modulações não apresentadas formalmente neste livro,
mas cujo entendimento é perfeitamente possível com os conhecimentos fundamentais aqui abordados.
c) Como o oscilador local do receptor não está em coerência de fase com aquele
utilizado na transmissão, a referência utilizada no receptor no caso de uma única
função base poderia ser gerada a exatamente 90º do eixo correspondente à
posição dos símbolos recebidos. Nesse caso, a correlação do sinal recebido com
a função base seria nula, impossibilitando a estimação do símbolo transmitido.
Com o uso de duas funções base, mesmo que a correlação com uma delas seja
pequena, ou até nula, a correlação com a outra função base permite a correta
estimação do símbolo transmitido, de acordo com a regra ilustrada na resposta do
item (a) deste exercício.
2. Embora a modulação GMSK (gaussian minimum shift keying) não tenha sido
apresentada formalmente nos capítulos anteriores, este exercício se refere a ela. Para
entendê-lo, basta fazer um breve estudo sobre tal modulação (GUIMARÃES, 2009,
Seção 6.6.3). Para um valor de Eb/N0 de 10,5424 dB, uma modulação GMSK
operando no canal AWGN apresenta uma probabilidade de erro de símbolo de
1,1045u105. Pedem-se:
a) Estime a relação Eb/N0 necessária para atingir uma probabilidade de erro de
símbolo de 1,1045u105 se a modulação GMSK tivesse o parâmetro WTb o f.
b) Estime valor do parâmetro WTb do filtro gaussiano do modulador GMSK. Caso
julgue necessário, utilize o gráfico fornecido na Figura 17.17.
1 E ¬
1,1045 q105 erfc b
.
2 N 0 ®
Solução
a) Partindo da fase inicial nula, têm-se os seguintes valores para as fases seguintes
(em radianos): Q/4, 0, 3Q/4 e Q/2.
b) A sequência de símbolos enviados está numerada na Figura 17.18.
11. Pretende-se projetar um sistema de comunicação digital que consiga dar vazão a
50 kbit/s e para o qual a modulação utilizada leve a uma taxa de erro de bit de 1u106.
Considerando as modulações citadas na Tabela 17.5, pedem-se:
a) Escolha (a)s modulação(ões) que pode(m) atender os requisitos do enunciado e,
adicionalmente, tenha(m) a melhor eficiência de potência e permita(m) operação
do sistema em uma banda de, no máximo, 119 kHz. Apresente os cálculos e
justificativas utilizadas na sua escolha.
b) Escolha (a)s modulação(ões) que pode(m) atender os requisitos do enunciado e,
adicionalmente, permita(m) operação do sistema em uma banda de exatamente
25 kHz. Apresente os cálculos e justificativas utilizadas na sua escolha.
c) Escolha (a)s modulação(ões) que pode(m) atender os requisitos do enunciado e,
adicionalmente, tenha(m) a melhor eficiência de potência e permita(m) operação
do sistema em uma banda de, no máximo, 25 kHz. Apresente os cálculos e
justificativas utilizadas na sua escolha.
Eb/N0 Eficiência
Modulação
@ BER = 106 espectral(bit/s/Hz)
12. Na Figura 17.20 há duas curvas de densidade espectral de potência em banda base,
referentes às modulações digitais M-FSK e M-PSK. Ambas as modulações estão
transportando um feixe de 100 Mbit/s. Pedem-se:
a) Associe cada uma das curvas à correspondente modulação, não se esquecendo de
determinar os valores de M. Apresente justificativas para a associação feita.
b) Determine a taxa de símbolos para cada modulação.
c) Determine o espaçamento entre os tons da modulação M-FSK, em termos da taxa
de símbolos.
Figura 17.20 - DEPs em banda base referentes às modulações digitais M-FSK e M-PSK.
23 O estudo deste capítulo pressupõe que sejam conhecidos alguns conceitos sobre propagação de sinais em canais com
múltiplos percursos, tais como dispersão temporal, banda de coerência, desvanecimento plano e desvanecimento
seletivo. Caso o leitor ainda não domine tais conceitos, recomenda-se estudar o Capítulo 24 antes de prosseguir.
24 Na prática, a multiplicação por uma exponencial complexa é realizada multiplicando a componente em fase
(in-phase) do sinal por uma portadora cossenoidal e multiplicando a componente em quadratura (quadrature) por
uma portadora senoidal. Os resultados são adicionados ou não, conforme a necessidade.
25 Quando se obtém desvanecimento plano por portadora, o processo de equalização opera ao nível de subportadora e é
conhecido como equalização de uma tomada (one-tap equalization).
26 As modulações M-PSK e M-QAM são as mais comumente utilizadas em sistemas OFDM, embora outras possam ser
igualmente adotadas.
Sem perda de generalidade, assuma que a frequência de subportadora mais baixa seja
f0 = 0, o que leva a fk = k/T. Com este resultado em (167) obtém-se
N c 1 2 Qik
j
Si sk e Nc
. (168)
k 0
27 Foge do escopo deste texto abordar mais detalhes desta questão. Aos leitores mais ávidos recomenda-se consultar
as referências citadas no início do capítulo para obter mais detalhes sobre os papéis da extensão cíclica de um
símbolo OFDM.
A Figura 18.5 ilustra a DEP de uma única subportadora modulada e do sinal OFDM
como um todo, para Nc = 16 subportadoras e f0T = – (Nc – 1)/2 = –7,5. Desta figura
podemos obter a largura de faixa nulo a nulo do sinal OFDM em banda passante, sem
intervalo de guarda e sem janelamento, como sendo
Nc 1 Nc 1 Nc 1
B Rs , (173)
T N cTs Nc
em que Rs = 1/Ts é a taxa de símbolos na entrada do sistema OFDM. Note que, com o
aumento do número de subportadoras, B se aproxima de Rs, que é a mínima largura de
faixa teórica que seria ocupada por um sinal com portadora simples, mesma modulação e
fator de forma (rolloff) B = 0 no filtro de transmissão. A eficiência espectral do sinal
OFDM pode ser então determinada por
19.1 Definição
Um sinal com espalhamento espectral (spread spectrum - SS) é aquele que ocupa
uma largura de faixa muito maior que a necessária, sendo essa largura de faixa até
certo ponto independente da taxa de bits da informação. Um sinal que ocupa uma
banda elevada não é necessariamente um sinal com espalhamento espectral, embora na
maior parte das vezes o sinal com espalhamento espectral seja um sinal de faixa larga.
Por outro lado, um sinal que ocupa uma banda relativamente pequena também pode ser
classificado como um sinal com espalhamento espectral. O que determina se um sinal é
ou não um sinal com espalhamento espectral é a forma de geração do sinal modulado,
respeitando a definição ora apresentada.
Considere o diagrama da Figura 19.1, referente a um transmissor de um sistema com
espalhamento espectral. Nele os bits de informação são convertidos na forma bipolar e
em seguida multiplicados por uma sequência também bipolar com taxa muito maior que a
taxa de bits de informação. O sinal resultante dessa multiplicação modula uma portadora
utilizando, em princípio, qualquer tipo de modulação. O sinal de saída do sistema é um
sinal com espalhamento espectral.
Figura 19.1 - Transmissor de um sistema com espalhamento espectral e suas formas de onda.
Adaptada de Guimarães (2009).
Figura 19.2 - Sinal com alta DEP e sinal com baixa DEP.
Figura 19.4 - Exemplo de uma transmissão de vários terminais móveis para uma estação base.
Uma sequência de espalhamento, como o nome sugere, é o sinal utilizado para espalhar o
espectro do sinal transmitido em um sistema spread spectrum. Em princípio, qualquer sequência
que tivesse uma taxa de chips maior que a taxa de bits de informação seria adequada.
Entretanto, outras propriedades além da taxa de chips devem ser levadas em conta na
implementação de um sistema com espalhamento espectral, para que o desempenho desejado
seja conseguido e para que os atributos do sinal spread spectrum de fato se manifestem.
Recuperando algumas definições do Capítulo 19, uma sequência de espalhamento é
uma sucessão pseudoaleatória de chips de duração Tc. Diz-se que é pseudoaleatória, pois
ela é na verdade periódica com período NTc, sendo N o número de chips por período,
também denominado de comprimento da sequência. Durante um período, a sucessão de
chips se assemelha a uma sucessão aleatória de pulsos.
Existem vários tipos de sequência de espalhamento, cada uma mais ou menos
adequada à aplicação que se deseja para a técnica spread spectrum. Por exemplo, certas
sequências são mais adequadas para fazer com que o espectro do sinal espalhado ocupe a
banda disponível da maneira uniforme. Outras são adequadas por proporcionarem maior
imunidade a interferências em sistemas CDMA. Outras, ainda, permitem que o processo
de sincronismo no receptor seja implementado de forma mais simples. A seguir são
apresentadas algumas dessas sequências e seus principais atributos.
Número de
m N = 2m1 Conexões de realimentação
sequências
2 3 [2,1] 2
3 7 [3,1] 2
4 15 [4,1] 2
Exemplo 20.1
Vamos determinar os estados de saída dos flip-flops do gerador da Figura 20.2 (a) e
também a sua forma de onda de saída, correspondente à sequência de estados do flip-flop
mais à direita, para uma carga inicial igual a 1 0 0. A determinação desses estados é feita
da seguinte maneira: por exemplo, para a carga inicial 1 0 0, tem-se que a saída do bloco
de soma módulo 2 (operação XOR) será 1 0 = 1. No próximo pulso de clock este “1”
será deslocado para a saída S1; o “1” que antes estava nessa saída será deslocado para a
saída S2 e o “0” que estava na saída S2 será deslocado para a saída S3. O novo conjunto de
estados dos flip-flops será então 1 1 0, como mostrado na segunda linha da tabela ao lado
do registrador da Figura 20.2 (a). Os demais estados são determinados de maneira
análoga. Veja que o estado 1 0 0 reaparece na oitava linha da tabela, indicando que a
partir daí os demais estados vão se repetir. Portanto, a forma de onda de um período da
sequência gerada será aquela mostrada à direita da tabela na Figura 20.2 (a).
Agora vamos repetir a análise com outra configuração de realimentação nos flip-flops
conforme mostra a Figura 20.2 (b). Os estados resultantes estão mostrados na tabela
T0 ¨T0 /2
R X (U ) x(t ) x(t U )dt (176)
1 T0 /2
T0 ¨T0 /2
RXY (U ) x(t ) y (t U ) dt , (177)
Por outro lado, idealmente a função de correlação cruzada entre duas sequências
de espalhamento deveria ser nula para qualquer valor de deslocamento relativo
entre elas. Isso beneficiaria a imunidade à interferência de múltiplo acesso (multiple
access interference, MAI) em sistemas CDMA, como exemplificado a seguir.
Exemplo 20.3
No sistema ilustrado na Figura 20.4 tem-se uma representação didática de um dos
receptores de uma estação radiobase (ERB) em um sistema celular CDMA. A antena da
ERB recebe a soma de vários sinais, incluindo o sinal de interesse (sinal do usuário 2,
neste exemplo). No processo de correlação para gerar a variável de decisão y na entrada
do comparador, deseja-se que somente a sequência PN2(t) embutida no sinal do usuário 2
seja detectada, o que demandaria que a correlação cruzada dos sinais dos demais usuários
Figura 20.4 - Representação didática de um dos receptores de uma ERB em um sistema CDMA.
Note que a correlação da sequência c2(t) com o sinal recebido não é nula somente na
parcela referente à sequência c2(t) embutida no sinal. Considerando uma sinalização
antipodal, se o usuário 2 transmitir um bit 1, a sequência c2(t) aparece no sinal recebido
como está ilustrado e a correlação máxima será positiva. Se o bit transmitido for 0, a
sequência c2(t) aparece invertida e a correlação máxima será negativa. Note que isso irá
permitir a estimação do bit transmitido, caso o ruído não tenha intensidade forte o
suficiente para inverter as polaridades dessas correlações.
Com este exemplo é possível perceber a importância de ter valores baixos (idealmente
nulos) de correlação cruzada entre as diferentes sequências de espalhamento utilizadas
pelos terminais em um sistema CDMA. Infelizmente, na prática é bastante difícil obter
sequências de espalhamento perfeitamente ortogonais para qualquer deslocamento relativo.
Mesmo naqueles casos em que tais sequências podem ser implementadas, na maior parte das
situações reais o canal de comunicação destrói a ortogonalidade entre elas. Uma situação
típica em que isso ocorre se refere aos sistemas de comunicação móvel operando em canais
com múltiplos percursos de propagação. No Capítulo 24 teremos a oportunidade de abor-
dar com mais detalhes esta situação e justificar a perda de ortogonalidade entre as sequên-
cias de espalhamento utilizadas.
Figura 20.11 - Função de autocorrelação (a) para uma sequência Gold e função de correlação cruzada
(b) para duas sequências Gold geradas a partir das mesmas conexões, com cargas iniciais diferentes.
5. Em que situação a densidade espectral dada pela equação (179) se aproxima da densi-
dade espectral de uma sequência aleatória?
6. Faça uma pesquisa e descubra qual é a regra simples de determinação da função de
correlação cruzada entre duas sequências quaisquer de mesmo comprimento. Tal
regra permite obter tal função sem calcular a integral que faz parte de sua definição.
7. Utilizando a definição dada na equação (176), calcule o valor máximo da função de
autocorrelação para sequências de espalhamento quaisquer com amplitudes ±2 volts.
Vimos no início do Capítulo 19, Figura 19.1, uma das formas mais simples de
implementação de um sistema com espalhamento espectral em banda base. Nela a
sequência de bits de informação é convertida na forma bipolar, por exemplo, 0 ĺ – 1 e
1 ĺ +1 e em seguida é multiplicada por uma sequência de espalhamento, também
bipolar, de taxa muito maior. Esse sistema, pelo fato de gerar um sinal spread spectrum
pela multiplicação direta da sequência de espalhamento pela sequência de informação, é
chamado de espalhamento espectral por sequência direta (direct-sequence spread
spectrum, DSSS). Como resultado dessa multiplicação tem-se um sinal em banda base
cuja faixa ocupada depende diretamente da taxa de chips da sequência de espalhamento e
independe, até certo ponto, da taxa de bits de informação. Diz-se “até certo ponto” porque
se a taxa de bits começa a ficar com valor comparável à taxa de chips da sequência de
espalhamento, começará a ter influência na banda do sinal e, portanto, não teremos mais
um sinal com espalhamento espectral.
A Figura 21.1 ilustra a técnica DSSS. Essa figura é muito similar à Figura 19.1, mas
agora ela inclui outras informações que a Figura 19.1 não revelava.
Figura 21.1 - Implementação da técnica DSSS e algumas formas de onda e DEPs envolvidas no processo.
Figura 21.2 - Receptor para o sinal DSSS BPSK. Adaptada de Guimarães (2009).
28 Como exemplo, considere um sinal BPSK representado simplificadamente por ±cos(2Sfct) dentro de um intervalo de
chip. Ao ser multiplicado por cos(2Sfct), no receptor tem-se ±cos2(2Sfct) = ±[½ + ½cos(4Sfct)], em que ±½ é a parcela
que interessa do sinal DSSS em banda base e ±½cos(4Sfct) é a parcela indesejada.
Solução
a) O último será o bit 1. A frequência central do 16º salto será 6u50 = 300 Hz.
Como o espectro correspondente a tal salto encontra-se à direita do valor 300 Hz
(305 Hz), conclui-se que se trata da transmissão do bit 1.
b)
( P J )o
GP , (182)
( P J )i
Tb R
GPDS c. (183)
Tc Rb
Figura 23.1 - Transmissor e receptor DSSS sob efeito de um sinal interferente de faixa estreita.
Exemplo 23.2
Um rádio DSSS opera em uma faixa de frequências compartilhada por 23 terminais
celulares de banda estreita que agem como interferentes de faixa estreita para o sistema
DSSS. Tanto o sinal desejado quanto cada um dos sinais interferentes chegam ao receptor
DSSS com a mesma potência média. A técnica DSSS opera com modulação BPSK a uma
taxa de 9.600 bit/s. A seguir está calculada a mínima taxa de chips da sequência de
espalhamento utilizada no sistema DSSS de tal sorte que a probabilidade de erro de bit no
receptor DSSS não ultrapasse 9,3142u10–4. Está admitindo-se que a potência de ruído é
desprezível em comparação com a potência dos sinais interferentes e que a banda
ocupada pelo sinal DSSS corresponde ao lobo principal do sinal modulado. Relembrando
as definições das variáveis:
Solução
GP Rc / Rb º Rc GP q Rb GP q 9.600
M J GP Eb J 0 dB º GP M J Eb J 0 dB
M J J / P 23P / P 23 ! 13,62dB
BER 12 erfc Eb J 0 º 9,3142 q104 12 erfc Eb J 0
Da Tabela A.1: 12 erfc(x ) 9,3142 q104 º x 2, 2 º
Eb J 0 2, 2 º Eb / J 0 ! 4,84 ! 6,85 dB.
Então GP = 13,62 6, 85 20, 47 dB ! 111.
A taxa de chips será Rc p 111q 9.600 1.065.600 chip/s.
Exemplo 23.3
Uma mesma faixa espectral em um sistema CDMA é compartilhada por 24 terminais
celulares. Devido a um controle de potência realizado no sistema, tanto o sinal desejado
quanto os sinais interferentes dos demais terminais são recebidos pela estação radiobase
com a mesma potência média. Cada terminal transmite a uma taxa de bits de 9.600 bit/s
utilizando a técnica DSSS com modulação BPSK.
A seguir está calculada a mínima taxa de chips das sequências de espalhamento
utilizadas de tal sorte que a probabilidade de erro de bit na estação radiobase não
ultrapasse 9,3142u10–4. Está-se admitindo que a potência de ruído é desprezível em
comparação com a potência dos sinais interferentes e que a banda ocupada pelos sinais
CDMA corresponde ao lobo principal do sinal DSSS. Note, agora, que a soma dos sinais
CDMA interferentes age no receptor da estação radiobase aproximadamente como o faz o
ruído branco, elevando a densidade de potência interferente total, em banda base, para
J0 + N0 # J0 pelo fato de o ruído branco ser desprezível no exemplo analisado.
J ¬ E
10log GP b .
P® J0
Da Tabela A.1, observamos que apenas relação Eb/J0 = 8 dB produz uma taxa de erro
maior que 104, aproximadamente, 1,78×104. Portanto, não atende aos requisitos.
Entre as opções de 11 dB e 14 dB, a relação 11 dB, correspondente a um GP igual a
128, produz o menor espalhamento espectral, resultando, assim, em uma melhor
eficiência espectral. Portanto, a taxa de espalhamento escolhida seria igual a 128
chip/s.
5. Um sistema de comunicação emprega a técnica DSSS e foi projetado para que um
período da sequência de espalhamento coincida com a duração de um bit de
informação. O sinal espalhado ocupa uma largura de faixa de 1,26 kHz em torno
de uma portadora de 21 kHz. Após analisar a DEP da sequência utilizada, você
percebe que ela é formada por raias espectrais espaçadas de 10 Hz. Com base nessas
informações, determine o número de chips em um período da sequência de
espalhamento. Demonstre todos os cálculos.
Solução
Do enunciado
1 1
10 e
NTc Tb
2 1
1260 º 630 .
Tc Tc
O que resulta em
1
10 q 630 º N 63.
N
Neste capítulo veremos como um sinal com espalhamento espectral permite comba-
ter um dos fenômenos mais prejudiciais à comunicação sem fio: a propagação por
múltiplos percursos. A técnica empregada para este fim é denominada diversidade em
percursos (path diversity).
Figura 24.2 - Propagação multipercurso (a) combinação construtiva, (b) combinação destrutiva.
29 Deve-se atentar para o fato de que a representação das variações de fase em questão foi feita em módulo Q, ou seja,
um valor imediatamente superior a Q é representado por um valor imediatamente superior a –Q e vice-versa, de
forma a confinar o gráfico entre os valores de –Q e +Q. Portanto, as aparentes “transições” de fase mostradas na
Figura 24.3 (b) de fato não existem.
£ 1
¦¦¦ eK 1 \ ^
2
4Q K e K cos R cos R ¢ 1 Q 2 K cos R ¯± , Q R b Q
f2 (R ) ¤ 2Q (188)
¦
¦
¥ 0, caso contrário,
¦
em que A é a amplitude da componente dominante recebida, para uma portadora
transmitida não modulada, I0(·) é a função de Bessel modificada de ordem zero e primeiro
tipo, 2T2 é o valor quadrático médio da envoltória do sinal recebido, K = A2/2T2 é o fator
de Rice e Q(·) é a função Q(x) descrita no Apêndice A.1.
Outra distribuição comum na caracterização do desvanecimento por multipercurso é
a de Nakagami, a qual engloba as distribuições de Rice (de forma aproximada) e Rayleigh
como casos especiais (YACOUB, BAUTISTA e GUEDES, 1999), (STUBER, 2001).
Verificamos por meio da Figura 24.2 o efeito da propagação multipercurso para a
transmissão de uma portadora não modulada, a qual representa um caso extremo em
termos de banda estreita. Na Figura 24.5, agora temos a ilustração do efeito da propa-
gação multipercurso para a transmissão de uma portadora chaveada por um curto inter-
valo de tempo. Novamente por razões didáticas, essa implementação agora pretende fazer
com que o sinal transmitido se assemelhe a uma função impulso, o que seria um caso
extremo em termos de banda larga. Na figura tem-se o pulso transmitido, o sinal recebido
por múltiplos percursos e a envoltória do sinal recebido.
30
Mesmo que transmissor e receptor estejam parados, o movimento de objetos que estão circundado um, o outro ou
ambos pode produzir variações temporais do desvanecimento por multipercurso.
24.4 Diversidade
Define-se como técnica de diversidade qualquer uma que, processando réplicas do
sinal recebido, reduz a variabilidade no sinal processado ou aumenta a relação sinal-ruído
(RSR) média do sinal que será utilizado para que se decida sobre os símbolos transmi-
tidos. A diversidade tem principal aplicação em ambientes de propagação em que há
influências descorrelacionadas do canal nas várias réplicas do sinal. Quanto mais
descorrelacionadas as réplicas do sinal, melhor o desempenho da diversidade.
No receptor as L réplicas do sinal são combinadas de forma a minimizar o efeito do
desvanecimento por múltiplos percursos, em que L é a ordem da diversidade. Os ganhos
de desempenho são progressivamente menores com o aumento da ordem da diversidade,
conforme ilustrado pela Figura 24.9. Por esta razão, grande parte dos sistemas de comu-
nicação utiliza diversidade de ordem 2, o que corresponde a uma solução de compromisso
adequada em termos de complexidade de implementação e desempenho.
Figura 24.9 - Ilustração da melhoria de desempenho produzida pelo aumento na ordem da diversidade.
31
A palavra RAKE, em inglês, significa ancinho ou rastelo, aquela ferramenta de jardinagem utilizada para separar lixo
ou mato de terra ou outro objeto menor que queremos deixar para trás. O uso desta palavra para nomear o receptor
que estamos estudando se justifica, pois o que de fato ele faz é separar (discriminar) os sinais de interesse oriundos de
diferentes percursos para posteriormente combiná-los.
Exemplo 24.1
A Figura 24.11 ilustra como o receptor RAKE pode utilizar a informação contida em
versões atrasadas do sinal recebido por múltiplos percursos. Nesta figura estão mostradas
a sequência de espalhamento de interesse (a) e a soma dela com três réplicas atrasadas de
402Tc, 410Tc e 416Tc (b), em que BSS = 1/Tc é a banda do lóbulo principal do sinal em
banda base considerado neste exemplo. O resultado da soma anterior é ainda somado com
outras sequências interferentes diferentes, simulando o que aconteceria em um sistema
CDMA. Os atrasos supramencionados correspondem aos atrasos de propagação dos sinais
em cada percurso, para um dado instante de observação do canal variante no tempo. Na
parte (c) da Figura 24.11 tem-se a função de correlação do sinal composto com a sequên-
cia de interesse, para a qual se tem um trecho ampliado na parte (d).
Observe as múltiplas parcelas de correlação elevada que podem ser identificadas e
combinadas pelo receptor e também o aspecto de ruído da soma de várias sequências PN.
Para que se entenda melhor a condição de resolvabilidade antes mencionada, observe que
se o atraso entre dois percursos de propagação fosse menor que Tc, os picos correspon-
dentes da função de correlação iriam se sobrepor. Isso significa que, se dois correlatores
estivessem sincronizados com os sinais desses percursos, suas saídas teriam influência de
ambos os percursos. Em outras palavras, a saída do correlator sincronizado com um dos
percursos sofreria interferência do sinal recebido no outro percurso.
Na Figura 24.13 tem-se o receptor RAKE projetado para o canal modelado na Figura
24.12, em um sistema com espalhamento espectral por sequência direta em banda base,
com sinalização antipodal. Quatro correlatores são implementados, cada um responsável
por efetuar a correlação do sinal recebido com uma réplica da sequência de espalhamento
utilizada na transmissão, em sincronismo com esta (deslocada de um valor referente ao
atraso de propagação do percurso correspondente). Numa implementação prática, como
tais atrasos são variáveis, é o circuito de sincronismo que alimenta o receptor com os
valores corretos de atraso.
Depois de realizadas as correlações, na saída do banco de correlatores estão os
valores de pico da função de correlação mostrada na Figura 24.11. Esses valores serão
positivos se tivermos transmitido o bit 1 e serão negativos se tivermos transmitido o bit 0.
Como tais valores estão desalinhados temporalmente, faz-se necessário alinhá-los antes
de combiná-los, o que é feito pelos blocos de atraso nas entradas do combinador. Após a
combinação o sinal é amostrado e o valor da amostra é comparado com o limiar zero.
Decide-se por 1 se a amostra tiver valor maior que zero e decide-se por 0 caso contrário.
No caso do sinal de faixa estreita a análise por soma vetorial se aplica. No caso do sinal
de faixa larga DSSS, com o receptor RAKE as contribuições dos diferentes percursos não
se interferem temporalmente, fazendo com que a soma dessas contribuições não possa ser
analisada vetorialmente. Como resultado, a combinação dessas contribuições lava a um
sinal mais estável ou com maior relação sinal-ruído. Isso ocorre porque a probabilidade de os
sinais recebidos em mais de um percurso estarem simultaneamente sob desvanecimento
profundo é menor que a probabilidade de o sinal recebido em um único percurso estar sob
desvanecimento profundo em um dado instante. A descorrelação entre os desvane-
cimentos nos múltiplos percursos é a razão para esse fenômeno. É essa descorrelação que
garante que a diversidade em percursos produza melhor desempenho.
A Figura 24.11 ilustra algumas formas de onda referentes a um sinal em banda base
recebido por uma estação base de um sistema CDMA com cinco usuários ativos,
operando em um canal com múltiplos percursos. Nessa figura estão mostradas a
sequência de espalhamento de interesse (a) e a soma dela com três réplicas atrasadas
de 402Tc, 410Tc e 416Tc (b). O resultado dessa soma é ainda adicionado a outras
sequências interferentes diferentes, simulando o que aconteceria no sistema CDMA.
Na parte (c) da figura tem-se a função de correlação do sinal composto com a
sequência de interesse, para a qual se tem um trecho ampliado na parte (d). Para esse
ensaio o canal é modelado por uma linha de atrasos com derivações e as sequências
de espalhamento utilizadas têm comprimento igual a 800 chips. O ruído pode ser
considerado desprezível em relação ao nível de interferência de múltiplo acesso.
Pedem-se:
b) Usando o resultado do item “a”, construa um gráfico de BER versus Eb/N0 e nele
desenhe uma curva de BER para a modulação DBPSK em canal AWGN e outra
para a modulação DBPSK em canal Rayleigh plano. Compare os resultados e
comente a diferença de desempenho revelada.
c) Faça uma pesquisa e liste as expressões de probabilidade de erro de símbolo de
ao menos mais duas dentre as modulações apresentadas na Parte 3 do livro, em
canal Rayleigh plano. Determine os valores de Eb/N0 para que se atinja a probabi-
lidade de erro de símbolo de 105. Compare os resultados obtidos com aquele
proporcionado pela modulação DBPSK e comente.
d) Faça uma pesquisa e discorra sobre a influência das contramedidas diversidade e
codificação de canal como formas de reduzir a influência do desvanecimento por
multipercurso no desempenho de sistemas de comunicação digital.
4. A Figura 24.12 apresenta um modelo de propagação por múltiplos percursos para um
canal de comunicação sem fio. Um sistema com espalhamento espectral por
sequência direta binário em banda base opera nesse ambiente, utilizando sequências
de espalhamento do tipo m com pulsos r1. Pedem-se:
a) Escreva a expressão da função de correlação do sinal recebido r(t) com a
sequência m do receptor, c(t), admitindo que tal sequência esteja sincronizada
com o sinal recebido no primeiro percurso.
b) Esboce a função de correlação do sinal recebido com a sequência m do receptor.
Considere o ruído desprezível. Dado: a função de correlação para uma sequência
m é dada pela equação (178), em que Tc é a duração de um chip e N é o número
de chips em um período dessa sequência:
Solução
a)
1 t NTc 1 t NTc
NTc ¨t NTc ¨t
RR (U ) c(t 400Tc U )r (t )dt c(t 400Tc U)q
r (t )
< c(t 400Tc ) 0,9c(t 402Tc ) 0,8c(t 410Tc ) 0,6c(t 416Tc ) w(t ) > dt
R(U 400Tc ) 0,9 R(U 402Tc ) 0,8 R (U 410Tc ) 0,6 R (U 416Tc )
RW (U )
Correlação com o
ruído w( t )
Figura 24.17 - Função de correlação do sinal recebido com a sequência m do receptor do Exercício 4.
Os valores de RR(U) fora dos picos são diferentes de –1/N porque a correlação é
realizada com uma soma de sequências PN do tipo m deslocadas e ponderadas, e não
com uma única sequência. Por esta mesma razão cada valor de pico não é exatamente
igual ao valor de pico de R(U) vezes a atenuação do correspondente percurso. Veja
expressão de RR(U) no item “a”.
5. A Figura 24.12 apresenta um modelo de propagação por múltiplos percursos para um
canal de comunicação sem fio. Um sistema DSSS binário em banda base opera neste
ambiente, utilizando sequências de espalhamento c(t) com pulsos r1, cuja função de
correlação R(U) é dada por
£
¦ |U |
¦
¦ 1 , | U | b Tc
R(U ) ¤ Tc (191)
¦
¦
¥ 0, | U | Tc ,
¦
NTc ¨t NTc ¨t
RR (U ) c(t 400Tc U )r (t )dt c(t 400Tc U)q
r (t )
< c(t 400Tc ) 0,9c(t 402Tc ) 0,8c(t 410Tc ) 0,6c(t 416Tc ) w(t ) > dt
R(U 400Tc ) 0,9 R (U 402Tc ) 0,8R (U 410Tc ) 0,6 R(U 416Tc )
RW (U )
Correlação com o
ruído w( t )
Figura 24.18 - Função de correlação do sinal recebido com a sequência m do receptor do Exercício 5.
Marcas Registradas
Todos os nomes registrados, marcas registradas ou direitos de uso citados neste livro
pertencem aos seus respectivos proprietários.
1 d u 2 ¬
du.
Q( x)
2Q ¨ x
exp
2 ® (198)
erfc( x) 2Q x 2 (199)
1 x ¬
Q( x) erfc . (200)
2 2 ®
Muitos softwares de cálculo e até calculadoras mais modernas contêm ao menos
uma dessas funções embutidas. Ainda assim, muitas referências contêm tabelas de
valores dessas funções para uma grande faixa de argumentos. Como exemplo, tem-se a
Tabela A.1.
Como alternativa, a expressão
2 ¡ d x 2i 1 ¯°
erfc( x ) 1 (1) i !(2i 1)! °
Q ¡¡¢ i 0
i
(201)
°±
corresponde à expansão da função erfc(x) em uma série infinita. Para 50 ou mais termos
no somatório, o valor obtido com a série aproxima-se bastante do valor exato da função
até por volta de 107. Para valores mais baixos do resultado é preciso aumentar o número
de termos do somatório.
cos 2 R 1
2
1 cos 2R (205)
sen R 1
2i
eiR eiR (215)
cos R 1
2
eiR eiR (216)
A.3 Derivadas
d dw dv du
(uvw) uv uw vw (217)
dx dx dx dx
d u ¬ 1 du dv ¬
v u (218)
dx v ® v2 dx dx ®
d v du dv
u vu v1 ln u u v (219)
dx dx dx
d 1 du
loga u loga e (220)
dx u dx
dn n ¬ d nu n¬ n1 n ¬ d nv
uv v n dv d u " n u (221)
dx n 0 ® dx 1 ® dx dxn1 n ® dx
d g ( x) g ( x ) sh( x, t )
dx ¨ f ( x) ¨ f ( x)
h( x, t )dt g a( x)h x, g ( x) f a( x)h x, f ( x) dt (223)
sx
f ( x) f a ( x)
lim lim (224)
xla g ( x) xla g a( x)
d 2 1
¨0 ex dx
2
Q (226)
d
¨0 x z1 ex dx (( z), Re z 0 (227)
d a
¨0 eax cos bxdx
a2 b2
(228)
d b
¨0 eaxsen bxdx
a2 b2
(229)
d eax sen bx b
¨0 x
dx tan1
a
(230)
d eax ebx b
¨0 x
dx ln
a
(231)
d 2 1 Q
¨0 eax dx
2 a
(232)
d 2 1 Q b2 /4a
¨0 eax cos bxdx
2 a
e (233)
d ((n 1)
¨0 xneax dx
an 1
, a 0, n 1
(234)
n!
n 1 , a 0, n 0,1, 2,...
a
b2 4ac
d 2 Q
¨d e(ax bx c)
dx
a
e 4a (237)
d OQ ((O / 2)
¨d (1 x2 / O )(O 1)/2
dx
( O 1 /2
(238)
1
¨ f (ax)dx
a¨
f (u)du (240)
u sen 2u 1
¨ sen2udu 2 4
(u sen u cos u)
2
(244)
u sen 2u 1
¨ cos2 udu 2 4
(u
2
sen u cos u) (245)
eax
¨ eax dx a
(246)
eax 2 2 x 2 ¬
¨ 2 ax
x e dx x
a a
a2 ®
(247)
1
¨ x dx ln x (248)
du 1 1 u
¨ u2
a2 a
tan
a
(252)
du u
¨ a2 u 2
sen1
a
(253)
t ¬ £¦ A, | t | T / 2 sen(Q fT )
A rect ¤ AT AT sinc( fT )
T ® ¦¦¥ 0, | t |p T / 2 (Q fT )
£
¦ |t|
¦
¦1 , | t | T sen 2 (Q fT )
¤ T T T sinc2 ( fT )
¦
¦ (Q fT ) 2
¥ 0, | t |p T
¦
1 f ¬
sinc(2Bt ) rect
2B 2B ®
Q (Q f )2 ¯
exp Bt 2 , Re(B) 0 exp ¡ °
B ¡¢ B °±
1
exp Bt u(t ), B 0
B j 2Q f
B¬
exp jBt
E f
2Q ®
1 1 ¬
u(t ) (função degrau unitário) E ( f )
2 jQ f ®
2B
exp B | t | , B 0
B2 4Q 2 f 2
1 j sgn( f ),
Qt em que sgn( f ) u( f ) u( f )
1 E( f )
B.1 Introdução
Em telecomunicações, o termo ruído pode, em princípio, estar associado a qualquer
sinal, normalmente aleatório, que degrada o desempenho dos sistemas. Entre os mais
variados tipos de ruído que acometem tais sistemas, destaca-se o ruído térmico. Trata-se
de um sinal aleatório gerado pela agitação dos elétrons em um condutor, a qual é
produzida pela ação da temperatura. Outro tipo de ruído que pode causar grande
degradação de desempenho em sistemas de comunicação é o ruído impulsivo. Esse ruído
tipicamente tem grande amplitude (em comparação com a amplitude do sinal que
contamina) e é causado por perturbações que apresentam mudanças abruptas e de curta
duração. Como exemplo, o simples ato de ligar ou desligar uma lâmpada fluorescente
torna possível a geração de arcos voltaicos, podendo induzir ruído impulsivo em circuitos
eletrônicos nas proximidades. Assim também ocorre com os motores à explosão dos
veículos, nos quais o sistema de ignição pode induzir ruído impulsivo em circuitos
eletrônicos localizados nas proximidades destes. Mudanças abruptas de níveis de corrente
ou tensão em um circuito podem também provocar ruído impulsivo. Nesse caso, o ruído é
acoplado diretamente ao circuito (por condução).
Por estar sempre presente nos receptores dos sistemas de comunicação, o ruído
térmico será explorado um pouco mais neste apêndice. O ruído impulsivo não será
abordado. Para aqueles que desejam se aprofundar, a referência (GIORDANO, 2003)
apresenta uma abordagem bastante ampla acerca do ruído impulsivo.
Pode-se mostrar que o valor quadrático médio da tensão de ruído gerada nos
terminais do circuito equivalente de Thèvenin, mostrado na Figura B.2, é dado por
(LATHI, 2007, pp. 220-224)
E ¢ VT2 ¯± 4kTBR volts2 , (254)
Figura B.2 - Circuito equivalente de Thèvenin para análise do processo de geração do ruído térmico.
32
De maneira simplificada, o teorema do limite central diz que a função densidade de probabilidade da soma de
variáveis aleatórias independentes tende a uma gaussiana à medida que o número de variáveis somadas aumenta, não
importando qual seja a densidade de probabilidade das variáveis aleatórias individualmente.
33
Um ruído que não tem DEP plana é genericamente chamado de ruído colorido.
em que se fez uso da propriedade que diz que a densidade espectral de saída de um
sistema linear (um filtro linear, por exemplo) é o resultado da multiplicação da densidade
espectral de potência do sinal de entrada pela magnitude ao quadrado da resposta em
frequência do sistema. Fez-se ainda uso da propriedade que diz que a potência de um
sinal pode ser calculada pela integral da (área sob a) sua densidade espectral de potência.
Aplicando-se o mesmo ruído branco à entrada de um filtro passa-baixas ideal de
largura de faixa B hertz, Figura B.5, a potência média do ruído em sua saída será
BN0
N2 ¨ H (0) 2 df N 0 BH 2 (0). (259)
B 2