AS QUATRO ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS DO SUJEITO: autismos, psicoses, neuroses
e perversões.
O texto traz reflexões acerca da diferença entre o modelo positivista e o modelo
estruturalista, onde permeia na psicanalise o estruturalismo e a relação de ambas com a prática clinica. A partir das considerações que o texto mostra, a estrutura possui o papel de desligar o pensamento e a razão, estando em uma lógica idealista, já o outro, toma a forma de um materialismo ingênuo, oferecendo um campo de pensamento. Desse modo a dedução de verdade surge desde o campo das ideias, tendo como objetivo proporcionar ao ser humano uma maior autonomia de reflexão tornando-se abrangente em toda extensão e todas as visões heterogêneas do discurso, fugindo do objeto ou da palavra divina. O estruturalismo possui variantes, passando entre as estruturas mais abertas e flexíveis até as de aspectos mais fechados, reduzindo-o a um método homogêneo, sendo então um método limitado. Com base nisso, falar sobre estrutura é falar da lógica, como é transmitida a verdade, trazendo o questionamento de quais princípios permitem afirmar que algo seja verdadeiro em certo tecido significante, fazendo com que permaneça como verdadeiro em outro tecido seguinte. O tecido acaba transformando-se, porém a lógica que ordena a verdade se mantem. Pensando nesse contexto, na psicanálise essa lógica possui o nome de filiação, tornando-se o que permite dar continuidade ao simbólico, sendo independente da mudança da moral, da moda e do comportamento. Um exemplo de simbólico é o sujeito ser reconhecido como filho, apesar de inúmeras diferenças com relação ao pai, não impedindo esse reconhecimento, pois possui traços que acabam por sustentar uma continuidade simbólica. Essa continuidade não diz de uma moral e nem de uma figura. O que caracteriza- se é a permanência, ou persistência da lei que acaba por obrigar o sujeito a algumas formas de reconhecer e produzir uma operação, tendo como resultado o reconhecimento pela geração anterior como algo do valor simbólico, representativo da cultura na qual ambas as gerações trabalham. Dessa forma, o estruturalismo acaba fornecendo instrumentos para fazer a pergunta, sem repousar no positivismo do objeto em questão, do corpo ou do não corpo e também por não ter que responder pela fenomenologia continua imaginaria.