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Sebastianismo

Há um claro contraste no que consta à abordagem Sebastianista encontrada em


“Mensagem” de Fernando Pessoa e em “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garret.

Por um lado, Pessoa defende positivamente o mito sebastianista, uma vez que D. Sebastião
é apresentado como uma figura heroica, símbolo de todos os mitos. Este, que transferindo para os
portugueses qualidades necessárias à grandeza, como a loucura de ir mais além e a vontade de
sonhar “louco, sim, porque quis grandeza”, leva Portugal adormecido e sem luz “Ó Portugal, hoje és
nevoeiro…” a cumprir o seu destino, isto é, edificar um império futuro espiritual (Quinto Império),
recuperando a sua identidade através do sonho utópico do impossível (“É a Hora!”).

Por outro lado, a perspetiva Sebastianista apresentada em “Frei Luís De Sousa” é puramente
crítica e pessimista, dado que retrata uma época em que Portugal perdeu a sua independência e
espera recuperá-la com a chegada de D. Sebastião, desaparecido há vinte e um anos. Esta visão é
comprovada quando Telmo, saudoso do velho Portugal, se apercebe que essa saudade não traz a
solução para o problema da pátria. Além disso, quando D. João, símbolo de uma nação decadente,
regressa, impossibilita a mudança e o surgimento de um novo Portugal, representado por Madalena,
Maria e Manuel.

Concluindo, esta oposição na temática Sebastianista encontrada em “Mensagem” de


Fernando Pessoa e “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garret, é importante pois provoca ao leitor um
lado reflexivo, visto que salientam pontos de vista diferentes, mas pertinentes.

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