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O poeta vivera sempre à procura da sua identidade, desse eu perene (eterno) que
incessantemente lhe fugia. Agora essa identidade é, de novo, procurada e encontrada, pela
união com a pátria. Assim ela surge na Mensagem, onde Fernando Pessoa assume o que ele
considerava o mais alto ministério do homem: ser criador de mitos. E poder-se-á dizer que na
O poeta curvar-se-á a partir dos primórdios da sua pátria, no mesmo movimento para
captá-la desde as origens, tal como fará na sua aventura espiritual sobre si mesmo, na mesma
historicista.
A Mensagem poderá ser vista como uma epopeia, porque parte de um núcleo histórico
mas a sua formulação, sendo simbólica e mítica do relato histórico, não possuirá a
história de Portugal até D. Sebastião. Personagens marcadas pela coragem e pelas forças
sobrenaturais que lhes permitiram contribuir para a grandeza de Portugal. É uma certa
de missão que competia a Portugal cumprir. É posta em destaque a projecção universal que os
parece estar encerrado numa “prisão servil”, parece estar envolto em trevas, estar a
entristecer. Mas apesar disso, um novo império se erguerá, anunciado pelos símbolos e pelos
avisos. O Portugal que hoje é nevoeiro regenerar-se-á. O povo que hoje se mostra entristecido
transmutar-se-á, num outro povo que erigirá uma outra pátria. Mostra a fé de que a morte
contem em si o gérmen da ressurreição. Nos três avisos define os espaços de Portugal; com os
cinco tempos traduz a ânsia e a saudade daquele Salvador/Encoberto que, na Hora, deverá
chegar, para edificar o Quinto Império, cujo espírito será moral e civilizacional.