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Índice

Estrutura tripartida da obra ……………………………………………………….. 3

Brasão (Bellum Sine bello) ……………………………………………………….. 3

Mar Português (Possessio maris) ……………………………………………………….. 3

O Encoberto (Pax in excelsis) ……………………………………………………….. 4

A dimensão simbólica do herói ……………………………………………………….. 4

O imaginário épico e a exaltação


……………………………………………………….. 4
patriótica: o mito do 5º império

O discurso da Mensagem ……………………………………………………….. 5

A natureza épico-lírica da obra ……………………………………………………….. 5

O Sebastianismo ……………………………………………………….. 6

A linguagem, estilo, e estrutura


……………………………………………………….. 6
da obra. Campo lexical

Webgrafia / Bibliografia ……………………………………………………….. 7

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Estrutura tripartida da obra
A Mensagem é constituída por 44 poemas e está dividida em três partes
distintas que correspondem a três momentos do Império Português:
nascimento, realização e morte. Depois dessa morte, segue-se um
renascimento que será o novo império, que de acordo com Fernando
Pessoa não é material, mas sim espiritual (quinto império).

Brasão (Bellum Sine bello)


Esta primeira parte corresponde ao nascimento do império Português,
fazendo alusão aos mitos, figuras históricas, às mulheres e fundadores,
identificadas nos elementos dos brasões. Refere-se a um Portugal erguido
pelo esforço dos heróis e destinado a grandes feitos traduzindo o princípio
da nacionalidade. presenta Portugal como um povo heroico e guerreiro,
construtor do império marítimo.

Mar Português (Possessio maris)


A segunda parte, "Mar Português”, representa a vida, a realização e o
nascimento de uma nação grandiosa, responsável pelo Império marítimo
(época dos descobrimentos), que caminha em direção à concretização do
quinto império.

Principia-se com o poema "O Infante", onde Fernando Pessoa mostra


que o sopro criador do sonho resulta de uma lógica que implica Deus como
causa primeira, o homem como agente intermediário e a obra como um
efeito. Nos outros poemas, evoca os Descobrimentos, as figuras e os
acontecimentos que exigiram uma luta contra o desconhecido e os
elementos naturais, as glórias e as tormentas, considerando ter valido a
pena. Esta parte finaliza-se com um poema intitulado "Prece", no qual
renova o sonho.

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O Encoberto (Pax in excelsis)
A terceira parte corresponde à desintegração, havendo, por isso, um
presente de sofrimento e de mágoa, pois "falta cumprir-se Portugal". Esta
última parte está tripartida nos poemas "Os Simbolos" "Os Avisos" e "Os
Tempos" onde nos primeiros, manifesta-se a esperança e o"sonho
português", pois o atual Império encontra-se desvanecido. Perante isto,
demonstra-se a fé de que a morte seja seguida da ressurreição. Esta parte
também revive o mito sebastianista de forma a resgatar o poder de Portugal
e, assim marcar a supremacia do país sobre o mundo.

A dimensão simbólica do herói


O herói de Fernando Pessoa, no poema épico-lírico “Mensagem”, é
escolhido pelo divino e é alguém que é capaz de interpretar a vontade
divina e que aceita a missão que superiormente lhe foi confiada. Assim
sendo, este é inseparável da intervenção divina que "sagrou" o herói, que,
com trabalho e esforço, percorre um caminho sofrido.

Este herói é coletivo e reflete todos os indivíduos que tiveram atos


heroicos, o povo, e que apoiaram a construção, expansão e fortalecimento
do império português, afim de reconquistar e recordar o passado grandioso
e desejar construir um futuro renascido pela sua grandeza espiritual, o 5º
império.

O imaginário épico e a exaltação


patriótica: o mito do 5º império
Desde o tempo das descobertas, com o conhecimento de novos
mundos, que colocaram Portugal como referência obrigatória, sempre
houve uma crença de continuidade e de uma missão civilizadora. Ao longo
da Mensagem, sobretudo na terceira parte, Pessoa exprime a sua conceção
sagrada da história e sente-se investido no cargo de anunciador do Quinto
Império, que não precisa de ser material, mas civilizacional.

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Este, na sua obra, anuncia um novo império civilizacional, que, assim
como Vieira, acredita ser o português. O "intenso sofrimento patriótico"
leva-o a antever um império que se encontra para além do material. Este
procurou afirmar a sua grandiosidade e o valor simbólico do seu papel na
civilização ocidental, acreditando no mito do Quinto Império.

O Quinto Império será um império da fraternidade universal a ser vivido


na Terra. Radicado no mito do Paraíso Perdido, onde reinava a perfeição, o
mito do Quinto Império preconiza o renascimento humano numa era
futura.

O discurso da Mensagem
Os poemas apresentam uma linguagem metafórica e musical, bastante
significativa, com frases breves, mas apelativas onde prevalece a pontuação
expressiva e as perguntas retóricas.

No início da obra, Pessoa prevê um futuro que cumpra Portugal.

Os poemas Brasão, "Os Campos", "Os Castelos', "As Quinas" "A Coroa"
e "O Timbre" são marcas de afirmação do passado, da mágoa do presente
e de previsões do futuro. Em Mar Português, há um presente de triunfos,
que já não existe, mas que faz parte da memória e da alma portuguesas,
permitindo a chegada do Quinto Império. E em O Encoberto, após referir a
crença num regresso divinal, considera que, após a tempestade vivida no
presente, irá surgir uma luz que o guiará para um novo império, por isso,
acredita que "É a Hora" de traçar novos rumos e caminhar na construção
de um Portugal novo - um povo com diferentes mentalidades e perceções.

A natureza épico-lírica da obra


Os Lusíadas A Mensagem
• Camões procurou cantar os feitos gloriosos • Pessoa cantou o fim do império
lusos que deram início ao grande império territorial, procurando incentivar o
que se estendeu pelos diversos aparecimento de um império de língua,
continentes. de cultura e de valores.

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Características do Discurso Épico Características do Discurso Lírico
• Uso da 3º pessoa (narratividade);
• Glorificação dos feitos heroicos de um herói • Uso da 1º pessoa (subjetividade);
e consequente mitificação; • Tom emotivo e linguagem expressiva;
• Protagonistas de estatuto moral e social • Forma fragmentada (44 poemas).
elevado.

O Sebastianismo
Na fatal batalha de Alcácer Quibir o desaparecimento de D. Sebastião
colocou o Portugal numa crise de sucessão e foi o início de um período
conturbado da nossa História, com a perda da independência e a anexação
por parte de Espanha.

É neste contexto particular que surge o mito sebastianista tradicional,


em que ocorreria o aparecimento do rei desejado numa manhã de
nevoeiro, e que conduziria Portugal à antiga grandeza e à conquista da
identidade nacional.

Por sua vez, Fernando Pessoa aborda o Sebastianismo como um mito


que exprime o drama de um país decadente que necessita de acreditar de
novo nas suas capacidades e nos valores que antigamente permitiram a
conquista dos mares e a sua afirmação no mundo com a constituição do
primeiro império global, o império Português.

A linguagem, estilo, e estrutura da obra.


Campo lexical

• Estrutura estrófica, métrica e rima irregular ao longo dos 44 poemas


que constituem a obra - versilibrismo.

• Recursos expressivos: apóstrofe, enumeração, gradação, interrogação


retórica e a metáfora.

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Webgrafia / Bibliografia
• http://luisbrazao.blogspot.com/2012/05/processos-morfologicos-
de-formacao-das.html
• http://12portugues-cad.blogspot.com/2015/02/fernando-pessoa-
mensagem-estrutura.html
• https://tudoparaportugues.blogspot.com/2008/10/estrutura-de-
mensagem-de-fernando.html
• https://coggle.it/diagram/XwB34LXjqEOy80eo/t/fernando-pessoa-
mensagem
• Preparação para o Exame Final Nacional 2018: Português 12º Ano.
Porto Editora

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