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Compostos iónicos e moleculares

• Um composto é um grupo de átomos distintos unidos por ligações químicas. As ligações químicas podem
ser: ligações covalentes (moleculares) e ligações iônicas. Assim, os compostos podem ser classificados
como iônicos ou covalentes (moleculares).
• Recordamos que as moléculas são eletricamente neutras, constituídas por pelo menos dois átomos (de
um mesmo elemento ou não). Sendo que, estes (os átomos) se unem por ligações estritamente covalentes
(moleculares ou coordenadas), formando os compostos moleculares;
• Para melhor perceber, vejamos as ligações covalentes:
• Ligação covalente molecular – Neste tipo de ligação, pares eletrônicos são compartilhados e passam a
fazer parte das duas electrosferas simultaneamente. Assim, ambos atingem estabilidade eletrônica.
• Ligação covalente coordenada (ou dativa) – Geralmente, quando um átomo atinge o número de eletrões
necessário para sua estabilidade eletrônica, não é possível realizar mais nenhuma ligação covalente
molecular (exceto algumas moléculas). Entretanto, podem compartilhar pares de eletrões (como uma
doação) a átomos de uma mesma molécula desde que continuem eletronicamente estáveis. Assim, os dois
eletrões compartilhados provêm de um mesmo átomo.

Molécula de SO3 – O enxofre realiza duas ligações dativas e duas moleculares

• Quando os átomos se combinam para compartilhar ligações covalentes, o conjunto resultante de átomos é
chamado de molécula. Assim, podemos dizer que a molécula é a unidade mais simples de um composto
covalente (molecular).
Compostos iónicos e moleculares
• Os compostos iônicos (aniões + catiões) não são
formados por moléculas. Eles são formados por
iões de cargas opostas (resultando numa
substância eletricamente neutra).
• Assim, os iões resultam de átomos ou grupos de
átomos quando ganham (iões negativos) ou
perdem (iões positivos) eletrões.
• Os que resultam de átomos chamamos de
monoatómicos e os que resultam de grupos de
átomos de poliatómicos.

• Exceto metais (Ferro, Níquel, Sódio...), gases nobres (Hélio, Argónio, Criptónio...) e aglomerados iônicos
(Cloreto de Sódio, Carbonato de Cálcio...), boa parte das outras substâncias são formadas por moléculas
(Nitrogênio, Água, Açúcar, Ácidos hidrogenados...).
Compostos iónicos e moleculares
• Observação: Quando átomos neutros recebem um ou mais elétrons para formar ânions, eles geralmente
são nomeados utilizando-se o sufixo -eto. Por exemplo, Cl− cloreto, Br− brometo, N3− nitreto, etc.
• Conclusão
Todas as ligações químicas acontecem devido à atração eletrostática. Quando os átomos se combinam
através de uma ligação química, eles formam compostos— estruturas únicas que possuem dois ou mais
átomos. A composição básica de um composto pode ser indicada usando uma fórmula química. Uma
fórmula química se utiliza de símbolos da tabela periódica para indicar os tipos de elementos presentes
em um determinado composto, enquanto seus subscritos são usados para representar o número de cada
tipo de elemento presente.
Os compostos podem ser tanto covalentes quanto iônicos. Em compostos covalentes, os átomos formam
ligações covalentes que consistem no compartilhamento de eletrões entre dois núcleos atômicos
adjacentes. Um exemplo de composto covalente é a amônia. A fórmula química da amónia é NH3 e nos
indica que em uma única molécula de amônia, existe um átomo de nitrogênio, e três de hidrogênio. A
estrutura de um composto covalente pode ser representada através de modelos de espaço preenchido,
como também por modelos de bolas e varetas.
Em compostos iônicos, os eletrões são completamente transferidos de um átomo para o outro, de tal
maneira que há formação de um catião—ião carregado positivamente—e de um anião—ião carregado
negativamente. A forte atração eletrostática entre os catiões e aniões adjacentes é conhecida como
ligação iônica. O exemplo mais comum de um composto iônico é o cloreto de sódio (NaCl), mais conhecido
como sal de cozinha. Ao contrário dos compostos covalentes, não existe uma molécula
de um composto iônico. Isso porque na natureza, NaCl não existe em unidades
individuais, e sim em estruturas cristalinas que são compostas por vários ião Na+ e Cl−
alternados no espaço. A fórmula química do NaCl diz respeito à uma unidade-fórmula
desse composto. + -
Na + Cl → NaCl
Como se representam simbolicamente os iões
Substâncias Iónicas
Ácidos e Bases
• A definição mais tradicional dos ácidos e bases foi dada pelo cientista sueco Svante Arrhenius, que
estabeleceu os ácidos como substâncias que – em solução aquosa – liberam iões positivos de hidrogênio
(H+), enquanto as bases, também em solução aquosa, liberam hidroxilas (hidróxidos), íons negativos OH-.
• Assim, quando diluído em água, o cloreto de hidrogênio (HCl) ioniza-se e define-se como ácido
clorídrico, como segue:

• Já o hidróxido de sódio, a popular soda cáustica, ao se ionizar em água, libera uma hidroxila OH–,
definindo-se assim como base:

• +

• Um desdobramento da definição de Arrhenius é a regra de reação para ácidos e bases entre si, segundo
a qual:

• Se reagirmos os já citados ácido clorídrico e soda cáustica, teremos:


Sendo o NaCl, o cloreto de sódio, o nosso velho conhecido sal de cozinha
• Esta forma de definição de ácidos e bases funciona bem para soluções aquosas, mas as propriedades de
ácido e base são observados em outras configurações
• Nota: o papel do solvente (água) é de (1) proporcionar o meio dieléctrico que reduz a atracção mútua
dos iões de carga oposta de modo que eles podem existir como partículas separadas na solução, e (2) para
hidratar o ião de hidrogênio ( esta é uma reacção química).
Ácidos e Bases
• Observando que todos os ácidos de Arrhenius continham hidrogênios ionizáveis, J. N. Brönsted e T. M.
Lowry propuseram, independentemente que:
• Ácido – é toda espécie química capaz de ceder protões.
Base – é toda espécie química capaz de receber protões.
• Veja os seguintes exemplos:
NH3 + H2O NH4+ + OH-
Nesta reação, a amônia aceita um prótão: é uma base

NH4+ + H2O NH3 + H3O+ (iões Hidrônio (H3O+)


Nesta reação, o íon amônio doa um prótão: é um ácido

• Repare que, na reação com amônia, a água se comporta como um ácido, pois doa um protão; já na reação
com o amônio, a água se comporta como uma base, pois aceita um protão deste ião.
• A água, portanto, é um exemplo de substância anfiprótica, isto é, moléculas que podem se comportar
como um ácido ou como uma base de Bronsted.

• Bronsted e Lowry definiram ácidos e bases a partir dos protões que liberavam e recebiam. Já o norte-
americano Gilbert Newton Lewis se voltou para os eletrões ao desenvolver sua definição. De acordo com
ela, ácidos são substâncias que, numa ligação química, podem receber pares eletrônicos, enquanto as
bases são aquelas que cedem estes pares.
Ácidos e Bases
• Identificação dos ácidos e bases
• Os ácidos possuem sabor azedo, como o encontrado nas frutas cítricas ricas no ácido de mesmo nome. Já
as base tem gosto semelhante ao do sabão (sabor adstringente). Mas, felizmente, há modos mais eficazes
e seguros de identificar ácidos e bases do que o paladar.
• É possível medir a concentração de hidrogênio iônico em uma solução a partir de uma escala logarítmica
inversa, que recebeu o nome de potencial hidrogeniónico, ou simplesmente, escala de pH.
• Esta escala vai de zero a 14, sendo o pH 7 considerado neutro. Os valores menores que sete classificam a
solução medida como ácida e os maiores que sete, como alcalinos (bases).
• Escala de pH:

• Para se medir o pH, usam-se combinações de substâncias indicadoras, como a fenolftaleína, que mudam
de cor conforme a posição da substância testada na escala acima.
• Também são usados instrumentos como os medidores de pH por eletrodo indicador, que mede as
diferenças de potencial elétrico produzidas pelas concentrações de hidrogênio e indica o resultado dentro
da escala de 0 a 14
Hidratos
• Os hidratos de carbono, também denominados por glícidos, glúcidos, sacarídeos ou simplesmente
“açúcares”, são compostos orgânicos ternários, ou seja, constituídos por átomos de carbono (C), oxigénio
(O) e hidrogénio (H). No entanto, alguns hidratos de carbono podem também conter átomos de azoto (N)
ou enxofre (S) na sua composição
• Os hidratos de carbono (carboidratos) podem ser classificados de diversas formas, consoante as suas
características, sendo uma das classificações a que baseia no tamanho das suas moléculas.
• Os monossacáridos, a unidade base dos hidratos de carbono, são açúcares simples, tendo a fórmula geral
CnH2nOn, sendo que nos mais comuns n varia de 3 a 6. Como exemplos temos a glucose, que existe em
grande quantidade no mel ou a frutose, o açúcar da fruta.
• Outros hidratos de carbono mais complexos, são compostos de várias moléculas destes açúcares mais
simples ligadas entre si. Os dissacáridos são formados por duas moléculas de monossacáridos, são
exemplos destes a sacarose (o nosso açúcar de mesa que é formado por uma molécula de glucose e outra
de frutose) e a lactose, o açúcar do leite.
• Os oligossacáridos contêm 3 a 10 moléculas de monossacáridos e os polissacáridos podem conter até
milhares de unidades, como é o caso do amido e da celulose que existem em muitos alimentos. O amido é
muito nutritivo e a celulose, que não metabolizamos, é também fundamental nos alimentos, pois constitui
uma fibra alimentar.
Hidratos
• Os hidratos de carbono são as biomoléculas mais abundantes nos seres vivos.
• Estas desempenham diversas funções, sendo as mais relevantes relacionadas com a obtenção e a reserva
de energia em quase todos os seres vivos.
• No entanto, também actuam como suporte estrutural em plantas, animais e alguns microrganismos.
• Os hidratos de carbono são produzidos pelas plantas através do processo fotossintético e são degradados
pelos animais no decorrer da respiração celular de forma a obter energia, constituindo assim a fonte
primária de energia dos seres vivos.
• Outras moléculas biológicas também incluem hidratos de carbono na sua constituição, como os ácidos
nucleicos (ribose e desoxiribose nas moléculas de ARN e ADN, respectivamente), algumas proteínas
(glicoproteínas) e lípidos (glicolípidos).
• Existem ainda moléculas derivadas de hidratos de carbono cruciais para a química biológica de muitos
seres vivos, como por exemplo a heparina que desempenha uma função extremamente importante como
anticoagulante.
Compostos de Coordenação
• Os compostos de coordenação estão presentes na maioria dos processos químicos que envolvem espécies
inorgânicas em temperaturas brandas ou não muito elevadas.
• Desta forma, em fenômenos vitais como a respiração e fotossíntese, assim como em inúmeros processos
industriais importantes, no cotidiano, e num número incalculável de experimentos de laboratórios, estão
envolvidos processos ou produtos relacionados com a Química de Coordenação
• Exemplo: As plantas utilizam o CO2 e o vapor de água da atmosfera para, na presença de luz solar,
sintetizar compostos orgânicos de “C”, “H” e “O” tais como glicose (C6H12O6).
6CO2+6H2O+Energia Solar C6H12O6+6O2 Ciclo principal do carbono
• A expressão acima é a simplificação de ≈ 80-100 reações químicas.
• A energia armazenada nas moléculas orgânicas é liberada no processo inverso ao da fotossíntese: a
respiração. Temos a quebra da molécula com a libertação de energia para a realização das actividades
vitais dos organismos.
C6H12O6+6O2 6CO2+6H2O+640Kcal/mol de glicose Ciclo principal do carbono
• A Química de Coordenação especializa-se no estudo dos compostos de coordenação, onde o termo
complexo representa um átomo metálico na forma iônica (ácido de Lewis) rodeado por um conjunto de
ligantes (bases de Lewis). Um ligante é um íon ou molécula que pode ter existência independente.
• Um bom exemplo de um complexo é o [Co(NH3)6)]3+, no qual o íon cobalto (Co3+) está rodeado por seis
ligantes neutros de amônia (NH3).
• O termo composto de coordenação é usado para designar um complexo neutro ou um composto iônico no
qual pelo menos um dos iões envolvidos é um complexo.
• Dessa forma, um complexo é a combinação de um ácido de Lewis (que é o átomo metálico central) com
várias bases de Lewis (que são os ligantes).
• O átomo da base de Lewis que forma a ligação com o átomo central é chamado de átomo doador, porque
ele é o elemento que doa os eletrões usados para formar a ligação. O átomo ou ião metálico, o ácido de
Lewis do complexo, é o átomo que irá receber esses eletrões. A ligação estabelecida entre ácido e base de
Lewis é do tipo coordenada, também conhecida por ligação dativa.
Compostos de Coordenação
• Os compostos de coordenação representam moléculas constituídas por um ou vários ácidos de Lewis,
ligados a uma ou várias bases de Lewis. Compostos desta natureza, com vasta aplicabilidade, envolvem os
metais de transição e, neste caso, os compostos de coordenação também são chamados de complexos
metálicos. Um exemplo de um complexo metálico é o ião tetraamino cobre II, cuja reação de síntese é
mostrada abaixo.

• A formação de complexos é comum com metais de transição d e f, os quais possuem orbitais atômicos
livres, disponíveis para “acolher” os eletrões dos ligantes. No caso dos complexos metálicos, estes são
compostos neutros, e resultam da agregação de um complexo com um anião. Lembrando que os ligantes
são espécies ricas em eletrões, e os metais que formam complexos são iões com orbitais disponíveis para
acomodar estes eletrões.
• Abaixo são mostradas algumas rotas experimentais que resultam na formação de complexos:

1. Acidifica-se uma porção de ferrocianeto de potássio com ácido clorídrico diluído e mistura-se com
cloreto de ferro III; se formará um produto azul que indica o ferrocianeto férrico, segundo equação abaixo:
3K4[Fe(CN)6] + HCl + 4FeCl3 → Fe4[Fe(CN)6]3↓ + 12KCl + HCl

2. Acidifica-se uma porção de sulfacianeto de potássio com ácido clorídrico diluído e mistura-se cloreto de
ferro III; se formará um produto vermelho de sulfocianeto férrico, conforme equação abaixo:
3KSCN + HCl + FeCl3 → Fe(SCN)3↓ + 3KCl

• 3. Mistura-se o ferricianeto de potássio ao sulfato ferroso; formar-se-á um produto azul de ferrocianeto


férrico, conforme equação abaixo:
2K3[Fe(CN)6] + 3FeSO4 + 2Fe(CN)3→ Fe4[Fe(CN)6]3↓ + 3K2SO4

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