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Processo Legislativo

Aulas 03 e 04 Lei Complementar nº 13/1996


Prof. Anderson de Oliveira Noronha

AULAS 03 e 04

PROCESSO LEGISLATIVO
Lei Complementar nº 13, de 03 de setembro de 1996
Professor Anderson de Oliveira Noronha
O 08/05/2017 O

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Aulas 03 e 04 Lei Complementar nº 13/1996
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Aulas 03 e 04 – Redação, Alteração e Consolidação

Aula Conteúdo Programático Data


LEI COMPLEMENTAR do DF nº 13, de 1996: das
00 Disposições preliminares; da Elaboração: disposições 20/03
preliminares.
01 Iniciativa. 02/04
Emendas, discussão, deliberações, sanção e veto,
02 16/04
promulgação, publicação, autorizações.
Da Redação: das Disposições preliminares, das
Normas específicas de redação. Da Estrutura das leis.
03 e 04 07/05
Das Alterações; da Consolidação das leis; das
Disposições transitórias.

Sumário

Apresentação .............................................................................................................................................. 3
DA REDAÇÃO .............................................................................................................................................. 4
DAS ALTERAÇÕES .................................................................................................................................. 24
DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS .......................................................................................................... 26
QUESTÕES PARA TREINO ............................................................................................................................... 32
GABARITO ...................................................................................................................................................... 36
QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................................. 37

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Apresentação

Olá! Tudo bem com você?

Nesta aula decidi juntar o conteúdo das duas últimas aulas programadas, seja
por causa de um atraso que houve, seja porque os assuntos são conexos e não
haverá problema neste procedimento.

Deste modo, esta é a última aula, em que fechamos o estudo da LC 13.

Vamos lá!

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Processo legislativo é o conjunto atos e procedimentos realizados pelos órgãos


legislativos para a produção das leis, de acordo com as regras aplicáveis.

A forma como são formulados os atos normativos tem impacto na sua


compreensão e interpretação. Um texto confuso, mal escrito, pode levantar
mais dúvidas do que a soluções. Pode trazer confusão nas interpretações,
desigualdade na aplicação e, desse modo, ter impacto negativo na vida dos
cidadãos, comprometendo a segurança social e a certeza das relações jurídicas.
Por outro lado, uma lei bem escrita aumenta as chances de que seu objetivo
seja alcançado, aumenta a segurança jurídica, contribui para a coerência do
ordenamento jurídico e permite maior disseminação na sociedade.

Há uma área do conhecimento chamada Legística que tem por tema a


qualidade das normas jurídicas com o objetivo de aprimorar a qualidade desses
atos. O seu campo de estudo vai desde a fase de concepção (definição do
problema, das alternativas, da necessidade etc) até o final do processo
legislativo, todos abordados de maneira sistemática, metódica e cuidadosa.

Um dos objetos de estudo da Legística (no caso, da legística formal) é a


Técnica Legislativa, que trata da redação das leis, dos requisitos para que se
produza uma lei de qualidade e que veicule seu conteúdo com maior clareza,
coerência, eficácia, eficiência, que seja compreensível e linguisticamente
correta. A propósito, a própria palavra técnica tem origem no grego tekhné, que
significa a arte de aplicar os meios idôneos para obter um resultado pretendido.

Neste campo é que se insere esta parte da Lei Complementar nº 13 que vamos
ver agora.

DA REDAÇÃO

Esta parte da LC 13 traz as regras para redação dos atos normativos.

CAPÍTULO III
DA REDAÇÃO
Seção I

Das Disposições Preliminares

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Art. 49. A redação das leis obedecerá à norma culta da língua portuguesa
adotada no Brasil, especialmente:
I - aos acordos ortográficos em vigor;
II - ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de
Letras;
III - à terminologia da Nomenclatura Gramatical Brasileira;
IV - aos padrões lingüísticos recomendados pelos filólogos conceituados;
V - à denominação oficial de órgão, endereço ou logradouro público.
§ 1º Havendo divergência entre as normas ou entre as grafias dos vocábulos,
será adotada a norma ou grafia mais popular.
§ 2º É facultado equiparar, no texto das leis, a denominação oficial de que
trata o inciso V deste artigo à denominação popular, quando esta for mais
conhecida do que aquela.

O art. 49 traz as “fontes” em que se baseará o legislador para redigir o texto da


lei: acordos ortográficos, o VOLP, entre outros, com a observação de que
havendo divergência entre as normas ou grafias, será adotada a mais popular.

Seção II

Das Normas Específicas de Redação

Subseção I

Dos Princípios

Art. 50. As leis serão redigidas com precisão, clareza, coesão e concisão,
levando-se em conta os princípios seguintes:

O art. 50 traz princípios e regras para que o texto final seja o mais
compreensível possível. Sendo a lei voltada para todos, é imperioso que se
tente redigi-la com o mínimo de prolixidade, deixando-a clara, precisa, coesa e
concisa.

I - o vocabulário jurídico consagrado pelo Direito deve prevalecer sobre o


vocabulário comum;
II - é vedado o uso de expressões das línguas estrangeiras, inclusive do latim,
salvo as consagradas pela doutrina jurídica que não puderem ser traduzidas
sem prejuízo de sentido;

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III - é vedado o uso de vocábulos, expressões ou frases exemplificativas,


esclarecedoras, justificativas ou explicativas;
IV – os números que indiquem quantidade, fração, percentagem, medida ou
valor, quando empregados nas frases, são expressos por algarismos arábicos
ou, conforme a tradição, por algarismos romanos, vedada a reprodução por
extenso entre parêntesis; (NOVA REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 879, DE 25/04/14 – DODF
DE 28/04/14)

V - salvo se a lei for de natureza eminentemente técnica, dar-se-á preferência


aos vocábulos comuns, quando estes puderem expressar com precisão os
vocábulos de natureza técnica;

Os vocábulos devem ser empregados na sua acepção comum, a não ser quando
a norma verse sobre assunto técnico, em que se empregará a nomenclatura
própria da área em que se esteja legislando (por exemplo, “período do defeso”
em leis que tratem de pesca). Vocábulos jurídicos consagrados (que não
deixam de ser termos técnicos), contudo, prevalecem sobre o vocabulário
comum.

Uso do vernáculo, evitando-se ao máximo o estrangeirismo, em regra. Vedado


uso de expressões esclarecedoras, explicativas etc. Se houver necessidade,
redigir novamente o texto para que ele fique suficientemente claro sem estes
expedientes.

Números arábicos ou romanos (estes quando for tradição), e sem escrever


por extenso entre parênteses. Aqui cabe observar que é o contrário do que
prega a LC 95 (da União), em que se grafa, em regra, números por extenso.

VI - preferir-se-á:
a) a forma do plural à do singular;
b) a afirmação à negação;
c) a determinação do sujeito à sua indeterminação;
d) a ordem direta dos termos da oração à ordem inversa;
e) a forma verbal no presente à forma no futuro; (ACRESCENTADA PELA LEI

COMPLEMENTAR Nº 879, DE 25/04/14 – DODF DE 28/04/14)

VII - buscar-se-á, tanto no texto da mesma lei quanto de uma lei para outra:
a) expressar a mesma idéia sempre com o mesmo vocábulo ou expressão;
b) usar um mesmo vocábulo ou expressão sempre com um só sentido;

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c) usar os vocábulos e expressões que sejam comuns às diferentes camadas


sociais;
d) padronizar a linguagem;
VIII - evitar-se-ão:
a) os neologismos;
b) as construções sintáticas que possam gerar duplicidade de sentido;
c) o emprego de vocábulo ou expressão que configure duplo sentido no texto;
d) as frases longas;
e) o emprego de siglas, abreviaturas e sinais que não sejam próprios das regras
de articulação das leis;

Frases concisas, na ordem direta (sujeito, verbo e complemento, evitando-se


inversões), com uniformidade do tempo verbal e preferência pelo presente e
pontuação sem abuso. Repetir o vocábulo para expressar a mesma ideia (evitar
uso de sinônimos), e manter seu sentido unívoco. Padronizar a linguagem e não
usar expressões restritas a determinados grupos sociais.

Ainda, evitar neologismo, duplicidade, ambiguidade.

IX - evitar-se-á dar definição de expressão ou vocábulo diversa da que já


constar de outra lei.
X – as datas de documentos são expressas em dia, mês e ano apenas na
primeira referência; nas seguintes, apenas pelo ano. (ACRESCENTADO PELA LEI
COMPLEMENTAR Nº 879, DE 25/04/14 – DODF DE 28/04/14)

§ 1º Observado o disposto no inciso VIII, e, deste artigo, só é permitido o


uso de sigla, abreviatura ou sinal consagrado pelo uso e após a
explicitação, na primeira referência, daquilo que expressa.
§ 2º A definição legal que se fizer necessária no texto da lei será redigida de
modo:
I - a guardar coerência com as demais definições já existentes;
II - a propiciar equilíbrio entre o conteúdo e a forma;
III - a assegurar a correta expressão das idéias.

Tudo isso trará precisão, ensejando a perfeita compreensão do objetivo da lei e


a permitindo que seu texto evidencie com clareza o conteúdo e o alcance que o
legislador pretende dar à norma.

Subseção II

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Das Remissões

Art. 51. Remissão é a referência expressa a lei ou a dispositivo de lei.


Parágrafo único. Recebe a denominação de remissão interna a que é feita a
dispositivo da mesma lei em que a remissão é feita; e remissão externa a que é
feita a outra lei ou a dispositivo de outra lei.

Exemplos de remissões: “nos termos do art. 3º da Lei nº 8.112 de 1990”, ou


“observado o disposto no art. 2º”.

Art. 52. A remissão a dispositivo de lei inicia-se pelo artigo, que, quando
seguido do respectivo número, é indicado pela abreviatura "art." ou "arts.",
conforme se use a remissão para um ou mais artigos.
§ 1º Ao número do artigo e isoladas por vírgula, se for o caso, seguem-se as
unidades de articulação complementares do artigo, devendo a mais abrangente
preceder a menos abrangente.

Ou seja: “...proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX”.

§ 2º Na remissão a mais de um parágrafo, será usado o símbolo "§§",


parágrafo dobrado.

Ou seja: “...conforme art. 17, §§ 2º e 4º”.

Art. 53. Cada lei complementar, em sua ementa, fará remissão ao


dispositivo da Lei Orgânica que estiver sendo disciplinado.
Subseção III

Das Incorporações por Remissão

Art. 54. Incorporação por remissão é o recurso pelo qual se manda aplicar
a uma lei o que está disciplinado em outra.

Exemplo: “Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do


mandado de segurança, disciplinado pela Lei nº 12.016, de 7 de agosto de
2009”.

Art. 55. Buscar-se-á redigir a incorporação por remissão de modo que seja
possível depreender, pela simples leitura, o sentido do texto incorporado.
Art. 56. É vedada a incorporação por remissão:

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I - se a lei ou dispositivo de lei incorporado não se adaptar rigorosamente ao


que disciplina a lei incorporadora;
II - se a lei ou dispositivo de lei incorporado for de hierarquia inferior ao da lei
incorporadora;
III - de lei ou dispositivo de lei que não dependa de sanção em lei que dela
dependa;

Ou seja, não se pode em uma lei fazer incorporação por remissão de regras que
estão uma resolução da CLDF, por exemplo.

IV - de norma ou dispositivo de norma que não esteja sujeito ao processo


legislativo da Constituição Federal ou da Lei Orgânica.

Ou seja, não se pode em uma lei fazer incorporação por remissão de regras que
estão um decreto ou em um ato da mesa da CLDF, por exemplo.

Parágrafo único. As vedações deste artigo não se aplicam às remissões


feitas de modo genérico.

Aqui é o caso da remissão genérica, do tipo: “aplicam-se, no que couber, as


regras do Código de Processo Civil ao processo resultante da presente lei” ou
algo do gênero.

Art. 57. Na incorporação por remissão, declarar-se-á expressamente se


também fica incorporada alteração posterior.
Parágrafo único. Salvo em caso de nova redação do dispositivo incorporado por
remissão, é vedado incorporar alteração posterior à data de publicação da lei
incorporadora.
Seção III

Da Estrutura das Leis

Subseção I

Das Disposições Preliminares

Art. 58. A estrutura das leis compõe-se de:


I - preâmbulo;
II - texto;
III - fecho.

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Parágrafo único. O texto contém as disposições normativas das leis.


Subseção II

Do Preâmbulo

Art. 59. Preâmbulo é a parte inicial da lei que permite sua identificação.
Art. 60. O preâmbulo contém:
I - o título, que compreende a epígrafe e a ementa;
II - a fórmula de promulgação, que compreende:
a) a autoria;
b) o fundamento legal da autoridade;
c) a ordem de execução.
Art. 61. A epígrafe, grafada em caracteres maiúsculos, é a parte do título:
I - que qualifica a lei, denominando-a pela sua espécie;
II - que distingue a lei de outras da mesma espécie, pela numeração;
III - que situa a lei no tempo, pela sua data.
Art. 62. Cada uma das espécies de lei tratadas no art. 4º desta Lei
Complementar terá numeração própria.
§ 1º As leis são numeradas com algarismos arábicos na ordem crescente de
sua publicação e em seqüência ininterrupta.
§ 2º A numeração das leis terá como início a data:
I - da promulgação da Lei Orgânica, para suas emendas;
II - da promulgação da Lei Orgânica de 1993, para as leis complementares;
III - da promulgação da Constituição de 1988, para as leis ordinárias;
IV - da instalação da primeira legislatura da Câmara Legislativa, para os
decretos legislativos e resoluções.
§ 3º Serão numerados:
I - pela Câmara Legislativa:
a) as emendas à Lei Orgânica;
b) os decretos legislativos;
c) as resoluções;
II - pelo Poder Executivo:
a) as leis complementares;
b) as leis ordinárias.

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§ 4º O disposto no inciso II do parágrafo anterior aplica-se ainda quando a


promulgação tenha sido feita pelo Presidente da Câmara Legislativa ou por seu
Vice-Presidente.
Art. 63. Logo após o número da lei, será colocada a data, que terá dia, mês e
ano.
Art. 64. Ementa é a parte do título que permite identificar a lei pela síntese de
seu conteúdo ou finalidade.
§ 1º A ementa será iniciada por um verbo na terceira pessoa do singular do
presente do indicativo e sintetizará o conteúdo ou a finalidade da lei.
§ 2º A ementa será grafada em negrito ou, na falta deste, por meio de
caracteres que a realcem, e seu texto situar-se-á entre o centro e a margem
direita do papel.
§ 3º Na redação da ementa, será observado o disposto nos arts. 53 e 109
desta Lei Complementar.
Art. 65. A fórmula de promulgação será colocada logo após a ementa e alinhada
com o texto da lei.
Parágrafo único. A fórmula de promulgação será inserida na lei por quem a
promulgar.
Art. 66. A fórmula de promulgação contém:
I - a denominação do Órgão ou do cargo da autoridade que promulgar a lei;
II - a designação de que a lei foi aprovada pela Câmara Legislativa;
III - a indicação, quando for o caso, de que a autoridade que deveria promulgar
a lei não o fez no prazo legal;
IV - o fundamento legal para o Órgão ou autoridade promulgar a lei;
V - a ordem de execução.
§ 1º O fundamento legal para o Órgão ou autoridade promulgar a lei decorre
da Lei Orgânica.
§ 2º A ordem de execução será expressa pela forma consagrada pelo uso para
cada espécie de lei.
Art. 67. É facultado usar, antes da ordem de execução, a justificação dos atos
que levaram à promulgação da lei, sob a forma de considerando.

Na próxima página há um exemplo, uma lei real que ilustra o que foi tratado
nesta parte.

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LEI Nº 5.826, DE 10 DE ABRIL DE 2017 Epígrafe

Dispõe sobre a obrigatoriedade


de prestação de informações
pelos cartórios sobre as Título
transações de compra e venda
Ementa
com veículos terrestres, na
forma que especifica, e dá Preâmbulo
outras providências.

O Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal


promulga, nos termos do § 6º do art. 74 da Lei Orgânica do Fórmula de
Distrito Federal, a seguinte Lei, oriunda de Projeto vetado
parcialmente pelo Governador do Distrito Federal e mantido pela promulgação
Câmara Legislativa do Distrito Federal:

Art. 1º Ficam os cartórios obrigados a comunicar ao


Departamento de Trânsito do Distrito Federal - DETRAN-DF e à
Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal - SEFAZ -
DF a transferência de propriedade de veículos no ato do
reconhecimento das firmas do vendedor e do comprador apostas
no Certificado de Registro de Veículo – CRV.
Art. 2º A comunicação ao DETRAN-DF e à SEFAZ-DF deve ser
realizada por meio eletrônico e com envio de cópia digitalizada
do documento, sem qualquer ônus aos usuários do serviço
notarial.
Art. 3º A transmissão das informações e da cópia digitalizada
gerada no momento do reconhecimento de firma pode ser feita
por lote, no prazo de até 72 horas úteis.
Texto
§ 1º Caso o adquirente do veículo venha a reconhecer sua firma
autêntica em momento posterior ao reconhecimento da firma do
transmitente, os notários devem enviar as informações relativas
ao ato de sua competência e as respectivas cópias previstas
neste artigo.
§ 2º Se os atos de reconhecimento de firma por autenticidade do
transmitente ou vendedor e do adquirente ocorrerem
simultaneamente, é suficiente uma única transmissão.
§ 3º O transmitente pode obter informações sobre a efetivação
da comunicação de venda do veículo na área de serviços
eletrônicos do DETRAN-DF e da SEFAZ-DF.
Art. 4º A taxa de reconhecimento por autenticidade suporta o
ônus imposto por esta Lei.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Cláusula de


Vigência

(((seria, por exemplo, “Revoga-se a lei nº xxxx de


Cláusula
dd/mm/yyyy”)))
Revogatória

Brasília, 10 de abril de 2017. Local e data


Fecho
DEPUTADO JOE VALLE
Assinatura
Presidente

(((seriam os nomes e cargos dos Secretários de Governo cujas


Referenda
pastas tivessem relação com a matéria)))

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Subseção III

Da Articulação

Art. 68. O texto das leis será articulado.


Art. 69. A unidade básica de articulação é o artigo; o parágrafo, o inciso, a
alínea e o número são unidades complementares.
§ 1º Cada unidade de articulação obedecerá a normas próprias, estatuídas
nesta subseção.
§ 2º As unidades complementares de articulação não subsistem sem as que
por elas são complementadas.
§ 3º Recebe a denominação de dispositivo a norma contida em cada unidade
de articulação.
Art. 70. O artigo conterá apenas uma regra e será expresso por uma
única frase, cujo sentido oracional poderá ser complementado ou explicitado
por incisos.
§ 1º Depois de parágrafo, o caput do artigo não poderá ser desmembrado em
incisos.
§ 2º O artigo será indicado através da abreviatura "Art.", seguida de
numeração ordinal até o nono e cardinal depois deste.
Exemplos: Art. 1º; Art. 9º; Art. 10; Art. 84.

§ 3º Entre a numeração em algarismo ordinal e o texto, não será colocado


nenhum sinal; depois da numeração em algarismo cardinal, será colocado um
ponto.
Correto: Art. 1º Fica estabelecido o xxxxx; Art. 84. Esta lei entra em xxxx

Errado: Art. 1º. Fica estabelecido o xxxxx; Art. 84 Esta lei entra em xxxx

§ 4º A numeração a que se refere o § 2º deste artigo será feita em ordem


crescente e ininterrupta para cada lei.
§ 5º O texto do artigo principia por letra inicial maiúscula e termina por ponto,
salvo se for desdobrado em incisos, quando terminará por dois-pontos.
Art. 71. O parágrafo é a unidade complementar de articulação que expressa os
pormenores necessários à apreensão do sentido do artigo ou as circunstâncias
que ampliem ou restrinjam sua intenção.
§ 1º Como unidade dependente do caput do artigo, o parágrafo não subsiste
sem ele.

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§ 2º Cada conjunto de parágrafos tem numeração própria dentro do artigo a


que pertencem.
§ 3º Havendo apenas um parágrafo, será ele designado pela expressão
"Parágrafo único", seguida de ponto; havendo mais de um, serão eles
indicados pelo símbolo "§", seguido de número ordinal até o nono e cardinal daí
em diante.
§ 4º O sentido oracional do parágrafo pode ser complementado por incisos.
§ 5º Aplica-se à redação do parágrafo o disposto no § 5º do artigo anterior.
Art. 72. Inciso é a unidade de articulação:
I - que complementa o sentido oracional do caput de artigo ou do parágrafo;
II - que explicita normas contidas em princípio ou termo do caput de artigo ou
do parágrafo.
§ 1º Como unidade complementar de articulação, o sentido do inciso é sempre
dependente do sentido do caput de artigo ou do parágrafo.
§ 2º Não haverá inciso único.
§ 3º Na redação do inciso, serão observadas as normas seguintes:
I - será numerado em algarismo romano, seguido de travessão;
II - seu texto principia por letra inicial minúscula;
III - um inciso separa-se do outro por ponto-e-vírgula;
IV - termina por dois-pontos, se for desdobrado em alíneas;
V - o último inciso de cada série termina por ponto;
VI - para cada caput de artigo ou parágrafo, inicia-se nova numeração de
incisos.
§ 4º O sentido oracional do inciso pode ser complementado por alínea.
§ 5º É vedado usar alínea no lugar de inciso.
Art. 73. A alínea é a unidade de articulação que complementa o sentido
oracional do inciso.
§ 1º Como unidade complementar de articulação, o sentido da alínea é sempre
dependente do inciso.
§ 2º Não haverá alínea única.
§ 3º Na redação da alínea, serão observadas as normas seguintes:
I - será indicada por letra minúscula, seguida do sinal ")";
II - seu texto principia por letra inicial minúscula;
III - uma alínea separa-se da outra por ponto-e-vírgula;
IV - termina por dois-pontos, se for desdobrada em números;

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V - a última alínea de cada série termina por ponto-e-vírgula, se depois dela


houver novo inciso; e, por ponto, se não houver;
VI - para cada inciso, inicia-se nova série de alíneas.
§ 4º O sentido oracional da alínea pode ser complementado por número.
Art. 74. O número é a unidade de articulação que complementa o sentido
oracional da alínea.
§ 1º Como unidade complementar de articulação, o número é sempre
dependente da alínea.
§ 2º Não haverá número único.
§ 3º Na redação do número, serão observadas as normas seguintes:
I - será indicado por algarismo arábico, seguido do sinal ")";
II - seu texto principia por letra inicial minúscula;
III - um número separa-se do outro por ponto-e-vírgula;
IV - o último número de cada série termina por ponto-e-vírgula, se depois dele
houver nova alínea ou inciso; e, por ponto, se não houver;
V - para cada alínea, inicia-se nova série de números.
Art. 75. Os artigos das disposições transitórias serão numerados em seqüência
aos artigos das disposições permanentes.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não é obrigatório para os códigos.

Exemplificando:
Art. 1º blablabla. Artigo 1º
I – papapa; Inciso I do art. 1º
II – pepepe. Inciso II do art. 1º
§1º mimimi. Parágrafo 1º do art. 1º
§2º tititi: Parágrafo 2º do art. 1º
I – lelele: Inciso I do Parágrafo 2º do art. 1º.
a) a) xxxx; Alínea ‘a’ do Inciso I do Parágrafo 2º do art. 1º.
b) yyyy: Alínea ‘b’ do Inciso I do Parágrafo 2º do art. 1º.
1) aaaa; Número 1 da Alínea ‘b’ do Inciso I do Parágrafo 2º do art. 1º
2) bbbbb; Número 2 da Alínea ‘b’ do Inciso I do Parágrafo 2º do art. 1º.
c) zzzz; Alínea ‘c’ do Inciso I do Parágrafo 2º do art. 1º.
II – lalala. Inciso I do Parágrafo 2º do art. 1º.
Art. 2º blablabla. Artigo 2º

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Subseção IV

Dos Agrupamentos de Artigos

Art. 76. Os artigos de uma lei podem reunir-se em unidades de agrupamento.


Parágrafo único. Para consecução do disposto neste artigo, será considerada:
I - a extensão da lei e a compartimentação do assunto nela abordado;
II - a denominação do assunto em cada unidade de agrupamento;
III - a afinidade entre os assuntos dos artigos agrupados;
IV - a sistematização adotada na lei.
Art. 77. O agrupamento de artigos terá por base o capítulo.
Art. 78. O capítulo pode dividir-se em seções; e estas, em subseções.
Parágrafo único. Não haverá seção única, nem subseção única.
Art. 79. Poderão ser agrupados:
I - os capítulos em títulos;
II - os títulos em livros;
III - os livros em partes.
Parágrafo único. As unidades de agrupamento constantes deste artigo só
poderão ser únicas quando a lei for dividida em unidades de agrupamentos
mais abrangentes do que a considerada.
Art. 80. Para denominar as unidades de agrupamentos, serão observadas as
normas seguintes:
I - cada unidade de agrupamento de artigo conterá a denominação:
a) do tipo de unidade de agrupamento, seguida de algarismo romano;
b) do assunto que nela é disciplinado;
II - a denominação do assunto tratada em cada unidade de agrupamento será
iniciada pela preposição "De", combinada com o artigo definido apropriado;
III - sempre que possível, as unidades de agrupamento serão grafadas em
negrito;
IV - o capítulo, o título e o livro serão grafados com caracteres maiúsculos;
V - a seção e a subseção serão grafadas com caracteres minúsculos, salvo a
letra inicial do primeiro vocábulo e a dos que não sejam meras partículas de
ligação, que terão a letra inicial maiúscula.
Parágrafo único. Havendo possibilidade, os títulos e subseções serão grafados
em itálico; e os livros e as partes, com caracteres especiais.
Art. 81. Nenhuma lei terá mais do que duas partes. (Artigo mantido pela
CLDF após veto do Governador do DF – DODF de 22.10.1996)

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Aulas 03 e 04 Lei Complementar nº 13/1996
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§ 1º As partes serão designadas exclusivamente de parte geral e parte


especial, sem mencionar o assunto nelas tratado. (Parágrafo mantido pela
CLDF após veto do Governador do DF – DODF de 22.10.1996)
§ 2º A parte especial sempre abrirá página nova. (Parágrafo mantido pela CLDF
após veto do Governador do DF – DODF de 22.10.1996)
Art. 82. É vedado redigir lei cujos artigos estejam reunidos em unidades de
agrupamento sem numeração.
Veja um exemplo retirado do Novo Código de Processo Civil (Lei
nº 13.105/2015):
(...)
PARTE ESPECIAL
LIVRO I
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
TÍTULO I
DO PROCEDIMENTO COMUM
(...)
CAPÍTULO XI
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
CAPÍTULO XII
DAS PROVAS
Seção I
Disposições Gerais
Seção II
Da Produção Antecipada da Prova
Seção III
Da Ata Notarial
Seção IV
Do Depoimento Pessoal
Seção V
Da Confissão
Seção VI
Da Exibição de Documento ou Coisa
Seção VII
Da Prova Documental
Subseção I
Da Força Probante dos Documentos
(...)
LIVRO COMPLEMENTAR
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Subseção V

Das Normas de Sistematização

Art. 83. A lei será estruturada de modo que seus dispositivos guardem
coerência e harmonia entre si e seja inserida adequadamente no sistema
jurídico.

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Parágrafo único. Recebe a denominação de sistematização interna a coerência e


harmonia que os dispositivos devam ter entre si; e sistematização externa a
adequada inserção da lei no sistema jurídico.
Art. 84. Para a sistematização externa, serão observados os princípios
seguintes:
I - a lei terá seu objeto e âmbito de aplicação indicados em seu artigo
primeiro;
II - nenhuma lei conterá matéria estranha a seu objeto ou que a este
não esteja vinculado por afinidade, pertinência ou conexão;
III - o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, salvo:
a) se lei posterior alterar lei anterior;
b) no caso de lei geral e lei especial;
IV - buscar-se-á disciplinar o mais especificamente possível as diversas
implicações decorrentes da matéria disciplinada pela lei.
§ 1º Sempre que duas ou mais leis versarem sobre o mesmo assunto, deverão
ser observadas as normas do Capítulo V desta Lei Complementar.
§ 2º Os assuntos de caráter permanente não podem ser tratados nas leis de
caráter temporário.
A ideia aqui pode ser resumida como uma lei para cada assunto e apenas para
este assunto (exceção é quando houver alteração ou leis geral/especial). Logo
no artigo primeiro se deve explicitar o objeto e o âmbito de aplicação dela.

Art. 85. Para a sistematização interna, serão observados os princípios


seguintes:
I - devem ser disciplinados:
a) separadamente, institutos diversos;
b) em dispositivos que estejam próximos uns dos outros, matérias afins ou
conexas;
c) segundo ordem cronológica, os procedimentos;
II - os princípios devem preceder sua regulamentação;
III - nas unidades de agrupamentos de artigo, devem sempre vir antes:
a) das disposições transitórias as permanentes;
b) das disposições acessórias as principais;
c) das disposições especiais as preliminares;
d) das disposições particulares as comuns.

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Ideia geral é bem lógica: primeiro permanente, depois transitório; primeiro


principal, depois acessório; e assim por diante.

§ 1º Institutos diversos e matérias afins ou conexas devem ser tratados


segundo sua possível ordem de ocorrência.
§ 2º As disposições comuns de institutos diversos devem ser tratadas em
conjunto.
§ 3º As disposições que introduzam um assunto serão tratadas
preliminarmente.
§ 4º Para que a norma específica de um instituto seja aplicada a outro que lhe
seja afim ou conexo, é necessário fazer remissão expressa.
Art. 86. Os artigos que contenham normas de caráter geral podem ser
agrupados em unidade denominada de "disposições gerais".
§ 1º Vêm no início da lei ou antes de outras unidades de agrupamento as
disposições gerais de cujas normas dependam outras de disciplinamentos
específicos.
§ 2º Vêm no final da lei ou depois de outras unidades de agrupamentos as
disposições gerais cujas normas sejam diretamente dependentes de outras de
disciplinamentos específicos.
As disposições gerais podem vir antes, se as específicas dependerem das
normas que estão na disposição geral; ou ao final, se as disposições gerais é
que forem dependentes das específicas. Perceba que pode haver ser no início
(ou final) da lei ou, por exemplo, de uma Parte, Título, Capítulo etc. Vai
depender se as disposições gerais se aplicam à lei inteira ou só têm relação com
as normas daquela Parte, Título etc.

Subseção VI

Da Vigência das Leis

Art. 87. A lei começa a vigorar em todo o território do Distrito Federal na data
por ela indicada e somente perde sua vigência, total ou parcialmente:
I - pela revogação;
II - por ter expirado o prazo para o qual foi elaborada;
III - pela superveniência de lei federal sobre normas gerais no âmbito
da legislação concorrente, nos termos do que dispõe o art. 24, § 4º, da
Constituição Federal.

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§ 1º Recebe a denominação de cláusula de vigência o dispositivo que disciplina


a data de entrada em vigor da lei.
§ 2º Não havendo cláusula de vigência, a lei começa a vigorar em todo o
Distrito Federal 15 dias após sua publicação. (RENUMERADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº
879, DE 25/04/14 – DODF DE 28/04/14)

Art. 88. Na estipulação da cláusula de vigência, serão levados em conta:


I - urgência;
II - complexidade de suas normas;
III - alterações que provocará no sistema jurídico;
IV - prazo necessário para que os destinatários se adaptem a suas exigências.
Parágrafo único. Somente entra em vigor:
I - noventa dias depois de publicada, a lei que instituir ou aumentar
contribuição social dos servidores públicos do Distrito Federal;
II - no exercício financeiro seguinte ao da publicação, a lei que instituir ou
aumentar tributos;
III - no primeiro dia do exercício financeiro para o qual foi elaborada, a lei
orçamentária;
IV - no primeiro dia do ano subseqüente ao da posse do Governador eleito, a lei
que aprovar o plano plurianual.
Cláusula de vigência, em regra, explícita; se omissa, vigência se dará 15 dias
após a publicação.

Dentre as exceções do parágrafo único do art. 88, lembre-se de que o PPA


elaborada pelo Governador passado vige durante o primeiro ano do Governador
eleito, e por isso o outro PPA vige no primeiro dia do ano subsequente ao da
posse do Governador eleito.

Art. 89. O prazo dado por lei para início de sua vigência é contínuo e só se
interrompe ou se suspende em virtude de lei posterior ou de decisão judicial.
§ 1º No cômputo do prazo, inclui-se o dia da publicação.
§ 2º O dia de início da vigência da lei não se prorroga, ainda que caia em dia
de sábado, domingo ou feriado.
O dia da publicação é o primeiro dia do prazo, e o dia de início da vigência não
se prorroga, independente do dia da semana em que cair (ou se for feriado).

Art. 90. Para efeito de vigência, considera-se lei nova a parte vetada cujo veto
tenha sido rejeitado.

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Art. 91. Havendo nova publicação com o propósito de retificar texto de lei,
será observado o seguinte:
I - para efeito de vigência, considera-se lei nova a retificação de texto da lei
que já esteja em vigor;
II - não estando ainda em vigor a lei, o prazo de sua vigência recomeça
a fluir da última publicação.
Parágrafo único. Ficam resguardados os direitos adquiridos de boa-fé durante a
vigência dos dispositivos que tenham sido retificados.
Se houver nova publicação para retificar texto, se a lei a ser retificada ainda
não entrou em vigor, recomeça o prazo de vigência, para que tudo entre em
vigor no mesmo dia; se já estiver em vigor, a retificação é considerada lei nova,
e o prazo segue independente.

Art. 92. A lei poderá começar a produzir efeitos em data diversa à do


início de sua vigência.
Por exemplo, a lei entra em vigor em 15 dias mas prevê que seus efeitos só
começaram em 90 dias. Normalmente é para que haja melhor preparação dos
afetados pela nova lei.

Parágrafo único. É vedado o efeito retroativo, salvo se a lei versar:


I - sobre aumento ou reajuste, a qualquer título, da remuneração de autoridade
ou servidores públicos do Distrito Federal;
II - sobre orçamento anual;
III - sobre o disposto no § 2º do artigo anterior.
Art. 93. A lei, ou parte dela, que trouxer a determinação de ser
regulamentada fixará o prazo para que se cumpra tal determinação.
Parágrafo único. Não sendo feita a regulamentação no prazo fixado, a Câmara
Legislativa solicitará informação ao Governador, nos termos do art. 60, XXXII,
da Lei Orgânica.
Art. 94. A lei que conceda isenção ou benefício fiscal será elaborada com
prazo certo de vigência.
Parágrafo único. Nenhuma isenção ou benefício fiscal será concedido com prazo
que ultrapasse a vigência da lei que aprovar o plano plurianual.
Art. 95. A alteração em texto de lei considera-se lei nova.
Art. 96. A lei revogada, total ou parcialmente, não se restaura por ter
perdido a vigência a lei revogadora.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à lei que for elaborada
com o propósito de restabelecer a vigência de lei revogada.
Não há repristinação, ou seja: uma lei 10 revogou a lei 9; veio a lei 15 e
revogou a lei 10. A lei 9 não volta a viger, não restaura sua vigência pelo fato
da lei que a revogou ter sido agora revogada. A ressalva do parágrafo único é
óbvia (e desnecessária): se a lei 15 for elaborada especificamente para
restaurar a vigência da lei 9 e, deste modo, revogar a lei 10, aí a lei 9 volta a
viger por força da lei 15 (e não porque se revogou a norma revogadora).

Subseção VII

Da Revogação das Leis

Art. 97. Revogação é a determinação, expressa ou tácita, contida em lei, que


manda cessar a vigência de lei anterior.
§ 1º A revogação, que terá dispositivo próprio, chamado de cláusula
revogatória, constará do último artigo da lei.
§ 2º É dispensada a cláusula revogatória da lei cuja matéria não tenha sido
disciplinada anteriormente.
Art. 98. Dá-se a revogação expressa quando a lei nova identifica a lei anterior
atingida, total ou parcialmente, pela revogação.
§ 1º A revogação expressa obedecerá ao seguinte:
I - uma lei só pode ser revogada por outra da mesma espécie ou de grau
superior;
II - só deve ser revogada a lei, ou qualquer de seus dispositivos, quando
houver completa incompatibilidade jurídica entre a lei nova e a lei anterior;
III - deve ser evitada a revogação entre leis que versem sobre matérias
diversas;
IV - lei que estabeleça normas de caráter geral não deve revogar lei que
estabeleça normas de caráter especial; nem esta deve revogar aquela;
V - só se revoga texto integral de artigo, parágrafo, inciso, alínea ou número.
§ 2º A revogação da unidade de articulação complementada atinge as
unidades de articulação que a complementam.
Ou seja, revogou o artigo, revogados também seus parágrafos ou incisos, e
assim por diante.

§ 3º É vedada a revogação de dispositivo de lei se a revogação acarretar


prejuízo aos dispositivos remanescentes.

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Art. 99. A revogação expressa de dispositivo incorporado por remissão só atinge


a lei a que se referir.
Art. 100. A nova redação dada a dispositivo de lei revoga a redação
anterior.
Art. 101. Dá-se revogação tácita quando a norma de uma lei que não foi
expressamente revogada seja juridicamente incompatível com norma de
lei nova.
§ 1º A revogação tácita obedecerá às regras de hermenêutica, observado o
seguinte:
I - lei posterior revoga a anterior naquilo que lhe for contrário;
II - fica revogada a lei cuja matéria seja integralmente disciplinada por
lei posterior.
Se uma lei posterior for contrária a uma anterior, há revogação. Se uma lei
posterior regular inteiramente a matéria, lei anterior que tratava desta matéria
está revogada.

§ 2º O disposto no inciso I do parágrafo anterior aplica-se, inclusive, quando


houver incompatibilidade jurídica entre lei que estabeleça normas gerais e lei
que estabeleça normas especiais.
Art. 102. É vedada a reutilização da numeração de dispositivo revogado,
salvo nos casos previstos nos arts. 96, parágrafo único, e 127, parágrafo único,
desta Lei Complementar.
Subseção VIII

Do Fecho

Art. 103. Após o último artigo, serão consignados o local e a data da


assinatura da autoridade que promulgar a lei.
Art. 104. Nas emendas à Lei Orgânica, nas leis complementares e nas leis
ordinárias, será feita referência ao ano em que se estiver em relação à
Proclamação da República e à inauguração de Brasília como Capital do Brasil.
Art. 105. Logo após a data, a lei deverá ser assinada por quem a promulgar.
Art. 106. As leis complementares e ordinárias, quando for o caso, deverão
ser referendadas pelos Secretários de Governo cuja pasta se ache relacionada
com a matéria legislada, nos termos do que dispõe o art. 105, parágrafo único,
II, da Lei Orgânica.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se ainda que a lei não tenha sido
promulgada pelo Governador.

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DAS ALTERAÇÕES
CAPÍTULO IV
DAS ALTERAÇÕES
Seção I

Das Disposições Comuns

Art. 107. Alteração é a modificação de dispositivo de lei.


Parágrafo único. A alteração ocorre por:
I - supressão;
II - acréscimo;
III - nova redação.
Art. 108. As alterações têm por finalidade:
I - expurgar do sistema jurídico dispositivo que se tornou inconveniente ou
inoportuno;
II - complementar lacunas deixadas pela lei anterior;
III - corrigir distorções no sistema jurídico;
IV - aprimorar a lei existente e adequá-la às novas exigências da sociedade.
Parágrafo único. As alterações devem guardar coerência com os dispositivos
não alterados, bem como com a sistematização que a lei alterada adotou.
Art. 109. A lei cuja finalidade principal for a de alterar outra incluirá, em sua
ementa, a ementa da lei alterada.
Art. 110. A lei alteradora obedecerá às normas de articulação estatuídas por
esta Lei Complementar e indicará, em seus dispositivos, a alteração ocorrida.
Art. 111. Sempre que for considerável a alteração da lei anterior, será
elaborada lei nova disciplinando integralmente a matéria anteriormente
tratada.
Seção II

Das Supressões

Art. 112. A supressão de dispositivo de lei ocorre com a revogação.


Parágrafo único. Para suprimir dispositivo de lei, obedecer-se-á ao disposto na
subseção VII do capítulo anterior.

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Seção III

Dos Acréscimos

Art. 113. Só é permitido o acréscimo de texto integral de parágrafo,


inciso, alínea ou número.
Art. 114. É vedada a renumeração de artigos em virtude de alteração.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica à renumeração dos artigos que
contenham a cláusula de vigência e a cláusula revogatória.
§ 2º A matéria a ser disciplinada por artigo a que não se aplicar o disposto no
parágrafo anterior será tratada na própria lei alteradora.
Art. 115. A lei indicará o número do artigo que contém dispositivo acrescido e,
sendo o caso, o modo de renumeração dos já existentes.
Art. 116. O dispositivo acrescido será destacado, no texto da lei alteradora, do
dispositivo que determinar o acréscimo e virá entre aspas.
Parágrafo único. Serão abertas novas aspas para cada dispositivo acrescido, e o
fechamento só se dará no último deles.
Art. 117. A lei que mandar acrescer dispositivo será sempre da mesma espécie
da que tiver dispositivo acrescido.
Seção IV

Da Nova Redação

Art. 118. Dá-se nova redação a texto de dispositivo quando houver


necessidade:
I - de suprimir ou acrescer vocábulo ou expressão;
II - de ampliar ou restringir a abrangência da norma;
III - de aumentar ou diminuir quantitativos fixados por expressões numéricas;
IV - de atender ao disposto no art. 108 desta Lei Complementar.
Art. 119. Aplica-se a esta seção o estatuído nos arts. 115 a 117 desta Lei
Complementar.
Não há muito o que comentar sobre as alterações. Ou se suprime algum
dispositivo, ou se acresce algum dispositivo. Se necessária mudança, pode-se
dar nova redação a dispositivo. Na lei que acresce ou dá nova redação, haverá
destaque para o novo texto.

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DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS


CAPÍTULO V
DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS
Seção I

Das Disposições Preliminares

Art. 120 A consolidação das leis tem por finalidade tornar sua consulta
acessível aos cidadãos, nos termos do que dispõe o art. 60, X, da Lei
Orgânica.
Art. 121 A consolidação das leis será feita:
I - pela inserção, no texto da lei, das alterações ocorridas;
II - pela compilação, num só texto e de modo sistemático, de todas as
leis esparsas sobre a mesma matéria;
III - pela consagração de significado ou conceito atribuído a determinado
termo.
A mais conhecida e importante é a consolidação feita por compilação, em que
se reúnem os textos de todas as leis esparsas sobre um assunto em um só
texto, sistematicamente organizado. Tudo com o objetivo de tornar a consulta
mais acessível aos cidadãos.

§ 1º Cada espécie de lei terá consolidação própria.


§ 2º Quando da consolidação, serão eliminadas as impropriedades
evidentes de linguagem, bem como as imprecisões terminológicas, e
atualizada a denominação de órgão, logradouro ou cargo público que sofrer
alteração.
Art. 122. O disposto neste capítulo não é obrigatório para as leis:
I - que aprovem ou alterem o orçamento anual;
II - que aprovem o plano plurianual ou as diretrizes orçamentárias;
III - que tenham como objeto apenas o reajuste salarial de autoridades ou
servidores públicos do Distrito Federal.
Seção II

Da Consolidação por Inserção

Art. 123. A lei alterada será republicada com as alterações inseridas em seu
texto.

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§ 1º A consolidação a que se refere este artigo ocorrerá antes do encerramento


de cada sessão legislativa e abrangerá as leis alteradas no período.
§ 2º A consolidação por inserção é da competência privativa da Câmara
Legislativa, nos termos do que dispõe o art. 60, X, da Lei Orgânica.
§ 3º Será determinada:
I - por decreto legislativo a consolidação:
a) da Lei Orgânica com suas emendas;
b) das leis complementares com suas alterações;
c) das leis ordinárias com suas alterações;
d) dos decretos legislativos com suas alterações;
II - por resolução a consolidação das resoluções que forem alteradas.
Art. 124. Para a publicação das leis consolidadas, serão observadas as normas
seguintes:
I - não haverá modificação na numeração, data e vigência;
II - só serão inseridas as alterações aprovadas até a data anterior à da
determinação de consolidar as leis;
III - ao lado do dispositivo alterado ou logo abaixo dele, será indicado:
a) o tipo de alteração ocorrida;
b) o número e a data da lei alteradora;
c) o dispositivo da lei alteradora que determinou a alteração.
Parágrafo único. A publicação das leis consolidadas obedecerá, no que couber,
às normas estatuídas no Capítulo II, Seção VII, desta Lei Complementar e será
efetuada até o último dia útil do ano civil.
É aqui que está a ideia central: no texto da consolidação, haverá a indicação da
alteração para que se possa saber o que realmente vige e o que não.

Art. 125. Permanecem com sua numeração original os dispositivos


suprimidos em virtude de:
I - veto;
II - revogação;
III - suspensão por inconstitucionalidade ou ilegalidade, nos termos do
art. 60, XIX, da Lei Orgânica.
§ 1º Será consignada ao final de cada dispositivo suprimido a sua situação,
fazendo-se referência à lei determinadora da supressão.
§ 2º No caso do inciso III deste artigo, será feita referência ao decreto
legislativo ou resolução que determinar a suspensão.

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Isso é para que não haja confusão. Por exemplo, se pudesse ser reaproveitado
o número original, poderia haver várias normas indicando o art. 12, mas uma
se repostando ao artigo vigente à época de elaboração. Assim, haveria uma
necessidade de ver qual a redação do artigo à época de cada lei que a ele se
referisse, o que iria complicar muito a compreensão sobre a norma. Por isso
não pode haver utilização da numeração original, que terá uma observação
(“Revogado”, “Vetado” etc).

Art. 126. Respeitadas as normas desta seção, a lei alteradora poderá


determinar que se publique, em anexo, a lei alterada com a inserção das
alterações.
Seção III

Da Consolidação por Compilação

Art. 127. A consolidação por compilação ocorrerá pela reunião, em um só


texto e de modo sistemático, de todas as leis esparsas sobre a mesma
matéria.
Parágrafo único. Os dispositivos vetados, revogados ou suspensos serão
suprimidos ou reaproveitados.
Aqui a regra para o aproveitamento é diferente: será feito um só texto,
sistematizado, reunindo as leis esparsas sobre a matéria. Como a consolidação
passará a ser a referência de texto normativo, pode-se fazer o aproveitamento
de textos vetados, revogados ou suspensos. Veja abaixo o art. 131: será
considerada lei nova para todos os efeitos legais.

Art. 128. A consolidação de que trata esta seção será feita na última seção
legislativa de cada legislatura.
Art. 129. A consolidação das leis por compilação será feita por lei da mesma
espécie das consolidadas.
Art. 130. Será mantida, tanto quanto possível, fidelidade ao texto das
leis consolidadas.
Parágrafo único. Havendo divergência entre as leis no modo de dispor o mesmo
assunto, decidir-se-á pelo que for mais adequado à consecução dos
objetivos da lei.
Art. 131. A consolidação das leis por compilação considera-se lei nova
para todos os efeitos legais.

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Art. 132. Aos dispositivos incorporados por remissão aplica-se, no que couber, o
disposto nesta seção.
Seção IV

Da Consagração de Significados, Conceitos e Formas

Art. 133. A Câmara Legislativa organizará:


I - glossário de expressões e termos jurídicos usados nas leis do Distrito
Federal;
II - manual de redação das leis.
§ 1º O glossário a que se refere este artigo será atualizado ao menos uma vez
em cada legislatura.
§ 2º O manual de redação das leis terá por base os padrões utilizados na
Constituição Federal, na Lei Orgânica e nesta Lei Complementar.
§ 3º No manual de redação das leis, serão incluídos os principais casos de:
I - ortofonia;
II - ortografia;
III - acentuação gráfica;
IV - flexão vocabular;
V - regência;
VI - concordância;
VII - colocação dos termos na oração;
VIII - pontuação;
IX - estilística das leis.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 134. VETADO
Art. 135. Dentro de cento e vinte dias da publicação desta Lei Complementar, a
Câmara Legislativa consolidará as leis já existentes.
Parágrafo único. Quando forem consolidadas, as leis serão adaptadas às normas
de articulação e de agrupamento de artigos previstas nesta Lei Complementar.
Art. 136. É de cento e oitenta dias o prazo para que a Câmara Legislativa
elabore o manual de redação e o glossário previstos no art. 133 desta Lei
Complementar.
Art. 137. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

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Brasília, 3 de Setembro de 1996


108º da república e 37º de Brasília
CRISTOVAM BUARQUE

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Já que é nossa última aula neste curso, permita-me reproduzir uma pequena
estória aqui:

“No Alasca, um esporte tradicional é cortar árvores. Há


lenhadores famosos, com domínio, habilidade e energia no uso do
machado. Querendo tornar-se também um grande lenhador, um
jovem escutou falar do melhor de todos os lenhadores do país.
Resolveu procurá-lo.
- Quero ser seu discípulo. Quero aprender a cortar árvore como o
senhor.
O jovem empenhou-se no aprendizado das lições do mestre, e
depois de algum tempo achou-se melhor que ele. Mais forte, mais
ágil, mais jovem, venceria facilmente o velho lenhador. Desafiou
o mestre para uma competição de oito horas, para ver qual dos
dois cortaria mais árvores.
O desafio foi aceito, e o jovem lenhador começou a cortar árvores
com entusiasmo e vigor. Entre uma árvore e outra, olhava para o
mestre, mas na maior parte das vezes o via sentado. O jovem
voltava às suas árvores, certo da vitória, sentindo piedade pelo
velho mestre.
Quando terminou o dia, para grande surpresa do jovem, o velho
mestre havia cortado muito mais árvores do que o seu
desafiante.
- Mas como é que pode? – surpreendeu-se. Quase todas as vezes
em que olhei, você estava descansando!
- Não, meu filho, eu não estava descansando. Estava afiando o
machado. Foi por isso que você perdeu.
Aprendizado é um processo que não tem fim. Sempre temos algo
a aprender. O tempo utilizado para afiar o machado é
recompensado valiosamente. O reforço no aprendizado, que dura
a vida toda, é como afiar sempre o machado. Continue afiando o
seu.”
Retirada do livro Comunicação Global, de Lair Ribeiro.

Pois bem, ao chegar ao fim de uma caminhada, é bom que nos permitamos
apreciar o quanto já andamos. Mas não podemos nos deixar paralisar. Ao final
de cada jornada chegamos a um lugar de onde podemos ver novos horizontes,
que exigirão de nós mais esforço mas cuja busca nos fará descobrir novas
terras, novos tesouros, e no caminho nos fará uma pessoa melhor.

Continue trabalhando, mas não se esqueça de afiar o seu machado. E qualquer


sugestão, reclamação, ou qualquer outra coisa, te aguardo em:

www.andersonnoronha.com.br

Bom estudo e que Deus te ilumine na sua jornada!

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Aulas 03 e 04 Lei Complementar nº 13/1996
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QUESTÕES PARA TREINO

1. Nos termos da Lei Complementar nº 13/1996 do DF, a unidade básica de


articulação dos textos legais denomina-se
a) Número.
b) Parágrafo.
c) Artigo.
d) Inciso.
e) Alínea.

2. Segundo a LC n° 13/1996 do Distrito Federal,


a) a numeração do artigo é cardinal até o art. 9, depois, emprega-se a
numeração ordinal.
b) as alíneas são desdobramentos dos números.
c) com propósito estilístico, o redator da lei deve usar sinônimos para evitar
repetição de palavras.
d) parágrafo é a imediata divisão do artigo. É a disposição secundária que
explica, modifica ou restringe a regra principal expressa no caput do
artigo.
e) os artigos podem ser desdobrados em um encadeamento assim disposto:
Parágrafos ou Alíneas; Incisos ou Números.

3. A Lei Complementar n° 13 do DF, quando trata das técnicas de


elaboração, redação e alteração das Leis, determina que a epígrafe deve ser
a) redigida em caracteres minúsculos
b) identificada por um código de barras.
c) grafada em caracteres maiúsculos.
d) codificada por letras e algarismos.
e) escrita no formato convencional de frase.

4. É correto afirmar sobre a elaboração, a redação, a alteração e a


consolidação das leis.
a) Os assuntos de mesmo teor deverão estar previstos em mais de uma lei.

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b) Os assuntos de caráter permanente podem ser tratados nas leis de


caráter temporário.
c) A previsão de consolidação das leis impõe que a lei deverá reunir
matérias diversas no mesmo texto.
d) A lei é geral, impessoal e abstrata, sendo desnecessária a previsão
específica do seu âmbito de aplicação.
e) O primeiro artigo do texto da lei indicará o objeto da lei e o respectivo
âmbito de aplicação.

5. A LC 13, no sei art. 50, diz que as leis serão redigidas com todas as
qualidades abaixo, exceto:
a) precisão
b) hermetismo
c) clareza
d) coesão
e) concisão

6. Para obtenção da melhor lei, em termos de redação, a LC 13 elenca


alguns princípios e regras. Marque a alternativa que não traz um deles:
a) buscar usar a forma verbal no presente.
b) utilizar expressões das línguas estrangeiras que sejam comuns e bem
conhecidas.
c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao
texto.
d) expressar por meio dos parágrafos os pormenores necessários à
apreensão do sentido do artigo ou as circunstâncias que ampliem ou
restrinjam sua intenção.
e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a
primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu
significado.

7. A LC 13, na parte que trata da estrutura das leis, define que elas se
compõe de:

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a) preâmbulo, texto e fecho.


b) preâmbulo, título, texto e fecho.
c) epígrafe, ementa, título e fecho.
d) epígrafe, ementa, título, cláusula de revogação e fecho.
e) preâmbulo, epígrafe, ementa, texto e fecho.

8. “LEI COMPLEMENTAR Nº 27, DE 15 DE MARÇO DE 2010” é exemplo de:


a) preâmbulo
b) fecho
c) epígrafe
d) título
e) ementa

9. Os artigos de uma lei podem reunir-se em unidades de agrupamento, e


para isso o redator da lei deverá levar em consideração:
I - a extensão da lei e a compartimentação do assunto nela abordado.
II - a denominação do assunto em cada unidade de agrupamento.
III - a afinidade entre os assuntos dos artigos agrupados.
IV - a sistematização adotada na lei.

a) apenas os itens I e IV.


b) apenas os itens I e III.
c) apenas os itens III e IV.
d) apenas os itens II e IV.
e) todos os itens acima.

10. No âmbito da redação de leis no DF, especialmente sobre o agrupamento


de artigos, a LC 13 dispõe que nenhuma lei terá mais que duas partes: Parte
Geral e Parte Especial.

11. É um fator de sistematização se colocar o objeto e o âmbito da aplicação


da lei no artigo primeiro.

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12. Não havendo cláusula de vigência expressa na lei, ela começará a vigorar
em todo o DF no prazo de 30 dias após sua publicação.

13. Havendo cláusula de vigência expressa na lei, ela não poderá começar a
produzir efeitos em data diversa.

14. A consolidação das leis pode ser feita pela inserção, no texto da lei, das
alterações ocorridas, pela compilação, num só texto e de modo sistemático, de
todas as leis esparsas sobre a mesma matéria, ou pela consagração de
significado ou conceito atribuído a determinado termo.

15. A revogação, que pode ser expressa ou tácita, consiste na determinação


legal de cessação de vigência de lei anterior. Quando expressa, ela deve
constar na lei na chamada cláusula de revogação.

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GABARITO

1. C 2. D 3. C 4.E 5. C

6. B 7. A 8. C 9.E 10. Correto

11. Correto 12. Errado 13. Errado 14. Correto 15. Correto

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QUESTÕES COMENTADAS

1. Nos termos da Lei Complementar nº 13/1996 do DF, a unidade básica de


articulação dos textos legais denomina-se
a) Número.
b) Parágrafo.
c) Artigo.
d) Inciso.
e) Alínea.
Resposta: Letra C. Fácil esta questão. Segundo o art. 69 da LC 13, a
unidade básica de articulação é o artigo.

2. Segundo a LC n° 13/1996 do Distrito Federal,


a) a numeração do artigo é cardinal até o art. 9, depois, emprega-se a
numeração ordinal.
b) as alíneas são desdobramentos dos números.
c) com propósito estilístico, o redator da lei deve usar sinônimos para evitar
repetição de palavras.
d) parágrafo é a imediata divisão do artigo. É a disposição secundária que
explica, modifica ou restringe a regra principal expressa no caput do
artigo.
e) os artigos podem ser desdobrados em um encadeamento assim disposto:
Parágrafos ou Alíneas; Incisos ou Números.
Resposta: Letra D.
A letra ‘a’ está errada porque a numeração é ordinal até o 9º e
cardinal do 10 em diante. Letra ‘b’ inverteu: números são
desdobramentos das alíneas. Letra ‘c’ é o contrário da norma, pois o
redator deve expressar a mesma ideia sempre com o mesmo vocábulo
ou expressão, evitando sinônimos. Letra ‘d’ é a correta. Letra ‘e’ está
errada porque os artigos podem ser desdobrados em parágrafos ou
incisos.

3. A Lei Complementar n° 13 do DF, quando trata das técnicas de


elaboração, redação e alteração das Leis, determina que a epígrafe deve ser

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a) redigida em caracteres minúsculos


b) identificada por um código de barras.
c) grafada em caracteres maiúsculos.
d) codificada por letras e algarismos.
e) escrita no formato convencional de frase.
A letra C é a resposta. Questão simples para quem leu a lei. Já para
quem não leu...

4. É correto afirmar sobre a elaboração, a redação, a alteração e a


consolidação das leis.
a) Os assuntos de mesmo teor deverão estar previstos em mais de uma lei.
b) Os assuntos de caráter permanente podem ser tratados nas leis de
caráter temporário.
c) A previsão de consolidação das leis impõe que a lei deverá reunir
matérias diversas no mesmo texto.
d) A lei é geral, impessoal e abstrata, sendo desnecessária a previsão
específica do seu âmbito de aplicação.
e) O primeiro artigo do texto da lei indicará o objeto da lei e o respectivo
âmbito de aplicação.
Resposta: Letra E. A letra A estaria certa se afirmasse que cada lei
tratará de um único objeto (art. 84, II da LC 13). O art. 84, §2º diz o
contrário do que está escrito na letra B: Os assuntos de caráter
permanente não podem ser tratados nas leis de caráter temporário.
Letra C errada, pois a consolidação deve reunir todas as leis
pertinentes a determinada matéria e não de matérias diversas. A lei
realmente é geral, impessoal e abstrata, mas o caput do art. 84, I diz
que o primeiro artigo indicará o objeto e o respectivo âmbito de
aplicação, sendo a letra D errada. A resposta, então, é a letra E, que
traz a afirmação correta.

5. A LC 13, no sei art. 50, diz que as leis serão redigidas com todas as
qualidades abaixo, exceto:
a) precisão
b) hermetismo

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c) clareza
d) coesão
e) concisão
Resposta: Letra C. Hermetismo é a qualidade do que é hermético.
Hermético, por sua vez, é algo difícil de conhecer, entender ou
decifrar. Tudo o que uma lei não deve ser.

6. Para obtenção da melhor lei, em termos de redação, a LC 13 elenca


alguns princípios e regras. Marque a alternativa que não traz um deles:
a) buscar usar a forma verbal no presente.
b) utilizar expressões das línguas estrangeiras que sejam comuns e bem
conhecidas.
c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao
texto.
d) expressar por meio dos parágrafos os pormenores necessários à
apreensão do sentido do artigo ou as circunstâncias que ampliem ou
restrinjam sua intenção.
e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a
primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu
significado.
Resposta: Letra B, pois o art. 50, inc. II diz que, em regra, é vedado
o uso de expressões das línguas estrangeiras, inclusive do latim, salvo
as consagradas pela doutrina jurídica que não puderem ser traduzidas
sem prejuízo de sentido. Assim, mesmo que sejam comuns e bem
conhecidas, deve-se evitar o uso de expressões de línguas
estrangeiras. Todos os outros itens estão previstos na LC 13,
respectivamente, art. 50, VI, ‘e’; art. 50, VIII, ‘c’; art. 71 caput; e art.
50, §1º.

7. A LC 13, na parte que trata da estrutura das leis, define que elas se
compõe de:
a) preâmbulo, texto e fecho.
b) preâmbulo, título, texto e fecho.
c) epígrafe, ementa, título e fecho.

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d) epígrafe, ementa, título, cláusula de revogação e fecho.


e) preâmbulo, epígrafe, ementa, texto e fecho.
Resposta: Letra A. Preâmbulo, texto e fecho (art. 58). Os outros são
partes de alguns destes.

8. “LEI COMPLEMENTAR Nº 27, DE 15 DE MARÇO DE 2010” é exemplo de:


a) preâmbulo
b) fecho
c) epígrafe
d) título
e) ementa
Resposta: Letra C. É epígrafe, parte do título que traz a espécie,
numeração e data da lei (art. 61).

9. Os artigos de uma lei podem reunir-se em unidades de agrupamento, e


para isso o redator da lei deverá levar em consideração:
I - a extensão da lei e a compartimentação do assunto nela abordado.
II - a denominação do assunto em cada unidade de agrupamento.
III - a afinidade entre os assuntos dos artigos agrupados.
IV - a sistematização adotada na lei.

a) apenas os itens I e IV.


b) apenas os itens I e III.
c) apenas os itens III e IV.
d) apenas os itens II e IV.
e) todos os itens acima.
Resposta: Letra E. Todos estão listados nos incisos do art. 76.

10. No âmbito da redação de leis no DF, especialmente sobre o agrupamento


de artigos, a LC 13 dispõe que nenhuma lei terá mais que duas partes: Parte
Geral e Parte Especial.
Resposta: CORRETO. É o disposto no art. 81 da LC 13.

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11. É um fator de sistematização se colocar o objeto e o âmbito da aplicação


da lei no artigo primeiro.
Resposta: CORRETO. É o disposto no art. 84, I da LC 13, no que
tange à sistematização externa.

12. Não havendo cláusula de vigência expressa na lei, ela começará a vigorar
em todo o DF no prazo de 30 dias após sua publicação.
Resposta: ERRADO. O art. 87, §2º da LC 13 dispõe que o prazo, neste
caso, será de 15 dias, e não de 30.

13. Havendo cláusula de vigência expressa na lei, ela não poderá começar a
produzir efeitos em data diversa.
Resposta: ERRADO. O art. 92 da LC 13 permite que a lei comece
produzir efeitos em data diversa à do início de sua vigência.

14. A consolidação das leis pode ser feita pela inserção, no texto da lei, das
alterações ocorridas, pela compilação, num só texto e de modo sistemático, de
todas as leis esparsas sobre a mesma matéria, ou pela consagração de
significado ou conceito atribuído a determinado termo.
Resposta: CORRETO. É o que estatui o art. 121 da LC 13.

15. A revogação, que pode ser expressa ou tácita, consiste na determinação


legal de cessação de vigência de lei anterior. Quando expressa, ela deve
constar na lei na chamada cláusula de revogação.
Resposta: CORRETO. A primeira frase é correta por corresponder ao
caput do art. 97 da LC 13, e a segunda frase pelo seu §1º.

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