Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APSF.ORG
BOLETIM
O PERIÓDICO OFICIAL DA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION
Recentemente, a Anesthesia Patient Safety Foundation (APSF) estabeleceu uma parceria com a Sociedade de Anestesiologia do Estado
de São Paulo (SAESP) e com a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) para criar e distribuir o Boletim da APSF no Brasil. A meta
conjunta é continuar melhorando a educação em segurança perioperatória do paciente e trocar ideias internacionalmente sobre
segurança do paciente em anestesia. Além do inglês, publicamos o Boletim em várias outras línguas, como japonês, francês, mandarim,
espanhol, russo e árabe. Faremos o possível para enriquecer ainda mais o conteúdo no futuro.
Dra. Claudia Marquez Simões Dr. Marcio Matsumoto Dr. Marcos Antonio Costa Dr. Luiz Fernando
Diretora de Relações Diretor Científico de Albuquerque dos Reis Falcão
Internacionais Sociedade de Diretor Científico Diretor de Relações
Sociedade de Anestesiologia do Sociedade Brasileira Internacionais
Anestesiologia do Estado de São Paulo de Anestesiologia Sociedade Brasileira
Estado de São Paulo de Anestesiologia
GE Healthcare (gehealthcare.com)
Fresenius Kabi (fresenius-kabi.us)
Oferecemos nosso especial reconhecimento e agradecimento à Medtronic por seu apoio e financiamento da APSF/Medtronic
Patient Safety Research Grant (Bolsa de pesquisa para a segurança do paciente) (US$ 150.000) e à Merck por sua bolsa de estudo.
Para obter mais informações sobre como a sua organização pode apoiar a missão da APSF e participar do Conselho Consultivo Corporativo de 2023, acesse: apsf.org ou entre em contato com Sara Moser pelo e-mail moser@apsf.org.
Doadores da comunidade (abrange Organizações de Especialidades, Grupos de Anestesia, Sociedades Estaduais e Indivíduos)
Organizações de TeamHealth Texas Society of Anesthesiologists Marshal B. Kaplan, MD (em Karen B. Domino, MD Dr. Fredrick Orkin
Especialidades The Virginia Society of homenagem a Amanda e James DuCanto, MD Parag Pandya, MD
US$ 2.000 a US$ 4.999 Maxwell Ward, Debra Lypscomb,
US$ 5.000 a US$ 14.999 Madison Anesthesiology Anesthesiologists Brent Dunworth, APRN, Amy Pearson, MD
Barbara Berci)
American Academy of Consultants, LLP CRNA, DNP, MBA, NEA-BC
Indivíduos Catherine Kuhn, MD Paul Pomerantz
Anesthesiologist Assistants Dr. Richard Dutton e
US$ 750 a US$ 1.999 US$ 15.000 ou mais Meghan Lane-Fall, MD, MSHP Steven Sanford, JD
US$ 2.000 a US$ 4.999 Anesthesia Associates of Sra. Greykell Dutton
Steven J. Barker, MD, PhD Joshua Lea, CRNA (em Scott A. Schartel, DO
Society of Academic Associations Kansas City Steven B. Edelstein, MD, FASA
of Anesthesiology and US$ 5.000 a US$ 14.999 homenagem a Maria van Pelt, Mike Edens e Katie Megan Adam Setren, MD
Perioperative Medicine General Anesthetic Services CRNA, PhD)
Sra. Isabel Arnone (em Mary Ann e Jan Ehrenwerth, MD David A. Shapiro, MD, e
The Academy of Anesthesiology Spectrum Medical Group homenagem a Lawrence J. Mark C. Norris, MD Sharon L. Wheatley
Arnone, MD, FACA) Thomas R Farrell, MD
US$ 750 a US$ 1.999 US$ 200 a US$ 749 Mark Phillips, MD Emily Sharpe, MD
Hawkeye Anesthesia, PLLC Daniel J. Cole, MD Mary A Felberg, MD, FASA
American Osteopathic College Elizabeth Rebello, MD (em Brad Steenwyck
of Anesthesiologists Jeff Feldman, MD homenagem a Mark Warner e William Filbey
ASA State Robert K. Stoelting, MD
American Society of Dentist Dan Cole) Anthony Frasca, MD
Component Societies James J. Lamberg, DO, FASA James F. Szocik, MD
Anesthesiologists Stephen Skahen, MD Ronald George, MD
US$ 5.000 a US$ 14.999 James M. Pepple, MD Paloma Toledo
Florida Academy of Indiana Society of Ty A. Slatton, MD, FASA Ian J. Gilmour, MD
Anesthesiologist Assistants Steele Family Foundation Laurence e Lynn Torsher
Anesthesiologists Joseph W. Szokol, MD Michael Greco, PhD, CRNA
Society for Airway Management Mary Ellen e Mark Warner (em homenagem a Lance Wagner
Minnesota Society of Michael Guertin
Society for Ambulatory Anesthesiologists US$ 2.000 a US$ 4.999 Steven Greenberg, MD) Matthew B. Weinger, MD
Ben and Rebekah Guillow
Anesthesia (SAMBA) Robert Caplan, MD (em Dr. Donald C. Tyler Donation (em homenagem a Seth Andrew Weisinger
US$ 2.000 a US$ 4.999 homenagem ao Comitê
Society for Pediatric Anesthesia Joyce A. Wahr Hoblitzell e Daniel Sloyer, MD) Shannon e Yan Xiao
California Society of Executivo e ao Conselho de
Texas Association of Nurse Anesthesiologists Allen N. Gustin, MD Toni Zito
Diretores da APSF) US$ 200 a US$ 749
Anesthetists Massachusetts Society of AmazonSmile Paul W. Hagan
Fred Cheney, MD Legacy Society
US$ 200 a US$ 749 Anesthesiologists Anonymous John F. Heath, MD
Jeffrey B. Cooper, PhD https://www.apsf.org/donate/
Association of Anesthesiologist New York State Society of Arnoley Abcejo, MD Edwin W. Herron, Jr. legacy-society/
Assistant Education Program Anesthesiologists Steven Greenberg, MD
Aalok Agarwala, MD, MBA Rob Hubbs, MD Steve e Janice Barker
(em homenagem ao Concurso Patty Mullen Reilly, CRNA
Tennessee Society of Rebecca L. Johnson, MD
de Cartazes Estudantis 2022 da Shane Angus, CAA, MSA Dan e Cristine Cole
Anesthesiologists May Pian-Smith, MD, MS
AA — Ganhador: Zach Gaudette Katherine Arendt, MD Ann Kinsey, CRNA Karma e Jeffrey Cooper
[Nova Southeastern University-Ft. Wisconsin Society of (em homenagem a
Anesthesiologists Jeffrey Cooper, PhD) Valerie Armstead Seema Kumbhat Burton A. Dole, Jr.
Lauderdale]; Concurso de
Cartazes Estudantis 2022 da AA – Drs. Ximena e Daniel Sessler Marilyn L. Barton (em memória Laurence A. Lang, MD Dr. John H. e Sra. Marsha Eichhorn
US$ 750 a US$ 1.999
Finalistas: Connor Sorrells [Indiana de Darrell Barton) Sheldon Leslie Jeff e Debra Feldman
Arkansas Society of Marjorie Stiegler, MD
University-Indianapolis]; Drew John (JW) Beard, MD Kevin and Janice Lodge
Renfroe [University of Colorado- Anesthesiologists Brian J. Thomas, JD David Gaba, MD, e Deanna Mann
William A. Beck, MD (em memória de Richard A.
Denver]; Elise Pippert [Emory Connecticut State Society of Brenner, MD) Drs. Alex e Carol Hannenberg
University]; e Hannah Boling [Nova Anesthesiologists US$ 750 a US$ 1.999
Karen Page Branam, MD Drs. Joy L. Hawkins e
Southeastern University-Tampa]) Douglas R. Bacon, MD, MA (em Elizabeth Malinzak
Florida Society of homenagem a Mark Warner) Matthew Caldwell Randall M. Clark
Anesthesiologists Edwin Mathews, MD
Grupos de Anestesia Doug Bartlett (em memória de Michael Caldwell, MD
Stacey Maxwell Dr. Eric e Marjorie Ho
Illinois Society of Anesthesiologists Dante A. Cerza
US$ 15.000 ou mais Diana Davidson, CRNA) Drs. Michael e Georgia Olympio
Iowa Society of Anesthesiologists Russell K. McAllister, MD
US Anesthesia Partners Allison Bechtel Alexander Chaikin Bill, Patty e Curran Reilly
Nevada State Society Gregory McComas
North American Partners Casey D. Blitt, MD Marlene V. Chua, MD Dru e Amie Riddle
in Anesthesia of Anesthesiology Roxanne McMurray
Heather Ann Columbano
US$ 5.000 a US$ 14.999 Ohio Society of Anesthesiologists Robert A. Cordes, MD Emily Methangkool, MD Steve Sanford
Kenechi Ebede Kenneth Cummings, MD Jonathan Metry Dr. Ephraim S. (Rick) e Eileen Siker
Associated Anesthesiologists, P.A. US$ 200 a US$ 749
Thomas Ebert, MD Robert A. Daniel Tricia Meyer, PharmD Robert K. Stoelting, MD
Frank Moya Continuing Education Maine Society of Anesthesiologists
Programs Donation James C. Eisenach, MD John K. DesMarteau, MD Jill M. Mhyre Mary Ellen e Mark Warner
Mississippi Society of
(em memória do Dr. Frank Moya) Anesthesiologists David M. Gaba, MD, e Andrew E. Dick, MD Sara Moser (em homenagem a Drs. Susan e Don Watson
NorthStar Anesthesia New Jersey State Society of Deanna Mann Barbara M. Dilos Mark Warner, MD) Matthew B. Weinger, MD, e
PhyMed Anesthesiologists Alexander Hannenberg, MD Kirk Dise, MD Michael A. Olympio, MD Lisa Price
Nota: doações são sempre bem-vindas. Faça sua doação on-line (https://www.apsf.org/donate/) ou por correspondência para APSF, P.O. Box 6668, Rochester, MN 55903,
EUA. (Lista de doadores vigente de 1º de abril de 2022 a 31 de março de 2023.)
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 23
SUMÁRIO
ARTIGOS:
Saúde cerebral perioperatória: uma prioridade na segurança do paciente que todos os
profissionais de anestesia devem adotar............................................................................................................................ Página 24
Novas diretrizes práticas para o bloqueio neuromuscular............................................................................................. Página 24
Depressão respiratória induzida por opioides: muito além dos distúrbios respiratórios do sono...................... Página 31
Erros de medicação relacionados a medicamentos com som ou grafia semelhantes – qual
é a dimensão do problema e que progresso está sendo feito? ................................................................................... Página 36
Uma revisão dos eventos adversos associados ao transporte intra-hospitalar perioperatório
de pacientes pediátricos e orientações para melhorar a segurança........................................................................... Página 39
Alarmes de dispositivos médicos: fundamental, mas desafiador................................................................................. Página 42
RESPOSTA rápida: Resultados de ilusão visual no mau funcionamento dos sensores da
máquina de anestesia................................................................................................................................................................ Página 45
CARTAS AO EDITOR:
Definição dos cuidados de anestesia monitorados.......................................................................................................... Página 35
ANÚNCIOS DA APSF:
Página do doador da APSF...................................................................................................................................................... Página 22
Guia para autores........................................................................................................................................................................ Página 23
Podcast do Boletim da APSF agora disponível on-line em APSF.org/podcast......................................................... Página 27
Financiamento coletivo.............................................................................................................................................................. Página 30
Encontro anual da American Society of Anesthesiologists: Painel e palestra
de Ellison C. Pierce, Jr., MD,...................................................................................................................................................... Página 32
Conferência de Stoelting da APSF de 2023: Tecnologias médicas de emergência:
uma perspectiva de segurança do paciente quanto a itens de vestimenta,
Big Data e cuidados remotos................................................................................................................................................... Página 34
DESTAQUE para os membros da Legacy Society............................................................................................................. Página 48
O Boletim da APSF chega ao mundo.................................................................................................................................... Página 49
Integrantes do Conselho e dos Comitês de 2023............................https://www.apsf.org/about-apsf/board-committees/
O Boletim da APSF é o periódico oficial da Anesthesia Patient Safety Fou- 6. As referências devem seguir o estilo de citação da American paciente em anestesia e respondidas por especialistas ou consultores.
ndation. É amplamente distribuído a diversos anestesiologistas, profissio- Medical Association. Os artigos devem ter até 750 palavras.
nais perioperatórios, representantes importantes da indústria e gerentes 7. As referências devem ser incluídas como números sobrescritos dentro 3. As cartas ao editor são bem-vindas e devem ter até 500 palavras.
de risco. Portanto, recomendamos fortemente a publicação de artigos do texto do manuscrito.
que enfatizem e incluam a abordagem multidisciplinar e multiprofissional Inclua referências quando apropriado.
8. Inclua na página de rosto se usou o Endnote ou outro software para
da segurança do paciente. É publicado três vezes ao ano (fevereiro, junho 4. Resposta rápida (às perguntas dos leitores), anteriormente conhecida
referências no artigo.
e outubro). Os prazos para cada edição são os seguintes: 1) Edição de como “Dear SIRS”, que era o “Safety Information Response System” (Sis-
fevereiro: 10 de novembro, 2) Edição de junho: 10 de março, 3) Edição 9. Os autores devem enviar permissão por escrito do titular dos direitos tema de Resposta de Informações de Segurança), é uma coluna que
de outubro: 10 de julho. O conteúdo do Boletim geralmente se concentra autorais para usar citações diretas, tabelas, figuras ou ilustrações já
permite a comunicação rápida de questões de segurança relacionadas
na segurança anestésica do paciente no perioperatório. As decisões publicadas, juntamente com dados completos da fonte. Quaisquer
à tecnologia levantadas por nossos leitores, com informações e respos-
sobre o conteúdo e a aceitação dos artigos enviados para publicação são taxas de permissão que possam ser exigidas pelo titular dos direitos
autorais são de responsabilidade dos autores que solicitam o uso do tas de fabricantes e representantes da indústria. Jeffrey Feldman, MD,
de responsabilidade dos editores.
material, não da APSF. Figuras não publicadas requerem autorização atual presidente do Comitê de Tecnologia, supervisiona a coluna e coor-
1. Todos os artigos devem ser enviados por e-mail para:
do autor. dena as perguntas dos leitores e as respostas da indústria.
newsletter@apsf.org.
Os tipos de artigos incluem (1) artigos de revisão, debates de prós e Produtos comerciais não são anunciados ou endossados pelo Boletim da
2. Inclua uma página de rosto na qual conste o título do artigo, nome com-
contras e editoriais, (2) perguntas e respostas, (3) cartas ao editor, APSF. No entanto, a exclusivo critério dos editores, podem ser publicados
pleto do autor, afiliações, declaração de conflitos de interesse. Na
(4) resposta rápida. artigos sobre determinados avanços tecnológicos importantes relaciona-
segunda página, inclua o título do artigo, e abaixo colocar a palavra "por"
seguida de todos os autores com os respectivos graus acadêmicos. 1. Artigos de revisão, debates de prós e contras convidados e editoriais dos à segurança. Os autores não devem ter vínculos comerciais ou inte-
são artigos originais. Eles devem se concentrar nas questões de segu- resse financeiro na tecnologia ou no produto comercial.
3. Inclua um resumo de seus artigos (3 a 5 frases) que possa ser usado
rança do paciente e ter referência adequada. Os artigos devem ter até
no site da APSF para divulgar seu trabalho. Se o artigo for aceito para publicação, os direitos autorais dele serão
2.000 palavras e até 25 referências. Incentivamos fortemente o uso de
4. O artigo deve ser redigido no Microsoft Word em fonte Times New figuras e/ou tabelas. transferidos para a APSF. Se desejar reproduzir artigos, figuras, tabelas ou
Roman, espaçamento duplo, tamanho 12. conteúdo do Boletim da APSF, solicite permissão à APSF.
2. Os artigos de perguntas e respostas consistem em perguntas envia-
5. Inclua paginação no artigo. das pelos leitores sobre questões relacionadas à segurança do Qualquer dúvida deve ser enviada para newsletter@apsf.org.
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
APSF.ORG PÁGINA 24
BOLETIM
CITAÇÃO: Moreland NC, Scotto L, Abcejo AS.
Methangkool E. Perioperative brain health: a
patient safety priority all anesthesia
professionals must address. APSF Newsletter.
O PERIÓDICO OFICIAL DA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION 2023;38:2,34,36-38.
Care
• Evite
Avoidomedications
uso de medicamentos
on the Beers da Criteria
lista de® list of
rios e contribuindo para o risco de resultados Critérios de Beers no idoso
mais graves, incluindo distúrbios neurocognitivos aos idosos medications in the®elderly
Profunda: contagem pós-tetânica maior ou igual a 1 e contagem TOF 0; moderada: contagem TOF de 1 a 3; superficial: contagem
RESUMO DAS RECOMENDAÇÕES1 TOF 4 e TOF inferior a 0,4; mínimo: TOF de 0,4 menos do que 0,9.
1. Quando medicamentos bloqueadores neu- Tabela 5 das Diretrizes práticas da ASA de 2023 para o monitoramento e antagonismo do bloqueio neuromuscular:
romusculares são administrados, desacon- Um relatório da força-tarefa da Sociedade Americana de Anestesiologistas sobre bloqueio neuromuscular.1 Repro-
selhamos a avaliação clínica isolada para duzido e modificado com a permissão da Wolters Kluwer Health, Inc
evitar o bloqueio neuromuscular residual,
devido à insensibilidade da avaliação.1 cular (Tabela 1).1,13 O bloqueio neuromuscular tivo, a neostigmina pode ser considerada para uma
induzido por aminosteróides pode ser antagoni- profundidade de bloqueio mais profunda do que a
2. Recomendamos o monitoramento quantita-
zado de duas formas. Os anticolinesterásicos mínima (TOF de 0,4 a 0,9), com o entendimento de
tivo em vez da avaliação qualitativa para
inibem a acetilcolinesterase e a butirilcolineste- que os bloqueios mais profundos exigirão mais
evitar o bloqueio neuromuscular residual. tempo para atingir um TOF maior ou igual a 0,9.”1
rase, prolongando a presença de acetilcolina na
3. Ao utilizar o monitoramento quantitativo, junção neuromuscular. A neostigmina foi o único
Os estudos que examinam os efeitos adversos
recomendamos a confirmação de um TOF anticolinesterásico avaliado nas diretrizes práticas,
do sugammadex e da neostigmina (coadministra-
maior ou igual a 0,9 antes da extubação. uma vez que o edrofônio já não está disponível
dos com glicopirrolato) não favorecem nenhum
nos Estados Unidos. O sugammadex é um agente
4. Recomendamos o uso do músculo adutor do dos medicamentos. As diretrizes práticas citam
seletivo ligante relaxante, que pode antagonizar
polegar para monitoramento neuromuscular. mais de 75 estudos que não detectaram diferença
qualquer profundidade de bloqueio induzido pelo
entre o sugammadex e a neostigmina na incidên-
5. Não recomendamos a utilização dos rocurônio ou vecurônio. É mais eficaz do que a
cia de complicações pulmonares, anafilaxia, bradi-
músculos oculares para o monitoramento neostigmina no antagonismo dos níveis profundo,
cardia, taquicardia (quando administrado com
neuromuscular. moderado e superficial do bloqueio e é recomen-
glicopirrolato), náusea pós-operatória isolada e
dado para o antagonismo destas profundidades
6. Recomendamos sugammadex em vez de vômito pós-operatório.
do bloqueio neuromuscular (Recomendação 6).1
neostigmina em intensidades profundas, Os bloqueadores neuromusculares benziliso-
As recomendações de dose aprovadas pela FDA
moderadas e superficiais de bloqueio neu- quinolínicos, como o atracúrio e o cisatracúrio, só
para antagonizar o rocurônio ou o vecurônio com
romuscular induzido por rocurônio ou podem ser antagonizados por inibidores da ace-
sugammadex são de 2 mg/kg para uma conta-
vecurônio, para evitar o bloqueio neuromus- tilcolinesterase. O efeito antagonista da neostig-
gem TOF = 2 para um TOF < 0,9, 4 mg/kg para
cular residual. mina, o inibidor da acetilcolinesterase mais
uma contagem pós-tetânica = 1 para uma conta-
7. Sugerimos que a neostigmina seja uma alter- gem TOF = 1 e 16 mg/kg para um antagonismo utilizado, é no máximo em 10 minutos.15 Além
nativa razoável ao sugammadex a uma inten- imediato após a administração de uma dose única disso, a eficácia da neostigmina é significativa-
sidade mínima de bloqueio neuromuscular. de rocurônio de 1,2mg/kg.14 mente melhor quando antagoniza o bloqueio
mínimo em comparação com níveis mais profun-
8. Para evitar o bloqueio neuromuscular resi- A neostigmina é eficaz para o antagonismo do dos de bloqueio. Portanto, a Recomendação 8
dual quando se administra atracúrio ou cisa- bloqueio mínimo (TOF ≥ 0,4 a < 0,9) e é recomen- afirma que, para evitar o bloqueio neuromuscular
tracúrio e se utiliza a avaliação qualitativa, dada como uma alternativa razoável ao sugamma- residual quando se utiliza a avaliação qualitativa,
sugerimos o antagonismo com neostigmina dex para o antagonismo do bloqueio mínimo o antagonismo de um bloqueio induzido por
a uma intensidade mínima de bloqueio neu- (Recomendação 7).1 Se a neostigmina for utilizada cisatracúrio ou atracúrio não deve ser iniciado
romuscular. Na ausência de monitoramento para o antagonismo de um bloqueio mais profundo antes de verificar a ausência de desvanecimento
quantitativo, devem decorrer pelo menos 10 do que o bloqueio mínimo, o grau de antagonismo avaliado subjetivamente na resposta do TOF e
minutos entre o antagonismo e a extuba- terá variação entre os pacientes. Se for utilizada devem decorrer pelo menos 10 minutos entre o
ção. Quando o monitoramento quantitativo uma avaliação qualitativa, não é possível determi- antagonismo com neostigmina e a extubação.1
é utilizado, a extubação pode ser feita assim nar quando é atingida a recuperação para um Quando se utiliza o monitoramento quantitativo,
que um TOF maior ou igual a 0,9 for confir- TOF ≥ 0,9. As diretrizes incluem uma observação
mado antes da extubação. nesta situação: "Dependendo do julgamento Continuação de “Diretrizes práticas para BNM”
clínico e no contexto do monitoramento quantita- na próxima página
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 30
Junte-se à #APSFCrowd!
Doe agora em https://apsf.org/FUND
A Anesthesia Patient Safety Foundation está lançando sua primeira iniciativa de financiamento
coletivo, que envolve a angariação de pequenos valores de um grande número de pessoas.
Apenas US$15 podem ajudar muito a atingir os nossos objetivos.
Ajude a apoiar a visão de que “nenhum paciente deve ser prejudicado por cuidados anestésicos” .
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
APSF.ORG PÁGINA 31
BOLETIM
O PERIÓDICO OFICIAL DA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION
CITAÇÃO: Weingarten TN. Opioid Induced respiratory
depression—beyond sleep disordered breathing.
APSF Newsletter. 2023;38:2,42-45.
CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE Tabela 1: Sistema de pontuação PRODIGY para avaliar o risco de OIRD entre
A associação entre a OIRD grave e a AOS está pacientes hospitalizados em enfermarias de cuidados gerais que recebem opioides
bem estabelecida. Por exemplo, os pesquisado-
res da Mayo Clinic estudaram a administração de Características clínicas Pontos
naloxona nas enfermarias de pós-operatório Idade
como uma medida de substituição para a OIRD
grave. 5,6 Estes estudos concluíram que os ≥ 60–70 anos 8
pacientes com história ou rastreio positivo de ≥ 70–80 anos 12
AOS têm o dobro do risco de desenvolver OIRD
grave no pós-operatório em comparação com os ≥ 80 anos 16
pacientes sem AOS.5,6 Sexo masculino 8
Estes estudos da Mayo Clinic sobre a nalo- Sem uso prévio de opioide 3
xona5,6 e o teste Predição de depressão respi-
Distúrbios respiratórios do sono* 5
ratória induzida por opioides em pacientes
monitorados por capnografia (PRODIGY) 7 Insuficiência cardíaca congestiva 7
identificaram outras características importan-
Risco de depressão
tes dos pacientes, além da AOS, que também Categoria do PRODIGY Pontuação do PRODIGY† respiratória
aumentam o risco de OIRD. O teste PRODIGY
utilizou capnografia e oximetria de pulso à cabe- Baixo risco <8 REF
ceira do paciente em enfermarias de cuidados Risco intermediário 8–14 2 vezes
gerais para identificar episódios de OIRD
(Figura 1). Os pesquisadores do PRODIGY pude- Alto risco ≥ 15 6 vezes
ram, então, analisar 46 potenciais fatores de Abreviações: PRODIGY, Previsão da depressão respiratória induzida por opioides em pacientes monitorados por capnografia; RD,
depressão respiratória, REF, intervalo de referência.
risco dos pacientes para desenvolver uma classi-
*Os distúrbios respiratórios do sono podem ser determinados a partir da história do paciente ou de um rastreio positivo da apneia do sono.
ficação de risco para a OIRD (classificação PRO- †Para calcular a pontuação de risco PRODIGY, somar os pontos atribuídos por caraterística clínica positiva. Os pacientes são
classificados em uma categoria de risco baixo, intermédio ou elevado com base no número de pontos. Em comparação com os
Continuação de “Depressão respiratória” pacientes com pontuação de baixo risco, os de risco intermediário têm um risco duas vezes maior, e os de alto risco têm um risco seis
na próxima página vezes maior de sofrer episódios depressivos respiratórios na enfermaria de cuidados gerais. (Adaptado de Khanna et al.7)
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 32
Outra crença comum é que a OIRD geralmente oxigênio foram extremamente raras (Figura 1).7,20
PROPOSTA PARA UMA NOVA ABORDAGEM
se apresenta como bradipneia e/ou hipoxemia. No Embora não seja mostrado, os pacientes que esta-
PARA A OIRD PÓS-OPERATÓRIA
entanto, estudos que examinaram as anotações vam recebendo oxigênio suplementar e tiveram
As descobertas desses estudos recentes podem
da enfermagem que precedem episódios graves OIRD, muitas vezes não tiveram períodos de des-
permitir que o profissional de anestesia expanda a
de OIRD descobriram que, muitas vezes, são saturação de oxigênio durante os períodos de
avaliação do risco de OIRD além de uma triagem
documentadas frequências respiratórias e satura- apneia. No caso de um padrão respiratório de
pré-operatória de AOS (Figura 2).8 Além de uma tria-
ções de oxigênio normais.21,22 Existem várias expli- apneia repetitiva de OIRD, é plausível que, quando gem pré-operatória obrigatória de pacientes para
cações potenciais para estes resultados. Uma um enfermeiro fizer uma avaliação, o paciente
delas é que a OIRD grave se desenvolve subita- desperte a ponto de retomar a respiração normal, Continuação de “Depressão respiratória”
mente e, portanto, os sinais de depressão respira- mascarando assim os sinais de depressão respira- na próxima página
Figura 2: Proposta de percurso clínico para pacientes com depressão respiratória induzida por opioides no pós-operatório.
Decisões clínicas sobre o nível de cuidados pós-operatórios são complexas e únicas para cada paciente. No pré-operatório, os pacientes devem ser submetidos a uma avalia-
ção do risco de depressão respiratória. O tratamento cirúrgico e anestésico deve ser adaptado a este risco. Durante a recuperação anestésica, o estado respiratório dos
pacientes deve ser monitorado para detectar vários sinais de depressão respiratória. As decisões de manejo pós-operatório relativas ao nível de monitoramento e cuidados
devem ser orientadas pelo estado pré-operatório, estado intraoperatório e evolução da recuperação anestésica. As terapias domiciliares para distúrbios respiratórios do sono
devem ser continuadas no período pós-operatório. SRPA indica unidade de cuidados pós-anestésicos; OIRD, depressão respiratória induzida por opioides; SDB, distúrbios
respiratórios do sono; PAP, pressão positiva nas vias aéreas.
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 34
O autor recebe honorários de consultoria e de Para obter mais informações sobre o patrocínio da Conferência
palestrante da Medtronic e da Merck. de Stoelting, entre em contato com Sara Moser, Diretora de
Desenvolvimento da APSF (moser@apsf.org)
REFERÊNCIAS
1. Weinger MB, Lee LA. “No patient shall be harmed by opi- Para inscrições e dúvidas sobre a conferência, envie um e-mail para
oid-induced respiratory depression.” APSF Newsletter. Stacey Maxwell, Administradora da APSF (maxwell@apsf.org).
2011;26:21–40. https://www.apsf.org/article/no-patient-shall-
be-harmed-by-opioid-induced-respiratory-depression/. As reservas de hotel serão abertas em uma data posterior.
Accessed March 17, 2023
2. Practice guidelines for the perioperative management of
patients with obstructive sleep apnea: an updated report by
the American Society of Anesthesiologists Task Force on
Perioperative Management of patients with obstructive 10. Cavalcante AN, Sprung J, Schroeder DR, Weingarten TN. breathing-problems-seizure-and-nerve-pain-medicines-
sleep apnea. Anesthesiology. 2014;120:268–286. PMID: Multimodal analgesic therapy with gabapentin and its asso- gabapentin-neurontin. Accessed December 19, 2019.
24346178 ciation with postoperative respiratory depression. Anesth
Analg. 2017;125:141–146. PMID: 27984223 17. Verret M, Lauzier F, Zarychanski R, et al. Perioperative use
3. Memtsoudis SG, Cozowicz C, Nagappa M, et al. Society of of gabapentinoids for the management of postoperative
Anesthesia and Sleep Medicine guideline on intraoperative 11. Weingarten TN, Jacob AK, Njathi CW, et al. Multimodal anal-
management of adult patients with obstructive sleep gesic protocol and postanesthesia respiratory depression acute pain: a systematic review and meta-analysis. Anes-
apnea. Anesth Analg. 2018;127:967–987. PMID: 29944522 during phase I recovery after total joint arthroplasty. thesiology. 2020;133:265–279. PMID: 32667154
Research support, non-U.S. Gov't. Reg Anesth Pain Med.
4. Weingarten TN, Sprung J. An update on postoperative 2015;40:330–336. PMID: 25967650 18. Weingarten TN, Chong EY, Schroeder DR, Sprung J. Predic-
respiratory depression. Int Anesthesiol Clin. 2022;60:8–19. tors and outcomes following naloxone administration
PMID: 35261341 12. Weingarten TN, Bergan TS, Narr BJ, et al. Effects of
changes in intraoperative management on recovery from during Phase I anesthesia recovery. J Anesth. 2016;30:116–
5. Deljou A, Hedrick SJ, Portner ER, et al. Pattern of periopera- anesthesia: a review of practice improvement initiative. 122. PMID: 26449674
tive gabapentinoid use and risk for postoperative naloxone BMC Anesthesiol. 2015;15:54. PMID: 25902828
administration. Br J Anaesth. 2018;120:798–806. PMID: 19. Schumann R, Harvey B, Zahedi F, Bonney I. Minute ventila-
13. Ohnuma T, Krishnamoorthy V, Ellis AR, et al. Association
29576120 tion assessment in the PACU is useful to predict postopera-
'between gabapentinoids on the day of colorectal surgery
6. Weingarten TN, Herasevich V, McGlinch MC, et al. Predic- and adverse postoperative respiratory outcomes. Ann tive respiratory depression following discharge to the floor:
tors of delayed postoperative respiratory depression Surg. 2019;270:e65–e67. PMID: 30985370 A prospective cohort study. J Clin Anesth. 2019;52:93–98.
assessed from naloxone administration. Anesth Analg.
14. Ohnuma T, Raghunathan K, Moore S, et al. Dose-depen- PMID: 30227321
2015;121:422–429. PMID: 25993390
dent association of gabapentinoids with pulmonary compli-
7. Khanna AK, Bergese SD, Jungquist CR, et al. Prediction of cations after total hip and knee arthroplasties. J Bone Joint 20. Driver CN, Laporta ML, Bergese SD, et al. Frequency and
opioid-induced respiratory depression on inpatient wards Surg Am. 2020;102:221–229. PMID: 31804238 temporal distribution of postoperative respiratory depres-
using continuous capnography and oximetry: an interna- 15. Tan HS, Frere Z, Krishnamoorthy V, et al. Association of sive events. Anesth Analg. 2021;132:1206–1214. PMID:
tional prospective, observational trial. Anesth Analg. gabapentinoid utilization with postoperative pulmonary 33857962
2020;131:1012–1024. PMID: 32925318 complications in gynecologic surgery: a retrospective
8. Weingarten TN, Sprung J. Review of postoperative respira- 21. Lee LA, Caplan RA, Stephens LS, et al. Postoperative opi-
cohort study. Curr Med Res Opin. 2021;37:821–828. PMID:
tory depression: from recovery room to general care unit. 33685298 oid-induced respiratory depression: a closed claims analy-
Anesthesiology. 2022;137:735–741. PMID: 36413782 16. FDA warns about serious breathing problems with seizure sis. Anesthesiology. 2015;122:659–665. PMID: 25536092
9. Gali B, Whalen FX, Schroeder DR, et al. Identification of and nerve pain medicines gabapentin (Neurontin, Gralise, 22. Valencia Morales DJ, Laporta ML, Meehan AM, et al. Inci-
patients at risk for postoperative respiratory complications Horizant) and pregabalin (Lyrica, Lyrica CR): When used with
dence and outcomes of life-threatening events during hos-
using a preoperative obstructive sleep apnea screening CNS depressants or in patients with lung problems. FDA
tool and postanesthesia care assessment. Anesthesiology. Drug Safety Communication. https://www.fda.gov/drugs/ pitalization: a retrospective study of patients treated with
2009;110:869–877. PMID: 19293694 drug-safety-and-availability/fda-warns-about-serious- naloxone. Pain Med. 2022;23:878–886. PMID: 34668555
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
APSF.ORG PÁGINA 35
CITAÇÃO: Ramaiah D, Rose G. Definition of
BOLETIM
monitored anesthesia care [Letter to the editor].
APSF Newsletter. 2023;38:2,46.
Vender JS, Janik, LS. Definition of monitored
anesthesia [Reply to letter to the editor].
O PERIÓDICO OFICIAL DA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION
APSF Newsletter. 2023;38:2,46.
CARTAS AO EDITOR:
Definição de cuidados anestésicos monitorados
por Dinesh Ramaiah MBBS, e Gregory Rose MD, FASA
APSF.ORG PÁGINA 36
BOLETIM
O PERIÓDICO OFICIAL DA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION
CITAÇÃO: Meyer TA, McAllister RK. Medication errors
related to look-alike, sound-alike drugs—how big is
the problem and what progress is being made.
APSF Newsletter. 2023;38:2,47-49.
CONTEXTO INCIDÊNCIA
Administrar a medicação errada é uma das com- É difícil saber quantos erros LASA ocorrem, mas
plicações mais temidas em qualquer área da medi- estima-se que os erros LASA representem até
cina. Os profissionais de anestesia são alguns dos 25% dos erros de medicação.2 Os pares de medi-
únicos profissionais que prescrevem, preparam e camentos que se assemelham e que soam de
administram os seus próprios medicamentos. Por- forma semelhante podem ser um dos fatores mais
tanto, o medo percebido entre os profissionais de comuns que contribuem para os erros de medica-
anestesia é ainda maior devido a essa responsabi- ção.3,4 As tentativas das agências reguladoras,
lidade única. O erro de medicação pode ocorrer dos hospitais e dos profissionais para eliminar
por uma variedade de razões. Uma das fontes mais estes erros LASA não tiveram êxito até à data, e
comuns de erro de medicação está relacionada existem inúmeros exemplos recentes na literatura
com os medicamentos com som ou grafia seme- e nas notícias.
lhantes (LASA), bem como com a aparência muitas
vezes semelhante dos frascos. Os medicamentos CASOS DE ERROS LASA
LASA são normalmente considerados como medi- Nos últimos tempos, têm-se registado vários
camentos que são semelhantes na aparência física casos de erros de medicação com grande visibili-
relacionada com a embalagem, bem como medi- dade. O que recebeu mais atenção recentemente Figura 1a: Frascos semelhantes de epinefrina
camentos cujos nomes são semelhantes na orto- ocorreu quando uma enfermeira pretendia admi- e efedrina.
grafia ou na pronúncia fonética. Trata-se de um nistrar uma benzodiazepina (Midazolam [Versed])
problema difícil de quantificar, porque é um alvo a um doente para aliviar a ansiedade do procedi-
em movimento devido à constante mudança dos mento. No entanto, introduziu as letras V-E no
nomes comerciais dos fabricantes, aos novos armário de distribuição automática de medica-
medicamentos no mercado, às alterações nas mentos (AMDC) e o vecurônio foi oferecido pelo
embalagens entre os diferentes fabricantes e à AMDC como opção de medicamento a dispensar,
constante mudança do formulário de cada hospital. tendo sido escolhido pela enfermeira. A enfer-
Para complicar ainda mais a questão, as farmácias meira ignorou várias medidas de segurança para
têm de mudar frequentemente de fornecedor de retirar e administrar vecurônio ao paciente, o que
medicamentos, uma vez que gerem as frequentes levou à sua morte. A enfermeira acabou sendo
faltas de medicamentos. A mudança súbita no julgada e condenada por homicídio culposo por
aspecto de um frasco de medicamento a que a negligência. Um dos principais problemas foi con-
equipe estava habituada pode ser perturbadora e siderado por muitos como sendo a falta de familia-
levar a um risco aumentado de erro de medicação. ridade com os medicamentos envolvidos e o fato
de terem sido ignoradas várias barreiras de segu-
Em um artigo publicado recentemente, que
rança no processo, incluindo avisos do AMDC e
analisou os primeiros 4.000 relatórios de inciden-
na tampa e rótulo do frasco do medicamento.5
tes no sistema de relatórios de incidentes anesté-
sicos webAIRS de profissionais de anestesia da Recentemente, também se registraram admi- Figura 1b: Frascos semelhantes de ondansetrona
Austrália e da Nova Zelândia, os autores descobri- nistrações inadvertidas de medicamentos errados e fenilefrina.
ram que 462 incidentes envolviam erros de medi- por via intratecal. Sobretudo, o ácido tranexâmico
cação, sendo a dosagem incorreta e a substituição e a digoxina foram erroneamente administrados
as categorias de erro mais bem classificadas.1 Os no espaço subaracnoide durante uma tentativa de
erros relacionados com a1 LASA são agravados bloqueio espinhal (Figura 2). Estes exemplos são
quando os medicamentos envolvidos são de alerta atribuídos à aparência semelhante das ampolas
máximo (por exemplo, opioides, insulina, anticoagu- ou frascos destes medicamentos. A administração
lantes, agentes bloqueadores neuromusculares, errada de ácido tranexâmico por via intratecal
etc.) ou perigosos (por exemplo, agentes de quimio- resultou em convulsões e arritmias ventriculares
terapia) ou a via de administração é potencialmente nos casos descritos.6-8
perigosa (por exemplo, intratecal). A questão é A administração intratecal de digoxina tem sido
ainda agravada pelo fato de cada frasco ter pelo associada a paraplegia e encefalopatia (Figura 3).9,10
menos três nomes (nome químico, nome genérico Uma revisão recente da literatura encontrou pelo
[pode variar de acordo com o país] e, frequente- menos 8 incidências de injeção intratecal acidental
mente, mais do que uma marca ou nome comer- de digoxina.10 Além disso, a revisão encontrou um
cial). Além disso, os frascos de medicamentos total de 33 casos de medicamentos cardiovascula-
podem partilhar muitas semelhanças na aparên- res administrados acidentalmente por via neuraxial,
cia, como a cor da tampa do frasco de medica-
mentos, bem como semelhanças nos rótulos. Continuação de “Erros de medicação” Figura 1c: Frascos semelhantes de metoclopramida
(Veja as Figuras 1a, 1b e 1c). na próxima página e ondansetrona.
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 37
Figura 4: Tall Man Lettering de alguns medicamentos utilizados no contexto perioperatório. (https://www.asahq.org/
standards-and-guidelines/statement-on-labeling-of-pharmaceuticals-for-use-in-anesthesiology ) (Reproduzido com
a autorização da American Society of Anesthesiologists,1061 American Lane, Schaumburg, Illinois 60173-4973).
Figura 2: Frascos semelhantes de ácido tranexâmico,
ropivacaína e bupivacaína. Embora as cores dos rótu-
los e os tamanhos dos frascos sejam diferentes, as Além disso, a FDA incorporou o sistema "tall de medicamentos com aparência semelhante
tampas são azuis e, se armazenadas na vertical, man lettering" (TML) para nomes de medicamen- na embalagem.
podem levar à seleção de um frasco com base na cor tos que podem ser confundidos devido a seme-
da tampa. (Usado com a permissão do ISMP).8 Ao compreender que os erros de medicação
lhanças na aparência ou no som.14 O sistema TML
LASA podem ocorrer em todas as fases do pro-
é uma técnica que utiliza letras maiúsculas numa
cesso de utilização da medicação, o ISMP e outros
parte da rotulagem do medicamento onde pode
grupos desenvolveram contramedidas para cada
ocorrer confusão. Por exemplo, a aparência
fase (compra, prescrição/solicitação, verificação,
escrita da dexmedetomidina e da dexametasona
dispensa, administração e estoque/armazena-
é semelhante e pode gerar confusão. Usando a
mento).18 A fase de administração pode ser a fase
TML, eles apareceriam como dexmedeTOMidina
mais vulnerável, uma vez que é a fase menos pro-
e dexameTASONA, chamando a atenção para as
vável de detectar um erro.19,20 Segue-se uma lista
partes do nome que são diferentes. Os medica-
parcial com estratégias abreviadas para medica-
mentos que recebem esta modificação na rotula-
mentos LASA problemáticos do Instituto para Prá-
gem são normalmente escolhidos devido a
Figura 3: Frascos semelhantes de digoxina e lidocaína. ticas Seguras de Medicação.18
semelhanças que ocorrem na ortografia do nome
(Usado com permissão da Anesthesia & Analgesia ).9
do medicamento, especialmente se essas seme- COMPRA
muitas vezes associados a resultados devastado- lhanças tiverem resultado anteriormente em um • Evitar armazenar/comprar medicamentos em
res.10 Nesta revisão, a inspeção visual incorreta de erro de medicação comunicado. A FDA também que o símbolo/logotipo da marca registada do
ampolas semelhantes foi considerada o fator mais desenvolveu uma ferramenta informatizada de fabricante seja maior do que o nome do produto.
comum nas administrações erradas. análise que mede as semelhanças fonéticas e
ortográficas do nome de marca previsto do medi- • Assegurar que os nomes sejam avaliados pelos
Outros dois exemplos ocorreram em dois casos profissionais que os utilizam antes de serem
camento em relação a conjuntos de dados de
separados, quando a insulina foi acidentalmente adicionados ao formulário/inventário.
diferentes fontes, incluindo marcas de medica-
administrada em vez de uma vacina contra a gripe
em um centro de cuidados coletivos e para um mentos e nomes genéricos preexistentes. A inten- • Pedir à farmácia que identifique as preocupa-
grupo de trabalhadores. Estes incidentes resulta- ção da FDA é ajudar no desenvolvimento de ções LASA para medicamentos novos ou subs-
ram na hospitalização de várias pessoas sintomáti- nomes próprios para medicamentos que sejam titutos em falta.
cas. 11,12 Ambos os casos foram atribuídos à menos suscetíveis de causar erros.15 A Sociedade
aparência semelhante dos dois frascos. Americana de Anestesiologistas adaptou uma SOLICITAÇÃO/PRESCRIÇÃO
declaração sobre a rotulagem de produtos farma- • Evitar abreviações (p. ex., MgSO4, TXA), peda-
TÉCNICAS DE PREVENÇÃO cêuticos para uso em anestesiologia em 2004 e ços de palavras (p. ex., "caines") ou nomes abre-
As agências reguladoras, como a The Joint foi atualizada pela última vez em 2020.16 Este viados (p. ex., "dex"). Comunicar o nome
Commission (TJC) e a Food and Drug Administra- documento aborda os perigos dos medicamentos genérico completo e/ou o nome da marca.
tion (FDA), identificaram estes erros LASA como um LASA e inclui uma lista de medicamentos frequen-
foco nos últimos anos e fizeram esforços para os
• A marca e o nome genérico devem ser apre-
temente utilizados em anestesiologia que foram
eliminar por meio da educação e de ferramentas sentados como nome semelhante preocupante
identificados como de alto risco para LASA, e os
para diminuir o risco. A The Joint Commission reco- no campo de descrição do medicamento, nos
nomes dos medicamentos são formatados utili-
menda que todos os hospitais tenham sua própria menus de seleção de produtos e nas opções
zando o sistema TML (Figura 4).
lista de medicamentos LASA. Em vez de simples- de pesquisa.
mente fazer download de uma lista pronta da inter- Desde 2008, o Instituto para Práticas Seguras
• Criar conjuntos de solicitações com as indica-
net, recomendam que cada local personalize sua de Medicação (ISMP) mantém uma lista de nomes
ções para nomes preocupantes (por exemplo,
lista para incluir apenas medicamentos que são de medicamentos frequentemente confundidos,
hidrOXIzina para prurido, hidrALAZINA para
administrados no local e utilizar relatórios de erros relacionados com características semelhantes em
hipertensão).
internos associados aos medicamentos LASA.13 termos de aparência e som.17 No entanto, devido à
Recomendam também que as listas sejam revisa- falta de padronização na embalagem de medica- Continuação de “Erros de medicação”
das e atualizadas pelo menos uma vez por ano. mentos, é difícil compilar uma lista adicional na próxima página
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 38
APSF.ORG PÁGINA 39
BOLETIM
CITAÇÃO: Elliott AB, Baetzel A, Kalata J, Haydar B.
A review of adverse events associated with
perioperative intrahospitl transport of pediatric
patients and guidance on improving safety.
O PERIÓDICO OFICIAL DA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION APSF Newsletter. 2023;38:2,50-52.
O transporte intra-hospitalar é uma ocorrência terapia intensiva (UTI), o bebê foi transferido para anestesia antes do transporte, em parte devido à
comum para muitos pacientes hospitalizados. As o ventilador com a assistência do terapeuta respi- sobrecarga de tarefas.
crianças gravemente doentes são uma população ratório. O tubo do ventilador caiu, deslocando o Caso #3: Alterações ventilatórias após sedação e
especialmente vulnerável que, em média, sofre de tubo endotraqueal (TET). O paciente piorou rapi- bloqueio neuromuscular: Lactente de 11 meses de
acontecimentos adversos evitáveis pelo menos damente, exigindo compressões torácicas e rein- idade na UTI, com TET in situ, que precisou ser reo-
uma vez por semana.1 O transporte destes pacien- tubação. Após vários minutos de reanimação perado por sangramento após correção de tetralo-
tes ao longo do hospital apresenta perigos cardiopulmonar (RCP), conseguiu-se o retorno da gia de Fallot no dia anterior. Na preparação para o
adicionais e aumenta o risco de acontecimentos circulação espontânea e o paciente estabilizou transporte para o centro cirúrgico, a equipe adminis-
adversos.2 O processo de transporte pode ser ana-
nas horas seguintes. trou midazolam e rocurônio. Pouco depois da admi-
lisado em uma série de etapas, cada uma das quais
Caso #2: Lactente de 8 meses de idade com nistração da medicação, o paciente tornou-se difícil
com um risco específico. Estes riscos são numero-
de ventilar manualmente. O paciente rapidamente
sos e poucos deles são específicos do processo histórico clínico complexo, incluindo hidrocefalia
se tornou hipóxico, seguido de atividade elétrica
de transporte. Há uma escassez na literatura dispo- congênita pós colocação de derivação ventríc-
sem pulso. Foi iniciada a RCP e, durante a reanima-
nível sobre o transporte intra-hospitalar pediátrico e ulo-peritoneal, pneumonia recorrente e recente
ção, foi aspirado um grande tampão de muco do
os eventos adversos relacionados. Por isso, anali- insuficiência respiratória, foi programado para um tubo endotraqueal. Posteriormente, a ventilação
samos recentemente a base de dados Wake Up procedimento de traqueostomia. O paciente foi melhorou significativamente e o retorno da circula-
Safe, uma iniciativa de melhoria da qualidade da transportado para o centro cirúrgico com um TET ção espontânea foi alcançado. O restante do proce-
anestesia pediátrica entre instituições membros, in situ. Após a transferência da maca do paciente
para divulgar informações sobre as práticas reco- dimento e o transporte perioperatório decorreram
para a mesa do CC, a equipe também mudou o sem mais incidentes.
mendadas para eventos adversos perioperatórios paciente de ventilação espontânea com um cir-
pediátricos associados ao transporte conduzido
pela anestesia. Em seguida, apresentamos vários
cuito de Jackson-Rees para ventilação mecânica. RISCO DE MANEJO DAS VIAS
exemplos de eventos respiratórios e das vias
Um minuto após esta transição, o paciente tornou-se AÉREAS E DA VENTILAÇÃO
aéreas retirados da base de dados e discutimos a difícil de ventilar, hipoxêmico e, subsequente- A maioria das complicações no transporte de
complexidade do processo de transporte. mente, assistólico. A RCP foi iniciada e uma pacientes pediátricos gravemente enfermos e
laringoscopia repetida foi realizada devido à preo- anestesiados é de natureza respiratória.3 De
CASOS CLÍNICOS DE MANEJO DAS cupação com o deslocamento do TET. O TET foi acordo com os dados do Wake Up Safe, aproxi-
VIAS AÉREAS E DA VENTILAÇÃO substituído e, pouco tempo depois, o ritmo sinusal madamente 40% dos eventos relacionados com o
Caso #1: Um recém-nascido de 2 semanas de normal foi restabelecido. A revisão pós-evento transporte ocorreram em pacientes com idade
idade, prematuro de 32 semanas, foi submetido a diagnosticou broncoespasmo e observou que inferior ou igual a 6 meses, e a grande maioria
uma laparotomia exploradora no centro cirúrgico uma radiografia de tórax de rotina daquele dia ocorreu em pacientes com estado ASA (American
(CC), sem grandes intercorrências, por presumível pela manhã mostrava o TET posicionado no brôn- Society of Anesthesiologists) 3 ou superior.3
enterocolite necrosante. À chegada à unidade de quio direito. Isto não foi revisto pela equipe de Das 15 extubações não planejadas comunicadas,
14 ocorreram em pacientes com idade inferior ou
igual a 6 meses, e 11 das 15 ocorreram em pacien-
tes com menos de 4 kg. Uma das razões para a
maior taxa de extubação não intencional é a prá-
tica de posicionar o TET entre a primeira e a
segunda vértebras torácicas na UTI neonatal, o
que reduz a aeração pulmonar não uniforme, o
enfisema intersticial pulmonar localizado e o
pneumotórax.4 No entanto, essa posição pode
aumentar o risco de extubação inadvertida se
houver extensão da cabeça/pescoço, o que pode
levar ao movimento cefálico do TET.5,6 Por outro
lado, os TETs posicionados próximos à carina
podem levar à intubação do tronco principal com
movimento caudal inadvertido, levando à hipoxe-
mia, hipercarbia, pneumotórax e lesão da
mucosa.4,7 Portanto, recomendamos a revisão da
radiografia de tórax mais recente e o posiciona-
mento do TET na traqueia média para o trans-
porte, a fim de evitar esse risco. A auscultação dos
sons respiratórios bilaterais e a utilização de cap-
nografia contínua também podem evitar estes
riscos. Pode-se usar um travesseiro para ajudar a
Figura 1a: Tubos endotraqueais fixados com o fixador Figura 1b: Tubos endotraqueais fixados com o tubo ET estabilizar a cabeça e tomar cuidado para evitar
de tubos endotraqueais da Hollister (Hollister Inc., NeoBar (NeoTech Products LLC, Valencia, CA) com qualquer tensão no TET durante o transporte.
Libertyville, IL), com dobra quando ligados á bolsa dobra quando ligados à bolsa ambu (Ambu Inc.,
Ambu (Ambu Inc., Columbia, MD) sem descarregar o Columbia, MD) sem descarregar o peso do circuito/ Continuação de “Transporte e segurança”
peso do circuito/sistema de ventilação. sistema de ventilação. na próxima página
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 40
suporte de vida, ao trauma e durante reanimações intra-hospitalar pediátrico na base de dados Wake 10. Wallen E, Venkataraman ST, Grosso MJ, et al. Intrahos-
Up Safe, as populações de maior risco eram as que pital transport of critically ill pediatric patients. Crit Care
complexas no centro cirúrgico. Estes princípios
tinham 6 meses de idade ou menos e as crianças Med. 1995;23:1588–1595. PMID: 7664562
também podem ser aplicados ao transporte de
com comorbidades médicas mais graves. Apesar 11. Murphy GS, Szokol JS, Marymont JH, et al. Intraopera-
crianças gravemente doentes e anestesiadas. Um
tive neuromuscular blockade and postoperative apnea
líder de equipe deve ser claramente identificado e, do tempo relativamente curto que o transporte
in at-risk patients. Anesth Analg. 2009;108: 1338–1345.
no caso de pacientes instáveis ou complexos, não intra-hospitalar requer, esta fase dos cuidados pode PMID: 32421054
deve ter outras tarefas além de liderar a equipe. É representar até 5% de todos os eventos adversos
12. Konrad F, Schreiber T, Brecht-Kraus D, Georgieff M.
importante garantir que exista um número ade- da anestesia pediátrica.3 A avaliação padronizada Mucociliary transport in ICU patients. Chest. 1994;
quado de membros qualificados na equipe, dedi- dos riscos, a alocação de recursos e as transferên- 105:237–241. PMID: 8275739
cados a cada tarefa durante o transporte. A cama cias estruturadas são uma forma essencial de 13. Agrawal S, Hulme SL, Hayward R, Brierley J. A portable
pode ser movida por equipe auxiliar para que as começar a melhorar os nossos cuidados durante CT scanner in the pediatric intensive care unit
equipes médica e de enfermagem possam se con- este período potencialmente conturbado. decreases transfer-associated adverse events and staff
centrar nos cuidados ao paciente. Os pacientes disruption. Eur J Trauma Emerg Surg. 2010;36:346–
Anila B. Elliott, MD, é professora clínica assistente 352. PMID: 26816039
que dependem de suporte fisiológico, como um
de anestesiologia pediátrica na University of Michi- 14. Bastug O, Gunes T, Korkmaz L, et al. An evaluation of
ventilador, infusão vasoativa ou suporte circulató-
gan Health System, Ann Arbor, MI. intra-hospital transport outcomes from tertiary neonatal
rio mecânico, necessitam de uma equipe dedicada
intensive care unit. J Matern Fetal Neonatal Med.
e devidamente qualificada para cada tarefa. Os Anne Baetzel, MD, é professora clínica assistente
2016;29:1993–1998. PMID: 26335382
pacientes que necessitam de sedativos frequen- de anestesiologia pediátrica na University of Michi-
15. Marx G, Vangerow B, Hecker H, et al. Predictors of
tes, vasopressores ou bolus de solução salina gan Health System, Ann Arbor, MI.
respiratory function deterioration after transfer of criti-
hipertônica podem exigir que um prestador de cui- cally ill patients. Intensive Care Med. 1998;24:1157–1162.
Jessica Kalata, MD, é residente de anestesiologia
dados de saúde se dedique exclusivamente a PMID: 9876978
na University of Michigan Health System, Ann
estas tarefas durante o transporte. 16. Rosen, M, DiazGranados D, Dietz, AS, et al. Teamwork
Arbor, MI.
in healthcare: key discoveries enabling safer, higher
CULTURA DE SEGURANÇA Bishr Haydar, MD, é professor clínico associado de quality care. Am Psychol. 2018;73: 433–450. PMID:
A criação de processos locais padronizados anestesiologia pediátrica na University of Michigan 29792459
para o transporte e a formação de equipes deverá Health System, Ann Arbor, MI. 17. Harish MM, Siddiqui SS, Prabu NR, et al. Benefits of and
melhorar a cultura de segurança em torno do untoward events during intrahospital transport of pedi-
transporte. Não existe uma norma nacional Os autores não apresentam conflitos de interesse. atric intensive care unit patients. Indian J Crit Care Med.
ou internacional de cuidados para o transporte 2017;21:46–48. PMID: 28197051
intra-hospitalar de pacientes e, neste momento, 18. Papson JP, Russell KL, Taylor DM. Unexpected events
REFERÊNCIAS during the intrahospital transport of critically ill patients.
existem poucos dados para validar uma equipe de 1. Larsen GY, Donaldson AE, Parker HB, Grant MJC. Pre-
Acad Emerg Med. 2007;14:574–577. PMID: 17535981
transporte específica. Como descrito acima, é ventable harm occurring to critically ill children. Pediatr
essencial uma avaliação cuidadosa dos riscos. Os Crit Care Med. 2007;8:331–336. PMID: 17417126 19. Latzke M, Schiffinger M, Zellhofer D, Steyrer J. Soft fac-
2. Bergman LM, Pettersson ME, Chaboyer WP, et al. tors, smooth transport? The role of safety climate and
pacientes que dependem de tecnologias que
Safety hazards during intrahospital transport: a pro- team processes in reducing adverse events during
salvam vidas, como a ventilação mecânica, medi- intrahospital transport in intensive care. Health Care
spective observational study. Crit Care Med.
camentos vasoativos ou uma ventriculostomia, Manage Rev. 2020; 45:32–40. PMID: 29176495
2017;45:e1043–e1049. PMID: 28787292
necessitam de uma equipe de transporte com 20. Greenberg S. The APSF revisits its top 10 patient safety
3. Haydar B, Baetzel A, Stewart M, et al. Complications
conhecimentos, competências e experiência na associated with the anesthesia transport of pediatric priorities. APSF Newsletter. 2021;36:1. https://www.apsf.
utilização dessas tecnologias, com equipamento e patients: an analysis of the Wake Up Safe database. org/article/the-apsf-revisits-its-top-10-patient-safety-pri-
medicamentos de reserva adequados. Dois estu- Anesth Analg. 2020;131:245–254. PMID: 31569160 orities/. Accessed March 17, 2023.
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
APSF.ORG PÁGINA 42
BOLETIM
O PERIÓDICO OFICIAL DA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION
CITAÇÃO: Burdick KJ, Taber N, Albanowski K,
Bonafide CP, Schlesinger JJ. Medical alarms: critical,
yet challenging. APSF Newsletter. 2023;38:2,54-56.
INTRODUÇÃO
Garantir a segurança dos pacientes durante os
procedimentos cirúrgicos continua sendo uma
das principais iniciativas de melhoria da qualidade,
tal como apoiado pela APSF. Além de administra-
rem e monitorarem a anestesia, os médicos
gerem os sinais vitais e o bem-estar geral do
paciente durante a cirurgia, muitas vezes em um
ambiente de grande distração.1 Isto só é possível
com a ajuda crucial dos alarmes de dispositivos
médicos. Estes alarmes foram criados para alertar
o médico e a equipe sobre alterações nos sinais
vitais do paciente, como uma queda da pressão
arterial ou diminuição da saturação de oxigênio.
No entanto, os médicos precisam frequentemente
filtrar os estímulos externos do centro cirúrgico
para reconhecer e responder a estes alarmes. Há
muitas perturbações que podem desviar a aten-
ção do médico com o paciente, incluindo atrasos
no equipamento, conversas pessoais e utilização
de pagers/dispositivos eletrônicos.1 Além disso,
sem a confirmação adicional da experiência sub-
jetiva do paciente, os médicos têm de confiar paciente está, na realidade, em ritmo sinusal e tem uma das 10 principais prioridades de segurança
estritamente nos dados apresentados pelo moni- uma derivação vaga no eletrocardiograma. As pela The Joint Commission todos os anos desde
tor, o que realça a importância de alarmes preci- taxas de alarmes inválidos variam entre 85% e 2013.10 O ECRI (originalmente fundado como
sos e clinicamente acionáveis. Os alarmes de 99,4% de todos os alarmes clínicos.7 Quando os Emergency Care Research Institute) nomeou os
dispositivos médicos são um componente essen- alarmes são consistentemente não acionáveis ou alarmes falhados e a sobrecarga de alarmes como
cial do conjunto de ferramentas do médico e inválidos, a prioridade de resposta de um profis- um "Os 10 principais riscos da tecnologia para a
ajudam a garantir a segurança dos pacientes sub- sional pode se perder ou ser substituída por saúde (Top 10 Health Technology Hazard)" todos
metidos a procedimentos cirúrgicos. exasperação, acumulando dessensibilização e os anos de 2012 a 2020.11 Em 2011, a Association
A fadiga causada por alarmes ocorre quando insatisfação entre a equipe de cuidados em for the Advancement of Medical Instrumentation
um profissional se torna insensível aos alarmes saúde.8 Embora os traços de personalidade indivi- (AAMI) realizou uma Conferência de Alarmes de
devido a alarmes excessivos, não acionáveis ou duais e a carga de trabalho não sejam facilmente Dispositivos Médicos centrada nos desafios, na
inválidos, resultando, em última análise, no atraso modificáveis, os tons e limiares dos alarmes são, segurança dos pacientes e na investigação dos
ou ausência de resposta.2,3 A fadiga causada por tornando a investigação e a inovação em matéria alarmes. Desde então, a AAMI tem promovido
alarmes contribui para a perda de alarmes e erros de alarmes a chave para diminuir a fadiga e a des- uma série de webinários e bolsas de pesquisas
médicos que resultam em morte, aumento da sensibilização dos alarmes. para ajudar na investigação e inovação da preven-
carga de trabalho clínico e esgotamento, e interfe- Estes fatores convergem para exacerbar a fadiga ção da fadiga por alarmes.
rência na recuperação do paciente, tornando-se dos alarmes e os efeitos subsequentes de alarmes Estas organizações focadas na segurança do
um problema de segurança que abrange desde o médicos não otimizados. Felizmente, estão sendo
médico até o paciente.4 A abordagem multiface- paciente permanecem dedicadas na melhora do
desenvolvidas ações por organizações de segu- ambiente clínico, com o foco principal na inovação
tada à fadiga por alarme deve incluir equipamento rança, fluxo de trabalho clínico e inovações de
consistente, atraso na ativação do alarme e redu- dos alarmes de dispositivos médicos. Como resul-
engenharia para prevenir e combater estes riscos tado desta dedicação em iniciativas de segurança
ção do volume do alarme2 Neste artigo, destaca- no local de trabalho e para os pacientes.
mos a necessidade contínua de segurança do e por meio da ações de investigadores do mundo
paciente e os recentes avanços clínicos e de todo, foram alcançados e estão ainda em curso
SEGURANÇA DO PACIENTE vários avanços na prática médica e no desenvolvi-
engenharia para evitar esta fadiga.
A APSF recomenda o uso de alarmes médicos mento de alarmes.
Os alarmes são criados para alertar a equipe para ajudar a melhorar a segurança do paciente e
para uma alteração clínica significativa ou para a reduzir riscos de eventos adversos durante a ALTERAÇÕES NO MOMENTO EM QUE
uma ação necessária, embora muitos possam não administração da anestesia e o período periopera- OS ALARMES SOAM
ser acionáveis ou ser inválidos. Os alarmes não tório.9 Da mesma forma, a American Society of Um ajuste eficaz dos alarmes clínicos consistiu
acionáveis são alarmes que não requerem qual- Anesthesiologists Equipaments and Facilities na individualização dos parâmetros de alarme2
quer ação por parte da equipe de cuidados clíni- Committe (em que o autor, Joseph Schlesinger, é para aumentar a precisão. A individualização de
cos e que, segundo as estimativas, representam um membro) prioriza um local de trabalho seguro parâmetros consiste em modificar o limiar de um
até 85% dos alarmes clínicos.5 Além dos alarmes e planeja publicar uma "Declaração de posiciona- alarme para refletir o estado fisiológico de um
não acionáveis, a fadiga por alarmes pode resultar mento sobre alarmes de dispositivos médicos" no paciente individual em comparação com uma defi-
de alarmes inválidos frequentes.6 Os alarmes final de 2023. Além disso, a abordagem da fadiga nição de alarme clínico predefinida não modifi-
inválidos ocorrem devido a um mecanismo ou por alarme e o impacto nos pacientes tem estado
erro do dispositivo, como um eletrocardiograma no centro das atenções dos órgãos reguladores Continuação de “Alarmes de dispositivos médicos”
que reporta taquicardia ventricular quando o da segurança. A fadiga por alarmes foi nomeada na próxima página
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 43
R R
caso do dia e o aparelho Avance CS2 (GE Health-
RAPID
RAPID
RAPID RRESPONSE
RESPONSE
APID RESPONSE
APID RESPONSE
ESPONSE
care, Chicago, IL) passou na verificação automá-
tica. Não havia relatos de mau funcionamento do
to your important questions
aparelho de anestesia antes desse evento, e a
indução do paciente ocorreu sem intercorrências.
Aproximadamente uma hora após o início do
caso, notamos que a concentração inspiratória de
dióxido de carbono tinha aumentado e variava
entre 4 e 6 mmHg. O sistema de absorção foi ins-
pecionado e, embora não estivesse totalmente Figura 1: As figuras A e B demonstram o reservatório do condensador cheio sem ser agitado (A) e o mesmo
gasto, o recipiente do sistema foi substituído. reservatório do condensador quando agitado (B).
RAPID
RAPID
RAPID RRESPONSE
RESPONSE
RESPONSE
RESPONSE
Nessa altura, o reservatório do condensador pare-
APID
cia estar vazio, conforme ilustrado na Figura 1,
Prova A. A substituição do sistema de absorção
com a concentração que estava sendo adminis-
trada. O vaporizador de sevoflurano estava ajus-
tado para 4%, mas a concentração inspiratória era
dade no circuito provocou o mau funcionamento
do sensor do módulo das vias respiratórias.
Notou-se que o reservatório do condensador
não teve qualquer efeito nos níveis de dióxido de
to your important questions
carbono registrados e procedemos à substituição significativamente menor do que o esperado, encheu completamente antes do final do caso e
do coletor de água D-fend do módulo das vias 1,6%. O anestésico intravenoso foi iniciado para foi drenado uma segunda vez. Suspeitamos que o
respiratórias ligado à linha de recolhimento de manter a concentração alveolar mínima adequada atraso no retorno das medições exatas e a rapidez
amostras de gás e, subsequentemente, do enquanto continuávamos solucionando o pro- com que o reservatório se encheu pela segunda
módulo respiratório GE CARESCAPE (GE Health- blema. Uma inspeção mais aprofundada revelou vez ocorreu devido a uma acumulação significa-
care, Chicago, IL) sem qualquer alteração na con- que a fração de oxigênio inspirado era de 21%, tiva de umidade no circuito após ter sido excedida
centração inspiratória de CO2. Nesta momento, enquanto o aparelho de anestesia estava regu- a capacidade do reservatório.
também notamos que a concentração final da lado para fornecer 50%. Além disso, a saturação
corrente do anestésico volátil não era consistente de oxigênio do paciente se manteve dentro dos DISCUSSÃO:
valores normais durante todo o procedimento. Até Em primeiro lugar, gostaríamos de reconhecer
esse momento, o fluxo de gás fresco estava regu- que a manutenção adequada, de acordo com o
lado para 2 litros por minuto com 50% de oxigênio guia de referência do usuário publicado pela GE
e, em seguida, aumentamos o fluxo para 4 litros Healthcare, recomenda que os operadores ins-
por minuto com 50% de oxigênio, sem alteração pecionem visualmente o reservatório do conden-
das concentrações medidas de oxigênio, CO2 e sador todos os dias e o drenem, se necessário. O
agentes. Nesta altura, contactamos a nossa reservatório do condensador está localizado
equipe biomédica com a suspeita de que as válvu- junto ao recipiente de absorção de CO2 e recolhe
las unidirecionais do circuito poderiam estar ava- a água do circuito de respiração. A drenagem é
riadas. Esta hipótese também foi excluída e efetuada pressionando o botão de drenagem
confirmou-se que as válvulas e o sensor de fluxo verde na parte lateral do condensador e permi-
estavam funcionando corretamente. Após con- tindo que a água escorra pela abertura por baixo.1
sulta com outro colega, decidimos inspecionar A manutenção adequada é essencial para o bom
mais de perto o reservatório do condensador para funcionamento do equipamento de anestesia,
verificar o acúmulo de água. O aparelho de anes- como este incidente demonstra. No entanto, o
tesia foi agitado, revelando que a linha de água no evento acima mencionado levanta várias preocu-
reservatório do condensador tinha subido acima pações com a localização e o design do reserva-
do plástico transparente, e o que visualmente tório do condensador. O reservatório do Avance
parecia ser um reservatório vazio estava, de fato, CS2 está localizado atrás do recipiente do sistema
completamente cheio de água, como demons- de absorção e está a apenas alguns centímetros
trado pelo nível de ar-fluido que aparecia na acima da base do lado esquerdo do aparelho,
Figura 1, Prova B. O reservatório do condensador como pode ser visto na Figura 2. O acesso direto
foi drenado e as medições reportadas voltaram ao lado esquerdo do aparelho de anestesia na
gradualmente aos valores esperados. Esta consta-
Figura 2: Localização do reservatório do con-
densador do Avance CS2. tação levou-nos a concluir que o excesso de umi- Continuação de “Ilusão visual” na próxima página
As informações fornecidas são somente para fins educacionais relacionados à segurança e não constituem aconselhamento médico ou legal. Respostas individuais ou de grupo são somente
comentários, fornecidos para fins de conhecimento ou para debate, e não constituem declarações nem opiniões da APSF. Não é intenção da APSF fornecer aconselhamento médico ou legal
específico ou apoiar quaisquer pontos de vista ou recomendações em resposta às questões propostas. Em hipótese alguma a APSF será responsável, direta ou indiretamente, por qualquer dano
ou perda causados por ou supostamente causados por ou em conexão com a confiança nas informações mencionadas.
RAPID Response
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 46
Vide “Ilusão visual” na página anterior 2. Siempos II, Vardakas KZ, Kopterides P, Falagas ME. este relatório oferece uma oportunidade de
Impact of passive humidification on clinical outcomes rever as características de design do Avance CS2
sala de cirurgia é frequentemente bloqueado por of mechanically ventilated patients: a meta-analysis of destinadas a reduzir o impacto da umidade no
RAPID RESPONSE
vários equipamentos e, normalmente, fica pró-
ximo ao campo cirúrgico estéril. Mesmo quando
randomized controlled trials. Crit Care Med.
2007;35:2843–2851. PMID: 18074484
sistema de respiração de anestesia e os procedi-
mentos recomendados para gerir o desafio do
abordado pela frente do aparelho, a localização 3. Bhavani-Shankar K, Moseley H, Kumar AY, Delph Y.
baixa e posterior do reservatório do condensador Capnometry and anaesthesia. Can J Anaesth.
acúmulo de água.
torna a visualização e a drenagem complicadas e 1992;39:617–632. PMID: 1643689 A gestão da umidade e do acúmulo de água no
facilmente ignoradas. 4. Fullick J, Oliver M. "Water, water, everywhere": a chal- sistema respiratório é necessária para todos os
lenge to ventilators in the COVID-19 pandemic. Br J
RAPID
RdoAPID RAPID
RRESPONSE
RESPONSE
APID RESPONSE
RESPONSE
Outra preocupação relativa ao reservatório
condensador está relacionada com o design
Anaesth. 2020;125:e188–e190. PMID: 32389392
sistemas de anestesia. Existem estratégias reco-
mendadas para minimizar a água no sistema res-
todo
your important questions Resposta da GE HealthCare: piratório, bem como procedimentos que podem
próprio reservatório. Com uma manutenção
ser seguidos para eliminar o impacto da água no
adequada, os níveis de água nunca devem A ilusão visual resulta no mau funcionamento
desempenho dos sensores de fluxo e de concen-
exceder a altura do plástico transparente que dos sensores do aparelho de anestesia
tração de gás. Com esse objetivo em mente, o
compõe o reservatório. No entanto, como
15 de março de 2023 sistema de anestesia Avance CS2 inclui um con-
demonstramos, se o nível da água exceder o
densador concebido no canal de fluxo inspiratório
nível do plástico transparente, o reservatório do Prezada Resposta Rápida da APSF, para controlar o acúmulo de água. Ver figura 3.
condensador pode parecer vazio. Sugerimos
que se considere a possibilidade de modificar o A GE HealthCare gostaria de agradecer à O cumprimento das instruções de cuidados e
reservatório com um meio de determinar facil- equipe da Rutgers University/Robert Wood John- manutenção prescritas para o profissional minimi-
mente se ele contém água. As modificações son Medical School por ter enviado a sua experi- zaria a acumulação de água líquida no condensa-
possíveis podem incluir um flutuador, a utilização ência com o acúmulo de água e amostragem de dor, tal como observado no Robert Wood Johnson
de plástico translúcido nas paredes do conden- gás no Avance CS2 para a coluna de Resposta Medical Center. Quando o condensador está
sador ou a utilização de um sensor eletrônico Rápida. Em resposta a este relatório, a GE Health- sendo utilizado e não está cheio, é visível a con-
que notifique o profissional se houver um acú- Care efetuou vários testes para reproduzir a densação nas paredes do reservatório, o que
mulo excessivo de água no reservatório. experiência descrita. Infelizmente, as observa- serve de indicador de que o reservatório não está
ções não puderam ser reproduzidas. No entanto, cheio. Ver figura 4. Quando não houver conden-
Finalmente, o nosso relatório sobre este incidente
destina-se a informar o leitor e a sensibilizar outros
profissionais que utilizam o Avance CS2, de modo
que os problemas com os reservatórios do conden-
sador possam ser excluídos em uma fase inicial da
resolução de problemas de anomalias do sensor.
Temos estado em contato com os representantes
locais da nossa empresa e agradecemos a sua res-
posta, bem como uma explicação sobre a forma
como a umidade afeta a integridade do sensor.
Steven Simon é estudante de medicina na Robert
Wood Johnson University Medical School, New
Brunswick, NJ.
Bryan Gaeta é enfermeira anestesista registrada
certificada na Robert Wood Johnson University 1. Módulo do recipiente Ezchange (bypass de CO2) Figura 4: Condensação do reservatório.
2. Desbloqueio do recipiente EZchange
Medical School, New Brunswick, NJ. 3. Condensador
Enrique Pantin, MD, é professor de anestesiologia 4. Botão de drenagem do condensador
na Robert Wood Johnson University Medical Figura 3: Localização do condensador.
School, New Brunswick, NJ.
Antonio Chiricolo, MD, é professor associado de As práticas úteis para minimizar o impacto da água na amostragem de gases incluem:
anestesiologia na Robert Wood Johnson Univer- A. Permutador de calor e umidade com filtro (HMEF) entre o paciente e o circuito respiratório
sity Medical School, New Brunswick, NJ. para evitar que o vapor de água exalado pelo paciente chegue ao sistema respiratório. Embora
seja considerado opcional, conforme indicado na figura, é útil para controlar a entrada de água
Os autores não apresentam conflitos de interesse. no circuito.
B. Garantir o tamanho e o ajuste corretos dos acessórios de acordo com o tipo de doente e a aplicação.
REFERÊNCIAS C. Garantir que a configuração da medição do gás das vias respiratórias esteja correta. Ver figura 5.
1. GE Healthcare Avance CS2 User’s Reference Manual.
Datex-Ohmeda, Inc. 2013. Continuação de “Ilusão visual” na próxima página
As informações fornecidas são somente para fins educacionais relacionados à segurança e não constituem aconselhamento médico ou legal. Respostas individuais ou de grupo são somente
comentários, fornecidos para fins de conhecimento ou para debate, e não constituem declarações nem opiniões da APSF. Não é intenção da APSF fornecer aconselhamento médico ou legal
específico ou apoiar quaisquer pontos de vista ou recomendações em resposta às questões propostas. Em hipótese alguma a APSF será responsável, direta ou indiretamente, por qualquer dano
ou perda causados por ou supostamente causados por ou em conexão com a confiança nas informações mencionadas.
RAPID Response
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 47
RAPID RESPONSE
ser aberto para drenar qualquer água acumulada.
Embora o dreno do condensador esteja localizado
em um local onde não é facilmente visível a partir
de uma posição de pé, é facilmente acessível a
partir da frente da máquina para verificar visual-
mente os níveis de água e drenar o condensador
RAPID
RAPID
RAPID RRESPONSE
RESPONSE
RESPONSE
APID RESPONSE
diariamente. O dreno também está localizado pró-
ximo ao sistema de absorção de CO2, o que 1. Módulo respiratório CARESCAPE
também
to é recomendado
your important para ser examinado visu-
questions
2. Amostra de gás, conector da linha de amostragem de gás no coletor de água
almente antes de anestesiar um paciente.
3. Linha de amostragem de gás
Foram considerados os métodos de detecção
adicionais sugeridos no relatório de Simon et al.
4. Conector da linha de amostragem de gás no adaptador das vias respiratórias; colocar o
conector para cima
para melhorar a identificação de um reservatório
cheio, mas esses métodos podem reduzir a confia- 5. Adaptador das vias respiratórias com conector da linha de amostragem
bilidade geral e a simplicidade do design. Se o 6. Permutador de calor e umidade com o filtro (HMEF) (opcional quando o gás recolhido é
reservatório estiver cheio, o fluxo inspiratório do encaminhado para o sistema de recolhimento de amostras)
ventilador vai simplesmente empurrar através da
Figura 5: Configuração da medição do gás.
coluna de água ou contornar completamente o
reservatório devido aos caminhos de fluxo de deri- D. Se utilizar um sensor de caudal D-lite/D-lite+, coloque todas as portas D-lite para cima com uma
vação projetados no alojamento superior do con- inclinação de 20° a 45° para evitar que a água condensada entre no interior do sensor e no tubo
densador. Esta caraterística assegura que a E. Utilizar um sensor de fluxo D-lite+ para condições de umidade elevada
ventilação vai continuar independentemente do
F. Quando utilizar uma máscara e recolher amostras de gás do paciente, certifique-se de que a
nível de água no reservatório. A parede do conden- configuração permite que a água seja drenada para fora da porta de recolhimento de amos-
sador é feita em alumínio, uma vez que serve simul- tras de gás. Ver figura 6:
taneamente de elemento estrutural e de proteção
térmica para evitar que o calor do sistema de absor-
ção de CO2 aqueça os tubos do condensador.
Voltando ao relatório original, embora pare-
cesse que o esvaziamento do reservatório do con- 1. Máscara
densador corrigia as medições da concentração 2. Filtro bacteriano
de gás, não conseguimos simular nem explicar 3. Adaptador de vias aéreas
como é que a acumulação de água podia causar
uma combinação de FiCO2 aumentada, FiAA baixa 4. Linha de amostragem
e FiO2 baixa em comparação com os valores defi-
nidos. A medição de concentrações de gás e
anestésico inferiores aos valores definidos resulta
normalmente de um baixo fluxo de gás fresco ou Figura 6: Configuração da medição de gás durante a ventilação com máscara.
de fugas na configuração da amostragem de gás.
G. Verifique visualmente o condensador e drene o reservatório todos os dias (ver Figura 3)
Quando os caudais de gás fresco são suficiente-
mente baixos para provocar uma reinalação signi- Apesar dos testes extensivos, a GE Healthcare Atenciosamente,
ficativa, a absorção de anestésico e oxigênio pelo não pode fornecer uma explicação verificada
paciente resulta em concentrações baixas de Tim McCormick
para as observações relatadas. Seguir os proce-
agente exalado e de O2 , em comparação com os Engenheiro-chefe de Anestesia e Cuidados
dimentos recomendados para gerir a umidade e
valores definidos. As fugas na instalação de reco- Respiratórios, GE HealthCare
a água acumulada no sistema respiratório deverá
lhimento de amostras de gás provocam a diluição minimizar quaisquer problemas relacionados. As
do gás recolhido, o que é possível neste caso, uma recomendações resumidas neste relatório
vez que as leituras de FiO2 de 21% são idênticas às devem ser um guia útil e os profissionais podem
do ar ambiente. O aumento da FiCO2 é normal- sempre consultar as instruções de utilização ou
mente causado por um espaço morto elevado no entrar em contato diretamente a GE Healthcare
aparelho ou pela diminuição da eficácia do sis- em caso de dúvidas: www.gehealthcare.com/
tema de absorção de CO2. about/contact-us
As informações fornecidas são somente para fins educacionais relacionados à segurança e não constituem aconselhamento médico ou legal. Respostas individuais ou de grupo são somente
comentários, fornecidos para fins de conhecimento ou para debate, e não constituem declarações nem opiniões da APSF. Não é intenção da APSF fornecer aconselhamento médico ou legal
específico ou apoiar quaisquer pontos de vista ou recomendações em resposta às questões propostas. Em hipótese alguma a APSF será responsável, direta ou indiretamente, por qualquer dano
ou perda causados por ou supostamente causados por ou em conexão com a confiança nas informações mencionadas.
– TRADUÇÃO DO INGLÊS SOLICITADA PELA ANESTHESIA PATIENT SAFETY FOUNDATION –
BOLETIM DA APSF Junho de 2023 PÁGINA 48
Nossos leitores:
apsf.org anestesiologistas,
enfermeiros
700.000 anestesiologistas
licenciados, cirurgiões,
21
Mais de
Conferências
de consenso da US$13,5 MILHÕES
APSF realizadas EM BOLSAS DE
até agora PESQUISACONCEDIDAS
(sem taxa de inscrição)