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18/06/2013

Sistema Estomatognático
 ATM,
 Dentes,
 Ossos anexos,
Articulação  Lábios,
 Bochechas,

Temporomandibular  Língua,
 Músculos,
MORFOFISIOLOGIA
 Vasos e
 Sistema nervoso.

Juntamente com os Definição


componentes
funcionais do S.
Estomatognático, A ATM é definida como “conjunto
de estruturas anatômicas que,
relaciona-se
com a participação de grupos
diretamente com musculares, possibilitam a
várias funções vitais, mandíbula executar variados

como a mastigação, movimentos durante a execução


de suas funções”.
deglutição, fonação e Figun & Garino, 1989

a respiração.
Behsnilian, 1974

Classificação Características diferenciais


• Recoberta por tecido fibroso
avascular;

• Sinovial • Duas ATM’s ligadas entre si


pela mandíbula;
• Biaxial
• Articulam entre si os dois
• Complexa arcos dentais;

• Bicondílea • Disco divide a ATM em duas


Ash & Ramfjord, 1996
articulações.

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Superfície articular da mandíbula


Componentes da ATM
CÔNDILO
 Partes duras - superfícies articulares
 Do ponto de vista de adaptação
• Mandíbula - côndilo mandibular o côndilo é o mais ativo e
dinâmico dos elementos da ATM.
• Temporal – eminência articular e fossa mandibular
 Coberto por tecido conjuntivo
fibroso.

Superfícies articulares do Temporal


Fossa Articular - Limites anatômicos:
Componentes da ATM


Anterior – eminência articular.
Posterior - região posterior e medial do arco zigomático, na porção
 Partes moles
escamosa do osso temporal • Cartilagem articular
• Disco articular
• Membrana sinovial
• Ligamentos
• Cápsula articular

Cartilagem Articular da ATM Disco Articular da ATM


Tecido fibrocartilaginoso denso, formado principalmente
de fibras colágenas e apenas poucas fibras elásticas. Esse
revestimento é mais espesso em áreas de maior demanda
funcional, fornecendo as condições biológicas adequadas
para receber carga durante a mastigação.

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Funções do Disco Articular: Disco Articular da ATM

- Permite a articulação das superfícies ósseas;


Aspecto Macroscópico
- Divisão da ATM em 2 compartimentos(sup/inf);  Superfícies ântero-superior
• Côncavo-convexa (temporal)
- Separa os movimentos de rotação e translação;

- Absorção das forças;  Superfície póstero-inferior


• Côncava (mandíbula)
- Facilita a lubrificação da ATM.
Carlsson, 2000

Disco Articular da ATM Disco Articular da ATM


Constiuição Consiste em uma estrutura fibrocartilaginosa (colágeno) dividida em três partes:
 Tecido conjuntivo fibroso denso rico em colágeno/fibras colágenas paralelas.
Anterior (banda anterior): é uma região espessa, principalmente na
 Relativamente acelular. região lateral da articulação. É fixa aos pólos condilares medial e
 Sem vascularização com exceção da região posterior e superfície de união com a lateral, é também ligada ao feixe superior do músculo pterigóideo
cápsula. lateral através da parede anterior da

 Potencial de regeneração reduzido. cápsula articular. A direção de suas


fibras é transversal aos côndilos.
 Nutrição a partir do líquido sinovial.

 Sem inervação com exceção da região posterior.


Ress, 1954
Leandro e Nunes, 2000

Função do Pterigóideo Lateral


Disco Articular da ATM Ação antagônica do pt.
Lateral
 Região ântero- medial Durante o movimento de abertura o pt.
lateral inferior esta ativo permanecendo
• M. Pterigóideo Lateral o superior passivo.

O músculo pterigóideo lateral tem


No fechamento a situação se inverte,
uma importante função na
ficando ativo o pt. lateral superior para
coordenação da translação
que se evite que o disco articular ao
condilar, devido ao fato de que voltar para a posição normal, não retorne
ambos, ventre inferior e superior bruscamente e lesione a zona bilaminar
inserem-se no menisco e no (rica em vasos, nervos e artérias).
côndilo consecutivamente.

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Disco Articular da ATM Disco Articular da ATM

•Média (zona intermediária): a parte


média une as bandas anterior e
Regiões medial e lateral
posterior e suas fibras encontram-se na
• Fixações à cápsula
direção ântero-posterior. Essas fibras se
entrelaçam com as fibras das bandas, • Fixações aos polos do côndilo
assim que ali chegam.

Leandro e Nunes, 2000

Disco Articular da ATM Disco Articular da ATM

•Posterior (banda posterior): a banda A continuidade da banda posterior do disco


é chamada de ligamento posterior ou zona
posterior geralmente é a mais espessa bilaminar.
das duas bandas. Quando a mandíbula
está fechada, a banda posterior do disco  Região posterior
localiza-se sobre ou ligeiramente
• Zona bilaminar
anterior à crista superior do côndilo. As
fibras, assim como as da banda anterior • Joelho vascular
são transversais ao côndilo.
Leandro e Nunes, 2000

Disco Articular da ATM Disco Articular da ATM


• Zona bilaminar
1) Lâmina superior- fibras elásticas e inserida na parte timpânica ao nível da
fissura petro-timpânica.

2) A lâmina inferior- constituída de fibras colágenas, está ligada aos pólos


 Região posterior
lateral e medial do côndilo.
• Zona bilaminar
Entre estas duas lâminas encontra-se tecido conjuntivo
frouxo ricamente inervado e vascularizado (plexo venoso)
que ajudam na retração do disco durante o fechamento da • Joelho vascular
boca.
Durante a abertura este tecido torna-se altamente irrigado,
praticamente dobrando seu volume e é responsável pela
nutrição das zonas articulares participando da formação do
líquido sinovial.
Carlsson, 2000

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Cápsula Articular
A ATM é recoberta em toda sua extensão pela cápsula, um tecido
flexível e altamente vascularizado.

Resiste às forças que tendem a


separar as superfícies ósseas.

Duas camadas:
Externa – fibrosa e contínua com o ligamento têmporo-mandibular.
Interna – a membrana Sinovial

Cápsula Articular Cápsula Articular


Apresenta alta especialização sensitiva, e os receptores vão servir como fontes de
A cápsula se estende da fossa mandibular até o colo da mandíbula. É
uma cobertura mais externa de tecido fibroso que reveste a membrana impulsos para guiar a função muscular (mastigatória) e o sentido de localização
sinovial. da mandíbula.

Liga-se ao disco articular por inserções


lateral e posterior.

Anteriormente, cápsula e disco se fundem


e posteriormente, ela está ligada à zona
Potencialmente relacionados aos mecanismos
bilaminar. proprioceptivos articulares
Thilander, 1961; Griffin & Harris, 1975

Membrana Sinovial Membrana Sinovial

A membrana sinovial cobre as superfícies mais superiores e inferiores da zona


bilaminar e só não está presente sobre as superfícies de atrito ou articulares
(superfícies das cartilagens articulares e do disco).

Tem por função: fabricar o líquido sinovial


(ácido hialurônico), produzindo lubrificação
da articulação, reparando o desgaste e
drenando os detritos acumulados com a
função normal.
Kopp, 2007

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Líquido Sinovial Sistema Ligamentar

Constitui-se por dialisado de plasma rico em PGs secretadas pelas


 Importante papel na proteção da ATM.
células da cavidade sinovial. Na ATM normal contém poucas células
inflamatórias.  O principal componente é o colágeno, que não estica.

 Apesar de não participarem diretamente dos movimentos


Lubrifica a ATM. mandibulares, têm fundamental importância na limitação dos
mesmos.

Leva nutrientes aos componentes Como são vascularizados e inervados, podem inflamar e ficar
avasculares da articulação. doloridos.
Kopp, 2007

Sistema Ligamentar Ligamentos Colaterais

 Ligamentos colaterais Ligamentos do disco.

 Ligamento capsular Ligam os bordos lateral e medial do


disco aos respectivos pólos condilares;

 Ligamento posterior Medial e Lateral;

 Ligamento temporomandibular Permitem o mov. passivo do disco com o


côndilo durante a translação;
 Ligamento esfenomandibular
Possuem vascularização e inervação =
 Ligamento estilomandibular Kawamura, 1967
inflamação.
Kawamura, 1967

Ligamento Capsular Ligamento Posterior


Formado por duas camadas: Sinônimos
- Tecido retrodiscal
 Camada superficial
- Zona bilâminar
- forma de leque, orientação oblíqua das fibras;
- limita o deslocamento inferior do côndilo;
Componentes
-inserção no colo.
- Duas lâminas de tecido conjuntivo denso

Camada profunda - Tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado e inervado.

- banda de fibras horizontais;


- limita o movimento posterior do côndilo; Revestimento

- inserção no pólo lateral e na margem lateral do disco. - membrana sinovial nas faces expostas aos espaços articulares
Kawamura, 1967 Kawamura, 1967

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Ligamento Temporomandibular Ligamentos Acessórios

Reforça a cápsula articular lateralmente e é um reforço Esfenomandibular: eleva-se a partir da espinha do osso esfenóide e se insere na
língula da mandíbula.
medial devido as articulações direita e esquerda operarem
como se fossem uma só articulação. É passivo durante os movimentos da mandíbula mantendo a mesma intensidade de
tensão durante a abertura e fechamento da boca. Limita distensão inferior.

Divide-se em dois feixes:


• Superficial: do tubérculo articular ao colo da mandíbula. Estilomandibular: estende-se a partir do processo estilóide para
• Profundo: do tubérculo articular ao pólo lateral do côndilo. o ângulo medial, cobrindo a superfície exterior do processo e do
ligamento estilóide.

•Porção interna horizontal limita o mov. posterior do côndilo É frouxo quando as arcadas estão fechadas ou quando a
mandíbula está emrepouso. O ligamento torna-se tenso somente
•Porção interna oblíqua limita a abertura mandibular. na postura protrusiva forçada. Limita movimentos protrusivos.
Kawamura, 1967 Kawamura, 1967

Inervação da ATM

N. Mandibular (V/3)

Irrigação da ATM
Artéria Carótida Externa Nervo auriculotemporal
• Artéria temporal superficial - transversa da face • ramos parotídeos
• ramos para o meato acústico
• Artéria maxilar - men. média, timp. anterior, temp. prof.
• Artéria auricular posterior - r. parotídeo
Nervo massetérico
• Artéria facial - palatina ascendente
• propriocepção
• Artéria faríngea ascendente - r. para a tuba auditiva
Durking et al., 1973
Thilander, 1961; Griffin & Harris, 1975; Dubner et al., 1978; Lund & Matthews, 1981

ATM na posição de repouso Efetores da ATM


O côndilo ocupa uma posição central na fossa articular e os dentes superior e
inferior encontram-se separados pelo espaço funcional livre.

Uma possibilidade é que o estado de


atividade tônica exista a fim de estabilizar
o posicionamento mandibular, outra
hipótese é a de que esta posição seja
dependente principalmente da
propriedade de inativação dos tecidos,
particularmente da elasticidade muscular.
Peck et al., 2002 Netter & Frank, 2000; Itoh & Hayashi, 2000

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Movimentos da ATM Correlação entre movimentos da


mandíbula e os da ATM
 Rotação - O côndilo se movimenta em torno de um eixo fixo, se articulando
contra a superfície inferior do disco articular, portanto, este movimento ocorre Abaixamento e elevação da mandíbula
na cavidade ou compartimento articular inferior da articulação. O movimento se inicia com a rotação pura do côndilo, depois para continuar a
abertura a rotação ocorre juntamente com a translação.
 Translação - Movimento de um corpo em que todas as partes têm, em cada A depressão da mandíbula é feita pelos pterigóides laterais ajudados pelo
instante, a mesma velocidade e direção. Ocorre na cavidade articular superior digástrico.
entre a superfície superior do disco articular e a superfície inferior da fossa Na abertura da boca, o osso hióide se mostra pouco, os músculos gêniohióide e
articular. milohióide fazem ponto fixo nele, para colaborar com o digástrico no abaixamento
da mandíbula.

Na elevação ocorre tudo ao contrário e os músculos que agora agem são:
 Transrotação - ambas articulações masséter, pterigóide medial e temporal.
Uchida et al., 1999 Uchida et al., 1999

Correlação entre movimentos da


mandíbula e os da ATM
Controle dos movimentos da ATM
Movimento de protrusão e retrusão
 A protrusão simétrica da mandíbula é
efetivada pelos músculos pterigóides
Os músculos que movimentam a articulação temporomandibular, como em
laterais a partir dos músculos elevadores,
principalmente o temporal, como qualquer outra parte do corpo, estão sujeitos ao controle do Sistema Nervoso
coadjuvante desse movimento, no sentido
Central, assim como à mecanismos reflexos.
de manter a mandíbula elevada enquanto ela
se desloca para frente.

 No movimento inverso, ou seja, na  Reflexo do toque/fechamento mandibular;


retrusão, ainda sob assistência dos  Reflexo do abaixamento mandibular
elevadores funcionam efetivamente o
músculo digástrico e porção posterior do  Reflexo de ausência de carga.
temporal.

Reflexo do toque/fechamento mandibular Reflexo da abertura mandibular


A extensão dos músculos de abertura mandibular, usualmente devido à Inibição da atividade dos músculos fechadores usualmente sem demonstrar
aplicação de cargas momentâneas no mento, produz a contração destes qualquer ativação dos músculos de abertura bucal.
músculos.

mecanorreceptores
E
SNC Este reflexo pode ser + +
SNP E
nociceptores
disparado por meio da
N. Supratrigeminal Formação reticular
estimulação das terminações
nervosas mecanoreceptivas da + +

maioria das estruturas intra-


orais ou das terminações
nociceptivas bucais ou da face. -
N. Trigeminal Motor Músculo Elevador

Murray & Klineberg, 1984; Nolte, 2002 Lund& Olsson, 1983

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Reflexo da ausência de carga 1) Paciente LMA, 36 anos, sofreu acidente autmobilístico e como resultado
lesões orofaciais severas. No exame clínico e radiográfico verificou-se uma fratura
do pescoço condilar com significativo espaçamento entre as bordas fraturas. O
Envolve a interrupção na atividade dos músculos elevadores mandibulares, quê e como pode ocorrer em relação ao côndilo se o quadro clínico não for
juntamente com uma ativação dos músculos abaixadores da mandíbula, contudo solucionado?
neste caso, o gatilho é diferente.

Quando da aplicação de força sobre a) Remodelação óssea da cabeça condilar via fluído sinovial.
um objeto de dureza ou resistência
b) Necrose óssea condilar devido interrupção do aporte sanguíneo via foramina nutricional.
conhecida, impulsos são enviados não
apenas para os motoneurôneos de c) Reabsorção óssea do pescoço condilar em função de maior exigência funcional articular.

fechamento, mas também, como d) Necrose óssea condilar em função da interrupção do suprimento sanguíneo via zona
precaução, para aqueles de abertura bilaminar.

ou abaixamento da mandíbula. e) Remodelação óssea condilar por meio de atividade de células osteoclásticas presentes no
fluído sinovial.
Inibição recíproca.

3) Quais os músculos responsáveis pelo retorno do côndilo para a posição


2) Qual o resultado, em relação aos movimentos mandibulares, da presença e de repouso na fossa glenóide após o deslocamento condilar?
atuação da cápsula articular e dos ligamentos articulares intrínsecos e
extrínsecos? a) Os músculos elevadores da mandíbula – masseter, temporal e pterigóideo medial.

b) Os músculos depressores da mandíbula – masseter, temporal e pterigóideo medial.


a) Liberdade de movimentação e capacidade adaptativa.

c) Os músculos elevadores da mandíbula – masseter, temporal e milohióideo.


b) Realização de movimentos extrabordejantes.

d) Os músculos elevadores da mandíbula – ventre anterior do digástrico, milohióideo e


c) Limitação de movimentos gerando preferencialmente movimentos bordejantes.
geniohióideo.

d) Limitação de movimentos gerando eclusivamente movimentos bordejantes.


e) Os músculos depressores da mandíbula – ventre anterior do digástrico, milohióideo
e geniohióideo.
e) Liberadade de movimentação viabilizando a realização de movimentos extrabordejantes.

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