Você está na página 1de 139

Leonardo Moraes Spindola

Flávio Rovani de Andrade

2021
Conselho Editorial
Dr. Clívio Pimentel Júnior - UFOB (BA)
Dra. Edméa Santos - UFRRJ (RJ)
Dr. Valdriano Ferreira do Nascimento - UECE (CE)
Drª. Ana Lúcia Gomes da Silva - UNEB (BA)
Drª. Eliana de Souza Alencar Marques - UFPI (PI)
Dr. Francisco Antonio Machado Araujo – UFDPar (PI)
Drª. Marta Gouveia de Oliveira Rovai – UNIFAL (MG)
Dr. Raimundo Dutra de Araujo – UESPI (PI)
Dr. Raimundo Nonato Moura Oliveira - UEMA (MA)
Dra. Antonia Almeida Silva - UEFS (BA)

Trades com Alta Probabilidade: dos fundamentos ao operacional


© Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade
1ª edição: 2021

Editoração
Acadêmica Editorial
Diagramação
Danilo Silva
Capa
Acadêmica Editorial
Reprodução e Distribuição
CAJU: Educação, Tecnologia e Editora

Ficha Catalográfica elaborada de acordo com os padrões estabelecidos no


Código de Catalogação Anglo – Americano (AACR2)

S757t Spindola, Leonardo Moraes.


Trades com alta probabilidade: dos fundamentos ao operacional /
Leonardo Moraes Spindola, Flávio Rovani de Andrade. – Parnaíba, PI:
Acadêmica Editorial, 2021.
E-book.

ISBN: 978-65-88307-51-9

1. Lógica operacional. 2. TAP. 3. Trades. 4. Bolsa de valores.


I. Andrade, Flávio Rovani de. II. Título.

CDD: 332.6

Bibliotecária Responsável:
Nayla Kedma de Carvalho Santos – CRB 3ª Região/1188
Aviso legal

O conteúdo deste livro é para fins exclusivamente


educacionais, não deve ser confundido com assessoria
de investimentos ou indicação de negociação no mercado
mobiliário. Não é, sob nenhuma hipótese, recomendação
de compra ou venda de ativos do mercado financeiro. A
negociação de futuros, de opções, de ações ou de qualquer
outro tipo de investimento/especulação, no mercado
financeiro, envolve níveis elevados de riscos para o capital,
sendo que os autores não se responsabilizam pelas perdas
de seus leitores. Métodos, técnicas ou indicadores técnicos
apresentados nessa obra não devem ser entendidos como
garantias de lucros, nem mesmo como garantias de que não
haverá perdas. Resultados do passado não são garantia de
lucros futuros. Antes de negociar no mercado financeiro, o
investidor/especulador deve ter plena consciência de seu
perfil de risco, e de que quaisquer operações são por conta e
risco próprios.
Lista de ilustrações
Figura 1: Representação do ciclo de alta, segundo Elliott.
Figura 2: Representação do ciclo de baixa, segundo Elliott.
Figura 3: Ondas de Elliott, ciclo completo de alta.
Figura 4: Ondas de Elliott, ciclo completo de baixa.
Figura 5: Representação de ondas primárias, secundárias e
fractais.
Figura 6: Ondas principais e fractais.
Figura 7: Comparação entre os ciclos de Elliott e os ciclos na
lógica TAP.
Figura 8: Representação de ondas significativas de alta e de
baixa.
Figura 9: Respeito a retrações de ondas significativas de alta
e de baixa.
Figura 10: Respeito a retrações de ondas de inversão de alta e
de baixa.
Figura 11: Rompimentos de retrações de ondas de inversão de
alta e de baixa.
Figura 12: Exemplo de retração de Fibonacci.
Figura 13: Exemplo de abc corretivo identificado por meio de
expansão de Fibonacci.
Figura 14: Exemplo de projeção de alvo por meio de expansão
de Fibonacci.
Figura 15: Exemplo de onda significativa, identificada por meio
da TAP Significative Line.
Figura 16: Indicador de volume financeiro de barras.
Figura 17: Indicador Institucional Color Candle.
Figura 18: Comparação dos indicadores Institucional Color
Candle e volume financeiro.
Figura 19: Respeito ao indicador MIDAS/defense.
Figura 20: Gráfico com Weis Wave histograma principal.
Figura 21: Gráfico com Weis Wave histograma principal e
fractal.
Figura 22: Interpretação dos movimentos do mercado baseada
na leitura das ferramentas e dos indicadores.
Figura 23: Exemplo de onda corretiva simples.
Figura 24: Exemplo de abc corretivo simétrico.
Figura 25: Exemplo de abc corretivo assimétrico.
Figura 26: Exemplo de abc corretivo flat.
Figura 27: Exemplo de abc corretivo expansivo.
Figura 28: Exemplo de abc corretivo complexo.
Figura 29: Exemplo de respeito de TAPZone de ondas de
inversão de alta.
Figura 30: Exemplo de respeito de TAPZone de ondas de
inversão de baixa.
Figura 31: Exemplo de respeito de TAPZone de ondas
significativas de alta.
Figura 32: Exemplo de respeito de TAPZone de ondas
significativas de baixa.
Figura 33: Caso em que se deve descartar o MIDAS/defense.
Figura 34: Caso em que se deve descartar a expansão de
Fibonacci por descaracterização.
Figura 35: Casos em que se deve descartar a expansão de
Fibonacci por teste da retração.
Figura 36: Barras de volume na região da TAPZone.
Figura 37: Range na região da TAPZone.
Figura 38: Ponto de controle de histograma na região da
TAPZone.
Figura 39: Posicionamento dos players antes do movimento de
alta, com respeito de retração significativa.
Figura 40: Posicionamento dos players antes do movimento de
baixa, com respeito de retração significativa.
Figura 41: Posicionamento dos players antes do movimento de
alta, com rompimento de retração significativa de baixa.
Figura 42: Posicionamento dos players antes do movimento de
baixa, com rompimento de retração significativa de alta.
Figura 43: Ciclo de mercado com cumprimento de alvo.
Figura 44: Exemplos de projeções de alvos de ondas de
inversão (corretos e incorretos).
Figura 45: Exemplo de teste de onda de inversão.
Figura 46: Exemplo de teste de fractal de onda de inversão.
Figura 47: Exemplo de teste de onda significativa.
Figura 48: Exemplo de teste de onda 3.
Figura 49: Exemplo de teste de fractal de onda 3.
Figura 50: Exemplo da diferença de teste de onda 3 e fractal
de onda 3.
Figura 51: Exemplo de onda de inversão complexa.
Figura 52: Exemplo de onda significativa complexa.
Figura 53: Trigger na TAPZone: agulhadas com elevação do
volume.
Figura 54: Trigger na TAPZone: exaustão de fluxo.
Figura 55: Trigger na TAPZone: lateralização.
Figura 56: Identificando um ciclo de alta que atingiu um alvo
de onda de inversão.
Figura 57: Identificando um ciclo de baixa que atingiu um alvo
de onda de significativa.
Figura 58: Identificando uma onda significativa de alta, sem
necessidade de fracionamento do ciclo.
Figura 59: Identificando uma onda significativa de baixa, com
necessidade de fracionamento do ciclo.
Figura 60: TAPZone de onda significativa.
Figura 61: Stop e alvos de operações em teste de significativa,
com realização parcial sem abc parcial.
Figura 62: Stop e alvos de operações em teste de significativa,
com realização parcial após abc a favor da operação.
Figura 63: Rompimento de teste de significativa e
caracterização de onda de inversão.
Figura 64: TAPZone de onda de inversão.
Figura 65: Stop e alvos de operações em teste de onda de
inversão, com realização parcial sem abc a favor da operação.
Figura 66: Stop e alvos de operações em teste de onda inversão,
com realização parcial com abc a favor da operação.
Figura 67: Start de onda 3.
Figura 68: Teste de onda 3.
Figura 69: Stop e alvo de teste de onda 3.
Figura 70: Identificando e escolhendo os fractais.
Figura 71: Stop e alvos de fractal de onda de inversão.
Figura 72: Operação em fractal de onda 3.
Figura 73: Exemplo de saída de operação na primeira linha de
tendência.
Figura 74: Exemplo de saída na linha de tendência da onda 3.
Figura 75: Exemplos de trailing stop.
SUMÁRIO

AO LEITOR.
LEITOR......................................................................................... 11
INTRODUÇÃO..................................................................................
INTRODUÇÃO .................................................................................. 13
PARTE 1
TAPZONE: DOS SEUS FUNDAMENTOS E DAS FERRAMENTAS
DE ANÁLISE DO MERCADO.
MERCADO........................................................ 19
1.1. Ciclos de mercado conforme as Ondas de Elliott.............. 20
1.2. Ciclos de mercado na lógica TAP............................................ 26
1.3. Ondas significativas e ondas de inversão............................ 28
1.4. Ferramentas e indicadores........................................................ 34
1.5. TAPZone: região de melhor relação risco versus
retorno....................................................................................................... 46

PARTE 2
LÓGICA OPERACIONAL TAP: ANÁLISE, DECISÃO E
GERENCIAMENTO DE POSIÇÕES............................................
POSIÇÕES............................................ 74
2.1. Expressões e definições.............................................................. 76
2.2. Operacional básico....................................................................... 95
2.3. Operacional avançado................................................................ 119
2.4. Entendendo e operando a onda 1 complexa...................... 125
2.5. Gerenciamento de posições abertas................................... 126

CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................
FINAIS.........................................................133
133
SOBRE OS AUTORES..................................................................
AUTORES..................................................................138
138
Ao leitor
Caro leitor e caríssima leitora,
Há um ano, iniciei um projeto que mudaria a minha
vida e, sem que eu pudesse prever, também a vida de muitas
pessoas. Trata-se de um canal na plataforma You Tube com o
objetivo de compartilhar minhas experiências no day trade.
Nasceu, nesse momento, o Trades com Alta Probabilidade
(TAP) que, com o tempo e o crescente número de inscritos e
interações, se converteu, em 2020, em um sólido programa de
formação de traders.
Atualmente, o Programa TAP articula várias ações: o
curso TAPZone, voltado aos iniciantes na metodologia de preço
e volume, em que se apresentam as ferramentas de preço e os
indicadores de volume, além de expor as bases da lógica TAP;
o BEABÁ do TAP, que consiste em um curso avançado com
um conjunto de vídeoaulas gravadas com o detalhamento da
lógica operacional, bem como atualizações periódicas; o canal
do You Tube, com conteúdos gratuitos para o grande público;
a mentoria Private E-learning, na qual mentor e mentorados
analisam meticulosamente cada operação realizada na
semana, discutindo questões técnicas e atitudinais, com foco
no aprimoramento; e o grupo aberto no Telegram, onde se
promove uma rica interação e trocas de experiências entre os
adeptos da lógica.
Todas essas ações, entretanto, careciam de um
material escrito, sistemático, didático e objetivo, ao qual se
pudesse consultar sempre que necessário. Surge, assim, a
ideia de transformar a lógica operacional do TAP em um livro.
Juntou-se a mim, nessa empreitada, Flávio Rovani de Andrade,
professor, autor de livros e artigos científicos, com experiência
editorial, aluno do TAP e trader, que assina como coautor.

Ao leitor 11
Reunimos nossos esforços para proporcionar, aos
leitores, uma experiência ímpar de estudos e aprendizados,
com a finalidade de torná-los traders consistentes e lucrativos,
atuando no mercado financeiro com alto desempenho, seja
para viverem do mercado como profissionais, seja para
constituírem renda extra.
Ao longo das páginas que seguem, iremos, literalmente,
dissecar os movimentos do mercado, demonstrando suas
causas, de modo a dotar o operador de fundamentos e
instrumentos para antever futuros movimentos significativos
dos preços. Nós não estamos falando de quaisquer movimentos,
mas de grandes deslocamentos. E mais: antecipar as regiões
onde a direção dos preços tende a inverter, o que possibilita
abrir posições com a melhor relação entre riscos e ganhos.
Convido você para percorrer conosco esse caminho e
fazer parte da família TAP.
Bons estudos!
Leonardo Moraes Spindola
Idealizador do TAP
Dezembro de 2020.

12 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado uma
transformação acentuada de sua economia. Ao mesmo tempo
em que se prolonga uma forte crise econômica e política, com
altos índices de desemprego, aos poucos a taxa básica de
juros, a SELIC, do Banco Central, tem sofrido cortes, reduzindo
os rendimentos dos ativos da dívida pública e das cadernetas
de poupança, bem como de outros ativos de renda fixa.
Esse contexto desencadeou um aumento muito
expressivo de investidores, pessoas físicas, no mercado de
renda variável. Segundo a reportagem de Israel Medeiros ao
jornal Correio Braziliense, publicada em 08/06/2020, entre o
início de 2015 e maio de 2020, o número de inscritos na B3, a
bolsa de valores brasileira, saltou de 557.109 para 2.483.286,
sendo que, desses, quase 1,7 milhão ingressaram entre janeiro
de 2019 e maio de 2020.
Dos diversos resultados desse processo, é
particularmente interessante a emergência de todo um
mercado de conteúdos sobre estratégias para operações de
compra e venda de ativos do mercado mobiliário. Há bons e
péssimos produtos, todos com foco nesse enorme contingente
de recém-ingressos no mercado financeiro. Reportagem do
portal Infomoney de janeiro de 2020, escrita por Allan Gavioli,
lista as quinze profissões em alta no Brasil para 2020: não
é de se estranhar a presença dos ofícios de consultor de
investimentos e investidor day trader.12
Estamos em um momento em que há muitos
iniciantes no mercado de capitais, que atraídos por uma forte
publicidade de trabalho fácil, flexível e lucro rápido, entram
para um dos mercados mais predatórios e competitivos do
mundo sem perceber que estão sendo puxados para uma
grande armadilha. O resultado, conforme aponta um estudo
Introdução 13
da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São
Paulo (EESP/FGV): dentre os investidores da modalidade de
especulação diária que negociaram minicontratos do índice
Bovespa, 92,1% desistem antes de trezentos pregões, e dos
poucos restantes, 91% tiveram prejuízo, sendo que “apenas
13 pessoas (menos de 1%) conseguiram lucro médio diário
acima de R$ 300”3. Dentre os que negociaram minicontratos
futuros de dólar, 92,3% desistiram até completarem trezentos
pregões, e dos que persistiram, 83% tiveram prejuízo.
Tal cenário produz um grande contingente de pessoas
ávidas por ingressarem no mercado, vendo aí uma possibilidade
de carreira. Ao buscar o mínimo conhecimento, elas acabam
cobertas por uma enxurrada de propaganda sobre os mais
diversos modos de se interpretar os movimentos dos preços.
Tão comum quanto perder muito dinheiro no início, é ocorrer
o inverso, ganhar dinheiro, porém, sem fundamentos para
ganhos consistentes e, por consequência, ao se aumentar o
risco mirando a suposta facilidade de ganhos, perder muito,
até todo o patrimônio. Os que resistem a essa fase passam a
buscar conhecimento que, de tão vasto e diversificado, acaba
por não se converter em uma lógica operacional, pois existe
uma distância considerável entre interpretar, por meio de
diferentes perspectivas, o que já aconteceu e efetivamente
desenvolver estudos que levem à boa tomada de decisão. Para
isso, é necessário especializar-se em uma leitura específica do
mercado, uma metodologia de alta probabilidade de acerto, e
segui-la disciplinadamente.
Baseando-se nisso, foi criado o Trades com Alta
Probabilidade de Acerto (TAP), que consiste num programa
de formação e prestação de serviços para traders, com base
em uma lógica operacional cujo objetivo é extrair o melhor da
relação risco versus retorno, que será exposta nesse livro.

3 Confira em: https://eesp.fgv.br/noticia/viver-de-especulacao-diaria-


e-quase-impossivel-mas-tem-cada-vez-mais-brasileiros-fazendo. Acesso
em 20/10/2020.
Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade
14
Como podemos compreender os movimentos mercado?
Para responder a essa questão, é necessário desmistificar
algumas coisas.
Primeiro, a bolsa de valores não é um banco, na qual
o dinheiro fica guardado ou brota de algum lugar. A bolsa é
apenas um ambiente de negociação, em que seus participantes
compram e vendem, mutuamente, ativos financeiros, que
podem ser ações, opções, contratos de índices, lotes de
moedas, metais ou commodities. Ao abrir posições (comprando
ou vendendo), o participante fica exposto à flutuação do preço,
sendo que, ao se desfazer da posição, recebe o lucro ou assume
o prejuízo da operação. Em síntese, a bolsa simplesmente
“ajusta” a posição, sendo que o lucro de um participante é
financiado pelo prejuízo do outro e vice-versa.
Segundo, os grandes deslocamentos não acontecem
por conta da existência de uma massa de pessoas comprando
ou vendendo. O mercado financeiro não é regido por uma
simplista lei de oferta e demanda. Esses movimentos ocorrem
quando os participantes, que estão em posições, necessitam
realizar a cobertura de suas posições gerando fluxo de
negociações na direção inversa, ou seja, quando compradores
precisam vender ou vendedores precisam comprar, para não
aumentarem ainda mais seus prejuízos.
Terceiro, há concentração de muito capital nas mãos
de poucos, pouquíssimos participantes. Esses participantes
são conhecidos como big players, também chamados de
grandes players, players do mercado, players institucionais
ou apenas players. São grandiosas instituições financeiras
que atuam nos mercados do mundo inteiro e têm o poder de
movimentar os preços, mudar sua direção, absorvendo as
compras e as vendas dos participantes menores para, depois,
fazer com que suas contrapartes desloquem os preços com a
cobertura de seus prejuízos.

Introdução 15
Simplificando, os movimentos que vemos nos gráficos
não são aleatórios, mas carregados de poder e intenções, pois
são ações e reações daqueles que mandam nos mercados,
como, por exemplo: a USB, empresa suíça de investimentos;
JP Morgan Chase & Co., banco com sede nos Estados Unidos;
Vanguard Group, fundo de investimentos dos Estados Unidos;
Barclays PLC, instituição financeira do Reino Unido; State
Street Corporation, holding de companhias financeiras dos
Estados Unidos; e AXA, administradora de seguros e fundos
da França, dentre outras.
O primeiro passo para se compor uma lógica
operacional é reconhecer a natureza desses mercados de alto
risco. Os movimentos dos preços são efeitos do posicionamento
dos big players, por isso, o foco deve ser interpretá-lo por
meio do comportamento do preço e dos volumes financeiros
e de negociações (que denunciam a entrada de grande capital
institucional), e se posicionar nos pontos em que tende a haver
defesa das posições, projetando saídas nas quais há forte
indício de que os players irão realizar seus lucros.
A lógica TAP, exatamente por conta desses
fundamentos, torna-se muito eficiente. Pela convergência
de ferramentas e indicadores já existentes no mercado, mas
interpretados à luz da experiência e dos estudos do idealizador,
propõe-se pontos objetivos de entrada nas operações, que
chamamos de TAPZone, e pontos pré-definidos de alvos, com
alta assimetria entre o risco da operação (sempre pequeno) e
o retorno que ela pode proporcionar, além de passos claros e
objetivos para o gerenciamento das posições abertas, até sua
saída.
Para dar conta do desafio da explicitação de uma
lógica operacional com fundamentos complexos e processos
objetivos, explicaremos, ao longo desse livro, todos os
conceitos, ferramentas, indicadores, suas interpretações e o
passo a passo operacional, do mais básico ao mais avançado.

Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


16
Na primeira parte, apresentaremos os conceitos
fundamentais, baseados em uma releitura da teoria das Ondas
de Elliott, classificando o que são ondas impulsivas e corretivas,
como identificá-las e as nomenclaturas adaptadas à lógica.
Além disso, explicaremos o significado de ondas de inversão
e ondas significativas, cruciais para o bom funcionamento
da lógica. Também orientaremos como ler as ferramentas
de retração e projeção de Fibonacci, para identificar o final
das ondas corretivas, sendo que a última servirá, ainda, para
projetar alvos. Mostraremos, por meio da ferramenta TAP
Significative Line, como encontrar as ondas significativas de
um ciclo do mercado. Apresentaremos os indicadores técnicos
de volume: volume financeiro, Institucional Color Candle, Weis
Wave Volume e MIDAS VWAP que nos mostrarão a presença dos
grandes players em um determinado ativo. Ainda na primeira
parte, de posse dos conceitos e das ferramentas, ensinaremos
a identificar a TAPZone por meio da convergência desses
instrumentos e da leitura do posicionamento dos players.
A segunda parte do livro está dedicada ao operacional.
Ensinaremos como entrar nas operações, identificando os
gatilhos, e em que ponto posicionar os stops de proteção e
as ordens de saída com lucro. Discutiremos o gerenciamento
de risco. Serão mostradas tanto as versões mais básicas
do operacional, quando são abertas operações apenas nos
pontos mais seguros, sob risco de perder oportunidades,
bem como operações mais avançadas, nas quais se busca
antecipar possíveis movimentos ou entrar em movimentos já
iniciados quando perdidas as melhores entradas, porém, num
nível menor de acerto.

Introdução 17
PARTE 1
TAPZone: dos seus
fundamentos e das
ferramentas de análise
do mercado

18 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


PARTE 1
TAPZONE: DOS SEUS FUNDAMENTOS
E DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE
DO MERCADO

Nosso percurso rumo aos Tradescom Alta Probabilidade


de Acerto se inicia compreendendo os fundamentos de nossa
metodologia, suas ferramentas de análise e em como juntar
esses conhecimentos para reconhecer a TAPZone, uma região
de preços nas quais se poderá abrir posições de compra ou
de venda sempre tendo o risco pequeno e controlado, com
projeções de ganhos relevantes e lucrativos, sobretudo, se a
lógica é seguida a longo prazo.
Deste modo, trataremos do conceito de ondas de
mercado, sendo particularmente importante entendermos
como a leitura da teoria das Ondas de Elliott foi relida e
ressignificada na construção da lógica TAP, e como, com
base nesses pressupostos, criou-se uma terminologia
própria. Em seguida, passaremos à explicação de cada uma
das ferramentas que compõem o instrumental analítico para
entender os ciclos do mercado, enquanto eles ainda estão
acontecendo, identificando, assim, a TAPZone. Entretanto,
o mercado e as ferramentas não são perfeitos, exigindo do
operador um esforço adicional de leitura, razão pela qual
PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
19
mostraremos como agregar à TAPZone elementos adicionais
que a favoreçam ou, se necessário, descartar uma ou mais
ferramentas sem que esta deixe de ser, indispensavelmente,
uma zona de trade alinhada à lógica TAP.
Cabe salientar que a lógica TAP foi delineada para
operações de day trade, embora possa se aplicar também
operações de swing trade. Para simplificar a leitura e os
exemplos, utilizaremos gráficos de minicontratos futuros de
índice e dólar, na periodicidade de M1 (um minuto).

1.1. Ciclos de mercado conforme as Ondas de Elliott


O objetivo desta sessão não é esgotar a teoria das
Ondas de Elliott, mas, simplesmente, mostrar aquilo que
iremos extrair para a lógica TAP. 4
Para Elliott, grosso modo, o mercado se movimenta
em ciclos de cinco ondas, podendo ser ciclos de alta ou de
baixa. Na reversão da tendência, consequentemente, início
de um novo ciclo, ocorre na onda 1. Feita a onda 1, temos uma
correção, chamada de onda 2. Ao fim da onda 2, temos uma
onda 3, geralmente, a maior onda do mercado. A onda 3, por
sua vez, tem uma nova correção, que é a onda 4, para, por fim,
termos a onda 5, que pode ser menor, igual ou maior que o topo/
fundo da onda 3. Após a onda 5, há uma correção que pode
tanto dar início a um ciclo inverso, revertendo a tendência, ou
dar início a uma nova onda 1 de continuidade.

4 Para aprofundamento sobre esse assunto, existe muito conteúdo de


domínio público sobre a teoria de Elliott na internet.

20 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Vejamos, na figura 1, como fica esse ciclo de alta:
Figura 1: Representação do ciclo de alta, segundo Elliott.

Fonte: elaborado pelos autores.

Vejamos agora, na figura 2, como fica um ciclo de


baixa:
Figura 2: Representação do ciclo de baixa, segundo Elliott.

Fonte: elaborado pelos autores.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
21
Como podemos perceber, as ondas que dão a direção
do mercado são as ondas 1, que dão início à tendência, as
ondas 3, que, por assim dizer, dão continuidade à tendência e
as ondas 5, quando o ciclo chega ao fim. Por esse motivo, essas
ondas são chamadas de ondas impulsivas, pois demarcam o
movimento direcional do ativo.
Por outro lado, temos as ondas corretivas, que denotam
um recuo do preço, uma retração, durante o ciclo. Essas ondas
são as ondas 2, que corrigem as ondas 1, e as ondas 4, que
corrigem as ondas 3.
Separamos dois exemplos (figuras 3 e 4) de ciclos
completos das ondas de Elliott nos gráficos operacionais.
Figura 3: Ondas de Elliott, ciclo completo de alta.

Fonte: Mini-índice, 15/10/2020.

22 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Na figura 3, podemos ver um ciclo de alta, em que
desenhamos, por cima do gráfico, as ondas do mercado. Nesse
caso, a onda 5 é maior que o topo da onda 3.
Na figura 4, temos um ciclo de baixa e a onda 5 também
é maior que o topo da onda 3.
Figura 4: Ondas de Elliott, ciclo completo de baixa.

Fonte: Minidólar, 05/10/2020.

As ondas do mercado se dividem, ainda segundo Elliott,


em ondas principais (como as desenhadas nos exemplos
acima), secundárias (ciclos menores, dentro das ondas
principais) e fractais (ondas ainda menores, dentro das ondas
secundárias). Vejamos como isso funciona na representação
da figura 5:

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
23
Figura 5: Representação de ondas primárias, secundárias e fractais. 5

Fonte: Elaborado pelos autores.

É correto afirmar que as ondas visíveis em um tempo


gráfico menor são secundárias ou fractais face às ondas de
tempos gráficos maiores. Operacionalmente, entretanto, não
ancoramos nossos estudos em diferentes tempos gráficos. Ao
contrário, necessitamos identificar ondas principais e fractais
dentro de um único tempo gráfico, sobre o qual se irá operar.
Vejamos, na figura 6, como é possível se identificar
ondas principais e fractais dentro do mesmo tempo gráfico.

5 Adiante, veremos que no TAP não utilizaremos esses três tipos de


ondas. Trataremos as ondas apenas como principais e fractais, não nos
preocupando em lidar com ondas secundárias.

24 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 6: Ondas principais e fractais.

Fonte: H1, Mini-índice, ago.-set/2020; M10, Minidólar, 17 a


30/07/2020; M1, Mini-índice, 09/04/2020.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
25
Quais ondas são as mais lucrativas de se operar?
Obviamente, as ondas de impulsão. Nosso foco é, então,
desenvolver formas de identificá-las para, no jargão dos
traders, surfar essas ondas maiores.

1.2. Ciclos de mercado na lógica TAP


O mercado, todavia, não é bonito como nos livros. Ele
é dinâmico e complexo, suas condições mudam rapidamente,
por isso, é praticamente impossível, em tempo real, com o sobe
e desce dos preços, contar ondas para tomada de decisão.
Isso ocorre porque, como vimos, os movimentos acontecem de
acordo com a vontade dos big players que estão dando a direção
do mercado no momento. As ondas impulsivas, as maiores,
acontecem devido a esses players terem se posicionado antes.
Então, em pleno movimento de baixa, os players do
mercado se posicionam na compra, revertem a tendência (onda
1), e buscam saídas altamente lucrativas, lá no final da onda
3 e durante a onda 5. O mesmo acontece no sentido inverso,
quando esses participantes se posicionam na venda. Como
suas posições são grandes e dependem de liquidez, leva-se
algum tempo até que os melhores movimentos aconteçam.
Os movimentos de correção são, por sua vez, momentos
nos quais os players saem de cena e deixam o preço voltar
à região do seu preço médio, em que voltam a comprar ou
vender pelo preço que lhes é justo. Esse movimento também
é chamado de teste, pois o player testa a força contrária do
mercado para se certificar de que o caminho de seu lucro está
livre.
Agora que sabemos o que precisamos para visualizar
nos gráficos uma onda corretiva e uma onda impulsiva,
vamos ajustar a arquitetura conceitual de modo que se torne
instrumento da nossa tomada de decisão. O primeiro passo é
constituir uma nomenclatura simplificada.

26 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


No TAP, todas as ondas corretivas serão chamadas
de onda 2; todas as ondas impulsivas, que antecedem às
ondas corretivas, são chamadas de onda 1, e todas as ondas
impulsivas, após uma onda corretiva, serão chamadas de
onda 3. Nosso ciclo de mercado, então, fica assim: onda 1
(impulsão), onda 2 (correção) e onda 3 (impulsão). Uma vez
completo esse ciclo, isto é, após atingir um alvo, localiza-se
uma onda significativa, a qual se tornará, para nós, uma nova
onda 1, recomeçando o ciclo. Dessa forma, teremos apenas
ciclos 1-2-3.
Na figura 7, demonstramos essa adaptação de
nomenclatura no gráfico:
Figura 7: Comparação entre os ciclos de Elliott e os ciclos na lógica TAP.

Fonte: Minidólar, 29/07/2020.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
27
No primeiro gráfico, temos um ciclo completo,
identificando as ondas 1-2-3-4-5, conforme Elliott. No
segundo, temos o mesmo gráfico com o ciclo numerado como
1-2-3, conforme a lógica TAP.
De agora em diante, sempre que nos referirmos às
ondas no mercado, o faremos conforme a nossa metodologia
de análise.

1.3. Ondas significativas e ondas de inversão


Feitos os primeiros esclarecimentos sobre as ondas
1-2-3 na lógica TAP, é necessário avançar para dois conceitos-
chave da lógica operacional: ondas de inversão e ondas
significativas. A compreensão desses dois conceitos nos
coloca diante do exato momento em que o mercado define a
continuidade ou a reversão da tendência atual, possibilitando
operar a favor da melhor relação risco-retorno e na direção
do fluxo dos grandes players, em direção aos seus alvos.
Sabendo identificar essas ondas, podemos, de forma objetiva,
reconhecer o ponto da virada e buscar oportunidades já nas
primeiras correções do novo ciclo.
Nesse momento, preocupe-se em compreender o
conceito, pois, mais adiante, iremos apresentar as ferramentas
necessárias e o passo a passo para localizar uma onda
significativa e operar a sua TAPZone.
Comecemos pela onda significativa. Esta onda é, por
assim dizer, o termômetro do mercado, já que por meio dela é
possível mensurar se o mercado segue a tendência atual ou
reverte. Essa onda se fundamenta tanto em preço quanto em
volume. Quanto ao volume, essa onda é a mais próxima do preço
médio ponderado pelo volume do ciclo. Sendo assim, quando o
teste dessa onda é malsucedido, há alta probabilidade de que
o mercado esteja revertendo sua tendência, por dois motivos:
ou o player perdeu o controle do ciclo diante da força contrária,
ou o player realizou lucro e não está mais posicionado, isto
é, não tem mais interesse em defender sua posição. Ignorar
28 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade
esse fato, na maior parte das vezes, leva os traders a abrirem
sua posição num sentido quando, na verdade, o mercado já
inverteu.
Quanto ao preço, após cumprir um alvo, isto é, ter
finalizado um ciclo de ondas 1-2-3, deve-se ter atenção ao
próximo movimento corretivo, pois ele pode ser uma nova
onda 2, dando continuidade ao movimento, ou uma onda de
inversão. A lógica TAP considera que a retração saudável
não necessariamente seja medida sobre toda a onda 3, mas
sobre uma fração de aproximadamente 50% do ciclo. Uma
correção maior que essa tende a inverter a direção dos preços,
justamente porque o preço médio do player do movimento já
foi perdido. Em resumo, a onda significativa corresponde ao
topo ou fundo igual ou imediatamente maior a 50% do ciclo.
À retração saudável da onda significativa, damos o nome de
retração significativa. Para auxiliar o trader a identificar a
onda significativa e, consequentemente, traçar corretamente
a retração significativa, o TAP desenvolveu a ferramenta TAP
Significative Line que será devidamente explicada na próxima
seção.
Mostramos, na figura 8, uma representação de onda
significativa de alta e de baixa:
Figura 8: Representação de ondas significativas de alta e de baixa.

Fonte: Elaborado pelos autores.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
29
Agora, vejamos, na figura 9, o gráfico com casos em que
o teste da onda significativa, isso é, da retração significativa, é
bem-sucedido, dando origem a um novo ciclo 1-2-3.
Figura 9: Respeito a retrações de ondas significativas de alta e de baixa.

Fonte: Mini-índice, 08/10/2020; Minidólar, 14/07/2020.

30 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Como dissemos acima, o TAP compreende a retração
significativa como termômetro do mercado. O respeito dado a
ela, conforme demonstrado, tende a dar continuidade ao ciclo.
Mas o que acontece quando o teste da retração significativa
é malsucedido? A partir daí, o mercado possivelmente inverte
sua direção. Se o ciclo altista ou comprador perde sua retração
significativa, o mercado torna-se vendedor. Se o ciclo baixista
ou vendedor perde sua retração significativa, temos um ciclo
comprador. A retração significativa é o exato momento em que
o operador deve virar a chave mental junto com o mercado,
procurando oportunidades para surfar as maiores ondas do
novo ciclo.
A onda que rompe com clareza uma retração
significativa é chamada de onda de inversão. As ondas de
inversão são, para nós, uma nova onda 1. Sua correção é uma
onda 2, na qual buscaremos oportunidades para operar a
favor da onda 3. Caso a retração de uma onda de inversão seja
respeitada, o ciclo recém-inaugurado tende a se completar. A
retração de uma onda de inversão é muito importante. Dessa
forma, se o mercado romper essa retração, é sinal de que o
novo ciclo terminou precocemente e, assim como no caso das
retrações significativas, devemos considerar um novo ciclo
no sentido inverso. Portanto, se a onda de inversão altista ou
compradora perde o teste de sua retração, o mercado torna-se
vendedor; se a onda de inversão baixista ou vendedora perde o
teste de sua retração, temos um ciclo comprador.
Na figura 10, seguem exemplos de ondas de inversão
que deram início a um novo ciclo:

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
31
Figura 10: Respeito a retrações de ondas de inversão de alta e de baixa.

Fonte: Mini-índice, 02/10/2020; Minidólar, 29/07/2020.

32 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Agora, vejamos os casos nos quais a onda de inversão
perde sua retração, iniciando um novo ciclo na direção inversa,
conforme demonstrado na figura 11:
Figura 11: Rompimentos de retrações de ondas de inversão
de alta e de baixa.

Fonte: Mini-índice, 27-28/10/2020; Minidólar, 26/10/2020.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
33
1.4. Ferramentas e indicadores
Todas as ferramentas e indicadores utilizados pelo TAP
já existem, ou de forma nativa nas plataformas operacionais
gratuitas e pagas, ou possíveis de se instalar, em versões
gratuitas e pagas, nas comunidades de traders que operam
metodologias de preço e volume.
Chamamos de ferramentas os instrumentos que nos
possibilitam traçar zonas de preços nos gráficos, tais como
retração de Fibonacci, expansão ou projeção de Fibonacci,
e uma ferramenta desenvolvida pelo TAP para facilitar a
identificação da onda significativa, que é a TAP Significative
Line. Os indicadores são aqueles instrumentos de análise
técnica que calculam e apresentam, em tempo real, dados
que possibilitam o monitoramento dos volumes financeiros e
de negociações, sendo que utilizamos volume financeiro de
barras, Institucional Color Candle, Weis Wave e MIDAS VWAP.
Nessa seção, apresentaremos o que é, como utilizar e
como interpretar esse instrumental segundo a lógica TAP.

1.4.1. Ferramentas
As ferramentas utilizadas na lógica TAP, como dito
acima, são baseadas em Fibonacci. Elas são a base da
TAPZone, pois mostram regiões de preço, no gráfico, em que
buscaremos oportunidades de compra ou venda, posto que
a devida utilização nos indica o possível fim de uma onda
corretiva.
A principal ferramenta é a retração de Fibonacci
(figura 12) que nada mais é que o percentual de correção de
uma onda impulsiva. Utilizamos o nível de 61,8% (baseada em
Fibonacci), adicionando o nível de 50%. Os níveis de 50% e
61%, tradicionais na análise técnica, indicam que, identificada
uma onda 1 (significativa, de inversão ou, ainda, fractais), a

34 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


onda 2 tende a retrair até os níveis indicados. Dessa maneira,
por exemplo, se uma onda 1 tem 100 pontos, a sua correção
saudável é entre 50 e 61,8 pontos. 6
Figura 12: Exemplo de retração de Fibonacci.

Fonte: Mini-índice, 19/08/2020.

Observa-se que a ferramenta é plotada em dois pontos,


sendo o início e o final da respectiva onda. O início da onda de
referência é o nível de 100% de retração. Isso significa que, se
a correção atingir o início novamente, retraiu à totalidade da
onda em 100%.
A expansão ou projeção de Fibonacci, por sua vez, é
utilizada em dois cenários. O primeiro é para identificar uma
onda corretiva e o segundo para traçar alvos das operações.
A ferramenta de projeção ou expansão de Fibonacci nada

6 Assim como sobre Elliott, há farta informação, na rede, acerca das


questões matemáticas envolvendo a sequência de Fibonacci e os níveis
de retração e projeção utilizados nas ferramentas de análise de mercado,
motivo pelo qual julgamos desnecessário prolongar explicações.
PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
35
mais é que a aplicação ou projeção de níveis com base em
três pontos. Utilizamos um nível baseado em Fibonacci, que
é 127% (arredondando o nível de 127,20%), adicionando o
nível de 100%. Temos, então, os níveis de expansão em 100% e
127%, que, dependendo da plataforma, é medida como 1,00 e
1,27, calculando a onda projetada como um inteiro.
Vamos ao caso em que utilizamos ondas corretivas.
As ondas corretivas possuem diversas variações. Iremos
abordá-las, adiante, em pormenores. O importante, agora, é
saber que, da mesma forma que o ciclo de mercado ocorre em
ondas 1-2-3, as ondas corretivas também podem ocorrer em
ciclo de 3 micro-ondas. A esse padrão, damos o nome de abc
corretivo. Quando esse padrão ocorre em convergência com
uma retração, temos fortes indícios que reforçam a TAPZone
como região para se abrir uma posição, como ilustra a figura
13.
Figura 13: Exemplo de abc corretivo identificado por meio de
expansão de Fibonacci.

Fonte: Minidólar, 14/09/2020.

36 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


A expansão de Fibonacci, com as mesmas
configurações, será utilizada para projetar alvos (figura 14),
função para a qual foi criada originalmente. Justifica-se, pois,
se o player atua com grande injeção de recursos em uma onda
1, sua saída é lucrativa na projeção de pelo menos 100% dessa
onda, razão pela qual o alvo, a onda 3, deve atingir tal nível.
Figura 14: Exemplo de projeção de alvo por meio de
expansão de Fibonacci.

Fonte: Minidólar, 14/09/2020.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
37
A última ferramenta foi desenvolvida pelo TAP para
identificar a onda significativa. Trata-se da TAP Significative
Line (figura 15). Seu uso é bastante simples, bastando, após
o cumprimento de um alvo, isto é, tendo um ciclo completo,
plotá-la do início ao final do ciclo. Uma linha horizontal
marcará automaticamente 50% do ciclo, sendo a onda
significativa aquela que se inicia no topo ou no fundo exato ou
imediatamente maior em referência à linha.
Figura 15: Exemplo de onda significativa, identificada
por meio da TAP Significative Line.

Fonte: Minidólar, 14/09/2020.

38 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


1.4.2. Indicadores
O primeiro indicador que utilizamos é o volume
financeiro das barras. Ele é nativo em todas as plataformas.
Esse indicador calcula o volume de dinheiro movimentado
no espaço de tempo que compreende uma barra. Serve-nos
para identificar as áreas no gráfico em que houve grande
movimentação financeira. Operacionalmente, pode nos auxiliar
a identificar área em que os big players se posicionaram, bem
como momentos em que há participantes mal posicionados
e na iminência de acionamento de seus stops (cobertura de
posições).
Figura 16: Indicador de volume financeiro de barras.

Fonte: Mini-índice, 04/08/2020

Também para identificar o volume financeiro de


barras, utilizamos o Institucional Color Candle, existente em
algumas variações7. Independentemente do nome que se dê,
esse indicador estabelece uma regra de coloração, pintando

7 O script deste indicador é de janeiro 2015, da plataforma Tradingview,


elaborado por ldar Akhmetgaleev, com nome de Vol color bars. Os percentuais
e cores são customizáveis. Utilizamos, aqui, o nome do indicador disponível
para a comunidade MQL5, da plataforma Metatrader 5. Confira em https://
br.tradingview.com/script/utApt6zA-Vol-color-bars/, acesso em 30/10/2020.
PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
39
as barras de acordo com a média de volume financeiro das
barras anteriores. Tanto o valor da média quanto a quantidade
de barras, sobre as quais o cálculo se aplica, são customizáveis.
Geralmente, utiliza-se a média simples dos últimos 60
períodos, aplicando-se a seguinte regra: a. a coloração padrão
da barra é branca, que indica volume na média; b. quando a
barra tem volume inferior a 50% da média das 60 barras
anteriores, ela é pintada de azul claro; c. quando o volume das
barras é 150% superior à média, ela é pintada de amarela;
d. 250% de incremento em relação ao volume médio torna a
barra laranja; e. 350% torna a barra vermelha. Dessa forma, a
coloração das barras mostra um aumento abrupto de volume,
em relação à média, que indica atuação de participantes
institucionais. Assim, usa-se, para esse indicador, a seguinte
legenda: azul para baixa atuação institucional; branca
para atuação institucional dentro da média; amarela para
atuação institucional acima da média; e laranja e vermelha,
respectivamente, para elevada e ultraelevada atuação
institucional.
Figura 17: Indicador Institucional Color Candle.

Fonte: Minidólar, 07/08/2020.

40 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Deve-se dar atenção ao fato de que a regra de
coloração considera a média dos últimos 60 períodos. Pois
pode acontecer de uma barra amarela ou, especialmente, uma
barra laranja, após uma sequência de barras de alto volume,
ter mais volume real do que as vermelhas anteriores.
Figura 18: Comparação dos indicadores Institucional Color Candle
e volume financeiro.

Fonte: Minidólar, 07/08/2020.

Trabalhamos, ainda, com o indicador MIDAS8 (Market


Interpretation/Data Analysis System), criado em meados
da década de 1990 e aprimorado na década seguinte. Este
indicador é da família, por assim dizer, das médias móveis
que são, por definição, linhas que rastreiam tendência. As
médias móveis de preço, configuradas por períodos longos ou

8 Para saber mais, ver: COLES, Andrew; HAWKINS, David. Midas technical
analysis: a VWAP approach to trading and investing in today’s markets.
New Jersey: Bloomberg Press, 2011. Disponível em: http://dl.rasabourse.
com/Books/Technical_Analysis/%5BColes%5DMIDAS%20Technical%20
Analysis%20A%20VWAP%20Approach%20to%20Trading%20and%20
Investing%20in%20Today%27s%20Markets%28rasabourse.com%29.
pdf. Acesso em 30/10/2011.
PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
41
curtos, são muito conhecidas na técnica tradicional, mas não
as utilizaremos. Outra média bastante difundida é a VWAP
(Volume Weighted Average Price) que rastreia a tendência
baseada pelo volume do pregão. Ela é usada tanto na análise
técnica quanto por escolas de preço e volume. No TAP, também
não utilizamos essa média.
O MIDAS é um tipo aperfeiçoado da VWAP e faz o
mesmo papel de rastreador de tendência, servindo de suporte
ou resistência, mas sua ancoragem é realizada nas reversões
do mercado. Sendo ponderado pelo volume (custodiável em
financeiro ou de negociação), o indicador visa captar o preço
médio dos big players que atuaram no início da inversão de um
movimento, isto é, o preço considerado justo pelo participante
dominante na tendência. No Brasil, o MIDAS foi popularizado
por escolas e traders de preço e volume, recebendo a
denominação de defense, indicando condizer a uma zona de
preços de alto interesse institucional. Por essa razão, para
simplificar a comunicação com o público já familiarizado,
chamaremos de MIDAS/defense.
O TAP utiliza o MIDAS/defense sempre a favor do ciclo,
plotando nos topos/fundos formados a partir de uma onda de
inversão, conforme a figura 19.

42 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 19: Respeito ao indicador MIDAS/defense.

Fonte: Mini-índice, 04/08/2020.

O último indicador utilizado na lógica TAP é o Weis


Wave. Ele foi desenvolvido, ao longo de 30 anos, por David Weis9,
e mede o volume acumulado, financeiro ou de negociação, das
ondas de alta ou baixa implicando numa detecção de topos
e fundos representados por histogramas de volume. Para
cada ativo ou tempo gráfico, o histograma necessita de uma
customização; deve-se escolher uma variação em pontos para
que o indicador reconheça uma nova onda contrária e inicie
um novo histograma.
No exemplo (figura 20), adicionamos o histograma
ao gráfico do mini-índice, na configuração de 75 pontos, que
servirá para medir os volumes das ondas principais do papel.
Assim, convencionou-se chamá-lo de histograma principal.

9 Para saber mais, ver o artigo The Weis Wave Plugin, em: https://
weisonwyckoff.com/weis-wave/. Acesso em 30/10/2020.
PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
43
Figura 20: Gráfico com Weis Wave histograma principal.

Fonte: Mini-índice, 04/08/2020.

Subsidiariamente, pode-se optar por usar dois ou


mais histogramas com configurações diferentes. Para a
leitura de mercado do TAP, pode-se adicionar, ainda, um
segundo histograma para leitura do volume acumulado em
ondas fractais, motivo pelo qual se convencionou chamá-lo de
histograma fractal (figura 21).
Figura 21: Gráfico com Weis Wave histograma principal e fractal.

Fonte: Mini-índice, 04/08/2020.

44 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Agora que já vimos todas as ferramentas e indicadores,
podemos demonstrar, por meio da figura 22, a interpretação
dos movimentos de mercado baseada na devida leitura desses
instrumentos.
Figura 22: Interpretação dos movimentos do mercado baseada na
leitura das ferramentas e dos indicadores.

Fonte: Mini-índice, 04/08/2020.

Na figura 22, podemos ver: 1 - No início, volume


comprador entra no mercado, sendo visível o grande volume no
histograma; 2 - Comprador sai momentaneamente, deixando
de injetar volume, para testar o volume vendedor que, por sua
vez, é bem menor que o volume comprador. Esse teste ocorre
em abc corretivo; 3 - Preço testa a retração (TAPZone) da onda
1 compradora; 4 - O comprador, percebendo a falta de volume
vendedor, entra novamente para levar o preço ao seu alvo; e
5- Alvo comprador completo.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
45
Na próxima seção, apresentaremos, de forma mais
detida, a TAPZone baseada nos pressupostos elencados
acima.

1.5. TAPZone: região de melhor relação risco versus retorno.


Agora que compreendemos toda a arquitetura
operacional da lógica TAP, podemos sintetizá-la de forma
compreensível. Sabemos que os players movimentam os
preços injetando volume no mercado, absorvendo a oferta e
a demanda para, no momento seguinte, agredir o mercado e
acionar os stops dos participantes que estão na contraparte.
Sabemos que a estrutura do mercado se dá em ondas 1-2-3,
sendo que é na extensão da onda 3 que o player tem sua saída
lucrativa. Entendemos que, após fazer força para reverter o
movimento e iniciar um novo ciclo, ele faz testes em regiões
em que o preço lhe é justo. Sendo assim, o melhor local para
se abrir uma posição é na zona de correção, para operarmos
junto com o institucional e termos alta probabilidade, não
apenas de acertar a direção do mercado, mas de surfar ondas
duradouras.
Essa região, para nós, é a TAPZone. Como já citado
acima, quando identificamos corretamente uma onda 1 (de
inversão ou significativa), procuramos imediatamente a
onda 2 para abrir posição dentro da retração de Fibonacci,
interpretada de acordo com os demais indicadores que nos
dão o contexto e o volume do mercado.
Mas por que operar apenas nas retrações?
Essencialmente, porque é nelas que temos a melhor relação
risco versus retorno. Vejamos que, ao abrir uma posição nessa
região, entre os 50% e 61,8% de retração da onda 1, temos,
no máximo, 11,8% de risco em relação à expectativa de ganho,
visto que o retorno está projetado na expansão da onda 1,
portanto, em 89,2% do limite da retração. Então, trabalhamos
com risco-retorno sempre a favor, e muito a favor.

46 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Obviamente, não se devem levar esses cálculos de
forma absolutamente literal, pois se deve incorporar ao
risco sempre um pouco mais, sob pena de se levar, no jargão
dos traders, uma violinada. Também, porque nossa zona
incorpora outras ferramentas e leituras, não exclusivamente
as retrações, o que pode dilatar a TAPZone. Assim, é bom
trabalhar com uma relação máxima de 20% de risco para 80%
de retorno, isto é, um retorno de, no mínimo, 1 para 4.
Entendemos, agora, que a retração é a base da
TAPZone, porém, raramente é usada isoladamente e quando
ocorre, é decerto acompanhada pelo contexto do mercado.

1.5.1. Identificando uma onda 2


Nesse nível, já é pressuposto que, na lógica TAP, as
posições são abertas em ondas 2, isto é, em ondas corretivas,
e devemos nos preocupar ou ter maior cuidado com elas.
Anteriormente, quando explicitamos a ferramenta de
expansão de Fibonacci para projetar abc corretivo, falamos
das variações da estrutura das ondas corretivas as quais
precisamos entender para a devida construção da TAPZone.
As ondas de correção podem ser simples ou em zigue-
zague. A onda corretiva simples (figura 23) ocorre quando ela
busca a retração diretamente, sem que faça nenhum zigue-
zague (abc). Vejamos exemplo no gráfico:

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
47
Figura 23: Exemplo de onda corretiva simples.

Fonte: Mini-índice, 12/08/2020.

Chamamos de abc corretivo as ondas corretivas em


ziguezague. Elas podem aparecer das seguintes formas: abc
simétrico ou assimétrico, abc flat, abc expansivo ou, ainda, em
abc complexo que, por vezes, assume a forma de um canal. Às
ondas corretivas em ziguezague também chamamos de abc
corretivo e é nelas que utilizamos a ferramenta de expansão
de Fibonacci para projetarmos possíveis confluências com as
retrações.

48 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Vejamos, abaixo, exemplos de ondas corretivas em
abc.
O abc corretivo simétrico (figura 24) ocorre quando a
onda a é simétrica à onda c, em uma estrutura na qual a última
onda rompe o topo ou fundo da primeira. Em geral, ela se
caracteriza, também, pelo claro respeito à expansão.
Figura 24: Exemplo de abc corretivo simétrico.

Fonte: Minidólar, 04/08/2020; Mini-índice, 06/08/2020.

O abc corretivo assimétrico (figura 25) possui quase


as mesmas características do simétrico, mas as ondas a e c
não são simétricas. Em geral, podemos identificá-la ou por
não atingir sua projeção, ou por ultrapassá-la.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
49
Figura 25: Exemplo de abc corretivo assimétrico.

Fonte: Minidólar, 29/05/2020; Minidólar, 04/06/2020.

O abc flat é simétrico, entretanto, a onda c respeita o


limite de topo e de fundo da onda a. Sua forma assemelha-se
a uma letra N (figura 26).

50 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 26: Exemplo de abc corretivo flat.

Fonte: Mini-índice, 26/06/2020; Mini-índice, 28/10/2020.

O abc expansivo é assimétrico, caracterizando-se pelo


rompimento dos limites da onda a, como vemos na figura 27.
Figura 27: Exemplo de abc corretivo expansivo.

Fonte: Mini-índice, 28-29/05/2020.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
51
Por fim, o abc complexo ocorre quando há várias
estruturas de abc corretivo no processo de correção, formando
uma estrutura maior de abc que deve ser considerada. Essa
estrutura maior pode assumir, às vezes, a forma de um canal
caracterizado pela possibilidade de ligar os topos e os fundos
com linhas paralelas. Vejamos esse tipo na figura 28.
Figura 28: Exemplos de abc corretivo complexo.

Fonte: Minidólar, 16/10/2020; Mini-índice, 26/05/2020.

52 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


1.5.2. Construindo a TAPZone – configuração básica
Para evitar, desde já, quaisquer mal-entendidos:

• a TAPZone é uma região de preço baseada na leitura


das ferramentas e indicadores supramencionados;
• a TAPZone não se caracteriza por linhas, havendo
necessidade de uma dose de intepretação subjetiva
de seus rompimentos enquanto se opera. Trataremos,
na parte operacional, dos falsos rompimentos;
• a TAPZone pode descartar mais de uma ferramenta
ou indicador sem que, por isso, deixe de ser uma
TAPZone, visto que faz parte da lógica o contexto do
mercado, a leitura de seus ciclos e do posicionamento
dos big players antes dos movimentos de alta ou baixa.

Feitas essas observações e sempre as levando em


conta, podemos passar à configuração básica da TAPZone.
Uma vez que identificamos a onda impulsiva (de
inversão ou significativa), utilizamos as ferramentas de
retração e projeção, juntamente com o indicador MIDAS/
defense, para antever a região em que os preços tendem
a parar sua correção e retomar sua direção rumo aos alvos.
Dessa forma, associamos três importantes instrumentos para
balizar a tomada de decisão sobre o provável preço médio
dos grandes players, nos quais eles tendem a defender suas
posições. A TAPZone, portanto, é a zona de defesa, sendo que o
mercado tem entre a região do primeiro indicador/ferramenta
e a região do último indicador/ferramenta para responder.
Nas figuras 29, 30, 31 e 32, mostramos exemplos de
respeito da TAPZone.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
53
Figura 29: Exemplo de respeito de TAPZone de onda de inversão de alta.

Fonte: Mini-índice, 28/02/2020.

Figura 30: Exemplo de respeito de TAPZone de onda de inversão de baixa.

Fonte: Minidólar, 13/10/2020.

54 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 31: Exemplo de respeito de TAPZone de onda significativa de alta.

Fonte: Mini-índice, 20/08/2020.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
55
Figura 32: Exemplo de respeito de TAPZone
de onda significativa de baixa.

Fonte: Mini-índice, 29/09/2020.

56 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


1.5.3. Descarte de ferramentas da TAPZone
Nos exemplos acima, observamos a plena
convergência das ferramentas. Entretanto, há momentos
que se deve descartar alguma das ferramentas da TAPZone.
Evidentemente, a retração de Fibonacci, por ser a ferramenta
básica, não poderá ser descartada.
O MIDAS/defense será descartado quando estiver
muito deslocado da região de trade (figura 33).
Figura 33: Caso em que se deve descartar o MIDAS/defense.

Fonte: Minidólar, 19/10/2020; Mini-índice, 01/09/2020.

O mesmo deve ser feito com a expansão. Quando


estiver demasiadamente distante, seja antes ou depois da
retração, deve-se descartá-la procurando um novo abc que
convirja com a TAPZone. Não se deve esquecer, todavia, que,
por mais irregular e descaracterizada que esteja a nossa
expansão, o que ocasionou seu descarte, o teste da TAPZone
não deixa de ser em abc, posto que, possivelmente, se trata de
um abc assimétrico. O descarte da expansão se faz necessário,
PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
57
nesses casos, para que não a consideremos como região da
TAPZone. Vejamos exemplos de descarte de expansão nas
figuras 34 (por descaracterização) e 35 (por teste da retração).
Figura 34: Caso em que se deve descartar a expansão de Fibonacci
por descaracterização.

Fonte: Minidólar, 19/10/2020; Mini-índice, 29/04/2020.

Ainda se deve descartar a expansão quando, em sua


plotagem, seu pivô já tenha testado a retração. Exceção feita
ao abc flat. Nos casos em que a projeção do abc expandido
converge com a TAPZone, não se deve descartar, mas caso
não convirja, é correto desconsiderar.

58 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 35: Casos em que se deve descartar a expansão de Fibonacci
por teste da retração.

Fonte: Minidólar, 09/07/2020, 19/06/2020; Mini-índice, 23/04/2020, 28-


29/05/2020, 11/08/2020.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
59
1.5.4. Adicionando elementos de convicção à TAPZone10
Além do descarte, temos alguns casos em que
podemos adicionar elementos que aumentem a probabilidade
de acerto da TAPZone. Um desses elementos é a presença de
barras de volume (laranjas e vermelhas) na região da TAPZone,
como pode ser vista na figura 36. Essas barras são indicativas
de que essa região é de interesse dos players, funcionando
como suportes e resistências baseados em volume. Se,
simultaneamente, o mercado testa uma TAPZone e uma ou
mais barras de volume, temos condições para confiar ainda
mais.
Figura 36: Barras de volume na região da TAPZone.

Fonte: Minidólar, 03/11/2020; Mini-índice, 13/08/2020,


18-19/08/2020, 21/07/2020.

10 Nesta subseção, falaremos de barras de volume, range e pontos


de controle de histogramas. Há de se reafirmar que o TAP não propõe
operações unicamente por esses motivos. Ensinamos que se deve operar
apenas em TAPZones tratando esses instrumentos apenas como elementos
de convicção.

60 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Além disso, os ranges são importantes. Um range é
um espaço de tempo no qual o mercado trabalha lateralizado.
Durante esses momentos, há uma prolongada troca de dinheiro
entre os participantes. Nessas regiões, há altas concentrações
de volume, isto é, são áreas em que estão abertas muitas
posições, configurando-se como áreas de defesa. Quando,
então, temos ranges na região da TAPZone (figura 37), temos
o reforço da maior probabilidade de acerto.
Figura 37: Range na região da TAPZone.

Fonte: Minidólar, 31/08/2020; Mini-índice, 06/08/2020,


18/09/2020, 23/07/2020.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
61
Por fim, podemos também observar pontos de controle
de histogramas de alto volume. Eles são regiões de preços nas
quais temos o final de um ou mais histogramas do passado
recente com volume claramente acima da média; ou seja: são
topos e fundos com maior fluxo nos histogramas. Consideramos
a região desse tipo de ponto de controle a máxima e a mínima
da última barra do respectivo topo ou fundo. Quando temos
testes em pontos de controle de histogramas, principais ou
fractais, na região da TAPZone, como ocorre na figura 38,
também podemos ter maior convicção em nossa decisão.
Figura 38: Ponto de controle de histograma na região da TAPZone.

Fonte: Minidólar, 06/10/2020, 12/08/2020; Mini-índice, 09/07/2020.

62 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


1.5.5 Leitura do posicionamento dos big players
Outra leitura importante para a tomada de decisão é a
do posicionamento dos big players. Ela consiste em observar
o comportamento do volume em determinadas regiões,
indicando possível estado de maturação do mercado para
realizar o movimento mais direcional. Esse é o momento em que
os players fortes absorvem os participantes fracos, acumulam
ou distribuem seus ativos, antes de agredir o mercado rumo
aos seus objetivos.
Esse comportamento é passível de monitoramento
por meio das barras de alto volume (laranjas e vermelhas)
sem continuidade, picos de volume no indicador de volume
financeiro, padrões de barras com excesso de pavio e baixo
spread (particularmente, martelos nos fundos e estrelas
cadentes nos topos, também conhecidos, entre os traders,
como agulhadas) com aumento de volume. Tudo isso, quando
seguido de respeito de retração significativa, indica que o
movimento direcional tende a ocorrer na direção do movimento
anterior; ou, quando seguido do rompimento uma retração
significativa, sugere que a aceleração dos preços se dará na
inversão da direção atual. As figuras 39, 40, 41 e 42 mostram
exemplos desse tipo de leitura.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
63
Figura 39: Posicionamento dos players antes do movimento de alta, com
respeito de retração significativa.

Fonte: Mini-índice, 21/08/2020.

64 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


A figura 39 é dividida em três partes:
Parte 1: (1) Temos uma nova onda de inversão altista,
após a perda de uma retração significativa baixista, com (2)
alvo de onda de inversão completo.
Parte 2: O mercado testa a TAPZone da nossa onda
significativa após identificarmos que teve um grande volume
(1) abaixo do mercado e que, posteriormente, entrou um grande
volume comprador (2) forçando o mercado para cima. Agora
temos uma onda significativa sendo testada e, aparentemente,
com um caminho livre, pois não identificamos a presença dos
vendedores (3).
Parte 3: Como o previsto, os vendedores não estavam
dispostos a competir neste momento, nos dando a chance de
um trade com altíssima probabilidade, com caminho livre até
o nosso alvo.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
65
Figura 40: Posicionamento dos players antes do movimento de baixa,
com respeito de retração significativa.

Fonte: Minidólar, 05/10/2020.

66 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Na figura 40, temos três partes:
Parte 1: (1) Temos uma onda de inversão (2)
com teste em abc corretivo e com seu (3) alvo
completo. Como já aprendemos, após o mercado
cumprir um alvo, devemos ver qual é a nossa onda
significativa dentro do ciclo.

Parte 2: (1) Temos TAPZone da nossa onda


significativa. (2) Teste em abc corretivo. (3) Já
percebemos que o mercado tem um range no
topo, junto com barras de altíssima atuação
institucional. O que devemos avaliar até o
momento? Temos muito volume no topo do
mercado, seguido de uma perda de retração
significativa e, automaticamente, uma nova onda
de inversão. Só por esse motivo já temos indícios
de um mercado vendedor. A questão, agora, é
saber se esse vendedor será forte o suficiente
para suportar a pressão compradora. (4) Muito
volume comprador colocando força contra os
vendedores. Devemos tomar risco da mesma
maneira? SIM. Sempre que estamos dentro de
uma TAPZone, estamos trabalhando com o risco
e retorno a favor. O fato de o comprador estar
vindo com persistência (aumento) no volume, e
não exaustão (diminuição), nos dá duas opções
óbvias: primeira, o comprador prevalece e temos
nosso stop acionado com poucos pontos; segunda,
o vendedor que está segurando toda essa
pressão compradora e forçando esses mesmos
compradores a terem de acionar os stops de suas
posições, dando mais energia ao movimento de
queda, cumprindo nosso alvo.

Parte 3: (1) Temos o mercado respeitando a


nossa retração significativa baixista e forçando
os stops de todos os compradores que tentaram
colocar força no mercado. O fato de o vendedor
ter suportado essa pressão e ter absorvido esse
volume comprador forçou os compradores a
cobrirem suas posições gerando mais energia
para o nosso movimento, dando mais força e
segurança de que o mercado iria cumprir o seu
alvo. (2) Energia imposta pela agressão vendedora
somada aos stops compradores.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
67
Figura 41: Posicionamento dos players antes do movimento de alta, com
rompimento de retração significativa de baixa.

Fonte: Mini-índice, 29/10/2020.

68 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Dividimos a figura 41 em duas partes:
Parte 1: (1) Temos uma perda de retração
significativa e uma nova onda de inversão no
mercado. (2) Diversas barras de alto volume
institucional no fundo do mercado. (3) Maiores
volumes financeiros no fundo do mercado. Até
esse momento, sabemos que tem muito volume
naquela região, denunciando alto interesse
institucional. Porém, ainda não é possível saber
se esse volume é comprador ou vendedor. (4) A
retração significativa é o termômetro do mercado.
Se tivermos todo esse volume nessa região de
preço e o mercado perde a retração significativa
dos vendedores, automaticamente o mercado
está nos dizendo que os vendedores perderam
o controle e a maior probabilidade é de que os
vendedores, que estão envolvidos nesse alto
volume do fundo do mercado, acionem seus stops
cobrindo suas posições e forçando os preços para
cima. Já temos uma onda de inversão, basta saber
se o novo (5) volume comprador irá ser forte o
suficiente para segurar a pressão vendedora e
forçar os vendedores a se cobrirem no mercado.
Já tendo a onda de inversão, precisamos apenas
esperar o mercado vir testar a sua TAPZone para
entrarmos numa operação de alta probabilidade
de acerto, devido a toda essa leitura do
posicionamento dos players.

Parte 2: (1) Mercado vem testar a TAPZone


da onda de inversão, com uma exaustão do
volume vendedor. Nesse momento, temos o que
precisamos para entrar no trade e buscarmos
nosso alvo. A leitura que mostrou que tivemos
muito volume naquela região do mercado, seguida
de uma perda de retração significativa vendedora,
nos deu todos os indícios de que o vendedor
estava perdendo o controle e que precisaria
acionar seus stops. Quando o mercado vem testar
a TAPZone do novo comprador e percebemos uma
falta de volume financeiro para forçar o mercado
para baixo, é o momento exato de entrar em um
trade com risco curto para buscarmos alvo longo.

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
69
Figura 42: Posicionamento dos players antes do movimento de baixa, com
rompimento de retração significativa de alta.

Fonte: Minidólar, 23/09/2020.

70 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


A figura 42 ilustra:
Parte 1: (1) Temos uma nova onda de inversão do
mercado após perder a retração significativa
de alta. (2) Tivemos muito volume nessa alta do
mercado, muito dinheiro envolvido. (3) O maior
volume financeiro, de todo o ciclo, está no topo do
mercado. (4) Entra a onda de inversão com um alto
volume vendedor forçando o mercado. Entretanto,
temos um alto volume na alta inteira e no topo do
mercado, como saber quem está no controle?
Apenas por termos uma onda de inversão baixista,
após uma perda de retração significativa altista,
já temos o mercado vendedor. Porém, precisamos
saber se esse vendedor, que entrou no mercado,
é forte o suficiente para segurar as possíveis
agressões dos compradores que tentarão jogar
os preços para cima novamente. Como sabemos
onde tomar risco e abrir uma posição com o
melhor risco e retorno? Temos que esperar o teste
da TAPZone da onda de inversão e analisar de que
maneira o mercado irá chegar nela.

Parte 2: (1) O mercado vem testar a TAPZone


da onda de inversão com exaustão do volume
comprador, sem mais haver interesse dos
compradores. (2) Temos um range na região
da TAPZone. (3) O vendedor, tendo essas
informações, tem tudo o que precisa para dar
sua última agressão ao mercado, forçando o
comprador a acionar os stops de suas posições.
O alto volume, que vem posteriormente, é o
conjunto da agressão vendedora com os stops dos
compradores, energia de ambos os lados levando
o preço a cumprir o alvo.

Não se esqueça...
• Na lógica TAP, tratamos as ondas do mercado em
ciclos 1-2-3, sendo as ondas 1 e 3 chamadas de ondas
impulsivas, e as ondas 2 chamadas de corretivas;
• As ondas corretivas podem ser simples ou em abc
corretivo;
• Ondas de inversão dão origem a um novo movimento
do mercado, caracterizando-se pelo rompimento de
uma retração significativa;

PARTE 1
TAPZone: dos seus fundamentos e das ferramentas de análise do mercado
71
• Ondas significativas correspondem a,
aproximadamente, 50% de um determinado ciclo
e as suas retrações são chamadas de retrações
significativas, são o termômetro do mercado;
• A TAPZone é a confluência de ferramentas ou
indicadores em uma região de retração, interpretadas
à luz do contexto do mercado, podendo ser necessário
que se descarte um ou mais instrumentos.

72 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


PARTE 2
LÓGICA OPERACIONAL
TAP: ANÁLISE, DECISÃO
E GERENCIAMENTO
DE POSIÇÕES

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
73
PARTE 2
LÓGICA OPERACIONAL
TAP: ANÁLISE, DECISÃO E
GERENCIAMENTO DE POSIÇÕES

Conhecimentos técnicos e teóricos são relevantes


no mercado financeiro. Entretanto, existem fatores que
interferem demasiadamente na performance de um trader. Um
deles é quando não se consegue transformar o conhecimento
sobre o mercado em tomada de decisão efetiva e coerente,
com níveis de risco suportáveis e de ganhos compensatórios.
Outro fator é psicológico, o que ocorre quando a tomada de
decisão fica prejudicada por questões como não aceitação
de perdas, ansiedade ou, mesmo, falta de perfil e apetite pelo
risco. Uma coisa é fato: tomada de decisão em mercados de
risco é, inexoravelmente, aceitar o risco de perder dinheiro e
isso irá acontecer, em maior ou menor grau, de acordo com o
gerenciamento de risco e com a disciplina operacional.
Há, ainda, um fator muito negligenciado que é a falta de
objetividade e clareza operacional. Conhecimento é, e sempre
será, o melhor ativo, mas o excesso de informação, enquanto
se opera, pode tirar o foco daquilo que precisa ser feito,
ocasionando uma modificação inadvertida no operacional

74 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


durante o pregão, ou, ainda, a perda de confiança em operações
tecnicamente corretas. Assim, uma lógica operacional precisa
ser, ao mesmo tempo, clara, objetiva, lucrativa e sustentável a
longo prazo.
A lógica TAP foi idealizada para equacionar esse
problema. Primeiro, ela dá interpretação clara e objetiva do
contexto do mercado (se é altista ou baixista) e da direção na
qual devemos procurar oportunidades. Segundo, ela faz uso
da convergência de ferramentas e indicadores para definir
uma TAPZone, que é uma área segura, com risco pequeno
e com ganhos expressivos. Terceiro, porque uma operação
sempre terá alvos pré-definidos e, por conta disso, permitirá
o gerenciamento da posição de modo a otimizar os ganhos,
de forma técnica e com diminuída carga de subjetividade.
Dessa maneira, a lógica TAP resguarda quem a segue daquele
malfadado destino de acertar 60% ou 70% das operações, ou
até mais, e ainda assim, com poucos erros, não ver seu saldo
acompanhar o índice de aproveitamento.
De posse da base conceitual apresentada na Parte
1 deste livro, iremos agora descrever o passo-a-passo da
aplicação desses conceitos, com fartura de exemplos e sempre
com foco na causa (a atuação dos players do mercado) dos
movimentos. Para tanto, passaremos por três momentos. No
primeiro, definiremos as expressões que serão mais utilizadas,
que constituem um vocabulário técnico da lógica. Depois,
iremos apresentar um operacional básico, que é a abertura
de posições em TAPZones de ondas principais, a saber, as
ondas de inversão e as ondas de significativas, bem como
ensinaremos a reconhecer uma onda 1 complexa. Entretanto,
como o mercado não é simples, haverá de se explorar entradas
técnicas baseadas em riscos mais arrojados, como as
operações em testes de retrações de ondas fractais. Por fim, o
devido gerenciamento de posições abertas será exposto.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
75
2.1. Expressões e definições
Algumas expressões do nosso vocabulário já
estão claras: onda de inversão, onda significativa, retração
significativa, TAPzone, onda impulsiva, onda corretiva, abc
corretivo, são os exemplos mais citados até aqui. No entanto,
haverá, durante a explicitação do operacional, termos que se
repetirão, seja na forma literal, seja por meio de expressões
correlatas. Por esse motivo, exporemos, abaixo, as mais
repetidas, trazendo suas definições e derivações, de modo a
reduzir, ao máximo, qualquer ruído à compreensão.

2.1.1. Ciclos de mercado


A primeira expressão a ser considerada é ciclo de
mercado. Pode parecer estranho que ela não esteja dentre as
já esclarecidas, visto que, na primeira parte, já trabalhamos
exaustivamente. Há detalhes que merecem reforço e especial
atenção. O ciclo de mercado é um movimento direcional, altista
ou baixista, que atingiu um alvo, ou seja, é possível verificar
que a atuação de um player institucional, na origem do ciclo,
teve saída digna.
Cumprir alvo significa que, depois de configurada
uma onda 2 (corretiva de inversão ou significativa), a onda 3
atingiu ou ultrapassou expansão de 100% da onda 1, sendo
que, em alguns, casos podemos considerar alvo cumprido
quando se aproxima dessa expansão, mesmo que não encoste.
Após o cumprimento do alvo (figura 43), passamos a procurar
oportunidades, a favor da tendência, em TAPZones nas regiões
de retração significativa.

76 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 43: Ciclo de mercado com cumprimento de alvo.

Fonte: Mini-índice, 29/10/2020.

Outro detalhe que pode gerar alguma confusão é o pivô


que utilizamos para projetar os alvos, haja vista que, muitas
vezes, antes que o mercado rompa a retração significativa
de um ciclo altista, ou mesmo rompa uma retração de onda
principal de inversão altista, ele faz alguns ou vários topos;
no sentido inverso, antes de o mercado romper uma retração
significativa de um ciclo baixista, ou mesmo romper uma
retração de onda principal de inversão de baixa, ele faz alguns
ou vários fundos. Para todos os efeitos de projeção de alvos
de ondas de inversão, nunca se deve utilizar quaisquer pivôs
formados antes do rompimento da retração significativa, pois
eles não são testes da onda de inversão, mas, sim, parte do
movimento (de alta ou de baixa) anterior.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
77
Figura 44: Exemplos de projeções de alvos de ondas de inversão
(corretos e incorretos).

Fonte: Mini-índice, 11/08/2020.

78 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Na figura 44, temos uma comparação entre a forma
correta e incorreta de se projetar alvos e se identificar um
ciclo. Todos os pivôs, formados antes do rompimento de uma
retração significativa, são parte da resposta do ciclo vencido
e esse é o motivo pelo qual só devemos considerar ondas 2
de teste de onda de inversão aqueles pivôs formados após
configurada a inversão do movimento.
Parte 1: Vejamos como, no exemplo, podemos ver
uma forma incorreta de traçar os alvos. (1) O abc
que aparentemente “cumpre” um alvo, rompendo
uma retração significativa ou uma onda de
inversão, é apenas o swing/perna inicial de um
novo ciclo do mercado (onda de inversão). (2)
Retração significativa rompida.

Parte 2: A onda 2, em abc corretivo, forma-


se apenas após o rompimento da retração
significativa. Na figura, vemos: (1) Nova onda de
inversão do mercado. (2) abc corretivo testando
TAPZone. (3) Retração de onda de inversão.
(4) MIDAS/defense agregando a TAPZone. (5)
Barras de alto volume financeiro na TAPZone. (6)
Cumprimento de alvo de onda de inversão.

Parte 3: vemos, de forma mais limpa, a onda de


inversão (primeira onda verde), o abc corretivo
(laranja) e a onda 3 (segunda onda verde)
cumprindo o alvo.

2.1.2. Testes, ondas e retrações


Os big players, antes de realizarem os grandes
movimentos rumo aos seus objetivos mais lucrativos, fazem
testes para verificar se há outros players com interesse e
volume suficiente para forçarem os preços na direção inversa.
Quando o player institucional está posicionado na compra,
costuma fazer testes de oferta, isto é, testa a capacidade
da ponta vendedora de impor volume contra sua posição. O
contrário também ocorre, pois quando está posicionado na

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
79
venda, costuma fazer testes de demanda, ou seja, testa a
capacidade da ponta compradora de impor volume contra sua
posição.
Nas metodologias de preço e volume, há várias
possibilidades de se considerar um teste. No TAP,
consideraremos um teste quando o preço toca ou trabalha
a região da TAPZone. Dessa maneira, vamos nos referir aos
testes da seguinte forma:
Teste da onda de inversão: é o teste que acontece
na TAPZone formada na região de retração de uma onda de
inversão, tendo como referência a totalidade da onda que
rompe uma retração significativa, independente de quantos
topos fractais ela possua (figura 45). Assim, podemos ler
como sinônimas as expressões teste de onda de inversão,
teste da retração da onda total de inversão, teste da retração
da onda principal de inversão, teste total da onda de inversão,
ou, de forma imprecisa, mas didaticamente intuitiva dentro do
contexto, teste da retração maior ou teste na total. Isso porque
precisamos, por vezes, diferenciar dos testes das ondas
fractais que eventualmente componham a onda de inversão,
conforme trataremos adiante.

80 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 45: Exemplo de teste de onda de inversão.

Fonte: Minidólar, 6 e 7/08/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
81
Na primeira parte da figura 45, vemos a (1) retração
significativa sendo rompida, originando uma (2) onda de
inversão. Na sequência, a segunda parte ilustra (1) onda
de inversão; (2) Retração de onda de inversão; (3) Range
agregando a TAPZone; (4) Exaustão do volume/fluxo vendedor
no teste da TAPZone; e (5) Cumprimento de alvo de onda de
inversão.
Teste de fractal de onda de inversão: expressão
muito importante para entendermos o operacional avançado.
As ondas de inversão podem ser simples, às vezes, mas, na
maior parte, são compostas por uma estrutura de topos e
fundos fractais (figura 46). Quando identificamos o teste de
uma TAPZone tendo como referência a retração de algum
desses fractais, podemos nos referir como teste de fractal de
onda de inversão, fractal de onda de inversão ou, a depender do
contexto, quando já está subentendido de que se trata desse
tipo de retração, referimo-nos a ela apenas como fractal.

82 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 46: Exemplo de teste de fractal de onda de inversão.

Fonte: Minidólar, 23/10/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
83
É possível ver na figura 46: (1) Onda de inversão; (2)
Fractal de onda de inversão; (3) Retração de fractal de onda
de inversão; (4) abc corretivo testando TAPZone; (5) MIDA/
defense agregando a TAPZone; (6) fluxo vendedor baixíssimo
perante ao volume comprador; (7) cumprimento de alvo parcial
de fractal de onda de inversão; e (8) cumprimento de alvo total
de fractal de onda de inversão.
Teste de onda significativa: Essa expressão é utilizada
para se referir à TAPZone formada na região da retração
significativa, tendo como referência a totalidade dessa onda
(figura 47). Podemos nos referir a ela como teste de onda
significativa, teste de retração significativa ou, ainda, teste de
significativa.
Figura 47: Exemplo de teste de onda significativa.

Fonte: Minidólar 23/10/2020.

84 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Vemos na figura 47: (1) onda significativa; (2) abc flat
testando TAPZone; (3) retração de fractal de onda de inversão;
(4) MIDAS/defense agregando a TAPZone; e (5) cumprimento
de alvo de onda significativa.
Teste de onda 3: A onda 3 é a onda impulsiva que se
origina em uma TAPZone, seja iniciada em teste de onda de
inversão ou de onda significativa, seja oriunda de um fractal de
onda de inversão. Essa onda pode tanto buscar diretamente o
alvo, como pode ter retrações antes da aceleração dos preços.
Quando uma onda 3 inicia seu movimento impulsivo e volta
para testar uma TAPZone na região da sua própria retração,
chamamos de teste de onda 3 (figura 48).
Figura 48: Exemplo de teste de onda 3.

Fonte: Mini-índice, 24/09/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
85
A figura 48 é composta de três partes, nas quais
vemos:
Parte 1: (1) Fractal de onda de inversão; (2) Teste
simples na TAPZone da onda de inversão; e (3)
Até o momento, não cumprimento de alvo total,
porém, está nos dando um novo pullback.

Parte 2: (1) Onda 3 do movimento; (2) Retração da


onda 3; (3) abc corretivo testando TAPZone; e (4)
MIDAS/defense agregando a TAPZone.

Parte 3: Ciclo completo de fractal de onda de


inversão com o teste de onda 3, nos dando a onda
3 em abc.

Teste de fractal de onda 3: Muitas vezes, a projeção do


alvo de onda 3 é distante do ponto de entrada. Se o operador
perde a melhor oportunidade, porém, pela leitura do contexto,
sabe que está em uma onda 3 e ainda há uma distância
lucrativa até o alvo, ele pode abrir posições seguras nas
retrações fractais dessa onda. Essa onda impulsiva tem uma
característica muito especial, pois o preço tende à aceleração
em virtude do acionamento dos stops dos participantes
posicionados contra o movimento. Dessa maneira, muitas
vezes, essa onda é tão forte que não retrai ao nível do teste
de onda três, mas faz pequenas retrações formando ondas
fractais. Quando isso acontece, chamamos de fractal de onda
3 (figura 49).

86 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 49: Exemplo de teste de fractal de onda 3.

Fonte: Minidólar, 05/10/2020.


PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
87
A figura 49, para melhor entendimento, foi dividida em
4 partes:
Parte 1: (1) Onda significativa; (2) abc corretivo
testando a TAPZone; (3) retração de onda 3; (4)
retração fractal de onda 3; e (5) cumprimento de
alvo de onda significativa.

Parte 2: (1) Onda 3 do movimento e (2) teste


na TAPZone da onda 3 com MIDAS/defense
agregando a zona.

Parte 3: (1) Onda 3 fractal do movimento. (2) Teste


na TAPZone do fractal da onda 3 com MIDAS/
defense agregando a zona.

Parte 4: Ciclo completo de onda significativa com


teste em onda 3 e fractal de onda 3.

Na figura 50, podemos ver a diferença entre teste de


onda 3 e fractal de onda 3.
Figura 50: Exemplo da diferença de teste de onda 3 e fractal de onda 3.

Legenda:
(1) Teste de onda 3.

(2) Teste de fractal de onda 3.


Fonte: Minidólar, 05/10/2020.

88 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


• Onda 1 complexa: A onda 1 complexa é, por assim
dizer, um ciclo que, aparentemente, já teve sua onda
3 iniciada com novo topo ou fundo na direção do alvo,
mas, por algum motivo, não se completou, ou seja, não
atingiu seu alvo. Podemos identificá-la quando, antes
de atingir o alvo projetado, ela perde a retração que
configuraria um teste de onda 3, descaracterizando
esse movimento impulsivo. Nesse momento, devemos
rever o contexto do mercado e passar a considerar que
ainda estamos em uma onda 1, agora complexa. Pode
ser tanto uma onda de inversão complexa (figura 51)
quanto uma onda significativa complexa (figura 52).

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
89
Figura 51: Exemplo de onda de inversão complexa.

Fonte: gráfico utilizado.

90 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


A figura 51 tem cinco partes:

Parte 1: (1) Inicialmente temos uma onda de inversão e


(2) dentro dela, temos o fractal da onda de inversão que teve
sua (3) TAPZone testada em abc corretivo. Após isso, devemos
acreditar que o mercado irá cumprir o (4) alvo total do ciclo.
Parte 2: Temos o cenário previsto.
Parte 3: Mercado acaba por perder a (1) retração da
onda 3.
Parte 4: A partir da perda da retração da onda 3 do
movimento, devemos refazer a leitura do ciclo e considerar
esse novo topo como da onda 1. Assim, nossa primeira leitura
(1) de fractal de onda de inversão, teste na TAPZone e start
de onda 3, na verdade, foi toda reconfigurada para a leitura
de apenas uma (2) onda de inversão complexa. Então, agora
devemos procurar a TAPZone da nossa onda de inversão
complexa.
Parte 5: (1) Onda de inversão complexa. (2) Teste em
onda simples na TAPZone da onda de inversão complexa. (3)
Cumprimento de alvo de onda de inversão complexa.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
91
Figura 52: Exemplo de onda significativa complexa.

Fonte: Minidólar, 24/11/2020.

A figura 52 tem duas partes:


Parte 1: (1) Testes na retração significativa de
baixa e, na sequência, mercado responde (2)
fazendo novo fundo, na barra vermelha.

Parte 2: (1) Ajusta-se a retração ao novo fundo; (2)


vemos testes na retração da onda significativa
complexa; e (3) o segundo teste, que aconteceu
apenas no pregão do dia seguinte, não seria
considerado caso não se tivesse aplicado a leitura
de onda 1 complexa.

92 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


• Triggers ou gatilhos: São sinais que devem ser
observados em uma TAPZone, indicativos do melhor
momento para a abertura da posição. Os triggers
são fatores determinantes tanto para o tempo de
reação quanto para a melhor relação de risco versus
retorno. Os principais triggers a serem avaliados na
TAPZone são: agulhadas (também conhecidas como
sinal de candle do tipo martelo ou estrela cadente)
com elevação do volume, que indicam atuação de
players institucionais absorvendo lotes na região;
testes com exaustão de fluxo, seja nas barras, seja
nos histogramas; e parada e lateralização do mercado
dentro da TAPZone. Vejamos, nas figuras 53, 54 e 55,
exemplos de cada um deles:
Figura 53: Trigger na TAPZone: agulhadas com elevação do volume.

Fonte: Minidólar, 10/11/2020; Mini-índice, 27/08/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
93
Na figura 53 temos dois exemplos: o primeiro traz
um teste na retração com MIDAS/defense e abc corretivo
convergindo, além de uma barra vermelha com alto volume
financeiro; no segundo exemplo, temos um teste na retração
com MIDAS/defense, onda corretiva simples, range na mesma
região do preço, além de uma barra vermelha agulhando com
alto volume financeiro.
Figura 54: Trigger na TAPZone: exaustão de fluxo.

Fonte: Mini-índice, 21/09/2020.

94 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 55: Trigger na TAPZone: lateralização.

Fonte: Minidólar, 05/10/2020.

2.2. Operacional básico


O operacional básico da lógica TAP consiste em
abrir posições nas TAPZones das ondas principais, isto é,
ondas de inversão e ondas significativas, acrescentando os
testes de ondas 3 a esse rol. Nos dois primeiros casos, temos
níveis técnicos predefinidos de stop e alvos totais, sendo
que as realizações parciais são cuidadosamente pensadas
no desenrolar da operação. No terceiro caso, temos saídas
técnicas de stop, alvo parcial e alvo total, sendo que, muitas
das vezes, elas coincidem. Apresentaremos, nesta seção,
um passo-a-passo, na forma de checklist ilustrado, de como
operar retrações significativas e de ondas de inversão, assim
como os testes de onda 3.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
95
2.2.1. Operando onda significativa

Passo 1: Identifique corretamente o ciclo (figuras 56 e 57) que


consiste em ter atingido um alvo de onda de inversão ou de onda
significativa.

Figura 56: Identificando um ciclo de alta que atingiu um alvo


de onda de inversão.

Legenda:
(1) Onda de inversão.
(2) Teste em onda simples na TAPZone da onda de inversão.
(3) Cumprimento de alvo de onda de inversão.
Fonte: Minidólar, 31/08/2020.

96 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 57: Identificando um ciclo de baixa que atingiu um alvo
de onda de significativa.

Fonte: Mini-índice, 31/08/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
97
Na figura 57, vemos, na primeira parte, (1) onda
significativa; (2) teste em onda simples na TAPZone da onda de
significativa; e (3) cumprimento de alvo de onda significativa.
Na segunda parte, temos: (1) ciclo completo de onda de
inversão; e (2) ciclo completo de onda significativa.
Passo 2: Faça a medição da pontuação total do ciclo verificando
se há necessidade de fracionamento.
Cada ativo possui uma volatilidade própria que pode
se modificar ao longo do tempo. Até o fechamento deste livro,
trabalhamos com ciclos de até 2800 pontos para o mini-índice
e 100 pontos para o minidólar em gráficos na periodicidade de
1 minuto.
Caso não haja necessidade de fracionamento, utilize
a ferramenta TAP Significative Line para encontrar o topo
ou fundo a partir do qual será considerado o início da onda
significativa (figura 58).

98 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 58: Identificando uma onda significativa de alta, sem necessidade
de fracionamento do ciclo.

Fonte: Mini-índice, 06/08/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
99
A figura 58 está sequenciada em quatro partes:

Parte 1: (1) Onda de inversão; (2) teste em onda


simples na TAPZone da onda de inversão; e (3)
cumprimento de alvo de onda de inversão.

Parte 2: Do fundo do nosso ciclo (1) até o topo


(2), temos 2.200 pontos (3) pontuação que nos
permite traçar a significativa sem fracionar o
ciclo. Ativamos a ferramenta TAP Significative
Line clicando no fundo do ciclo e no topo do ciclo,
assim, temos a nossa onda significativa.

Parte 3: (1) Onda significativa; (2) teste em onda


simples na TAPZone da onda de significativa; e (3)
cumprimento de alvo de onda significativa.

Parte 4: (1) Ciclo completo de onda de inversão. (2)


Ciclo completo de onda significativa.

Caso haja necessidade de fracionamento do ciclo,


deve-se utilizar o primeiro respeito de retração inferior à
pontuação de fracionamento. Para isso, deve-se selecionar
retrações nas quais, efetivamente, caracterizam o fim de
uma onda 2, seja em teste de ondas principais, seja em testes
de fractais. Dito de outra forma, deve-se utilizar aquelas
retrações que deram origem a uma onda 3 ou, na falta delas,
que configuraram teste de onda 3. Sugere-se que, ao longo
do ciclo, o operador marque os topos e fundos elegíveis para
serem utilizados no caso de fracionamento (figura 59).

100 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 59: Identificando uma onda significativa de baixa, com
necessidade de fracionamento do ciclo.

Fonte: Minidólar, 20 e 21/05/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
101
Para melhor compreensão da figura, ela foi dividida
em 5 partes, sendo:
Parte 1: (1) Onda de inversão. (2) Teste em abc
corretivo na TAPZone da onda de inversão. (3)
Cumprimento de alvo de onda de inversão.

Parte 2: Do (1) topo do nosso ciclo até o (2) fundo,


temos (3) 104,395 pontos, pontuação que nos
obriga a fracionar o ciclo para descobrir a onda
significativa.

Parte 3: Procuramos o ponto de respeito de


retração posterior ao nosso topo do ciclo. Após
isso, avaliamos se a pontuação deste nosso novo
ciclo nos permite traçar uma retração significativa,
ou se teremos que procurar o próximo respeito de
retração. Assim: (1) topo do respeito da retração
de onda 2 do ciclo inteiro; (2) fundo do ciclo; e (3)
pontuação de 86.996, o que nos permite localizar
uma onda significativa desse novo ciclo.

Parte 4: Ativamos a ferramenta TAP Significative


Line clicando nos pontos 1 e 2 (topo e fundo
do ciclo), assim, temos a onda e respectiva
retração significativa (sequência da figura). (1)
Onda significativa. (2) Teste em abc corretivo na
TAPZone da onda significativa. (3) Cumprimento
de alvo de onda significativa.

Parte 5: Visualizamos (1) Ciclo completo de


onda de inversão. (2) Ciclo completo de onda
significativa.

Passo 3: Construa uma TAPZone sobre a onda significativa


Após identificar a onda significativa, o primeiro
procedimento é traçar uma retração significativa. Depois,
plotar uma MIDAS/defense no topo/fundo que deu origem
à onda significativa. Por fim, verificar se há pivôs na onda
corretiva e traçar uma expansão para projetar o abc corretivo.
Exemplo na figura 60:

102 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 60: TAPZone de onda significativa.

Fonte: gráfico utilizado.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
103
No exemplo da figura 60, temos uma onda significativa
de alta com todos pontos de defesa convergindo: retração
significativa, MIDAS/defense e abc corretivo.
Após esses procedimentos, a região de trade é entre o
primeiro e o último ponto de defesa da TAPZone.
Passo 4: Opcionalmente, verifique se há elementos que
aumentem a convicção da operação.
Observe a presença de ranges, barras de alto volume
e pontos de controle de histogramas na região da TAPZone.
Sugerimos que se faça a leitura do posicionamento dos
grandes players que favoreça sua operação. Importante:
procure elementos de convicção a favor da TAPZone. Caso não
haja ou estejam em desfavor, descarte-os e confie na TAPZone.
Passo 5: Aguarde o mercado chegar na TAP zone e avalie os
gatilhos (triggers).

Passo 6: Abra a posição de compra ou venda a mercado e


posicione o alvo e o stop.
Ao abrir uma posição no teste de significativa, temos
as posições de saídas técnicas. A primeira ação é posicionar
a ordem de stop loss que deve ser protegida pelo último
ponto de defesa da TAPZone. Depois, deve-se projetar o alvo
final da operação por meio da expansão de Fibonacci, tendo
como parâmetro a onda significativa. O take profit deve ser
posicionado ligeiramente antes do nível de 100% da expansão.
As saídas parciais podem ter algumas variações, a
depender do ativo e do perfil do operador, equacionando-se
alguns critérios:
1. A saída parcial deve ser de, no mínimo, o triplo do
stop da operação;

2. A saída parcial deve ser de, aproximadamente, 50%


do alvo total;

104 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


3. Caso a preço responda a favor da operação de
modo abrupto, sem pullback, deve-se definir uma
pontuação para encerramento parcial que equilibre
os critérios anteriores (no mini-índice, atualmente,
utilizamos a pontuação entre 500 e 650 pontos
como referência para realizações parciais desse
tipo, enquanto, no minidólar, usamos em torno de 20
a 25 pontos), conforme figura 62;

4. Caso o preço responda fazendo um abc a favor da


operação, deve-se traçar a expansão de Fibonacci e
posicionar a saída parcial entre os níveis, desde que
não seja em pontuação inferior ao equilíbrio entre os
critérios I, II e III (figura 62).

Figura 61: Stop e alvos de operações em teste de significativa, com


realização parcial sem abc parcial.

Fonte: Minidólar, 01/12/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
105
Na ilustração acima (figura 61), parte 1, podemos
ver uma onda significativa tendo sua TAPZone testada
(MIDAS/defense e retração significativa), dando-nos uma
zona saudável de trade. Após o mercado entrar na nossa
zona, temos uma boa oportunidade de abrir uma posição. O
stop sempre posicionado acima (nas operações de venda) ou
abaixo (nas operações de compra) do último ponto de defesa
(neste caso, o nível de 61.8% da retração significativa). Na
parte 2, temos um alvo total de 40 pontos, sendo que devemos
procurar um próximo abc a favor do movimento, que nos
proporcione uma expansão de no mínimo 50% do nosso alvo.
Na parte 3, vemos uma forte agressão vendedora, o preço tem
um rápido deslocamento de 25 pontos sem nos dar um abc,
cai de maneira abrupta; neste caso estamos realizando nossa
parcial nessa pontuação.

106 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 62: Stop e alvos de operações em teste de significativa, com
realização parcial após abc a favor da operação.

Fonte: Mini-índice, 08 e 09/10/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
107
Na primeira parte da imagem (figura 62), podemos
ver uma onda significativa tendo sua TAPZone testada (abc
corretivo, MIDAS/defense e retração significativa) e nos dando
uma zona saudável de trade. Após o mercado entrar na nossa
zona, temos uma boa oportunidade de abrir uma posição. O
stop sempre posicionado abaixo do último ponto de defesa
(neste caso, o nível de 127% da expansão do abc corretivo). Na
segunda parte, temos um alvo total de 1426 pontos, sendo que
devemos procurar um próximo abc a favor do movimento que
nos proporcione uma expansão de no mínimo 50% do nosso
alvo. A terceira parte nos mostra um abc a favor do movimento
com uma extensão de 720 pontos, local perfeito para
realizarmos nossa parcial de 50% da posição. O alvo parcial
estará sempre entre os níveis de 100% e 127% da expansão do
abc a favor do movimento.

2.2.2. Operando testes de ondas de inversão

Passo 1: Certifique-se de que uma onda significativa foi rompida


e opere o ciclo atual do mercado.
Como já foi estudado exaustivamente, uma onda de
inversão é aquela que, ou rompe uma TAPZone de teste de
significativa, ou rompe uma TAPZone de uma onda de inversão.
É necessário que se tenha clareza de que esse rompimento
ocorreu e, caso exista qualquer dúvida, não se deve operar.
Após se certificar de que estamos em uma onda
de inversão (figura 63), o operador deve passar a ignorar os
ciclos anteriores e operar considerando apenas o ciclo atual
do mercado.

108 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 63: Rompimento de teste de significativa e caracterização
de onda de inversão.

Onda baixista rompendo a retração significativa de alta, automaticamente


se tornando uma onda de inversão.
Fonte: Mini-índice, 27 e 30/11/2020.

Importante salientar que, mesmo que haja vários pivôs


em uma onda de inversão, ela deve ser considerada desde o
ponto que terminou o ciclo anterior.
Passo 2: Construa uma TAPZone sobre a onda de inversão.
Após identificar a onda de inversão, o primeiro
procedimento é traçar uma retração dessa onda que deve ser
considerada desde o fim do movimento anterior. Depois, plotar

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
109
uma MIDAS/defense no topo/fundo que deu origem à onda de
inversão. Por fim, verificar se há pivôs na onda 2 (corretiva) e
traçar uma expansão para projetar o abc corretivo (figuras 64).
Figura 64: TAPZone de onda de inversão.

TAPZone da onda de inversão formada por retração de onda de inversão,


MIDAS/defense e abc corretivo.
Fonte: Mini-índice, 27 e 30/11/2020.

Após esses procedimentos, a região de trade é entre o


primeiro e o último ponto de defesa da TAPZone.
Passo 3: Opcionalmente, verifique se há elementos que
aumentem a convicção da operação.

110 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Passo 4: Abra a posição de compra ou venda ao mercado e
posicione o alvo e o stop.
Ao abrir uma posição no teste de onda de inversão,
temos, assim como no caso das retrações significativas, as
posições de saídas técnicas. A primeira ação é posicionar a
ordem de stop loss que deve ser protegida pelo último ponto
de defesa da TAPZone. Depois, deve-se projetar o alvo final
da operação, tendo como parâmetro a onda de inversão. O
take profit deve ser posicionado ligeiramente antes do nível
de 100% da expansão.
As saídas parciais dos testes de onda de inversão
seguem os mesmos critérios das operações em teste de onda
significativa:
1. A saída parcial deve ser de, no mínimo, o triplo do
stop da operação;

2. A saída parcial deve ser de, aproximadamente, 50%


do alvo total;

3. Caso a preço responda a favor da operação de


modo abrupto (figura 65), sem pullback, deve-se
definir uma pontuação para encerramento parcial
que equilibre os critérios anteriores (atualmente,
utilizamos, como referência para realizações
parciais desse tipo, a pontuação entre 500 e 650
pontos para o mini-índice, enquanto, no minidólar,
usamos de 20 a 25 pontos);

4. Caso o preço responda fazendo um abc a favor da


operação (figura 66), deve-se traçar a expansão e
posicionar a saída parcial entre os níveis, desde que
não seja menor que o critério I, II e III.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
111
Figura 65: Stop e alvos de operações em teste de onda de inversão, com
realização parcial sem abc a favor da operação.

Após termos nossa onda de inversão, tivemos sua TAPZone sendo


testada (nesse caso descartamos o abc corretivo e a MIDAS/defense por
incompatibilidade). Na sequência, podemos perceber que temos um alvo
total de 38 pontos. O mercado desce 25 pontos sem nos dar um abc, então
devemos encerrar 50% da nossa posição como realização parcial.
Fonte: Minidólar, 11/11/2020.

112 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 66: Stop e alvos de operações em teste de onda inversão, com
realização parcial com abc a favor da operação.

(1) abc a favor do movimento.


Fonte: Mini-índice 27 e 30/11/2020.

Podemos ver na figura 66 que, após nossa TAPZone


ser testada, temos pontos de entradas bem confortáveis e
um stop acima do último ponto de defesa (neste caso 127%
da expansão do abc corretivo). Após a entrada e o stop
posicionado, esperamos o mercado nos dar um abc a favor
do movimento, plotamos sua expansão e encerramos parcial
dentro dos níveis de 100% e 127%, com o alvo total sempre
ligeiramente abaixo/acima do 100% da expansão total.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
113
2.2.3. Reconhecendo um start de onda 3 e operando um teste
de onda 3
Toda vez que temos um pivô no mercado, isto é, um
topo ou fundo, significa que há presença, em maior ou menor
grau, de agressores interessados em reverter a direção. Com
ondas corretivas não é diferente, embora acreditemos que a
força efetiva do mercado não esteja nela.
Imaginemos que temos uma onda 1 de alta, já
identificamos a TAPZone e estamos apenas aguardando que
o preço chegue à região para abrirmos uma posição. Enquanto
o preço está no provável movimento corretivo de queda, há
participantes impondo força e, quando chega à TAPZone,
acreditamos que serão absorvidos pelos big players. Quando
o preço responde a nosso favor, devemos observar que haverá
algumas barreiras no caminho, pois os vendedores que
agrediram, durante o movimento corretivo, tendem a defender
suas posições antes que se vejam travados em operações
fracassadas e acionem seus stops que, por sua vez, geram
o volume comprador necessário para buscar nossos alvos.
Nesse entremeio, não temos nenhuma confirmação, apenas
uma estimativa, seja de que estejamos em uma onda 3, seja de
que nossa TAPZone será rompida. Dessa maneira, é importante
conhecer o que chamamos de start de onda 3.
O start de onda 3 nada mais é que a perda das defesas
dos participantes posicionados a favor do movimento corretivo.
Utilizamos duas ferramentas: uma linha de tendência, ligando
os topos ou fundos da onda 2, quando houver; e a retração de
Fibonacci da totalidade da onda 2. Enquanto o mercado não
rompe essas defesas, ainda não está caracterizada a onda
3, mas quando rompe, temos um start de onda 3, conforme
figura 67.

114 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 67: Start de onda 3.

Fonte: Minidólar, 22 e 23/07/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
115
Na primeira parte da figura 67, temos (1) onda 1, e (2)
teste na TAPZone formada por retração da onda 1, abc corretivo
e MIDAS/defense.
A segunda parte mostra que, após termos aberto nossa
posição na TAPZone da onda 1, esperamos um start de onda
3, caracterizado pelo rompimento da (1) linha de tendência
ligando os topos/fundos da onda 2 e (2) retração da onda 2,
para nos dar forte indício de que o player, que está contra o
movimento atual, precisará acionar o stop de suas posições.
Na terceira parte, vemos que, com a perda desses dois pontos
de defesa da onda 2, temos uma altíssima probabilidade de
o mercado cumprir nosso alvo. Podemos ver como o volume
comprador aumenta após a perda desses dois pontos, gerando
duas energias que nos guiará até o nosso alvo: uma é a força
dos stops dos vendidos e, a outra, a agressão constante dos
comprados.
Após o start de onda 3, o preço tende a buscar os
alvos, mais pelos stops dos participantes perdedores do
que propriamente por agressões. Três padrões costumam
acontecer: ou o preço acelera abruptamente, não tendo o que
fazer, ou acelera fazendo correções fractais (que veremos no
operacional avançado), ou o mercado faz um teste de onda 3
(figura 68), buscando uma TAPZone e cumprindo o alvo total,
configurando, assim, uma onda 3 em ciclo 1-2-3, que também
chamamos de onda 3 em abc.

116 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 68: Teste de onda 3.

Fonte: Mini-índice, 02/10/2020.

Na primeira parte da figura 68, temos uma (1) onda


significativa com sua TAPZone testada e com um (2) start de
onda 3. Na segunda parte, após o start da onda 3, temos (1) um
teste na TAPZone da onda 3, antes de ir cumprir o nosso alvo
(2).

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
117
Para se operar o teste de onda 3, deve-se seguir os
seguintes passos.

Passo 1: Verifique se já ocorreu o start de onda 3.

Passo 2: Identifique se o mercado está fazendo um pullback,


geralmente, por meio da perda de uma linha de tendência.

Passo 3: Construa uma TAPZone na região da retração de


onda 3.

Passo 4: Posicione stop e alvos (figura 69):


• Nas operações de teste de onda 3, o stop deve ser
posicionado, como de praxe, protegido no último ponto
de defesa da TAPZone.
• Já os alvos são pré-definidos da seguinte forma:
• Alvo parcial na projeção da onda 3;
• Alvo total na projeção da onda 1.
Figura 69: Stop e alvo de teste de onda 3.

Stop sempre posicionado acima do último ponto de defesa. Neste caso,


temos o alvo total (1) na mesma região do nosso alvo parcial (2), ou seja,
o encerramento integral do trade deve se dar na convergência das duas
regiões.
Fonte: Mini-índice, 02/10/2020.

118 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


2.3. Operacional avançado
O operacional básico da lógica TAP compreende as
operações de maior probabilidade de acerto e em pontos
que, normalmente, acontecem de modo a não estressar
demasiadamente o trader. No entanto, existem outras
operações que exigem um bom tempo de reação do trader,
visto que os triggers costumam ser rápidos, sendo que a
reação, no timing correto, pode fazer muita diferença para os
resultados.
Trata-se do operacional avançado composto por
retrações de ondas fractais de inversão e em retrações de
ondas fractais de ondas 3.

2.3.1. Fractais de ondas de inversão


As operações em fractais de ondas de inversão são
tentativas de antecipar a continuidade do movimento, por
que, muitas vezes, após um big player perder sua retração
significativa, ele perde igualmente o seu preço médio, o
que pode acionar stops e acelerar o movimento inverso.
Dessa forma, mesmo tendo baixo índice de acerto, o risco é
mais curto, sendo uma opção perspicaz para não se perder
operações lucrativas.
Esse tipo de operação requer alguns cuidados para
que não se incorra nem em operações com risco incondizente,
nem em over trading. Elenquemos alguns deles:
• O trade deve ser aberto apenas na região de defesa,
sob risco de o stop ficar longo;
• Se houver muitas ondas fractais, devem-se
selecionar duas para a tomada de risco, deixando o
terceiro risco para o teste da retração da onda principal
de inversão;

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
119
• Ao selecionar fractais, devem-se estabelecer
zonas de retrações de fractais próximas, reduzindo a
quantidade de tomadas de risco e posicionando o stop
no último ponto de defesa, evitando violinadas;
• Devem-se evitar fractais muito pequenos, pois a
probabilidade de respeito é muito pequena, além de
a saída parcial não favorecer a relação entre risco e
retorno;
• Em cada fractal de onda de inversão, deve-se operar
apenas uma vez.
Feitas essas observações, podemos ir ao passo-a-
passo desse tipo de operação.

Passo 1: Certifique-se de que uma onda significativa foi rompida


e opere o ciclo atual do mercado.

Passo 2: Identifique os fractais da onda de inversão sobre os


quais se quer tomar risco, trace suas retrações e plote o MIDAS/
defense (figura 70).

120 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 70: Identificando e escolhendo os fractais.

Fonte: Mini-índice, 30/09/2020.


PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
121
Na parte 1 da figura 70, temos uma onda de inversão
após romper uma retração significativa. Na parte 2, vemos 2
fractais (1 e 2) e a retração maior (3). Neste momento, podemos
começar a traçar TAPZones desde o primeiro fractal e procurar
pontos de trade saudáveis. Lembrando que, por se tratar de
um operacional avançado, feeling e timing são essências, e
mesmo com muita maestria, em alguns momentos, stops nos
primeiros fractais são inevitáveis. A parte 3 traz uma TAPZone
muito saudável no nosso primeiro fractal de onda de inversão.

Passo 3: Aguarde o preço chegar às zonas de defesa e, ao sinal


de trigger, abra a posição.

Passo 4: Defina o stop e os alvos da operação.


Esse tipo de operação já tem alvo parcial e total pré-
definidos (figura 71):
• O alvo parcial é a projeção da onda fractal cuja
retração foi respeitada;
• O alvo final é a projeção total da onda de inversão,
sendo que a onda 2 será a que respeitou a retração
fractal.

122 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 71: Stop e alvos de fractal de onda de inversão.

Fonte: Mini-índice 30/09/2020.

2.3.2. Fractal de onda 3


Essa técnica operacional avançada é um recurso para
quando o operador percebe que o mercado está em uma onda
3, em aceleração de preço, mas que o alvo é longo e o mercado
ainda está distante do objetivo. Nessas ocasiões, o operador
pode acompanhar as ondas fractais, que vão se formando ao
longo da onda 3, para surfar o restante do movimento até o alvo.
Não é recomendável este tipo de operação quando o mercado
está próximo do alvo, quando se deve optar por aguardar o fim
do ciclo para buscar operações na retração significativa.
Passo 1: Certifique-se, pelo estudo do contexto do mercado, de
que se está em uma onda 3.

Passo 2: Verifique se já foi dado o start de onda 3. Se sim, procure


um fractal.

Passo 3: Abra a posição, defina o stop e os alvos, sendo que o stop


deve ser posto no último ponto de defesa da retração fractal que
foi respeitada e o alvo, na projeção da onda 3, sem saída parcial.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
123
Figura 72: Operação em fractal de onda 3.

Fonte: Minidólar, 22 e 23/07/2020.

124 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


A figura 72 nos mostra uma sequência de possibilidades
de se operar fractais de onda 3:
Parte 1: Nesse exemplo, identificamos uma (1)
onda 1 e (2) um start de onda 3.

Parte 2: Agora, aumentando o zoom da onda 3,


entendemos melhor como buscar fractais de
onda 3. Note que, ao longo da extensão, temos 4
fundos fractais importantes: é partindo desses
fundos que iremos buscar nossos fractais de
onda 3.

Parte 3: No primeiro fractal da onda 3, temos


uma TAPZone saudável formada por retração e
MIDAS/defense para se abrir uma posição.

Parte 4: No segundo fractal da onda 3, temos


uma TAPZone saudável formada por retração e
MIDAS/defense para se abrir uma posição.

Parte 5: No terceiro fractal da onda 3, também


temos uma TAPZone saudável formada por
retração, MIDAS/defense e abc expansivo.

Parte 6: No terceiro fractal da nossa onda 3, temos


novamente uma TAPZone saudável formada por
retração e MIDAS/defense.

2.4. Entendendo e operando a onda 1 complexa


Vale a pena retomar a definição de onda 1 complexa
que enunciamos acima. A onda 1 complexa é, por assim dizer,
um ciclo que, aparentemente, já teve sua onda 3 iniciada, com
novo topo ou fundo na direção do alvo, mas, por algum motivo,
não se completou; ou seja, não atingiu seu alvo. Podemos
identificá-la quando, antes de atingir o alvo projetado,
ela perde a retração que configuraria um teste de onda 3,
descaracterizando esse movimento impulsivo.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
125
Nesse momento, devemos rever o contexto do mercado
e passar a considerar que ainda estamos em uma onda 1, agora
complexa. Pode ser tanto uma onda de inversão complexa
quanto uma onda significativa complexa, conforme visto nas
figuras 51 e 52.
O que fazer quando identificamos uma onda de
inversão complexa? A lógica operacional da onda de inversão
complexa é exatamente a mesma da onda de inversão normal.
A diferença é que a retração da onda total será reajustada
ao novo topo ou fundo formado, aplicando-se os mesmos
procedimentos operacionais, seja para as ondas fractais, seja
para a total (vide itens 2.2.2 e 2.3.1).
A onda significativa complexa, por sua vez, é um caso
análogo. Perdendo a região de teste de onda 3, deve-se reajustar
a retração significativa ao novo topo ou fundo formado,
aplicando-se os mesmos procedimentos operacionais de
teste de retração significativa já estudados (vide item 2.2.1).
Essa nova retração significativa, formada a partir da onda 1
complexa, passa a ser o termômetro do mercado e sua perda
indica provável reversão do movimento.

2.5. Gerenciamento de posições abertas


O bom gerenciamento das posições abertas é
fundamental para minimizar stops e maximizar os lucros.
Como visto, as operações da lógica TAP têm começo, meio
e fim. São planejadas desde a relação risco-retorno até a
saída com alvos pré-definidos ou objetivamente construídos
ao longo das operações, seguindo critérios que favoreçam a
otimização dos lucros.
Entretanto, o mercado é dinâmico e suas condições
podem mudar, inviabilizando a permanência em uma posição.
Então, temos que ter formas objetivas e, o máximo possível,
padronizadas que nos digam quando e sob quais condições
devemos proteger nossos ganhos.

126 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Uma vez aberta uma posição na TAPZone, o primeiro
passo é posicionar o stop e os nossos alvos pré-definidos. Com
a posição aberta, devemos seguir os seguintes procedimentos:

1. Traçar uma linha de tendência ligando o início da


onda 1 ao topo/fundo que marca o fim da onda 2 e
início da provável onda 3 (figura 73):

a. Caso o mercado responda a favor da operação,


sem nos dar novos topos/fundos para se traçar uma
nova linha de tendência, e enquanto não for feita a
realização parcial, essa será nossa referência para
uma eventual desistência da operação;
b. Se o mercado rompe essa linha contra a nossa
posição e a operação está com resultado positivo,
devemos sair totalmente do trade e aguardar novo
teste da TAPZone, avaliando uma nova entrada;
c. Caso o rompimento se dê com a operação no
breakeven ou no loss, deve-se interpretar que já está
acontecendo um novo teste da TAPZone, e aguardar
que o mercado se defina.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
127
Figura 73: Exemplo de saída de operação na primeira linha de tendência.

Parte 1: Neste exemplo, temos uma (1) onda 1 do mercado, um (3) teste na
TAPZone formada por retração, MIDAS/defense e abc corretivo (2), e um
ponto de entrada saudável que, após o mercado perder a linha de tendência,
temos a saída de integral da posição, ou, se já realizamos parcial, temos a
realização dos outros 50% da posição.
Parte 2: Nesse caso, do nosso ponto de entrada até o alvo, não precisaríamos
sair na perda da linha de tendência.
Fonte: Mini-índice, 07/10/2020; Mini-índice, 16/07/2020.

Caso o mercado responda a favor da operação, dando


novos topos/fundos que possibilitem traçar uma nova linha de
tendência, esta deve ser traçada a partir do teste da TAPZone
(figura 74):
Essa linha será a nova referência para uma
eventual saída do trade;

Se o mercado rompe essa linha, sem que tenha


havido uma realização parcial, então se deve sair
totalmente do trade e aguardar novo teste na
TAPZone;

128 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Caso o mercado tenha dado start de onda 3,
sem que tenha havido uma realização parcial,
mas perde essa linha de tendência, deve-se sair
totalmente da operação e efetuar nova entrada
no teste da onda 3;

Caso o mercado tenha dado start de onda 3,


tendo havido realização parcial, deve-se sair da
operação no rompimento desta linha de tendência
e efetuar nova entrada no teste da onda 3

Figura 74: Exemplo de saída na linha de tendência da onda 3.

Parte 1: nesse exemplo temos (1) uma onda 1 do mercado, (2) um teste na
TAPZone formada por retração e abc corretivo, sendo assim, um ponto de
entrada saudável. Logo, traçamos nossa linha de tendência ligando os
topos/fundos da onda 3, o mercado perde a linha de tendência e temos
nossa saída integral, caso não tenhamos efetuado uma redução parcial.
Após isso, procuramos outro ponto de entrada que, neste caso, seria o (3)
teste da onda 3 e surfaríamos o mercado novamente até o nosso (4) alvo
total.
Parte 2: Nesse caso, do nosso ponto de entrada até o alvo, não precisaríamos
sair na perda da linha de tendência.
Fonte: Minidólar, 19/10/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
129
1. Enquanto não se faz a realização parcial, não se
deve acionar o trailing stop. A operação deve ser
monitorada e, se necessária, a saída deve ser
realizada manualmente nos rompimentos da linha
de tendência, pois mover o stop antes da hora pode
incorrer em violinadas sem a menor chance de se
entrar novamente na operação.

2. Após realização parcial, é chegado o momento de


proteger a operação, por meio do trailing stop (figura
75), sem prejuízo do gerenciamento nas linhas de
tendência tipificadas no item 2. O posicionamento
do stop em gain deve ser técnico e estudado para
evitar, ao máximo, saídas prematuras das operações:

a. O princípio básico do trailing stop é proteger a


operação em pontos de defesa;
b. O primeiro ponto de defesa que se deve buscar é um
pivô, pois sabemos que toda inversão acontece com
comprometimento de players;
c. Se a parcial tiver sido feita em movimento direcional,
sem pivô, devem-se buscar outros pontos de defesa,
especialmente, barras de volume;
d. Se não tiver nem pivô, nem volume, pode-se buscar,
no passado, ranges e barras de volume como defesa;
e. Enfim, se não houver nenhuma defesa, o stop deve
ser posto em gain ligeiramente à frente do breakeven,
até que se tenha um ponto seguro de defesa;
f. Após o primeiro posicionamento técnico do trailing
stop, a cada novo rompimento de pivô (dando novo topo
ou fundo a favor da posição), pode-se acompanhar
com o trailing stop em pontos de defesa, tomando-
se o cuidado de manter distância técnica para que o
mercado possa trabalhar.

130 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Figura 75: Exemplos de trailing stop.

Fonte: Mini-índice, 24/04/2020.

PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
131
A figura 75 demonstra os seguintes procedimentos
relativos ao trailing stop:
Parte 1: Nesse exemplo temos uma onda 1 do
mercado, um teste na TAPZone que é uma entrada
saudável. Após o mercado confirmar o start da
onda 3, podemos ir protegendo nosso trailing
stop acima/abaixo dos pivôs que o mercado vai
deixando. Note que esses pivôs são os mesmos
que estaríamos buscando como fractal de onda 3,
caso ainda não estivéssemos posicionados (veja
figura 72).

Parte 2: Nesse exemplo, temos (1) um fractal de


onda de inversão com sua (2) TAPZone formada
por retração, abc corretivo e MIDAS/defense sendo
testada. Após termos nossos pontos de entrada
saudáveis e (3) realizarmos nossa parcial, temos
que posicionar nosso trailing stop. Aumentaremos
o zoom da onda 3 para entendermos melhor.

Parte 3: Depois de termos nosso (1) alvo parcial


atingido, subimos nosso trailing stop ao ponto de
defesa mais próximo do preço, neste caso a (2)
barra laranja e o range; após o mercado andar a
nosso favor e nos dar um novo ponto de defesa,
subimos novamente para o (3) fundo da barra
laranja; depois de o mercado andar novamente
ao nosso favor e nos dar outro ponto de defesa,
subimos ao (4) range até cumprir nosso (5) alvo
total.

Importante: Sempre subimos o trailing stop logo


após o mercado confirmar o nosso ponto de defesa
e se deslocar a favor da posição. Note que, no
nosso ponto de defesa número 4, temos uma barra
laranja no meio do range. Por que não subimos o
trailing stop ao fundo daquela barra laranja? Se o
fizéssemos, estaríamos fora do mercado na barra,
pois o mercado não nos confirmou aquela barra
laranja. Para essa confirmação, precisamos que o
mercado se desloque ao nosso favor, no mínimo,
ultrapassando o topo/fundo do nosso ponto de
defesa.

132 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


CONSIDERAÇÕES FINAIS...

Depois de passarmos por tantos conteúdos


avançados, esperamos ter sido exitosos em demonstrar que
a lógica operacional TAP é uma opção clara, já que todas
as operações têm começo, meio e fim; objetiva, pois reduz,
substancialmente, margens para a subjetividade, auxiliando o
trader do ponto de vista técnico e emocional; fundamentada,
visto que se baseia, ao mesmo tempo, em padrões de preço
e no volume que causam as maiores ondas (que todos nós
queremos surfar); e sustentável, uma vez que alia preço e
volume à melhor relação risco versus retorno possível. Tudo
isso somado tem o potencial de fazer do ofício de trader algo
palpável e muito menos desgastante.
Mas não podemos terminar sem deixar um último
recado muito importante para quem deseja chegar à
consistência na lógica. Retomando um assunto lá da
introdução, de nada adianta termos uma lógica operacional
bem delineada, se fizermos adaptações aqui e ali, introduzindo
estudos conflitantes.
PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
133
No mercado financeiro, há inúmeras correntes teóricas
de trading, cada uma com visões diferentes, algumas baseadas
em estudos sérios e profundos, outras em modismos de toda
sorte. Assim, não misture outras lógicas operacionais ao TAP,
ainda que utilizem os mesmos instrumentos, ferramentas
e indicadores, pois os dados sempre são passíveis de serem
interpretados de maneiras contrárias, retirando o foco do que
se deve fazer no curto, médio e longo prazo.
De trader para trader: quantas vezes já ocorreu de
você deixar de entrar em uma operação por que haviam setups
ou indicadores divergentes? Quantas vezes não deixou a
operação chegar ao alvo só por receio de que o mercado não
ultrapassaria um suporte ou resistência e ficou de fora do
melhor da festa? Quantas vezes a fórmula de operações com
o risco de um para retorno de dois ou três te fez nadar sem
sair do lugar, mesmo com alto índice de acerto? Por acaso,
já operou exaustão de fluxo em qualquer lugar aleatório do
gráfico e o movimento não reverteu? Do contrário, já acreditou
que uma onda corretiva havia “virado” o mercado por causa
do alto volume de um histograma, e passou a vender em plena
tendência de alta? Procura desesperadamente fundo ou topo?
Já traçou uma retração buscando um pullback sem perceber
que a tendência já tinha invertido? Já saiu de uma operação
prematuramente só por que protegeu o trailing stop em uma
barra colorida ou um candle de força? Já ficou esperando uma
confirmação ou o fechamento de uma vela que deixou seu stop
impagável? Só mais uma coisa, cá entre nós: quando você leva
um stop, sabe identificar tecnicamente o motivo e consegue
definir o que vai fazer depois, ou fica ao sabor dos ventos sem
saber por que deu errado?
Se alguma dessas perguntas faz parte da sua rotina
operacional, é hora de rever seus conceitos. Quem sabe se
você recomeçar com a lógica TAP, sem remendos, não seja
uma boa opção?

134 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Além de não misturar operacionais, também é preciso
ter um norte no que se refere às metas. Não se deve operar
com metas pré-definidas, pois as metas devem ser os alvos
das operações. Se o alvo é de, por exemplo, 1000 pontos, que
lógica há em encerrar em 400 pontos porque “bateu a meta”?
Muitas vezes, é desconfortável ver o mercado responder
200, 300, 400 pontos favoravelmente à posição. O instinto
é encerrar a operação ou realizar uma parcial, guardando
esse lucro no bolso. Para muitos, chega a ser um sofrimento,
principalmente, quando “volta na cara”. Muitos se iludem com
a difundida ideia de que “lucro pequeno não quebra ninguém”;
mas, em mercado de risco, lucros pequenos mal pagam
prejuízos pequenos. Risco versus retorno deve ser repetido
como um mantra no cotidiano de um trader.
Isso não quer dizer, de forma alguma, que não devamos
ter limites ou encerrar o dia após uma boa e lucrativa operação.
É até recomendável... O que não se deve é estragar todo o
estudo e dedicação para se tomar riscos adequados e deixar o
retorno na mesa.
Tampouco, o trader deve se deixar abater por alguns
stops durante o percurso. Se forem acertados tecnicamente,
curtos, dentro do gerenciamento de risco, visam alvos
longos, respeitam o operacional e não são excessivos, não há
problema. Muitas vezes, o mercado demora a decidir e não
se deve perder uma oportunidade de alta probabilidade por
causa de uma sucessão de perdas operacionalmente corretas.
Todavia, saber a hora de não fazer nada também é
parte do aperfeiçoamento técnico. O mercado tem seu tempo
e precisamos nos adaptar. Às vezes, ele demora a nos dar um
sinal de entrada ou não chega ao local seguro para a tomada
de decisão. Outras, depois que abrimos a operação, ele demora
a definir seu rumo. Nesses momentos, o que resta é esperar...
pacientemente! Não deve fazer parte da mentalidade do trader
TAP, o sentimento de que vai ficar fora da operação quando, na
realidade, sequer o mercado chegou perto da TAPZone. Se não
PARTE 2
Lógica operacional TAP: análise, decisão e gerenciamento de posições
135
há teste nos pontos de defesa, não há trade. Eis outro mantra!
Mas se há trigger na zona de defesa, não se deve hesitar: é
hora de tomar risco!
Risco pequeno, por sua vez, não é justificativa para
que se cometa over trading. Esse comportamento é muito
nocivo e corrói todo o esforço para se operar a favor do bom
gerenciamento de risco. Primeiro porque o acúmulo de loss
vai absorver boa parte do lucro das boas operações. Segundo
porque afeta fortemente o emocional, gerando um gasto
enorme de energia e solapando a autoconfiança, que tende a
comprometer a tomada de decisão.
Há uma linha tênue entre ser reativo, por exemplo,
quando se sofre um stop na ponta de um pavio, e ser insistente
no que não está dando certo. Não há uma receita de bolo para
definir em que momento, exatamente, passamos do limite,
nem há garantias de que, agindo bem em um dia, não iremos
nos exceder em outro. Sempre haverá, nesse quesito, uma
dose de subjetividade que deve ser diariamente estudada com
o mercado fechado, quando qualquer fator emocional já está
mais adormecido.
Não há receita de bolo, mas há formas de se prevenir o
over trading: uma delas é operar, de início, apenas as TAPZones
de ondas principais (significativas e de inversão), abstendo-
se de operar fractais, respeitando triggers e, em caso de
violinadas, dando-se mais uma, talvez duas chances, desde
que o risco seja muito curto. Sob nenhuma hipótese, se deve
levar mais do que três stops em uma única TAPZone principal.
Caso o mercado confirme a leitura e se configure um start de
onda 3, deve-se procurar um teste de onda 3, para surfar a
continuidade do movimento. Em caso de stop no teste de onda
3, há de se avaliar mais uma chance e basta.

136 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade


Aos poucos, se deve inserir os fractais de onda de
inversão e de onda 3, sempre lembrando que, em fractais
de onda de inversão, só se deve levar um único stop e, caso
o mercado responda, deve-se buscar um teste de onda 3. O
mesmo vale para fractais de onda 3: um stop é suficiente.
Esses cuidados são poderosas armas contra o over
trading, mas nada substitui o autoconhecimento. Mesmo
sendo clara, objetiva, fundamentada e sustentável, sempre
haverá margem para que a subjetividade apareça e, por
vezes, se imponha. Dessa maneira, é importante que cada
um mantenha um monitoramento diário daquilo que funciona
melhor para si próprio. Listar as operações realizadas dentro
da lógica, monitorar loss e gain, e criar um inventário ajudam
a mensurar os tipos de operação aos quais o trader melhor se
adapta.
Por fim, este livro é resultado de um afetuoso e
cuidadoso trabalho com a finalidade de trazer uma rica e
agradável experiência de aprendizado ao amigo trader. Para
os fins a que se destina, cremos ter cumprido, honrosamente,
com a nossa missão, mesmo sabendo das limitações e que
não esgotamos o assunto, dada a infinita fonte de curiosidade
que é a mente humana. É altamente recomendável ler e
reler este livro quantas vezes for necessário e fazer parte
das comunidades do TAP nos canais digitais, interagir em
nossos grupos e ter acesso aos cursos e aos conteúdos
complementares periodicamente atualizados.

Considerações finais...
137
SOBRE OS AUTORES

Leonardo Moraes Spindola é trader profissional. Opera


mercado futuro brasileiro para mesa proprietária na Europa,
assim como opera, de forma autônoma, ativos de todo o
mundo. É idealizador, líder do TAP e educador do mercado
financeiro, gerindo projetos que envolvem cursos, mentorias
e canais digitais.
Email: tradescomaltaprobabilidade@gmail.com

Flávio Rovani de Andrade é trader autônomo. É mestre e doutor


em Educação (USP e UNICAMP), professor da Universidade
Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) e autor de livros e
artigos científicos na área de Educação.
Email: rovani.flavio@gmail.com

138 Leonardo Moraes Spindola - Flávio Rovani de Andrade

Você também pode gostar